# 165 ano XL março/abril 2013 SINERGIA Quando um mais um é mais que dois II informa informa 1 www.odebrechtonline.co Edição online >Livro A grande viagem do governador Luis de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres entre Lisboa, Rio, Goiás, Mato Grosso e Amazônia 1771-1791 é o vencedor da edição 2012 do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica-Clarival do Prado Valladares >Em São João da Mata, região metropolitana de Recife, Odebrecht Energia constrói sua primeira usina solar, que abastecerá a Arena Pernambuco >Comitê do Petróleo discute o mercado dessa commodity e desenvolve projeção sobre o futuro do setor para a Organização >MBA Executivo Odebrecht/ Insper ajuda a formar líderes e amplia o conhecimento de integrantes de seis empresas da Odebrecht >Sinergia em Angola possibilita campanha de prevenção contra acidentes na estrada Benguela-Baía Farta Acervo online # 165 ano XL MARÇO/ABRIL 2013 SINERGIA Quando um mais um é mais que dois > Você pode acessar o conteúdo completo desta edição em HTML ou em PDF >Acesse as edições anteriores de Odebrecht Informa, desde a número 1, e faça o download do PDF completo da revista >Relatórios Anuais da Odebrecht desde 2002 >Publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev) 2 informa m.br > Edição de Odebrecht Informa na internet. > Reportagens, artigos, vídeos e fotos. Videorreportagem Blog > Programa de Excelência da Odebrecht Agroindustrial conscientiza os integrantes sobre a importância do trabalho sinérgico e fortalece a relação entre líderes e liderados > Fotógrafo Zé Paiva conta como chegou até o Morro do Fumo, uma das paisagens mais belas do sul do Tocantins >Referência nos setores rodoviário e imobiliário, Concessionária Rota dos Coqueiros e complexo da Reserva do Paiva ajudam a criar um novo vetor de desenvolvimento em Pernambuco > Teatro Castro Alves: um complexo orgânico e estrutural, marco da modernidade para as artes cênicas no Brasil >Projeto Saberes entrevista Alejandro Cruz Mendoza, o Mestre Cruz, Líder de Ferragens na construção da Central Hidrelétrica de Chaglla, em Huánuco, no Peru > Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fala sobre os preparativos do Rio de Janeiro para as Olimpíadas de 2016 >Projeto Olímpico gera US$ 11 bilhões de negócios em sinergia entre as empresas da Organização e configura a geração de um legado arquitetônico para o Rio de Janeiro >Siga Odebrecht Informa pelo twitter @odbinforma e saiba das novidades imediatamente >Comente os textos do blog e participe enviando sugestões para a redação > CONFIANÇA NA COMUNIDADE Programas sociais fortalecem o desenvolvimento sustentável e contribuem para a geração de renda na Guiné > Você também pode ler Odebrecht Informa no seu iPad. A revista está disponível para download gratuito na APP Store. > Acesse Odebrecht Informa na versão para smartphones informa Capa: integrantes da Odebrecht Agroindustrial. Foto de Geraldo Pestalozzi. 4 #165 8 Venezuela: competências que se complementam para ajudar o país a crescer 12 Nas obras de hidrelétricas, uma prova do poder do compartilhamento de experiências 17 Criação da Odebrecht Properties reflete o crescimento orgânico da Organização 20 Organização constitui empresa para atender suas demandas de engenharia de projetos 22 Atuação integrada permite o alcance de uma meta estratégica para a Petrobras 24 Um case histórico e inspirador de transversalidade chamado Projeto Aquapolo 28 Comunicação: jovens internautas ajudam concessionária a aperfeiçoar serviços 30 União de forças faz surgir o primeiro bairro totalmente planejado de Pernambuco 34 Uso do plástico é cada vez mais amplo nos projetos de Engenharia e Construção 40 Argumento: Euzenando Azevedo escreve sobre convergência de objetivos e práticas 42 A qualificação de pessoas para o trabalho no setor agroindustrial em Angola 46 Na Província de Malanje, famílias se unem para preservar o meio ambiente 48 Comunidades aprendem a operar poços e consumir água de forma sustentável 50 O desafio de assegurar a unidade entre cinco polos produtivos em quatro estados 54 Comunidade: na Argentina, ações baseadas no desejo da mútua compreensão 56 Arena Corinthians: uma obra que se tornou referência de integração de equipes informa sinergia 62 Veja como a criatividade e a coesão estão transformando o Rio de Janeiro 64 Flavio Faria: a importância da união para a conquista de aprendizados 66 Gente: o cotidiano de Marie Bendelac, Marcos Tepedino e Cinthia Blassioli 67 Uma grande conjunção de talentos e princípios que está mudando o Baixo Sul 70 Saberes: Mestre Cruz e as qualidades que um líder (de verdade) precisa ter No mapa, estão indicados em bege os países e os estados brasileiros onde são realizados os projetos e programas retratados nesta edição de Odebrecht Informa e onde vivem e trabalham as pessoas que protagonizam as reportagens informa 5 6 informa EDITORIAL Benefícios potencializados É “Sinergia. Esse é o espírito em uma Organização que encontrou na pluralidade o caminho ideal para o equilíbrio, a produtividade e a suplantação dos elevados patamares que ela própria estabeleceu para si” preciso que se complementem, que se acrescentem, que se fortaleçam mutuamente e, com isso, atendam, de maneira integrada e qualificada, àqueles que lhes confiaram a realização de seus sonhos. Para isso, é imprescindível que se conheçam, que compartilhem cotidianamente desafios e aprendizados e, dessa forma, aprimorem sua sintonia e consolidem sua coesão. É essencial, enfim, que sua união faça a diferença. Que potencialize capacidades. Que impulsione desenvolvimento. Que signifique crescimento individual e coletivo. Isso é sinergia, que, em uma organização empresarial como a Odebrecht, pode significar tudo. Porque pode significar pessoas extraindo o máximo de seu potencial criativo e transformador, em um nível de motivação que extrapola suas melhores expectativas. Porque pode significar clientes satisfeitos de uma forma que eles talvez não imaginassem ser possível. Em 2012, os negócios realizados em sinergia foram responsáveis por 6% do faturamento total e 38% de todos os investimentos da Organização Odebrecht. Nas páginas desta edição de Odebrecht Informa, você conhecerá histórias inspiradoras de atuação conjunta de empresas e equipes da Organização em um mesmo projeto ou ambiente. Verá de que maneira a complementariedade de competências pode fazer com que objetivos antes considerados inalcançáveis se tornem a mais pura e tangível realidade. Confirmará o quanto é especial trabalhar para que o ator principal de todas as iniciativas da empresa – o cliente – seja atendido com um mesmo e alto padrão de qualidade em todas as suas necessidades. Da sintonia entre as equipes nas unidades da Odebrecht Agroindustrial à atuação integrada de várias empresas na Venezuela, da troca de experiências e conhecimentos entre profissionais que participam de projetos hidrelétricos no Brasil e no Peru à forte interação entre obras e comunidades em Angola, você terá oportunidade de entender melhor, nas páginas a seguir, por que os integrantes da Odebrecht têm tanto prazer e convicção em dizer que trabalham em uma organização, “na Organização”. São sabedores de que vivem seu dia a dia em um todo amplo, multifacetado e complexo, ligados por uma única cultura e concentrados em conquistar os melhores resultados que puderem. Sinergia. Esse é o espírito em uma Organização que encontrou na pluralidade o caminho ideal para o equilíbrio, a produtividade e a suplantação dos elevados patamares que ela própria estabeleceu para si. Boa leitura. encontro de competências Venezuela ambienta um caso emblemático de transversalidade entre empresas da Organização texto Eléa Almeida fotos Andrés Manner Metrô de Caracas: símbolo da maturidade e da consolidação da Odebrecht Venezuela 8 informa 8 E m princípios dos anos 2000, o Gover- José Cláudio Daltro, Responsável por Pessoas, no venezuelano estabeleceu para si o Organização e Finanças na Odebrecht Venezuela, desafio de acelerar o desenvolvimen- destaca um dos elementos essenciais da atuação to da indústria petroquímica do país. sinérgica das empresas da Organização presentes Até então, a Odebrecht Venezuela, no país: o alinhamento permanente dos respon- liderada por Euzenando Azevedo, prestadora de sáveis pelos negócios com o condutor da relação serviços de Engenharia e Construção, era a única político-estratégica (no caso da Venezuela, Euze- empresa da Organização na Venezuela. Naque- nando Azevedo). “Isso vale para os mais diversos le momento, Euzenando percebeu a oportuni- assuntos”, salienta José Cláudio. “Das questões dade de diversificar a presença da Organização financeiras, fiscais, tributárias e sindicais à for- no país. O passo seguinte foi tentar aproximar a mação de pessoas, comunicação institucional, Braskem da Pequiven, estatal venezuelana dedi- saúde, segurança no trabalho e sustentabilidade.” cada à produção e comercialização de produtos petroquímicos. O feeling de Euzenando resultou no início de Plantas de etanol e campos de petróleo um produtivo relacionamento entre a empresa Uma das conquistas da Odebrecht Engenha- de Química e Petroquímica da Odebrecht e a Pe- ria Industrial foi o Projeto CADCAs (Complexos quiven, que contratou, em 2007, a construção de Agroindustriais de Derivados de Cana-de-açúcar), um grande complexo petroquímico, fundamental que prevê a implantação de quatro plantas de eta- para desenvolver o setor na Venezuela. Esse pro- nol, nos estados de Barinas, Cojedes, Portuguesa jeto demandou um esforço conjunto da Odebrecht e Trujillo, que impulsionarão o setor de bioener- Venezuela, da Braskem e também da Odebrecht gia na Venezuela. Fábio Melo, Diretor de Contra- Engenharia Industrial. Em janeiro daquele ano, a to, afirma que o espírito de sinergia, que ajudou a Braskem enviou ao país uma equipe de sete pes- concretizar essa oportunidade, se mantém no dia soas, lideradas pelo Diretor-Superintendente da a dia do projeto. “Os integrantes sentem-se parte empresa na América do Sul, Sérgio Thiesen, para de um conjunto único”, ele enfatiza. que se tornasse realidade o projeto petroquímico Em 2008, a Odebrecht Óleo e Gás chegou ao binacional. Atualmente, a Braskem e a Pequiven país para explorar campos de petróleo maduros estão revisando a concepção do projeto, com o ob- em aliança com a estatal Petróleos de Venezuela, jetivo de contemplar uma equação mais adequada S.A. (PDVSA), depois de a Odebrecht Venezuela ter ao suprimento de matéria-prima. identificado a oportunidade e aproximado as duas De acordo com Euzenando, o conhecimen- partes. A atuação teve início por meio do Proje- to e a confiança conquistados pela equipe da to Tilaba, que permitiu conquistar a confiança do Odebrecht Venezuela desde 1992, ano de seu iní- cliente. “Nossa chegada foi uma decisão estraté- cio de atuação, cooperaram para que novas con- gica da Organização de fortalecer a relação com quistas viessem nos demais setores de atuação a Venezuela no setor petrolífero”, ressalta Hélcio da Organização. Identificada uma oportunidade, a Colodete, Diretor-Superintendente de Serviços transversalidade que existia nas operações na Ve- Especializados a Poços da Odebrecht Óleo e Gás. nezuela facilitava a relação com o cliente, o trato de questões negociais e a mitigação de riscos. Com isso, em 2009, a empresa iniciou o Projeto Tierra Oeste, de exploração de campos madu- “As relações e a performance nos projetos da ros, no qual se encontra outro exemplo de trans- Odebrecht Venezuela permitiram conquistar a versalidade. O êxito do projeto levou à constituição confiança do cliente. E como havíamos identifica- da empresa mista Petrourdaneta, uma socieda- do oportunidades, elas se concretizaram rapida- de entre a Odebrecht (40%) e a PDVSA (60%). Essa mente”, relata Francisco Penteado, Diretor-Supe- empresa é a responsável pela operação dos cam- rintendente da Odebrecht Engenharia Industrial pos, que deverão produzir 100 milhões de bar- na América Central e Caribe. ris em 25 anos. Cabe à Odebrecht acrescentar informa 9 Projeto CADCAs: conquista da Odebrecht Engenharia Industrial que permitirá a implantação de quatro plantas de etanol em quatro estados “Somos promotores do desenvolvimento” Euzenando Azevedo do da gestão do negócio. Nesse empreendimento, a Apoio às pessoas na chegada ao país Odebrecht Venezuela investiu US$ 50 milhões, para O papel estratégico da Odebrecht Venezuela, de participar de um negócio que envolve 40 milhões de apoio à Braskem, Odebrecht Engenharia Industrial barris de reserva de petróleo, mudando seu status de e Odebrecht Óleo e Gás, foi exercido também em prestadora de serviços para investidora e construindo relação às pessoas. Ao chegarem, os integrantes as bases para uma relação de mais de 25 anos com dessas empresas receberam apoio para a adap- a Venezuela. tação à nova realidade e tiveram à disposição uma competências técnicas e operacionais, participan- Segundo Colodete, o Tierra Oeste abre portas estrutura para recebê-los, enquanto o processo para a oportunidade de negociar com o cliente a de instalação não estava completo. A colaboração, comercialização de petróleo. Adicionalmente, o por sua vez, é retribuída pelas empresas conforme projeto serve como base importante para o de- crescem e se consolidam na Venezuela, baseada senvolvimento dos mercados do Brasil, México e na ideia de que a atuação sinérgica é estratégica Argentina para Serviços Especializados a Poços, para melhorias de desempenho. multiplicando os exemplos de sinergia e transversalidade. 10 informa A Braskem, por exemplo, fechou um contrato de compra de nafta venezuelana em 2010. O acordo 2011. Além disso, fato também resultante da relação de confiança com o cliente, a Braskem tornou-se a fornecedora preferencial de polietileno e polipropileno para a Venezuela. Francisco Penteado destaca que essa atuação em diferentes setores, proporcionada pela presença de várias empresas da Odebrecht e sua transversalidade, possibilita o oferecimento de soluções integrais aos clientes. “Isso qualifica de forma diferenciada nossa atuação e gera resultados muito positivos”, afirma. Relacionamento com as comunidades A diversificação na Venezuela soma-se à sólida base sobre a qual foi construída a relação com as comunidades no entorno das obras. Um dos projetos emblemáticos dessa contribuição social é o Sistema Metrocable Filas de Mariche, um sistema teleférico que pode transportar cerca de 6 mil pessoas por hora, composto de dois circuitos (o expresso e o local). O equipamento liga a comunidade de Mariche, zona de escassas opções de transporte público, à Linha 1 do Metrô, na Estação Palo Verde, e facilita a integração dos habitantes da região ao núcleo urbano de Caracas. Da mesma forma, o projeto Cabletren Bolivariano colabora para a integração dos cerca de 400 mil moradores da comunidade de Petare, uma das mais pobres e populosas de Caracas. A obra ajudou a revitalizar a área de seu entorno. Movimeninclui um instrumento que permite o aproveita- tado por cabos, o trem elevado passará por dentro mento dos recursos movimentados com a transa- da comunidade e fará a conexão de seus 8 mil usu- ção para pagar os compromissos do Governo da ários por hora com a Linha 1 e a futura Linha 5 do Venezuela com projetos de engenharia e constru- Metrô, ainda em construção. ção executados pela empresa liderada por Euzenando Azevedo. Euzenando Azevedo observa: “Esse compromisso com a população está presente desde a “Esse é um exemplo perfeito do que é transver- chegada da Organização à Venezuela e se forta- salidade e sinergia. Existe uma sincronia funcio- leceu com a vinda das demais empresas. Somos nando. O contrato da Braskem para o fornecimento promotores do desenvolvimento”. Ele acrescenta: de nafta atende às necessidades de matéria-prima “Nossa sinergia é uma contribuição, na medida em da Braskem e serve como instrumento para ga- que cada empresa, cada qual em sua área, gera e rantir parte dos recebíveis da Odebrecht Venezue- movimenta riquezas nas regiões dos arredores de la”, explica Sérgio Thiesen. seus projetos. Com isso, as comunidades passam César Guerra, Diretor de Projetos da Braskem a apreciar, querer e pedir nossa permanência, o na Venezuela, destaca que o “Fundo Nafta”, como que vai ao encontro do nosso grande objetivo de ficou conhecido, foi operacionalizado em maio de alcançar a perpetuidade no país”. informa 11 12 conhecimento circulante texto Cláudio Lovato Filho fotos Guilherme Afonso Modelo: Usina Hidrelétrica Santo Antônio gerou experiências que inspiraram ações em outras obras do setor de energia Troca de experiências sobre sustentabilidade é um dos destaques na relação sinérgica entre projetos hidrelétricos A nelisa Cantieri e Thaysa Leite não se preocuparam com o