# 165 ano XL março/abril 2013
SINERGIA
Quando um mais um é mais que dois
II
informa
informa
1
www.odebrechtonline.co
Edição online
>Livro A grande viagem do
governador Luis de Albuquerque de Melo Pereira
e Cáceres entre Lisboa,
Rio, Goiás, Mato Grosso e
Amazônia 1771-1791 é o
vencedor da edição 2012
do Prêmio Odebrecht de
Pesquisa Histórica-Clarival
do Prado Valladares
>Em São João da Mata,
região metropolitana de
Recife, Odebrecht Energia
constrói sua primeira usina solar, que abastecerá a
Arena Pernambuco
>Comitê do Petróleo
discute o mercado dessa
commodity e desenvolve
projeção sobre o futuro do
setor para a Organização
>MBA Executivo Odebrecht/
Insper ajuda a formar
líderes e amplia o
conhecimento de
integrantes de seis
empresas da Odebrecht
>Sinergia em Angola
possibilita campanha de
prevenção contra acidentes
na estrada Benguela-Baía
Farta
Acervo online
# 165 ano XL MARÇO/ABRIL 2013
SINERGIA
Quando um mais um é mais que dois
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Odebrecht Informa,
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>Relatórios Anuais da
Odebrecht desde 2002
>Publicações especiais
(Edição Especial
sobre Ações Sociais,
60 anos da Organização
Odebrecht, 40 anos da
Fundação Odebrecht e
10 anos da Odeprev)
2
informa
m.br
> Edição de Odebrecht Informa na internet.
> Reportagens, artigos, vídeos e fotos.
Videorreportagem
Blog
> Programa de Excelência da
Odebrecht Agroindustrial conscientiza
os integrantes sobre a importância
do trabalho sinérgico e fortalece a
relação entre líderes e liderados
> Fotógrafo Zé Paiva conta
como chegou até o Morro
do Fumo, uma das
paisagens mais belas do
sul do Tocantins
>Referência nos setores rodoviário e
imobiliário, Concessionária Rota dos
Coqueiros e complexo da Reserva do
Paiva ajudam a criar um novo vetor de
desenvolvimento em Pernambuco
> Teatro Castro Alves: um
complexo orgânico e
estrutural, marco da
modernidade para as artes
cênicas no Brasil
>Projeto Saberes entrevista
Alejandro Cruz Mendoza, o Mestre
Cruz, Líder de Ferragens na
construção da Central Hidrelétrica de
Chaglla, em Huánuco, no Peru
> Prefeito do Rio de Janeiro,
Eduardo Paes, fala sobre
os preparativos do Rio de
Janeiro para as Olimpíadas
de 2016
>Projeto Olímpico gera US$ 11 bilhões
de negócios em sinergia entre as
empresas da Organização e configura
a geração de um legado arquitetônico
para o Rio de Janeiro
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> CONFIANÇA NA COMUNIDADE
Programas sociais fortalecem o
desenvolvimento sustentável e
contribuem para a geração de
renda na Guiné
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informa
Capa: integrantes da
Odebrecht Agroindustrial.
Foto de Geraldo Pestalozzi.
4
#165
8
Venezuela: competências que se complementam
para ajudar o país a crescer
12
Nas obras de hidrelétricas, uma prova do poder
do compartilhamento de experiências
17
Criação da Odebrecht Properties reflete
o crescimento orgânico da Organização
20
Organização constitui empresa para atender
suas demandas de engenharia de projetos
22
Atuação integrada permite o alcance de uma
meta estratégica para a Petrobras
24
Um case histórico e inspirador de transversalidade
chamado Projeto Aquapolo
28
Comunicação: jovens internautas ajudam
concessionária a aperfeiçoar serviços
30
União de forças faz surgir o primeiro bairro
totalmente planejado de Pernambuco
34
Uso do plástico é cada vez mais amplo
nos projetos de Engenharia e Construção
40
Argumento: Euzenando Azevedo escreve
sobre convergência de objetivos e práticas
42
A qualificação de pessoas para o trabalho no
setor agroindustrial em Angola
46
Na Província de Malanje, famílias se unem
para preservar o meio ambiente
48
Comunidades aprendem a operar poços e
consumir água de forma sustentável
50
O desafio de assegurar a unidade entre cinco
polos produtivos em quatro estados
54
Comunidade: na Argentina, ações baseadas
no desejo da mútua compreensão
56
Arena Corinthians: uma obra que se tornou
referência de integração de equipes
informa
sinergia
62
Veja como a criatividade e a coesão estão
transformando o Rio de Janeiro
64
Flavio Faria: a importância da união para a
conquista de aprendizados
66
Gente: o cotidiano de Marie Bendelac,
Marcos Tepedino e Cinthia Blassioli
67
Uma grande conjunção de talentos e
princípios que está mudando o Baixo Sul
70
Saberes: Mestre Cruz e as qualidades que
um líder (de verdade) precisa ter
No mapa, estão indicados
em bege os países e os
estados brasileiros onde
são realizados os projetos e
programas retratados nesta
edição de Odebrecht
Informa e onde vivem e
trabalham as pessoas
que protagonizam as
reportagens
informa
5
6
informa
EDITORIAL
Benefícios
potencializados
É
“Sinergia. Esse
é o espírito em
uma Organização
que encontrou
na pluralidade
o caminho ideal
para o equilíbrio,
a produtividade
e a suplantação
dos elevados
patamares que
ela própria
estabeleceu
para si”
preciso que se complementem, que se acrescentem, que se
fortaleçam mutuamente e, com isso, atendam, de maneira integrada e qualificada, àqueles que lhes confiaram a realização
de seus sonhos.
Para isso, é imprescindível que se conheçam, que compartilhem cotidianamente desafios e aprendizados e, dessa forma, aprimorem sua
sintonia e consolidem sua coesão.
É essencial, enfim, que sua união faça a diferença. Que potencialize
capacidades. Que impulsione desenvolvimento. Que signifique crescimento individual e coletivo.
Isso é sinergia, que, em uma organização empresarial como a Odebrecht, pode significar tudo. Porque pode significar pessoas extraindo o
máximo de seu potencial criativo e transformador, em um nível de motivação que extrapola suas melhores expectativas. Porque pode significar clientes satisfeitos de uma forma que eles talvez não imaginassem
ser possível.
Em 2012, os negócios realizados em sinergia foram responsáveis por
6% do faturamento total e 38% de todos os investimentos da Organização
Odebrecht. Nas páginas desta edição de Odebrecht Informa, você conhecerá histórias inspiradoras de atuação conjunta de empresas e equipes
da Organização em um mesmo projeto ou ambiente. Verá de que maneira
a complementariedade de competências pode fazer com que objetivos
antes considerados inalcançáveis se tornem a mais pura e tangível realidade. Confirmará o quanto é especial trabalhar para que o ator principal
de todas as iniciativas da empresa – o cliente – seja atendido com um
mesmo e alto padrão de qualidade em todas as suas necessidades.
Da sintonia entre as equipes nas unidades da Odebrecht Agroindustrial à atuação integrada de várias empresas na Venezuela, da troca
de experiências e conhecimentos entre profissionais que participam de
projetos hidrelétricos no Brasil e no Peru à forte interação entre obras
e comunidades em Angola, você terá oportunidade de entender melhor,
nas páginas a seguir, por que os integrantes da Odebrecht têm tanto
prazer e convicção em dizer que trabalham em uma organização, “na
Organização”. São sabedores de que vivem seu dia a dia em um todo
amplo, multifacetado e complexo, ligados por uma única cultura e concentrados em conquistar os melhores resultados que puderem.
Sinergia. Esse é o espírito em uma Organização que encontrou na
pluralidade o caminho ideal para o equilíbrio, a produtividade e a suplantação dos elevados patamares que ela própria estabeleceu para si.
Boa leitura.
encontro
de competências
Venezuela ambienta
um caso emblemático de
transversalidade entre
empresas da Organização
texto Eléa Almeida
fotos Andrés Manner
Metrô de Caracas:
símbolo da maturidade e
da consolidação da
Odebrecht Venezuela
8
informa
8
E
m princípios dos anos 2000, o Gover-
José Cláudio Daltro, Responsável por Pessoas,
no venezuelano estabeleceu para si o
Organização e Finanças na Odebrecht Venezuela,
desafio de acelerar o desenvolvimen-
destaca um dos elementos essenciais da atuação
to da indústria petroquímica do país.
sinérgica das empresas da Organização presentes
Até então, a Odebrecht Venezuela,
no país: o alinhamento permanente dos respon-
liderada por Euzenando Azevedo, prestadora de
sáveis pelos negócios com o condutor da relação
serviços de Engenharia e Construção, era a única
político-estratégica (no caso da Venezuela, Euze-
empresa da Organização na Venezuela. Naque-
nando Azevedo). “Isso vale para os mais diversos
le momento, Euzenando percebeu a oportuni-
assuntos”, salienta José Cláudio. “Das questões
dade de diversificar a presença da Organização
financeiras, fiscais, tributárias e sindicais à for-
no país. O passo seguinte foi tentar aproximar a
mação de pessoas, comunicação institucional,
Braskem da Pequiven, estatal venezuelana dedi-
saúde, segurança no trabalho e sustentabilidade.”
cada à produção e comercialização de produtos
petroquímicos.
O feeling de Euzenando resultou no início de
Plantas de etanol e
campos de petróleo
um produtivo relacionamento entre a empresa
Uma das conquistas da Odebrecht Engenha-
de Química e Petroquímica da Odebrecht e a Pe-
ria Industrial foi o Projeto CADCAs (Complexos
quiven, que contratou, em 2007, a construção de
Agroindustriais de Derivados de Cana-de-açúcar),
um grande complexo petroquímico, fundamental
que prevê a implantação de quatro plantas de eta-
para desenvolver o setor na Venezuela. Esse pro-
nol, nos estados de Barinas, Cojedes, Portuguesa
jeto demandou um esforço conjunto da Odebrecht
e Trujillo, que impulsionarão o setor de bioener-
Venezuela, da Braskem e também da Odebrecht
gia na Venezuela. Fábio Melo, Diretor de Contra-
Engenharia Industrial. Em janeiro daquele ano, a
to, afirma que o espírito de sinergia, que ajudou a
Braskem enviou ao país uma equipe de sete pes-
concretizar essa oportunidade, se mantém no dia
soas, lideradas pelo Diretor-Superintendente da
a dia do projeto. “Os integrantes sentem-se parte
empresa na América do Sul, Sérgio Thiesen, para
de um conjunto único”, ele enfatiza.
que se tornasse realidade o projeto petroquímico
Em 2008, a Odebrecht Óleo e Gás chegou ao
binacional. Atualmente, a Braskem e a Pequiven
país para explorar campos de petróleo maduros
estão revisando a concepção do projeto, com o ob-
em aliança com a estatal Petróleos de Venezuela,
jetivo de contemplar uma equação mais adequada
S.A. (PDVSA), depois de a Odebrecht Venezuela ter
ao suprimento de matéria-prima.
identificado a oportunidade e aproximado as duas
De acordo com Euzenando, o conhecimen-
partes. A atuação teve início por meio do Proje-
to e a confiança conquistados pela equipe da
to Tilaba, que permitiu conquistar a confiança do
Odebrecht Venezuela desde 1992, ano de seu iní-
cliente. “Nossa chegada foi uma decisão estraté-
cio de atuação, cooperaram para que novas con-
gica da Organização de fortalecer a relação com
quistas viessem nos demais setores de atuação
a Venezuela no setor petrolífero”, ressalta Hélcio
da Organização. Identificada uma oportunidade, a
Colodete, Diretor-Superintendente de Serviços
transversalidade que existia nas operações na Ve-
Especializados a Poços da Odebrecht Óleo e Gás.
nezuela facilitava a relação com o cliente, o trato
de questões negociais e a mitigação de riscos.
Com isso, em 2009, a empresa iniciou o Projeto Tierra Oeste, de exploração de campos madu-
“As relações e a performance nos projetos da
ros, no qual se encontra outro exemplo de trans-
Odebrecht Venezuela permitiram conquistar a
versalidade. O êxito do projeto levou à constituição
confiança do cliente. E como havíamos identifica-
da empresa mista Petrourdaneta, uma socieda-
do oportunidades, elas se concretizaram rapida-
de entre a Odebrecht (40%) e a PDVSA (60%). Essa
mente”, relata Francisco Penteado, Diretor-Supe-
empresa é a responsável pela operação dos cam-
rintendente da Odebrecht Engenharia Industrial
pos, que deverão produzir 100 milhões de bar-
na América Central e Caribe.
ris em 25 anos. Cabe à Odebrecht acrescentar
informa
9
Projeto CADCAs: conquista da Odebrecht
Engenharia Industrial que permitirá a
implantação de quatro plantas de etanol
em quatro estados
“Somos
promotores do
desenvolvimento”
Euzenando Azevedo
do da gestão do negócio. Nesse empreendimento, a
Apoio às pessoas
na chegada ao país
Odebrecht Venezuela investiu US$ 50 milhões, para
O papel estratégico da Odebrecht Venezuela, de
participar de um negócio que envolve 40 milhões de
apoio à Braskem, Odebrecht Engenharia Industrial
barris de reserva de petróleo, mudando seu status de
e Odebrecht Óleo e Gás, foi exercido também em
prestadora de serviços para investidora e construindo
relação às pessoas. Ao chegarem, os integrantes
as bases para uma relação de mais de 25 anos com
dessas empresas receberam apoio para a adap-
a Venezuela.
tação à nova realidade e tiveram à disposição uma
competências técnicas e operacionais, participan-
Segundo Colodete, o Tierra Oeste abre portas
estrutura para recebê-los, enquanto o processo
para a oportunidade de negociar com o cliente a
de instalação não estava completo. A colaboração,
comercialização de petróleo. Adicionalmente, o
por sua vez, é retribuída pelas empresas conforme
projeto serve como base importante para o de-
crescem e se consolidam na Venezuela, baseada
senvolvimento dos mercados do Brasil, México e
na ideia de que a atuação sinérgica é estratégica
Argentina para Serviços Especializados a Poços,
para melhorias de desempenho.
multiplicando os exemplos de sinergia e transversalidade.
10
informa
A Braskem, por exemplo, fechou um contrato de
compra de nafta venezuelana em 2010. O acordo
2011. Além disso, fato também resultante da relação de confiança com o cliente, a Braskem tornou-se a fornecedora preferencial de polietileno e polipropileno para a Venezuela.
Francisco Penteado destaca que essa atuação
em diferentes setores, proporcionada pela presença de várias empresas da Odebrecht e sua transversalidade, possibilita o oferecimento de soluções
integrais aos clientes. “Isso qualifica de forma diferenciada nossa atuação e gera resultados muito
positivos”, afirma.
Relacionamento com
as comunidades
A diversificação na Venezuela soma-se à sólida
base sobre a qual foi construída a relação com as
comunidades no entorno das obras. Um dos projetos emblemáticos dessa contribuição social é o
Sistema Metrocable Filas de Mariche, um sistema teleférico que pode transportar cerca de 6 mil
pessoas por hora, composto de dois circuitos (o
expresso e o local). O equipamento liga a comunidade de Mariche, zona de escassas opções de
transporte público, à Linha 1 do Metrô, na Estação
Palo Verde, e facilita a integração dos habitantes
da região ao núcleo urbano de Caracas.
Da mesma forma, o projeto Cabletren Bolivariano colabora para a integração dos cerca de 400
mil moradores da comunidade de Petare, uma das
mais pobres e populosas de Caracas. A obra ajudou a revitalizar a área de seu entorno. Movimeninclui um instrumento que permite o aproveita-
tado por cabos, o trem elevado passará por dentro
mento dos recursos movimentados com a transa-
da comunidade e fará a conexão de seus 8 mil usu-
ção para pagar os compromissos do Governo da
ários por hora com a Linha 1 e a futura Linha 5 do
Venezuela com projetos de engenharia e constru-
Metrô, ainda em construção.
ção executados pela empresa liderada por Euzenando Azevedo.
Euzenando Azevedo observa: “Esse compromisso com a população está presente desde a
“Esse é um exemplo perfeito do que é transver-
chegada da Organização à Venezuela e se forta-
salidade e sinergia. Existe uma sincronia funcio-
leceu com a vinda das demais empresas. Somos
nando. O contrato da Braskem para o fornecimento
promotores do desenvolvimento”. Ele acrescenta:
de nafta atende às necessidades de matéria-prima
“Nossa sinergia é uma contribuição, na medida em
da Braskem e serve como instrumento para ga-
que cada empresa, cada qual em sua área, gera e
rantir parte dos recebíveis da Odebrecht Venezue-
movimenta riquezas nas regiões dos arredores de
la”, explica Sérgio Thiesen.
seus projetos. Com isso, as comunidades passam
César Guerra, Diretor de Projetos da Braskem
a apreciar, querer e pedir nossa permanência, o
na Venezuela, destaca que o “Fundo Nafta”, como
que vai ao encontro do nosso grande objetivo de
ficou conhecido, foi operacionalizado em maio de
alcançar a perpetuidade no país”.
informa
11
12
conhecimento
circulante
texto Cláudio Lovato Filho fotos Guilherme Afonso
Modelo: Usina
Hidrelétrica Santo
Antônio gerou
experiências que
inspiraram ações
em outras obras do
setor de energia
Troca de
experiências sobre
sustentabilidade é
um dos destaques
na relação sinérgica
entre projetos
hidrelétricos
A
nelisa Cantieri e Thaysa Leite não
se preocuparam com o excesso
de bagagem. Ótimo, porque, nesse caso, quanto mais, melhor. Não
estamos falando de malas, equipa-
mentos eletroeletrônicos ou peças de decoração
de uma casa. O assunto é conhecimento. Mais que
isso: seu compartilhamento.
