EXPEDIENTE
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Fábio
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Edição: agosto de 2011
Impressão: Multigráfica - Salvador/BA
2
Editorial
Segurança pública tem solução?
A insegurança pública, nos últimos
anos se tornou um problema de
extrema gravidade e parece
insolúvel. O problema passou a
ser um dos desafios enfrentado
pelo Estado brasileiro.
A falta de segurança é um
limitador de direitos e da cidadania.
Sem ela, o cidadão é privado de alguns
direitos tais como lazer, liberdade,
trabalho e educação.
A população é obrigada a conviver
com a degradação do espaço público,
as dificuldades ligadas à reforma
das instituições da administração da
justiça criminal, à violência policial,
à ineficiência preventiva de nossas
instituições, à superpopulação nos
presídios, às rebeliões, e péssimas
condições de internação de jovens em
conflito com a lei.
Segundo dados do Observatório da
Cidadania, em 2009 o Brasil foi o
sexto país do mundo com o maior
número de homicídios (25,2 por 100
mil habitantes). Isto corresponde
a
aproximadamente
50.000
assassinatos por ano. Nos Estados
Unidos, o índice é de 6 homicídios
por 100 mil habitantes. França e
Portugal apresentam valores de 0,7 e
1,6, respectivamente. No México, que
possui características semelhantes ao
Brasil, a taxa de homicídios é de 9,3
por mil habitantes.
A Solução passa questão política
De acordo com a Assessora Política do
Instituto de Estudos Socioeconômicos
- INESC, Eliana Magalhães Graça, o
cenário de falta de segurança pública
e violência que se apresenta no Brasil
é “um quadro de tragédia. E o Estado
brasileiro está sem
condiçõesdeenfrentar
essa situação”.
A assessora observa
que, apesar das tentativas de
encarar os problemas de segurança
como direito de cidadania e a uma
vida sem violência, os brasileiros ainda
estão longe de consagrar este direito.
A presidente Dilmae seu governodevem
enfrentar esta situação, para de fato
alterar este cenário. Senão, a questão
apenas se avolumará e a sociedade
cada vez mais insegura. Alguns
componentes desta violência como o
racismo e o sexismo institucionais não
podem ser desprezados. “É importante
não esquecer que o aparelho repressivo
do Estado está impregnado desses
preconceitos e discriminações”, diz
Eliana.
Um drama brasileiro
O ano de 2010 terminou com um
balanço pouco animador na política
nacional de segurança pública. Não
obstante algumas conquistas, a década
de 2000-2010 foi a continuidade de um
flagelo na área da segurança. Apesar
da diminuição de alguns indicadores
de crimes violentos observados na
segunda metade dessa década a partir
de 2005, o balanço final mostra que
não temos motivos para comemorar.
O número de mortes por homicídio no
Brasil é vergonhosamente assustador.
Em sua maioria jovens, na faixa
etária entre 14 e 29 anos, pobres
e negros. Este também é o
perfil dos novos presidiários
que entram em idade cada
vez mais tenra em
nossas prisões
- verdadeiras
masmorras que não
recuperam nem integram
os infratores à sociedade.
Prova disso é que as taxas de
reincidência no país chegam a
alarmantes 80%.
Mudanças
estruturais
no
aparato de segurança é outra
medida urgente. Valorização
do profissional de segurança e
não se pode esquecer que se faz
necessário mudanças urgentes na
cultura nacional, para desfazer
padrões
preconceituosos
e
discriminatórios. E nisto, a
sociedade tem sua parcela de
responsabilidade.
Cabe ao novo governo desatar
todos estes nós. É imprescindível
propor formas de enfrentamento
a todos os tipos de violência e
desenvolver políticas públicas
que realmente fomentem a
segurança pública que tanto o
Brasil necessita.
Carlos Nascimento
Editor
3
A ascensão dos menudos
Longe de representar uma surpresa,
a nomeação do delegado Hélio Jorge
Oliveira Paixão, 43 anos, para chefiar
a Polícia Civil é o desdobramento
do movimento de renovação na
instituição, iniciado ainda no governo
Paulo Souto.
Desde a primeira gestão, quando
colocou a Polícia Federal dentro
da SSP-BA, o governador Wagner
deixava clara a intenção de mexer na
estrutura da pasta, varrendo o que
entendia ser um entrave à sua política
de segurança pública. Num primeiro
momento, cometeu equívocos graves,
típicos de principiante: os delegados
Paulo Bezerra, pinçado da PF para
a titularidade da SSP-BA, e João
Laranjeiras, resgatado do corredor
para o gabinete de delegado-chefe, se
revelaram um fiasco.
