Ano 20 - Nº224 - Abril/2013 Desde 1994 www.portaldaseguranca.com.br portaldaseguranca.com.br Os impactos da Lei Federal 12.740/2012 A legislação e o combate às drogas R$ 14,50 Tel: (11) 3666-9893 - E-mail: [email protected] Prevenção de perdas em grandes eventos Dicas para entrar no mercado das “novas” profissões Análise de riscos Cidades seguras As enchentes e deslizamentos que ocorreram há pouco em São Paulo, poderiam ter sido evitados com um processo de planejamento? É possível reduzir os riscos e aplicar os conceitos utilizados em espaços de acesso restritos nas cidades e mantê-las seguras? editorial Expediente Boa imagem no CFTV Caros Leitores, N esta edição do Jornal da Segurança, Edson Menezes fala sobre lentes para aplicações de CFTV, explicando os fatores que são fundamentais para se obter uma boa imagem. Aureo Miraglia de Almeida aborda a prevenção de perdas durante os grandes eventos, levando em conta a chegada da Copa das Confederações e a visita do Papa neste ano, bem como Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016. Ricardo Franco Coelho faz um panorama sobre a dificuldade para reduzir os riscos de espaços de acesso regulamentados ou restritos e faz uma avaliação se é possível aplicar os mesmos conceitos nas cidades e mantê-las seguras. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano aborda a análise de riscos e plano de emergência tendo como exemplo as enchentes e deslizamentos que ocorreram em São Paulo neste início de 2013. Cesar Rampani da Silva expõem os impactos da Lei Federal 12.740/2012 para clientes, empresas prestadoras de serviços e os trabalhadores. Carlos Mauritonio Nunes apresenta dicas e como proceder para entrar no mercado das “novas” profissões de segurança privada. Confira a entrevista com Nino Meireles, abordando a legislação vigente e o combate às drogas. Boa leitura! Cristiane Mendonça-Tsoncheva Editora )) Assine e tenha acesso a todas as edições on-line; )) O maior conteúdo de segurança na língua portuguesa! )) Assista todos os vídeos da TV da Segurança; )) Publique vagas e currículos; )) Tenha descontos em todos os nossos produtos; )) Anuidade R$ 145,00 = 12 edições por ano. 2 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 Diretor Fábio M. A. R. Caruso Conselho Editorial Prof. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, CES, DEA, DSE (Brasiliano & Associados), Aureo Miraglia de Almeida, CES (Poliguard), Aleksander Grievs (Speed Safety), Carlos Mauritonio Nunes, DSE (PF), Claudio dos Santos Moretti, CES, ASE (Petrobras), Edson Menezes (Domínio), Eduardo Salles (Digital Hologram), Prof. Dr. George Felipe de Lima Dantas, Nino Meireles (CPSI), Ricardo Franco Coelho ADS (FIESP), Vinícius Domingues Cavalcante, CPP (Câmara Municipal do RJ) Edição, Arte, Diagramação, Revisão e Jornalista Responsável Cristiane Mendonça-Tsoncheva (MTb: 027.152) Departamento Adminstrativo-Financeiro Miriam Moreira Gaspar Departamento Comercial e Assinaturas Pedro Caprino ARTES 3D Vihar Ivanov Assistente de Marketing Erica Nakashima Colaboraram nesta edição Carlos Mauritonio Nunes, Ricardo Franco Coelho, Edson Menezes, Aureo Miraglia de Almeida, Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, Nino Meireles e Cesar Rampani da Silva Circulação Nacional Composição dos associados: decisores; influenciadores; consumidores; consultores; integradores e compradores nos segmentos: hospitais, bancos, escolas, universidades, empresas de segurança privada, transportadoras, hotéis, empresas multinacionais, indústrias, autarquias, órgãos de Segurança Pública e Forças Armadas, condomínios e administradoras, entre outras, estimando em 50 mil leitores. Tiragem desta edição: 10 mil exemplares Publicação Mensal da FAMARC- Comércio de Jornais e DVDs LTDA - ME - CNPJ: 08.891.132/0001-62 R. Dr. Sérgio Meira, 71 - Barra Funda - Cep: 01153-010 - São Paulo (SP) Telefone: (11) 3666-9893 E-mail: [email protected] www.portaldaseguranca.com.br A Avigilon localizou um homem neste 2013-Feb-02 01:14:28.655 PM que foi apanhado 2013-Feb-02 01:14:35.471 PM e identificado por sua 2013-Feb-02 01:15:45.559 PM Nesse meio tempo, identificação analógica CAM1 2013-Feb-02 01:14:35 PM Somente nossas soluções de vigilância de alta definição fornecem a você a história toda. Identifique incidentes rapidamente e melhore o tempo de resposta com os altos níveis de detalhes de imagem de um sistema ponta a ponta da Avigilon. Veja como a Avigilon pode ajudar sua empresa em avigilon.com/casestudies As imagens acima foram feitas com uma câmera Avigilon 29 MP HD Pro real (exceto a analógica). voz do leitor Parabéns ao JSEG Sou assinante do Jornal da Segurança há quase dois anos e pude perceber a evolução gráfica e principalmente as escolhas das matérias e dos assuntos abordados. Parabéns! Márcio Castro, por e-mail Caro Márcio, Temos como objetivo melhorar a cada edição publicada. Ficamos felizes que tenha notado nossa evolução. Você também vai notar que temos novos membros em nosso conselho editorial, o que possibilita um conteúdo ainda mais abrangente. Abraços, Fábio Caruso, Diretor Escreva para esta seção: [email protected] Prevenção e combate ao fogo Olá, como gestor de segurança eu gostaria de elogiar a iniciativa de fazer uma edição voltada à segurança, prevenção e combate ao fogo. É uma boa fonte de informações. Não podemos deixar que a tragédia de Santa Maria passe, sem nos deixar lições. Grato. José Valério de Abreu, por e-mail Caro José, Buscamos atender as necessidades do setor, obrigado pelo reconhecimento. Sempre que tiver alguma sugestão ou crítica, por favor, nos escreva. Abraços, Fábio Caruso, Diretor Panorama Lei que proíbe uso de capacete em estabelecimentos comerciais entra em vigor em São Paulo O projeto que proíbe o uso de capacetes ou qualquer outro tipo de cobertura que oculte a face dentro de estabelecimentos comerciais entrou em vigor no dia 13 março. O projeto que proíbe o uso de capacetes ou qualquer outro tipo de cobertura que oculte a face dentro de estabelecimentos comerciais entrou em vigor no dia 13 de março, em São Paulo com a publicação da lei no Diário Oficial do Estado. A iniciativa de autoria do deputado José Bittencourt foi sancionada pelo governador Geraldo Alckmin e tem o objetivo de combater crimes como assaltos. A determinação vale também para prédios que funcionam no sistema de condomínio e destaca que, nos postos de combustível, os motociclistas deverão retirar os capacetes antes da faixa de segurança para abastecimento. Os estabelecimentos deverão afixar, em um prazo de 60 dias, placas com a mensagem informando a proibição. Ao término desse período, quem não cumprir a leia será multado em R$ 500, valor que poderá dobrar em caso de reincidência. Bonés, capuzes e gorros não se enquadram na medida. Governo regulamenta criação de banco de DNA de condenados Sistema permite coleta de material genético de condenados por crimes hediondos ou de natureza grave. Aprovada em maio do ano passado, a criação do Banco Nacional de Perfis Genéticos foi finalmente regulamentada pela presidente Dilma Rousseff no dia 13 de março. A exemplo do modelo que existe nos Estados Unidos, e que ganhou notoriedade graças a séries policiais de TV, o banco brasileiro vai manter um registro de perfis genéticos de condenados por crimes hediondos ou violentos de natureza grave. O objetivo é manter uma base que possa servir em investigações em andamento para efeitos de comparação. Antes da regulamentação, apenas a coleta de digitais e de fotografias de condenados era autorizada. O banco, que se baseia no sistema de informação Codis (Combined DNA Index System), desenvolvido pelo FBI americano e que é utilizado em outros 30 países, prevê que os condenados sejam identificados por meio da coleta de material genético, como sangue, sêmen, fios de cabelo e pele, que deve utilizar técnica adequada e indolor. Os perfis genéticos vão ser armazenados em bancos de dados, administrados pelas polícias civis estaduais ou pela Federal. O DNA é um composto orgânico que coordena a produção de proteínas no corpo. Cada indivíduo possui uma combinação única, fazendo com ele funcione como um elemento de identificação, ou um RG impossível de ser falsificado. Ao 11 5583-3430 www.stiluseletronica.com.br / [email protected] encontrarem material genético numa cena de crime, policiais civis ou agentes da Polícia Federal poderão comparar o DNA com o de criminosos já condenados. A regulamentação do decreto também resultou na criação da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos. Enquanto o banco deve guardar os dados, a rede vai permitir uma integração entre os dados fornecidos pela União e pelos estados, permitindo que os policiais comparem o material com os de condenados em outros estados. A expectativa é que a criação da rede ajude o Brasil a mudar o cenário desalentador das investigações de homicídios. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgados no ano passado, cerca de 80% dos inquéritos que apuram homicídios ocorridos no Brasil até dezembro de 2007 foram arquivados, ou seja, não resultaram no julgamento de suspeitos. Porém, o banco não deve ser uma ferramenta para reduzir esses números em todo o País, pois, por enquanto, apenas quinze estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Bahia, Paraíba, Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) têm capacidade para alimentar a rede e o banco, de acordo com informações do Ministério da Justiça. LINHA COMPLETA DE CFTV, DVR INFRA VERMELHO DOMES E SENSORES 11 5585-3403 www.rmlbrasil.com.br / [email protected] panorama HID Global reforça estratégia na América Latina A empresa, que contratou novos gerentes regionais, pretende intensificar as vendas em regiões estratégicas e estreitar relacionamento com os parceiros locais. Para aumentar o relacionamento com os canais, auxiliá-los na conquista de novos clientes e desenvolver novos negócios com os atuais, a HID Global acaba de contratar oito novos gerentes regionais para América Latina, incluindo Brasil, região Andina, América Central, Caribe e México. No Brasil, os três gerentes contratados serão responsáveis pelas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. O objetivo da empresa é manter o crescimento nestas regiões, consolidar sua presença em mercados verticais e estreitar relacionamentos com os clientes e parceiros locais. Para atender a região nordeste, a HID Global conta com Reginaldo Machado Campos, que tem mais de 20 anos de experiência nas áreas comercial e técnica. Já no Rio de Janeiro, a empresa conta com Fábio Cortez, que possui experiência de mais de 18 anos no mercado de impressão. A região centro-oeste é representada por Vinicius Caetano Ayres Pereira com experiência como gerente de produto do setor de automação industrial. Segurança é prioridade no grupo de trabalho bilateral Estados Unidos-São Paulo Missão técnica vai conhecer a dimensão tecnológica da polícia de Nova York. Um grupo de trabalho bilateral dos governos de São Paulo e dos Estados Unidos foi formalizado no dia 25 de março, pelo governador Geraldo Alckmin e pelo embaixador norte -americano no Brasil, Thomas Shannon, para desenvolver projetos em educação, pesquisa, segurança, comércio e cooperação. É a primeira vez que os Estados Unidos estabelecem relação formal com um governo subnacional na América Latina, de acordo com o assessor especial para assuntos internacionais do governo paulista, Rodrigo Tavares. O cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Dennis Hankins, vai chefiar o grupo pela parte do país americano. Ele ressalta que, diplomaticamente, governos subnacionais estão se tornando tão importantes quanto países. O grupo já tem a primeira ação prática confirmada: no final do mês de abril, uma missão técnica chefiada pelos secretários de Segurança Pública, Fernando Grella, e de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Julio Semeghini, irá aos Estados Unidos com o objetivo de conhecer a dimensão tecnológica da polícia de Nova York. Representantes das polícias Civil e 8 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 Militar acompanharão a viagem, que visa avaliar a possibilidade de implantar tecnologias que envolvem vídeomonitoramento e bancos de dados criminais no Estado de São Paulo. O grupo de trabalho bilateral, que deve se reunir trimestralmente até 2014, é composto pela Assessoria Especial para Assuntos Internacionais do Governo de SP; as secretarias estaduais de Segurança, Justiça, Educação e Desenvolvimento Econômico; o Consulado dos EUA em SP e o Itamaraty. Entre as prioridades de ação até 2014 estão: proteção a testemunhas: organização de seminários conjuntos, visitas técnicas e programas de intercâmbio entre os EUA e o Governo de SP no âmbito do Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Provita) da Secretaria da Justiça do Governo de São Paulo. Tráfico de Pessoas: organização de seminários conjuntos, visitas técnicas e programas de intercâmbio entre os EUA e o Governo de SP no âmbito do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas em São Paulo da Secretaria da Justiça do Governo de São Paulo. Participação de policiais civis e militares em cursos de formação nos EUA nas áreas de segurança pública (combate ao tráfico de drogas; cybercrimes, combate à pirataria, à pedofilia, falsificação de moeda e cartões de crédito, combate ao crime organizado), custeados pelo Governo dos EUA. Policiais que participam do programa transformam-se em multiplicadores e se tornam formadores em SP, exportando o conhecimento para polícias do Peru, Bolívia etc. Além da troca de experiências e boas práticas na organização de eventos esportivos de grande porte. Pinkerton promove a palestra - Uma Visão Global da Estratégia de Segurança O evento foi realizado no dia 26 de março no Rio de Janeiro (RJ), a palestra teve como tema a gestão de riscos corporativos e foi promovida pela Pinkerton Corporate Risk Management. Na ocasião, o palestrante Robert Dodge, CPP, apresentou informações e estudos de casos recentes sobre mitigação de riscos corporativos, baseados na avaliação de ameaças, vulnerabilidades e consequências. Foram abordadas técnicas de avaliação e boas práticas de segurança utilizadas em diversas partes do mundo. Também foram discutidas coletas de informações avançadas e ferramentas de análise disponíveis para mitigação de riscos. Ameaças tecnológicas e princípios de proteção e segurança do século XXI também foram avaliados. Vale destacar que, nos últimos vinte anos, Robert Dodge atuou em segurança, investigações e consultoria em segurança. Iniciou suas atividades servindo à Marinha dos Estados Unidos. Em sua função atual, como vice-presidente sênior, Dodge é responsável pelo gerenciamento de todos os escritórios Internacionais da Pinkerton e das operações: Ásia, América Latina, Oriente Médio, África e Europa. No decorrer de sua carreira, atuou em projetos de investigações e de consultoria em segurança em mais de 60 países. Dodge é profissional de proteção certificado e membro de inúmeras associações da área de segurança dos grupos de indústria e de profissionais de serviços e é especializado em investigações corporativas e avaliações de riscos. Durante o evento foram disponibilizados recursos de tradução simultânea aos participantes. Assista a palestra na íntegra no site: www.tvdaseguranca.com.br - seção Palestras. vitrine Lançamento exclusivo DSP Topway GEN5 O DSP Topway Genesis 5. Trata-se de um poderoso dispositivo que transforma a câmera em um produto inigualável e com qualidades únicas. Entre os diversos benefícios deste sistema estão: aumento de resolução final para 650 TVL (color) e 720 TVL (P&B), senseup de 1024X, iluminação Mínima sem IR de 0,0001 (SenseUp). Conta com os recursos melhorados do Dynamic IR Control (Controle Dinâmico do IR), da função de Smart Detect Motion (Detecção por Movimento Inteligente), o Smart DNR 3D+2D (Redutor de Ruído Inteligente) e do DWDR. Topway www.topway.com.br WV-NW502SP - imagens nítidas em condições extremas Câmera dome fixa IP Mega Pixel com função antivandalismo. O CCD de 2.6 milhões de pixels e a plataforma Uniphier proporcionam imagens de qualidade, que permitem uma identificação 10 vezes mais precisa que uma câmera convencional. Sistema de detecção de face, até 8 faces podem ser detectadas na cena e transferidas como dados XML, tornando possível o desenvolvimento de aplicações customizadas. A tecnologia Super Dynamic, permite monitorar áreas com grande diferença de iluminação. As câmeras com tecnologia Super Dynamic, possuem variação dinâmica 128 vezes maior que as câmeras convencionais. Panasonic www.panasonic.com.br Speed Dome IP com amplo campo de visão A câmera speed dome IP modelo SDE2M-18X Full-HD é equipada com sensor CMOS SONYH de alta qualidade. Devido a sua