Ex-integrante da equipe de Meio Ambiente do
Consórcio Construtor Santo Antônio (CCSA), responsável pela execução da hidrelétrica de mesmo
nome, no Rio Madeira, em Rondônia, Anelisa atualmente trabalha no Peru, como Coordenadora de
Anelisa Cantieri
e a Hidrelétrica
de Chaglla:
“Temos que
saber utilizar,
replicar e
adaptar”
Assuntos Ambientais nas obras de outra usina que
tem a Odebrecht Energia como investidora: Chaglla, em Huánuco, a 540 km de Lima. Entre Santo
Antônio e Chaglla, ela esteve em Teles Pires, na
divisa dos estados de Mato Grosso e Pará, obra
que também recebe investimentos da Odebrecht
Energia.
Liderada em Santo Antônio pelo experiente
gestor Nelson da Costa Alves, Anelisa participou
ativamente da concepção e execução de ações de
sustentabilidade socioambiental que se tornaram
referência para outras obras da Odebrecht, para o
Brasil e até para outros países. Transferida para
Teles Pires e depois para Chaglla, ela transportou
a memória de um conjunto de soluções implementadas com êxito em Rondônia.
No lugar de Anelisa, em Teles Pires, ficou Thaysa Friaça Leite, que atua como Responsável pelo
Sistema de Gestão Integrado de Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente. Thaysa foi Jovem
Parceira na obra em Porto Velho e chegou a Responsável por Meio Ambiente. Ela e Anelisa estão
fazendo circular o conhecimento e, dessa forma,
contribuem para que experiências que nasceram e
se mostraram exitosas em um projeto modelar da
Organização Odebrecht inspirem e assegurem soluções em outros projetos, que, frequentemente,
se deparam com desafios similares.
“Como disse certa vez um grande líder que tive,
Nelson da Costa Alves: ‘Não precisamos mais inventar a roda. Ela já existe. Sofrer com os mesmos
problemas não faz sentido se já sabemos fazer o
14
informa
certo e que é comprovadamente bem-sucedido’”,
diz Anelisa. Ela acrescenta: “Temos que saber
utilizar, replicar e adaptar projetos em diferentes
obras, colocar em prática os conceitos do ‘conhecimento pelo trabalho’ e de ‘lições aprendidas’.”
Resultados tangíveis e intangíveis
Os desafios enfrentados e superados em Santo Antônio permitiram o desenvolvimento de uma
nova metodologia de trabalho para a área de Sustentabilidade, por meio da implantação do Sistema
de Gestão Integrado. “A confiança das equipes de
outros programas, como de Produção e Engenharia, em nossa atuação garantiu a sinergia necessária para a realização das iniciativas de tratamento
ambiental em Santo Antônio”, ela observa.
Um exemplo de iniciativa concebida, testada e
executada em Santo Antônio e replicada em Teles Pires e Chaglla é a implantação de central de
gestão de resíduos com incinerador, área para
compostagem, lagoa de estabilização e estação de
tratamento de água ecológica (que utiliza reagente
orgânico e trata o lodo para recuperação de áreas
degradadas). Outro ponto de destaque é a forma-
diz ele, que atuou na construção de nove hidrelé-
ção de profissionais de Sustentabilidade de acordo
tricas como integrante da Odebrecht, entre elas
com um mesmo padrão técnico e conceitual, o que
Santo Antônio, onde esteve por três anos e meio.
facilita a troca de experiências.
Para Fernando, Anelisa, Thaysa e muitos inte-
Fernando Resende, Diretor de Engenharia da
grantes da Odebrecht, a hidrelétrica em construção
Odebrecht Energia Peru, atesta que a sintonia e
em Porto Velho foi e continua sendo uma escola.
coesão entre as equipes dos diferentes programas,
Thaysa salienta que outro aprendizado essencial ob-
salientada por Anelisa, têm sido fator determinan-
tido em Santo Antônio e que vem sendo bem apro-
te para importantes conquistas em Chaglla. “No fim
veitado por ela em Teles Pires está relacionado aos
de 2012, a obra foi inscrita na ONU [Organização das
sistemas de reúso implantados nas obras da usina
Nações Unidas] para ser classificada como MDL
de Rondônia e a suas consequências positivas.
[Mecanismo de Desevolvimento Limpo] e posterior-
“As águas do Rio Teles Pires são um grande mo-
mente obter o Certificado de Créditos de Carbono”,
vimentador socioeconômico, por conta do sustento
ele informa. “Também temos conseguido comparti-
dos pescadores e suas famílias e, também, pela
lhar com o meio acadêmico peruano todo um con-
alta importância da pesca esportiva, que vem ten-
junto de conhecimentos científicos relacionados
do crescente repercussão internacional. Busquei
à flora e à fauna desenvolvido por programas que
trazer de Santo Antônio as experiências voltadas
realizamos no âmbito do canteiro e de seu entorno.”
para evitar impactos, como o reúso de efluentes.”
Na Organização desde 1988, Fernando iniciou
Thaysa ressalta um dos maiores ensinamentos
sua atuação nas obras da Hidrelétrica de Capan-
que obteve em Santo Antônio – e em sua vida: “A
da, em Angola, e tem especial apreço pela ideia do
melhor forma de combater um impacto negativo
compartilhamento de informações e experiências.
e suas consequências não é controlá-lo, mas sim
“É muito gratificante participar desse processo”,
evitá-lo”.
informa
15
Sinergia entre obras e empresas
Gabriel Azevedo, Diretor de Sustentabilidade na
Odebrecht Energia, é um entusiasta da relação sinérgica entre as obras. “Tudo o que é gerado nesse
contexto fica na Organização”, enfatiza. Gabriel, baseado em Brasília, visita os canteiros de obra com
frequência e regularidade. “Para os clientes, isso
também traz vantagens naturalmente”, observa ele,
que destaca as soluções para o tratamento da água
desenvolvidas em Santo Antônio e que, depois, foram
Thaysa Leite: foco
nas iniciativas
destinadas a
evitar impactos
socioambientais
negativos
replicadas em Teles Pires e Chaglla.
Defensor ferrenho da troca de conhecimentos
entre os projetos, Gabriel também sabe o quanto
é essencial haver sintonia entre as empresas envolvidas em um mesmo empreendimento. “Quanto
melhor formos nesse aspecto, mais potencializaremos os ganhos para o cliente”, assinala.
16
Na Organização desde 1977, Délio esteve presente em diversos projetos hidrelétricos emble-
Délio Galvão, Diretor de Contrato da Usina Hi-
máticos, entre os quais Itá, na divisa de Santa
drelétrica Santo Antônio, integrante da Odebrecht
Catarina com o Rio Grande do Sul, no anos 1990,
desde 1977, é um dos protagonistas dessa busca
onde foi Diretor de Contrato. “O conhecimento
constante de entendimento, no âmbito da Sus-
acumulado da Odebrecht no setor hidrelétrico é
tentabilidade e em todos os outros. Como líder
muito extenso”, ele argumenta. “Estamos prepa-
do CCSA, a Odebrecht Infraestrutura é a orques-
rados para participar de todas as etapas de um
tradora de uma realização empresarial que tem
empreendimento, desde os primeiros estudos de
ainda como protagonistas a Andrade Gutierrez e
viabilidade até a participação como investidores e
o Gicom (no qual estão reunidas Alstom, Voith Sie-
operadores.” Essa expertise, segundo Délio, foi um
mens, Andritz, Areva, Siemens e Bardella). “Santo
dos fatores decisivos para que Santo Antônio se
Antônio é uma obra de grande porte, da qual par-
transformasse em referência, escola e celeiro de
ticipam vários atores, entre os quais é imprescin-
jovens talentos como Anelisa e Thaysa, uma obra
dível que se estabeleça uma relação de completa
capaz de proporcionar a outras lições que podem
sinergia”, defende.
ser inestimáveis.
informa
conceito
A edificação de um
Odebrecht Properties chega para conceber
e realizar investimentos e assumir
a gestão de ativos imobiliários
texto Daelcio de Freitas fotos Holanda Cavalcanti
O Líder Empresarial
André Amaro (terceiro
a partir da esquerda)
com Responsáveis
por Apoio: a partir
da esquerda, Daelcio
Freitas (Comunicação),
Susan Barrio (Jurídico),
Cristiane Giansante
(Pessoas), Adriana
Meirelles (Finanças) e
Marcos Lima
(Planejamento)
17
Q
uando se fala em infraestrutura - no
tendências: Properties Brasil, Parcerias Públicas
caso do Brasil, mais precisamente na
e Entretenimento.
falta dela -, o senso comum aponta
A área de Properties Brasil visa atender diver-
para a necessidade de investimen-
sos tipos de clientes que necessitam de edifica-
tos em estradas, portos, aeroportos.
ções corporativas, industriais e de logística e está
Pouco se fala, porém, na infraestrutura represen-
delegada à Diretora-Superintendente (DS) Carla
tada por ativos imobiliários públicos e privados
Barretto, executiva com passagem pela Braskem,
inadequados ou defasados, que também podem
CNO e Odebrecht S.A., que terá como prioridade
impactar significativamente na produtividade de
em 2013 os ativos da Organização.
quem trabalha ou utiliza esses empreendimentos.
Sob responsabilidade do DS Parcerias Públicas,
Nos dias atuais, é consensual o entendimento
Geraldo Villin Prado, que tem 32 anos de Organi-
de que é preciso conceber espaços para as ativi-
zação, está o investimento e a operação de centros
dades a que eles se destinam. Em outras palavras,
administrativos, escolas, hospitais e outros ativos
significa dizer que pessoas reunidas em um am-
imobiliários usados pelo setor público.
biente adequado e acessível podem produzir e ser-
As arenas multiuso e outras edificações desti-
vir melhor, independentemente de sua atividade.
nadas a atividades esportivas, culturais e de lazer
Não à toa escritórios públicos e privados, escolas
estão sob a responsabilidade do DS Entreteni-
e arenas esportivas nos países desenvolvidos são
mento, Dênio Cidreira, que trabalhou na Braskem,
concebidos e operados “sob medida” para seus
CNO e na Cetrel.
públicos.
É nesse contexto que a Organização Odebrecht
Sinergia e portfólio
decidiu estruturar, em 2012, o Negócio Proprieda-
As arenas Pernambuco e Fonte Nova, construí-
des, por meio da criação da Odebrecht Properties
das pela Odebrecht Infraestrutura para a Copa do
(OP), e delegá-lo ao Líder Empresarial André Ama-
Mundo de 2014, estão na área de Entretenimento.
ro, com passagem pela Construtora Norberto Ode-
Com inauguração prevista para o primeiro semes-
brecht (CNO), Braskem e Odebrecht S.A.
tre deste ano, esses ativos, a exemplo das arenas
Segundo ele, a criação da empresa é um bom
Corinthians e Maracanã, são um marco na traje-
exemplo de diversificação e crescimento orgâni-
tória da Odebrecht de aceitar desafios grandiosos
co da Organização, uma vez que a atuação da OP
em benefício do país.
ultrapassa fronteiras de negócios da Odebrecht
“Cabe à OP o desafio de operar as arenas do
Realizações Imobiliárias e Odebrecht Infraestrutu-
nosso portfólio da melhor maneira possível, para
ra, empresas que desenvolvem, constroem e en-
que, em médio prazo, elas se tornem referência de
tregam os empreendimentos aos clientes.
entretenimento no Brasil”, afirma Dênio Cidreira.
“Está no DNA da Organização crescer por meio
O Edifício Odebrecht São Paulo, projeto da Ode-
de oportunidades e pessoas”, diz André Amaro. “E a
brecht Realizações Imobiliárias e que abrigará as
Odebrecht tem sabido explorar essa dinâmica, o que
empresas da Organização na capital paulista (hoje
facilita o empresariamento de um novo Negócio”.
instaladas nos edifícios Eldorado e Villa Lobos), e o
Edifício-sede da Odebrecht na Bahia, são os prin-
Gestão de ativos imobiliários
O negócio da OP consiste em identificar e con-
Compõem o portfólio de ativos da DS Parce-
ceber projetos, mobilizar capital necessário e rea-
rias Públicas projetos no Rio de Janeiro, como o
lizar investimentos para, posteriormente, assumir
Parque Olímpico e o Porto Maravilha, que também
a gestão dos ativos imobiliários, seja qual for sua
fazem parte do contexto da Copa do Mundo e das
destinação, e prestar serviços suplementares aos
Olimpíadas.
usuários dos ativos.
18
cipais ativos da Properties Brasil.
O Inova BH, em Minas Gerais, e o Centrad (Cen-
Para isso, a empresa está estruturada para
tro Administrativo Distrito Federal), em Brasília,
atuar em áreas, divididas por Diretorias-Superin-
são outros exemplos de projetos realizados por
informa
meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs). O pri-
namento com a comunidade. “Nosso desafio em-
meiro realizará o investimento e operará 37 esco-
presarial transcende as fronteiras do ativo imobi-
las públicas para a Prefeitura de Belo Horizonte,
liário. Sempre que oportuno, seremos agentes do
enquanto o Centrad será um conjunto de 16 pré-
desenvolvimento e da revitalização do entorno das
dios construídos para abrigar toda a administra-
propriedades, visando à maximização da valoriza-
ção do Governo do Distrito Federal, além de centro
ção do ativos a longo prazo”, argumenta.
de convenções e shopping center.
Além dos ativos que hoje pertencem ao portfólio
“São projetos de infraestrutura que permitem
da empresa, o número de integrantes confirma a
aos servidores públicos terem mais produtividade
análise de André Amaro em relação ao crescimento
ao realizar as atribuições de atender ao cidadão e
orgânico e desenvolvimento de pessoas. Dos cerca
prover serviços básicos como saúde e educação,
de 200 integrantes da Odebrecht Properties 75% vie-
uma vez que estão sob nossa responsabilidade to-
ram de outras empresas da Organização.
dos os serviços complementares desses empreendimentos”, destaca Geraldo Villin.
Carla Barretto acrescenta que, para todos os
projetos, de todas as áreas, os empresários têm o
desafio de pensar no desenvolvimento do entorno,
por meio de programas estruturados de relacio-
Dênio Cidreira, ao centro, com
Marcos Lessa, à esquerda, e Frank
Alcântara, responsáveis pelas
operações, respectivamente, na
Arena Pernambuco e na Arena Fonte
Nova (na fotomontagem com a Arena
Fonte Nova ao fundo): Odebrecht
Properties irá operar esses
equipamentos com o propósito
de torná-los referência em
entretenimento no Brasil
informa
19
da casa
talento e experiência
Zinji Kubata:
conhecimento
e experiência a
serviço da OEP
C
riar uma empresa de Engenharia de
contratos no Brasil e em outros países”, diz José
Projetos para atender à demanda dos
Mariano, Diretor de Engenharia. A fórmula inclui as
negócios e contratos da Odebrecht era
diversas etapas de uma obra, da elaboração de proje-
um antigo sonho dos líderes da Or-
tos conceituais e básicos ao suporte à pré-operação,
ganização. Em julho de 2012, o sonho
com ganhos em agilidade e gestão.
tornou-se realidade. A Odebrecht Engenharia de Pro-
Com base em dados de mercado, José Mariano
jetos (OEP) iniciou suas atividades, com mais de 160
explica que o custo da engenharia em um contrato na
especialistas em diferentes campos, como mecânica,
modalidade EPC (Engenharia, Suprimento e Cons-
elétrica, civil, instrumentação, processos, materiais e
trução), uma tendência mundial em grandes obras,
tubulações.
varia entre 5% a 10% do total. Contudo, ele observa,
Até então, serviços de engenharia sempre foram
uma engenharia malfeita pode comprometer a totali-
contratados pela Odebrecht no mercado, quando
dade de um empreendimento e levar a grandes pre-
uma nova obra exigia. A parceria com os escritórios
juízos. “Assegurar o gerenciamento das três etapas
externos continuará existindo, mas o objetivo é que a
do EPC nos dá agilidade e segurança para superar
OEP ocupe parte desse espaço, fortalecendo a com-
desafios”, observa.
petência interna em engenharia.
20
20
Ligada à estrutura da Odebrecht Engenharia In-
“Nosso objetivo é participar dos negócios da
dustrial, a OEP conta com quase uma centena de
Odebrecht, fornecendo soluções integradas para os
engenheiros e 50 técnicos recrutados internamente
informa
Odebrecht Engenharia de
Projetos é formada por
especialistas em diversas
áreas, representantes de
três gerações
texto Thereza Martins fotos Ed Viggiani
e no mercado. A faixa média de experiência dos inte-
energia e transporte, do qual a Odebrecht TransPort
grantes é de 30 anos.
detém 20% de participação.
“Dispomos, também, de uma área de Tecnologia
da Informação equipada com sistemas integrados
Três gerações de especialistas
capazes de atender ao grande tráfego de projetos
Na sede da OEP, em São Paulo, estão reunidas três
e à necessidade de segurança dos dados”, informa
gerações de profissionais, de estagiários aos que estão
Raphael Couto, de Pessoas e Organização. “Todo
na ativa há décadas, como Zinji Kubata, projetista de 78
o conhecimento e as informações geradas a partir
anos, que, embora aposentado, nunca parou de traba-
dos projetos desenvolvidos pela OEP estarão, agora,
lhar. “Nesses anos todos atuando em empresas e escri-
armazenados e disponíveis dentro da Organização”,
tórios de engenharia, convivi com boa parte da equipe
enfatiza.
que hoje constitui a OEP”, ele comenta.
O primeiro contrato do qual a OEP participa é o dos
Outro exemplo é Antonio Carlos Morselli, 69 anos
terminais de Araçatuba e de Anhembi (SP), da Logum
de idade e 45 de profissão, técnico de instalações in-
Logística S.A., consórcio responsável pela constru-
dustriais. Convidado em janeiro para passar a integrar
ção e operação do sistema logístico multimodal para
a equipe, ele se lembra de que conheceu a Tecnologia
transporte rodoviário e hidroviário de etanol, no Su-
Empresarial Odebrecht (TEO) no processo de integra-
deste e Centro-Oeste brasileiros. O consórcio é for-
ção. “É uma cultura com a qual me identifico, sobretudo
mado por seis empresas dos setores de engenharia,
pela forma como valoriza suas equipes e clientes.”
informa
21
diálogo
produtivo
Empresas, entre as
quais a Odebrecht Óleo
e Gás e a EEP, unem-se
para construir e operar
sondas da Petrobras
texto Luciana Lana fotos Mário Grisolli
E
completamente a face daquela região e do estado como
um todo. O projeto é gigantesco e muito transformador”,
comenta o Diretor do EEP, Francisco Dezen. Ele destaca o
alto percentual de conteúdo local (parcela de participação
da indústria nacional no fornecimento de bens e serviços)
no projeto, que “chegará a 65% nas últimas unidades”.