Bezerra, por exemplo, notabilizouse por gastar R$1,29 milhão do Fundo
Especial de Aperfeiçoamento dos
Serviços Policiais (Feaspol) na compra
de um lote de módulos prisionais
móveis a certa empresa capixaba.
Teoricamente, as celas-contêineres
deveriam desafogar as delegacias em
ocasiões especiais como o Carnaval,
mas foram reprovadas logo no
primeiro teste com a fuga de uma leva
de detentos e viraram sucata de luxo.
Até pouco tempo, apodreciam sem
uso dentro do Complexo Penitenciário
do Estado, no bairro da Mata Escura.
Quanto a Laranjeiras, hoje gozando
de remunerado descanso, melhor não
tecer comentários(sic). Embora um
cardeal da velhíssima guarda da polícia
baiana, Laranjeiras virou o rosto para
antigos companheiros, deixando atrás
de si um rastro de mágoas. Verdade seja
4
dita, ele não foi guindado ao posto pelo
critério da longevidade. Sua ascensão
atendia a compromissos políticos,
firmados nos bastidores. Saiu do cargo
sem deixar saudade entre os pares.
Nunca disse pra que veio.
Na mudança de cenário, entra o
também delegado federal César Nunes
– acordos de âmbito nacional garantem
que a pasta da segurança pública
fique em mãos da PF nos governos do
PT. Tarimbado, experiente, mesmo
chamuscado pela chamada “Operação
Navalha na Carne”, recebe carta branca
do governador Wagner para conduzir
a SSP. Mais uma vez, o pessoal da casa
torce o nariz. Talvez para compensar o
desconforto de enfiar goela abaixo dos
policiais nativos mais um “alemão”,
o governo entrega a Polícia Civil ao
fleumático Joselito Bispo, a elegância
em pessoa.
Apelidado nos corredores de “vaselina”
– uma pecha deselegante para quem
prima pela elegância – o veterano
delegado encaixou-se como uma luva
no papel: discreto o suficiente para
não ofuscar o cacique; escorregadio na
medida certa para não se indispor com
a mídia nem com os comandados.
Mas a fórmula não funcionou cem por
cento. Se satisfazia aos humores da
cúpula, não era suficientemente eficaz
para fazer a base se mexer. O que se viu
foi a insatisfação se acumulando, na
mesma proporção em que cresciam a
inércia e os índices de violência. Aliás,
não vamos nos alongar neste ponto,
uma vez que os fatos que levaram à
mudança na SSP-BA são por demais
conhecidos.
Numa frase, pode-se dizer que, sem
conseguir decifrar o mistério da esfinge
indócil da violência, Nunes acabou
devorado pelo monstro.
Ciente da fragilidade que enfrenta na
área de segurança pública, o governo
partiu para o tudo ou tudo. Não há
alternativa possível. Se a maturidade
dos gestores da primeira gestão não
funcionou, quem sabe a “modernidade”
dos novos auxiliares é o ingrediente
que faltava?
Um aspecto merece especial atenção.
Embora proativo, diligente e homem
de ação, o novo delegado-geral não
se sai bem nos relacionamentos
interpessoais. Nesse ponto, pode
trazer dificuldades à instituição e
criar arestas com a mídia e com os
subordinados. É aí que surge uma
incômoda interrogação: se queria
nomear um “menudo” (apelido dado
aos integrantes de um grupo de
delegados jovens e atuantes que se
contrapõem à velha guarda da Polícia
Civil) para simbolizar a modernidade
da gestão, por que o secretário não
optou por outro nome? Há, mesmo
dentre os menudos, quem preze a
gentileza e saiba atuar com diplomacia,
ainda que utilizando de energia e força
no momento apropriado.
Tomara que o novo chefe da polícia
tenha mais êxito entre os comandados
do que sempre teve no trato com a
imprensa e possa levar a equipe a
readquirir o orgulho de ser policial.
Até porque, não basta mexer na
cúpula. Ex-sindicalista, o governador
Jaques Wagner deve estar lembrado
de que não adianta trocar os diretores
se o chão de fábrica resolve cruzar os
braços.
Por Jaciara Santos para o site
AQueimaRoupa.com.br
5
Secretário apresenta na AL balanço das ações
do primeiro quadrimestre de 2011
Aceitando convite da Comissão de
Direitos Humanos e Segurança Pública
da Assembléia Legislativa (CDHSP)
se fez presente para apresentar (e
detalhar) o Projeto Pacto pela Vida,
o Secretário de Segurança Pública
Mauricio Barbosa.
Os parlamentares elogiaram a
dinâmica de trabalho do Secretário,
em face a rápida implantação da
principal ação do Projeto que é a Base
Comunitária de Segurança (BCS),
algumas sugestões e antigas demandas
da área foram reapresentadas.