performance HDTV 1080p e lentes autofocais de 18x, oferece um excelente nível de detalhamento de imagem. A SDE2M-18X Full-HD oferece um amplo campo de visão 16:9 e foi projetada especialmente para instalação externa, com grau de proteção IP66. Gerp IP www.gerpip.com.br 10 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 VEI-30 - câmera Dinion com infravermelhos Câmera de vigilância com infravermelhos ativos para todas as condições climáticas, certificada e concebida para a vigilância de perímetros e outras aplicações exteriores em condições de fraca luminosidade. Com tecnologia de imagem Dinion 2X com amplo alcance dinâmico para ultrapassar as condições de iluminação mais exigentes. A tecnologia de iluminação de campo variável proporciona um desempenho incomparável em condições de fraca ou nenhuma luminosidade. A caixa de derivação integrada, o controle remoto e os ajustes externos reduzem o tempo e custo da instalação. A câmera com infravermelhos proporciona as melhores imagens diurnas e noturnas e oferece uma cobertura de até 160 metros. Bosch Security www.boschsecurity.com.br vitrine Novas características das câmeras AirLive Sensor PIR (Passive Infra Red) A câmera com sensor PIR é muito útil para aqueles que precisam otimizar a gravação de imagem e para detectar movimentos humanos com precisão, pois a câmera detecta a presença de uma pessoa na gama do alcance do sensor. Só depois disso registra e grava imagens, reduzindo a quantidade de dados armazenados no cartão de memória ou em um NVR. WDR Enhanced Quando a luz de fundo envolve o objeto, a câmera de vigilância equipada com tecnologia de ampla faixa dinâmica (WDR, Wide Dynamic Range) pode ajustar a intensidade da área de claro e escuro para equilibrar a tela inteira, então o usuário pode reconhecer os detalhes da gravação. Lente Olho de Peixe (FishEye) É possível substituir quatro câmeras de vigilância por uma com uma lente especial conhecida como olho de peixe (fisheye) que registra imagens em um ângulo de 360 graus. Uma câmera olho de peixe permite mais do que uma imagem ampla e oval de um Tecnologia Clear Motion A nova geração de câmeras IP AirLive incorpora recursos que melhoram as soluções de vídeomonitoramento. A imagem mais bonita é inútil se não pode mostrar os detalhes de objetos em movimento. Para corrigir isso, AirLive desenvolveu a tecnologia Clear Motion, minimizando a indefinição causada pelo objetos capturados em movimento. AirLive br.airlive.com 12 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 lugar. Por exemplo, este tipo de câmera pode focar quatro pontos de visão diferentes para atender às necessidades de cada ambiente. Também, com a função e-PTZ (pan tilt eletrônico), estas câmeras permitem compartilhar e ver o que essas câmeras gravam permitindo visualizar vários pontos de interesse, que podem ser ampliados de forma simples com alguns cliques. entrevista A legislação e o combate às drogas Nesta edição o Jornal da Segurança conta com a entrevista de Nino Meireles, que fala sobre o combate ao tráfico de drogas durante sua atuação no setor de estatística do Núcleo de Inteligência do DENARC por quatro anos. Cristiane Mendonça-Tsoncheva Como a legislação pode atrapalhar ou ajudar no combate às drogas? De acordo com a sua vivência o que tem funcionado e o que não tem? A legislação é um problema no Brasil. Temos lei para tudo, mas não temos fiscalização para que sejam cumpridas. Além disso, as nossas leis são brandas e existe o sentimento de impunidade. Com relação ao tema tráfico de drogas, a mudança da condição do usuário para um simples doente, potencializou o tráfico, pois não podemos esquecer que quando existe demanda, existirá oferta. Outro ponto é a linha que difere o traficante do usuário, é muito tênue e depende de interpretação. Em função da dificuldade prática, é importante se formular uma punição compatível com a desobediência de ambos. Tal punição deve ser a mesma para consumidor e traficante e não deve conter exageros nem benevolências. Com que frequência a polícia consegue chegar ao topo da pirâmide do tráfico? Chegar ao topo é sempre difícil, normalmente se chega à base operacional. Estas pessoas são presas, mas rapidamente são substituídas, pois nas nossas favelas o ambiente é propício para o recrutamento de novos membros. Prender estas pessoas resolve alguma coisa de fato ou a solução seria outra? É importante ressaltar que o problema das drogas não é um problema de polícia, é algo muito maior que passa por educação, desigualdade social, empregabilidade etc. Não adianta prender pessoas se o cenário do Brasil não mudar, pois prende-se pessoas e outras surgirão para ocupar o espaço deixado. Qual o percentual de pessoas envolvidas com o tráfico que ocupa as cadeias hoje? Existem muitas prisões relacionadas ao tráfico de drogas, não sabendo definir o percentual. Na verdade, o tráfico é um evento que potencializa outros eventos (roubo, furto, homicídio). De que forma as crianças são usadas a serviço do tráfico? Este é outro problema relacionado à legislação. O Estatuto da Criança e do Adolescente que tem um objetivo de proteger o menor de idade termina sendo utilizado pelo crime, em particular pelo tráfico de drogas. Além da legislação, é fácil a utilização dos menores de idades pelo tráfico, pois os traficantes podem proporcionar a eles o que dificilmente teriam na sua família, condições de ter bens materiais que pessoas de outros níveis sociais possuem. Como o tráfico influencia outros tipos de crime? De várias formas. A primeira delas é em relação ao próprio usuário que ao entrar no mundo das drogas termina se envolvendo em crimes para manter o vício. Normalmente começa com pequenos furtos e termina evoluindo para roubo e latrocínio. O tráfico precisa de armas e em relação a elas também teremos crimes relacionados. O tráfico, como um tipo de negócio, precisa expandir e nesta expansão outros tipos de crimes surgirão, como por exemplo os homicídios. Como a sociedade pode reagir ao uso público e indiscriminado das drogas? O problema é que as drogas passaram a ser algo normal. Muitas pessoas não se incomodam mais com a utilização de drogas nas vias públicas e em lugares particulares. Além disso, os policiais sabem que o usuário não ficará preso e agir sobre ele passa a ser perda de tempo, além de correr o risco do usuário reagir e ser necessário o uso da força para a condução e deste uso, advir lesões. Estas lesões podem levar o policial a ser responsabilizado. Cães para Detecção Agora no Brasil Serviço Privado de Faro Canino Localize: POLIGUARD Explosivos K9 Entorpecentes e Pessoas Ocultas Detecção e Proteção Treinamento e projetos customizados. Serviços periódicos e sob demanda. 11-974-733-357 [email protected] w w w. s e g u r a n c a . c o m . b r 14 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 segurança eletrônica O uso correto de lentes para melhor qualidade nas aplicações de CFTV Todo fotógrafo sabe que pelo menos três fatores são fundamentais para se obter uma boa imagem. São eles: uma iluminação adequada, um sensor de boa definição e um conjunto óptico de qualidade. Com CFTV não é diferente, o profissional deve entender o quanto uma boa lente fará diferença no resultado esperado. Edson Menezes E ssencialmente o que uma lente faz é o redirecionamento dos feixes de luz para focalizá-los exatamente sobre o sensor, mas para a realização dessa tarefa vários parâmetros estão envolvidos, entre eles o tamanho do sensor, a distância entre a câmera e os objetos filmados, a largura do cenário visualizado e a chamada distância focal da lente. Com esses parâmetros em mãos podemos calcular a lente adequada, considerando quantos metros de largura ou altura, de um determinado cenário, queremos visualizar na tela do monitor. Lentes são fabricadas com diferentes medidas de distância focal, que resumidamente traduz a distância entre um ponto de foco, interno a lente, e outro no sensor de imagem da câmera, sendo este parâmetro medido em milímetros. Uma lente com pequena distância focal produzirá uma imagem aberta do cenário, com redução no tamanho aparente dos objetos e pode ser chamada de lente grande angular. 