Pró-Reitoria de Graduação Curso de Serviço Social Trabalho de Conclusão de Curso VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA A PESSOA IDOSA: REVISÃO INTEGRATIVA. utor: Juliana Silva Rodrigues Orientadora: Profª Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira Brasília - DF 2013 JULIANA SILVA RODRIGUES VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA A PESSOA IDOSA: REVISÃO INTEGRATIVA. Artigo apresentado ao curso de graduação em Serviço Social da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Serviço Social. Orientador: Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira Brasília 2013 Artigo de autoria de Juliana Silva Rodrigues, intitulado: “VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA A PESSOA IDOSA: REVISÃO INTEGRATIVA”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social da Universidade Católica de Brasília – UCB, em ___/____/__________, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: __________________________________________________________________________ Profª. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira Orientadora Serviço Social – UCB __________________________________________________________________________ Prof. Luís Alberto Delgado Serviço Social – UCB __________________________________________________________________________ Prof. Ricardo Gonçalves Serviço Social – UCB Brasília – DF 2013 Aos meus pais, Carlos Magno Rodrigues e Silvia Gleide da Silva Matos Rodrigues. Essa conquista é nossa. AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus junto com sua mãe Maria Santíssima, pelo dom da minha vida, pelas conversas em cada noite e por tudo que são em minha vida e sempre serão. Aos meus pais Carlos Magno e Silvia Gleide, pela oportunidade da vida, pelo amor e por todas as renúncias feitas em suas vidas por mim. Amo muito cada um e sou extremamente grata por todo esforço e dedicação. Vocês sempre serão os meus maiores exemplo e a razão de todas as minhas conquistas. Ao meu Irmão Rogério, pelo carinho e pela sua existência em minha vida. Ao meu esposo Tiago, melhor amigo, que me acompanhou em toda trajetória na universidade dando-me sempre apoio, força, carinho, amor, incentivo e por estar ao meu lado em todos os momentos, e muitas, vezes me fazer ter a calma e a paciência para continuar em frente. Obrigada por cada palavra ou silêncio do inicio a conclusão da minha graduação. Te amo e te amarei para sempre. Ao meu grãozinho de ouro, que ao finalzinho da minha graduação, apareceu em minha vida e já é muito esperado e amado. À profª. Maria Liz, por ter realmente me orientado nesta jornada, com sua dedicação e paciência, me auxiliou e me ensinou muito, tornando possível a conclusão deste artigo. Agradeço de coração por todos os meus momentos de dúvidas, que com toda paciência, cuidado me incentivou e mostrou que eu era capaz. . Obrigada, por toda solidariedade e compreensão em cada momento desagradável que surgiu durante este trabalho. As assistentes sociais Cássia Freitas e Ana Miriam Garcia, que foram minhas supervisoras de estágio por um breve período, mas marcaram de forma intensa a minha formação profissional. Agradeço pelos pontos de vista críticos, que me ensinaram a importância de questionar a sociedade e me tornar uma pessoa e assistente social melhor. A todos do curso de Serviço Social, em especial aos professores que passaram pela minha graduação, pois todos eles, de alguma forma, marcaram a minha caminhada acadêmica e profissional. A todos as colegas do curso, que trilharam comigo a mesma estrada, em especial a Raquel e a Thaynara, que me acompanharam nesta jornada desde do nosso primeiro dia de aula. Obrigada pela atenção e pelo companheirismo. 5 VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA A PESSOA IDOSA: REVISÃO INTEGRATIVA. JULIANA SILVA RODRIGUES Resumo: Trata-se de uma revisão integrativa sobre a produção de conhecimento acerca da violência intrafamiliar contra a pessoa idosa. Realizou-se uma busca na base de dados BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) que integra dentre outras as seguintes bases de dados, Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem On-line (Medline), Scientific Electronic Library Online (Scielo). A estratégia utilizada para obtenção das publicações tiveram como eixo norteador os seguintes descritores que constam no DeSC/biblioteca virtual de saúde são eles: Maus-tratos ao idoso, violência domestica, Violência intrafamiliar, e a palavra Brasil – como afiliação dos autores. A busca resultou na seleção de 12 artigos, sendo 10 quantitativos, 1 qualitativo e um estudo de reflexão. As áreas de publicação foram Medicina/Gerontologia ( n= 4), Saúde Pública ( n=3), Enfermagem ( n=2), em Saúde Mental/Psicologia ( n=1), Odontologia ( n=1) e Serviço Social ( n=1). Os resultados encontrados demonstraram que a violência intrafamiliar contra a pessoa idosa ainda apresenta pouca visibilidade em termos de interesse de estudo por meio dos profissionais. Palavras-chave: Maus-tratos ao idoso. Violência Domestica. Violência intrafamiliar. 1. INTRODUÇÃO O aumento da expectativa de vida faz com que a população idosa aumente. Com esse fato muitas são as pessoas que estão conseguindo chegar a esse momento da vida, chamado de velhice. Essa realidade da velhice tem se tornado um grande desafio para todos os profissionais que atuam com essa demanda, pois grande é a desigualdade social, a falta de informação dos familiares e responsáveis, o preconceito contra a pessoa idosa, ou até mesmo o desrespeito contra essa população. Além disso, esses indivíduos carregam algumas marcas como a incapacidade social e funcional. Muitas vezes, o idoso acaba sendo considerado uma pessoa que causa apenas dificuldade para seus familiares, fazendo com que eles se sintam sem valor, não vendo sentido na sua existência, ocasionando assim uma desvalorização desse momento que todos nós estamos sujeitos a passar. Diante dessas diversas dificuldades que essas pessoas encontram, a que mais tem chamado a atenção é a violência contra a pessoa idosa, pois acaba, muitas vezes, trazendo outros tipos de problemas junto a esse principal. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define violência como sendo “O uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande probabilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. (DAHLBERG, 2005, p. 3) 6 Conforme consta no documento do Ministério da Saúde (BRASIL, 2002, p.5), a violência intrafamiliar atinge parcela importante da população e repercute de forma significativa sobre a saúde das pessoas a ela submetidas. Configura-se um problema de saúde pública relevante e um desafio para os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS). A verdade é que a violência intrafamiliar é um tema bastante complexo, de modo que seu enfrentamento necessita de profissionais de diferentes campos de atuação e uma grande mobilização dos diversos setores da sociedade civil e do governo. Essa mobilização tem como objetivo fortalecer e melhorar as ações e serviços na perspectiva de uma mudança de atitude. O termo violência deve ser usado em sentido amplo. Ela pode corresponder ao dano físico, moral, psicológico, social, causados por atos ou omissões de terceiros ou seus familiares (OLIVEIRA, 2012). É importante destacar que a violência intrafamiliar é aquela que ocorre no âmbito das famílias, sendo que pode ser de 2 formas: a violência doméstica e a violência familiar. A violência doméstica não se resume apenas a família, uma vez que ela envolve as pessoas que convivem no mesmo espaço doméstico com o idoso, independente se possuem ou não um laço consanguíneo. Assim, ainda que uma pessoa não tenha relação parental com o idoso, mas viva no mesmo âmbito doméstico que ele, caso venha a praticar algum ato de violência, será o caso de violência doméstica. O outro caso de violência intrafamiliar é a que se denomina violência familiar. Diferente da primeira forma, essa violência é aquela praticada por seus familiares como o cônjuge, filhos, netos, bisnetos, tios, ou outro parente que possui ligação com o idoso. Assim, caso um filho que pratique violência contra seu pai idoso, ainda que não viva no mesmo âmbito físico, será considerado o caso de violência intrafamiliar. Será em relação a violência intrafamiliar que iremos tratar no nosso trabalho. Sendo assim, o presente artigo teve como objetivo caracterizar as produções científicas acerca da violência intrafamiliar contra idosos em periódicos nacionais disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde e sintetizar a contribuição da produção científica sobre a violência intrafamiliar contra a pessoa idosa. 2. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão integrativa (RI) que consiste na construção de uma análise ampla da literatura, contribuindo para discussões sobre métodos e resultados de pesquisas. A revisão integrativa é um método de revisão mais amplo, pois permite incluir literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens metodológicas (quantitativa e qualitativa). (Pompeo, 2008, p. 10) Este método tem como principal finalidade reunir e sintetizar os estudos realizados sobre um determinado assunto, construindo uma conclusão, a partir dos resultados evidenciados em cada estudo, mas que investiguem problemas idênticos ou similares. Os estudos incluídos na revisão são analisados de forma sistemática em relação aos seus objetivos, materiais e métodos, permitindo que o leitor analise o conhecimento pré-existente sobre o tema investigado. (Pompeo, 2008, p. 10) Para a realização desta revisão, foram adotadas as seguintes etapas: identificação do tema, seleção da hipótese, o objetivo, elaboração de critérios para inclusão e exclusão de estudo, avaliação dos estudos incluídos na revisão, interpretação dos resultados, apresentação da síntese do conhecimento. Uma vez definido o tema, foi elaborada a seguinte questão norteadora da pesquisa: Qual é o delineamento dos trabalhos e os temas estudados sobre a violência intrafamiliar do idoso? Entende-se sobre delineamento as características dos estudos, tais como tipo de estudo, local de sua realização, tipo de amostra, instrumentos utilizados na abordagem, tipo de pesquisa, principais achados (agressor e tipo de violência). 7 Para a Coleta de dados foram adotados os seguintes critérios de inclusão: pesquisas disponíveis on-line referentes a trabalhos desenvolvidos no Brasil, que tratassem de violência/maus-tratos contra a pessoa idosa, publicadas nos últimos cinco anos (2008-2012) com indexação dos periódicos disponíveis na BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) que integra, dentre outras, as bases de dados Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem On-line (Medline), Scientific Electronic Library Online (Scielo). A estratégia utilizada para obtenção das publicações tiveram como eixo norteador descritores que constam no DeSC/biblioteca virtual de saúde. São eles: Maus-tratos ao idoso, violência domestica, Violência intrafamiliar, e a palavra Brasil – como afiliação dos autores. No passo seguinte os artigos foram lidos e as publicações que atendem o critério de inclusão foram acessadas e analisadas na íntegra. Na busca bibliográfica inicial foram localizados 35, cuja maior parte foi encontrada na base de dados, Literatura Latino – Americana e do Caribe em Ciências da saúde (LILACS) – (n=20) seguida da (Scielo) – (n=13) e por ultimo a (Medline) – (n= 4). Contudo, somente 12 publicações atenderam aos critérios de inclusão. Em seguida, construiu-se um quadro sinóptico para categorização dos artigos, de modo a dar visibilidade aos principais atributos de cada produção. Desta forma, os artigos foram apreciados individualmente, para conseguir visualizar as característica de cada trabalho e assim poder fazer a análise final. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto aos aspectos relativos às bases de dados, percebe-se uma desigualdade de publicações em quase todos os descritores associados. A maior parte das publicações foi encontrada em periódicos brasileiros (n = 12) e específicos da Medicina/Gerontologia ( n= 4), em revista de Saúde Pública ( n=3), Enfermagem ( n=2), em Saúde Mental/Psicologia ( n=1), Odontologia ( n=1) e Serviço Social ( n=1). Pode-se perceber uma irregularidade no número de trabalhos publicados, sendo que o ano de 2011 foi o que teve o menor número de publicação ( n = 1). Foram encontrados 10 estudos quantitativos (Tabela 1), 1 qualitativo ( Tabela 2), e um estudo de reflexão ( Tabela 3). 8 9 Ressalta-se ainda que, entre as produções selecionadas, 50% das publicações foram produzidas e publicadas na região Sudeste, 40% no Nordeste e 10% da região Centro Oeste. Assim, ficou evidenciado uma carência de publicações e pesquisas principalmente nas regiões Sul, Centro Oeste e Norte, sendo que essa última região é a segunda maior detentora de participação da população idosa do país, concentrando quase 29% das pessoas da terceira idade vivendo em condições socioeconômicas desfavoráveis. 