excesso de bagagem. Ótimo, porque, nesse caso, quanto mais, melhor. Não estamos falando de malas, equipa- mentos eletroeletrônicos ou peças de decoração de uma casa. O assunto é conhecimento. Mais que isso: seu compartilhamento. Ex-integrante da equipe de Meio Ambiente do Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA), responsável pela execução da hidrelétrica de mesmo nome, no Rio Madeira, em Rondônia, Anelisa atualmente trabalha no Peru, como Coordenadora de Anelisa Cantieri e a Hidrelétrica de Chaglla: “Temos que saber utilizar, replicar e adaptar” Assuntos Ambientais nas obras de outra usina que tem a Odebrecht Energia como investidora: Chaglla, em Huánuco, a 540 km de Lima. Entre Santo Antônio e Chaglla, ela esteve em Teles Pires, na divisa dos estados de Mato Grosso e Pará, obra que também recebe investimentos da Odebrecht Energia. Liderada em Santo Antônio pelo experiente gestor Nelson da Costa Alves, Anelisa participou ativamente da concepção e execução de ações de sustentabilidade socioambiental que se tornaram referência para outras obras da Odebrecht, para o Brasil e até para outros países. Transferida para Teles Pires e depois para Chaglla, ela transportou a memória de um conjunto de soluções implementadas com êxito em Rondônia. No lugar de Anelisa, em Teles Pires, ficou Thaysa Friaça Leite, que atua como Responsável pelo Sistema de Gestão Integrado de Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente. Thaysa foi Jovem Parceira na obra em Porto Velho e chegou a Responsável por Meio Ambiente. Ela e Anelisa estão fazendo circular o conhecimento e, dessa forma, contribuem para que experiências que nasceram e se mostraram exitosas em um projeto modelar da Organização Odebrecht inspirem e assegurem soluções em outros projetos, que, frequentemente, se deparam com desafios similares. “Como disse certa vez um grande líder que tive, Nelson da Costa Alves: ‘Não precisamos mais inventar a roda. Ela já existe. Sofrer com os mesmos problemas não faz sentido se já sabemos fazer o 14 informa certo e que é comprovadamente bem-sucedido’”, diz Anelisa. Ela acrescenta: “Temos que saber utilizar, replicar e adaptar projetos em diferentes obras, colocar em prática os conceitos do ‘conhecimento pelo trabalho’ e de ‘lições aprendidas’.” Resultados tangíveis e intangíveis Os desafios enfrentados e superados em Santo Antônio permitiram o desenvolvimento de uma nova metodologia de trabalho para a área de Sustentabilidade, por meio da implantação do Sistema de Gestão Integrado. “A confiança das equipes de outros programas, como de Produção e Engenharia, em nossa atuação garantiu a sinergia necessária para a realização das iniciativas de tratamento ambiental em Santo Antônio”, ela observa. Um exemplo de iniciativa concebida, testada e executada em Santo Antônio e replicada em Teles Pires e Chaglla é a implantação de central de gestão de resíduos com incinerador, área para compostagem, lagoa de estabilização e estação de tratamento de água ecológica (que utiliza reagente orgânico e trata o lodo para recuperação de áreas degradadas). Outro ponto de destaque é a forma- diz ele, que atuou na construção de nove hidrelé- ção de profissionais de Sustentabilidade de acordo tricas como integrante da Odebrecht, entre elas com um mesmo padrão técnico e conceitual, o que Santo Antônio, onde esteve por três anos e meio. facilita a troca de experiências. Para Fernando, Anelisa, Thaysa e muitos inte- Fernando Resende, Diretor de Engenharia da grantes da Odebrecht, a hidrelétrica em construção Odebrecht Energia Peru, atesta que a sintonia e em Porto Velho foi e continua sendo uma escola. coesão entre as equipes dos diferentes programas, Thaysa salienta que outro aprendizado essencial ob- salientada por Anelisa, têm sido fator determinan- tido em Santo Antônio e que vem sendo bem apro- te para importantes conquistas em Chaglla. “No fim veitado por ela em Teles Pires está relacionado aos de 2012, a obra foi inscrita na ONU [Organização das sistemas de reúso implantados nas obras da usina Nações Unidas] para ser classificada como MDL de Rondônia e a suas consequências positivas. [Mecanismo de Desevolvimento Limpo] e posterior- “As águas do Rio Teles Pires são um grande mo- mente obter o Certificado de Créditos de Carbono”, vimentador socioeconômico, por conta do sustento ele informa. “Também temos conseguido comparti- dos pescadores e suas famílias e, também, pela lhar com o meio acadêmico peruano todo um con- alta importância da pesca esportiva, que vem ten- junto de conhecimentos científicos relacionados do crescente repercussão internacional. Busquei à flora e à fauna desenvolvido por programas que trazer de Santo Antônio as experiências voltadas realizamos no âmbito do canteiro e de seu entorno.” para evitar impactos, como o reúso de efluentes.” Na Organização desde 1988, Fernando iniciou Thaysa ressalta um dos maiores ensinamentos sua atuação nas obras da Hidrelétrica de Capan- que obteve em Santo Antônio – e em sua vida: “A da, em Angola, e tem especial apreço pela ideia do melhor forma de combater um impacto negativo compartilhamento de informações e experiências. e suas consequências não é controlá-lo, mas sim “É muito gratificante participar desse processo”, evitá-lo”. informa 15 Sinergia entre obras e empresas Gabriel Azevedo, Diretor de Sustentabilidade na Odebrecht Energia, é um entusiasta da relação sinérgica entre as obras. “Tudo o que é gerado nesse contexto fica na Organização”, enfatiza. Gabriel, baseado em Brasília, visita os canteiros de obra com frequência e regularidade. “Para os clientes, isso também traz vantagens naturalmente”, observa ele, que destaca as soluções para o tratamento da água desenvolvidas em Santo Antônio e que, depois, foram Thaysa Leite: foco nas iniciativas destinadas a evitar impactos socioambientais negativos replicadas em Teles Pires e Chaglla. Defensor ferrenho da troca de conhecimentos entre os projetos, Gabriel também sabe o quanto é essencial haver sintonia entre as empresas envolvidas em um mesmo empreendimento. “Quanto melhor formos nesse aspecto, mais potencializaremos os ganhos para o cliente”, assinala. 16 Na Organização desde 1977, Délio esteve presente em diversos projetos hidrelétricos emble- Délio Galvão, Diretor de Contrato da Usina Hi- máticos, entre os quais Itá, na divisa de Santa drelétrica Santo Antônio, integrante da Odebrecht Catarina com o Rio Grande do Sul, no anos 1990, desde 1977, é um dos protagonistas dessa busca onde foi Diretor de Contrato. “O conhecimento constante de entendimento, no âmbito da Sus- acumulado da Odebrecht no setor hidrelétrico é tentabilidade e em todos os outros. Como líder muito extenso”, ele argumenta. “Estamos prepa- do CCSA, a Odebrecht Infraestrutura é a orques- rados para participar de todas as etapas de um tradora de uma realização empresarial que tem empreendimento, desde os primeiros estudos de ainda como protagonistas a Andrade Gutierrez e viabilidade até a participação como investidores e o Gicom (no qual estão reunidas Alstom, Voith Sie- operadores.” Essa expertise, segundo Délio, foi um mens, Andritz, Areva, Siemens e Bardella). “Santo dos fatores decisivos para que Santo Antônio se Antônio é uma obra de grande porte, da qual par- transformasse em referência, escola e celeiro de ticipam vários atores, entre os quais é imprescin- jovens talentos como Anelisa e Thaysa, uma obra dível que se estabeleça uma relação de completa capaz de proporcionar a outras lições que podem sinergia”, defende. ser inestimáveis. informa conceito A edificação de um Odebrecht Properties chega para conceber e realizar investimentos e assumir a gestão de ativos imobiliários texto Daelcio de Freitas fotos Holanda Cavalcanti O Líder Empresarial André Amaro (terceiro a partir da esquerda) com Responsáveis por Apoio: a partir da esquerda, Daelcio Freitas (Comunicação), Susan Barrio (Jurídico), Cristiane Giansante (Pessoas), Adriana Meirelles (Finanças) e Marcos Lima (Planejamento) 17 Q uando se fala em infraestrutura - no tendências: Properties Brasil, Parcerias Públicas caso do Brasil, mais precisamente na e Entretenimento. falta dela -, o senso comum aponta A área de Properties Brasil visa atender diver- para a necessidade de investimen- sos tipos de clientes que necessitam de edifica- tos em estradas, portos, aeroportos. ções corporativas, industriais e de logística e está Pouco se fala, porém, na infraestrutura represen- delegada à Diretora-Superintendente (DS) Carla tada por ativos imobiliários públicos e privados Barretto, executiva com passagem pela Braskem, inadequados ou defasados, que também podem CNO e Odebrecht S.A., que terá como prioridade impactar significativamente na produtividade de em 2013 os ativos da Organização. quem trabalha ou utiliza esses empreendimentos. Sob responsabilidade do DS Parcerias Públicas, Nos dias atuais, é consensual o entendimento Geraldo Villin Prado, que tem 32 anos de Organi- de que é preciso conceber espaços para as ativi- zação, está o investimento e a operação de centros dades a que eles se destinam. Em outras palavras, administrativos, escolas, hospitais e outros ativos significa dizer que pessoas reunidas em um am- imobiliários usados pelo setor público. biente adequado e acessível podem produzir e ser- As arenas multiuso e outras edificações desti- vir melhor, independentemente de sua atividade. nadas a atividades esportivas, culturais e de lazer Não à toa escritórios públicos e privados, escolas estão sob a responsabilidade do DS Entreteni- e arenas esportivas nos países desenvolvidos são mento, Dênio Cidreira, que trabalhou na Braskem, concebidos e operados “sob medida” para seus CNO e na Cetrel. públicos. É nesse contexto que a Organização Odebrecht Sinergia e portfólio decidiu estruturar, em 2012, o Negócio Proprieda- As arenas Pernambuco e Fonte Nova, construí- des, por meio da criação da Odebrecht Properties das pela Odebrecht Infraestrutura para a Copa do (OP), e delegá-lo ao Líder Empresarial André Ama- Mundo de 2014, estão na área de Entretenimento. ro, com passagem pela Construtora Norberto Ode- Com inauguração prevista para o primeiro semes- brecht (CNO), Braskem e Odebrecht S.A. tre deste ano, esses ativos, a exemplo das arenas Segundo ele, a criação da empresa é um bom Corinthians e Maracanã, são um marco na traje- exemplo de diversificação e crescimento orgâni- tória da Odebrecht de aceitar desafios grandiosos co da Organização, uma vez que a atuação da OP em benefício do país. ultrapassa fronteiras de negócios da Odebrecht “Cabe à OP o desafio de operar as arenas do Realizações Imobiliárias e Odebrecht Infraestrutu- nosso portfólio da melhor maneira possível, para ra, empresas que desenvolvem, constroem e en- que, em médio prazo, elas se tornem referência de tregam os empreendimentos aos clientes. entretenimento no Brasil”, afirma Dênio Cidreira. “Está no DNA da Organização crescer por meio O Edifício Odebrecht São Paulo, projeto da Ode- de oportunidades e pessoas”, diz André Amaro. “E a brecht Realizações Imobiliárias e que abrigará as Odebrecht tem sabido explorar essa dinâmica, o que empresas da Organização na capital paulista (hoje facilita o empresariamento de um novo Negócio”. instaladas nos edifícios Eldorado e Villa Lobos), e o Edifício-sede da Odebrecht na Bahia, são os prin- Gestão de ativos imobiliários O negócio da OP consiste em identificar e con- Compõem o portfólio de ativos da DS Parce- ceber projetos, mobilizar capital necessário e rea- rias Públicas projetos no Rio de Janeiro, como o lizar investimentos para, posteriormente, assumir Parque Olímpico e o Porto Maravilha, que também a gestão dos ativos imobiliários, seja qual for sua fazem parte do contexto da Copa do Mundo e das destinação, e prestar serviços suplementares aos Olimpíadas. usuários dos ativos. 18 cipais ativos da Properties Brasil. O Inova BH, em Minas Gerais, e o Centrad (Cen- Para isso, a empresa está estruturada para tro Administrativo Distrito Federal), em Brasília, atuar em áreas, divididas por Diretorias-Superin- são outros exemplos de projetos realizados por informa meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs). O pri- namento com a comunidade. “Nosso desafio em- meiro realizará o investimento e operará 37 esco- presarial transcende as fronteiras do ativo imobi- las públicas para a Prefeitura de Belo Horizonte, liário. Sempre que oportuno, seremos agentes do enquanto o Centrad será um conjunto de 16 pré- desenvolvimento e da revitalização do entorno das dios construídos para abrigar toda a administra- propriedades, visando à maximização da valoriza- ção do Governo do Distrito Federal, além de centro ção do ativos a longo prazo”, argumenta. de convenções e shopping center. Além dos ativos que hoje pertencem ao portfólio “São projetos de infraestrutura que permitem da empresa, o número de integrantes confirma a aos servidores públicos terem mais produtividade análise de André Amaro em relação ao crescimento ao realizar as atribuições de atender ao cidadão e orgânico e desenvolvimento de pessoas. Dos cerca prover serviços básicos como saúde e educação, de 200 integrantes da Odebrecht Properties 75% vie- uma vez que estão sob nossa responsabilidade to- ram de outras empresas da Organização. dos os serviços complementares desses empreendimentos”, destaca Geraldo Villin. Carla Barretto acrescenta que, para todos os projetos, de todas as áreas, os empresários têm o desafio de pensar no desenvolvimento do entorno, por meio de programas estruturados de relacio- Dênio Cidreira, ao centro, com Marcos Lessa, à esquerda, e Frank Alcântara, responsáveis pelas operações, respectivamente, na Arena Pernambuco e na Arena Fonte Nova (na fotomontagem com a Arena Fonte Nova ao fundo): Odebrecht Properties irá operar esses equipamentos com o propósito de torná-los referência em entretenimento no Brasil informa 19 da casa talento e experiência Zinji Kubata: conhecimento e experiência a serviço da OEP C riar uma empresa de Engenharia de contratos no Brasil e em outros países”, diz José Projetos para atender à demanda dos Mariano, Diretor de Engenharia. A fórmula inclui as negócios e contratos da Odebrecht era diversas etapas de uma obra, da elaboração de proje- um antigo sonho dos líderes da Or- tos conceituais e básicos ao suporte à pré-operação, ganização. Em julho de 2012, o sonho com ganhos em agilidade e gestão. tornou-se realidade. A Odebrecht Engenharia de Pro- Com base em dados de mercado, José Mariano jetos (OEP) iniciou suas atividades, com mais de 160 explica que o custo da engenharia em um contrato na especialistas em diferentes campos, como mecânica, modalidade EPC (Engenharia, Suprimento e Cons- elétrica, civil, instrumentação, processos, materiais e trução), uma tendência mundial em grandes obras, tubulações. varia entre 5% a 10% do total. Contudo, ele observa, Até então, serviços de engenharia sempre foram uma engenharia malfeita pode comprometer a totali- contratados pela Odebrecht no mercado, quando dade de um empreendimento e levar a grandes pre- uma nova obra exigia. A parceria com os escritórios juízos. “Assegurar o gerenciamento das três etapas externos continuará existindo, mas o objetivo é que a do EPC nos dá agilidade e segurança para superar OEP ocupe parte desse espaço, fortalecendo a com- desafios”, observa. petência interna em engenharia. 