6
Foi lembrado pelo deputado Capitão
Tadeu que o projeto das UPPs cariocas,
denominado aqui na Bahia de BCS
fora apresentado ao então governador
Jaques Wagner ainda em 2007 através da
publicação do documento DIRETRIZES
DE UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA
PÚBLICA. Isso sem falar, da experiência
vitoriosa da Polícia Militar baiana que
na década de 90 implementou em
nossa capital a Polícia Comunitária
(mesma ideia da BCS). Lamentando
que ainda no fim desta mesma década
tal projeto fora abandonado, ainda pelo
antigo governo.
Por escrito, Capitão Tadeu entregou em
mãos do Secretário um aprofundado
estudo acerca do Policiamento
Ostensivo de Trânsito, que pode ser
implantado em qualquer cidade de
porte grande e médio da Bahia.
Além das propostas que visavam
aprimorar
os
projetos
em
implementação da Secretaria, as
emendas aditivas do Projeto 19.100
(Reforma Administrativa) foram
apresentadas ao Secretário na forma
de Indicação Parlamentar e cobranças
antigas foram refeitas: integrantes
do Observatório da Cidadania
marcaram presença pedindo a
revisão do governo estadual perante
a PEC 300 e porque dá demora na
regulamentação e implantação da
GAP 4 e GAP 5.
Todas as demandas e propostas ficaram
de ser avaliadas pelo Secretário, que se
colocou à disposição para novas visitas
à Assembleia Legislativa, já que ela
é o fórum adequado das propostas e
debates técnicos-políticos.
Coronel Castro assume comando da PM
Tomou posse dia (6/5), o novo
comandante-geral da Polícia Militar,
Coronel Alfredo Braga de Castro. Ela
ocupava o cargo de Coordenador de
Missões Especiais da PM. Coronel
Castro tem 51 anos e assume em
substituição ao coronel Nilton Régis
Mascarenhas, que ficou no comando
da instituição por dois anos e oito
meses.
O governador Jaques Wagner decidiu
fazer a substituição no comando
da PM para promover a renovação
dos quadros da instituição. Com a
mudança, o coronel Mascarenhas
conclui um ciclo virtuoso na Polícia
Militar, onde iniciou carreira como
soldado e chegou ao cargo máximo
como comandante. Durante o período
em que ficou à frente do comando,
coronel
Mascarenhas
realizou
operações importantes, dentro do
Plano de Proteção ao Cidadão (2010)
e do Pacto Pela Vida, com destaque
para as realizadas recentemente no
Nordeste de Amaralina e no Calabar.
Além disso, foi o principal articulador
para implantação da primeira Base
Comunitária de Segurança.
Além do coronel Castro, assumem
ainda o coronel Carlos Eleutério,
no subcomando da PM e o coronel
Rivaldo Ribeiro dos Santos, como
chefe da Casa Militar do Governador,
Superior de Guerra, no Rio de Janeiro.
em substituição ao coronel Expedito
Barbosa Souza.
Coronel Rivaldo dos Santos
Com 57 anos, casado e pai de um
filho, coronel Rivaldo ingressou na
PM em 1972. Entre outras funções
que desempenhou na corporação,
foi comandante do 7º Batalhão da
PM, no Barbalho; subcomandante
do Esquadrão de Motocicletas;
comandante do Corpo de Alunos do
Centro de Formação e Aperfeiçoamento
de Praças; e diretor da Academia de
Polícia Militar. Tem pós-graduação em
Política e Estratégia, pela Associação
dos Diplomados da Escola Superior de
Guerra e fez o curso de Aperfeiçoamento
de Oficiais, na Escola Superior de
Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Currículos resumidos:
Coronel Alfredo Castro
Com 51 anos e casado, o coronel Castro
era coordenador da Coordenadoria
de Missões Especiais (CME), foi
admitido na PM em 1978. Entre outras
funções, foi instrutor dos cursos de
Especialização em Gestão Estratégica
em Segurança Pública e de Formação
de Oficiais; comandante, por duas
vezes, do 12º BPM/Camaçari; e
Comandante do Batalhão de Polícia de
Choque. Em 2009, fez o curso superior
de Inteligência Estratégica, na Escola
Coronel Carlos Eleutério Filho
Nascido no Piauí, o coronel Eleutério
tem 56 anos e ingressou na PM em 1972,
é casado e pai de dois filhos. É formado
em Administração de Empresas pela
Universidade Católica de Salvador
e possui especialização em Direitos
Humanos pela Fundação Escola do
Ministério Público / Faculdade 2 de
Julho. Na PM, já foi comandante do
Policiamento Regional da Capital –
Atlântico e Diretor do Departamento
de Apoio Logístico da Corporação.