10 Percebe-se que as diferentes áreas da saúde não tem direcionado o mesmo interesse para o tema da violência intrafamiliar contra a pessoa idosa, pois algumas áreas produzem mais do que outras. Como se pode observar a enfermagem foi a que mais estudou sobre a violência intrafamiliar contra a pessoa idosa. Em seguida veio a área da psicologia. Quanto ao serviço social, verificamos apenas uma publicação que mapeia as produções discentes (dissertações e tese) no âmbito da vidência domestica entre 1990 a 2006, em programas de pós-graduação em Serviço Social, Psicologia e Saúde Pública de instituições localizadas no estado do Rio de Janeiro. Assim o resultado encontrado não foi o esperado, considerando que o Assistente Social tem papel significativo no atendimento diário com a pessoa idosa. Independente da área de 11 atuação, existe somente uma publicação sobre o tema em questão realizada por um Assistente Social. Contudo, é importante que esses profissionais estejam dispostos a estudar a questão da pessoa idosa, tema que com o passar do tempo ganha importância como problemática social que se inscreve na sociedade. Esse tema tem como base, de um lado, as desigualdades e antagonismos motivados pelas transformações que o capitalismo vai tendo ao longo dos tempos e de outro lado o fenômeno do envelhecimento populacional que levanta novas demandas e necessidades aos idosos e, por fim, as lutas, resistências e movimentos ligados aos idosos e aos seus direitos por vida mais digna. Com relação aos instrumentos utilizados para a coleta de dados, tiveram cincos artigo que utilizaram registros, laudos de exame de corpo delito e boletim de ocorrência de delegacia de polícia e dois artigos que utilizaram questionário e entrevista com grupos de idoso e profissionais de saúde, para averiguar o conhecimento sobre o tema. A análise dos artigos possibilitou a elaboração de quatro categorias: estudos epidemiológicos, perfil dos agressores dos idosos, perfil do idoso agredido, tipo de violência. 3.1 ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS A vigilância epidemiológica de violências constitui atividade relevante para a sociedade, pois, além de permitir o monitoramento e a análise de possíveis mudanças no perfil desses agravos, contribui para a educação da população e o planejamento de ações intersetoriais de prevenção. (DAHLBERG L,2006) A importância deste tema para a saúde é retratada no número de artigos que tratam da prevalência e perfil dos idosos que sofreram violência. A abordagem da Saúde Pública direcionada ao problema da violência está baseada em quatro etapas: 1) conhecimentos básicos sobre a violência (extensão, características, consequências); 2) causas e fatores que aumentam ou diminuem o risco de violência; 3) proposição de formas de prevenção da violência (planejamento, monitoramento, avaliação); e 4) disseminação de intervenções promissoras e informações sobre custo e eficácia dos programas implantados. (MASCARENHAS, 2009, p. 6) Nos artigos encontrados observamos que estão em sua maioria pautados nas etapas iniciais, buscando obter maior conhecimento das características e causas da violência, bem como a identificação de seus fatores de risco. Todavia, muitas dessas informações continuam inacessíveis para gestores e tomadores de decisão, seja pelo atual modelo de vigilância, seja pela intrincada rede de fatores que favorecem o silêncio acerca da temática violência, principalmente quando as vítimas são mulheres, crianças e idosos. 3.2 PERFIL DOS AGRESSORES DOS IDOSOS A análise dos artigos mostrou que os principais perpetradores dos maus tratos contra os idosos são seus familiares, vizinhos, desconhecidos e outros. (NICOLUSSI, 2010) É difícil traçar um perfil certo para o agressor do idoso. São diversos os fatores a serem analisados para que se possa traçar um perfil adequado sobre eles. Nesta temática, os artigos trazem situações relativas a epidemiologia, assim como as características que podem ser mais comuns ao agressor. 12 Gaioli (2008) traça diversas características do agressor, como o fato de viverem na mesma casa que a vítima, dependerem financeiramente dos pais, abusarem do álcool ou outro tipo de drogas. Destaca a autora: A caracterização do agressor, ao ser abordada por investigadores nacionais e internacionais, mostrou os seguintes sinais de vulnerabilidade e risco: o agressor vive na mesma casa que a vítima; filhos dependentes financeiramente de pais com idade avançada; idosos dependentes da família dos seus filhos para sua manutenção; abuso de álcool e drogas praticado pelos filhos ou pelo próprio idoso; isolamento social dos familiares ou do idoso, história de agressão anterior contra o idoso e história de violência na família. Dados esses que demonstram maior vulnerabilidade dos idosos, frente às questões sociais, também confirmado no presente estudo (p. 5) Quanto ao perfil dos agressores encontrados nos estudos, a maior parte são pessoas sem qualquer parentesco com a vítima. Isso pode estar associado ao fato de que muitas famílias delegam a função de cuidado das pessoas idosas a terceiros, uma vez que, muitas vezes, não possuem disponibilidade de tempo ou mesmo não querem prestar o cuidado necessário a seus parentes. Depois desses terceiros que cuidam dos idosos, os filhos são os que mais causam agressões. Assim, há uma grande dificuldade da vítima de falar ou até mesmo de denunciar, pois o agressor vive junto com a vítima. Pinheiro (2011, p. 10) observou que “a maioria era do sexo masculino, a faixa etária predominante situava-se entre 30-39 anos, pardos, solteiros, com nível fundamental completo e possuíam alguma ocupação”. Demonstrou que a maioria dos agressores “não tinham grau de parentesco, sendo cuidadores, motoristas de ônibus, funcionários de bancos, lojas, supermercados e profissionais da saúde”. Em sua pesquisa destacou que 36,3% não tinham qualquer relação de parentesco com a vítima, seguido de 21,3% dos casos causados por vizinhos, e 21,3% por filhos. Além disso, esse estudo destacou que, em certos casos, a vítima foi agredida por mais de um agressor. Oliveira (2012), em sua pesquisa, também destaca que a maioria da violência sofrida pelos idosos