16 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 segurança eletrônica Visualização horizontal de um cenário, medida em metros, em função da distância da câmera (D) e da escolha da lente (distância focal-df) df = D=1m 3m 5m 7m 10m 12m 15m 18m 20m 30m 40m 50m 1,80 2,10 2,67 2,29 8,00 6,86 13,33 11,43 18,67 16,00 26,67 22,86 32,00 27,43 40,00 34,29 48,00 41,14 53,33 45,71 80,00 68,57 106,67 91,43 133,33 114,29 2,8 1,71 5,14 8,57 12,00 17,14 20,57 25,71 30,86 34,29 51,43 68,57 85,71 3,6 1,33 4,00 6,67 9,33 13,33 16,00 20,00 24,00 26,67 40,00 53,33 66,67 Já uma lente com grande distância focal produzirá uma imagem fechada do cenário, com aumento no tamanho aparente dos objetos, sendo, muitas vezes, chamada de lente zoom. As leis físicas da óptica nos permitem, de uma forma simples, determinar qual lente (distância focal) precisamos utilizar para produzir uma imagem com determinada abertura (largura de cenário vista no monitor). Uma fórmula matemática relacionando a largura do sensor, a distância entre o cenário de interesse e a câmera, bem como a largura de cenário que se quer visualizar no monitor, dá como resultado a distância focal “df” e portanto determina a lente correta. Fórmula: df = l.D/L Onde df (ou apenas f) = distância focal, (l = largura do sensor), D = distância entre a câmera e o cenário e L= largura de visão desejada. Sendo “L” e “D” normalmente referenciadas em metros e “l” e “df” em milímetros. Vamos ilustrar com um exemplo hipotético, onde utilizando uma câmera com sensor de 1/3 de 5 0,96 2,88 4,80 6,72 9,60 11,52 14,40 17,28 19,20 28,80 38,40 48,00 6 0,80 2,40 4,00 5,60 8,00 9,60 12,00 14,40 16,00 24,00 32,00 40,00 8 0,60 1,80 3,00 4,20 6,00 7,20 9,00 10,80 12,00 18,00 24,00 30,00 12 0,40 1,20 2,00 2,80 4,00 4,80 6,00 7,20 8,00 12,00 16,00 20,00 polegada (largura “l” de 4,8 mm), queremos visualizar, a 20 metros da câmera (distância “D”), um cenário com 12 metros de largura (“L”). )) Sensor de 1/3 “pol. com largura de 4,8 milímetros (l). )) Câmera posicionada a 20 metros de distância do cenário de interesse (D=20.000 mm). )) Largura de cenário desejada na visualização de 12metros (L=12.000 mm). Portanto: df = l.D/L = 4,8x20.000/12.000 = 8 milímetros, portanto uma lente zoom. A lente padrão fornecida habitualmente com a maioria das câmeras possui distância focal de 3,6 milímetros, assim aquelas com valores abaixo deste são consideradas grande angulares e outras com valores acima são chamadas de lente zoom. Para facilitar o dimensionamento vamos registrar os cálculos em uma tabela onde a primeira coluna apresenta diferentes distâncias entre a câmera e o cenário de interesse (D) e as demais colunas apresentam lentes 25 0,19 0,58 0,96 1,34 1,92 2,30 2,88 3,46 3,84 5,76 7,68 9,60 30 0,16 0,48 0,80 1,12 1,60 1,92 2,40 2,88 3,20 4,80 6,40 8,00 60 0,08 0,24 0,40 0,56 0,80 0,96 1,20 1,44 1,60 2,40 3,20 4,00 100 0,05 0,14 0,24 0,34 0,48 0,58 0,72 0,86 0,96 1,44 1,92 2,40 com diferentes distâncias focais (df). As células azuis da tabela trazem o resultado do cálculo da largura de cenário resultante (L), para sensores de 1/3 de polegada. Para exemplificar o uso da tabela vamos procurar a lente ideal para quem precisa visualizar, na tela do monitor, um cenário com seis metros de largura, estando a câmera instalada a 15 metros de distância deste. Aplicando os dados na tabela acima, concluiremos que a lente ideal será aquela com distância focal (df) de 12 milímetros. Com esses dados o profissional de CFTV poderá determinar, sem maiores complicações, qual a melhor lente para atender as necessidades de segurança, em cada ponto da instalação. Edson Menezes é engenheiro e consultor da Domínio Tecnologia parcerias@dominiotecnologia. com.br Controle de ronda on-line de verdade A Starx traz para o Brasil o mais avançado sistema de controle de ronda on-line controle absoluto plug and play O único que permite ser monitorado paralelamente em vários locais, sem instalação de software, com fornecimento de acesso total para o cliente final! ♦♦ ♦♦ ♦♦ ♦♦ ♦♦ ♦♦ ♦♦ Venda Locação Bastões Tags RFID Software nacional Cloud computing Assistência técnica certificada ♦♦ ♦♦ ♦♦ ♦♦ ♦♦ ♦♦ ♦♦ Tecnologia RFID Botão de pânico integrado Transmissão via GPRS Sensor de vandalismo Sensor de homem abatido Escuta remota Comunicação de voz bidirecional www.starx.com.br Legislação Lei Federal 12.740/2012 – impactos e cenários para clientes, prestadoras de serviços e trabalhadores Greves de vigilantes foram decretadas no interior do Estado de São Paulo, agências bancárias fechadas em pleno dia de expediente, paralisações de trabalhadores na Bahia, suspensão de atividades culturais, redução do atendimento a pacientes em hospitais públicos por ausência de segurança. Cenários caóticos! Com o novo cenário, muitos postos poderão ser cortados Cesar Rampani da Silva E stes serão alguns dos efeitos colaterais que irão agitar o mercado, enquanto a definição sobre a aplicação da nova Lei não for definitivamente referendada pelo Ministério do Trabalho. A nova Lei 12.740/2012, sancionada pela Presidente da República Dilma Rousseff, em 08 de dezembro de 2012, institui o pagamento de adicional de periculosidade para vigilantes privados e de transporte de valores. Ela atualiza o conteúdo do artigo 193 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-lei 5.452/1943), cuja nova orientação, explicita que as atividades ou operações consideradas perigosas são aquelas em que o trabalhador fique exposto permanentemente a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica, bem como roubos ou outras formas de violência física, nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. Com esta alteração de contexto laboral, os profissionais de segurança (vigilantes e seguranças) terão direito ao pagamento de um adicional de 30% 20 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 sobre o valor do salário. Tomando como base as diretrizes de um dos maiores sindicados patronais brasileiros: o SESVESP – Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica, Serviços de Escolta e Cursos de Formação do Estado de São Paulo, foi aprovada na convenção coletiva 2013, remuneração de adicional de risco de vida, com percentual fixado em 18%. Seguindo o terceiro parágrafo do texto promulgado, para composição deste novo benefício, devemos descontar ou compensar do adicional outros da mesma natureza, que eventualmente já tenham sido concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. Isto significa dizer que, no caso do Estado de São Paulo, precisaremos adequar o percentual atual de 18 para 30, acrescendo, portanto, 12% ao ganho já estipulado na convenção coletiva de trabalho vigente desde 1º de janeiro de 2013. Não menos importante, é destacar que anualmente são recalculados os custos na prestação de serviços, seja para reposição de perdas salariais resultantes da alteração de índices inflacionários e elevação do custo de vida, ou para manutenção do equilíbrio econômico financeiro dos contratos. O que vimos ao longo dos últimos anos, foram reajustes que variaram na ordem de 5 a 8%. Para 2013 o cenário será bem diferente, pois temos um reajuste já aprovado de 5,95% acrescido de gratificações (entre elas o adicional de risco). Outro valor que entra no cálculo deste ano provém da edição da súmula 444, aprovada pelo Superior Tribunal do Trabalho, que regulamenta a escala de trabalho de 12 x 36, praticada por muitas categorias profissionais, porém até então, sem regras pré estabelecidas. A súmula valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de tra- Legislação balho por trinta e seis de descanso, mediante acordo coletivo, e indica que os feriados trabalhados sejam pagos com valor dobrado em relação aos dias normais de trabalho. Fazendo as contas Os empresários do setor e, principalmente os clientes tomadores de serviços de vigilância e segurança, já colocaram na ponta do lápis os novos valores em seus “budgets” para este ano. A conclusão do exercício matemático é espantosa: )) 5,95% = reajuste para reposição de perdas inflacionárias diretamente incidentes sobre os salários. )) 3% = reajuste sobre o adicional de periculosidade (com previsão de incidência de mais 12%, quando regulamentada a nova Lei na CLT). )) 6,25% = adequação da remuneração dos postos com escala 12 x 36 para cumprimento da súmula 444. Somado, o montante acima representa impacto econômico compulsório de 15,20% sobre os preços atualmente praticados pelas prestadoras de serviços. O cumprimento das novas determinações certamente irá onerar o setor industrial e comercial público e privado, ambos grandes tomadores de serviços. Aplicado em “dose única”, um reajuste desta magnitude irá afugentar clientes e reduzir contratos significativamente. É previsível sinalizar reflexos em outras questões inevitáveis: verbas trabalhistas – 13º salário, férias, contribuição previdenciária e FGTS. A Federação Nacional das Empresas de Vigilância, Segurança e Transporte de Valores (FENAVIST), estima impactos econômicos da ordem de R$ 1,5 bilhão por ano com os novos valores. As empresas que hoje utilizam serviços terceirizados ou mesmo possuem equipes orgânicas, terão enormes dificuldades em revisar planilhas de cálculos e justificar tamanha elevação dos valores dos serviços às suas instâncias superiores. A grave crise econômica enfrentada pela Europa tem suscitado muita cautela nas filiais brasileiras de grandes corporações internacionais. “Todo gasto (e entre eles, erroneamente a segurança está incluída)”, tem de ser controlado e gerido com “olhos de lince”. Pode ser sorte, pode ser azar! A frase exprime o momento atual vivido por todos os profissionais de segurança. Após a inclusão e regulamentação da CLT, a Lei certamente se cumprirá. Os mais preparados serão agraciados com uma remuneração mais justa e a imposição de condições de trabalho diferenciadas ante o risco das atividades que desempenham. Aos menos preparados fica a ameaça da substituição do homem pela tecnologia. Pelo bem dos resultados e dos objetivos das organizações, serão em tese, substituídos por vigilantes eletrônicos que não falham, não se aposentam e não folgam jamais... Cesar Rampani da Silva é Coordenador de Segurança do Grupo Toledo Vaz [email protected] atualidade Ricardo Franco Coelho, ADS S eriam as diferenças tão grandes como parecem à primeira vista? Para efeito de comparação, podemos considerar os diferentes objetos de proteção em empresas, edifícios, instalações. Esses objetos de proteção podem ser bens e valores, equipamentos, sistemas, atividades, processos, informações, pessoas e as próprias edificações e instalações, por exemplo. E quais são as ameaças a considerar relativamente a esses objetos, e, além disso, quais são as vulnerabilidades que poderão dar margem a ações e eventos indesejados? A identificação e análise dessas variáveis e das particularidades envolvidas nos permi- te planejar as medidas necessárias para manter os riscos em patamares aceitáveis. As restrições de acesso em espaços privados ajudam a definir muitas dessas medidas. Em parte das instalações o acesso é livre, em outras é restrito a um conjunto de pessoas, o mesmo se aplicando a sistemas de TI&Comunicações. De alguma forma isso ocorre em restaurantes, bancos, hospitais, edifícios de escritório, serviços e indústrias. Mas, independentemente de sua eficácia, essas medidas consideram apenas a ameaça criminosa, ou seja, parte das ameaças. Outras, associadas a acidentes, eventos climáticos, contaminação, insalubridade, por exemplo, demandam outras medidas, sem as quais o local não é seguro. Como agravante, devemos 22 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 considerar que nenhuma empresa ou organização pode ser considerada um espaço fechado, tal a sua interdependência com outras organizações privadas e públicas, em um sucessivo encadeamento fornecedor-clientefornecedor. Tudo isso está assentado em estruturas maiores, representadas pelas cidades. Quando criminosos entram em residências, edifícios de apartamentos, empresas e outros espaços privados, bem como em instalações públicas como escolas, postos de saúde e outras, dizemos que não há segurança. Como medidas, a população restringe sua própria circulação, instala grades, alarmes e cobra resultados das organizações policiais. Mas o baixo número de ocorrências criminosas seria suficiente para rotu- atualidade Pode um espaço aberto ser um local seguro? Se há grande dificuldade para reduzir os riscos de espaços de acesso regulamentado ou restrito, onde as condições são presumivelmente controláveis, como pensar em termos de locais abertos como cidades? lar uma cidade como segura? A ameaça representada por criminosos é a única a considerar? São seguras as cidades assoladas por enchentes e aquelas com alto número de mortes por atropelamento e outros acidentes de trânsito, provocados também pela falta de espaços, por ruas e estradas em condições precárias? E o que dizer daquelas em que há epidemias, em que as marquises caem sobre pedestres, em que as interrupções energia são tão frequentes que comprometem a economia? São seguras? Considerando a diversidade de ameaças, as medidas ditas de segurança pública contribuem para redução dos riscos associados a atividades criminosas, mas não produzem efeito sobre os demais. Ainda que as Prefeituras possam também contribuir com medidas dessa natureza, constituindo Guardas Municipais, as demais ameaças continuarão presentes. Assim como se busca reduzir a ação criminosa ao nível mínimo possível, deve-se buscar a redução dos riscos não associados a essas atividades. A diversidade de organizações e instituições responsáveis pelas demais medidas leva facilmente à dispersão de esforços, ao desencontro de ini- ciativas e ao desperdício de recursos públicos. A proteção do cidadão e das organizações contra um conjunto tão diverso de ameaças exige processos estruturados, protocolos, controles e outras ações características da boa gestão e da governança. Independentemente da multiplicidade de responsabilidades, caberia aos Prefeitos assumir esse papel, pois tudo acontece nas cidades, nos espaços físicos onde as pessoas vivem e onde as empresas se organizam e atuam. Ainda que parte das medidas seja de responsabilidade do Estado ou da União, devem ser planejadas segundo sua contribuição para a solução do conjunto de problemas, com gerenciamento local, e não ocorrerão com eficácia se não houver coordenação, integração e mobilização da comunidade. A tecnologia tem papel importante nesse contexto. Contribuindo para o gerenciamento à distância, por meio de imagens e software, o que é bem mais do que monitoramento, torna possível, para Prefeituras, a instalação de sistemas relativamente simples, capazes de reunir informações sobre o que está ocorrendo no município e iniciar medidas previamente planejadas para as diversas situações, tanto as relacionadas com atividades criminosas, em que a intervenção de dissuasão e a resposta são de natureza policial, quanto de qualquer outra natureza, como saúde, transporte, iluminação pública, combate a pragas, emergências e outras, independentemente da estrutura de prevenção e resposta. À Prefeitura cabe a coordenação, a integração e parte das ações, a partir de painéis de controle ou dashboards que integram e relacionam dados e mostram a necessidade de agir. À Prefeitura cabe também a capacitação de administradores, a elaboração de projetos necessários para obtenção de verbas estaduais e federais disponíveis, as ações de comunicação e mobilização para envolvimento da população e o planejamento georeferenciado da ocupação do solo, de forma a conseguir permeabilidade, espaços, expansão econômica, convívio social, qualidade de vida e eliminação de condições que levam a emergências. Não é o que temos, mas é possível. Ricardo Franco Coelho é diretor de Segurança da FIESP e consultor da Núcleo Consultoria em Segurança [email protected] ABRIL 2013 JORNAL DA SEGURANÇA 23 análise de riscos Não existe plano de emergência sem análise de riscos O título deste pequeno artigo visa apenas ressaltar a incompetência dos gestores públicos e privados na gestão de situações de anormalidade. Estamos falando dos acontecimentos que o Brasil, mais especificamente São Paulo, sofreu neste início de 2013. Prof.Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano E nchentes e deslizamentos. Não estamos aqui, para somente apontar que faltou estrutura e recursos, mas algo mais profundo, relacionado com conceito e processo estruturado de gestão e planejamento. Segundo a base de dados internacional sobre desastres da Universidade Católica de Louvain, Bélgica, entre 2000 e 2007 mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas por algum tipo de desastre natural no Brasil. Os dados também mostram que, para este mesmo período, ocorreram no país cerca de 36 grandes episódios de enchentes, secas, 24 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 análise de riscos deslizamentos de terra e o prejuízo econômico gerado por esses eventos é estimado em mais de US$ 2,5 bilhões. Avalia-se que, no Brasil, os desastres naturais mais comuns são as enchentes, a seca, a erosão e os escorregamentos ou deslizamentos de terra. Eles são responsáveis por um número elevado de perdas humanas e materiais todos os anos. Sim todos os anos!! Pergunta: há contingenciamento previsto? Por que sempre as autoridades são pegas de surpresa? Sempre será culpa da mãe natureza? Onde está a gestão de riscos? Fases do Desastres Segundo o Coronel do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Baptista de Araújo, em seu livro Administração de Desastres, a administração de desastres se analisa e estuda para fins práticos, de forma sistemática como uma sequência cíclica de etapas que se relacionam entre si, e que se agrupam por sua vez em três fases distintas: antes, durante e depois. A base de qualquer Plano de Resposta a Emergência consiste na elaboração de uma Análise de Riscos, a qual é uma forma de se antever cenários e de se definir as medidas a serem implementadas, quer em termos de convivência com o risco, prevenção (diminuir a chance de ocorrência), ou intervenção (ação emergencial de controle). Os sistemas de respostas de emergência como um todo ainda não estão adaptados a situações de massa, pelos mais diversos fatores, tais como: problemas de comando, coordenação e organização do local do No gráfico abaixo poderemos visualizar suas fases com as ações a serem desenvolvidas evento, dificuldade de comunicações e de suporte logístico ao local do evento. Um bom exemplo do fato foi demonstrado no terremoto da Cidade do México em 1984, quando os veículos de socorro que primeiro chegavam aos locais, especialmente as ambulâncias, se viam impossibilitadas de sair, em virtude da chegada de novos socorros, causando um autêntico "engarrafamento de viaturas de socorro". O cenário do grande acidente mais o estresse e as dificuldades para se gerenciar a nova situação fazem com que as condições de trabalho se transformem em quase caóticas. As condições de pressão, a existência de múltiplos intervenientes, a polícia, as companhias de gás, luz, limpeza, as autoridades presentes, a imprensa etc. Exigem uma nova organização de socorro para esses casos. Por essa razão, a previsão das consequências, com suas respectivas extensões é o principal fator-chave de sucesso de um Plano de Resposta a Emergência. A base dessa previsão é a Análise de Risco! Infelizmente, ainda teremos inúmeros eventos sendo negligenciados pelos administradores públicos e privados, pela simples falta de operacionalização de processos estruturados de gestão de riscos. Vamos torcer para que Deus seja brasileiro, de fato! Prof. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano é diretor executivo da Brasiliano & Associados [email protected] A primeira empresa no mundo a utilizar DVR está sempre à frente do seu segmento! Saint Germain excelência em sistemas de CFTV Digital Projetos, Equipamentos, Vendas, Locações, Instalações e Manutenções Saint Germain www.stgermain.com.br +55 (11) 5084-0202 anuncio_mundial_97x70_final ABRIL 2013 JORNAL DA SEGURANÇA 25 Segurança em grandes eventos Prevenção de perdas durante os grandes eventos Com a chegada da Copa das Confederações e Visita do Papa este ano, Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016, o Brasil terá grandes desafios nas cidades sede dos eventos. Aureo Miraglia de Almeida, CES O grande vetor da prevenção de perdas durante os grandes eventos que estão por ser realizados no Brasil, como a Copa das Confederações e Visita do Papa este ano, Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016, será não somente o grande número e consequente acúmulo de visitantes brasileiros e estrangeiros nas cidades sede dos eventos, tanto em ambientes fechados como abertos, mas quais comportamentos podemos esperar que possam se transformar em riscos para os negócios e as pessoas locais. Riscos elevados sempre estarão presentes nos aeroportos, portos, estações rodoviárias e de trens, mas não podemos nos esquecer dos inúmeros hotéis, restaurantes, bares, lojas, shoppings centers, supermercados, padarias, farmácias, bem como, os profissionais que estarão em contato direto com estas massas de pessoas. Não importa se estamos falando de duas, seis, dez ou duzentas pessoas, a partir do momento que estão juntas seus comportamentos mudam e tendem a ser unidas, coordenadas, solidárias e principalmente contagiadas por quaisquer questões ou situações, agindo tanto para o bem, como para o mal, sempre visando a integridade de grupo. Tanto os riscos individuais como os coletivos estarão presentes em se tratando de um grupo de pessoas. Questões básicas de falta de atendimento às necessidades destes públicos podem gerar grandes frustrações e desencadear muitas reações negativas que poderão ser sentidas de forma imediata, ou posteriormente fora das zonas de controle da situação, fazendo com que estes busquem suas compensações psicológicas ou financeiras em outros lugares e de outra forma. Visitantes estrangeiros, principalmente torcidas organizadas, tendem a transferir suas percepções negativas iniciais para todas as demais situações que se envolvam, mesmo as menores e mais comuns, desenvolvendo 26 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 antipatias e impaciências que tendem só a aumentar durante todo o período da viagem. Ou seja, problemas nos aeroportos poderão ser sentidos nos hotéis; problemas sentidos nos hotéis poderão ser sentidos nos restaurantes; problemas nos estádios poderão ser sentidos nas ruas etc. É muito mais difícil lidar com grupos de vinte, trinta ou quarenta pessoas entrando em um shopping center ou supermercado do que pode parecer num primeiro momento. Grupos se manifestam e se comunicam o tempo todo fazendo muito barulho e intimidando as pessoas comuns por onde passam, principalmente durante os dias dos jogos, tentando extravasar suas emoções. Nos casos de torcedores que estarão hospedados em uma cidade sede, que tenham a necessidade de se deslocar para outra por causa de um jogo de seu time e que voltarão no mesmo dia, é comum que se sintam mais a vontade para exagerar sabendo que irão embora logo depois, deixando o problema para trás. Deve- Segurança em grandes eventos rá ser comum confusões com grupos pelo uso de banheiros, por discordância da conta, ou mesmo, por saírem sem pagar de bares que ainda não exijam pagamento antecipado e entrega do pedido mediante apresentação de recibo do caixa. Mal entendidos pelo idioma ou por costumes também devem ser previstos por todos os prestadores de serviços que possam vir a ter contato com estes grupos de visitantes estrangeiros. Conflitos entre torcidas organizadas estrangeiras com histórico de violência estão dentre os riscos elencados pelas autoridades de segurança pública. Antes de julgarmos estas torcidas estrangeiras temos que nos lembrar de que nós brasileiros, infelizmente também não temos nos comportado bem em muitos episódios recentes, sem falar da violência que estamos presenciando em crescente escalada, que pode gerar reações exageradas até por causa de medo. Assim sendo, conforme já discutimos em outros artigos, fica evidenciada a necessidade de grande demonstração de monitoramento, controle e pronta resposta em todos os ambientes onde exista grande concentração de pessoas e grupos organizados. É sabido que as autoridades estarão utilizando todo seu efetivo de segurança para atender as Arenas diretamente e suas áreas próximas, bem como, organizar e dar apoio no trânsito de veículos e pessoas em grandes trajetos relacionados aos eventos, podendo assim, haver falhas no policiamento ostensivo e na pronta resposta em locais distantes destes cenários esportivos. Cabe aos prestadores de serviços e comerciantes prepararem seus estabelecimentos, instalarem equipamentos de segurança e treinarem seus funcionários para lidarem com situações que possam ser previstas e evitadas. Pessoas que falem inglês e que já tenham viajado ao exterior podem contribuir significativamente na comunicação assertiva e preventiva nos diversos pontos de atendimento e concentração de pessoas estran- geiras. Todos gostam de ser bem atendidos e tratados com educação, se assim nos apresentarmos prontamente e juntarmos um pouco de bom humor, poderemos cativar corações e movermos montanhas antes intransponíveis. Contudo, vale salientar que