Troca de experiências
“O projeto de construção das 28 sondas [quantidade total de estruturas encomendadas pela Sete Brasil,
das quais seis ao EEP e as demais 22 a outros estaleiros
brasileiros] é o maior desafio da indústria naval brasilei-
m três anos, o Estaleiro Enseada do Para-
ra nos últimos tempos. A Sete Brasil estruturou e conta
guaçu (EEP) entregará sua primeira unidade
de perfuração em águas ultraprofundas a
ser utilizada na região do pré-sal. Poderá ser
a primeira sonda fabricada no Brasil para ex-
ploração de petróleo – um marco para as indústrias naval
e de óleo e gás do país. A construção e a posterior operação dessa e de outras cinco sondas que serão construídas
no EEP até 2020 representam a convergência de esforços
de uma série de empresas e profissionais, cada um contribuindo estrategicamente conforme suas expertises.
Quatro das seis sondas foram encomendadas ao estaleiro por meio de uma Sociedade de Propósito Específico
(SPE) formada pela Sete Brasil e a Odebrecht Óleo e Gás.
O contrato, no valor de US$ 3,2 bilhões, é gerido por um
grupo (Project Management Team – PMT) composto da
própria Odebrecht Óleo e Gás e da Petrobras (Divisão de
Engenharia), tendo a Petrobras (Divisão de Exploração
e Produção – E&P) como o cliente para o qual as sondas irão operar. Do total de seis unidades de perfuração,
quatro serão operadas pela Odebrecht Óleo e Gás. “É um
arranjo altamente complexo, com mesmas empresas assumindo vários papéis ao longo dos projetos, de acionista
a operador”, diz Paulo Neves, Diretor do Projeto na Odebrecht Óleo e Gás.
O desafio torna-se ainda maior porque o próprio EEP é
uma empresa nova, e suas instalações físicas ainda estão
em construção em Maragojipe (BA). “Estamos mudando
22
informa
22
com a melhor composição de capacidade técnica e ge-
da assinatura do contrato, em agosto passado”, salienta
rencial disponível no país para enfrentar esse desafio”,
Dezen. “Nos últimos três anos, as empresas nos abriram
comenta Herculano Barbosa, Diretor-Superintendente de
as portas, dando acesso aos maiores especialistas e às
Engenharia e Tecnologia da Odebrecht Óleo e Gás. Com
mais novas tecnologias”, ele acrescenta, lembrando que
a Petrobras e os próprios operadores como acionistas
a Odebrecht Óleo e Gás construiu recentemente seis son-
minoritários, ficaram definidas equipes integradas de
das na Coreia do Sul e nos Emirados Árabes Unidos para
supervisão (Petrobras Engenharia e prestadores de ser-
operarem para a Petrobras. “A empresa não apenas sabe
viços/operadores das plataformas), que contam com lar-
o que é fazer sonda, como sabe o que é fazer sonda para
ga experiência em construção e operação. O objetivo é a
esse cliente, a Petrobras E&P, que tem requerimentos
construção de plataformas que atendam ao cliente final
específicos”, argumenta Dezen.
(Petrobras E&P) em todos seus requerimentos. “A equipe
Geograficamente, o projeto se expande por fronteiras
mista de supervisão das obras, formada pela Petrobras
das mais diversas: a gestão está, inicialmente, centrali-
Engenharia e pelos operadores, também tem interagido
zada no Rio de Janeiro, onde ficam os escritórios do EEP
com os estaleiros de maneira a esclarecer os requeri-
e da Odebrecht Óleo e Gás e a sede da Petrobras. O de-
mentos contratuais e elucidar as demandas técnicas para
talhamento de engenharia está sendo feito em parceria
minimizar a perda de tempo, o que contribui para o bom
com uma empresa na Romênia. Há ainda parceiros na
andamento dos projetos”, explica Herculano.
Noruega, no Reino Unido e nos Estados Unidos. E, quan-
Para o sucesso da iniciativa, tem sido fundamental a
do as instalações do EEP estiverem concluídas, em 2014,
troca de experiências. “A Odebrecht Óleo e Gás e a Pe-
certamente a maior parte da equipe será deslocada para
trobras Engenharia têm nos apoiado desde muito antes
a Bahia.
Francisco Dezen
(à esquerda) e Paulo
Neves: sintonia fina
em um projeto
transformador
informa
23
ícone
da sinergia
texto Fabiana Cabral
fotos Holanda Cavalcanti
24
informa
24
Projeto
Aquapolo, que
iniciou operações
no fim de 2012,
foi a iniciativa
pioneira de
transversalidade
na Organização
N
a região da Serra do Mar, em São Paulo,
nasce o Rio Tamanduateí, que corta as
cidades de Mauá, Santo André e São Caetano do Sul e deságua no Rio Tietê, na capital. Para reduzir a quantidade de esgoto
despejado nos dois rios, proveniente das cidades do ABC
Paulista, o efluente é direcionado à Estação de Tratamento de Esgoto ABC, da Sabesp (Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo), para a retirada da carga
orgânica, e é levado à Estação de Produção de Água Industrial da Aquapolo Ambiental para transformar-se em
água de reúso.
Na empresa, formada pela Odebrecht Ambiental
e a Sabesp, o efluente segue para o tanque “circuito
carrossel”, onde é realizado um tratamento biológico. Em seguida, ele passa por módulos de membranas especiais, em um processo de ultrafiltração.
Com novas propriedades, a substância ganha transparência e odor naturais. Assim é criada a água de
reúso, ou água industrial, que abastece o Polo Petroquímico de Capuava, na região do ABC Paulista.
Cerca de quatro anos separam a ideia e a operação efetiva do maior projeto de água de reúso para
fins industriais do Hemisfério Sul, iniciada no fim de
2012. Nesse período, desenvolveu-se a primeira iniciativa da Organização Odebrecht com a sinergia de
três empresas: o Aquapolo.
União que trouxe a força
“A Quattor foi o cliente inicial”, relembra Emyr Costa,
Diretor de Engenharia na Odebrecht Ambiental desde
abril de 2012. Ele foi um dos primeiros a trabalhar o tema,
a partir de 2008, ainda na Odebrecht Infraestrutura. “Na
época, já existiam parcerias com a Odebrecht Ambiental”,
comenta.
A partir da esquerda,
Fabiano Munhoz, João Paulo
Góis, Luis Sérgio Yoshihiro,
Josnei Cireli e Reynaldo
Moreira Júnior, da Odebrecht
Infraestrutura: 10 frentes
de serviço em operação
simultânea na Avenida do
Estado, uma das mais
movimentadas do
ABC Paulista
Enquanto isso, a Odebrecht Ambiental adquiria a Ecosama, concessionária de tratamento de água e esgoto de
Mauá, e passava a estudar a produção de água industrial.
“O Projeto Aquapolo foi o início da parceria com a Sabesp,
até a concepção e formação da Aquapolo Ambiental S.A.,
que tem um contrato de 41 anos para distribuir água de
reúso ao Polo de Capuava”, explica Marcos Asseburg,
Responsável pela nova empresa. “É a primeira sociedade da Sabesp com a iniciativa privada”, salienta Fernando
Gomes, Diretor da Aquapolo por parte da estatal.
Ao mesmo tempo, a Braskem incorporava a Quattor
e dava continuidade ao projeto. “A água recebida era de
informa
25
Marcos Asseburg
(à esquerda)
e Fernando
Gomes: união de
capacitações
qualidade inferior e reduzia a vida útil dos equipamen-
Tamanduateí, e que recebeu 17 km de adutora em menos
tos, aumentando as manutenções. A sustentabilidade da
de um ano. “Cerca de 2.800 metros foram construídos por
planta dependia da melhoria das propriedades da água”,
mês em uma densa área urbana. Foi um grande desafio”,
salienta Marina Muniz Rossi, Coordenadora de Utilida-
descreve Fabiano Munhoz, Diretor de Contrato.
des na Unidade de Insumos Básicos (Unib 3), cujas ins-
Paralelamente, Odebrecht Ambiental e Sabesp rea-
talações recebem a água e garantem sua propagação à
lizavam testes em uma miniestação de tratamento de
Braskem e a outras empresas. Os movimentos distintos
água, denominada Planta Piloto. Os estudos determina-
das empresas da Organização acabaram convergindo
ram as tecnologias necessárias para a fabricação de uma
para um mesmo caminho.
água industrial de qualidade. “A parceria com as empresas da Organização nos deu tranquilidade para cumprir
Da sinergia à inovação
prazos. Sabíamos que estávamos alavancando um novo
O Aquapolo inventou um novo ciclo para a água e abriu
negócio”, observa Fernando Gomes.
novas oportunidades para a cultura da água de reúso. “O
sucesso do projeto é resultado da união das melhores fer-
Divisão de responsabilidades
ramentas e do conhecimento de cada empresa”, resume
Outro desafio foi a comunicação e o relacionamento
Marcos Asseburg. Antes da oficialização do contrato, as
com diferentes órgãos e entidades. Para enfrentá-lo, as
equipes da Odebrecht Ambiental, Odebrecht Infraestrutu-
empresas dividiram responsabilidades. “A Braskem de-
ra, Braskem e Sabesp já estavam envolvidas no planeja-
sempenhou esse papel com as prefeituras, a Odebrecht
mento. “As obras civis foram aprovadas antes da assina-
Ambiental e a Sabesp lideraram a obtenção das licenças
tura. Isso só é possível com sinergia”, reforça Emyr Costa.
ambientais e a Odebrecht Infraestrutura assumiu as li-
Dez frentes de serviço foram instaladas simultanea-
26
cenças das obras civis”, relata Emyr Costa.
mente em uma das principais avenidas do ABC: a Avenida
A instalação de 3,6 km de redes de distribuição no Polo
do Estado, que corta quatro municípios, às margens do Rio
de Capuava também foi desafiador. “Treinamos mais de
informa
200 pessoas para trabalhar dentro de uma petroquími-
que deixou de ser utilizada abastece 500 mil habitantes do
ca. Adaptamos o trabalho da engenharia civil à rotina da
ABC. A Aquapolo tem capacidade para produzir 1.000 l/s.
Braskem”, salienta Fabiano Munhoz.
“Nosso novo desafio é mostrar à sociedade que existem
Transparência, comunicação e criação de soluções:
a sinergia infundiu segurança e viabilidade ao projeto.
vários tipos de água de qualidade, uma para cada finalidade”, argumenta Marcos Asseburg.
“Cada empresa soube ‘defender’ seu negócio e garantir
No início de 2013, foi realizado o processo de certifica-
segurança financeira, influenciando, sendo influencia-
ção da qualidade da água. “Fizemos testes simultanea-
da, compreendendo e respeitando os parceiros”, pontua
mente com todos os agentes envolvidos”, comenta Mari-
Marcos Asseburg. Fabiano Munhoz argumenta que se
na Muniz Rossi, que mantém contato, quase diário, com
deve sempre buscar relações sinérgicas dentro da Ode-
as equipes da Aquapolo. De acordo com ela, os resultados
brecht. “A cooperação foi fundamental para os resultados
serão, a longo prazo, o avanço na troca térmica e redução
finais. Colocamos a Organização à frente de tudo”, com-
do uso de produtos químicos, e, a médio prazo, a amplia-
plementa. Marina Muniz Rossi salienta que a integração
ção da vida útil dos equipamentos, melhoria nos métodos
de profissionais da mesma Organização facilitou o desen-
de manutenção e diminuição da água consumida.
volvimento do projeto. “Em um ambiente de confiança,
O Polo de Capuava poderá ainda ser foco de um novo
conseguimos buscar soluções diferentes para agilizar
projeto sinérgico. Emyr Costa revela que estudos são re-
processos e atividades”, reforça.
alizados para um programa de valorização energética na
planta, envolvendo Odebrecht Ambiental, Infraestrutura,
Presente e futuro
Engenharia Industrial e Braskem. “A tendência é que as
Atualmente, 650 mil l/s de água de reúso são forne-
sinergias cresçam, pois a Organização se diversifica cada
cidos ao Polo Petroquímico de Capuava. A água potável
vez mais.”
Marina Rossi:
sustentabilidade
da planta
informa
27
Comunicação
Para ninguém
perder o trem
Jovens internautas ajudam SuperVia a
aprimorar o serviço prestado aos passageiros
texto Boésio Vidal Lannes fotos Carlos Júnior
P
ontualmente às 6h30, de
a
sexta-feira,
))
segunda
David de Souza Rodrigues
acomoda-se em um trem na es-
tação de Costa Barros, no ramal
de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, rumo ao trabalho. Ele passa
despercebido em meio a tantas
pessoas, mas é um passageiro
diferenciado: observa tudo com
atenção e atua como fiscal. David,
21 anos, faz parte de um grupo
de 20 jovens que conhece bem os
trens e o metrô do Rio de Janeiro.
Para se comunicar com os amigos, ele usa Twitter, Facebook e
fóruns de discussão na internet.
Na conversa com Odebrecht
Informa, David mostra por que é
chamado de “engenheiro amador” pelos integrantes da equipe de comunicação da SuperVia.
Futuro engenheiro eletricista, ele
aponta para o trem que está chegando à estação de Costa Barros, bairro do subúrbio carioca
onde reside, e diz: “É um modelo
chinês CNR série 3000, com ar-condicionado australiano e freio
alemão”. Instantes depois, acrescenta: “Esse é um modelo Mafersa série 700”.
David colabora em um programa de comunicação da SuperVia,
os Engenheiros Amadores, do qual
participam jovens que vivenciam o
28
informa
dia a dia dos trens e conversam
eles que, por exemplo, sugeriram
por redes sociais. Ao informarem
a mudança de mão dos trens no
uma avaria em uma composição
ramal de Belford Roxo. “Pensei
ou alertarem sobre uma pessoa
que não estavam nos ouvindo, mas
que está se sentindo mal, esses
a mudança está em teste. Agora,
internautas ajudam passageiros
as composições seguem a mesma
e a concessionária, que poderá
mão do metrô”, diz David.
tomar uma decisão em poucos
Essa sinergia com os passa-
segundos. Eles são convidados
geiros é um dos pilares da atua-
para cafés da manhã na empresa,
ção da SuperVia, concessionária
ocasiões em que conversam com
de trens urbanos do Rio de Janei-
responsáveis por diversas áreas,
ro administrada pela Odebrecht
visitam o Centro de Controle Ope-
TransPort desde janeiro de 2011.
racional (CCO) e dão ideias. Foram
A empresa é responsável pelo
David Rodrigues:
passageiro
diferente com uma
missão especial
transporte diário de 600 mil pas-
bém estão mais rápidas. Estra-
tacionados na estação de Bangu,
sageiros em 190 composições,
tegicamente baseados ao lado
subúrbio carioca, e neles foram
entre as quais 30 modernos trens
do CCO, localizado no prédio da
realizados 25 mil atendimentos
com sistema de ar condicionado,
administração da concessionária,
voltados à emissão de documen-
adquiridos na China pelo Governo
dois jornalistas não desgrudam os
tos. No Carnaval de 2012, 10 esco-
do Rio de Janeiro. Outras 60 com-
olhos dos monitores e fornecem
las de samba vizinhas à SuperVia
posições entrarão em operação
respostas em tempo real a 15 so-
foram presenteadas com 2 mil bi-
até 2016, e mais 20 serão cons-
licitações diárias, em média, feitas
lhetes cada uma e tiveram à dis-
truídas pela Alstom em uma ofi-
por jornalistas. No CCO, operado-
posição um trem exclusivo para
cina no Rio de Janeiro. Os ramais
res acompanham a movimentação
levar os foliões até a Marquês de
são monitorados por 480 câme-
dos passageiros em telas dinâmi-
Sapucaí. Iniciativas diretamente
ras, que passarão a ser 1.500 até
cas com tecnologia semelhante à
relacionadas à valorização de uma
o fim de 2013.
do metrô de Paris. O sistema de
das mais importantes manifesta-
som, importado dos Estados Uni-
ções culturais do Rio de Janeiro e
dos, é multifuncional.
do país. “O investimento em novas
A busca por novas tecnologias
tem permitido respostas mais precisas aos passageiros. Atualmen-
O avanço na relação sinérgi-
tecnologias, o engajamento em
te, 11 mil internautas seguem a
ca com as comunidades é o ob-
programas comunitários e uma
SuperVia no Twitter, e outros 1.400
jetivo de cada uma das ações
política de comunicação transpa-
a acompanham pelo Facebook.
da concessionária. Carlos José
rente têm aumentado a confiança
Um telefone 0800, um endereço
Cunha, Presidente da SuperVia,
dos passageiros e devolvido aos
eletrônico, ouvidoria e 160 jovens
cita exemplos. Na Ação Global de
integrantes o orgulho de traba-
aprendizes reforçam a estrutura
2013, projeto liderado pelo Servi-
lhar na SuperVia”, enfatiza Carlos
de comunicação.
ço Social da Indústria (Sesi) e pela
José.