são proferidas por terceiros. A autora destacou, de acordo com sua pesquisa realizada, que 62,81% não tinham relação de parentesco com a vítima. Ressaltou que esse dado pode estar ligado, em muitos casos, com o fato da família acabar delegando os cuidados de seus parentes a terceiros, por falta de disponibilidade. Entretanto, ela destaca que 13,56% das agressões foram cometidas por filhos, 8,99% por pessoas de outro parentesco e apenas 4,54% pelos maridos e companheiros. Por fim, ficou registrado que apenas 0,43% foram cometidos por netos e netas, sendo assim a menor porcentagem nessa pesquisa realizada. Em relação a sua pesquisa, a autora citada acima mostrou que o agressor tinhas as seguintes características de vulnerabilidade e risco: o agressor vive na mesma casa que a vítima; filhos dependentes financeiramente de pais com idade avançada; idosos dependentes da família dos seus filhos para sua manutenção; abuso de álcool e drogas praticado pelos filhos ou pelo próprio idoso; isolamento social dos familiares ou do idoso; história de agressão anterior contra o idoso e história de violência na família.(OLIVEIRA, 2012, p. 9) Já outros autores, em sentido oposto, dizem que são os familiares os maiores agressores dos idosos (NOGUEIRA, 2010). Ele destaca que a maioria dos agressores são os filhos, seguidos de outros parentes. Registrou que em 88,3% dos casos os agressores foram os próprios familiares, sendo que os filhos foram os autores em 57,7% e outros parentes foram em 30,6% dos casos. Desses parentes, destacam-se os netos, que foram em 11,9% dos casos 13 os agressores da vítima. Por fim, destacou que apenas 11,7% dos casos foram praticados por pessoas sem vínculo de parentesco com o idoso, sendo que prevaleceu, dentre esses, os vizinhos, com 4,9% dos casos. Assim, percebe-se que, em pouco mais de 1 a cada 10 casos de agressão, foram terceiros que agrediram os idosos. No mesmo sentido Gaioli (2008), relata no seu estudo que: No que diz respeito ao relacionamento entre ofensor e vítima, verificou-se que 41 (47,1%) idosos de ambos os sexos especificaram o agressor, dentre eles: filhos, netos, noras e genros; 20 (22,9%) citaram um amigo ou conhecido; 15 (17,2%) idosos identificaram como o agressor, assaltantes que adentraram ao domicílio e 11 (12,6%) eram cônjuges ou companheiros dos idosos ( p. 3). Moraes (2008, p 8) destacou que, de um modo geral, a violência física foi a mais frequente entre “os que tinham companheiro e entre os que coabitavam com um maior número de pessoas”. Isso corrobora com os estudos que demonstram ser os descendentes e cônjuges aqueles que cometem mais violência contra os idosos. Abath (2012) menciona que a proporção de agressores em que existia um vínculo familiar foi 145% maior dos que não tinham essa relação. Corrobora com esse entendimento a pesquisa realizada por Oliveira (2012, p.9), em que destacou que no DF, “as vítimas de maustratos em domicílio são, predominantemente casadas”. São várias as explicações para isso ocorrer, não havendo um consenso entre os pesquisadores. Alguns autores dizem que a violência ocorre por pessoas da família devido a história de pouco afeto e solidão na relação entre os cônjuges e parentes ou entre pais e filhos. Outros apontam a sobrecarga do cuidador do idoso como sendo o principal fator que faz com que o idoso seja agredido. Há ainda aqueles que indicam que “o grau de interdependência cuidador-idoso, quer no âmbito físico, afetivo ou econômico, seja mais um fato importante no processo” (MORAES, 2008, p.8). Dessa forma, os autores variam de opiniões. Alguns entendem que a maior parte das pessoas que agridem os idosos são de sua família ou de seu convívio social, em sua maioria filhos. Já outros entendem que a maior parte são terceiros, em especial os cuidadores. É possível perceber que, muitas vezes, a diferença ocorre devido o Estado em que foi realizada a pesquisa e também ao nível sócio-econômico das pessoas analisadas. É importante ressaltar que o fenômeno da violência vem aumentando devido o fato de que a família é o suporte de maior importância para o idoso. Ocorre que as estruturas familiares vem sofrendo muitas modificações. Diversos são os motivos para esse fenômeno, tais como: separações; divórcios; novas uniões; estabilidade do mercado de trabalho e movimentos migratórios nacionais e internacionais em busca de oportunidade no mercado de trabalho; maior tempo de vida das gerações e um aumento do contingente de viúvas, geralmente morando sozinhas nas cidades; idosos exercendo chefias de família e participação crescente da mulher no mercado de trabalho. (OLIVEIRA, 2012,p. 2 ). Assim, as mudanças no seio da família acabam por aumentar o número da violência, causando diversos danos ao idoso. Vários são os motivos possíveis para ocorrer a violência no seio das famílias. “Relações enfraquecidas e história familiar prévia de violência favorecem o surgimento desse evento”. Além disso, famílias despreparadas para compreender, administrar e tolerar seus próprios conflitos tendem as ser violentas”. Além disso, fatores como crenças, valores e concepções sobre a velhice e a necessidade da pessoa de um cuidado, são fatores que 14 influenciam na qualidade de tratamento ao idoso, independente da pessoa ser seu parente ou não(Abath, 2012, p. 8). Em relação ao tipo do sexo dos agressores, Nogueira (2010), destacou, em sua pesquisa, que a maioria foram homens (54,7% dos casos). Em sentido oposto foi a pesquisa realizada por Abath (2012), que destacou a probabilidade de ser maior o número de mulheres como agressoras. Isso ocorre devido o fato de que são elas quem, na maioria das vezes, cuidam das pessoas idosas. Todavia, isso não é um consenso. A autora destaca pesquisa realizada nos Estados Unidos em que ficou demonstrado que 62,6% dos agressores eram homens. Um possível motivo para isso seria o fato de que as mulheres agem, no geral, com conduta menos agressiva que a conduta dos homens. Nogueira (2010) também destaca o maior número de agressores como sendo do sexo masculino. Relatou que em ambos os sexos os agressores usam de forma mais comum a violência psicológica, seguida da negligência, violência econômica, depois a física e outras formas. Porém, ressalta que há diferença no caso de maus-tratos, uma vez que os homens impetram mais violência psicológica e física. Já as mulheres agem de forma mais negligente, com violência econômica e outros tipos. Um motivo possível para esse fato é que as mulheres exercem mais o papel de cuidadoras. Tendo maior responsabilidade de cuidado com os idosos ficam mais sobrecarregadas, tendo uma maior possibilidade de falhar em sua tarefa, fazendo com que o idoso fique mais abandonado ou mesmo podendo negligenciar nos cuidados com eles. E por terem maior contato com o idoso, isso facilitaria o desvio de suas finanças. 