Atualmente, é o Auditor Chefe da PM.
7
8
Em caso de emergência use o celular
Você já passou por alguma
situação de dificuldade, tendo
ao seu lado um aparelho
móvel, e ficou sem saber o
que fazer a não ser ligar para
a polícia, para o SAMU ou
alguém conhecido?
Conheça as quatro utilidades
que estão escondidas em
seu celular, e que serão úteis
pro resto da vida, em caso de
emergência.
Emergência I
O número universal de emergência
para celular é 112.
Se você estiver fora da área de cobertura de
sua operadora e tiver alguma emergência,
disque 112 o celular irá procurar conexão
com qualquer operadora possível para
enviar o número de emergência para você.
O interessante é que o número 112 pode ser
digitado mesmo se o teclado estiver travado.
Experimente.
Emergência II
Você já trancou seu carro com a chave dentro?
Seu carro abre com controle remoto? Bom
motivo para ter um celular.
Se você trancar seu carro com a chave dentro
e a chave reserva estiver em casa, ligue do seu
celular para o celular de alguém que esteja
lá. Basta segurar o celular cerca de 30cm
próximo à porta do seu carro e peça que a
pessoa acione o controle da chave reserva,
segurando o controle perto do celular dela.
Isso irá destrancar seu carro, evitando que
alguém tenha que ir até onde você esteja, ou
tendo que chamar socorro. Distância não é
impedimento. Você pode estar a milhares de
quilômetros de casa, e ainda assim terá seu
carro destrancado.
Emergência III
Vamos imaginar que a bateria do seu celular
esteja fraca. Para ativar, pressione as teclas
*3370#. Seu celular irá acionar a reserva e
você terá de volta 50% de sua bateria. Essa
reserva será recarregada na próxima vez que
você carregar a bateria.
Emergência IV
Para conhecer o número de série do seu
celular, pressione os seguintes dígitos: *#06#
Um código de 15 (alguns aparelhos 13)
dígitos aparecerá no visor. Este número
é único. Anote e guarde em algum lugar
seguro. Se seu celular for roubado, ligue para
sua operadora e dê esse código. Assim, eles
conseguirão bloquear seu celular e o ladrão
não conseguirá usá-lo de forma alguma. Talvez
você fique sem o seu celular, mas pelo menos
saberá que ninguém mais poderá usá-lo. Se
todos fizerem isso, não haverá mais roubos
de celular.
* Extraído da Internet
9
Governador inaugura Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa
Para reduzir o número de homicídios
e aumentar a elucidação de crimes, o
Governo do Estado inaugurou quartafeira (20), em Salvador, o Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP) da Polícia Civil. A criação
dessa estrutura faz parte do programa
Pacto pela Vida, desenvolvido pelo
governo baiano.
O prédio localizado na Rua das
Hortênsias, nº 247, Edifício Doutor
Antônio Silvany, Pituba, abrigará seis
dessas delegacias, um efetivo de 120
policiais, além de 110 profissionais das
equipes do Serviço de Investigação de
Local de Crime (SILC), que trabalharão
em escalas de turnos extras. No
total, serão criadas 11 delegacias
especializadas, sendo cinco no interior
do estado.
O DHPP terá, entre suas atribuições, a
missão de investigar os casos de forma
mais eficiente, retirar de circulação
os responsáveis pelos crimes e
remeter à Justiça inquéritos policiais
consistentes, com provas que facilitem
a condenação de criminosos, além
de identificar as áreas onde ocorre a
maioria dos homicídios.
Presente ao evento, o governador Jaques
Wagner disse que ”o Departamento
é importante para a elucidação dos
crimes com mais rapidez e mostra
a preocupação do Estado com essa
missão”.
Participaram da inauguração o
secretário da Segurança, Maurício
Teles, o delegado-geral da Polícia
Civil, Hélio Jorge, o comandante da
Polícia Militar (PM), coronel Nilton
Mascarenhas, o diretor do novo
10
departamento,
delegado
Arthur
Gallas, entre outras autoridades.
Funcionamento
Inicialmente, a estrutura do DHPP
contará com três delegacias e um
efetivo do quadro fixo da Polícia Civil,
além dos profissionais do SILC. Esse
pessoal atuará subdividido em três
grandes áreas de Salvador, obedecendo
as Áreas Integradas de Segurança
Pública (AISPs): Atlântico, Baía de
Todos os Santos e Central, regiões
que já possuem comandos da Polícia
Militar. Com isso, cada uma destas
delegacias de homicídios vai trabalhar
em conjunto com o efetivo da Polícia
Militar responsável pela região.