As respostas à imprensa tam-
TV Globo, dois trens ficaram es-
informa
29
emoção
razão a serviço da
Reserva do
Paiva: novos
paradigmas
em urbanismo,
tecnologia e
sustentabilidade
30
30
informa
Inovações
negociais e
soluções de
engenharia
fazem surgir,
em uma região
paradisíaca, o
primeiro bairro
totalmente
planejado de
Pernambuco
texto Ricardo Sangiovanni
fotos Lia Lubambo/Lusco
U
m coqueiral que vai até depois de onde
a vista alcança, situado em uma área
privada de mais de 5 milhões de metros
quadrados, com 8,6 km de praias, a apenas 2 km da zona urbana do Recife, e, de
quebra, próxima do aeroporto e do complexo industrial-
-portuário de Suape. Certamente não são poucos os que
gostariam de passar nesse lugar o resto da vida. Um sonho que está agora mais próximo da realização, com o
nascimento do primeiro bairro totalmente planejado de
Pernambuco, que segue o que há de mais moderno em
matéria de urbanismo, tecnologia e sustentabilidade: a
Reserva do Paiva.
Desenvolvida pela Odebrecht, a Reserva do Paiva
está situada no Cabo de Santo Agostinho, município da
Grande Recife. A ideia de investir nessa área - um vetor
natural de expansão da região metropolitana - surgiu da
parceria entre a Odebrecht Realizações Imobiliárias e os
grupos Cornélio Brennand e Ricardo Brennand, proprietários do terreno, e começou a sair do papel em 2007,
ano da execução das primeiras obras.
Três anos depois, em 2010, a Odebrecht Realizações
Imobiliárias inaugurava o primeiro condomínio residencial do Paiva, com 66 casas de alto padrão. No início de
2013, um segundo condomínio, de prédios residenciais,
foi entregue, e a construção de novos empreendimentos - entre eles, um centro empresarial com mais de mil
salas e um hotel cinco estrelas da rede norte-americana
Sheraton - avançam a olhos vistos.
Uma ponte para o futuro
Para que esse bairro planejado pudesse existir, entretanto, foi preciso, antes, transpor um obstáculo natural: o Rio Jaboatão, que separa o continente da porção
de terra que forma o Cabo. Para evitar que os veículos tivessem de dar uma volta de mais de 40 km para chegar,
por terra, às praias do litoral sul e à Reserva do Paiva - o
que inviabilizaria o surgimento do bairro - , era preciso
erguer uma ponte sobre o rio.
Como Pernambuco não dispunha de recursos para
construir essa ponte, a solução foi firmar, em dezembro
de 2006, uma Parceria Público-Privada (PPP) – a primeira do estado e também a primeira no segmento rodoviário do Nordeste. Assim, além da bela ponte estaiada
Wilson Campos Júnior, de 320 m de comprimento, a
Concessionária Rota dos Coqueiros, empresa de propósito específico e que pertence à Odebrecht TransPort e à
Vento Sul, do grupo Cornélio Brennand, construiu o sisinforma
31
tema viário do qual também faz parte a Via Parque, uma
moderna rodovia de 6,5 km de extensão que corta toda
área da Reserva do Paiva.
As contrapartidas do estado foram conceder à Concessionária Rota dos Coqueiros, por 33 anos, a construção, operação e manutenção do sistema viário e o
pagamento de contraprestações adicionais às tarifas
de pedágio (CAT), de acordo com o fluxo de veículos e a
qualidade dos serviços até 2019. Além de viabilizar o lançamento da Reserva do Paiva, o sistema viário facilitou a
vida de quem sai diariamente do Recife em direção ao
litoral sul para trabalhar, sobretudo em Suape. O fluxo
mensal médio de veículos chegou a 8,5 mil por dia em
2012, quase todos automóveis, já que é proibido o tráfego
de caminhões na área concedida.
Dois vizinhos
Um símbolo da sinergia entre Odebrecht Realizações
Imobiliárias e Odebrecht TransPort, que possibilitou a
anos, Diretor-Presidente da Rota dos Coqueiros. “São
criação do bairro planejado e da rodovia, é o fato de as
dois negócios que nasceram juntos e continuam cres-
obras da ponte e das primeiras casas do Paiva terem
cendo juntos. A agenda é sinérgica”, diz Valverde.
começado e sido entregues rigorosamente ao mesmo
Além de participarem de uma reunião mensal pro-
tempo. E quem nasce em sinergia, assim haverá de per-
movida pelo Diretor-Superintendente das regiões Nor-
manecer: hoje, Rota dos Coqueiros e Reserva do Paiva,
deste, Norte e Centro-Oeste, João Pacífico, com a pre-
embora sejam independentes, trabalham em estreita
sença de todas as empresas da Organização Odebrecht,
sintonia.
para debate de temas transversais, Luís e Elias reser-
Cabe a dois jovens líderes a condução desses dois
vam uma data de cada mês para tratar de assuntos
negócios irmãos: Luis Henrique Valverde, 35 anos, Di-
cotidianos que envolvem a concessionária e a Reserva
retor de Incorporações Imobiliárias da Odebrecht Rea-
do Paiva. “Somos como dois vizinhos. Se um dos dois
lizações Imobiliárias em Pernambuco, e Elias Lages, 36
começa a ter um problema, sentamos e começamos a
O coqueiral que
caracteriza a região e,
na outra foto, Elias
Lages (à esquerda) e
Luis Henrique Valverde,
na ponte Wilson
Campos Júnior:
PPP tornou o
empreendimento viável
32
informa
traçar juntos uma estratégia de solução”, conta Lages.
de Fournier. As diretrizes arquitetônicas privilegiam a
Agindo em conjunto, em vez de duplicar uma mesma ini-
ventilação cruzada e o uso de varandas e beirais largos
ciativa, eles conseguem concentrar esforços em frentes
– recursos que favorecem a refrigeração e reduzem a
diversas, o que favorece o alcance mais rápido de ob-
necessidade de ar condicionado. Placas de energia so-
jetivos. “O resultado da sinergia dos dois ativos sempre
lar são utilizadas para aquecer a água, eliminando a
supera a soma dos dois”, diz Lages.
necessidade de chuveiros elétricos.
A principal preocupação, contudo, é com a ocupação
Compartilhamento de conceitos
do solo. “A opção foi por verticalizar menos. Os prédios
Além de campanhas educativas voltadas a integran-
são mais baixos, com maior distância entre um e ou-
tes e clientes, as duas empresas também comparti-
tro”, afirma o arquiteto Bruno Gadelha, líder da área de
lham conceitos relacionados à sustentabilidade socio-
incorporação imobiliária da Reserva. O masterplan (es-
ambiental. A concessionária aposta em tecnologia de
pécie de plano diretor) do Paiva prevê que a área cons-
ponta para preservar o meio ambiente e contribuir para
truída siga a proporção de “1 para 1” em relação à área
o aumento da qualidade de vida da comunidade, dos
do terreno – enquanto no Recife, diz ele, essa razão é
integrantes e dos clientes.
de 6 para 1. “O desafio é mostrar que é possível ocupar
“Instalamos monitores touch screen em todas as
o solo urbano de uma maneira racional.”
cabines de pedágio, para eliminar a necessidade de
Atualmente, além das obras do Hotel Sheraton, es-
mouses e teclado, itens que precisam ser constantemen-
tão a todo vapor as construções de um terceiro con-
te trocados. Isso também tornou mais ágil e ergonômico
domínio residencial, com sete torres, e de um centro
o trabalho dos operadores”, conta Fábio Guimarães, co-
empresarial, com seis. Para o próximo verão, está pre-
ordenador de Tecnologia da Informação (TI) da Rota dos
vista a inauguração da Vila Gourmet, que reunirá es-
Coqueiros. O sistema viário possui ainda um anel de fi-
tabelecimentos de prestação de serviços e comerciais.
bra ótica ao longo de toda a rodovia, que permite operar
Em 2014, uma escola tradicional do Recife deverá ins-
qualquer cabine de pedágio remotamente. Esse anel é a
talar uma sede no Paiva e, em 2015, um supermercado
espinha dorsal de toda a malha ótica do bairro.
e um centro médico chegarão. Tudo isso de maneira
A Reserva do Paiva, por sua vez, tem a sustenta-
integrada ao ambiente, sem superlotar o bairro. E, cla-
bilidade como foco desde o projeto original do bairro,
ro, mantendo o coqueiral como um dos protagonistas
concebido em 2002 pelo arquiteto suíço Henri Michel
da fascinante paisagem local.
informa
33
às vezes não se vê, mas
está lá
34
A
Braskem usa o conhecimento e
ganhos para todos: a Braskem, a outra empresa
a experiência de suas equipes
da Organização que usa o plástico e o cliente”, ela
para criar soluções também na
acrescenta.
Engenharia
e
Construção,
com
Os gerentes de contas da Braskem, por meio
consequências diretas em outros
dessa sinergia, abrem novos mercados para seus
setores, como o de habitação e saneamento. A
clientes e ampliam o volume de plástico usado
crescente utilização do plástico nos canteiros de
na construção, explica Mônica. “Para a empresa
obra tem levado a empresa a intensificar parcerias
construtora, o uso do plástico pode ser interessan-
com a Odebrecht Infraestrutura, a Odebrecht Rea-
te. Cabe um estudo prévio de cada projeto, o que
lizações Imobiliárias e a Foz do Brasil.
torna fundamental a comunicação entre as empre-
“Temos, dentro de casa, a melhor porta de en-
34
sas.”
trada para o setor da construção”, salienta Mô-
Com 20 anos de experiência em petroquímica,
nica Evangelista, Gerente de Desenvolvimento
todos eles como integrante da Odebrecht, Môni-
de Mercado de Polipropileno da Braskem para a
ca organiza reuniões com um comitê de diretores
Construção Civil e responsável pela interface. “Em
das empresas Odebrecht Infraestrutura, Ode-
cada parceria, a premissa básica é de que existam
brecht Energia, Odebrecht América Latina, Olex
informa
Matéria-prima
fornecida pela
Braskem é usada
na construção de
estádios, edificações
residenciais
e sistemas de
saneamento
texto Luiz Carlos Ramos
fotos Fernando Vivas (BA),
Ricardo Chaves (RS) e
Sérgio Amaral (DF)
Arena Fonte Nova: uso
do plástico na fabricação
do concreto
e Odebrecht Realizações Imobiliárias, para que
que o antigo estádio foi implodido, em 2010, a are-
todos possam trocar informações. É um trabalho
na, vistoriada pela Fifa e pelas autoridades do es-
em conjunto com outros integrantes da Braskem,
porte brasileiro em 29 de janeiro, teve suas obras
entre eles Jorge Alexandre Alves da Silva e Zolder
marcadas, também, pelo uso do plástico.
Stekhardt, ambos da equipe de Desenvolvimento
Alcir Guimarães, Gerente de Engenharia e
de Mercado de Polietileno, e Antônio Rodolfo Jú-
Qualidade do Consórcio Construtor Arena Fonte
nior, de PVC.
Nova, revela que o equipamento recebeu 75 mil m3
de concreto, com um total de 16.551 peças pré-
Plástico na Fonte Nova
-moldadas: “Além de cerca de 30 mil toneladas de
Após dois anos e meio de obras, a Arena Fonte
cimento, usamos 11 toneladas de microfibras de
Nova, em Salvador, foi concluída em fevereiro. Está
polipropileno. A mistura da microfibra, analisada
pronta para receber jogos da Copa das Confedera-
pelo experiente especialista em concreto Francisco
ções, entre os quais Brasil x Itália, em 22 de junho,
Holanda e pela Braskem, representou um notável
e da Copa do Mundo de 2014. É um novo ciclo do
salto de qualidade”, destaca Alcir. Ele completa: “A
futebol baiano e dos espetáculos musicais. Cons-
mistura melhorou a trabalhabilidade do concreto,
truída pelo consórcio Odebrecht-OAS no local em
que ficou mais denso, aumentou a resistência ao
informa
35
impacto e ao estilhaçamento, proporcionou mais
ção de blocos de cimento e ferro para a estrutura,
resistência superficial e ao desgaste, evitado pela
com vantagens em relação às fôrmas de madeira.
exsudação (saída da água do concreto durante seu
Ocorreu ainda a utilização de cerca de 100 t de po-
processo de cura), e, consequentemente, maior
lipropileno – correspondente ao total da matéria-
durabilidade.”
-prima usada na fabricação dos assentos do públi-
As fibras absorvem esforços de retração não es-
co geral da Arena Fonte Nova.
trutural e inibem o aparecimento e a propagação
de fissuras, por causa do incremento de resistên-
36
A revolução das esferas plásticas
cia à tração. A estrutura tem sua permeabilidade
Em Taguatinga, a 21 km do Plano Piloto de Bra-
reduzida, melhorando a estanqueidade (vedação)
sília, avançam as obras dos 16 edifícios do Cen-
da obra como um todo e contribuindo ainda para a
tro Administrativo do Distrito Federal. Lá, a partir
melhoria substancial do acabamento do concreto.
de 2014, ficará o Gabinete do Governador e fun-
A fibra absorve o calor, não o irradia, o que colabo-
cionarão as secretarias. A obra é executada pela
ra no aumento do conforto térmico, excelente para
Odebrecht Infraestrutura em consórcio com a Via
a arquibancada, pois o público sente menos calor.
Engenharia por meio de Parceira Público-Privada
A Odebrecht já aplica a fórmula em outras obras.
(PPP). O cliente é o Governo do Distrito Federal. A
Os clientes da Braskem são os fabricantes Etruria,
Concessionária do Centro Administrativo do Distri-
Propex e Maccaferri, que estão investindo em no-
to Federal (Centrad), uma Sociedade de Propósito
vas máquinas para produção desses materiais, até
Específico (SPE) entre a Odebrecht e a Via, cons-
então inexistentes no Brasil.
trói os prédios e é responsável por sua operação
A Arena Fonte Nova também recorreu a um
e manutenção. A rapidez com que os prédios são
tipo de fôrma de plástico corrugado na prepara-
executados tem a ver com o novo sistema de pre-
informa
Casas do bairro
planejado Jardins
Mangueiral, em
Brasília, e, abaixo,
Marcelo Moreira com
uma esfera plástica,
em Taguatinga: utilização
pioneira do sistema
no país
paração de lajes entre um e outro pavimento dos
edifícios. Em Taguatinga, um sistema construtivo
revolucionário, o BubbleDeck, substitui a fórmula
convencional de lajes.
“O BubbleDeck é um sistema construtivo de origem dinamarquesa composto de esferas plásticas
inseridas uniformemente entre duas armaduras
de ferro e concreto”, explica o Diretor de Contrato
André Araújo. “Essa fórmula já provou suas vantagens”, ele afirma. Na obra, o plástico também é
usado com fôrmas corrugadas para produção de
blocos e tubos e conexões de PVC Tigre para instalações elétricas e hidráulicas.
Segundo Marcelo Moreira, Responsável Comercial, o BubbleDeck, bastante usado na Europa, veio
para ficar: “No Brasil, esta é a primeira obra de
grande porte que adota o sistema. Acompanhados
de integrantes da Braskem, visitamos canteiros na
Holanda e comprovamos a viabilidade”, ele relata.
A resina de propileno da Braskem é utilizada
pela empresa Savama, de Goiânia, que passou a
fabricar as esferas ocas – as quais vêm tendo seu
peso reduzido (atualmente é de 210 gramas cada
uma). Sua tecnologia aumenta a produtividade,
informa
37
otimiza custos, reduz o uso de insumos como madeira e garante mais velocidade ao andamento da
obra. Uma laje desse tipo tem 28 centímetros de
espessura. Sua instalação não precisa das antigas
vigas. Está previsto o uso de 2,2 milhões de esferas
em Taguatinga.
Moradias de qualidade
Um bairro planejado ganha corpo a 13 km de
Brasília: Jardins Mangueiral. A Odebrecht Realizações Imobiliárias, empresa que desenvolve
projetos residenciais e empresariais em várias
cidades, lidera a construção por meio da primeira
PPP de imóveis do país, da qual também participam as empresas privadas Silco Engenharia,
Soltec, Villela e Carvalho, Emplavi e Geológica e
os órgãos governamentais Caixa, Companhia de
Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal
e Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano. Quando tudo estiver concluído, no fim deste ano, serão 8 mil moradias
populares para 30 mil pessoas, em 15 condomí-
38
nios fechados, em 2 milhões de m²: apartamen-
civis e fica responsável pela operação dos siste-
tos e casas com toda infraestrutura e áreas de
mas. Em Tocantins, a empresa assumiu o controle
lazer. Quase 2 mil integrantes cuidam da obra.
acionário da estatal Saneatins.
Uma parte, já pronta, recebeu os moradores dos
Emyr Diniz Costa Junior, Diretor de Engenharia
imóveis financiados. O consórcio também admi-
da Foz, conta que componentes de plástico for-
nistrará o bairro.
necidos por indústrias clientes da Braskem são
O arquiteto Paulo Coutinho, Gerente de Produ-
usados nas obras, como os tubos de PVC da Ti-
ção do Jardins Mangueiral, explica: “Nesta obra, o
gre, fabricados com matéria-prima da Braskem:
plástico está em todas as partes. A construção das
“A programação de uso de tubos de PVC nas con-
paredes das casas é simultânea à instalação de
cessões de saneamento da Foz para os próximos
conduítes de rede elétrica de PVC, material tam-
três anos é de 3.905 quilômetros, a distância de
bém usado nos tubos e conexões de água e esgoto
São Paulo a Manaus. Nas redes de esgoto, usamos
Tigre com vantagens de economia, resistência e
poços de visita e inspeção da Asperbras, de polieti-
praticidade”.
leno da Braskem, uma grande evolução”.