20 20 Ligada à estrutura da Odebrecht Engenharia In- “Nosso objetivo é participar dos negócios da dustrial, a OEP conta com quase uma centena de Odebrecht, fornecendo soluções integradas para os engenheiros e 50 técnicos recrutados internamente informa Odebrecht Engenharia de Projetos é formada por especialistas em diversas áreas, representantes de três gerações texto Thereza Martins fotos Ed Viggiani e no mercado. A faixa média de experiência dos inte- energia e transporte, do qual a Odebrecht TransPort grantes é de 30 anos. detém 20% de participação. “Dispomos, também, de uma área de Tecnologia da Informação equipada com sistemas integrados Três gerações de especialistas capazes de atender ao grande tráfego de projetos Na sede da OEP, em São Paulo, estão reunidas três e à necessidade de segurança dos dados”, informa gerações de profissionais, de estagiários aos que estão Raphael Couto, de Pessoas e Organização. “Todo na ativa há décadas, como Zinji Kubata, projetista de 78 o conhecimento e as informações geradas a partir anos, que, embora aposentado, nunca parou de traba- dos projetos desenvolvidos pela OEP estarão, agora, lhar. “Nesses anos todos atuando em empresas e escri- armazenados e disponíveis dentro da Organização”, tórios de engenharia, convivi com boa parte da equipe enfatiza. que hoje constitui a OEP”, ele comenta. O primeiro contrato do qual a OEP participa é o dos Outro exemplo é Antonio Carlos Morselli, 69 anos terminais de Araçatuba e de Anhembi (SP), da Logum de idade e 45 de profissão, técnico de instalações in- Logística S.A., consórcio responsável pela constru- dustriais. Convidado em janeiro para passar a integrar ção e operação do sistema logístico multimodal para a equipe, ele se lembra de que conheceu a Tecnologia transporte rodoviário e hidroviário de etanol, no Su- Empresarial Odebrecht (TEO) no processo de integra- deste e Centro-Oeste brasileiros. O consórcio é for- ção. “É uma cultura com a qual me identifico, sobretudo mado por seis empresas dos setores de engenharia, pela forma como valoriza suas equipes e clientes.” informa 21 diálogo produtivo Empresas, entre as quais a Odebrecht Óleo e Gás e a EEP, unem-se para construir e operar sondas da Petrobras texto Luciana Lana fotos Mário Grisolli E completamente a face daquela região e do estado como um todo. O projeto é gigantesco e muito transformador”, comenta o Diretor do EEP, Francisco Dezen. Ele destaca o alto percentual de conteúdo local (parcela de participação da indústria nacional no fornecimento de bens e serviços) no projeto, que “chegará a 65% nas últimas unidades”. Troca de experiências “O projeto de construção das 28 sondas [quantidade total de estruturas encomendadas pela Sete Brasil, das quais seis ao EEP e as demais 22 a outros estaleiros brasileiros] é o maior desafio da indústria naval brasilei- m três anos, o Estaleiro Enseada do Para- ra nos últimos tempos. A Sete Brasil estruturou e conta guaçu (EEP) entregará sua primeira unidade de perfuração em águas ultraprofundas a ser utilizada na região do pré-sal. Poderá ser a primeira sonda fabricada no Brasil para ex- ploração de petróleo – um marco para as indústrias naval e de óleo e gás do país. A construção e a posterior operação dessa e de outras cinco sondas que serão construídas no EEP até 2020 representam a convergência de esforços de uma série de empresas e profissionais, cada um contribuindo estrategicamente conforme suas expertises. Quatro das seis sondas foram encomendadas ao estaleiro por meio de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) formada pela Sete Brasil e a Odebrecht Óleo e Gás. O contrato, no valor de US$ 3,2 bilhões, é gerido por um grupo (Project Management Team – PMT) composto da própria Odebrecht Óleo e Gás e da Petrobras (Divisão de Engenharia), tendo a Petrobras (Divisão de Exploração e Produção – E&P) como o cliente para o qual as sondas irão operar. Do total de seis unidades de perfuração, quatro serão operadas pela Odebrecht Óleo e Gás. “É um arranjo altamente complexo, com mesmas empresas assumindo vários papéis ao longo dos projetos, de acionista a operador”, diz Paulo Neves, Diretor do Projeto na Odebrecht Óleo e Gás. O desafio torna-se ainda maior porque o próprio EEP é uma empresa nova, e suas instalações físicas ainda estão em construção em Maragojipe (BA). “Estamos mudando 22 informa 22 com a melhor composição de capacidade técnica e ge- da assinatura do contrato, em agosto passado”, salienta rencial disponível no país para enfrentar esse desafio”, Dezen. “Nos últimos três anos, as empresas nos abriram comenta Herculano Barbosa, Diretor-Superintendente de as portas, dando acesso aos maiores especialistas e às Engenharia e Tecnologia da Odebrecht Óleo e Gás. Com mais novas tecnologias”, ele acrescenta, lembrando que a Petrobras e os próprios operadores como acionistas a Odebrecht Óleo e Gás construiu recentemente seis son- minoritários, ficaram definidas equipes integradas de das na Coreia do Sul e nos Emirados Árabes Unidos para supervisão (Petrobras Engenharia e prestadores de ser- operarem para a Petrobras. “A empresa não apenas sabe viços/operadores das plataformas), que contam com lar- o que é fazer sonda, como sabe o que é fazer sonda para ga experiência em construção e operação. O objetivo é a esse cliente, a Petrobras E&P, que tem requerimentos construção de plataformas que atendam ao cliente final específicos”, argumenta Dezen. (Petrobras E&P) em todos seus requerimentos. “A equipe Geograficamente, o projeto se expande por fronteiras mista de supervisão das obras, formada pela Petrobras das mais diversas: a gestão está, inicialmente, centrali- Engenharia e pelos operadores, também tem interagido zada no Rio de Janeiro, onde ficam os escritórios do EEP com os estaleiros de maneira a esclarecer os requeri- e da Odebrecht Óleo e Gás e a sede da Petrobras. O de- mentos contratuais e elucidar as demandas técnicas para talhamento de engenharia está sendo feito em parceria minimizar a perda de tempo, o que contribui para o bom com uma empresa na Romênia. Há ainda parceiros na andamento dos projetos”, explica Herculano. Noruega, no Reino Unido e nos Estados Unidos. E, quan- Para o sucesso da iniciativa, tem sido fundamental a do as instalações do EEP estiverem concluídas, em 2014, troca de experiências. “A Odebrecht Óleo e Gás e a Pe- certamente a maior parte da equipe será deslocada para trobras Engenharia têm nos apoiado desde muito antes a Bahia. Francisco Dezen (à esquerda) e Paulo Neves: sintonia fina em um projeto transformador informa 23 ícone da sinergia texto Fabiana Cabral fotos Holanda Cavalcanti 24 informa 24 Projeto Aquapolo, que iniciou operações no fim de 2012, foi a iniciativa pioneira de transversalidade na Organização N a região da Serra do Mar, em São Paulo, nasce o Rio Tamanduateí, que corta as cidades de Mauá, Santo André e São Caetano do Sul e deságua no Rio Tietê, na capital. Para reduzir a quantidade de esgoto despejado nos dois rios, proveniente das cidades do ABC Paulista, o efluente é direcionado à Estação de Tratamento de Esgoto ABC, da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), para a retirada da carga orgânica, e é levado à Estação de Produção de Água Industrial da Aquapolo Ambiental para transformar-se em água de reúso. Na empresa, formada pela Odebrecht Ambiental e a Sabesp, o efluente segue para o tanque “circuito carrossel”, onde é realizado um tratamento biológico. Em seguida, ele passa por módulos de membranas especiais, em um processo de ultrafiltração. Com novas propriedades, a substância ganha transparência e odor naturais. Assim é criada a água de reúso, ou água industrial, que abastece o Polo Petroquímico de Capuava, na região do ABC Paulista. Cerca de quatro anos separam a ideia e a operação efetiva do maior projeto de água de reúso para fins industriais do Hemisfério Sul, iniciada no fim de 2012. Nesse período, desenvolveu-se a primeira iniciativa da Organização Odebrecht com a sinergia de três empresas: o Aquapolo. União que trouxe a força “A Quattor foi o cliente inicial”, relembra Emyr Costa, Diretor de Engenharia na Odebrecht Ambiental desde abril de 2012. Ele foi um dos primeiros a trabalhar o tema, a partir de 2008, ainda na Odebrecht Infraestrutura. “Na época, já existiam parcerias com a Odebrecht Ambiental”, comenta. A partir da esquerda, Fabiano Munhoz, João Paulo Góis, Luis Sérgio Yoshihiro, Josnei Cireli e Reynaldo Moreira Júnior, da Odebrecht Infraestrutura: 10 frentes de serviço em operação simultânea na Avenida do Estado, uma das mais movimentadas do ABC Paulista Enquanto isso, a Odebrecht Ambiental adquiria a Ecosama, concessionária de tratamento de água e esgoto de Mauá, e passava a estudar a produção de água industrial. “O Projeto Aquapolo foi o início da parceria com a Sabesp, até a concepção e formação da Aquapolo Ambiental S.A., que tem um contrato de 41 anos para distribuir água de reúso ao Polo de Capuava”, explica Marcos Asseburg, Responsável pela nova empresa. “É a primeira sociedade da Sabesp com a iniciativa privada”, salienta Fernando Gomes, Diretor da Aquapolo por parte da estatal. Ao mesmo tempo, a Braskem incorporava a Quattor e dava continuidade ao projeto. “A água recebida era de informa 25 Marcos Asseburg (à esquerda) e Fernando Gomes: união de capacitações qualidade inferior e reduzia a vida útil dos equipamen- Tamanduateí, e que recebeu 17 km de adutora em menos tos, aumentando as manutenções. A sustentabilidade da de um ano. “Cerca de 2.800 metros foram construídos por planta dependia da melhoria das propriedades da água”, mês em uma densa área urbana. Foi um grande desafio”, salienta Marina Muniz Rossi, Coordenadora de Utilida- descreve Fabiano Munhoz, Diretor de Contrato. des na Unidade de Insumos Básicos (Unib 3), cujas ins- Paralelamente, Odebrecht Ambiental e Sabesp rea- talações recebem a água e garantem sua propagação à lizavam testes em uma miniestação de tratamento de Braskem e a outras empresas. Os movimentos distintos água, denominada Planta Piloto. Os estudos determina- das empresas da Organização acabaram convergindo ram as tecnologias necessárias para a fabricação de uma para um mesmo caminho. água industrial de qualidade. “A parceria com as empresas da Organização nos deu tranquilidade para cumprir Da sinergia à inovação prazos. Sabíamos que estávamos alavancando um novo O Aquapolo inventou um novo ciclo para a água e abriu negócio”, observa Fernando Gomes. novas oportunidades para a cultura da água de reúso. “O sucesso do projeto é resultado da união das melhores fer- Divisão de responsabilidades ramentas e do conhecimento de cada empresa”, resume Outro desafio foi a comunicação e o relacionamento Marcos Asseburg. Antes da oficialização do contrato, as com diferentes órgãos e entidades. Para enfrentá-lo, as equipes da Odebrecht Ambiental, Odebrecht Infraestrutu- empresas dividiram responsabilidades. “A Braskem de- ra, Braskem e Sabesp já estavam envolvidas no planeja- sempenhou esse papel com as prefeituras, a Odebrecht mento. “As obras civis foram aprovadas antes da assina- Ambiental e a Sabesp lideraram a obtenção das licenças tura. Isso só é possível com sinergia”, reforça Emyr Costa. ambientais e a Odebrecht Infraestrutura assumiu as li- Dez frentes de serviço foram instaladas simultanea- 26 cenças das obras civis”, relata Emyr Costa. mente em uma das principais avenidas do ABC: a Avenida A instalação de 3,6 km de redes de distribuição no Polo do Estado, que corta quatro municípios, às margens do Rio de Capuava também foi desafiador. “Treinamos mais de informa 200 pessoas para trabalhar dentro de uma petroquími- que deixou de ser utilizada abastece 500 mil habitantes do ca. Adaptamos o trabalho da engenharia civil à rotina da ABC. A Aquapolo tem capacidade para produzir 1.000 l/s. Braskem”, salienta Fabiano Munhoz. “Nosso novo desafio é mostrar à sociedade que existem Transparência, comunicação e criação de soluções: a sinergia infundiu segurança e viabilidade ao projeto. vários tipos de água de qualidade, uma para cada finalidade”, argumenta Marcos Asseburg. “Cada empresa soube ‘defender’ seu negócio e garantir No início de 2013, foi realizado o processo de certifica- segurança financeira, influenciando, sendo influencia- ção da qualidade da água. “Fizemos testes simultanea- da, compreendendo e respeitando os parceiros”, pontua mente com todos os agentes envolvidos”, comenta Mari- Marcos Asseburg. Fabiano Munhoz argumenta que se na Muniz Rossi, que mantém contato, quase diário, com deve sempre buscar relações sinérgicas dentro da Ode- as equipes da Aquapolo. De acordo com ela, os resultados brecht. “A cooperação foi fundamental para os resultados serão, a longo prazo, o avanço na troca térmica e redução finais. Colocamos a Organização à frente de tudo”, com- do uso de produtos químicos, e, a médio prazo, a amplia- plementa. Marina Muniz Rossi salienta que a integração ção da vida útil dos equipamentos, melhoria nos métodos de profissionais da mesma Organização facilitou o desen- de manutenção e diminuição da água consumida. volvimento do projeto. “Em um ambiente de confiança, O Polo de Capuava poderá ainda ser foco de um novo conseguimos buscar soluções diferentes para agilizar projeto sinérgico. Emyr Costa revela que estudos são re- processos e atividades”, reforça. alizados para um programa de valorização energética na planta, envolvendo Odebrecht Ambiental, Infraestrutura, Presente e futuro Engenharia Industrial e Braskem. “A tendência é que as Atualmente, 650 mil l/s de água de reúso são forne- sinergias cresçam, pois a Organização se diversifica cada cidos ao Polo Petroquímico de Capuava. A água potável vez mais.” Marina Rossi: sustentabilidade da planta informa 27 Comunicação Para ninguém perder o trem Jovens internautas ajudam SuperVia a aprimorar o serviço prestado aos passageiros texto Boésio Vidal Lannes fotos Carlos Júnior P ontualmente às 6h30, de a sexta-feira, )) segunda David de Souza Rodrigues acomoda-se em um trem na es- tação de Costa Barros, no ramal de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, rumo ao trabalho. Ele passa despercebido em meio a tantas pessoas, mas é um passageiro diferenciado: observa tudo com atenção e atua como fiscal. David, 21 anos, faz parte de um grupo de 20 jovens que conhece bem os trens e o metrô do Rio de Janeiro. Para se comunicar com os amigos, ele usa Twitter, Facebook e fóruns de discussão na internet. Na conversa com Odebrecht Informa, David mostra por que é chamado de “engenheiro amador” pelos integrantes da equipe de comunicação da SuperVia. Futuro engenheiro eletricista, ele aponta para o trem que está chegando à estação de Costa Barros, bairro do subúrbio carioca onde reside, e diz: “É um modelo chinês CNR série 3000, com ar-condicionado australiano e freio alemão”. Instantes depois, acrescenta: “Esse é um modelo Mafersa série 700”. David colabora em um programa de comunicação da SuperVia, os Engenheiros Amadores, do qual participam jovens que vivenciam o 28 informa dia a dia dos trens e conversam eles que, por exemplo, sugeriram por redes sociais. Ao informarem a mudança de mão dos trens no uma avaria em uma composição ramal de Belford Roxo. “Pensei ou alertarem sobre uma pessoa que não estavam nos ouvindo, mas que está se sentindo mal, esses a mudança está em teste. Agora, internautas ajudam passageiros as composições seguem a mesma e a concessionária, que poderá mão do metrô”, diz David. tomar uma decisão em poucos Essa sinergia com os passa- segundos. Eles são convidados geiros é um dos pilares da atua- para cafés da manhã na empresa, ção da SuperVia, concessionária ocasiões em que conversam com de trens urbanos do Rio de Janei- responsáveis por diversas áreas, ro administrada pela Odebrecht visitam o Centro de Controle Ope- TransPort desde janeiro de 2011. racional (CCO) e dão ideias. Foram A empresa é responsável pelo David Rodrigues: passageiro diferente com uma missão especial transporte diário de 600 mil pas- bém estão mais rápidas. Estra- tacionados na estação de Bangu, sageiros em 190 composições, tegicamente baseados ao lado subúrbio carioca, e neles foram entre as quais 30 modernos trens do CCO, localizado no prédio da realizados 25 mil atendimentos com sistema de ar condicionado, administração da concessionária, voltados à emissão de documen- adquiridos na China pelo Governo dois jornalistas não desgrudam os tos. No Carnaval de 2012, 10 esco- do Rio de Janeiro. Outras 60 com- olhos dos monitores e fornecem las de samba vizinhas à SuperVia posições entrarão em operação respostas em tempo real a 15 so- foram presenteadas com 2 mil bi- até 2016, e mais 20 serão cons- licitações diárias, em média, feitas lhetes cada uma e tiveram à dis- truídas pela Alstom em uma ofi- por jornalistas. No CCO, operado- posição um trem exclusivo para cina no Rio de Janeiro. Os ramais res acompanham a movimentação levar os foliões até a Marquês de são monitorados por 480 câme- dos passageiros em telas dinâmi- Sapucaí. Iniciativas diretamente ras, que passarão a ser 1.500 até cas com tecnologia semelhante à relacionadas à valorização de uma o fim de 2013. do metrô de Paris. O sistema de das mais importantes manifesta- som, importado dos Estados Uni- ções culturais do Rio de Janeiro e dos, é multifuncional. do país. “O investimento em novas A busca por novas tecnologias tem permitido respostas mais precisas aos passageiros. Atualmen- O avanço na relação sinérgi- tecnologias, o engajamento em te, 11 mil internautas seguem a ca com as comunidades é o ob- programas comunitários e uma SuperVia no Twitter, e outros 1.400 jetivo de cada uma das ações política de comunicação transpa- a acompanham pelo Facebook. da concessionária. Carlos José rente têm aumentado a confiança Um telefone 0800, um endereço Cunha, Presidente da SuperVia, dos passageiros e devolvido aos eletrônico, ouvidoria e 160 jovens cita exemplos. Na Ação Global de integrantes o orgulho de traba- aprendizes reforçam a estrutura 2013, projeto liderado pelo Servi- lhar na SuperVia”, enfatiza Carlos de comunicação. ço Social da Indústria (Sesi) e pela José. As respostas à imprensa tam- TV Globo, dois trens ficaram es- informa 29 emoção razão a serviço da Reserva