3.3 PERFIL DO IDOSO AGREDIDO Com o aumento da expectativa de vida e consequentemente do número de idosos, houve também um aumento do número de idosos que sofrem agressão. Assim, é importante analisar os motivos pelos quais esse fenômeno pode acontecer. Um dos motivos pelos quais idoso sofre muita agressão é o fato de ele ser bastante frágil. Deve-se buscar entender, portanto, quais fatores biológicos, sociais e psicológicos que caracterizam a fragilidade do idoso. Bandeira (2010) destaca cada um desses fatores. São eles: -fatores biológicos: perda de reserva e resistência do organismo, redução da massa muscular, alterações de eixos hormonais, alterações imunológicas, redução de energia, aumento da dependência e suscetibilidade a agressores, auto relato de exaustão, fraqueza, baixa velocidade ao caminhar (lentidão), perda de peso, baixa atividade física, déficit cognitivo, comorbidades, sexo feminino, idade avançada, hospitalizações, síndromes geriátricas, diminuição da qualidade de vida e saúde, pessoas que realizam diálise 39 autores dos artigos, 68,%). -fatores psicológicos: Distúrbio de humor ( ansiedade, depressão), dificuldade de enfrentamento, péssimo, medo, má avaliação da saúde, insatisfação e déficit psicológico (...) -fatores sociais: Baixa rede de apoio social, viver só, pouca participação em atividades voluntarias, más condições sociais, baixa escolaridade, indivíduos socialmente desfavorecidos, ser mulher, isolamento, eventos do curso da vida, redução das taxas de institucionalização (...) -fatores ambientais: diferenças entre países na distribuição de um fenótipo de fragilidade, espaço de vida reduzido, morar na área rural (...) (Bandeira, 2010, p. 6) 15 Em relação ao perfil do agredido, do mesmo modo que ocorre com o perfil do agressor, é difícil identificar as características comuns, de modo a traçar um perfil adequado. Porém, os artigos buscaram chegar a uma possível conclusão sobre o perfil do idoso agredido. Nesse sentido, Pinheiro (2011) destaca em seu estudo que os idosos vítimas de violência têm o seguinte perfil: são do sexo feminino; a média da idade é de 71 anos; cor da pele é parda; casados; já estão na inatividade; e em relação ao grau de ensino, tiveram o ensino fundamental incompleto. Em relação ao sexo dos agredidos, a maioria das pesquisas registrou que a mulher é a idosa que mais sofre agressões. Ocorre que algumas pesquisas divergem desse dado, caracterizando o homem como aquele que mais sofre agressões. Oliveira (2012), registrou, em sua pesquisa, uma atipicidade no Distrito Federal em relação a outros países e também a outras capitais brasileiras, uma vez que o maior número de pessoas agredidas são do sexo masculino. No mesmo sentido foi a pesquisa realizada em Ribeirão Preto, São Paulo, em 2002, em que há também uma predominância de idosos do sexo masculino que recebiam maus-tratos em domicílio. Corrobora com esses dados os estudos realizados em outros países como Canadá, Países Baixos e EUA. Ocorre que a própria autora destaca o fato de que esse resultado “difere de pesquisas realizadas na Finlândia e dados do National Aging Resource Center, nos EUA, e no Brasil onde se observa maior prevalência de maus-tratos em idosos do sexo feminino”. Corrobora com esse entendimento a pesquisa realizada por Abath (2012), em que ficou consignado que foi 54% maior a relação de agredidos do sexo feminino em relação as pessoas do sexo masculino. No mesmo sentido foi a pesquisa realizada por Pinheiro (2011), em que ficou registrado que os idosos do sexo feminino são os que sofrem maior número de violência. Do mesmo modo foi o estudo realizado por Oliveira (2012) que destacou a exceção do estudo realizado em Ribeirão Preto (SP), em que houve um maior número de violência nos idosos do sexo masculino. A autora, citando Faleiros, destaca ainda que a maior vítima é a mulher, devido a “dinâmica da relação de gênero, expressa nas relações de poder tanto no espaço intra como extrafamiliar”. A mulher, no momento em que se torna uma pessoa idosa, aumenta a sua fragilidade, “em função da circunstância do envelhecimento, pois, em geral, são mais doentes do que os homens e possuem, inclusive, mais incapacidades funcionais” (ABATH, 2012, p.7). A autora citada acima, ainda relata que outros autores abordam sob uma diferente perspectiva de explicação essa temática, ressaltando que a mulher seria a principal vítima não porque ela é mais frágil, e sim em função da severidade do dano provocado pela violência, que costuma ser maior nas pessoas desse sexo. E esse dano faz com que a mulher procure atendimento e fale que foi violentada, causando assim uma impressão de que a violência ocorre em maior número em relação as pessoas desse sexo. Duque (2012) menciona, em seu trabalho, que a violência foi mais frequente no sexo feminino. Destaca que diversos estudos descrevem que as mulheres são mais abusadas do que os homens. Esses fatores ocorrem, possivelmente, “quando a questão de gênero se alia ao fato de as mulheres estarem em situação de maior vulnerabilidade do que os homens”. A referida autora ressaltou que, embora possa haver algumas ressalvas, é possível perceber a prevalência da violência contra a mulher, tendo seu estudo demonstrado que elas sofrem 23,91% de violência a mais que o sexo masculino (DUQUE, 2012). Outra explicação para esse fato, verificada em alguns estudos, é que isso ocorre devido a feminilização dos idosos brasileiros, já que as mulheres estão vivendo mais que os homens, tendo uma expectativa de vida superior. Outro fato é que a violência contra as mulheres, muitas vezes, ocorre desde a juventude, podendo ser um possível fator que pode causar maior possibilidade de risco de elas serem agredidas no futuro (PINHEIRO, 2011). 