Eduardo Frediani, engenheiro sanitarista, Dire-
Saneamento com eficiência
tor da Foz em Uruguaiana, analisa: “Estes poços
Quase todas as ruas de Uruguaiana (RS) estão
de visita chegam a ter até 3 metros de altura e são
em obras. A população, de 130 mil habitantes, não
resultado de uma opção pela tecnologia inovadora,
reclama das valas. Até 2016, a cidade inteira terá
pois apresentam vantagens no custo em relação
água tratada, coleta e tratamento de esgoto. Caso
aos de concreto e os de tijolos. Aqui, usaremos
raro no país. Palmas, a mais de 3 mil km dali, vive
cerca de 3 mil. Com eles, há rapidez na execução,
situação semelhante. Todo o estado de Tocantins
facilidade de transporte e manuseio, sem risco de
segue um programa de saneamento básico desti-
vazamento”.
nado a prover água e rede de esgoto a 100% da po-
O Presidente da Asperbras, Francisco Car-
pulação. A tarefa cabe à Foz, que cuida das obras
los Colnaghi, visitou recentemente Uruguaiana e
informa
Eduardo Frediani e os tubos de
PVC, em Uruguaiana: rapidez
na execução, facilidade no
transporte e no manuseio
Palmas. Diante da possibilidade de fornecer 10 mil
de Design (IED) de São Paulo. Cada uma indicou
poços de visita a Tocantins e receber encomendas
três alunos que passaram a ser nossos estagiários
de outras regiões, a empresa ampliou as fábricas
para idealizar opções de design”.
de Penápolis (SP) e Simões Filho (BA). “Desenvol-
A transversalidade entre a Braskem e a Ode-
vemos um produto com custo-benefício melhor
brecht Realizações Imobiliárias também ocorre
para nosso cliente, com matéria-prima específica
em uma das maiores obras imobiliárias do país,
de alta resistência à compressão e a agentes quí-
o Parque da Cidade, em São Paulo, formado por
micos que possam estar presentes nas redes de
cinco torres corporativas, uma torre comercial,
esgoto”, diz Colnaghi.
hotel, shopping center e dois prédios residenciais.
Para esse projeto também está sendo estudado o
Casas e móveis de plástico
uso de soluções com plástico da Braskem. A Ode-
Nos próximos meses, outras obras da Or-
brecht, por meio da empresa Ilha Pura (formada
ganização passarão a utilizar o plástico. Carla
por Odebrecht Realizações Imobiliárias e Carvalho
Barretto, Diretora-Superintendente de Clientes
Hosken), está analisando a possibilidade de utili-
Privados da recém-criada Odebrecht Properties
zar o plástico na construção da Vila dos Atletas, e
(veja reportagem sobre a empresa nesta edição),
a Odebrecht Infraestrutura, no Porto Maravilha, no
explica o desafio de design na transversalidade
Rio de Janeiro.
com a Braskem: “O exemplo está nos móveis de
No exterior, o cenário também é de boas pers-
plástico do futuro edifício de escritórios da Ode-
pectivas: a Odebrecht América Latina vem intro-
brecht em São Paulo a serem fabricados pela
duzindo o uso de grande quantidade de geomem-
Tramontina com matéria-prima da Braskem. Or-
brana de polietileno e geotêxteis de polipropileno
ganizamos uma parceria com quatro instituições
fornecidos por clientes da Braskem na obra do
acadêmicas paulistas: Fundação Armando Álvares
Canal de Irrigação do Rio Daule, entre Daule e Vin-
Penteado (Faap), Centro Universitário Belas Artes,
ces, no Equador. Quando se fala nas possibilidades
Instituto Mauá de Tecnologia e Instituto Europeu
de sinergia, não existem fronteiras.
informa
39
40
ARGUMENTO
40
informa
Transversalidade
e sinergia
E
m 2012, a Odebrecht completou 20 anos de atuação
Organização Odebrecht foi contratada diretamente para as-
na Venezuela. Tendo como visão estratégica os pila-
sumir outras obras industriais.
res de Sobrevivência, Crescimento e Perpetuidade,
Atualmente, a Braskem continua com o seu acordo
o foco de nossa atuação é contribuir de maneira qualificada
com a Pequiven: compra nafta produzida na Venezuela
para o desenvolvimento sustentável do país, potencializan-
e vende resinas produzidas no Brasil, contribuindo para
do as sinergias entre as diversas empresas da Organização
o aumento das relações comerciais entre os dois países.
em busca da completa satisfação dos nossos clientes.
Além da comercialização de produtos, a Braskem e a
Ao longo desse período, evoluímos de prestadores de
Odebrecht Venezuela estudam a formação de uma em-
serviços na área de infraestrutura para sermos sócios e
presa mista com a Pequiven para a implantação de uma
investidores em áreas estratégicas como a petroquímica e
planta de fertilizantes cuja construção estaria a cargo de
a de produção de petróleo, como consequência natural de
Odebrecht Engenharia Industrial, que, por sua vez, está
uma postura de absoluta seriedade, do conhecimento ad-
construindo quatro plantas de etanol para a PDVSA.
quirido e do compromisso com o país.
Após duas décadas, a execução de grandes projetos e
Como construtores, a realização exitosa de importantes
as relações de confiança e respeito estabelecidas criaram
projetos em diversos setores da economia nacional propor-
as bases para a Sobrevivência e o Crescimento e, como
cionou a aproximação com os nossos clientes, gerando con-
parte de nosso compromisso de longo prazo, focadas na
fiança para a criação de novas e qualificadas oportunidades.
Perpetuidade. A Odebrecht Venezuela associou-se com a
A transferência de tecnologia e conhecimentos e a con-
PDVSA na criação de uma empresa mista – a PetroUrda-
clusão com alto padrão de qualidade de obras emblemáti-
neta –, na qual a PDVSA tem 60%, e a Odebrecht, 40%, e a
cas para o país explicitaram aos clientes as características
Odebrecht Óleo e Gás executa os serviços. A constituição
de cumpridores de nossas obrigações, seriedade e respon-
dessa empresa significa uma demonstração da confiança
sabilidade que, alicerçadas no espírito de servir, são a base
que nossa Organização tem na Venezuela.
da Tecnologia Empresarial Odebrecht – TEO.
A presença dessas diferentes empresas em um mesmo
A experiência adquirida, aliada a uma operação sólida
ambiente só é possível com uma atuação sinérgica, com
e geradora de resultados tangíveis e intangíveis, permitiu
objetivos convergentes e unidade de práticas e posturas
criar condições para a identificação, seleção e consolidação
fundamentados nos valores da TEO.
de negócios para as outras empresas da Odebrecht.
A Odebrecht Venezuela atua como promotora e gera-
Dessas empresas, a primeira a se instalar na Venezue-
dora das oportunidades de novos negócios e investimentos
la foi a Braskem, em 2006, por meio de uma associação
para a Organização Odebrecht. A transversalidade se dá à
com a Petroquímica de Venezuela, S.A. – Pequiven, para a
medida que as empresas se integram em um todo e geram
construção de um grande polo petroquímico, capaz de dar
oportunidades para si mesmas e para as outras. O êxito da
autossuficiência ao mercado local e com um nível de produ-
atuação conjunta das quatro empresas na Venezuela está
ção que permita a exportação de polipropileno.
construído com base no exercício de uma liderança político-
Diante da necessidade de elaborar um orçamento para
-estratégica única, na preservação da autonomia de cada
investimentos conjuntos, e considerando sua longa trajetó-
uma e na busca constante da complementaridade de suas
ria de construção de plantas industriais para a Petrobras
especialidades e competências.
e outras empresas, a Odebrecht Engenharia Industrial
incorporou-se ao desenvolvimento de estudos, e, uma
vez instalada no país, associou-se à Petróleos de Venezuela, S.A. – PDVSA, com a qual constituiu um consórcio
para a execução de contratos no sistema EPC (Engenharia, Suprimento e Construção). Além disso, a empresa da
Euzenando Azevedo
é Líder Empresarial da
Odebrecht Venezuela
informa
41
42
Paulo Sérgio Barille e Amélia
Fernandes: participantes de
uma atuação empresarial
sinérgica voltada à formação
de pessoas
vencer
o doce sabor de
Em Angola, parceria entre Odebrecht
Agroindustrial e Biocom qualifica profissionais
para trabalharem em fazendas de cana
texto João Marcondes fotos Kamene Traça
42
informa
A
o ver uma colhedora de cana da
Amélia trabalha na área agrícola da Biocom (Com-
marca John Deere, modelo 3520,
panhia de Bioenergia de Angola), sociedade entre a
com mais de 6 metros de altura,
petrolífera estatal Sonangol, o grupo angolano Damer
Amélia Fernandes, 21 anos, pen-
e a Odebrecht. “É uma sensação de poder”, acrescen-
sou em desistir e voltar para sua
ta ela, sobre seu trabalho. Para operar a máquina ca-
casa em Malanje, capital da província de mesmo
paz de colher 40 t de cana-de-açúcar por hora, Amé-
nome, no norte de Angola. Depois da morte da
lia foi treinada por Paulo Sérgio Barille, 31 anos, que
mãe, Amélia ficou responsável por cuidar dos
veio especialmente da Unidade Santa Luzia (MS), da
três irmãos e trazer renda para o lar. Passado
Odebrecht Agroindustrial, para isso. “Estamos condu-
o momento de hesitação, respirou fundo e deci-
zindo essa sinergia entre Odebrecht Agroindustrial e
diu encarar o desafio. Hoje ela é só orgulho. “As
Biocom, com o objetivo de formar pessoas para Ope-
pessoas me cumprimentam por ser a primeira
ração da Unidade Biocom”, explica Rubian Zillmer,
mulher angolana a comandar uma máquina des-
coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas da
sas”, diz, sorrindo.
Biocom.
informa
43
A sinergia também surtiu efeito para Barille. “Tenho certeza de que voltarei para o Brasil sendo um
Na maturidade do projeto, 1.500 pessoas estarão
empregadas, das quais apenas 3% expatriadas.
profissional muito melhor. Os angolanos dão lição de
vida, nos ensinam muito sobre humildade, vontade
Qualificação profissional
de aprender e valorização da família”, comenta o
Grande parte desses trabalhadores está sendo
multiplicador da Odebrecht Agroindustrial, que deve
treinada por meio de sinergias múltiplas. Em Cacu-
ficar na África pelos próximos três anos. Desde agos-
so, a poucos quilômetros da Unidade Industrial da
to de 2012, foram treinadas 150 pessoas no âmbito
Biocom, funciona o Centro de Formação Profissional
dessa parceria. A previsão é de que, até o início de
(Cefoprof) da cidade, que há pouco tempo apenas mi-
2014, em torno de 1.080 pessoas tenham recebido
nistrava cursos relacionados à informática. A reali-
capacitação.
dade mudou com a chegada do projeto, e o Cefoprof
funcionará gradativamente como centro multiplica-
Produção de alimento e
geração de renda
dor de conhecimentos para toda a região do PAC.
O Polo Agroindustrial de Capanda (PAC) é um dos
rio de Malanje (Imam). Nesse centro de ensino téc-
projetos mais ambiciosos do Governo angolano. Em
nico angolano foram selecionados alunos com perfil
uma área de 411 mil hectares, fazendas desenvolve-
para participar do curso de formação em Mecânica e
rão todo o tipo de negócios que envolvam pequenas,
Eletricidade. Depois de três meses, o jovem sai para
médias, grandes empresas e agricultura familiar, em
ocupar uma vaga no efetivo da Usina da Biocom. A
uma região entre as províncias de Malanje e Kwan-
primeira turma formará 43 alunos.
za Norte. O foco é a produção própria de alimento e
“Nunca tive um emprego antes”, diz, com uma
geração de renda. Um dos negócios é justamente a
ponta de ansiedade, Victória Manuel Domingos Lobo,
Biocom, que capacitou Amélia. Sua área é de 38 mil
19 anos, selecionada para a formação em Eletricida-
hectares.
de. Ela mora com oito irmãos em uma casa em Ma-
A Biocom será a primeira usina produtora de açú-
lanje. O pai está desempregado, e a mãe é campone-
car em Angola após a independência do país, que
sa. Apenas uma irmã trabalha como policial. “Quero
ocorreu em 1975. Em março de 2012, fecha seu pri-
aumentar meu poder de compra”, diz ela. Mas não
meiro ano/safra, com 3 mil hectares cultivados. Na
apenas isso. “Nosso país precisa produzir alimentos,
maturidade da usina, prevista para 2017, a capaci-
como será feito na Biocom. Isso o torna mais barato
dade de produção será de 230 mil t de açúcar cristal
e acessível para a população. Quero fazer parte dis-
por ano/safra, de suma importância para um país
so”, ressalta Victória.
que hoje importa esse produto de países como Índia e África do Sul. E não fica por aí. A Biocom irá gerar o combustível etanol anidro
(33 mil m3/ano) e 158 Gigawatts/ano de
energia elétrica para o sistema angolano.
44
A sinergia envolve também o Instituto Médio Agrá-
informa
Carlos Tilson
Vunda Mabi e
Victória Lobo:
desejo de crescer
e ajudar o país
O pensamento é semelhante ao de Carlos Tilson
tendo como escopo estruturar sua gestão e imple-
Vunda Mabi. Com 20 anos, ele tem esposa e uma
mentar o PAC, com foco na transferência de tecnolo-
filha e mora em uma casa com 15 pessoas. “Estou
gia e prestação de serviços.
ciente da minha responsabilidade perante a empresa
Sinergias de governo com empresas, de empre-
e como cidadão angolano. Estudo para ajudar a de-
sas com empresas, de Angola e Brasil e vice-versa,
senvolver o país.” Carlos Tilson também foi selecio-
de obra da Odebrecht com obra da Odebrecht.
nado pelo Imam, utiliza as instalações do Cefoprof de
Marcus Azeredo também é exemplo dessas co-
Cacuso e participa de capacitação com incentivo da
nexões, trabalhando tanto para Laúca quanto para
Biocom. O curso ainda terá sinergia com a John Dee-
a Sodepac. Ele havia trabalhado também na revita-
re, que ministrará um dos módulos de Mecânica. Da-
lização de Hidrelétrica de Gove, em Huambo, outra
qui a três meses, Carlos Tilson sairá com uma vaga
obra essencial para deixar a matriz energética do
de trabalho na usina, onde será novamente treinado,
país mais limpa. Levar a experiência de norte a sul
dessa vez pela Odebrecht Agroindustrial.
de Angola significa multiplicar a sinergia para ele.
“Uma das principais características da atuação da
Sinergia em diversos âmbitos
Odebrecht é sua capacidade de mobilizar, motivar
“Tudo no PAC diz respeito a sinergias”, resume
e gerar sinergias”, comenta Marcus. “Não faríamos
Marcus Azeredo, Diretor de Contrato da primeira
nada disso que temos aqui sem o suporte, contribui-
fase (desvio do rio) da Usina Hidrelétrica de Laúca
ções e participações ativas de nosso cliente, o Go-
e também Diretor do Contrato de gestão com a So-
verno. Vamos deixar a marca da sustentabilidade, ou
depac (Sociedade para o Desenvolvimento do Polo
seja, vamos construir para que o Governo dê con-
Agroindustrial de Capanda), uma empresa criada
tinuidade ao empreendimento e, dessa forma, dar
pelo Ministério da Agricultura angolano para a ges-
uma contribuição relevante para que Angola tenha
tão do PAC. A Odebrecht foi contratada pela Sodepac,
um futuro melhor”, ele acrescenta.
informa
45
causa
conhecedores de
Famílias são
capacitadas para
cultivar a terra e
preservar a mata
nativa na Província
de Malanje
texto João Marcondes
fotos Kamene Traça
Eva Sebastião:
oportunidade de
geração de renda
46
46
informa
A
s matas que cercam a comunidade ru-
ceberão US$ 1 por muda, gerando um significativo
ral de Carima, no norte de Angola, mis-
incremento de renda
turam dois tipos de vegetação: a savana
Cada uma das 40 famílias cadastradas receberá 30
(semelhante ao cerrado brasileiro) e a
sacolas para acondicionar as mudas nativas de plantas
selva tropical. O casal Valente e Eva Se-
como palmeira-dendê e pata-de-vaca, além de uma va-
bastião, ambos de 43 anos, frequenta esses ambientes
riedade local de tamarindo, entre outras. Nessa primei-
desde criança, com seus pais e avós. Difícil conhecer
ra fase serão necessárias 8 mil mudas. Posteriormente,
melhor que eles o labirinto verde dessa região da Pro-
outra quantidade de mudas será necessária.
víncia de Malanje.
Em vez das telas e dos sistemas de irrigação utiliza-
Mesmo com a diversidade que os cerca, a alimen-
dos convencionalmente, esse viveiro possibilita que as
tação de 369 famílias que ali vivem era pobre em hor-
mudas sejam criadas dentro da própria mata, em áreas
taliças até recentemente. O programa Kukula Ku Moxi
sombreadas. Uma espécie criativa e sustentável de “vi-
(“Crescer Juntos”, em kimbundo, a língua local), de-
veiro orgânico”. Cada família pode ter um incremento de
senvolvido pela Odebrecht no âmbito do Polo Agroin-
US$ 30 mensais, o que é muito na localidade, pois mui-
dustrial de Capanda (PAC), é composto de um con-
tas vezes isso significa dobrar a renda do mês.
junto de ações sistêmicas e integradas que buscam
A obra de Laúca chega agora às comunidades inclu-
reduzir o grau de vulnerabilidade dessas famílias.
ídas no Kukula Ku Moxi para promover ciclos de pales-
Uma de suas vertentes é a introdução do cultivo de
tras de meio ambiente. A primeira delas, ministrada por
hortaliças, como cenoura, pepino e alface, na região
Alice Ponciano, foi sobre queimadas. Esse expediente
do PAC (veja reportagem sobre o projeto nesta edi-
ainda é muito utilizado, o que é danoso para o meio am-
ção). Sebastião, que nunca havia provado uma beter-
biente. “Por meio da conscientização, principalmente
raba, passou a incluir esse e outros alimentos à sua
das crianças, as novas gerações vão mudando seus há-
dieta, a conviver e a trocar ideias com os participantes
bitos”, diz Ponciano.
do Kukula Ku Moxi, criado pela Odebrecht em parceria
com o Governo angolano.