As outras três delegacias da sede do
DHPP estão previstas para entrar em
operação no segundo semestre de
2011. Uma será responsável pela Região
Metropolitana de Salvador (RMS) e
outras duas pelas investigações de
Homicídios Múltiplos, para casos
que envolvam chacina e extermínio, e
de Proteção à Pessoa, cuja atribuição
é cuidar dos casos envolvendo
pessoas desaparecidas e proteção
a testemunhas. Já as delegacias no
interior serão responsáveis por cinco
grandes regiões do estado: região
Norte, em Juazeiro; região Sul, em
Itabuna; região Leste, em Feira de
Santana; região Oeste, em Barreiras;
e região Sudoeste, em Vitória da
Conquista.
Curso de capacitação
Os servidores do Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPPP passarão por mais um
curso de capacitação, oferecido pela
Academia da Polícia Civil (Acadepol)
e ministrado por especialistas em
diversas áreas ligadas à investigação
de homicídios.
Entre os instrutores estão o delegado
geral Hélio Jorge, o superintendente
da Superintendência de Inteligência
da SSP, Rogério Magno Medeiros, o
diretor do Departamento de Narcóticos
(Denarc), delegado Jardel Peres, o
coordenador da Coordenação de
Operações Especiais (COE), delegado
André Viana, e o perito criminal Luiz
Eduardo Dorea.
O curso de Investigação Policial de
Homicídios está sendo inicialmente
disponibilizado para 80 servidores.
Com uma carga de 190 horas/aula,
o treinamento tem como objetivo
principal capacitar tecnicamente os
policiais do DHPP, “para compreender
o sentido sistêmico que envolve todo
o procedimento criminal”, revelou a
diretora da Acadepol, delegada Patrícia
Barreto.
A malha curricular do curso abrange
36 disciplinas, em quatro módulos,
com destaque para Preservação de
Local de Crime, Análise de Dados
e
Interceptação,
Planejamento
Operacional, Locais de Crime e
Perícias Criminais em Roubo a
Banco e Gerenciamento de Crises.
As aulas teóricas vão ser ministradas
nas dependências da Acadepol, na
Mouraria, e as práticas na sede da
COE, em São Cristóvão, próximo ao
Aeroporto de Salvador.
11
PM faz mudança nos comandos em toda Bahia
As companhias independentes e batalhões da Polícia Militar tem novos comandantes e subcomandantes. As
alterações atingem 16 cidades e também a capital.
O comando da 40ª Companhia
Independente da Polícia Militar
(Nordeste de Amaralina) passa do
major Gidelmar Gualberto para o
tenente-coronel Ivanildo Castro, que
era responsável pelo 12ª Batalhão, em
Camaçari. Para a cidade que abriga
o Pólo Petroquímico irá o tenentecoronel Dhemóstenes Pereira, que
deixou a 51ª de Sete de Abril, na
capital. Ele foi substituído pelo major
Ricardo Mattos. Na 13ª CIPM (Pituba),
sai o major José Inácio Diniz e entra o
major Elsimar Freitas, que era da 41ª
(Federação). Lá, assume o major Paulo
José Campos.
No interior, houve mudanças
no comando da PM em Porto
Seguro (8º Batalhão), Barreiras
(10º Batalhão), Camaçari (12º
Batalhão), Santo Antonio de Jesus
(14º Batalhão), Guanambi (17º
Batalhão), Irecê (7º Batalhão),
Teixeira de Freitas (13ª Batalhão),
Eunápolis (7ª CIPM), Itapetinga
(8ª CIPM), Brumado (34ª CIPM),
Lençóis (42ª CIPM), Conde (51ª
CIPM), Vila de Abrantes (59ª
CIPM), Vitória da Conquista (78ª
CIPM), Poções (79ª CIPM) e Itabuna
(Companhia Independente da
Polícia Rodoviária).
Caveirão da PM chegou à Bahia
O
Batalhão
de
Choque
(CHOQUE), unidade de elite da
Polícia Militar da Bahia, similar
do BOPE/RJ, Já tem o seu Veículo
blindado de Apoio Tático (VAT),
o ”Caveirão”, como é conhecido
no Rio de Janeiro. O veículo foi
“doado” por uma empresa de
segurança privada à Secretaria
de Justiça e Segurança Pública
do Estado e será utilizado em
operações policiais de incursão
em áreas críticas de alto risco na
capital baiana.
A apresentação do carro
aconteceu durante o Seminário
de Segurança em Eventos
Esportivos
Internacionais,
realizado no auditório do
Tribunal Regional Eleitoral
(TRE).
12
O blindado ainda não foi
batizado, fala-se que vai ganhar
nome de Pacificador, mais já está
sendo apelidado de ”Miseravão”.