16 Em relação ao grau de estudo dos idosos agredidos, o estudo realizado por Apratto Júnior (2010) mostrou que 76,4% dos que responderam sua pesquisa disseram ter tido quatro anos ou menos de estudo, enquanto cerca de 8% disseram que tinham escolaridade maior que a 8ª série. Em sentido oposto, Moraes (2008) destacou que a ocorrência de violência física foi por volta de 3 vezes mais comum entre idosos que tinham maior escolaridade, quando comparado com os idosos que tinham até 3 anos de estudo. Destacou ainda que, quando comparado aos idosos com primeiro grau completo, foi 4 vezes maior o número de violência em idosos com mais escolaridade. Destacou que sua pesquisa discordou de outros estudos. Em relação aos possíveis motivos desse fato, o autor destacou que É possível que a menor prevalência de violência nos idosos com menos de 11 anos de estudo seja decorrente de um menor grau de identificação do problema nesse subgrupo. Presume-se que idosos com menor escolaridade apresentem um maior grau de dependência financeira ou em atividades do dia-a-dia com relação aos seus cuidado res, impondo uma ‘lei do silêncio’ ao indivíduo vitimizado. O medo de perder a única fonte de cuidado e afeto, bem como o receio de represálias ainda mais duras por parte dos cuidadores, poderia estar impedindo a declaração da violência sofrida entre os mais vulneráveis. (MORAES, 2008, p. 8). Outo fator interessante é com relação ao idoso que tem alguma patologia e as agressões sofridas. Moraes (2008) destacou que os estudos não apontaram com exclusividade se esse fator é determinante. “Pesquisadores indicam que os idosos com história de maus-tratos apresentam maior prevalência de demência, depressão, problemas de memória e reumatológicos do que aqueles que não foram vitimizados”. Dentre os possíveis motivos que possam justificar o excesso de patologias nos idosos que acabam sofrendo violência nos lugares em que habitam parece ter destaque: a perda da autonomia física e/ou cognitiva, e que, levando à demanda de outra pessoa a realização das atividades diárias e instrumentais, cria conseqüentemente uma relação de ‘desempoderamento’ e subordinação do idoso. Certos autores, porém, sugerem que as comorbidades possam ser, pelo menos em parte, conseqüências da própria violência, na medida em que esta pode gerar um grau de estresse permanente, o que, em si, é um importante mediador das doenças crônicodegenerativas e mentais (Moraes, 2008, p. 8) Outro dado importante é a questão financeira do idoso agredido. O idoso, no geral, fica bastante tempo em casa e muitas vezes não tem uma fonte de renda. Assim, a dificuldade financeira pode explicar a violência contra o idoso em certos casos. Outras vezes, o idoso é a fonte de renda da casa, o que pode gerar também agressões a ele, devido o fato dos outros quererem usar o seu dinheiro. Assim, o fator financeiro pode gerar agressão contra o idosos, “seja pelo idoso ser considerado um ‘peso’ ou, na situação inversa, a fonte de renda do domicílio”. (ABATH, 2012, p.8). Em relação a idade do agredido, Abath (2012) destacou que um estudo americano demonstrou que os idosos mais velhos são proporcionalmente mais violentados no ambiente doméstico. Relatou que o idoso que sofreu agressão física no ambiente doméstico tinha mais de 80 anos, em 43,7% dos casos. A referida autora ainda afirmou que autores dizem que quanto menor a idade do idoso, eles têm mais autonomia, pois possuem uma menor possibilidade de dependência física e mental, facilitando, assim, o registro das denúncias. (ABATH,2012). Já no estudo realizado por Gaioli (2008), ficou registrado que a maioria dos idosos que sofreram violência estava na faixa etária dos 60 a 69 anos. 17 Corrobora com esse entendimento o estudo realizado por Moraes (2008), que também registrou que a maioria dos idosos que sofrem agressão estão na faixa dos 60 a 70 anos. Coaduna com esses entendimentos a pesquisa realizada por Duque (2012). Em relação ao arranjo familiar ficou registrado que os idosos que moravam com um maior número de coabitantes, 6 pessoas ou mais, eram mais violentados, correspondendo a 33,33% dos casos (DUQUE, 2012). Outro ponto que merece atenção e discussão é se o uso do álcool influencia nos idosos que sofrem violência. Vários estudos declaram a relação que existe entre maus-tratos sofridos e a dependência química do cuidador ou do idoso. Ocorre que o número de idosos que sofrem violência e usam álcool pode não ser maior porque os questionários são baseados, em sua maioria, em itens que tratam de forma a desaprovar o indivíduo que faz consumo de bebidas alcoólicas. Em razão desse senso comum, de que os idosos não devem utilizar bebidas alcoólicas, é possível que muitos tenham respondido de uma forma que não retrata a realidade (APRATTO JUNIOR, 2010). Em sentido contrário a essa pesquisa, Moraes (2008) destacou, em seu estudo, que a violência física não sofreu variação nos casos de uso de álcool. Ocorre que a autora também destacou que esse número reduzido é constatado devido o fato de que os questionários tratam do uso do álcool como algo ruim, de modo que os idosos possam não ter respondido a verdade. Já no que se refere à raça e cor do idoso, Abath (2012) destaca que esse fator é muito importante em relação a violência, uma vez que existe uma construção social de exploração e dominação sobre os negros, fruto da escravidão, trazendo consigo o preconceito e a discriminação, de modo que eles fiquem mais vulneráveis a sofrer algum tipo de violência. Como pode se perceber, o perfil dos idosos que sofrem violência doméstica, é bastante complexo, uma vez que os fatores a eles associados se encontram em diversas esferas da realidade social, variando em gênero e classe e de acordo com os aspectos sociais, culturais e econômicos. Assim, o enfrentamento da violência é uma “tarefa igualmente complexa, que tem um longo caminho a ser percorrido” (ABATH, 2012, p.9). A frequência da violência nos diferentes grupos sociais faz com que fique muito difícil caracterizar um quadro geral para os idosos agredidos. A pesquisa realizada por Apratto Júnior (2010) demonstra esse quadro. O autor destaca que: De acordo com a literatura sobre o tema, esperava-se que as diversas formas de violência fossem mais frequentes entre os idosos mais velhos, com menor escolaridade, que morassem em lares com maior número de indivíduos, casados, com comprometimento da saúde física e mental, com algum grau de incapacidade funcional e que fizessem uso abusivo do álcool. De fato, entre os idosos entrevistados, de modo geral, a prevalência do problema foi mais elevada entre os de escolaridade baixa, com maior número de filhos e entre os que apresentavam certas patologias. (APRATTO JÚNIOR, 2010, p. 9) Assim, cabe aos profissionais da área buscar encontrar um quadro mais claro em relação as características dos idosos que sofrem agressão. 