Valente Sebastião e sua esposa, Eva, conseguiram
melhorar a qualidade de vida, desde o início do progra-
Por meio de uma sinergia entre o programa e a obra
ma. Agora participam da produção de mudas, gerando
da Hidrelétrica de Laúca, Sebastião usará agora seus
mais renda. “Compramos rádio, camas e um teto novo
conhecimentos sobre aquelas terras em prol da preser-
para nossa casa, que está mais alegre”, ele relata. A ini-
vação ambiental e da geração de renda. A obra precisa
ciativa do Kukula Ku Moxi é estratégica para a ampliação
reflorestar as áreas que foram utilizadas como jazidas. O
das possibilidades do programa de agricultura familiar
convencional seria colher sementes e produzir um vivei-
do PAC e contribui para a ativação do movimento pelo
ro, já que não há um viveiro de mudas nativas comercial
desenvolvimento local.
em nenhuma região do país. No entanto, a partir de uma
A Hidrelétrica de Laúca terá capacidade de geração
conversa entre Elielda Fernandes, Responsável local
de 2.067 MegaWatts, para geração a partir de 2017, de-
pelo Kukula Ku Moxi, e Alice Ponciano, Responsável por
vendo estar concluída em 2018. Ela fica a 100 km da
Meio Ambiente na obra de Laúca, os dois projetos foram
Hidrelétrica de Cambambe e a 40 km da de Capanda.
conectados. Dessa forma, os próprios moradores da re-
“Tudo aqui é sinergia, tudo é aproveitado. Antes tínha-
gião transplantaram as plantas jovens, restauraram as
mos que treinar todo mundo, importar toda a comida.
áreas degradadas e evitaram etapas dispendiosas. Tudo
Agora o caminho está pavimentado pelos empreendi-
isso com a obtenção de um elevado número de espé-
mentos anteriores”, diz Marcus Azeredo, Diretor de con-
cies – e em pouco tempo, se comparado à colheita de
trato da primeira fase da obra, destacando a relação de
sementes.
grande sintonia e coesão com o Governo, por meio do
Gabinete para o Aproveitamento do Médio Kwanza (Ga-
Famílias conhecedoras da região
mek) e do Ministério de Energia e Águas. Essa iniciativa
Buscou-se famílias com alto grau de conheci-
amplia as possibilidades de programa de agricultura fa-
mento da região, com capacidade de preservar as
miliar do PAC e contribui para a ativação do movimento
características nativas da mata. Essas famílias re-
pelo desenvolvimento local.
informa
47
Moradores de 20
comunidades de Malanje
aprendem a operar poços
e a gerir o uso da água
Rodrigo Paulino (na foto
menor) e moradores da
comunidade de Hunga:
conscientização
experiência
R
nova
texto João Marcondes fotos Kamene Traça
odrigo João Paulino tem 19 anos.
O poço de 120 m de profundidade faz parte das me-
Mora em uma comunidade simples,
lhorias trazidas pela empresa por meio do programa
chamada Hunga, na Província de Ma-
social Kulonga pala Kukula (“Ensinar para Crescer”,
lanje, no norte de Angola. Ele e mais
em kimbundo, a língua local), iniciado em 2010. O cli-
300 pessoas vivem da lavra e do pas-
ma seco da região, mais o fato de o poço ter sido ma-
toreio de cabras. Uma vida bucólica, em que o con-
nuseado por pessoas sem a habilidade técnica neces-
tato com a natureza e o amor à terra fazem parte do
sária, contudo, fez com que o fornecimento da água
cotidiano. Existe, porém, uma dificuldade: a falta de
fosse interrompido por conta de avarias.
água limpa.
48
Agora, por meio de uma parceria entre a Sodepac
Apesar de ter crescido nesse ambiente rural
(Sociedade para o Desenvolvimento do Polo Agroin-
modesto, a cabeça de Rodrigo pensa longe. “Quero
dustrial de Capanda), Odebrecht Angola e a compa-
ter uma profissão, aprender”, diz ele, fã do craque
nhia global Maersk Oil (de origem dinamarquesa),
Xavi, do Barcelona, cujo uniforme veste com orgulho.
os habitantes de Hunga e de outras 19 comunidades
“Para crescermos, precisamos de água em nossa
da região, nas quais vivem cerca de 10 mil pessoas,
comunidade”, ele argumenta. O garoto já trabalhou
terão uma nova experiência com a água que é tão
como garçom e como operário na terraplenagem de
difícil de ser conseguida. Serão instalados 15 poços,
uma obra. Sua próxima missão, porém, é essencial
e outros 15 serão recuperados. O mais importante,
para a comunidade: fazer a manutenção de um poço
porém, será a capacitação técnica dos membros da
de água instalado pela Odebrecht (no âmbito do pro-
própria comunidade, como Rodrigo. E mais: a cons-
grama Kulonga pala Kukula) no chão de sua terra.
cientização sobre o uso da água.
informa
48
Ku Moxi, “Crescer Juntos”, em kimbundo (veja reporta-
gem nesta edição). Na região, há muito o que fazer. Cerca
de 80% da população não tem acesso à água limpa. A
renda per capita média das comunidades do PAC é muito
baixa, em torno dos US$ 37 mensais. Em 2012, ocorreu
ali a pior seca dos últimos 40 anos.
“Nosso trabalho não ficará apenas restrito ao reparo
de poços ou ao treinamento de pessoas. Vamos analisar
a qualidade da água e educar as pessoas sobre a importância do saneamento e da coleta dos resíduos, além de
investir em programas de geração de renda”, acrescenta
Victoria Quaglia. O Governo angolano também aproveitará a sinergia, pois seu programa Água para Todos [com
investimentos da ordem de US$ 650 milhões) poderá
aproveitar a infraestrutura construída por Sodepac, Maersk e Odebrecht quando chegar na região.
Francisco Sawaguthi, Responsável por Sustentabilidade da Odebrecht Angola, salienta que os conceitos e práticas de Responsabilidade Social têm de
gerar sinergia de forma transversal com as áreas
de Saúde, Segurança do Trabalho, Mudanças Climáticas e Meio Ambiente e estar presente em todos os programas estruturados de desenvolvimento
sustentável da empresa. No ano de 2012, o investimento social da Odebrecht em Angola foi de mais
de US$ 5 milhões. O dinheiro foi aplicado em 45 comunidades, beneficiando 76 mil pessoas e gerando
sinergias com 126 organizações parceiras e com o
Programa social entra em nova fase
A região faz parte do Polo Agroindustrial de Capanda, o PAC (veja reportagem sobre o projeto nesta
edição). “O PAC depende de sinergia. É desenvolvimento por intermédio de articulação do público e do
privado”, explica João Alexandre Cavalcanti, Gerente de
Desenvolvimento Social da Odebrecht para o PAC.
Parceira comercial no Bloco 16 (exploração de petróleo), ao lado da estatal angolana Sonangol, a Maersk mira
no exemplo brasileiro para ajudar no desenvolvimento do
país. “A Odebrecht tem uma experiência maravilhosa na
área social e de sustentabilidade. Isso faz parte da essência da atuação da empresa brasileira”, comenta a Gerente
de Responsabilidade Social Corporativa da Maersk, Victoria Quaglia. Ela esteve em 2011 no Brasil e visitou projetos
apoiados pela Fundação Odebrecht no Baixo Sul da Bahia.
Em 2013, a Maersk aderiu ao programa social Kulonga pala Kukula, que terá uma nova fase. Será aprimorado
e ampliado para 600 famílias como programa oficial de
apoio à agricultura familiar do PAC e se chamará Kukula
Governo angolano em 37 programas sociais.
prazer em
pertencer
Odebrecht
Agroindustrial
desenvolve programa
para integrar unidades e
fortalecer nas pessoas o
orgulho de fazer
parte da empresa
texto João Paulo Carvalho
fotos Geraldo Pestalozzi
50
50
informa
informa
51
Fabiana Prado:
mais estímulo
C
“
ompleta, por favor!” Quem tem apenas
de Programas de Ação (PAs) alinhados e realmente
o trabalho de pronunciar essa frase, ao
mensuráveis.
parar em um posto de combustível, ge-
“Algumas unidades apresentam distâncias supe-
ralmente não imagina o processo pro-
riores a 60 km entre o local onde a cana é plantada e
dutivo, tampouco o percurso necessário,
as instalações nas quais ela é processada. Isso com-
para que o etanol chegue aos bicos injetores de seu
prova a dificuldade que enfrentamos no dia a dia, para
veículo. É nos postos que a maioria dos consumidores
mantermos a comunicação eficiente entre as equipes.
finais experimenta o principal produto da Odebrecht
O Programa Excelência, uma ferramenta de acompa-
Agroindustrial (antiga ETH Bioenergia), também fa-
nhamento e desempenho operacional, faz com que os
bricante de açúcar e cogeradora de energia elétrica
integrantes da empresa sintam-se parte importante
a partir da queima de biomassa. Para que essa ex-
do processo”, ressalta Sérgio Fiorin, Responsável por
periência cotidiana seja possível, longas etapas têm
Gestão de Desempenho na Odebrecht Agroindustrial
que ser realizadas diariamente em campos distantes
e um dos idealizadores do programa.
dos grandes centros, e o trabalho de muita gente é
necessário nesse circuito. Tanta complexidade não
As primeiras responsáveis
funcionaria sem excelência.
Tudo começa com o reparo do solo onde a cana-de-
Em dicionários da língua portuguesa, “excelência”
-açúcar será plantada. Da atenção com o corte ante-
significa “o mais alto grau de bondade, qualidade ou
rior, que deve deixar matéria orgânica suficiente para
perfeição”. Nas unidades da Odebrecht Agroindus-
proteger a terra de erosões e do sol excessivo, pas-
trial, essa palavra é sinônimo de trabalho em equipe
sando pelos tratos culturais (que incluem a aplicação
e busca por resultados. Desde sua implantação, em
de adubo complementar e outros nutrientes, como o
maio de 2011, o Programa Excelência vem contribuin-
nitrogênio, cálcio, fósforo e potássio) até o correto ma-
do para que os resultados diários da empresa possam
nejo das mudas, as equipes da linha de frente são as
ser divulgados, acompanhados e recompensados.
primeiras responsáveis pela qualidade dos produtos
O diagnóstico que motivou sua implementação
52
ao final de cada ciclo.
revelava a necessidade de maior integração entre as
Do alto da cabine refrigerada de uma das plantado-
nove unidades, espalhadas em cinco polos instalados
ras, Fabiana Paes Prado, Operadora de Máquinas da
em quatro estados brasileiros. Diferenças de clima,
Unidade Costa Rica, no Polo Taquari, destaca a impor-
relevo, cultura e procedimentos de trabalho dificulta-
tância do Excelência para o desenvolvimento de seu
vam uma análise precisa do desempenho das equi-
trabalho. “O programa proporcionou às equipes uma
pes, o que, consequentemente, impedia a formulação
internalização mais forte dos conceitos de segurança,
informa
qualidade e produtividade, que são índices mensura-
tração do caldo, até o carregamento dos caminhões
dos e revertidos em partilha de resultados, por meio
que farão a distribuição do etanol. Nesse mesmo pro-
do Programa de Pagamento Mensal (PPM), para as
cesso, ocorre a queima do bagaço da cana, gerando
equipes com melhores desempenhos. Ganhamos es-
vapor que será transformado em energia elétrica para
tímulo ainda maior para executar bem as nossas fun-
abastecer a própria unidade. Seu excedente é vendi-
ções”, salienta.
do ao Sistema Interligado Nacional (SIN), por meio de
Com a plantação realizada, após cerca de 12 meses
leilões de energia de reserva, e para o mercado livre.
é chegada a hora do corte, carregamento e transpor-
O açúcar, do tipo VHP (Very High Polarization), de alta
te (CCT). Quando entram em ação as colhedoras e os
qualidade, segue ainda como matéria-prima para o
caminhões de transbordo, que entregam às unidades
mercado externo.
a matéria-prima em seu estado bruto. Leandro Fortu-
Segundo Hayslan Vanci, Supervisor de Produção
nato de Melo, Coordenador de CCT na Unidade Costa
Industrial da Unidade Costa Rica, o Excelência trouxe
Rica, é responsável por zelar pela entrega do produto,
para a empresa maior sinergia entre as equipes. “Era
o que faltava para melhorar as relações internas. As
informações produzidas pelo programa aproximam
as pessoas, que estão aqui em busca de um bem comum: a alta produtividade, com atenção à segurança
e ao meio ambiente e à criação de laços cada vez mais
fortes entre as pessoas que compartilham informações e o ambiente de trabalho.”
Peças-chave no processo de aculturamento para implantação do Excelência, os chamados “pontos focais”
têm a missão de transmitir fielmente a metodologia proposta em apoio à execução do PA. “Somos responsáveis
por explicar os conceitos aos demais integrantes, inclusive aos recém-contratados, fazendo com que sejam as-
Betânia da Silva:
conhecimento para
atingir metas
similados e aplicados por todos”, observa Betânia Vieira
da Silva, Engenheira de Processos da Unidade Alto Taquari. “Antes do Excelência, as pessoas não conheciam
as metas de PAs da empresa. Era difícil medir o que
estava sendo feito, e isso prejudicava o empresariamen-
com o menor índice possível de desperdício, e por de-
to. Hoje todos têm conhecimento do que é preciso fazer
bater com suas equipes os resultados alcançados e
para atingir as metas estabelecidas.”
eventuais ajustes em caso de dificuldades.
De acordo com Sérgio Fiorin, ainda não é possí-
“O Excelência trouxe benefícios intangíveis, como
vel avaliar precisamente o impacto do programa na
a possibilidade de todos participarem das decisões do
produtividade da empresa, já que sua implantação
que seria ou não seria avaliado pelo programa. Isso
ocorreu em momentos diferentes nas nove unidades.
provoca um maior nível de comprometimento e en-
A mais recente foi em junho de 2012. “Precisamos de
gajamento, uma vez que o que está sendo medido é
um horizonte mais amplo, talvez umas cinco safras,
exatamente aquilo que foi proposto pelos integrantes
para fazer uma avaliação coerente dos benefícios
como elementos importantes para o seu trabalho e
que o Excelência tem nos trazido, mas é perceptível a
para a empresa”, avalia.
maior sintonia entre as equipes e a correta sensação
em cada integrante de que ele é o dono de seu ne-
Melhoria nas relações internas
gócio dentro da pequena empresa. Foi uma forma de
Na unidade industrial, uma nova fase do ciclo é ini-
trazer conceitos da Tecnologia Empresarial Odebrecht
ciada. São percorridas etapas que vão desde a desti-
(TEO) para o dia a dia de pessoas que estão a quilôme-
laria e fermentação, passando pelo tratamento e ex-
tros do escritório mais próximo.”
informa
53
COMUNIDADE
Relações cultivadas com
zelo e transparência
Diálogo permanente e plural marca as ações de
relacionamento com a comunidade na Argentina
texto Zaccaria Junior fotos Marcelo Pizzato
o folhearmos um dicionário
A
Odebrecht que as pessoas, sua dis-
soas, pois, apesar de a sustentabi-
(ou o acessarmos pela inter-
posição para servir e sua capacida-
lidade estar fortemente relacionada
net), a palavra sinergia traz,
de para o desenvolvimento, o cres-
a ativos ambientais e sua preser-
entre algumas acepções, duas que
cimento e a superação de desafios
vação, são as pessoas – dentro e
se aproximam bastante da relação
constituem o principal patrimônio
fora da Organização – preparadas
dos negócios da Odebrecht com as
para o desenvolvimento sustentável.
e motivadas, que irão assegurar os
comunidades influenciadas sejam
Na edição nº 151 de Odebrecht
resultados de um desenvolvimento
por seus projetos, sejam por suas
Informa, do início de 2011, quando
obras: (1) ação ou esforço simultâ-
era anunciada a atualização e am-
Essa importância da sinergia
neos; cooperação, coesão; trabalho
pliação da Política de Sustentabi-
na relação com as comunidades
ou operação associados e (2) coe-
lidade da Odebrecht, Sérgio Leão,
é exemplificada nas ações desen-
são dos membros de um grupo ou
Responsável por Sustentabilidade
volvidas pela Odebrecht Argentina.
coletividade em prol de um objetivo
na Organização, destacava que essa
“Para estruturarmos nossos pro-
comum. Entende-se na Organização
releitura enfatizaria o foco nas pes-
gramas de relações com as comu-
Lucas Utrera:
sinergia entre
o negócio e a
comunidade
54
informa
sustentável.
Vanina Hudson:
integração do
ser humano à
sociedade
nidades, tomamos como premissas
menta. O esforço ao qual Utrera se
renda e trabalho e a reutilização e
as diretrizes de sustentabilidade da
refere vem sempre acompanhado
reciclagem de materiais”, comenta
Organização. Cuidamos para que
da eterna busca da realização das
Vanina, ao mostrar alguns brindes
todas as nossas intervenções na
expectativas das pessoas, entre elas
institucionais desenvolvidos em par-
vida das pessoas, desde as menores
a geração de melhoria da qualidade
ceria com a entidade Red Activos,
até as mais impactantes, possam
de vida, legado almejado pelas ini-
ONG responsável por comercializar
capacitar o ser humano, contribuir
ciativas da empresa.
e distribuir produtos desenvolvidos
com o cuidado ao meio ambiente
Vanina Hudson, responsável por
por pessoas portadoras de neces-
e gerar oportunidades de trabalho
desenvolver programas de rela-
sidades especiais, buscando contri-
e renda nas comunidades”, explica
cionamento com comunidades na
buir, dessa forma, para a conquista
Lucas Ignacio Utrera, Responsável
Odebrecht Argentina, especifica-
da autoestima e consequente reinte-
por Sustentabilidade na Odebrecht
mente no projeto PAC SMS (Progra-
gração dessas pessoas à sociedade.