Este tipo de automóvel pode
entrar em qualquer área,
independentemente do tipo de
terreno.
Ele possui seteiras espalhadas
(pequena abertura para permitir
que os policiais fiquem com o
cano das armas para fora), rodas
reforçadas, pintura camuflada e
logotipo do Batalhão de Choque.
Segundo o governador Jaques
Wagner, embora o carro seja
necessário, o desejo é o de que não
seja necessária a sua utilização.
“O governo tem uma série de
armamentos que eu espero não
precisar usar”, disse. Será?
HUMOR
Carta da União do Crime a
Presidenta Dilma
Aí Geral, queria deixar
um
depoimento
aqui, falou? A gente
resolveu aí, numa
‘assembrea’,
fazer
um pronunciamento
agradecendo
à
presidenta Dilma.
Dilminha, é nóis. Tâmo
junto e misturado!
O que dé pra vc, dá pra nóis tb,
parceria.
Pô, numa só canetada a presidenta
vai liberar 100 mil “irmãos”,
encarcerado nessas cadeias suja
aí do país. Na semana que vem
os mano já sai tudo e volta ao
convívio familiar.
A parada é essa mermo, Dilminha.
Se o povo fala errado, diz que não
tem mais essa de errado, e oficializa
o erro chamando de inadequado.
E se as cadeia tá cheia, pô, solta
os cara que esvazia, aí, hehehe.
Melhor pra nóis que fica mais
espaço. Né, não?
Minha presidenta, se a senhora
precisar aí, sei lá, a gente pode
ajudar dando umas dica pra
segurança pública. Essa parada
de UPP é “barril”. Mas a gente
quer mesmo é agradecer. Essa
sua canetada foi sinistra, parcera.
Solta o povo mermo, pô. É só
20% da população carcerária…
E mais, essa lei aí vai deixar as
cadeia mais segura. Tirá esse
bando de marginalzinho fulero
que cometeu crimes de furto,
porte ilegal ou tráfico de armas,
sequestro, corrupção de menores,
contrabando e homicídio culposo,
foi sinistro. Vai acabar esse lance
de superlotação de cela, e aí sobra
espaço pra visita íntima, hehehe.
Dilminha você é 10, ou 13, sei lá.
Mas pra gente, você é 1000 e mora
no nosso coração, falô?
Então é isso, tá dado o recado.
Nóis tá fechado pra 2014. Desculpa
alguns escorrego aí na carta. É
inadequado, a gente tá ligado, mas
aqui na cadeia tá sem revisor.
PS. Dilminha, só dá uma aliviada
aí na parada da fiança, ficou
muito cara. Parece que a justiça tá
querendo 100 anos de perdão, pô!
Aliveia aê, na moral.
Ass. PCC, Comando Vermelho, 2º
Comando da Capital, Fernandinho
Beira Mar e coligados.
* De acordo com a nova legislação, a prisão
preventiva só poderá ser aplicada nos casos
de crimes para os quais se preveem penas
superiores a quatro anos de reclusão
Por Erick Cerqueira
Para o site TipoRevista.com.br
Secretário se reúne
com delegados
O secretário da Segurança Pública,
Maurício Teles, se reuniu com
representantes do Sindicato dos
Delegados de Polícia da Bahia
(SINDPEB) e da Associação dos
Delegados de Polícia da Bahia
(ADPEB). No encontro a delegada
Soraya Pinho, presidente de ambas
as instituições e o vice-presidente
do SINDPEB, Fábio Lordelo,
reafirmaram com o secretário o
compromisso com a Secretária
da Segurança Pública e com os
serviços prestados à população.
Melhorias na prestação do
serviço público prestado pelos
delegados, na estrutura das
delegacias e questões referentes a
regulamentação da lei orgânica,
a remuneração e a custódia de
presos foram alguns dos assuntos
abordados na reunião. “Estamos
aproveitando a oportunidade para
pontuar algumas demandas da
classe e alinhar os nossos serviços
com o plano de segurança do novo
secretário”, informou Soraya.
De acordo com o secretário,
as situações apontadas pelos
representantes serão analisadas
para que os serviços prestados
pela classe sejam potencializados
e melhorias na estrutura sejam
realizadas.
13
14
AFPEB: Chapa 1 vence com
mais de 70%
Armando Campos vence mais uma.
A Chapa 1, com o lema A ASSOCIAÇÃO
NÃO PODE PARAR, liderada por
Armando Campos, obteve mais
de 70% de votos confirmando o
sentimento de defesa da unidade
dos servidores públicos. Entidades
sindicais e associações apoiaram a
chapa vencedora.
