JOSÉ ALVES DINIZ (PROF. CATEDRÁTICO FMH-UTL) Nesta conferência analisa-se o contributo da Escola no âmbito da Educação e Promoção da Saúde com ênfase nos aspetos relacionados com a atividade física e a alimentação, elementos chave na promoção de estilos de vida saudável junto das crianças e jovens, como é reconhecido, de há muito, por organizações nacionais e internacionais (eg. WHO, 2002) que os consideram como a causa de mais de 60% dos casos de morte prematura e 47% das doenças. O facto de uma parte significativa da população mundial não praticar atividade física suficiente para dela obter benefícios para a saúde e por se reconhecer a importância de estilos de vida ativa serem adquiridos na infância e juventude, a escola passou a ser vista por muitos como o local privilegiado para se promover a atividade física (Biddle, 2007). Referenciam-se estudos e avaliações que têm constatado o potencial efetivo da escola para a promoção da saúde dos alunos, contribuindo para a aquisição de conhecimentos, mudança de comportamentos que podem perdurar para o resto da vida, e promoção de competências para organizar a própria atividade física, visando a melhor compreensão sobre os fatores de risco e o encorajamento para a adoção de estilos de vida ativos e saudáveis (Borges, Matos & Diniz, 2010; Diniz et al., 2009; Ferreira, Matos &Diniz, 2008; Loureiro, Matos & Diniz, 2010; Loureiro et al., 2010). Referem-se estratégias de abordagem ao problema do sedentarismo e obesidade recorrendo principalmente aos resultados do estudo Europeu que coordenei em Portugal – “ ” (Brettschneider et al., 2005). Os dados do HBSC – – de cuja equipa faço parte, são igualmente utilizados para dar uma perspetiva do estilo de vida dos adolescentes em Portugal comparando-os com os de outros países. Analisam-se os dados disponíveis acerca do gosto e interesse que os alunos manifestam pela escola e pela disciplina de Educação Física (HBSC – 19982002-2006-2010; Diniz, 2007) e a forma como tal pode condicionar a capacidade da escola e da EF para a promoção de Estilos de Vida Ativos e Saudáveis. Analisa-se a Escola como o espaço de onde se espera tudo - alfabetização, domínio dos conhecimentos disciplinares fundamentais, educação sexual, educação rodoviária, educação moral e religiosa, formação de talentos desportivos que possam prestigiar o País, promoção da saúde, educação cívica, entre muitas mais coisas. São analisados dados disponíveis acerca do que se passa nas aulas de EF. É realizada uma crítica às metodologias e procedimentos que são utilizados para caracterizar a participação dos professores e alunos nas aulas e a forma como os resultados assim obtidos são utilizados para demonstrar a ineficácia da disciplina de EF no sistema educativo (Diniz, 1998; Diniz, 2005; Diniz et al. 2009; Fisher, Repond & Diniz, 2011). Justifica-se a escola como um local privilegiado para melhorar a Aptidão Física dos jovens e promover hábitos que contribuam para um estilo de vida ativo e saudável (Matos & Diniz, 2007). Abordam-se os fatores associados à prática de atividade física na Escola (Loureiro, Matos e Diniz, 2010; Diniz, 1998; Marques et al., 2011; Marques et al., 2012). Introduzem-se as orientações do Ministério da Educação no âmbito da Educação para a Saúde. Discute-se o conceito de educação para a Saúde justificando a necessidade de integrar uma visão de “saúde positiva” (Matos et al., 2008) e de envolver não apenas aspetos físicos, mas igualmente: emocionais, sociais, intelectuais e espirituais, e de incluir quer uma dimensão individual, quer coletiva (Borges, Matos e Diniz, 2011; Silva, Matos e Diniz, 2010). São neste contexto apontadas as características que a educação física tem que a assumir para ser promotora da saúde. Analisam-se dados relativos à forma como alunos e encarregados de educação percebem a escola e a EF e a importância que lhe atribuem no contexto do currículo (Marques, Diniz e Carreiro da Costa, 2008). Discutem-se as diferentes orientações da EF e a forma como cada uma delas encara o ênfase atribuído à promoção da saúde (Carreiro da Costa, Marques & Diniz, 2008). São apresentadas e argumentadas as posições críticas relativamente à tendência atual de alinhar a “agenda da EF” pelas questões da obesidade e da saúde. Referências: Biddle, S. (2007) Physical activity and inactivity in young people: What are the key influences and what can we do about it? In José Diniz, Francisco Carreiro da Costa e Marcos Onofre (Eds). Proceedings AIESEP World Congress Active Lifestyles: The impact of Education and Sport. Lisboa: FMH/CDI. 7-22. Borges, A., Matos, M. & Diniz, J. (2010). Idade, Género e Bem-Estar Subjectivo nos Adolescentes. (2), 39-61 Borges, A., Matos, M.G., & Diniz, J.A. (2011). Processo Adolescente e Saúde Positiva: Âmbitos Afectivo e Cognitivo. (Brasil). Vol. 24 (2), 224-249. Brettschneider, W, Naul, R., Armstrong, N., Diniz, J., Froberg, K. Laakso, L., Telama, R., Laskienė, S., Patriksson, G., Rychteck, A., Van Mechelen, W., Vanreusel, B. (2004) Study on young people’s lifestyles and sedentariness and the role of sport in the context of education and as a means of restoring the balance. Paderborn, Germany, October Carreiro da Costa F., Marques, A., & Diniz, J. (2008). 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