3.4 TIPO DE VIOLÊNCIA Importante observar que o termo violência deve ser usado em sentido amplo. Ou seja, ele pode corresponder não só ao dano físico, mas também moral, psicológico, social, causados por atos ou omissões dos familiares ou terceiros (OLIVEIRA, 2012). 18 O tema abordado no presente artigo, violência intrafamiliar contra a pessoa idosa: revisão integrativa, busca uma análise da violência contra o idoso causada dentro do âmbito doméstico. Deve-se destacar que a violência intrafamiliar é aquela que ocorre no âmbito das famílias. Essa violência intrafamiliar pode ser de 2 formas: a violência doméstica e a violência familiar (OLIVEIRA, 2012). A violência doméstica não se resume apenas a família. “Envolve todas as pessoas que convivem no mesmo espaço doméstico que o idoso e que estão vinculadas ou não por laços de parentesco, como por exemplo, empregados, agregados e visitantes esporádicos”. A segunda forma, denominada violência familiar, “é aquela praticada por familiares do idoso, seus filhos, netos, bisnetos, cônjuges ou companheiros, dentre outras pessoas que possuem ligação com ele” (OLIVEIRA, 2012, p.2). Abath (2012, p. 6) também destaca a possibilidade da violência contra essas pessoas poder ocorrer em diferentes cenários, sendo que o mais comum e mais difícil de combater é a agressão que ocorre dentro do ambiente familiar. Além disso, ressalta que o “predomínio de violência contra a pessoa idosa no ambiente doméstico é consensual na literatura”. Muitas são os tipos de maus-tratos que podem ocorrer dentro dos atos de violência. Eles podem ser classificados em sete tipos: (1) violência física - uso de força física que pode produzir uma injúria, ferida, dor, incapacidade ou morte; (2) violência psicológica - agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar, rejeitar, humilhar a vítima, restringir a liberdade ou ainda isolá-la do convívio social; (3) abuso financeiro ou material - exploração imprópria ou ilegal e/ou uso não consentido de recursos financeiros de um idoso; (4) abuso sexual - ato ou jogo sexual que ocorre em relação hétero ou homossexual, que visa a estimular a vítima ou utilizá-la para obter excitação sexual e práticas eróticas e sexuais impostas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças; (5) negligência - recusa /omissão ou fracasso por parte do responsável no cuidado com a vítima; (6) abandono - ausência ou deserção, por parte do responsável, dos cuidados necessários às vítimas, ao qual caberia prover custódia física ou cuidado; (7) autonegligência - conduta de pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou segurança, com a recusa ou o fracasso de prover a si mesmo um cuidado adequado. (Sem grifo no original) (OLIVEIRA, 2012, p. 3). Em relação aos tipos de violência que são relatados de forma mais frequente, Nogueira (2010), em sua pesquisa, entendeu que foi o “psicológico, seguido de negligência, violência econômica e física”. Em sua pesquisa, ficou registrado que 66,5% dos idosos sofreram mais de um tipo de violência. Dentre as associações de violência, a mais comum foi a ocorrida entre a violência física e psicológica, tendo ocorrido com 12,8%. A segunda maior foi a associação entre violência psicológica e negligência, tendo ocorrido com 12,4%. Depois vieram a associação entre violência psicológica e negligência e a entre a violência psicológica com a econômica, com 10,1% e 6,7%, respectivamente. Pinheiro (2011, p.11) destacou em sua pesquisa que as formas de agressão mais encontradas foram as que infringem o Estatuto do Idoso, sendo que os crimes mais frequentes foram os previstos nos artigos 99, 102, 104, que punem aqueles que expõem a perigo “a integridade e a saúde física do idoso, submetendo-o a condições desumanas, ou aquele que se apropria de seus bens e/ou tenta reter o cartão magnético de conta bancária com o objetivo de assegurar o seu recebimento, seguido de ameaça, lesão corporal e injúria”. Rezam os seguintes artigos: “Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado: Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. 19 § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 2o Se resulta a morte: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (...) Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade. (...) Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida: (...)” Em sua pesquisa, destacou que um estudo realizado no Ceará identificou que os tipos de agressões que os idosos mais sofriam eram do tipo financeiro e econômico, seguidos pelas agressões verbal e física. Em outra pesquisa, realizada em Curitiba, ficou demonstrado que as formas mais comuns de agressão foram a discriminação, ofensas, agressões físicas e morais. Assim, “podese configurar o cenário das agressões contra os idosos no Brasil, em que a incidência de cada uma delas dependerá do contexto sociocultural e econômico apresentado pelo estado no qual se insere o idoso” (PINHEIRO, 2011, p.11). Duque (2012) relata, em pesquisa de seu artigo, que houve predominância da agressão física com 28%, seguida da financeira (25%), depois vindo a psicológica (23%). Abath (2012),destaca que o maior número de violências ocorreram no final de semana, uma vez que, nesses dias, há um aumento no consumo abusivo de álcool por aqueles que eventualmente tem possibilidade de praticar algum ato de violência contra essas pessoas. Esse tipo de perigo, associado ao fato de que nesses dias aumenta a convivência com os idosos, costuma fazer com que aumente o número de agressões nesses dias. A violência psicológica foi bastante encontrada em vários estudos. Ocorre que, diante do grande número de casos e das diversas consequências negativas desse tipo de violência ao idoso, vários autores estão tratando desse problema de uma forma grave de agressão, que necessita de ser enfrentada. Apratto Júnior (2010) destaca em sua pesquisa, levando conta a relação da prevalência das diferentes formas de violência doméstica, que 43,2% dos entrevistados já tinham sofrido violência psicológica ao menos 1 vez, no ano anterior a sua pesquisa. Ainda declarou que 10% dos entrevistados já tinham sofrido alguma forma de violência física, sendo que 6,1% sofreram uma violência física grave nesse período. Porém, o idoso não pode ser tratado sem dignidade. Ele deve ter respeitado seus direitos. Nos termos do art. 5°, caput, da Constituição Federal “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Dessa forma, a pessoa idosa não deve ser tratada com distinção das demais pessoas. Ela, portanto, possui o direito a uma vida digna, sem sofrer preconceito ou outra forma de discriminação. 