Liderando a AFPEB desde 1991,
Dr. Armando Campos, delegado
aposentado, sempre se destacou pela
atuação forte produzindo um
novo pensar na direção da
entidade, que é a mais antiga na
organização e representação
dos funcionários públicos
na Bahia, com o caráter
assistencialista.
Muitas conquistas foram
alcançadas na gestão do
companheiro
Armando
Campos, como a manutenção,
requalificação e administração
da
sede
administrativa,
localizada na Rua Carlos
Gomes que oferece assistência
médica,
odontológica
e jurídica, aulas de qualificação
profissional dentre outros serviços,
além da estrutura do clube social.
De acordo com declaração da
presidente do Sinpojud, Maria José
Silva a vitória da Chapa 1 da AFPEB
foi muito satisfatória e completou: “O
Servidor Público só tem a ganhar com
esta gestão que dará continuidade a
um trabalho democrático em prol da
categoria”.
Capitão Tadeu, continua Dep. Estadual
No dia 02/02/2011 tomou posse como Deputado
Estadual, por força de um mandato de segurança
impetrado pela Drª. Cristiane Sandes, advogada
do Observatório da Cidadania e do CENAJUR
– Escola de Direito e Cidadania.
Razão: a Justiça Eleitoral da Bahia não
computou cerca de 13.000 votos do candidato
WANK, de Juazeiro, da nossa coligação. Com a
soma desses votos o Capitão Tadeu se elege.
Através de um recurso ao Tribunal Superior
Eleitoral – TSE, foram computados esses votos,
provisoriamente, até que se julgue o processo
definitivamente nos próximos meses (de 2011).
Resumindo: a permanência do Capitão Tadeu
como deputado dependerá desse julgamento.
Para o Deputado “Ser eleito através de uma ação
judicial para reconhecer um direito fortalece a
nossa cidadania, mas enfraquece a todos nós
no campo político (o que dá força a um político é a quantidade de votos)”.
E finaliza, de qualquer forma, continuarei me esforçando ao máximo pelos
nossos ideais e de portas abertas para todos.
Humor
Em época de
“carteiradas”...
Um policial vai a uma fazenda
e fala pro dono, um velho
fazendeiro:
- Preciso inspecionar sua fazenda.
Há uma denúncia de plantação de
maconha.
O fazendeiro responde: “Ok,
mas não vá naquele campo ali.”
E aponta para uma determinada
área.
O oficial, p... da vida, retruca
indignado:
- O senhor sabe com quem está
falando? O senhor sabe que tenho
o poder do governo federal?
E tira do bolso um crachá
mostrando ao fazendeiro:
- Este crachá me dá a autoridade
de ir onde quero, de entrar
em qualquer propriedade e de
fiscalizar qualquer área. Não
preciso pedir ou responder a
nenhuma pergunta.
Está claro? Me fiz entender?
O fazendeiro todo humilde pede
desculpas e volta para o que estava
fazendo.
Pouco depois o fazendeiro ouve
uma gritaria e vê o oficial federal
correndo perseguido por Santa
Gertrudes, o maior touro da
região.
E o touro vai chegando mais perto,
mais perto e quando o oficial já
estava quase sendo chifrado, o
fazendeiro larga suas ferramentas,
corre até a cerca e grita com toda a
força de seus pulmões:
- Seu crachá! Mostra o seu
CRACHÁ prá ele...
15
Deputado Gilberto Santana anuncia plano de
ação na Assembleia Legislativa
Segurança Pública, geração de emprego
e renda, saúde, educação e revitalização
da economia cacaueira são as principais
bandeiras que o deputado estadual
Coronel Gilberto Santana (PTN)
defenderá na Assembleia Legislativa.
Ele anunciou uma proposta inovadora
de atuação parlamentar voltada ao
atendimento principalmente do Sul
da Bahia, região a qual representa no
Legislativo Estadual. “Todas as nossas
ações serão planejadas. Vamos reunir
lideranças políticas e comunitárias,
correligionários e dirigentes do partido
para traçar objetivos, estabelecer
prioridades e elaborar um calendário
de ação, com base no atual cenário
político baiano”, acrescentou.
SEGURANÇA PÚBLICA - “Uma das
nossas metas é a Segurança Pública,
um dever do Estado. Entretanto,
por meio de ações participativas de
todos os segmentos da comunidade, a
16
sociedade atingirá níveis mais baixos
de violência. Essas medidas devem,
obrigatoriamente, ser acompanhadas
de ações sociais que envolvam a prática
cidadã e a geração de emprego, em
especial para os jovens das camadas
mais pobres da sociedade”, disse o
deputado.
Filho de agricultores, Coronel Gilberto
Santana defende o reaquecimento da
economia cacaueira.