serenidade, retidão e demonstração de controle não podem faltar em nenhuma situação, com o risco de não sermos levados a sério. Exageros podem ser considerados como atos ofensivos, assim sendo, sempre são bons o equilíbrio e o bom senso estarem presentes em todas as medidas preventivas, bem como, não deixarmos para a última hora o planejamento e a contratação dos serviços de segurança e outros recursos técnicos. Pior do que a falta de segurança é a falsa sensação de segurança. Aureo Miraglia de Almeida, CES é consultor de segurança e diretor da Poliguard - Risk Intelligencee [email protected] ABRIL 2013 JORNAL DA SEGURANÇA 27 Mercado de trabalho Como entrar no mercado das "novas" profissões da Segurança Privada Voltamos a abordar as "novas" profissões que o mercado de segurança privada está possibilitando, trata-se de um mercado abundante, promissor, permanente e o mais importante, lucrativo, e que atiçou quem estava distraído. Carlos Mauritonio Nunes, DSE A lguns leitores enviaram mensagens questionando como proceder para entrar nesse mercado, então, seguem as dicas que possuímos para que os interessados possam se candidatar a exercerem as “novas” profissões. INSTRUTORES DE ESCOLA DE FORMAÇÃO Para quem pretende ministrar aulas em escolas de formação de vigilantes, o procedimento é o que apresenta a maior simplicidade e facilidade. A gama de matérias que constam nas grades curriculares dos cursos de formação, extensão e reciclagens de vigilantes perfazem quase três dezenas de matérias. Então o instrutor que for credenciado pode ministrar quase 30 matérias? Negativo, apenas as que ele comprovar que possui habilitação. Em razão da grande variedade de matérias, o procedimento para o credenciamento traz uma parte com as exigências gerais e uma parte com exigências específicas. A parte geral, destinada a todos os interessados diz respeito à 28 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 comprovação de identificação (RG E CPF), a de inexistência de condenação criminal transitada em julgado município de seu domicílio e no local do credenciamento, referente aos últimos cinco anos. De maneira geral, também há a comprovação de possuir pelo menos o ensino médio. A parte específica diz respeito à exigência de comprovação da capacitação e/ ou condição para a ministração da matéria desejada. Mais que salutar tal medida, para evitar o absurdo que segue. Uma determinada escola, especialista em não primar pelos bons serviços, por não ter instrutores Mercado de trabalho capacitados em seus quadros, e que não pagava corretamente ninguém, utilizava a secretária, a recepcionista ou quem tivesse à mão para dar aula. Na aula de legislação aplicada, a secretária sem qualquer formação acadêmica, no desespero de não passar vergonha, solicitou aos alunos que se fizessem uma redação do que eles achavam o que era direito penal, tipo professora de primário pedindo para os alunos fazerem uma redação a respeito de suas férias. E essa foi a aula de legislação aplicada. Um absurdo, que agora não irá acontecer. Há exigência de cursos superiores (Direito e outros; Educação Física; Relações Humanas/Psicologia e outros); cursos profissionalizantes e de capacitação por entidade federativa ou curso específico (prevenção de combate a incêndio, primeiros socorros, defesa pessoal, equipamentos não letais). Há matérias que exigem a experiência na atividade, tais como escolta armada, radiocomunicação, transporte de valores e segurança pessoal privada. Quem melhor para ministrar a aula do que aqueles que possuem experiência prática? O procedimento é simples. Faça o requerimento, junte a documentação e protocolize na Polícia Federal da circunscrição onde deseja ministrar as aulas. De tão simples, o procedimento vai gerar abusos. É esperar para ver. Devia pelo menos exigir a ligação com alguma escola. INSTRUTORES DE TIRO Primeiro, um esclarecimento que julgamos pertinente: os instrutores de escola de formação ministram as aulas para os cursos de formação de vigilantes, e os instrutores de tiro, além de serem os únicos a poderem ministrar as aulas de tiro nas escolas de formação, são os responsáveis pela aplicação das provas práticas e teóricas para os candidatos à renovação, aquisição e transferência de arma, perante o SINARM e o SIGMA. Explicado? O procedimento para o credenciamento de instrutor de tiro é semelhante ao para instrutor de escola de formação. Após o encadernamento da parte documental de identificação, da idoneidade (certidões negativas), capacitação (curso de instrutor de tiro ministrado por instituição hábil), habilitação psicológica, ligação com algum estande, clube ou escola onde irá efetuar os testes. O interessado faz o requerimento e protocoliza numa unidade da Polícia Federal. No entanto, há algumas outras etapas. Existe uma prova de conhecimentos sobre a legislação e regras de segurança, e outra prova de habilidade e destreza com a arma. Somente quem atinge os índices previstos em tais provas é que consegue o credenciamento. Os índices, ao longo do tempo, têm sido melhor adaptados. Então não convém citá-los aqui, pois podem ser mudados para as novas provas. Porém, é bom treinar pontaria e rapidez no tiro. Isso não vai mudar. PROFISSIONAIS DE PSICOLOGIA Uma recentíssima instrução emitida pela Polícia Federal estabelece os procedimentos para o credenciamento dos profissionais de psicologia. Tal procedimento pode ser apresentado sob dois aspectos distintos: o documental e o de infraestrutura. O documental diz respeito à identificação do profissional (foto, RG e CPF), à sua devida inscrição no Conselho Regional de Psicologia, à sua prática profissional (pelo menos dois anos de efetivo exercício na profissão), à comprovação de idoneidade (com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral, e não estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal, bem como, Certidões Negativas de Débito (CND), emitidas pela Fazenda Municipal, Estadual e Federal, e de contribuições previdenciárias (INSS). Com relação ao outro aspecto, o profissional deverá comprovar possuir uma infraestrutura que possa atender aos clientes de forma adequada. Para tanto, deverá possuir ambiente com, no mínimo, sala de espera, sala de aplicação de testes (dentro das metragens exigidas) e banheiro, sendo que tais ambientes deverão ter iluminação adequada, possuir sistema de ventilação, temperatura confortável e atender à higienização do ambiente, bem como ter baixo nível de ruídos. Parece difícil, mas é relativamente simples. Há um site www.dpf.gov.br onde se faz uma inscrição preliminar e, quando houver comunicação por parte do setor especializado, o candidato deve solicitar o credenciamento, apresentando um requerimento e anexando a este toda a documentação acima citada, devidamente autenticada, e a infraestrutura devidamente croquizada e fotografada. Basta esperar o parecer técnico e a decisão. SUPERVISORES DE SEGURANÇA PORTUÁRIO Para ser supervisor de segurança portuário, o interessado deverá ser capacitado num curso ministrado pela CONPORTOS (Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis). Não há uma rotina na temporalidade de execução de tais cursos, sendo realizado conforme a demanda exige. Daí que pode ter curso a cada semestre, como anual ou bianualmente. Tal fato tem uma explicação lógica. Os postos dessa profissão são específicos e limitados para quem trabalha em terminais de carga e passageiros que fazem o comércio exterior ou viagem internacional por via navegável. Uma parcela significativa dessas instalações já possuem profissionais capacitados e, por ser um mercado que não apresenta a rotatividade como hábito, restringe a abertura de novas vagas. E quem desejar ser supervisor de segurança portuário, terá que possuir uma condição inicial intransponível para a maioria dos interessados no assunto, que é exatamente a citada acima, ou seja, estar trabalhando num desses terminais espalhados pelos portos brasileiros. Isso porque, quem indica o interessado que vai ser capacitado, é a própria instalação portuária., ou seja, não adianta você querer ser supervisor de segurança portuário sem já estar trabalhando numa instalação portuária. Posso entender a frustração da maioria, mas devemos reconhecer o estímulo para quem trabalha no setor. O procedimento existente para esta profissão é o mais fácil e o mais difícil ao mesmo tempo. Geralmente, os indicados são o pessoal que já trabalha na área de segurança patrimonial ou do trabalho. Então, envie um currículo para um terminal portuário. As dicas estão aqui e boa sorte. Carlos Mauritonio Nunes, DSE é Agente da Polícia Federal [email protected] ABRIL 2013 JORNAL DA SEGURANÇA 29 Informativo ABSEG ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA Prezados amigos, 2012 foi um ano de conquistas para ABSEG: novos associados fortaleceram nossa entidade, mais profissionais com a certificação ASE, o sucesso do COBRASE e outros eventos com público expressivo, realização da 1ª edição do Prêmio ABSEG, novo site, presença em vários eventos importantes para o segmento, ótimas discussões e troca de conhecimentos na rede, enfim, tivemos grandes motivos para comemorar e comemoramos! 