20 A Constituição Federal de 1988 (CF/88) trouxe como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana. Portanto, o idoso deve ser tratado com toda a dignidade necessária. Isso também implica em um maior cuidado do governo, bem como das demais pessoas. A Constituição traz o princípio da igualdade. Ocorre que essa igualdade não quer dizer que necessariamente todo tratamento seja igual. Esse princípio também se materializa materialmente quando o governo traz medidas afirmativas para uma determinada classe de pessoas, como ocorre, muitas vezes, com a pessoa idosa. Ainda nos termos da CF/88, “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”. Por isso, o dever de amparar as pessoas idosas não é somente do Poder Público. Trata-se de um dever da sociedade, em especial da família a qual pertence o idoso. Assim, o idoso tem o direito de ser amparado por seus filhos e parentes na sua velhice, ter condições dignas e apropriadas para viver, não sofrer qualquer tipo de discriminação, serem respeitados, etc. Em contrapartida, é dever do Estado e da sociedade fazer com que esses direitos sejam assegurados. Diversas são as disposições infraconstitucionais que amparam os idosos. O Estatuto do Idoso (Lei n° 10.741/03), por exemplo, traz diversos direitos aos idosos e punições para aqueles que cometerem algum tipo de discriminação, violência, crueldade, opressão, ou algum atentado, seja por meio de ação ou por meio de omissão. Esse Estatuto trouxe várias mudanças significativas, inclusive prevendo punições para os casos, por exemplo, de abandono ao idoso em hospitais ou casa de saúde ou de violência doméstica. Além disso, o Estatuto garante, no art. 9°, que é obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Ainda nos termos do art. 10 do mesmo Estatuto, existe a previsão de obrigação do Estado e da sociedade, de assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. Deve-se destacar ainda a Política Nacional do Idoso (Lei n° 8.842/94) que tem por objetivo assegurar a pessoa idosa seus direitos, promovendo sua autonomia, participação efetiva na sociedade e acesso à cidadania. Esses direitos devem ser assegurados pelo Estado, pela família e pela sociedade. Essa Política Nacional ainda tem como diretrizes a de viabilizar a participação do idoso na sociedade, através de organizações, a fim de proporcionar a integração com as demais gerações. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo possibilitou caracterizar a produção científica quanto aos aspectos metodológicos dos estudos sobre violência intrafamiliar contra a pessoa idosa no período dos últimos cinco anos. Com relação à categorização dos estudos, observou-se que a violência que o idoso mais sofreu foi a psicológica, seguida da violência física. Outra constatação importante, mesmo que não tenha ficado tão claro o perfil do idoso agredido, foi de que são, em sua 21 maioria, mulheres. Isso ocorre, muitas vezes, porque elas podem ter sofrido diversas violências desde a juventude, ou mesmo pelo fato de serem mais vulneráveis, devido a questão de gênero. Detectou-se, também, a baixa produção científica. Foram encontrados apenas doze estudos publicados no Brasil, em português, sendo que, em sua maioria, são artigos ligados à área da saúde, fato que demonstra a violência como importante problema social e de saúde pública. Além disso, a participação do assistente social, como autor principal, ocorreu apenas em um estudo, fazendo-se, assim, necessária uma reflexão sobre a temática, de modo que novas pesquisas sejam desenvolvidas e divulgadas. Portanto, de acordo com os resultados desta revisão integrativa (RI), sugere-se aos profissionais de saúde, inclusive aos assistentes sociais, maior atuação tanto na assistência, quanto na produção de pesquisas direcionadas aos idosos. Assim, poderão desenvolver mais estudos de intervenção para prevenção de violência intrafamiliar, para que possam ser aplicados na prática, possibilitando melhorar a vida dos idosos. FAMILY VIOLENCE AGAINST ELDERLY: INTEGRATIVE REVIEW. Abstract: It is an integrative review of the production of knowledge about domestic violence against the elderly. We conducted a search in the database VHL (Virtual Health Library) which includes among others the following databases, the Latin - American and Caribbean Health Sciences (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem Online (Medline), Scientific Electronic Library Online (SciELO). The strategy used to obtain the publications had as a guideline the following descriptors contained in DESC / virtual library of health are: Mistreatment of the elderly, domestic violence, Family violence, and the word Brazil - as author affiliation. The search resulted in the selection of 12 articles, 10 quantitative, one qualitative study and reflection. The areas were publishing Medicine / Gerontology (n = 4), Public Health (n = 3), Nursing (n = 2), Mental Health / Psychology (n = 1), Dentistry (n = 1) and Social Work (n = 1). The results showed that domestic violence against the elderly still has little visibility in terms of interest for study by professionals. Keywords: Mistreatment of the elderly. Domestic Violence. Family violence. 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABATH, Marcella de Brito. Fatores associados à violência doméstica contra a pessoa idosa.. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia vol.15 no.2 Rio de Janeiro 2012. Disponível em : http://dx.doi.org/10.1590/S1809-98232012000200013. Acesso 10 de Fevereiro de 2013. APRATTO JÚNIOR, Paulo Calvalcante. A violência doméstica contra idosos nas áreas de abrangência do Programa Saúde da Família de Niterói (RJ, Brasil). Ciênc. saúde coletiva vol.15 no.6 Rio de Janeiro Set. 2010. Disponível em : http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000600037. Acesso 10 de Fevereiro de 2013 BANDEIRA, Isabela Cristina. Fragilidade em idoso:uma revisão integrativa. 2010. 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