do Paiva: novos paradigmas em urbanismo, tecnologia e sustentabilidade 30 30 informa Inovações negociais e soluções de engenharia fazem surgir, em uma região paradisíaca, o primeiro bairro totalmente planejado de Pernambuco texto Ricardo Sangiovanni fotos Lia Lubambo/Lusco U m coqueiral que vai até depois de onde a vista alcança, situado em uma área privada de mais de 5 milhões de metros quadrados, com 8,6 km de praias, a apenas 2 km da zona urbana do Recife, e, de quebra, próxima do aeroporto e do complexo industrial- -portuário de Suape. Certamente não são poucos os que gostariam de passar nesse lugar o resto da vida. Um sonho que está agora mais próximo da realização, com o nascimento do primeiro bairro totalmente planejado de Pernambuco, que segue o que há de mais moderno em matéria de urbanismo, tecnologia e sustentabilidade: a Reserva do Paiva. Desenvolvida pela Odebrecht, a Reserva do Paiva está situada no Cabo de Santo Agostinho, município da Grande Recife. A ideia de investir nessa área - um vetor natural de expansão da região metropolitana - surgiu da parceria entre a Odebrecht Realizações Imobiliárias e os grupos Cornélio Brennand e Ricardo Brennand, proprietários do terreno, e começou a sair do papel em 2007, ano da execução das primeiras obras. Três anos depois, em 2010, a Odebrecht Realizações Imobiliárias inaugurava o primeiro condomínio residencial do Paiva, com 66 casas de alto padrão. No início de 2013, um segundo condomínio, de prédios residenciais, foi entregue, e a construção de novos empreendimentos - entre eles, um centro empresarial com mais de mil salas e um hotel cinco estrelas da rede norte-americana Sheraton - avançam a olhos vistos. Uma ponte para o futuro Para que esse bairro planejado pudesse existir, entretanto, foi preciso, antes, transpor um obstáculo natural: o Rio Jaboatão, que separa o continente da porção de terra que forma o Cabo. Para evitar que os veículos tivessem de dar uma volta de mais de 40 km para chegar, por terra, às praias do litoral sul e à Reserva do Paiva - o que inviabilizaria o surgimento do bairro - , era preciso erguer uma ponte sobre o rio. Como Pernambuco não dispunha de recursos para construir essa ponte, a solução foi firmar, em dezembro de 2006, uma Parceria Público-Privada (PPP) – a primeira do estado e também a primeira no segmento rodoviário do Nordeste. Assim, além da bela ponte estaiada Wilson Campos Júnior, de 320 m de comprimento, a Concessionária Rota dos Coqueiros, empresa de propósito específico e que pertence à Odebrecht TransPort e à Vento Sul, do grupo Cornélio Brennand, construiu o sisinforma 31 tema viário do qual também faz parte a Via Parque, uma moderna rodovia de 6,5 km de extensão que corta toda área da Reserva do Paiva. As contrapartidas do estado foram conceder à Concessionária Rota dos Coqueiros, por 33 anos, a construção, operação e manutenção do sistema viário e o pagamento de contraprestações adicionais às tarifas de pedágio (CAT), de acordo com o fluxo de veículos e a qualidade dos serviços até 2019. Além de viabilizar o lançamento da Reserva do Paiva, o sistema viário facilitou a vida de quem sai diariamente do Recife em direção ao litoral sul para trabalhar, sobretudo em Suape. O fluxo mensal médio de veículos chegou a 8,5 mil por dia em 2012, quase todos automóveis, já que é proibido o tráfego de caminhões na área concedida. Dois vizinhos Um símbolo da sinergia entre Odebrecht Realizações Imobiliárias e Odebrecht TransPort, que possibilitou a anos, Diretor-Presidente da Rota dos Coqueiros. “São criação do bairro planejado e da rodovia, é o fato de as dois negócios que nasceram juntos e continuam cres- obras da ponte e das primeiras casas do Paiva terem cendo juntos. A agenda é sinérgica”, diz Valverde. começado e sido entregues rigorosamente ao mesmo Além de participarem de uma reunião mensal pro- tempo. E quem nasce em sinergia, assim haverá de per- movida pelo Diretor-Superintendente das regiões Nor- manecer: hoje, Rota dos Coqueiros e Reserva do Paiva, deste, Norte e Centro-Oeste, João Pacífico, com a pre- embora sejam independentes, trabalham em estreita sença de todas as empresas da Organização Odebrecht, sintonia. para debate de temas transversais, Luís e Elias reser- Cabe a dois jovens líderes a condução desses dois vam uma data de cada mês para tratar de assuntos negócios irmãos: Luis Henrique Valverde, 35 anos, Di- cotidianos que envolvem a concessionária e a Reserva retor de Incorporações Imobiliárias da Odebrecht Rea- do Paiva. “Somos como dois vizinhos. Se um dos dois lizações Imobiliárias em Pernambuco, e Elias Lages, 36 começa a ter um problema, sentamos e começamos a O coqueiral que caracteriza a região e, na outra foto, Elias Lages (à esquerda) e Luis Henrique Valverde, na ponte Wilson Campos Júnior: PPP tornou o empreendimento viável 32 informa traçar juntos uma estratégia de solução”, conta Lages. de Fournier. As diretrizes arquitetônicas privilegiam a Agindo em conjunto, em vez de duplicar uma mesma ini- ventilação cruzada e o uso de varandas e beirais largos ciativa, eles conseguem concentrar esforços em frentes – recursos que favorecem a refrigeração e reduzem a diversas, o que favorece o alcance mais rápido de ob- necessidade de ar condicionado. Placas de energia so- jetivos. “O resultado da sinergia dos dois ativos sempre lar são utilizadas para aquecer a água, eliminando a supera a soma dos dois”, diz Lages. necessidade de chuveiros elétricos. A principal preocupação, contudo, é com a ocupação Compartilhamento de conceitos do solo. “A opção foi por verticalizar menos. Os prédios Além de campanhas educativas voltadas a integran- são mais baixos, com maior distância entre um e ou- tes e clientes, as duas empresas também comparti- tro”, afirma o arquiteto Bruno Gadelha, líder da área de lham conceitos relacionados à sustentabilidade socio- incorporação imobiliária da Reserva. O masterplan (es- ambiental. A concessionária aposta em tecnologia de pécie de plano diretor) do Paiva prevê que a área cons- ponta para preservar o meio ambiente e contribuir para truída siga a proporção de “1 para 1” em relação à área o aumento da qualidade de vida da comunidade, dos do terreno – enquanto no Recife, diz ele, essa razão é integrantes e dos clientes. de 6 para 1. “O desafio é mostrar que é possível ocupar “Instalamos monitores touch screen em todas as o solo urbano de uma maneira racional.” cabines de pedágio, para eliminar a necessidade de Atualmente, além das obras do Hotel Sheraton, es- mouses e teclado, itens que precisam ser constantemen- tão a todo vapor as construções de um terceiro con- te trocados. Isso também tornou mais ágil e ergonômico domínio residencial, com sete torres, e de um centro o trabalho dos operadores”, conta Fábio Guimarães, co- empresarial, com seis. Para o próximo verão, está pre- ordenador de Tecnologia da Informação (TI) da Rota dos vista a inauguração da Vila Gourmet, que reunirá es- Coqueiros. O sistema viário possui ainda um anel de fi- tabelecimentos de prestação de serviços e comerciais. bra ótica ao longo de toda a rodovia, que permite operar Em 2014, uma escola tradicional do Recife deverá ins- qualquer cabine de pedágio remotamente. Esse anel é a talar uma sede no Paiva e, em 2015, um supermercado espinha dorsal de toda a malha ótica do bairro. e um centro médico chegarão. Tudo isso de maneira A Reserva do Paiva, por sua vez, tem a sustenta- integrada ao ambiente, sem superlotar o bairro. E, cla- bilidade como foco desde o projeto original do bairro, ro, mantendo o coqueiral como um dos protagonistas concebido em 2002 pelo arquiteto suíço Henri Michel da fascinante paisagem local. informa 33 às vezes não se vê, mas está lá 34 A Braskem usa o conhecimento e ganhos para todos: a Braskem, a outra empresa a experiência de suas equipes da Organização que usa o plástico e o cliente”, ela para criar soluções também na acrescenta. Engenharia e Construção, com Os gerentes de contas da Braskem, por meio consequências diretas em outros dessa sinergia, abrem novos mercados para seus setores, como o de habitação e saneamento. A clientes e ampliam o volume de plástico usado crescente utilização do plástico nos canteiros de na construção, explica Mônica. “Para a empresa obra tem levado a empresa a intensificar parcerias construtora, o uso do plástico pode ser interessan- com a Odebrecht Infraestrutura, a Odebrecht Rea- te. Cabe um estudo prévio de cada projeto, o que lizações Imobiliárias e a Foz do Brasil. torna fundamental a comunicação entre as empre- “Temos, dentro de casa, a melhor porta de en- 34 sas.” trada para o setor da construção”, salienta Mô- Com 20 anos de experiência em petroquímica, nica Evangelista, Gerente de Desenvolvimento todos eles como integrante da Odebrecht, Môni- de Mercado de Polipropileno da Braskem para a ca organiza reuniões com um comitê de diretores Construção Civil e responsável pela interface. “Em das empresas Odebrecht Infraestrutura, Ode- cada parceria, a premissa básica é de que existam brecht Energia, Odebrecht América Latina, Olex informa Matéria-prima fornecida pela Braskem é usada na construção de estádios, edificações residenciais e sistemas de saneamento texto Luiz Carlos Ramos fotos Fernando Vivas (BA), Ricardo Chaves (RS) e Sérgio Amaral (DF) Arena Fonte Nova: uso do plástico na fabricação do concreto e Odebrecht Realizações Imobiliárias, para que que o antigo estádio foi implodido, em 2010, a are- todos possam trocar informações. É um trabalho na, vistoriada pela Fifa e pelas autoridades do es- em conjunto com outros integrantes da Braskem, porte brasileiro em 29 de janeiro, teve suas obras entre eles Jorge Alexandre Alves da Silva e Zolder marcadas, também, pelo uso do plástico. Stekhardt, ambos da equipe de Desenvolvimento Alcir Guimarães, Gerente de Engenharia e de Mercado de Polietileno, e Antônio Rodolfo Jú- Qualidade do Consórcio Construtor Arena Fonte nior, de PVC. Nova, revela que o equipamento recebeu 75 mil m3 de concreto, com um total de 16.551 peças pré- Plástico na Fonte Nova -moldadas: “Além de cerca de 30 mil toneladas de Após dois anos e meio de obras, a Arena Fonte cimento, usamos 11 toneladas de microfibras de Nova, em Salvador, foi concluída em fevereiro. Está polipropileno. A mistura da microfibra, analisada pronta para receber jogos da Copa das Confedera- pelo experiente especialista em concreto Francisco ções, entre os quais Brasil x Itália, em 22 de junho, Holanda e pela Braskem, representou um notável e da Copa do Mundo de 2014. É um novo ciclo do salto de qualidade”, destaca Alcir. Ele completa: “A futebol baiano e dos espetáculos musicais. Cons- mistura melhorou a trabalhabilidade do concreto, truída pelo consórcio Odebrecht-OAS no local em que ficou mais denso, aumentou a resistência ao informa 35 impacto e ao estilhaçamento, proporcionou mais ção de blocos de cimento e ferro para a estrutura, resistência superficial e ao desgaste, evitado pela com vantagens em relação às fôrmas de madeira. exsudação (saída da água do concreto durante seu Ocorreu ainda a utilização de cerca de 100 t de po- processo de cura), e, consequentemente, maior lipropileno – correspondente ao total da matéria- durabilidade.” -prima usada na fabricação dos assentos do públi- As fibras absorvem esforços de retração não es- co geral da Arena Fonte Nova. trutural e inibem o aparecimento e a propagação de fissuras, por causa do incremento de resistên- 36 A revolução das esferas plásticas cia à tração. A estrutura tem sua permeabilidade Em Taguatinga, a 21 km do Plano Piloto de Bra- reduzida, melhorando a estanqueidade (vedação) sília, avançam as obras dos 16 edifícios do Cen- da obra como um todo e contribuindo ainda para a tro Administrativo do Distrito Federal. Lá, a partir melhoria substancial do acabamento do concreto. de 2014, ficará o Gabinete do Governador e fun- A fibra absorve o calor, não o irradia, o que colabo- cionarão as secretarias. A obra é executada pela ra no aumento do conforto térmico, excelente para Odebrecht Infraestrutura em consórcio com a Via a arquibancada, pois o público sente menos calor. Engenharia por meio de Parceira Público-Privada A Odebrecht já aplica a fórmula em outras obras. (PPP). O cliente é o Governo do Distrito Federal. A Os clientes da Braskem são os fabricantes Etruria, Concessionária do Centro Administrativo do Distri- Propex e Maccaferri, que estão investindo em no- to Federal (Centrad), uma Sociedade de Propósito vas máquinas para produção desses materiais, até Específico (SPE) entre a Odebrecht e a Via, cons- então inexistentes no Brasil. trói os prédios e é responsável por sua operação A Arena Fonte Nova também recorreu a um e manutenção. A rapidez com que os prédios são tipo de fôrma de plástico corrugado na prepara- executados tem a ver com o novo sistema de pre- informa Casas do bairro planejado Jardins Mangueiral, em Brasília, e, abaixo, Marcelo Moreira com uma esfera plástica, em Taguatinga: utilização pioneira do sistema no país paração de lajes entre um e outro pavimento dos edifícios. Em Taguatinga, um sistema construtivo revolucionário, o BubbleDeck, substitui a fórmula convencional de lajes. “O BubbleDeck é um sistema construtivo de origem dinamarquesa composto de esferas plásticas inseridas uniformemente entre duas armaduras de ferro e concreto”, explica o Diretor de Contrato André Araújo. “Essa fórmula já provou suas vantagens”, ele afirma. Na obra, o plástico também é usado com fôrmas corrugadas para produção de blocos e tubos e conexões de PVC Tigre para instalações elétricas e hidráulicas. Segundo Marcelo Moreira, Responsável Comercial, o BubbleDeck, bastante usado na Europa, veio para ficar: “No Brasil, esta é a primeira obra de grande porte que adota o sistema. Acompanhados de integrantes da Braskem, visitamos canteiros na Holanda e comprovamos a viabilidade”, ele relata. A resina de propileno da Braskem é utilizada pela empresa Savama, de Goiânia, que passou a fabricar as esferas ocas – as quais vêm tendo seu peso reduzido (atualmente é de 210 gramas cada uma). Sua tecnologia aumenta a produtividade, informa 37 otimiza custos, reduz o uso de insumos como madeira e garante mais velocidade ao andamento da obra. Uma laje desse tipo tem 28 centímetros de espessura. Sua instalação não precisa das antigas vigas. Está previsto o uso de 2,2 milhões de esferas em Taguatinga. Moradias de qualidade Um bairro planejado ganha corpo a 13 km de Brasília: Jardins Mangueiral. A Odebrecht Realizações Imobiliárias, empresa que desenvolve projetos residenciais e empresariais em várias cidades, lidera a construção por meio da primeira PPP de imóveis do país, da qual também participam as empresas privadas Silco Engenharia, Soltec, Villela e Carvalho, Emplavi e Geológica e os órgãos governamentais Caixa, Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal e Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano. Quando tudo estiver concluído, no fim deste ano, serão 8 mil moradias populares para 30 mil pessoas, em 15 condomí- 38 nios fechados, em 2 milhões de m²: apartamen- civis e fica responsável pela operação dos siste- tos e casas com toda infraestrutura e áreas de mas. Em Tocantins, a empresa assumiu o controle lazer. Quase 2 mil integrantes cuidam da obra. acionário da estatal Saneatins. Uma parte, já pronta, recebeu os moradores dos Emyr Diniz Costa Junior, Diretor de Engenharia imóveis financiados. O consórcio também admi- da Foz, conta que componentes de plástico for- nistrará o bairro. necidos por indústrias clientes da Braskem são O arquiteto Paulo Coutinho, Gerente de Produ- usados nas obras, como os tubos de PVC da Ti- ção do Jardins Mangueiral, explica: “Nesta obra, o gre, fabricados com matéria-prima da Braskem: plástico está em todas as partes. A construção das “A programação de uso de tubos de PVC nas con- paredes das casas é simultânea à instalação de cessões de saneamento da Foz para os próximos conduítes de rede elétrica de PVC, material tam- três anos é de 3.905 quilômetros, a distância de bém usado nos tubos e conexões de água e esgoto São Paulo a Manaus. Nas redes de esgoto, usamos Tigre com vantagens de economia, resistência e poços de visita e inspeção da Asperbras, de polieti- praticidade”. leno da Braskem, uma grande evolução”. Eduardo Frediani, engenheiro sanitarista, Dire- Saneamento com eficiência tor da Foz em Uruguaiana, analisa: “Estes poços Quase todas as ruas de Uruguaiana (RS) estão de visita chegam a ter até 3 metros de altura e são em obras. A população, de 130 mil habitantes, não resultado de uma opção pela tecnologia inovadora, reclama das valas. Até 2016, a cidade inteira terá pois apresentam vantagens no custo em relação água tratada, coleta e tratamento de esgoto. Caso aos de concreto e os de tijolos. Aqui, usaremos