Argentina. Segundo ele, o diálogo
ma de Ação para Certificação em
Lucas Utrera afirma que iniciati-
permanente e plural é o fator-chave
Segurança, Meio Ambiente e Saú-
vas como essa, por meio de parce-
da sinergia entre o negócio e a co-
de), que consiste na modernização
rias estratégicas, são fundamentais
munidade.
e atualização de ativos adquiridos
para o desenvolvimento de ações
“A comunicação precisa ser fran-
pela Petrobras em alguns países,
maduras e eficazes, mas não são
ca e cuidadosa, para que não seja
empenha-se em ações diretamente
os únicos pontos de atenção. “É im-
gerada uma falsa expectativa, ao
voltadas à integração do ser huma-
prescindível o engajamento dos nos-
mesmo tempo em que nos esforça-
no à sociedade.
sos integrantes que estão na ponta,
mos para desenvolver diagnósticos
“Uma das nossas prioridades é
vivendo a realidade das obras, dos
consistentes das reais necessidades
manter constantes ações voltadas
projetos e das pessoas por eles in-
de cada realidade social”, ele argu-
à relação sinérgica entre geração de
fluenciadas.”
informa
55
entrevista
56
informa
56
Forte integração
dos trabalhadores é
uma das principais
características da
construção da Arena
Corinthians
texto Júlio César Soares
fotos Edu Simões
juntos
estamos
informa
57
E
m uma partida de futebol, a torcida é o termômetro do sucesso de um time. Quando
a equipe está mal, vaias e protestos ecoam
das arquibancadas; quando joga melhor,
o apoio da torcida entra em campo e em-
purra os jogadores. Em um estádio ainda sem traves e
grama, todos os dias há jogo para as equipes da Arena
Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo de Futebol, no Brasil, em 2014. De seus torcedores vêm manifestações de incentivo e orgulho.
“Aqui todos jogam no mesmo time”, diz Frederico
Barbosa, Gerente de Produção da Odebrecht Infraestrutura, empresa responsável pela construção do estádio do
Sport Club Corinthians Paulista, um dos clubes mais tradicionais e de maior torcida do Brasil. Fred, como é mais
conhecido no canteiro, é o volante incansável e polivalente dessa equipe. Anda para cima e para baixo, atendendo
a diversas demandas dos integrantes que participam da
tados nas arquibancadas da futura arena lembra uma
obra. “A sinergia entre líder e liderado é notada em todas
torcida empurrando o time rumo à vitória.
as áreas, e, com isso, todos se sentem parte do projeto”,
ele afirma.
58
Futebol e casamento
O capitão da equipe (ou, quem sabe, o técnico) é An-
Morador de São Matheus, a cerca de 10 km de
tônio Gavioli, Diretor de Contrato. Para ele, comunicação
Itaquera, onde é erguida a Arena Corinthians, Daniel
é a chave para a obtenção do desempenho esperado.
da Silva Barroso é um dos integrantes que mudou de
“Nossa grande descoberta é abrir canais de comunica-
profissão dentro do canteiro. Pedreiro sem registro
ção com os integrantes, para que eles falem dos seus
trabalhista que atuava no mercado informal fazendo
anseios, e, assim, consigamos desenvolver atividades no
os chamados “bicos”, Daniel aprendeu o ofício com o
canteiro”, diz.
pai. “Eu conhecia o trabalho, mas não tinha formação.
Às terças-feiras, Gavioli reúne-se com seis integran-
Só consegui entrar na obra por meio do Programa
tes para tomar café da manhã. Os participantes, esco-
Acreditar, no curso de armador”, conta. O Programa
lhidos aleatoriamente, mudam a cada encontro. “Às
de Qualificação Profissional Continuada – Acreditar
vezes, eu convido; em outras ocasiões, eles me procu-
teve grande repercussão no entorno da obra: 300 pes-
ram e pedem para participar”, explica Gavioli. Esse tipo
soas foram formadas e, dessas, 115 estão atuando na
de atividade facilita a comunicação direta com todos na
construção da arena após aprender um novo ofício.
obra. “Quando você fala com um, outros seis recebem
Se, de um lado, sua vida profissional recebeu im-
a mesma mensagem, e o poder de difusão é enorme”,
pulso, Daniel também tem motivos para comemorar
argumenta Gavioli.
no âmbito pessoal. Ele e vários companheiros seus
É o mesmo princípio dos Diálogos Diários de Segu-
participaram de uma festejada iniciativa da Equipe Di-
rança (DDS). Realizados no início de cada um dos três
rigente do contrato: a possibilidade de oficializar seus
turnos da obra, o DDS é o momento no qual, além de re-
laços matrimoniais com a realização do Casamento
ceberem dicas de segurança, os integrantes têm a chan-
Coletivo.
ce de perguntar sobre os programas realizados na obra
“Fiquei mais nervoso que a minha esposa no dia do
e opinar sobre a comida servida no refeitório do contrato,
casamento”, lembra Daniel. “Ela achou ótimo e disse
entre outros assuntos. “Aproveitamos esses encontros
que, depois de 20 anos, finalmente eu havia parado
para dar recados, passar informações e escutar as de-
de adiar”, diz, sorrindo. Entre os 300 integrantes que
mandas dos operários”, relata Gavioli. No primeiro DDS
participaram da cerimônia, estava Frederico Barbosa,
do dia, realizado pela manhã, a visão dos operários sen-
que recebeu as bênçãos pelos 30 anos de casado.
informa
de Itaquera. Técnico campeão pelo Galáticos, Jaílson
Ferreira de Lima, Encarregado de Obras Civis, soube do
Brasileirinho em um DDS. “O campeonato incentivou
muitos a continuarem no contrato, trabalhando em outras áreas”, relembra.
Na opinião de Antônio Gavioli, fidelizar o integrante é um dos grandes méritos da obra. “A partir do
momento em que ouvimos o integrante, que damos a
ele a oportunidade de participar de um campeonato,
de trazer o filho para trabalhar ou estudar no canteiro ou vir com a família para visitar, ele tem vontade
de continuar até o fim da obra.”
Essa fidelização salientada por Gavioli é fortalecida
Daniel da Silva: ingresso
na Odebrecht por meio do
Programa Acreditar
com o Programa Caia na Rede: 57 dependentes de integrantes tiveram aulas de informática no canteiro de obra.
A mesma mesa para todos
As emoções no Brasileirinho
Durante a execução de uma das principais obras realizadas no universo futebolístico brasileiro, o esporte
não poderia ficar de fora. Depois de uma experiência em
2011, com 16 times, a Equipe Dirigente, questionada pelos integrantes sobre o campeonato de futebol de 2012,
resolveu dar sequência ao Brasileirinho, torneio da obra
nos moldes do Campeonato Brasileiro.
“Tivemos cerca de 600 integrantes envolvidos, com
participação de 40 times”, conta Fred. Com 411 jogos e
mais de mil gols marcados, o Brasileirinho também ajudou a comunidade no entorno da obra. Para cada cartão
amarelo ou vermelho que levava, o jogador deveria doar
alimentos não perecíveis. Ao todo, 600 kg de alimentos
foram arrecadados e doados para instituições na região
No projeto inicial do canteiro, a Equipe Dirigente teria um refeitório separado do destinado aos operários.
Frederico Barbosa não concordou e sugeriu uma área
comum para todos os integrantes, que participam das
escolhas no cardápio. “Buscamos variar. A cada dia oferecemos um tipo de salada, dois tipos de carne”, conta
Aylanna Cavalcante Paraíso, nutricionista da obra. Ela
coordena o trabalho de uma equipe que, apenas no horário de almoço, pico das refeições, prepara 150 kg de
arroz, 90 kg de feijão e 180 kg de carne.
Durante as refeições, Aylanna percorre as mesas para
ouvir críticas e sugestões. “As pessoas costumam pedir
pratos que fizeram sucesso em outros dias, como feijoada e macarronada, e, a partir desses pedidos, procuramos oferecê-los na semana seguinte.”
A menos de um ano de sua conclusão, a Arena Corinthians tem muito jogo pela frente, mas uma coisa é
certa: a bola continuará passando de pé em pé por todos os integrantes do contrato. “Vamos seguir ouvindo
as demandas dos integrantes e buscando uma forma de
atendê-las”, assegura Antônio Gavioli. Ele tem convicção
de que é a dedicação das equipes que garante o sucesso.
“Nossa grande força é a atitude”, afirma.
Frederico Barbosa concorda e garante que a união dos
integrantes, tema do trabalho vencedor do Prêmio Destaque de 2012, elaborado pela equipe da obra, continuará.
Jaílson de Lima e
Juliano da Silva:
técnico e jogador
campeões pelo
Galáticos
“Certa vez, em um DDS, eu disse uma frase que guardo
para o nosso contrato e guardarei para os outros que seguirem: aqui nós sentamos à mesma mesa, comemos da
mesma comida e vestimos a mesma camisa.”
informa
59
Obras em todos os
quadrantes
Mobilidade e revitalização urbana,
habitação, tratamento de esgoto e edificações
esportivas. O Rio de Janeiro se transforma com
projetos nas zonas Oeste, Norte e Sul e no Centro
Q
texto Edilson Lima fotos Rogério Reis
uando o Rio de Janeiro foi escolhido para
pelas obras civis, Odebrecht Realizações Imobiliárias,
ser a sede das Olimpíadas de 2016, bra-
que construirá o Centro de Mídia e um hotel com 400
sileiros de todas as regiões (em especial
quartos até os jogos e, após 2016, os futuros empre-
os cariocas, naturalmente) juntaram-se
endimentos imobiliários, e a recém–criada Odebrecht
em uma uníssona explosão de alegria.
Properties (veja reportagem sobre a empresa nes-
Passada a euforia, estava posto o desafio de preparar
ta edição), realizando investimentos, manutenção
a cidade para o maior evento esportivo do planeta –
e prestação de serviços em toda a área da PPP. “As
desafio que veio acompanhado da certeza de que tão
três empresas se comunicam diariamente pensando
importante quanto o evento é seu legado.
no evento e também no legado”, diz Leandro Azevedo.
Hoje, por onde se anda na cidade, encontra-se
Geraldo Villin, Diretor-Superintendente de Parcerias
uma grande obra em execução, com a participação
Públicas da Odebrecht Properties, complementa: “A
de cinco empresas da Organização Odebrecht nas
sinergia está em todo o processo: da construção à
principais delas. “São projetos que possibilitarão
gestão dos empreendimentos pós-evento”.
importantes transformações”, diz Leandro Azevedo,
A cinco minutos de carro do Parque Olímpico, em
Diretor-Superintendente da Odebrecht Infraestrutura.
uma outra área, está em execução o contrato das
obras da Vila dos Atletas. É lá que 18 mil competidores
Espírito olímpico
do mundo inteiro ficarão hospedados. A vila será com-
Na Zona Oeste da cidade, um dos projetos de des-
posta de 31 prédios e um total de 3.604 apartamentos
taque é a construção do Parque Olímpico da Barra da
de luxo, distribuídos em sete condomínios com praça
Tijuca, o coração das Olimpíadas, onde serão disputa-
pública, quadras esportivas, área verde, ciclovia e de
das 15 modalidades, entre elas basquete, judô, hand-
frente para a Lagoa de Jacarepaguá.
ball, tênis, ciclismo e natação. As instalações também
serão usadas pelos atletas paralímpicos.
O parque está sendo construído no antigo Autódromo
ponto nobre da cidade. As obras estão a cargo da em-
de Jacarepaguá, sob responsabilidade da Concessionária
presa Ilha Pura, formada pela Odebrecht Realizações
Rio Mais, formada por Odebrecht, Andrade Gutierrez e
Imobiliárias e Carvalho Hosken, que desenvolverá no
Carvalho Hosken, a partir de uma Parceria Público-Priva-
local o novo bairro, chamado Ilha Pura, ao longo de 15
da (PPP). Depois de 2016, parte dessas instalações per-
anos. “Os atletas e os futuros proprietários se benefi-
manecerá e outra parte será removida, dando lugar a uma
ciarão de um alto padrão de qualidade de vida propor-
nova área urbanizada na Barra da Tijuca, que será desen-
cionado pelo empreendimento e pela infraestrutura
volvida e administrada pela PPP ao longo de 15 anos.
de seu entorno”, salienta Antonio Pessoa, Diretor-Su-
No projeto, atuam em sinergia três empresas da
Organização: Odebrecht Infraestrutura, responsável
60
Diferentemente de outras vilas olímpicas, essa
será 100% erguida pela iniciativa privada e em um
informa
60
perintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias
na Ilha Pura e no Parque Olímpico.
Construção da
Vila dos Atletas,
na Zona Oeste do
Rio: alto padrão de
qualidade de vida
informa
61
Vias expressas
No entorno, estão outros três contratos sob responsabilidade de empresas da Organização: as vias
expressas TransOeste e TransOlímpica e a Concessionária Foz Águas 5.
A Via Expressa TransOeste foi o primeiro sistema
de BRT (Bus Rapid Transit) implantado na cidade, com
56 km (24 deles feitos pela Odebrecht Infraestrutura),
ligando a Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande. Inaugurada em 2012, a nova via beneficia aproxiA partir do alto, Paulo Roberto da
Silva, integrante da Foz; obras no
antigo Autódromo de Jacarepaguá;
frente de serviço da Linha 4 do
Metrô e o recém-inaugurado Museu
de Arte do Rio de Janeiro, no centro
da cidade: metamorfose urbana
madamente 200 mil pessoas por dia.
A Via Expressa TransOlímpica, que também terá o
sistema de BRT, será administrada por 30 anos pela
Concessionária TransOlímpica, formada pela Odebrecht TransPort, Invepar e CCR. A nova via, cujas obras
serão executadas pela Odebrecht Infraestrutura, OAS
e Andrade Gutierrez a partir de 2013, ligará a Vila dos
Atletas e o Parque Olímpico da Barra da Tijuca ao
Parque Olímpico de Deodoro, também na Zona Oeste, onde será realizada a outra parte das modalidades
olímpicas.
Carlos Prado, Diretor Regional da Odebrecht TransPort, destaca: “Os atletas serão os primeiros beneficiados, mas, após os jogos, os cariocas terão uma
nova via de 13,1 km, ganhando tempo e qualidade de
vida”. Hoje, quem sai de Deodoro até a Barra da Tijuca leva duas horas para completar o trajeto. Com a
TransOlímpica, o deslocamento levará 40 minutos.
“Novos investimentos certamente virão para a região”,
prevê Fernando Goes, Diretor da concessionária.
Saneamento
Historicamente carente de investimentos, Deodoro e 20 bairros de seu entorno podem comemorar:
em 2012, a Foz e a Saneamento Ambiental Águas
do Brasil uniram-se na Concessionária Foz Águas
5 para fornecer os serviços de coleta e tratamento
de esgoto e realizar a gestão comercial da água, incluindo a cobrança e o cadastramento dos clientes. O
fornecimento da água estará a cargo da Companhia
Estadual de Água e Esgoto – Cedae. A concessão, uma
das maiores em saneamento do Brasil, terá duração
de 30 anos, e os investimentos com obras chegarão a
R$ 2,6 bilhões. A região tem 1,8 milhão de habitantes
e ocupa 48% da área da cidade.
“Assumimos com a cobertura de 12% e, durante as Olimpíadas, chegaremos a 31%, melhorando a
62
informa
O Maracanã em
reforma: palco da Copa
das Confederações,
da Copa do Mundo e
das Olimpíadas
qualidade de vida de 585 mil pessoas”, diz Armando
Além disso, a Odebrecht atua na reforma do
Goes, Diretor-Presidente da concessionária. Alexan-
Maracanã, na Zona Norte, palco da Copa das Con-
dre Pinto, Secretário Municipal de Obras, ressalta as
federações, da Copa do Mundo e das Olimpíadas,
vantagens das parcerias do setor público com a ini-
e, na Zona Sul, constrói a Linha 4 do Metrô Rio,
ciativa privada: “Elas aceleram os investimentos e dão
com 16 km de extensão, entre Ipanema e a Barra
segurança na realização dos projetos”.
da Tijuca.
Ao todo, a Organização tem 15 contratos na cidade
Revitalização urbana
e cerca de R$ 30 bilhões em negócios, sendo R$ 11
No Centro do Rio, a Odebrecht Infraestrutura, em
bilhões em sinergia entre suas empresas. Em par-
sinergia com a Odebrecht Properties, é responsável
ceria com a empresa norte-americana CH2M Hill, a
pela revitalização urbana e administração por 15 anos
Odebrecht fará o acompanhamento e monitoramen-
da zona portuária, por meio da maior PPP do Brasil,
to de todo o programa de obras e intervenções para
no valor contratual de R$ 7,6 bilhões. Além do resgate
as Olimpíadas, possibilitando, por meio de relatórios
histórico-arquitetônico da área mais antiga da cidade,
e de um software, a gestão integrada de múltiplos
estão em andamento investimentos em projetos re-
projetos.
sidenciais e corporativos, que incluem, para 2016, a
O Prefeito Eduardo Paes enfatiza: “Há Olimpíadas
construção da Vila de Árbitros e Vila de Mídia. Otimis-
que se servem da cidade. Em nosso caso, a cidade se
ta, Jorge Arraes, Coordenador de Parcerias Público-
servirá das Olimpíadas”. A Presidente da Empresa
-Privadas da Prefeitura, comenta: “Não tenho dúvidas
Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques, afir-
de que a região portuária terá a melhor infraestrutura
ma: “Queremos transformar o Rio no melhor lugar do
urbana do município”.
Hemisfério Sul para se viver, trabalhar e visitar”.
informa
63
PERFIL: Flavio Faria
Flavio Faria: “Temos
que pensar no conjunto”
A satisfação
de estar aqui, agora
Responsável pela atuação da Odebrecht na Argentina, Flavio
declara seu amor ao trabalho e ao país onde vive desde 2004
texto Zaccaria Junior foto Marcelo Pizzato
F
lavio
Faria
é
Diretor-
lidecido pelo tempo passado fora
-Superintendente (DS) da
do país, Flavio está há 20 anos na
antes de aterrissar em Buenos Ai-
Odebrecht na Argentina e
Odebrecht, mas nunca trabalhou
res, onde, em 2013, completa nove
para a empresa no Brasil.
anos de atuação.
responsável pela relação político-
64
novamente, Equador, última parada
-estratégica de todas as demais
Ele relembra, com uma pitada de
“Acabei passando por vários am-
operações da Organização no
saudosismo, a ocasião em que, en-
bientes, o que é muito bom. Tive a
território argentino, incluindo a
tão recém–chegado à Organização,
oportunidade de conhecer diversas
atuação da Odebrecht Engenharia
foi enviado a Portugal, para pas-
pessoas da Organização em prazos
Industrial e o apoio às atividades
sar quatro anos, depois Venezuela,
bastante curtos, o que facilita a co-
da Odebrecht América Latina.
