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Ativistas mobilizam-se no Brasil e no exterior contra Belo Monte
Agostinho Vieira 20/08/2011
Os movimentos Brasil pela Vida nas Florestas e Xingu Vivo para Sempre e a
Frente Pró-Xingu querem fazer deste sábado – Dia Internacional da Ação em
Defesa da Amazônia – um dia de protesto contra a construção da Usina de
Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. As organizações alegam que 80% das
águas do Xingu serão desviadas e que mais de 20 etnias indígenas ficarão
desabrigadas após a construção da hidrelétrica.
Os ativistas programaram manifestações em Belém, Brasília, no Rio de
Janeiro e em São Paulo, e protestos contra a obra em mais 11 cidades.
Segundo os movimentos sociais, haverá manifestações também na próxima
segunda-feira (22) em cerca de 20 cidades em 16 países - entre eles, os
Estados Unidos, a Alemanha, a Inglaterra, a Noruega, o Irã, a Turquia e a
Austrália. Os protestos serão em frente às embaixadas e consulados
brasileiros.
Para Clarissa Beretz, do Movimento Brasil pela Vida nas Florestas, a
mobilização internacional contra a usina é estratégica. “Quando vira uma
questão mundial, os holofotes voltam-se para ela”. Este ano, a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados
Americanos (OEA) recomendou que o Brasil suspendesse as obras da usina.
Além da OEA, organização da qual o Brasil faz parte, entidades estrangeiras
com forte influência na opinião pública internacional, como a Amazon Watch e
a Anistia Internacional, criticam a obra.
Clarissa Beretz espera que, com a visibilidade no exterior, o governo mude a
posição “intransigente” e converse “democraticamente” com as os
movimentos contrários à hidrelétrica. “Sabemos que o país precisa de
energia, mas queremos discutir alternativas”, disse ela, ressaltando que o o
potencial da luz solar e dos ventos (energia eólica) podem ser mais bem
aproveitados.
Na opinião da jornalista Verena Glass, a construção de Belo Monte chama a
atenção internacionalmente por causa do impacto na Amazônia, por causa da
violação de direitos humanos dos povos indígenas e porque fere tratados
internacionais dos quais o Brasil é signatário. “Com que cara vamos sediar a
Rio+20?”, pergunta Verena, referindo-se à principal conferência ambiental
internacional que o Brasil sediará no próximo ano.
Segundo a jornalista, os movimentos sociais também vão questionar a
atuação de bancos públicos e privados no financiamento de obras como Belo
Monte. De acordo com Verena, os principais bancos brasileiros participam de
acordos internacionais que restringem o financiamento de atividades de
impactos social e ambiental negativo.
Em nota, o consórcio Norte Energia S.A., responsável pela construção da
usina, diz que “respeita as opiniões contrárias ao projeto de Belo Monte,
embora sejam fruto da desinformação”.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério das
Minas e Energia, o Brasil faz uso de fontes alternativas de energia. De 2004 a
2010, foram contratados cerca de 10 mil megawatts (MW) de energia solar,
eólica e de biomassa. A usina de Belo Monte terá capacidade plena de 11 mil
MW por ano e vai operar em média com 4,5 mil MW.
A obra já rendeu 13 ações de contrárias do Ministério Público, entre elas uma
que questiona a constitucionalidade do processo que autorizou a obra. A EPE
colocou sob consulta pública o Plano Decenal de Expansão de Energia até o
próximo dia 30. O documento fundamentará a elaboração de projetos futuros
em diversas modalidades de produção de energia em todo o país, inclusive
energia hidrelétrica na Amazônia.
Dilma volta a defender a usina de Belo Monte
Da Redação Época
Segundo a presidente, hidrelétrica é "fundamental para o desenvolvimento da
região", e não vai alagar terras indígenas. Movimentos locais temem impactos
sociais e ambientais da usina.
A presidente da República, Dilma Rousseff, voltou a defender a construção da
usina hidrelétrica de Belo Monte, principal obra do PAC. Em coluna semanal
publicada em vários jornais do país, Dilma disse que o empreendimento é
"fundamental para o desenvolvimento da região".
Segundo a presidente, a obra não será prejudicial aos povos indígenas da
região. "O reservatório não vai atingir nenhuma das dez terras indígenas da
área. Os povos indígenas não serão removidos de suas aldeias", diz Dilma. A
usina enfrenta resistência de movimentos socias e dos índios Kayapó.
Dilma também ressaltou os projetos ambientais que o empreendimento deve
implementar para atenuar os impactos da obra. "O Estudo de Impacto
Ambiental da Usina prevê a implantação de Unidades de Conservação que
totalizam 280 mil hectares de florestas. A hidrelétrica terá um canal ou escada
de peixes, para não interromper a piracema. E começamos a implementar o
Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingul", afirma.
O projeto de Belo Monte é polêmico. Apesar de o reservatório não alagar
terras indígenas, movimentos sociais de oposição à hidrelétrica alertam que a
barragem vai secar trechos do rio Xingu que são importantes para índios e
ribeirinhos. Esse impacto foi considerado apenas como "indireto" nos estudos
de viabilidade da usina.
A obra enfrenta forte resistência de ambientalistas e povos indígenas pelos
impactos sociais e ambientais que pode causar, e chegou a instâncias
internacionais: a Comissão Interamericana de Diretios Humanos, que faz parta
da Organização dos Estados Americanos (OEA), recomendou em abril deste
ano que o governo brasileiro interrompesse o processo de licenciamento
ambiental e o início das obras. Na semana passada, a ONG Anistia
Internacional publicou um estudo, sobre povos indígenas em todo o mundo,
dizendo que a obra pode causar "enormes problemas para a sobrevivência"
dos povos indígenas.
No mês passado, a reportagem de ÉPOCA esteve em Altamira, interior do
Pará, e testemunhou as mudanças que a cidade vive com a chegada do
empreendimento. Estima-se que a barragem vai atrair mais de 100 mil pessoas
para a região, dobrando o tamanho da cidade. A usina aumenta a renda do
município, mas tem um forte impacto social, como aumento de criminalidade e
de focos de doenças como dengue e malária.
Questão 01
Cite três exemplos que levam os ambientalistas a serem contra a construção
de usinas hidrelétricas.
Exemplo 1:______________________________________________________
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Exemplo 2:______________________________________________________
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Exemplo3:_______________________________________________________
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Questão 02
Qual é o argumento ou os argumentos dos ambientalistas no caso da Usina de
Belo Monte?
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Questão 03
Qual é o argumento da presidente para que a construção ocorra?
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Questão 04
O Plano de Aceleração do Crescimento tem como principal objetivo o aumento
do PIB. Como a construção da Usina de Belo Monte possibilitará isso.
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Questão 05
No primeiro texto Clarissa Beretz, do Movimento Brasil pela Vida nas Florestas,
diz que: “Sabemos que o país precisa de energia, mas queremos discutir
alternativas”.
Cite quatro tipos de energias alternativas e explique porque são assim
chamadas.
Energia alternativa 1_______________________________________________
Energia alternativa 2_______________________________________________
Energia alternativa 3_______________________________________________
Energia alternativa 4_______________________________________________
Explicação_______________________________________________________
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Questão 06
Muitas pessoas consideram as usinas hidrelétricas uma forma de geração de
energia “limpa”, pois não há emissão de gás carbônico como naquelas
derivadas dos combustíveis fósseis. Mas, há quem discorde disso.
O que possivelmente um ambientalista falaria ao discordar daqueles que
associam as hidrelétricas a energias “limpas”?
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