raro no país. Palmas, a mais de 3 mil km dali, vive cerca de 3 mil. Com eles, há rapidez na execução, situação semelhante. Todo o estado de Tocantins facilidade de transporte e manuseio, sem risco de segue um programa de saneamento básico desti- vazamento”. nado a prover água e rede de esgoto a 100% da po- O Presidente da Asperbras, Francisco Car- pulação. A tarefa cabe à Foz, que cuida das obras los Colnaghi, visitou recentemente Uruguaiana e informa Eduardo Frediani e os tubos de PVC, em Uruguaiana: rapidez na execução, facilidade no transporte e no manuseio Palmas. Diante da possibilidade de fornecer 10 mil de Design (IED) de São Paulo. Cada uma indicou poços de visita a Tocantins e receber encomendas três alunos que passaram a ser nossos estagiários de outras regiões, a empresa ampliou as fábricas para idealizar opções de design”. de Penápolis (SP) e Simões Filho (BA). “Desenvol- A transversalidade entre a Braskem e a Ode- vemos um produto com custo-benefício melhor brecht Realizações Imobiliárias também ocorre para nosso cliente, com matéria-prima específica em uma das maiores obras imobiliárias do país, de alta resistência à compressão e a agentes quí- o Parque da Cidade, em São Paulo, formado por micos que possam estar presentes nas redes de cinco torres corporativas, uma torre comercial, esgoto”, diz Colnaghi. hotel, shopping center e dois prédios residenciais. Para esse projeto também está sendo estudado o Casas e móveis de plástico uso de soluções com plástico da Braskem. A Ode- Nos próximos meses, outras obras da Or- brecht, por meio da empresa Ilha Pura (formada ganização passarão a utilizar o plástico. Carla por Odebrecht Realizações Imobiliárias e Carvalho Barretto, Diretora-Superintendente de Clientes Hosken), está analisando a possibilidade de utili- Privados da recém-criada Odebrecht Properties zar o plástico na construção da Vila dos Atletas, e (veja reportagem sobre a empresa nesta edição), a Odebrecht Infraestrutura, no Porto Maravilha, no explica o desafio de design na transversalidade Rio de Janeiro. com a Braskem: “O exemplo está nos móveis de No exterior, o cenário também é de boas pers- plástico do futuro edifício de escritórios da Ode- pectivas: a Odebrecht América Latina vem intro- brecht em São Paulo a serem fabricados pela duzindo o uso de grande quantidade de geomem- Tramontina com matéria-prima da Braskem. Or- brana de polietileno e geotêxteis de polipropileno ganizamos uma parceria com quatro instituições fornecidos por clientes da Braskem na obra do acadêmicas paulistas: Fundação Armando Álvares Canal de Irrigação do Rio Daule, entre Daule e Vin- Penteado (Faap), Centro Universitário Belas Artes, ces, no Equador. Quando se fala nas possibilidades Instituto Mauá de Tecnologia e Instituto Europeu de sinergia, não existem fronteiras. informa 39 40 ARGUMENTO 40 informa Transversalidade e sinergia E m 2012, a Odebrecht completou 20 anos de atuação Organização Odebrecht foi contratada diretamente para as- na Venezuela. Tendo como visão estratégica os pila- sumir outras obras industriais. res de Sobrevivência, Crescimento e Perpetuidade, Atualmente, a Braskem continua com o seu acordo o foco de nossa atuação é contribuir de maneira qualificada com a Pequiven: compra nafta produzida na Venezuela para o desenvolvimento sustentável do país, potencializan- e vende resinas produzidas no Brasil, contribuindo para do as sinergias entre as diversas empresas da Organização o aumento das relações comerciais entre os dois países. em busca da completa satisfação dos nossos clientes. Além da comercialização de produtos, a Braskem e a Ao longo desse período, evoluímos de prestadores de Odebrecht Venezuela estudam a formação de uma em- serviços na área de infraestrutura para sermos sócios e presa mista com a Pequiven para a implantação de uma investidores em áreas estratégicas como a petroquímica e planta de fertilizantes cuja construção estaria a cargo de a de produção de petróleo, como consequência natural de Odebrecht Engenharia Industrial, que, por sua vez, está uma postura de absoluta seriedade, do conhecimento ad- construindo quatro plantas de etanol para a PDVSA. quirido e do compromisso com o país. Após duas décadas, a execução de grandes projetos e Como construtores, a realização exitosa de importantes as relações de confiança e respeito estabelecidas criaram projetos em diversos setores da economia nacional propor- as bases para a Sobrevivência e o Crescimento e, como cionou a aproximação com os nossos clientes, gerando con- parte de nosso compromisso de longo prazo, focadas na fiança para a criação de novas e qualificadas oportunidades. Perpetuidade. A Odebrecht Venezuela associou-se com a A transferência de tecnologia e conhecimentos e a con- PDVSA na criação de uma empresa mista – a PetroUrda- clusão com alto padrão de qualidade de obras emblemáti- neta –, na qual a PDVSA tem 60%, e a Odebrecht, 40%, e a cas para o país explicitaram aos clientes as características Odebrecht Óleo e Gás executa os serviços. A constituição de cumpridores de nossas obrigações, seriedade e respon- dessa empresa significa uma demonstração da confiança sabilidade que, alicerçadas no espírito de servir, são a base que nossa Organização tem na Venezuela. da Tecnologia Empresarial Odebrecht – TEO. A presença dessas diferentes empresas em um mesmo A experiência adquirida, aliada a uma operação sólida ambiente só é possível com uma atuação sinérgica, com e geradora de resultados tangíveis e intangíveis, permitiu objetivos convergentes e unidade de práticas e posturas criar condições para a identificação, seleção e consolidação fundamentados nos valores da TEO. de negócios para as outras empresas da Odebrecht. A Odebrecht Venezuela atua como promotora e gera- Dessas empresas, a primeira a se instalar na Venezue- dora das oportunidades de novos negócios e investimentos la foi a Braskem, em 2006, por meio de uma associação para a Organização Odebrecht. A transversalidade se dá à com a Petroquímica de Venezuela, S.A. – Pequiven, para a medida que as empresas se integram em um todo e geram construção de um grande polo petroquímico, capaz de dar oportunidades para si mesmas e para as outras. O êxito da autossuficiência ao mercado local e com um nível de produ- atuação conjunta das quatro empresas na Venezuela está ção que permita a exportação de polipropileno. construído com base no exercício de uma liderança político- Diante da necessidade de elaborar um orçamento para -estratégica única, na preservação da autonomia de cada investimentos conjuntos, e considerando sua longa trajetó- uma e na busca constante da complementaridade de suas ria de construção de plantas industriais para a Petrobras especialidades e competências. e outras empresas, a Odebrecht Engenharia Industrial incorporou-se ao desenvolvimento de estudos, e, uma vez instalada no país, associou-se à Petróleos de Venezuela, S.A. – PDVSA, com a qual constituiu um consórcio para a execução de contratos no sistema EPC (Engenharia, Suprimento e Construção). Além disso, a empresa da Euzenando Azevedo é Líder Empresarial da Odebrecht Venezuela informa 41 42 Paulo Sérgio Barille e Amélia Fernandes: participantes de uma atuação empresarial sinérgica voltada à formação de pessoas vencer o doce sabor de Em Angola, parceria entre Odebrecht Agroindustrial e Biocom qualifica profissionais para trabalharem em fazendas de cana texto João Marcondes fotos Kamene Traça 42 informa A o ver uma colhedora de cana da Amélia trabalha na área agrícola da Biocom (Com- marca John Deere, modelo 3520, panhia de Bioenergia de Angola), sociedade entre a com mais de 6 metros de altura, petrolífera estatal Sonangol, o grupo angolano Damer Amélia Fernandes, 21 anos, pen- e a Odebrecht. “É uma sensação de poder”, acrescen- sou em desistir e voltar para sua ta ela, sobre seu trabalho. Para operar a máquina ca- casa em Malanje, capital da província de mesmo paz de colher 40 t de cana-de-açúcar por hora, Amé- nome, no norte de Angola. Depois da morte da lia foi treinada por Paulo Sérgio Barille, 31 anos, que mãe, Amélia ficou responsável por cuidar dos veio especialmente da Unidade Santa Luzia (MS), da três irmãos e trazer renda para o lar. Passado Odebrecht Agroindustrial, para isso. “Estamos condu- o momento de hesitação, respirou fundo e deci- zindo essa sinergia entre Odebrecht Agroindustrial e diu encarar o desafio. Hoje ela é só orgulho. “As Biocom, com o objetivo de formar pessoas para Ope- pessoas me cumprimentam por ser a primeira ração da Unidade Biocom”, explica Rubian Zillmer, mulher angolana a comandar uma máquina des- coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas da sas”, diz, sorrindo. Biocom. informa 43 A sinergia também surtiu efeito para Barille. “Tenho certeza de que voltarei para o Brasil sendo um Na maturidade do projeto, 1.500 pessoas estarão empregadas, das quais apenas 3% expatriadas. profissional muito melhor. Os angolanos dão lição de vida, nos ensinam muito sobre humildade, vontade Qualificação profissional de aprender e valorização da família”, comenta o Grande parte desses trabalhadores está sendo multiplicador da Odebrecht Agroindustrial, que deve treinada por meio de sinergias múltiplas. Em Cacu- ficar na África pelos próximos três anos. Desde agos- so, a poucos quilômetros da Unidade Industrial da to de 2012, foram treinadas 150 pessoas no âmbito Biocom, funciona o Centro de Formação Profissional dessa parceria. A previsão é de que, até o início de (Cefoprof) da cidade, que há pouco tempo apenas mi- 2014, em torno de 1.080 pessoas tenham recebido nistrava cursos relacionados à informática. A reali- capacitação. dade mudou com a chegada do projeto, e o Cefoprof funcionará gradativamente como centro multiplica- Produção de alimento e geração de renda dor de conhecimentos para toda a região do PAC. O Polo Agroindustrial de Capanda (PAC) é um dos rio de Malanje (Imam). Nesse centro de ensino téc- projetos mais ambiciosos do Governo angolano. Em nico angolano foram selecionados alunos com perfil uma área de 411 mil hectares, fazendas desenvolve- para participar do curso de formação em Mecânica e rão todo o tipo de negócios que envolvam pequenas, Eletricidade. Depois de três meses, o jovem sai para médias, grandes empresas e agricultura familiar, em ocupar uma vaga no efetivo da Usina da Biocom. A uma região entre as províncias de Malanje e Kwan- primeira turma formará 43 alunos. za Norte. O foco é a produção própria de alimento e “Nunca tive um emprego antes”, diz, com uma geração de renda. Um dos negócios é justamente a ponta de ansiedade, Victória Manuel Domingos Lobo, Biocom, que capacitou Amélia. Sua área é de 38 mil 19 anos, selecionada para a formação em Eletricida- hectares. de. Ela mora com oito irmãos em uma casa em Ma- A Biocom será a primeira usina produtora de açú- lanje. O pai está desempregado, e a mãe é campone- car em Angola após a independência do país, que sa. Apenas uma irmã trabalha como policial. “Quero ocorreu em 1975. Em março de 2012, fecha seu pri- aumentar meu poder de compra”, diz ela. Mas não meiro ano/safra, com 3 mil hectares cultivados. Na apenas isso. “Nosso país precisa produzir alimentos, maturidade da usina, prevista para 2017, a capaci- como será feito na Biocom. Isso o torna mais barato dade de produção será de 230 mil t de açúcar cristal e acessível para a população. Quero fazer parte dis- por ano/safra, de suma importância para um país so”, ressalta Victória. que hoje importa esse produto de países como Índia e África do Sul. E não fica por aí. A Biocom irá gerar o combustível etanol anidro (33 mil m3/ano) e 158 Gigawatts/ano de energia elétrica para o sistema angolano. 44 A sinergia envolve também o Instituto Médio Agrá- informa Carlos Tilson Vunda Mabi e Victória Lobo: desejo de crescer e ajudar o país O pensamento é semelhante ao de Carlos Tilson tendo como escopo estruturar sua gestão e imple- Vunda Mabi. Com 20 anos, ele tem esposa e uma mentar o PAC, com foco na transferência de tecnolo- filha e mora em uma casa com 15 pessoas. “Estou gia e prestação de serviços. ciente da minha responsabilidade perante a empresa Sinergias de governo com empresas, de empre- e como cidadão angolano. Estudo para ajudar a de- sas com empresas, de Angola e Brasil e vice-versa, senvolver o país.” Carlos Tilson também foi selecio- de obra da Odebrecht com obra da Odebrecht. nado pelo Imam, utiliza as instalações do Cefoprof de Marcus Azeredo também é exemplo dessas co- Cacuso e participa de capacitação com incentivo da nexões, trabalhando tanto para Laúca quanto para Biocom. O curso ainda terá sinergia com a John Dee- a Sodepac. Ele havia trabalhado também na revita- re, que ministrará um dos módulos de Mecânica. Da- lização de Hidrelétrica de Gove, em Huambo, outra qui a três meses, Carlos Tilson sairá com uma vaga obra essencial para deixar a matriz energética do de trabalho na usina, onde será novamente treinado, país mais limpa. Levar a experiência de norte a sul dessa vez pela Odebrecht Agroindustrial. de Angola significa multiplicar a sinergia para ele. “Uma das principais características da atuação da Sinergia em diversos âmbitos Odebrecht é sua capacidade de mobilizar, motivar “Tudo no PAC diz respeito a sinergias”, resume e gerar sinergias”, comenta Marcus. “Não faríamos Marcus Azeredo, Diretor de Contrato da primeira nada disso que temos aqui sem o suporte, contribui- fase (desvio do rio) da Usina Hidrelétrica de Laúca ções e participações ativas de nosso cliente, o Go- e também Diretor do Contrato de gestão com a So- verno. Vamos deixar a marca da sustentabilidade, ou depac (Sociedade para o Desenvolvimento do Polo seja, vamos construir para que o Governo dê con- Agroindustrial de Capanda), uma empresa criada tinuidade ao empreendimento e, dessa forma, dar pelo Ministério da Agricultura angolano para a ges- uma contribuição relevante para que Angola tenha tão do PAC. A Odebrecht foi contratada pela Sodepac, um futuro melhor”, ele acrescenta. informa 45 causa conhecedores de Famílias são capacitadas para cultivar a terra e preservar a mata nativa na Província de Malanje texto João Marcondes fotos Kamene Traça Eva Sebastião: oportunidade de geração de renda 46 46 informa A s matas que cercam a comunidade ru- ceberão US$ 1 por muda, gerando um significativo ral de Carima, no norte de Angola, mis- incremento de renda turam dois tipos de vegetação: a savana Cada uma das 40 famílias cadastradas receberá 30 (semelhante ao cerrado brasileiro) e a sacolas para acondicionar as mudas nativas de plantas selva tropical. O casal Valente e Eva Se- como palmeira-dendê e pata-de-vaca, além de uma va- bastião, ambos de 43 anos, frequenta esses ambientes riedade local de tamarindo, entre outras. Nessa primei- desde criança, com seus pais e avós. Difícil conhecer ra fase serão necessárias 8 mil mudas. Posteriormente, melhor que eles o labirinto verde dessa região da Pro- outra quantidade de mudas será necessária. víncia de Malanje. Em vez das telas e dos sistemas de irrigação utiliza- Mesmo com a diversidade que os cerca, a alimen- dos convencionalmente, esse viveiro possibilita que as tação de 369 famílias que ali vivem era pobre em hor- mudas sejam criadas dentro da própria mata, em áreas taliças até recentemente. O programa Kukula Ku Moxi sombreadas. Uma espécie criativa e sustentável de “vi- (“Crescer Juntos”, em kimbundo, a língua local), de- veiro orgânico”. Cada família pode ter um incremento de senvolvido pela Odebrecht no âmbito do Polo Agroin- US$ 30 mensais, o que é muito na localidade, pois mui- dustrial de Capanda (PAC), é composto de um con- tas vezes isso significa dobrar a renda do mês. junto de ações sistêmicas e integradas que buscam A obra de Laúca chega agora às comunidades inclu- reduzir o grau de vulnerabilidade dessas famílias. ídas no Kukula Ku Moxi para promover ciclos de pales- Uma de suas vertentes é a introdução do cultivo de tras de meio ambiente. A primeira delas, ministrada por hortaliças, como cenoura, pepino e alface, na região Alice Ponciano, foi sobre queimadas. Esse expediente do PAC (veja reportagem sobre o projeto nesta edi- ainda é muito utilizado, o que é danoso para o meio am- ção). Sebastião, que nunca havia provado uma beter- biente. “Por meio da conscientização, principalmente raba, passou a incluir esse e outros alimentos à sua das crianças, as novas gerações vão mudando seus há- dieta, a conviver e a trocar ideias com os participantes bitos”, diz Ponciano. do Kukula Ku Moxi, criado pela Odebrecht em parceria com o Governo angolano. Valente Sebastião e sua esposa, Eva, conseguiram melhorar a qualidade de vida, desde o início do progra- Por meio de uma sinergia entre o programa e a obra ma. Agora participam da produção de mudas, gerando da Hidrelétrica de