2013 não será diferente, esse ano vamos continuar desenvolvendo trabalhos com respeito e elevar o nome da ABSEG no cenário da segurança no Brasil, dando ênfase a valorização do profissional. Venha fazer parte dessa família como associado, o crescimento e fortalecimento da ABSEG depende da sua participação. Um grande abraço a todos! Cristiane Santana, ASE Diretora Regional Nordeste ABSEG em Fortaleza/CE O Cenário da Segurança nos Grandes Eventos Esportivos foi o tema do 5º Encontro dos Profissionais de Segurança em Fortaleza/CE. O evento, organizado pela ABSEG e apoiado pela Security Training Center e Bolsa de Responsabilidade Social (BRS), reuniu profissionais de segurança pública e privada de diversos setores. Os participantes foram privilegiados com palestras de alto nível ministradas pelos Drs. Andrade Júnior e Adelar Anderle, os quais abordaram o contexto da segurança pública e privada, respectivamente. Durante as exposições muitos assuntos foram desmistificados, embora Fortaleza seja cidade-sede das Copas das Confederações (2013) e do Mundo de Futebol (2014) poucas pessoas tinham conhecimento da estrutura e do aparato que existe nos bastidores de eventos desse porte. Saulo Pessôa, Diretor Estadual da ABSEG em Pernambuco, esteve presente e ficou bastante satisfeito com os conteúdos apresentados. “Sem dúvidas se tratou de evento enriquecedor e esclarecedor e que, acima de tudo, comprova que a integração segurança pública e privada já é uma realidade”, ressalta Saulo, revelando que pretende promover algo similar em seu Estado. Para Cristiane Santana, Diretora Regional Nordeste, o Encontro atingiu seu objetivo, vez que promoveu a interação entre os profissionais, agregando conhecimento específico para o novo cenário que se avizinha. 1º ALMOÇO DE ASSOCIADOS DA ABSEG/BAIXADA SANTISTA Em 14/03/13 alguns associados reuniram-se na cantina Don Pepe, em Santos, para um fraternal almoço entre amigos. Este foi o primeiro encontro e já estamos marcando o próximo com mais novidades. Acreditamos que com o dialogo entre os associados poderemos realizar novos eventos que ocorrerão na região da baixada santista, inclusive com a participação de associados de outras regiões. A ideia é que, com esses encontros, possamos trocar informações, buscar desenvolvimento profissional e trazer novos associados a ABSEG. Com isso, acreditamos estar contribuindo para cumprir a missão da ABSEG, que é: representar, para todos os profissionais da área, um canal de comunicação, expressão e desenvolvimento técnico, levando a segurança ao patamar de importância que lhe cabe no cenário corporativo e social, afirmou Claudio Moretti, Diretor da ABSEG que esteve presente no almoço. 30 JORNAL DA SEGURANÇA ABRIL 2013 ABSEG celebrando suas conquistas! Durante a confraternização da ABSEG em São Paulo, o presidente, Ricardo Tadeu, agradeceu e homenageou, com a entrega de uma placa de reconhecimento, os profissionais Ricardo Coelho, Igor Pipolo, Tatiana Diniz, Marcos Nascimento e Tarcísio Neves, pela dedicação e trabalho com que sempre conduziram a entidade. Em seu discurso, o presidente ressaltou sua alegria em assumir a nova gestão da associação e a importância da participação ativa dos associados e de cada membro da diretoria em prol do seu crescimento e fortalecimento. Ficamos extremamente felizes em compartilhar esses resultados com nossos associados e parceiros que participaram das confraternizações da ABSEG ocorridas em São Paulo/ SP (27/11), Fortaleza/CE (07/12), Aracaju/SE (14/12) e Salvador/BA (15/12). Nosso muito obrigado pelo incentivo! Vamos em frente! Sérgio Almeida, Diretor e Organizador dos Encontros SP EXPOSEC 2013 A nossa parceria com o Grupo CIPA continua e a cada ano esta mais forte. Em 2013 não será diferente, pois é certa a nossa participação em feiras que é uma grande oportunidade ao associado de estar em contato com novos conhecimentos em equipamentos e sistemas e ainda poder dispor de um local agradável para realizar networking. Nós estaremos presentes, de 14 a 16 de Maio de 2013, na EXPOSECInternational Security Fair com um espaço voltado aos nossos associados para realizarem reuniões formais e informais de integração. Venha e participe. COBRASE 2013 O ano será marcado por varias campanhas de atuação da ABSEG, escrevendo a nossa história de sucesso promovendo e ofertando benefícios diferenciados aos nossos associados. O fortalecimento de networking será presente e ativo. Uma das oportunidades oferecidas é o COBRASE XXV. Em breve toda programação! Segurança Privada www.portaldaseguranca.com.br Agora com mais funcionalidades, disponibilizando o maior conteúdo de segurança na Língua Portuguesa »» Tenha acesso a todas edições digitalizadas »» Notícias diárias do setor »» Assista aos vídeos da TV da Segurança Experimente gratuitamente com acesso ilimitado por 5 dias JUNHO 2012 JORNAL DA SEGURANÇA 31 AGENDA Acompanhe a agenda do Jornal da Segurança e programe-se! Exposec 2013 Data: 14 a 16 de Maio, 2013 Local: São Paulo (SP) Informações: www.exposec.tmp.br 7º Security Day Workshop São Paulo Data: 15 de Maio, 2013 Local: São Paulo (SP) Informações: www.5security.com.br MAGNUM SHOW - Feira Internacional de Armas, Munições, Cutelaria e Acessórios Data: 14 a 16 de Maio, 2013 Local: São Paulo (SP) Informações: www.magnumshow.com.br CIAB Febraban 2013 Data: 12 a 14 de Junho, 2013 Local: São Paulo (SP) Informações: www.ciab.org.br Interseg 2013 ASIS 2013 Data: 18 a 20 de Agosto, 2013 Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações: www.feirainterseg.com.br Data: 24 a 27 de Setembro, 2013 Local: Chicago, Estados Unidos Informações: www.securityexpo.org Eventos Simultâneos: TranspoQuip, Expo Airport, Latin Port Business, Expo Parking, Expo Urbano e Expo Estádio Data: 03 a 05 de Dezembro, 2013 Local: São Paulo (SP) Informações: www.transpoquip.com.br XXV COBRASE Data: 14 a 16 de Maio, 2013 Local: São Paulo (SP) Informações: www.exposec.tmp.br Pandemics, Bioterrorism and International Security Course Data: 22 a 25 de Julho, 2013 Local: Virgínia, Estados Unidos Informações: www.ocpe.gmu.edu/programs CNASI Data: 21 a 23 de Outubro, 2013 Local: São Paulo (SP) Informações: www.cnasi.com.br/sp LAAD Security 2014 Data: 08 a 10 de Abril, 2014 Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações: www.laadsecurity.com ABRIL 2013 JORNAL DA SEGURANÇA 33 RINO COM AS DECISÕES MAIS IMPORTANTES SOBRE SEGURANÇA SÃO TOMADAS NA ISC BRASIL. INTERNATIONAL SECURITY CONFERENCE AND EXPOSITION De 16 a 18 de abril de 2013 Expo Center Norte | Pavilhão Vermelho | São Paulo | SP INA G SA PÁ A NOS CURT EBOOK C NO FA REALIZE SEU PRÉ-CREDENCIAMENTO PELO SITE ATÉ 12/4/2013 E AGILIZE SUA ENTRADA! WWW.ISCBRASIL.COM.BR sil /iscbra Apoio: Apoio Oficial: Organização e Promoção: Proibida a entrada de menores de 16 anos, mesmo acompanhados. O evento, exclusivo para profissionais do setor, é gratuito para aqueles que fizerem seu pré-credenciamento pelo site até 12/4/2013 ou apresentarem o convite no local. Dos demais, será cobrado o valor de R$ 50,00 pela entrada, a ser adquirida no balcão de atendimento. market Evite riscos jurídicos na atividade de Segurança Silva, Calente & Goto Advogados Associados Ampla vivência no setor de Segurança Privada Assessoria junto a PF e aplicação da legislação da segurança privada Direito empresarial Assessoria jurídica Direito trabalhista para empresas Há 23 anos protegendo sua empresa Tributário Civil Criminal tel: (11) 3107.0910 [email protected] Bem-vindo à terceira geração. Proxiguard O futuro em ronda eletrônica 11 4688-2271 mais informações: www.grasp.com.br ABRIL 2013 JORNAL DA SEGURANÇA 35