Equador (com direito a uma escala
municação e, principalmente, o ato
Carioca, com seu sotaque empa-
de cerca de dois meses no Iraque) e,
de recorrer a apoios para determi-
informa
nadas questões, pois você sempre
nos empenhamos na estruturação
para as outras empresas da Organi-
conhece alguém”, ele salienta.
para a construção de um segundo
zação, de modo que a operação no
A história de Flavio Faria na Ar-
gasoduto, iniciada em 2006 e que
país se torne mais sinérgica e seja
gentina começou em 2004, como
chega até os dias de hoje”, relata
ampliada.
Diretor de Contrato. Na época, o
Flavio. “A Argentina é um mercado
”Temos de pensar no conjunto.
país passava por um considerável
com oportunidades muito interes-
Somos, por natureza e por forma-
aumento de demanda energética,
santes e nosso backlog [conjunto de
ção dentro da Organização, muito
mais especificamente de gás, e era
contratos em carteira] permite que
focados no nosso negócio. Na atua-
preciso aumentar a capacidade de
trabalhemos de médio a longo pra-
ção sinérgica, na qual um mais um
transporte do produto. Surgiu então
zo. Somos seletivos na busca pelos
às vezes pode ser nove e não dois,
a necessidade de implantar um ga-
nossos contratos e procuramos ser
é fundamental que, continuamente,
soduto com extensão de 465 km, em
também muito focados. Temos o
paremos para refletir sobre a com-
um prazo bastante desafiador: seis
cuidado de não nos deixarmos ten-
plexidade desse desafio e assimilá-
meses.
tar com oportunidades que, no fim
-lo. A somatória do todo é que deve
das contas, não tenham o perfil da
prevalecer, sobretudo nos aprendi-
nossa forma de atuação.”
zados. E isso exige muita disciplina,
“Trabalhamos no primeiro e segundo semestres de 2004, assinamos o contrato no fim de janeiro de
Líder de uma empresa com cerca
acompanhada de dedicação e de
2005 e executamos o trabalho du-
de 2 mil integrantes (que chegam a 9
tempo”, Flavio argumenta. Contri-
rante o mesmo ano. Sabíamos que
mil quando considerados os consór-
buir para isso é o grande objetivo
a partir desse primeiro gasoduto,
cios), Flavio ressalta que seu princi-
desse carioca completamente apai-
haveria uma nova oportunidade, e
pal desafio é buscar oportunidades
xonado pela Argentina.
informa
65
gente
Mais que simples passagens
Tepedino mergulha na realidade dos
países em que trabalha
M
arcos Tepedino ingressou na Odebrecht como
trainee em 1977. Trabalhou em várias regiões do
Brasil antes de se tornar Diretor de Contrato da obra
do Metromover, o metrô de Miami, em 1991. Por 15
Américo Vermelho
anos, participou de obras em diferentes estados norte-americanos, depois esteve nos Emirados Árabes, em
Djibuti, na Venezuela, na Líbia e, atualmente, é Diretor
de Contrato da Linha 1 do Metrô da Cidade do Panamá.
Em suas andanças pelo mundo, sempre levou sua espo-
Formadora de atletas
cidadãos
sa, Cristina. Em média, nos últimos 35 anos, o casal se
mudou a cada dois anos. Tepedino, que tem paixão por
História, aproveita para conhecer a fundo os locais em
Marie coordena a preparação de
esportistas de alto desempenho
que atua. “É sempre um desafio trabalhar com pessoas
de culturas diferentes”, diz. “Mas, na Odebrecht, temos
N
ascida na França e formada em Administração de
princípios claros e agimos com clareza.”
Empresas, Marie Bendelac é atleta. Começou a
praticar equitação aos 10 anos e, desde então, partici-
Tepedino com
esposa, Cristina
pa de competições. Mudou-se para o Brasil em 2009 e
ingressou na Odebrecht no ano seguinte. Atualmente
Marie coordena o Projeto Olímpico Marinha do Brasil-Odebrecht, voltado à formação de atletas de alto de-
foto:
Moisés Kierszenblat
Holanda Cavalcanti
sempenho. “Conquistamos muitas medalhas nos dois
últimos anos!”, diz, animada. Segundo ela, as medalhas
são consequência do desenvolvimento físico e emocional
dos jovens que participam do programa desde 2011. “Os
sorrisos que vejo têm valor inestimável. Fico realizada ao
constatar que estamos formando cidadãos.”
Um estímulo à criatividade
Cinthia e as inovações que trazem economia
E
m 2011, a advogada Cinthia Blassioli ingressou na Odebrecht para atuar no Poit (Programa Odebrecht de Inovação Tecnológica). Como tribu-
tarista, sua participação no programa ajuda na identificação de inovações
tecnológicas que possam resultar em economia de impostos nas operações
da Organização. Em seu dia a dia, mantém contato com uma empresa contratada para visitar as obras e interage com os responsáveis financeiros das
equipes diretas dos Líderes Empresariais (LEs), com o objetivo de alavancar
o programa. “O dinheiro economizado em impostos retorna para os projetos,
Bruna Romaro
gerando mais produtividade na empresa e, consequentemente, beneficiando os clientes”, explica. Nos momentos de lazer, ela costuma passear com
a filha Júlia, 2 anos, no Parque da Água Branca, em São Paulo. “O parque
Cinthia com o marido, Antônio, e
a filha, Júlia
66
informa
é como um sítio, com muitos animais, e estar ali nos faz bem. Precisamos
valorizar o que é nosso”, diz.
foco na economia e na
cultura
texto Gabriela Vasconcellos fotos Élcio Carriço
Esforço conjunto permite
expansão do Agroecoturismo
no Baixo Sul da Bahia
S
e houver efetiva sinergia, de acordo com a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), a ação simultânea e harmônica de seres humanos irá conduzir a
67
resultados maiores. Essa integração envolve poder
de cooperação, valorização das diferenças e capa-
cidade de contextualizar, unificar e catalisar para, assim, alcançar o máximo do potencial coletivo.
Essa é a essência do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de
Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS). O desafio de
tornar próspera e dinâmica uma área rural com grande patrimônio ambiental, fixando os jovens talentos na região, uniu poder
informa
67
Eduardo do Rosário:
desenvolvimento da
comunidade
público, iniciativa privada, sociedade civil organizada
oportunidade do ponto de vista cultural e econômi-
e Fundação Odebrecht, que, juntos, formam um sis-
co, para estimular o desenvolvimento local”, ressal-
tema inovador de Governança Participativa.
ta o Secretário Nacional de Programas de Desen-
O trabalho sinérgico desses diferentes atores foi
volvimento do Turismo do MTur, Fábio Mota.
adotado pelo Governo Federal, por meio de três mi-
68
nistérios, e a experiência do Programa passou a ser
Comunidade quilombola
compreendida como de interesse nacional. A convi-
Dividido em oito parcelas, o recurso requalifica-
te do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o PDCIS
rá 37 km da rodovia BA-250/Pratigi. O trecho une a
foi apresentado na Conferência das Nações Unidas
BA-001 à Praia do Pratigi, localizada no município
sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em
de Ituberá e também faz a ligação com a Estrada
2012. A exposição, também apoiada pelo Ministério
Parque da Cidadania (infraestrutura básica de co-
das Relações Exteriores, integrou a programação da
municação e geração de riquezas que contribuirá
Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA.
para consolidar o Agroecoturismo).
A interação com o Ministério do Turismo (MTur)
“O investimento é de grande importância porque
resultou no investimento de R$ 36 milhões no Baixo
agrega valor ao destino Bahia”, salienta Fábio Mota.
Sul. “Acredito no sucesso do PDCIS e na expansão
O Governo da Bahia será o intermediário entre o
de um segmento que está em crescimento: o Agro-
MTur e a OCT – Organização de Conservação da
ecoturismo. Na região, o objetivo é trabalhar essa
Terra, Organização da Sociedade Civil de Interesse
informa
Público que integra o PDCIS e é responsável pela
execução do projeto, inserido no braço ambiental.
Conhecimento e experiência
A atuação conjunta da Fundação Odebrecht e
A estrada não leva somente à praia. No caminho,
parceiros para fazer acontecer o PDCIS está ser-
surge uma comunidade quilombola. Jatimane, no
vindo de inspiração para a Organização Odebre-
município de Nilo Peçanha, cresceu sob os pés de
cht. “O espírito e parte da metodologia do Progra-
piaçaveiras e é cortada por um rio que carrega o
ma no Baixo Sul estão presentes nas principais
seu nome. As principais atividades econômicas das
iniciativas sociais existentes no negócio Enge-
90 famílias que ali vivem são baseadas no cultivo de
nharia e Construção, a exemplo da Rodovia IIRSA
piaçava e peixe.
Sul, no Peru, e o programa social Kulonga Pala
Nos últimos anos, os moradores identificaram o
Kukula, em Angola, e norteiam Contratos como
turismo como alternativa de renda. “Acompanha-
o projeto de irrigação Remigio Rojas, no Panamá,
mos turistas pela comunidade e oferecemos produ-
e El Diluvio-Palmar, na Venezuela”, destaca Re-
tos como artesanato e biojoias à base de piaçava e
nato Baiardi, membro do Conselho de Curadores
restaurantes com comidas típicas”, conta Eduardo
da Fundação e do Conselho de Administração da
do Rosário, 39 anos, Presidente da Associação Co-
Odebrecht S.A., que acrescenta: “O trabalho da
munitária do Jatimane. Para ele, a requalificação
Fundação no Baixo Sul é emblemático para toda
atrairá mais turistas. “O resultado será o desenvol-
a Organização, uma vez que tem disponibilizado
vimento da nossa comunidade.”
conhecimento e experiência”.
informa
69
saberes
“Um verdadeiro líder é mágico”
Ele deve ter, segundo Mestre Cruz, humildade para
aprender, amor para ensinar e nunca desistir
depoimento a Válber Carvalho
E
edição de texto Alice Galeffi
fotos Ricardo Artner
le nasceu em uma família
forço, ao meu trabalho e à minha
vir seus seguidores. Quando falo
pobre do Peru, teve pouco
mudança de atitude, consegui en-
com minha equipe em conjunto,
estudo e começou a traba-
trar na Odebrecht. Eu disse: “Eu
eu digo: “Vocês todos são líde-
posso e vou conseguir”.
res, vocês não são operários, são
lhar muito cedo. A tortuosa jorna-
integrantes, capital humano da
da da infância deu-lhe coragem
Novo começo
empresa. É por vocês que a gente
que qualquer livro. Estamos fa-
Ingressei na Odebrecht em sua
faz tudo isso”. E eu pergunto para
lando de Alejandro Cruz Mendoza,
primeira obra no Peru, a Hidrelé-
eles: “Quem é que faz a obra? O
o Mestre Cruz, um líder nato, que
trica Charcani V, em 1979. Entrei
líder ou o liderado?” O liderado é
sabe delegar e tem como maior
no dia 28 de agosto de 1982. Pre-
quem faz a obra, e o líder é quem
missão transmitir seus conheci-
cisavam de um mestre de obras.
tem a visão. Estamos sempre
mentos. Mestre Cruz ingressou
Perguntei às pessoas como elas
aprendendo, e, quando vejo que
na Odebrecht determinado a ven-
tinham entrado na empresa, pedi
alguém está fazendo as coisas
cer, considera-se um homem re-
que me ensinassem, porque eu
certas, eu o parabenizo. Também
alizado, tem e ensina a receita da
queria fazer o mesmo. Encontrei
chamo a atenção de quem não
felicidade. Seu sonho é conhecer
uma pessoa boa que me disse: “O
está fazendo benfeito. Muitos dos
a pátria mãe da Organização.
começo é assim, e o fim é você
meus liderados são hoje líderes,
para ir em frente e ensinou mais
quem faz. Só depende de você”.
mestres de obras, mestres ferrei-
Uma infância
sem sapatos
Quando entrei na empresa, fica-
ros, e até mesmo donos de em-
va admirado por receber luvas,
presas terceirizadas.
Tive pouco estudo, pois minha
sapatos e outros equipamentos.
família era muito humilde. Minha
Naquela época, não existia isso,
mãe era do campo, e ela foi mãe
a gente trabalhava com sapatos
Eu domino o desenho arqui-
e pai. Tive um padrasto, mas não
usados, roupa normal. A Odebre-
tetônico e o desenho estrutu-
me dava bem com ele. Talvez isso
cht cuida do trabalhador e valori-
ral, mas nunca estudei desenho,
tenha me feito sair de casa muito
za a vida. Do mesmo modo, nós
aprendi fazendo. Às vezes os en-
cedo para trabalhar. Na infância,
também devemos valorizar os
genheiros me perguntam: “Você
eu não tive sapatos. Vestia roupa
materiais que eles têm. Eu apren-
que fez isso?” Quando respon-
remendada. Só estudei até a 4ª
di isso aqui na empresa.
do que sim, ficam surpresos. Eu
série do Ensino Fundamental. To-
gosto de desenhar, desenho é a
Delegar, trabalhar
em equipe, servir
minha paixão. Amo o que eu faço,
recebia 10 centavos. Eu juntava o
dinheiro para comprar um cader-
A melhor maneira de transmi-
o que faz. Para mim é uma obri-
no, uma caneta ou uma camiseta.
tir o que sei é por intermédio do
gação, um dever passar adiante
Não consegui estudar as outras
exemplo. Um líder deve saber de-
o que aprendi. Os ensinamen-
séries, mas, graças ao meu es-
legar, trabalhar em equipe e ser-
tos da Tecnologia Empresarial
dos os dias eu carregava água e
70
Amar o que se faz
informa
e, para ser líder, você deve amar
Mestre Cruz:
“Amo o que faço”
Odebrecht me ensinaram a ser
E o triunfo o escolheu como seu
forma inteligente. Se você pensa
mais respeitoso, mais humilde e
discípulo. Um verdadeiro líder é
que é capaz, faça aquilo a que se
mais responsável.
mágico, o seu jeito é simples e
propôs. Se você disse que é ca-
nasce de três atitudes: humildade
rinhoso, então demonstre o seu
O caminho do triunfo
para ouvir e aprender, amor para
carinho. Se você pensa que pode
Eu disse para os participantes:
ensinar e passar adiante esforço
fazer mais de uma coisa, faça. O
para nunca desistir.
nome disso é motivação. O quar-
“Eu comecei assim, como vocês,
sem nada. Não sou mais que
72
to passo é não invejar ninguém
ninguém nem o melhor mestre.
Ser feliz
pelo que tem e nem pelo que é.
Continuo aprendendo. Mas eu
Amigos, vocês querem saber
Eles conseguiram atingir as me-
quero passar para vocês aquilo
qual o segredo para ser feliz na
tas deles, deixe a justiça com as
que sei, porque aprender não é
vida? “Sim, mestre.” O primeiro
leis de Deus. O sétimo passo é
difícil. Podem perguntar quantas
passo é saber que existe a pre-
seguir adiante, não se deter ja-
vezes quiserem que eu vou ensi-
sença de Deus em todas as coi-
mais, porque você pode ir longe.
nar a vocês”. Eu olho para trás e
sas da vida. O segundo passo é
Talvez você vá encontrar coisas
vejo todo o caminho que percorri.
amar a si mesmo todos os dias.
melhores fazendo coisas boas,
Todos os líderes que aqui me aco-
Ao se levantar e ao se deitar,
mas nunca indo pelo mau cami-
lheram, como o engenheiro Ray-
você deve afirmar: “Eu sou im-
nho. Graças a tudo isso, posso
mundo Serra, Marco Cruz, Jorge
portante, eu tenho valor, eu sou
dizer que não falta dinheiro no
Barata, Sergio Panicali, meu líder
capaz, sou carinhoso, sou inte-
meu bolso. Deus me dá saúde
imediato. Ruben Drescher, e o en-
ligente”. Esse passo chama-se
para continuar trabalhando na
genheiro peruano Angel Loayza. E
autoestima. O terceiro passo é
empresa. Graças a ela tenho to-
assim fomos fazendo obras. Nós
colocar em prática tudo o que
dos os meus filhos formados. O
todos somos vencedores. O líder
disse. Ou seja, se você pensa
meu maior desejo é conhecer o
escolheu o triunfo como caminho.
que é inteligente, então atue de
Brasil.
informa
Próxima edição:
Pessoas
RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO EMPRESARIAL NA ODEBREChT S.A.
Márcio Polidoro
Fundada em 1944, a
Odebrecht é uma
organização de origem
brasileira composta de
negócios diversificados,
com atuação e padrão de
qualidade globais. Seus
180 mil integrantes estão
presentes nas três Américas,
na África, na Ásia
e na Europa.
RESPONSáVEL POR PROGRAMAS EDITORIAIS NA ODEBREChT S.A.
Karolina Gutiez
COORDENADORES NAS áREAS DE NEGóCIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica|
Andressa Saurin Agroindústria | Bárbara Nitto óleo e Gás | Kiko Brito Ambiental |
Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Antonio Carlos de Faria Infraestrutura e
Transporte | Josiane Costa Energia | André Paraná Engenharia Industrial |
Renata Pinheiro Defesa e Tecnologia | Daelcio Freitas Propriedades |
Herman Nass Construção Naval
Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa
COORDENAçãO EDITORIAL Versal Editores
Editor José Enrique Barreiro
Editor Executivo Cláudio Lovato Filho
Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti
Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes
Tiragem 5.007exemplares
Pré-impressão e Impressão Pancrom
Redação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023 / São Paulo (55) 11 3641-4743
email: [email protected]
Geraldo Pestalozzi
foto:
“O empresário
verdadeiramente lidera
ao coordenar e integrar a
ação simultânea
dos seres humanos,
para que produzam mais
riquezas do que cada
um individualmente
seria capaz”
TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht]
74
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SINERGIA - Odebrecht Informa