Laúca, Sebastião usará agora seus mais renda. “Compramos rádio, camas e um teto novo conhecimentos sobre aquelas terras em prol da preser- para nossa casa, que está mais alegre”, ele relata. A ini- vação ambiental e da geração de renda. A obra precisa ciativa do Kukula Ku Moxi é estratégica para a ampliação reflorestar as áreas que foram utilizadas como jazidas. O das possibilidades do programa de agricultura familiar convencional seria colher sementes e produzir um vivei- do PAC e contribui para a ativação do movimento pelo ro, já que não há um viveiro de mudas nativas comercial desenvolvimento local. em nenhuma região do país. No entanto, a partir de uma A Hidrelétrica de Laúca terá capacidade de geração conversa entre Elielda Fernandes, Responsável local de 2.067 MegaWatts, para geração a partir de 2017, de- pelo Kukula Ku Moxi, e Alice Ponciano, Responsável por vendo estar concluída em 2018. Ela fica a 100 km da Meio Ambiente na obra de Laúca, os dois projetos foram Hidrelétrica de Cambambe e a 40 km da de Capanda. conectados. Dessa forma, os próprios moradores da re- “Tudo aqui é sinergia, tudo é aproveitado. Antes tínha- gião transplantaram as plantas jovens, restauraram as mos que treinar todo mundo, importar toda a comida. áreas degradadas e evitaram etapas dispendiosas. Tudo Agora o caminho está pavimentado pelos empreendi- isso com a obtenção de um elevado número de espé- mentos anteriores”, diz Marcus Azeredo, Diretor de con- cies – e em pouco tempo, se comparado à colheita de trato da primeira fase da obra, destacando a relação de sementes. grande sintonia e coesão com o Governo, por meio do Gabinete para o Aproveitamento do Médio Kwanza (Ga- Famílias conhecedoras da região mek) e do Ministério de Energia e Águas. Essa iniciativa Buscou-se famílias com alto grau de conheci- amplia as possibilidades de programa de agricultura fa- mento da região, com capacidade de preservar as miliar do PAC e contribui para a ativação do movimento características nativas da mata. Essas famílias re- pelo desenvolvimento local. informa 47 Moradores de 20 comunidades de Malanje aprendem a operar poços e a gerir o uso da água Rodrigo Paulino (na foto menor) e moradores da comunidade de Hunga: conscientização experiência R nova texto João Marcondes fotos Kamene Traça odrigo João Paulino tem 19 anos. O poço de 120 m de profundidade faz parte das me- Mora em uma comunidade simples, lhorias trazidas pela empresa por meio do programa chamada Hunga, na Província de Ma- social Kulonga pala Kukula (“Ensinar para Crescer”, lanje, no norte de Angola. Ele e mais em kimbundo, a língua local), iniciado em 2010. O cli- 300 pessoas vivem da lavra e do pas- ma seco da região, mais o fato de o poço ter sido ma- toreio de cabras. Uma vida bucólica, em que o con- nuseado por pessoas sem a habilidade técnica neces- tato com a natureza e o amor à terra fazem parte do sária, contudo, fez com que o fornecimento da água cotidiano. Existe, porém, uma dificuldade: a falta de fosse interrompido por conta de avarias. água limpa. 48 Agora, por meio de uma parceria entre a Sodepac Apesar de ter crescido nesse ambiente rural (Sociedade para o Desenvolvimento do Polo Agroin- modesto, a cabeça de Rodrigo pensa longe. “Quero dustrial de Capanda), Odebrecht Angola e a compa- ter uma profissão, aprender”, diz ele, fã do craque nhia global Maersk Oil (de origem dinamarquesa), Xavi, do Barcelona, cujo uniforme veste com orgulho. os habitantes de Hunga e de outras 19 comunidades “Para crescermos, precisamos de água em nossa da região, nas quais vivem cerca de 10 mil pessoas, comunidade”, ele argumenta. O garoto já trabalhou terão uma nova experiência com a água que é tão como garçom e como operário na terraplenagem de difícil de ser conseguida. Serão instalados 15 poços, uma obra. Sua próxima missão, porém, é essencial e outros 15 serão recuperados. O mais importante, para a comunidade: fazer a manutenção de um poço porém, será a capacitação técnica dos membros da de água instalado pela Odebrecht (no âmbito do pro- própria comunidade, como Rodrigo. E mais: a cons- grama Kulonga pala Kukula) no chão de sua terra. cientização sobre o uso da água. informa 48 Ku Moxi, “Crescer Juntos”, em kimbundo (veja reporta- gem nesta edição). Na região, há muito o que fazer. Cerca de 80% da população não tem acesso à água limpa. A renda per capita média das comunidades do PAC é muito baixa, em torno dos US$ 37 mensais. Em 2012, ocorreu ali a pior seca dos últimos 40 anos. “Nosso trabalho não ficará apenas restrito ao reparo de poços ou ao treinamento de pessoas. Vamos analisar a qualidade da água e educar as pessoas sobre a importância do saneamento e da coleta dos resíduos, além de investir em programas de geração de renda”, acrescenta Victoria Quaglia. O Governo angolano também aproveitará a sinergia, pois seu programa Água para Todos [com investimentos da ordem de US$ 650 milhões) poderá aproveitar a infraestrutura construída por Sodepac, Maersk e Odebrecht quando chegar na região. Francisco Sawaguthi, Responsável por Sustentabilidade da Odebrecht Angola, salienta que os conceitos e práticas de Responsabilidade Social têm de gerar sinergia de forma transversal com as áreas de Saúde, Segurança do Trabalho, Mudanças Climáticas e Meio Ambiente e estar presente em todos os programas estruturados de desenvolvimento sustentável da empresa. No ano de 2012, o investimento social da Odebrecht em Angola foi de mais de US$ 5 milhões. O dinheiro foi aplicado em 45 comunidades, beneficiando 76 mil pessoas e gerando sinergias com 126 organizações parceiras e com o Programa social entra em nova fase A região faz parte do Polo Agroindustrial de Capanda, o PAC (veja reportagem sobre o projeto nesta edição). “O PAC depende de sinergia. É desenvolvimento por intermédio de articulação do público e do privado”, explica João Alexandre Cavalcanti, Gerente de Desenvolvimento Social da Odebrecht para o PAC. Parceira comercial no Bloco 16 (exploração de petróleo), ao lado da estatal angolana Sonangol, a Maersk mira no exemplo brasileiro para ajudar no desenvolvimento do país. “A Odebrecht tem uma experiência maravilhosa na área social e de sustentabilidade. Isso faz parte da essência da atuação da empresa brasileira”, comenta a Gerente de Responsabilidade Social Corporativa da Maersk, Victoria Quaglia. Ela esteve em 2011 no Brasil e visitou projetos apoiados pela Fundação Odebrecht no Baixo Sul da Bahia. Em 2013, a Maersk aderiu ao programa social Kulonga pala Kukula, que terá uma nova fase. Será aprimorado e ampliado para 600 famílias como programa oficial de apoio à agricultura familiar do PAC e se chamará Kukula Governo angolano em 37 programas sociais. prazer em pertencer Odebrecht Agroindustrial desenvolve programa para integrar unidades e fortalecer nas pessoas o orgulho de fazer parte da empresa texto João Paulo Carvalho fotos Geraldo Pestalozzi 50 50 informa informa 51 Fabiana Prado: mais estímulo C “ ompleta, por favor!” Quem tem apenas de Programas de Ação (PAs) alinhados e realmente o trabalho de pronunciar essa frase, ao mensuráveis. parar em um posto de combustível, ge- “Algumas unidades apresentam distâncias supe- ralmente não imagina o processo pro- riores a 60 km entre o local onde a cana é plantada e dutivo, tampouco o percurso necessário, as instalações nas quais ela é processada. Isso com- para que o etanol chegue aos bicos injetores de seu prova a dificuldade que enfrentamos no dia a dia, para veículo. É nos postos que a maioria dos consumidores mantermos a comunicação eficiente entre as equipes. finais experimenta o principal produto da Odebrecht O Programa Excelência, uma ferramenta de acompa- Agroindustrial (antiga ETH Bioenergia), também fa- nhamento e desempenho operacional, faz com que os bricante de açúcar e cogeradora de energia elétrica integrantes da empresa sintam-se parte importante a partir da queima de biomassa. Para que essa ex- do processo”, ressalta Sérgio Fiorin, Responsável por periência cotidiana seja possível, longas etapas têm Gestão de Desempenho na Odebrecht Agroindustrial que ser realizadas diariamente em campos distantes e um dos idealizadores do programa. dos grandes centros, e o trabalho de muita gente é necessário nesse circuito. Tanta complexidade não As primeiras responsáveis funcionaria sem excelência. Tudo começa com o reparo do solo onde a cana-de- Em dicionários da língua portuguesa, “excelência” -açúcar será plantada. Da atenção com o corte ante- significa “o mais alto grau de bondade, qualidade ou rior, que deve deixar matéria orgânica suficiente para perfeição”. Nas unidades da Odebrecht Agroindus- proteger a terra de erosões e do sol excessivo, pas- trial, essa palavra é sinônimo de trabalho em equipe sando pelos tratos culturais (que incluem a aplicação e busca por resultados. Desde sua implantação, em de adubo complementar e outros nutrientes, como o maio de 2011, o Programa Excelência vem contribuin- nitrogênio, cálcio, fósforo e potássio) até o correto ma- do para que os resultados diários da empresa possam nejo das mudas, as equipes da linha de frente são as ser divulgados, acompanhados e recompensados. primeiras responsáveis pela qualidade dos produtos O diagnóstico que motivou sua implementação 52 ao final de cada ciclo. revelava a necessidade de maior integração entre as Do alto da cabine refrigerada de uma das plantado- nove unidades, espalhadas em cinco polos instalados ras, Fabiana Paes Prado, Operadora de Máquinas da em quatro estados brasileiros. Diferenças de clima, Unidade Costa Rica, no Polo Taquari, destaca a impor- relevo, cultura e procedimentos de trabalho dificulta- tância do Excelência para o desenvolvimento de seu vam uma análise precisa do desempenho das equi- trabalho. “O programa proporcionou às equipes uma pes, o que, consequentemente, impedia a formulação internalização mais forte dos conceitos de segurança, informa qualidade e produtividade, que são índices mensura- tração do caldo, até o carregamento dos caminhões dos e revertidos em partilha de resultados, por meio que farão a distribuição do etanol. Nesse mesmo pro- do Programa de Pagamento Mensal (PPM), para as cesso, ocorre a queima do bagaço da cana, gerando equipes com melhores desempenhos. Ganhamos es- vapor que será transformado em energia elétrica para tímulo ainda maior para executar bem as nossas fun- abastecer a própria unidade. Seu excedente é vendi- ções”, salienta. do ao Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio de Com a plantação realizada, após cerca de 12 meses leilões de energia de reserva, e para o mercado livre. é chegada a hora do corte, carregamento e transpor- O açúcar, do tipo VHP (Very High Polarization), de alta te (CCT). Quando entram em ação as colhedoras e os qualidade, segue ainda como matéria-prima para o caminhões de transbordo, que entregam às unidades mercado externo. a matéria-prima em seu estado bruto. Leandro Fortu- Segundo Hayslan Vanci, Supervisor de Produção nato de Melo, Coordenador de CCT na Unidade Costa Industrial da Unidade Costa Rica, o Excelência trouxe Rica, é responsável por zelar pela entrega do produto, para a empresa maior sinergia entre as equipes. “Era o que faltava para melhorar as relações internas. As informações produzidas pelo programa aproximam as pessoas, que estão aqui em busca de um bem comum: a alta produtividade, com atenção à segurança e ao meio ambiente e à criação de laços cada vez mais fortes entre as pessoas que compartilham informações e o ambiente de trabalho.” Peças-chave no processo de aculturamento para implantação do Excelência, os chamados “pontos focais” têm a missão de transmitir fielmente a metodologia proposta em apoio à execução do PA. “Somos responsáveis por explicar os conceitos aos demais integrantes, inclusive aos recém-contratados, fazendo com que sejam as- Betânia da Silva: conhecimento para atingir metas similados e aplicados por todos”, observa Betânia Vieira da Silva, Engenheira de Processos da Unidade Alto Taquari. “Antes do Excelência, as pessoas não conheciam as metas de PAs da empresa. Era difícil medir o que estava sendo feito, e isso prejudicava o empresariamen- com o menor índice possível de desperdício, e por de- to. Hoje todos têm conhecimento do que é preciso fazer bater com suas equipes os resultados alcançados e para atingir as metas estabelecidas.” eventuais ajustes em caso de dificuldades. De acordo com Sérgio Fiorin, ainda não é possí- “O Excelência trouxe benefícios intangíveis, como vel avaliar precisamente o impacto do programa na a possibilidade de todos participarem das decisões do produtividade da empresa, já que sua implantação que seria ou não seria avaliado pelo programa. Isso ocorreu em momentos diferentes nas nove unidades. provoca um maior nível de comprometimento e en- A mais recente foi em junho de 2012. “Precisamos de gajamento, uma vez que o que está sendo medido é um horizonte mais amplo, talvez umas cinco safras, exatamente aquilo que foi proposto pelos integrantes para fazer uma avaliação coerente dos benefícios como elementos importantes para o seu trabalho e que o Excelência tem nos trazido, mas é perceptível a para a empresa”, avalia. maior sintonia entre as equipes e a correta sensação em cada integrante de que ele é o dono de seu ne- Melhoria nas relações internas gócio dentro da pequena empresa. Foi uma forma de Na unidade industrial, uma nova fase do ciclo é ini- trazer conceitos da Tecnologia Empresarial Odebrecht ciada. São percorridas etapas que vão desde a desti- (TEO) para o dia a dia de pessoas que estão a quilôme- laria e fermentação, passando pelo tratamento e ex- tros do escritório mais próximo.” informa 53 COMUNIDADE Relações cultivadas com zelo e transparência Diálogo permanente e plural marca as ações de relacionamento com a comunidade na Argentina texto Zaccaria Junior fotos Marcelo Pizzato o folhearmos um dicionário A Odebrecht que as pessoas, sua dis- soas, pois, apesar de a sustentabi- (ou o acessarmos pela inter- posição para servir e sua capacida- lidade estar fortemente relacionada net), a palavra sinergia traz, de para o desenvolvimento, o cres- a ativos ambientais e sua preser- entre algumas acepções, duas que cimento e a superação de desafios vação, são as pessoas – dentro e se aproximam bastante da relação constituem o principal patrimônio fora da Organização – preparadas dos negócios da Odebrecht com as para o desenvolvimento sustentável. e motivadas, que irão assegurar os comunidades influenciadas sejam Na edição nº 151 de Odebrecht resultados de um desenvolvimento por seus projetos, sejam por suas Informa, do início de 2011, quando obras: (1) ação ou esforço simultâ- era anunciada a atualização e am- Essa importância da sinergia neos; cooperação, coesão; trabalho pliação da Política de Sustentabi- na relação com as comunidades ou operação associados e (2) coe- lidade da Odebrecht, Sérgio Leão, é exemplificada nas ações desen- são dos membros de um grupo ou Responsável por Sustentabilidade volvidas pela Odebrecht Argentina. coletividade em prol de um objetivo na Organização, destacava que essa “Para estruturarmos nossos pro- comum. Entende-se na Organização releitura enfatizaria o foco nas pes- gramas de relações com as comu- Lucas Utrera: sinergia entre o negócio e a comunidade 54 informa sustentável. Vanina Hudson: integração do ser humano à sociedade nidades, tomamos como premissas menta. O esforço ao qual Utrera se renda e trabalho e a reutilização e as diretrizes de sustentabilidade da refere vem sempre acompanhado reciclagem de materiais”, comenta Organização. Cuidamos para que da eterna busca da realização das Vanina, ao mostrar alguns brindes todas as nossas intervenções na expectativas das pessoas, entre elas institucionais desenvolvidos em par- vida das pessoas, desde as menores a geração de melhoria da qualidade ceria com a entidade Red Activos, até as mais impactantes, possam de vida, legado almejado pelas ini- ONG responsável por comercializar capacitar o ser humano, contribuir ciativas da empresa. e distribuir produtos desenvolvidos com o cuidado ao meio ambiente Vanina Hudson, responsável por por pessoas portadoras de neces- e gerar oportunidades de trabalho desenvolver programas de rela- sidades especiais, buscando contri- e renda nas comunidades”, explica cionamento com comunidades na buir, dessa forma, para a conquista Lucas Ignacio Utrera, Responsável Odebrecht Argentina, especifica- da autoestima e consequente reinte- por Sustentabilidade na Odebrecht mente no projeto PAC SMS (Progra- gração dessas pessoas à sociedade. Argentina. Segundo ele, o diálogo ma de Ação para Certificação em Lucas Utrera afirma que iniciati- permanente e plural é o fator-chave Segurança, Meio Ambiente e Saú- vas como essa, por meio de parce- da sinergia entre o negócio e a co- de), que consiste na modernização rias estratégicas, são fundamentais munidade. e atualização de ativos adquiridos para o desenvolvimento de ações “A comunicação precisa ser fran- pela Petrobras em alguns países, maduras e eficazes, mas não são ca e cuidadosa, para que não seja empenha-se em ações diretamente os únicos pontos de atenção. “É im- gerada uma falsa expectativa, ao voltadas à integração do ser huma- prescindível o engajamento dos nos- mesmo tempo em que nos esforça- no à sociedade. sos integrantes que estão na ponta, mos para desenvolver diagnósticos “Uma das nossas prioridades é vivendo a realidade das obras, dos consistentes das reais necessidades manter constantes ações voltadas projetos e das pessoas por eles in- de cada realidade social”, ele argu- à relação sinérgica entre geração de fluenciadas.” informa 55 entrevista 56 informa 56 Forte integração dos trabalhadores é uma das principais características da construção da Arena Corinthians texto Júlio César Soares fotos Edu Simões juntos estamos informa 57 E m uma partida de futebol, a torcida é o termômetro do sucesso de um time. Quando a equipe está mal, vaias e protestos ecoam das arquibancadas; quando joga melhor, o apoio da torcida entra em campo e em- purra os jogadores. Em um estádio ainda sem traves e grama, todos os dias há jogo para as equipes da Arena Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo de Futebol, no Brasil, em 2014. De seus torcedores vêm manifestações de incentivo e orgulho. “Aqui todos jogam no mesmo time”, diz Frederico Barbosa, Gerente de Produção da Odebrecht Infraestrutura, empresa responsável pela construção do estádio do Sport Club Corinthians Paulista, um dos clubes mais tradicionais e de maior torcida do Brasil. Fred, como é mais conhecido no canteiro, é o volante incansável e polivalente dessa equipe. Anda para cima e para baixo, atendendo a diversas demandas dos integrantes que participam da tados nas arquibancadas da futura arena lembra uma obra. “A sinergia entre líder e liderado é notada em todas torcida empurrando o time rumo à vitória. as áreas, e, com isso, todos se sentem parte do projeto”, ele afirma. 58 Futebol e casamento O capitão da equipe (ou, quem sabe, o técnico) é An- Morador de São Matheus, a cerca de 10 km de tônio Gavioli, Diretor de Contrato. Para ele, comunicação Itaquera, onde é erguida a Arena Corinthians, Daniel é a chave para a obtenção do desempenho esperado. da Silva Barroso é um dos integrantes que mudou de “Nossa grande descoberta é abrir canais de comunica- profissão dentro do canteiro. Pedreiro sem registro ção com os integrantes, para que eles falem dos seus trabalhista que atuava no mercado informal fazendo anseios, e, assim, consigamos desenvolver atividades no os chamados “bicos”, Daniel aprendeu o ofício com o canteiro”, diz. pai. “Eu conhecia o trabalho, mas não tinha formação. Às terças-feiras, Gavioli reúne-se com seis integran- Só consegui entrar na obra por meio do Programa tes para tomar café da manhã. Os participantes, esco- Acreditar, no curso de armador”, conta. O Programa lhidos aleatoriamente, mudam a cada encontro. “Às de Qualificação Profissional Continuada – Acreditar vezes, eu convido; em outras ocasiões, eles me procu- teve grande repercussão no entorno da obra: 300 pes- ram e pedem para participar”, explica Gavioli. Esse tipo soas foram formadas e, dessas, 115 estão atuando na de atividade facilita a comunicação direta com todos na construção da arena após aprender um novo ofício. obra. “Quando você fala com um, outros seis recebem Se, de um lado, sua vida profissional recebeu im- a mesma mensagem, e o poder de difusão é enorme”, pulso, Daniel também tem motivos para comemorar argumenta Gavioli. no âmbito pessoal. Ele e vários companheiros seus É o mesmo princípio dos Diálogos Diários de Segu- participaram de uma festejada iniciativa da Equipe Di- rança (DDS). Realizados no início de cada um dos três rigente do contrato: a possibilidade de oficializar seus turnos da obra, o DDS é o momento no qual, além de re- laços matrimoniais com a realização do Casamento ceberem dicas de segurança, os integrantes têm a chan- Coletivo. ce de perguntar sobre os programas realizados na obra “Fiquei mais nervoso que a minha esposa no dia do e opinar sobre a comida servida no refeitório do contrato, casamento”, lembra Daniel. “Ela achou ótimo e disse entre outros assuntos. “Aproveitamos esses encontros que, depois de 20 anos, finalmente eu havia parado para dar recados, passar informações e escutar as de- de adiar”, diz, sorrindo. Entre os 300 integrantes que mandas dos operários”, relata Gavioli. No primeiro DDS participaram da cerimônia, estava Frederico Barbosa, do dia, realizado pela manhã, a visão dos operários sen- que recebeu as bênçãos pelos 30 anos de casado. informa de Itaquera. Técnico campeão pelo Galáticos, Jaílson Ferreira de Lima, Encarregado de Obras Civis, soube do Brasileirinho em um DDS. “O campeonato incentivou muitos a continuarem no contrato, trabalhando em outras áreas”, relembra. Na opinião de Antônio Gavioli, fidelizar o integrante é um dos grandes méritos da obra. “A partir do momento em que ouvimos o integrante, que damos a ele a oportunidade de participar de um campeonato, de trazer o filho para trabalhar ou estudar no canteiro ou vir com a família para visitar, ele tem vontade de continuar até o fim da obra.” Essa fidelização salientada por Gavioli é fortalecida Daniel da Silva: ingresso na Odebrecht por meio do Programa Acreditar com o Programa Caia na Rede: 57 dependentes de integrantes tiveram aulas de informática no canteiro de obra. A mesma mesa para todos As emoções no Brasileirinho Durante a execução de uma das principais obras realizadas no universo futebolístico brasileiro, o esporte não poderia ficar de fora. Depois de uma experiência em 2011, com 16 times, a Equipe Dirigente, questionada pelos integrantes sobre o campeonato de futebol de 2012, resolveu dar sequência ao Brasileirinho, torneio da obra nos moldes do Campeonato Brasileiro. “Tivemos cerca de 600 integrantes envolvidos, com participação de 40 times”, conta Fred. Com 411 jogos e mais de mil gols marcados, o Brasileirinho também ajudou a comunidade no entorno da obra. Para cada cartão amarelo ou vermelho que levava, o jogador deveria doar alimentos não perecíveis. Ao todo, 600 kg de alimentos foram arrecadados e doados para instituições na região No projeto inicial do canteiro, a Equipe Dirigente teria um refeitório separado do destinado aos operários. Frederico Barbosa não concordou e sugeriu uma área comum para todos os integrantes, que participam das escolhas no cardápio. “Buscamos variar. A cada dia oferecemos um tipo de salada, dois tipos de carne”, conta Aylanna Cavalcante Paraíso, nutricionista da obra. Ela coordena o trabalho de uma equipe que, apenas no horário de almoço, pico das refeições, prepara 150 kg de arroz, 90 kg de feijão e 180 kg de carne. Durante as refeições, Aylanna percorre as mesas para ouvir críticas e sugestões. “As pessoas costumam pedir pratos que fizeram sucesso em outros dias, como feijoada e macarronada, e, a partir desses pedidos, procuramos oferecê-los na semana seguinte.” A menos de um ano de sua conclusão, a Arena Corinthians tem muito jogo pela frente, mas uma coisa é certa: a bola continuará passando de pé em pé por todos os integrantes do contrato. “Vamos seguir ouvindo as demandas dos integrantes e buscando uma forma de atendê-las”, assegura Antônio Gavioli. Ele tem convicção de que é a dedicação das equipes que garante o sucesso. “Nossa grande força é a atitude”, afirma. Frederico Barbosa concorda e garante que a união dos integrantes, tema do trabalho vencedor do Prêmio Destaque de 2012, elaborado pela equipe da obra, continuará. Jaílson de Lima e Juliano da Silva: técnico e jogador campeões pelo Galáticos “Certa vez, em um DDS, eu disse uma frase que guardo para o nosso contrato e guardarei para os outros que seguirem: aqui nós sentamos à mesma mesa, comemos da mesma comida e vestimos a mesma camisa.” informa 59 Obras em todos os quadrantes Mobilidade e revitalização urbana, habitação, tratamento de esgoto e edificações esportivas. O Rio de Janeiro se transforma com projetos nas zonas Oeste, Norte e Sul e no Centro Q texto Edilson Lima fotos Rogério Reis uando o Rio de Janeiro foi escolhido para pelas obras civis, Odebrecht Realizações Imobiliárias, ser a sede das Olimpíadas de 2016, bra- que construirá o Centro de Mídia e um hotel com 400 sileiros de todas as regiões (em especial quartos até os jogos e, após 2016, os futuros empre- os cariocas, naturalmente) juntaram-se endimentos imobiliários, e a recém–criada Odebrecht em uma uníssona explosão de alegria. Properties (veja reportagem sobre a empresa nes- Passada a euforia, estava posto o desafio de preparar ta edição), realizando investimentos, manutenção a cidade para o maior evento esportivo do planeta – e prestação de serviços em toda a área da PPP. “As desafio que veio acompanhado da certeza de que tão três empresas se comunicam diariamente pensando importante quanto o evento é seu legado. no evento e também no legado”, diz Leandro Azevedo. Hoje, por onde se anda na cidade, encontra-se Geraldo Villin, Diretor-Superintendente de Parcerias uma grande obra em execução, com a participação Públicas da Odebrecht Properties, complementa: “A de cinco empresas da Organização Odebrecht nas sinergia está em todo o processo: da construção à principais delas. “São projetos que possibilitarão gestão dos empreendimentos pós-evento”. importantes transformações”, diz Leandro Azevedo, A cinco minutos de carro do Parque Olímpico, em Diretor-Superintendente da Odebrecht Infraestrutura. uma outra área, está em execução o contrato das obras da Vila dos Atletas. É lá que 18 mil competidores Espírito olímpico do mundo inteiro ficarão hospedados. A vila será com- Na Zona Oeste da cidade, um dos projetos de des- posta de 31 prédios e um total de 3.604 apartamentos taque é a construção do Parque Olímpico da Barra da de luxo, distribuídos em sete condomínios com praça Tijuca, o coração das Olimpíadas, onde serão disputa- pública, quadras esportivas, área verde, ciclovia e de das 15 modalidades, entre elas basquete, judô, hand- frente para a Lagoa de Jacarepaguá. ball, tênis, ciclismo e natação. As instalações também serão usadas pelos atletas paralímpicos. O parque está sendo construído no antigo Autódromo ponto nobre da cidade. As obras estão a cargo da em- de Jacarepaguá, sob responsabilidade da Concessionária presa Ilha Pura, formada pela Odebrecht Realizações Rio Mais, formada por Odebrecht, Andrade Gutierrez e Imobiliárias e Carvalho Hosken, que desenvolverá no Carvalho Hosken, a partir de uma Parceria Público-Priva- local o novo bairro, chamado Ilha Pura, ao longo de 15 da (PPP). Depois de 2016, parte dessas instalações per- anos. “Os atletas e os futuros proprietários se benefi- manecerá e outra parte será removida, dando lugar a uma ciarão de um alto padrão de qualidade de vida propor- nova área urbanizada na Barra da Tijuca, que será desen- cionado pelo empreendimento e pela infraestrutura volvida e administrada pela PPP ao longo de 15 anos. de seu entorno”, salienta Antonio Pessoa, Diretor-Su- No projeto, atuam em sinergia três empresas da Organização: Odebrecht Infraestrutura, responsável 60 Diferentemente de outras vilas olímpicas, essa será 100% erguida pela iniciativa privada e em um informa 60 perintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias na Ilha Pura e no Parque Olímpico. Construção da Vila dos Atletas, na Zona Oeste do Rio: alto padrão de qualidade de vida informa 61 Vias expressas No entorno, estão outros três contratos sob responsabilidade de empresas da Organização: as vias expressas TransOeste e TransOlímpica e a Concessionária Foz Águas 5. A Via Expressa TransOeste foi o primeiro sistema de BRT (Bus Rapid Transit) implantado na cidade, com 56 km (24 deles feitos pela Odebrecht Infraestrutura), ligando a Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande. Inaugurada em 2012, a nova via beneficia aproxiA partir do alto, Paulo Roberto da Silva, integrante da Foz; obras no antigo Autódromo de Jacarepaguá; frente de serviço da Linha 4 do Metrô e o recém-inaugurado Museu de Arte do Rio de Janeiro, no centro da cidade: metamorfose urbana madamente 200 mil pessoas por dia. A Via Expressa TransOlímpica, que também terá o sistema de BRT, será administrada por 30 anos pela Concessionária TransOlímpica, formada pela Odebrecht TransPort, Invepar e CCR. A nova via, cujas obras serão executadas pela Odebrecht Infraestrutura, OAS e Andrade Gutierrez a partir de 2013, ligará a Vila dos Atletas e o Parque Olímpico da Barra da Tijuca ao Parque Olímpico de Deodoro, também na Zona Oeste, onde será realizada a outra parte das modalidades olímpicas. Carlos Prado, Diretor Regional da Odebrecht TransPort, destaca: “Os atletas serão os primeiros beneficiados, mas, após os jogos, os cariocas terão uma nova via de 13,1 km, ganhando tempo e qualidade de vida”. Hoje, quem sai de Deodoro até a Barra da Tijuca leva duas horas para completar o trajeto. Com a TransOlímpica, o deslocamento levará 40 minutos. “Novos investimentos certamente virão para a região”, prevê Fernando Goes, Diretor da concessionária. Saneamento Historicamente carente de investimentos, Deodoro e 20 bairros de seu entorno podem comemorar: em 2012, a Foz e a Saneamento Ambiental Águas do Brasil uniram-se na Concessionária Foz Águas 5 para fornecer os serviços de coleta e tratamento de esgoto e realizar a gestão comercial da água, incluindo a cobrança e o cadastramento dos clientes. O fornecimento da água estará a cargo da Companhia Estadual de Água e Esgoto – Cedae. A concessão, uma das maiores em saneamento do Brasil, terá duração de 30 anos, e os investimentos com obras chegarão a R$ 2,6 bilhões. A região tem 1,8 milhão de habitantes e ocupa 48% da área da cidade. “Assumimos com a cobertura de 12% e, durante as Olimpíadas, chegaremos a 31%, melhorando a 62 informa O Maracanã em reforma: palco da Copa das Confederações, da Copa do Mundo e das Olimpíadas qualidade de vida de 585 mil pessoas”, diz Armando Além disso, a Odebrecht atua na reforma do Goes, Diretor-Presidente da concessionária. Alexan- Maracanã, na Zona Norte, palco da Copa das Con- dre Pinto, Secretário Municipal de Obras, ressalta as federações, da Copa do Mundo e das Olimpíadas, vantagens das parcerias do setor público com a ini- e, na Zona Sul, constrói a Linha 4 do Metrô Rio, ciativa privada: “Elas aceleram os investimentos e dão com 16 km de extensão, entre Ipanema e a Barra segurança na realização dos projetos”. da Tijuca. Ao todo, a Organização tem 15 contratos na cidade Revitalização urbana e cerca de R$ 30 bilhões em negócios, sendo R$ 11 No Centro do Rio, a Odebrecht Infraestrutura, em bilhões em sinergia entre suas empresas. Em par- sinergia com a Odebrecht Properties, é responsável ceria com a empresa norte-americana CH2M Hill, a pela revitalização urbana e administração por 15 anos Odebrecht fará o acompanhamento e monitoramen- da zona portuária, por meio da maior PPP do Brasil, to de todo o programa de obras e intervenções para no valor contratual de R$ 7,6 bilhões. Além do resgate as Olimpíadas, possibilitando, por meio de relatórios histórico-arquitetônico da área mais antiga da cidade, e de um software, a gestão integrada de múltiplos estão em andamento investimentos em projetos re- projetos. sidenciais e corporativos, que incluem, para 2016, a O Prefeito Eduardo Paes enfatiza: “Há Olimpíadas construção da Vila de Árbitros e Vila de Mídia. Otimis- que se servem da cidade. Em nosso caso, a cidade se ta, Jorge Arraes, Coordenador de Parcerias Público- servirá das Olimpíadas”. A Presidente da Empresa -Privadas da Prefeitura, comenta: “Não tenho dúvidas Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques, afir- de que a região portuária terá a melhor infraestrutura ma: “Queremos transformar o Rio no melhor lugar do urbana do município”. Hemisfério Sul para se viver, trabalhar e visitar”. informa 63 PERFIL: Flavio Faria Flavio Faria: “Temos que pensar no conjunto” A satisfação de estar aqui, agora Responsável pela atuação da Odebrecht na Argentina, Flavio declara seu amor ao trabalho e ao país onde vive desde 2004 texto Zaccaria Junior foto Marcelo Pizzato F lavio Faria é Diretor- lidecido pelo tempo passado fora -Superintendente (DS) da do país, Flavio está há 20 anos na antes de aterrissar em Buenos Ai- Odebrecht na Argentina e Odebrecht, mas nunca trabalhou res, onde, em 2013, completa nove para a empresa no Brasil. anos de atuação. responsável pela relação político- 64 novamente, Equador, última parada -estratégica de todas as demais Ele relembra, com uma pitada de “Acabei passando por vários am- operações da Organização no saudosismo, a ocasião em que, en- bientes, o que é muito bom. Tive a território argentino, incluindo a tão recém–chegado à Organização, oportunidade de conhecer diversas atuação da Odebrecht Engenharia foi enviado a Portugal, para pas- pessoas da Organização em prazos Industrial e o apoio às atividades sar quatro anos, depois Venezuela, bastante curtos, o que facilita a co- da Odebrecht América Latina. Equador (com direito a uma escala municação e, principalmente, o ato Carioca, com seu sotaque empa- de cerca de dois meses no Iraque) e, de recorrer a apoios para determi- informa nadas questões, pois você sempre nos empenhamos na estruturação para as outras empresas da Organi- conhece alguém”, ele salienta. para a construção de um segundo zação, de modo que a operação no A história de Flavio Faria na Ar- gasoduto, iniciada em 2006 e que país se torne mais sinérgica e seja gentina começou em 2004, como chega até os dias de hoje”, relata ampliada. Diretor de Contrato. Na época, o Flavio. “A Argentina é um mercado ”Temos de pensar no conjunto. país passava por um considerável com oportunidades muito interes- Somos, por natureza e por forma- aumento de demanda energética, santes e nosso backlog [conjunto de ção dentro da Organização, muito mais especificamente de gás, e era contratos em carteira] permite que focados no nosso negócio. Na atua- preciso aumentar a capacidade de trabalhemos de médio a longo pra- ção sinérgica, na qual um mais um transporte do produto. Surgiu então zo. Somos seletivos na busca pelos às vezes pode ser nove e não dois, a necessidade de implantar um ga- nossos contratos e procuramos ser é fundamental que, continuamente, soduto com extensão de 465 km, em também muito focados. Temos o paremos para refletir sobre a com- um prazo bastante desafiador: seis cuidado de não nos deixarmos ten- plexidade desse desafio e assimilá- meses. tar com oportunidades que, no fim -lo. A somatória do todo é que deve das contas, não tenham o perfil da prevalecer, sobretudo nos aprendi- nossa forma de atuação.” zados. E isso exige muita disciplina, “Trabalhamos no primeiro e segundo semestres de 2004, assinamos o contrato no fim de janeiro de Líder de uma empresa com cerca acompanhada de dedicação e de 2005 e executamos o trabalho du- de 2 mil integrantes (que chegam a 9 tempo”, Flavio argumenta. Contri- rante o mesmo ano. Sabíamos que mil quando considerados os consór- buir para isso é o grande objetivo a partir desse primeiro gasoduto, cios), Flavio ressalta que seu princi- desse carioca completamente apai- haveria uma nova oportunidade, e pal desafio é buscar oportunidades xonado pela Argentina. informa 65 gente Mais que simples passagens Tepedino mergulha na realidade dos países em que trabalha M arcos Tepedino ingressou na Odebrecht como trainee em 1977. Trabalhou em várias regiões do Brasil antes de se tornar Diretor de Contrato da obra do Metromover, o metrô de Miami, em 1991. Por 15 Américo Vermelho anos, participou de obras em diferentes estados norte-americanos, depois esteve nos Emirados Árabes, em Djibuti, na Venezuela, na Líbia e, atualmente, é Diretor de Contrato da Linha 1 do Metrô da Cidade do Panamá. Em suas andanças pelo mundo, sempre levou sua espo- Formadora de atletas cidadãos sa, Cristina. Em média, nos últimos 35 anos, o casal se mudou a cada dois anos. Tepedino, que tem paixão por História, aproveita para conhecer a fundo os locais em Marie coordena a preparação de esportistas de alto desempenho que atua. “É sempre um desafio trabalhar com pessoas de culturas diferentes”, diz. “Mas, na Odebrecht, temos N ascida na França e formada em Administração de princípios claros e agimos com clareza.” Empresas, Marie Bendelac é atleta. Começou a praticar equitação aos 10 anos e, desde então, partici- Tepedino com esposa, Cristina pa de competições. Mudou-se para o Brasil em 2009 e ingressou na Odebrecht no ano seguinte. Atualmente Marie coordena o Projeto Olímpico Marinha do Brasil-Odebrecht, voltado à formação de atletas de alto de- foto: Moisés Kierszenblat Holanda Cavalcanti sempenho. “Conquistamos muitas medalhas nos dois últimos anos!”, diz, animada. Segundo ela, as medalhas são consequência do desenvolvimento físico e emocional dos jovens que participam do programa desde 2011. “Os sorrisos que vejo têm valor inestimável. Fico realizada ao constatar que estamos formando cidadãos.” Um estímulo à criatividade Cinthia e as inovações que trazem economia E m 2011, a advogada Cinthia Blassioli ingressou na Odebrecht para atuar no Poit (Programa Odebrecht de Inovação Tecnológica). Como tribu- tarista, sua participação no programa ajuda na identificação de inovações tecnológicas que possam resultar em economia de impostos nas operações da Organização. Em seu dia a dia, mantém contato com uma empresa contratada para visitar as obras e interage com os responsáveis financeiros das equipes diretas dos Líderes Empresariais (LEs), com o objetivo de alavancar o programa. “O dinheiro economizado em impostos retorna para os projetos, Bruna Romaro gerando mais produtividade na empresa e, consequentemente, beneficiando os clientes”, explica. Nos momentos de lazer, ela costuma passear com a filha Júlia, 2 anos, no Parque da Água Branca, em São Paulo. “O parque Cinthia com o marido, Antônio, e a filha, Júlia 66 informa é como um sítio, com muitos animais, e estar ali nos faz bem. Precisamos valorizar o que é nosso”, diz. foco na economia e na cultura texto Gabriela Vasconcellos fotos Élcio Carriço Esforço conjunto permite expansão do Agroecoturismo no Baixo Sul da Bahia S e houver efetiva sinergia, de acordo com a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), a ação simultânea e harmônica de seres humanos irá conduzir a 67 resultados maiores. Essa integração envolve poder de cooperação, valorização das diferenças e capa- cidade de contextualizar, unificar e catalisar para, assim, alcançar o máximo do potencial coletivo. Essa é a essência do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS). O desafio de tornar próspera e dinâmica uma área rural com grande patrimônio ambiental, fixando os jovens talentos na região, uniu poder informa 67 Eduardo do Rosário: desenvolvimento da comunidade público, iniciativa privada, sociedade civil organizada oportunidade do ponto de vista cultural e econômi- e Fundação Odebrecht, que, juntos, formam um sis- co, para estimular o desenvolvimento local”, ressal- tema inovador de Governança Participativa. ta o Secretário Nacional de Programas de Desen- O trabalho sinérgico desses diferentes atores foi volvimento do Turismo do MTur, Fábio Mota. adotado pelo Governo Federal, por meio de três mi- 68 nistérios, e a experiência do Programa passou a ser Comunidade quilombola compreendida como de interesse nacional. A convi- Dividido em oito parcelas, o recurso requalifica- te do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o PDCIS rá 37 km da rodovia BA-250/Pratigi. O trecho une a foi apresentado na Conferência das Nações Unidas BA-001 à Praia do Pratigi, localizada no município sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em de Ituberá e também faz a ligação com a Estrada 2012. A exposição, também apoiada pelo Ministério Parque da Cidadania (infraestrutura básica de co- das Relações Exteriores, integrou a programação da municação e geração de riquezas que contribuirá Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA. para consolidar o Agroecoturismo). A interação com o Ministério do Turismo (MTur) “O investimento é de grande importância porque resultou no investimento de R$ 36 milhões no Baixo agrega valor ao destino Bahia”, salienta Fábio Mota. Sul. “Acredito no sucesso do PDCIS e na expansão O Governo da Bahia será o intermediário entre o de um segmento que está em crescimento: o Agro- MTur e a OCT – Organização de Conservação da ecoturismo. Na região, o objetivo é trabalhar essa Terra, Organização da Sociedade Civil de Interesse informa Público que integra o PDCIS e é responsável pela execução do projeto, inserido no braço ambiental. Conhecimento e experiência A atuação conjunta da Fundação Odebrecht e A estrada não leva somente à praia. No caminho, parceiros para fazer acontecer o PDCIS está ser- surge uma comunidade quilombola. Jatimane, no vindo de inspiração para a Organização Odebre- município de Nilo Peçanha, cresceu sob os pés de cht. “O espírito e parte da metodologia do Progra- piaçaveiras e é cortada por um rio que carrega o ma no Baixo Sul estão presentes nas principais seu nome. As principais atividades econômicas das iniciativas sociais existentes no negócio Enge- 90 famílias que ali vivem são baseadas no cultivo de nharia e Construção, a exemplo da Rodovia IIRSA piaçava e peixe. Sul, no Peru, e o programa social Kulonga Pala Nos últimos anos, os moradores identificaram o Kukula, em Angola, e norteiam Contratos como turismo como alternativa de renda. “Acompanha- o projeto de irrigação Remigio Rojas, no Panamá, mos turistas pela comunidade e oferecemos produ- e El Diluvio-Palmar, na Venezuela”, destaca Re- tos como artesanato e biojoias à base de piaçava e nato Baiardi, membro do Conselho de Curadores restaurantes com comidas típicas”, conta Eduardo da Fundação e do Conselho de Administração da do Rosário, 39 anos, Presidente da Associação Co- Odebrecht S.A., que acrescenta: “O trabalho da munitária do Jatimane. Para ele, a requalificação Fundação no Baixo Sul é emblemático para toda atrairá mais turistas. “O resultado será o desenvol- a Organização, uma vez que tem disponibilizado vimento da nossa comunidade.” conhecimento e experiência”. informa 69 saberes “Um verdadeiro líder é mágico” Ele deve ter, segundo Mestre Cruz, humildade para aprender, amor para ensinar e nunca desistir depoimento a Válber Carvalho E edição de texto Alice Galeffi fotos Ricardo Artner le nasceu em uma família forço, ao meu trabalho e à minha vir seus seguidores. Quando falo pobre do Peru, teve pouco mudança de atitude, consegui en- com minha equipe em conjunto, estudo e começou a traba- trar na Odebrecht. Eu disse: “Eu eu digo: “Vocês todos são líde- posso e vou conseguir”. res, vocês não são operários, são lhar muito cedo. A tortuosa jorna- integrantes, capital humano da da da infância deu-lhe coragem Novo começo empresa. É por vocês que a gente que qualquer livro. Estamos fa- Ingressei na Odebrecht em sua faz tudo isso”. E eu pergunto para lando de Alejandro Cruz Mendoza, primeira obra no Peru, a Hidrelé- eles: “Quem é que faz a obra? O o Mestre Cruz, um líder nato, que trica Charcani V, em 1979. Entrei líder ou o liderado?” O liderado é sabe delegar e tem como maior no dia 28 de agosto de 1982. Pre- quem faz a obra, e o líder é quem missão transmitir seus conheci- cisavam de um mestre de obras. tem a visão. Estamos sempre mentos. Mestre Cruz ingressou Perguntei às pessoas como elas aprendendo, e, quando vejo que na Odebrecht determinado a ven- tinham entrado na empresa, pedi alguém está fazendo as coisas cer, considera-se um homem re- que me ensinassem, porque eu certas, eu o parabenizo. Também alizado, tem e ensina a receita da queria fazer o mesmo. Encontrei chamo a atenção de quem não felicidade. Seu sonho é conhecer uma pessoa boa que me disse: “O está fazendo benfeito. Muitos dos a pátria mãe da Organização. começo é assim, e o fim é você meus liderados são hoje líderes, para ir em frente e ensinou mais quem faz. Só depende de você”. mestres de obras, mestres ferrei- Uma infância sem sapatos Quando entrei na empresa, fica- ros, e até mesmo donos de em- va admirado por receber luvas, presas terceirizadas. Tive pouco estudo, pois minha sapatos e outros equipamentos. família era muito humilde. Minha Naquela época, não existia isso, mãe era do campo, e ela foi mãe a gente trabalhava com sapatos Eu domino o desenho arqui- e pai. Tive um padrasto, mas não usados, roupa normal. A Odebre- tetônico e o desenho estrutu- me dava bem com ele. Talvez isso cht cuida do trabalhador e valori- ral, mas nunca estudei desenho, tenha me feito sair de casa muito za a vida. Do mesmo modo, nós aprendi fazendo. Às vezes os en- cedo para trabalhar. Na infância, também devemos valorizar os genheiros me perguntam: “Você eu não tive sapatos. Vestia roupa materiais que eles têm. Eu apren- que fez isso?” Quando respon- remendada. Só estudei até a 4ª di isso aqui na empresa. do que sim, ficam surpresos. Eu série do Ensino Fundamental. To- gosto de desenhar, desenho é a Delegar, trabalhar em equipe, servir minha paixão. Amo o que eu faço, recebia 10 centavos. Eu juntava o dinheiro para comprar um cader- A melhor maneira de transmi- o que faz. Para mim é uma obri- no, uma caneta ou uma camiseta. tir o que sei é por intermédio do gação, um dever passar adiante Não consegui estudar as outras exemplo. Um líder deve saber de- o que aprendi. Os ensinamen- séries, mas, graças ao meu es- legar, trabalhar em equipe e ser- tos da Tecnologia Empresarial dos os dias eu carregava água e 70 Amar o que se faz informa e, para ser líder, você deve amar Mestre Cruz: “Amo o que faço” Odebrecht me ensinaram a ser E o triunfo o escolheu como seu forma inteligente. Se você pensa mais respeitoso, mais humilde e discípulo. Um verdadeiro líder é que é capaz, faça aquilo a que se mais responsável. mágico, o seu jeito é simples e propôs. Se você disse que é ca- nasce de três atitudes: humildade rinhoso, então demonstre o seu O caminho do triunfo para ouvir e aprender, amor para carinho. Se você pensa que pode Eu disse para os participantes: ensinar e passar adiante esforço fazer mais de uma coisa, faça. O para nunca desistir. nome disso é motivação. O quar- “Eu comecei assim, como vocês, sem nada. Não sou mais que 72 to passo é não invejar ninguém ninguém nem o melhor mestre. Ser feliz pelo que tem e nem pelo que é. Continuo aprendendo. Mas eu Amigos, vocês querem saber Eles conseguiram atingir as me- quero passar para vocês aquilo qual o segredo para ser feliz na tas deles, deixe a justiça com as que sei, porque aprender não é vida? “Sim, mestre.” O primeiro leis de Deus. O sétimo passo é difícil. Podem perguntar quantas passo é saber que existe a pre- seguir adiante, não se deter ja- vezes quiserem que eu vou ensi- sença de Deus em todas as coi- mais, porque você pode ir longe. nar a vocês”. Eu olho para trás e sas da vida. O segundo passo é Talvez você vá encontrar coisas vejo todo o caminho que percorri. amar a si mesmo todos os dias. melhores fazendo coisas boas, Todos os líderes que aqui me aco- Ao se levantar e ao se deitar, mas nunca indo pelo mau cami- lheram, como o engenheiro Ray- você deve afirmar: “Eu sou im- nho. Graças a tudo isso, posso mundo Serra, Marco Cruz, Jorge portante, eu tenho valor, eu sou dizer que não falta dinheiro no Barata, Sergio Panicali, meu líder capaz, sou carinhoso, sou inte- meu bolso. Deus me dá saúde imediato. Ruben Drescher, e o en- ligente”. Esse passo chama-se para continuar trabalhando na genheiro peruano Angel Loayza. E autoestima. O terceiro passo é empresa. Graças a ela tenho to- assim fomos fazendo obras. Nós colocar em prática tudo o que dos os meus filhos formados. O todos somos vencedores. O líder disse. Ou seja, se você pensa meu maior desejo é conhecer o escolheu o triunfo como caminho. que é inteligente, então atue de Brasil. informa Próxima edição: Pessoas RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO EMPRESARIAL NA ODEBREChT S.A. Márcio Polidoro Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização de origem brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 180 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa. RESPONSáVEL POR PROGRAMAS EDITORIAIS NA ODEBREChT S.A. Karolina Gutiez COORDENADORES NAS áREAS DE NEGóCIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica| Andressa Saurin Agroindústria | Bárbara Nitto óleo e Gás | Kiko Brito Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Antonio Carlos de Faria Infraestrutura e Transporte | Josiane Costa Energia | André Paraná Engenharia Industrial | Renata Pinheiro Defesa e Tecnologia | Daelcio Freitas Propriedades | Herman Nass Construção Naval Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa COORDENAçãO EDITORIAL Versal Editores Editor José Enrique Barreiro Editor Executivo Cláudio Lovato Filho Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes Tiragem 5.007exemplares Pré-impressão e Impressão Pancrom Redação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023 / São Paulo (55) 11 3641-4743 email: [email protected] Geraldo Pestalozzi foto: “O empresário verdadeiramente lidera ao coordenar e integrar a ação simultânea dos seres humanos, para que produzam mais riquezas do que cada um individualmente seria capaz” TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht] 74 informa