Ele vai lutar para a solução do
endividamento dos cacauicultores,
fortalecer e modernizar a Ceplac,
investir na diversificação de cultivos,
gerando emprego e renda e melhorando
as condições de vida da população.
Também vai trabalhar para identificar
alternativas para o agronegócio em
Itabuna, a melhoria da infraestrutura,
a difusão de novas tecnologias e o
fortalecimento do cooperativismo e do
associativismo.
VISITAS INSTITUCIONAIS - Nos
primeiros meses do mandato, o
deputado Coronel Gilberto Santana
vai cumprir um calendário de visitas
institucionais aoórgãosde imprensa; do
Governo do Estado e Poder Judiciário.
“Pretendo também me reunir com
os secretários estaduais, dirigentes
da Ceplac, da Universidade Estadual
de Santa Cruz (Uesc), da Associação
dos Municípios do Sul, Extremosul e Sudoeste da Bahia (Amurc) e
todas as entidades representativas da
sociedade”.
Segundo o coronel, as visitas visam
conhecer a realidade da instituição,
coletar dados técnicos, estreitar
laços
institucionais,
estabelecer
parcerias e fortalecer as bases.
“Nossa meta é mobilizar a sociedade
baiana com ênfase para as entidades
representativas do Sul da Bahia em
torno do mandato parlamentar, com
a missão de apresentar propostas e
sugestões, além de criar uma genda de
atendimento à população, buscando
alternativas para os nossos principais
problemas”, garantiu.
PERFIL - Eleito deputado estadual
pelo PTN com 28.732 votos, Gilberto
Cunha Santana Filho, 57 anos, natural
de Coaraci, é bacharel em Direito pela
Uesc e tem curso superior pela Polícia
Militar da Bahia. Casado, tem quatro
filhos. É membro da Loja Maçônica
Filhos Acácia, de Coaraci, e do Rotary
Club Itabuna-Sul. Coronel da Polícia
Militar da Bahia, Gilberto Santana
ingressou na corporação em 1972 e há
mais de três décadas e meia tem sua
imagem relacionada com a área da
Segurança Pública no Sul da Bahia. Foi
chefe da 5ª Ciretran e do 15º Batalhão da
Polícia Militar, sediados em Itabuna;
Comando de Polícia do Interior;
Comando de Polícia da Capital;
Comando de Polícia Regional-Sul;
Comando de Polícia Regional-Oeste,
com sede em Barreiras, e Comando
de Polícia da Região Metropolitana,
sediado em Salvador.
Mais forte do que o crack, óxi chega a Bahia
após se espalhar por dez Estados
Uma operação entre Policiais Civis de
Itapetinga e Macarani, no Sudoeste
Baiano, fizeram no dia (10/05) a
primeira apreensão no Estado da nova
droga conhecida como “ÓXI”, derivada
da cocaína, e mais forte que o crack. A
apreensão dos 81 papelotes e uma pedra
da droga, aconteceu na residência
do ex-presidiário Venicius Ribeiro
Moura, vulgo “Negão”, localizada no
Bairro Primavera em Itapetinga. Os
policiais chegaram ao homem que tem
23 anos, após investigação sobre outro
crime, que de acordo testemunhas, ele
e outros indivíduos teriam furtado um
computador na Zona
Rural de Macarani. A
ação foi comandada
pelos
delegados
Roberto
Leal
(Macarani) e Roberto
Júnior (Itapetinga)
com apoio do agente
Jorge Luís. Negão está
detido no Complexo
Policial de Itapetinga.
Saiba a diferença entre
oxi, crack e cocaína
Ainda desconhecido
pela maioria da
população, o óxi
ou oxidado, uma
droga parecida com
o crack, só que mais
devastadora, já se
espalhou por dez
Estados do país.
Assim como o crack,
o princípio ativo do
óxi é a pasta base
da folha de coca.
Enquanto o crack é obtido a partir da
mistura e queima da pasta base com
bicarbonato de sódio e amoníaco, no óxi
são utilizados cal virgem e algum
combustível, como querosene,
gasolina e até álcool de
bateria -substâncias que
barateiam o custo do
entorpecente.
A droga é derivada
da planta coca, assim
como a cocaína e o crack.
Há diferenças, contudo, no
modo de preparo. Existe uma pasta
base, com o princípio da droga, e de seu
refino vem a cocaína.
“A pasta base é como a rapadura e a
cocaína é como o açúcar”, compara
Marta Jezierski, médica psiquiátrica
e diretora do Cratod (Centro de
Referência de Álcool, Tabaco e Outras
Drogas), ligado à Secretaria de Saúde
do Estado de São Paulo.
O crack e o oxi são feitos a partir dos
restos do refino da cocaína. As três
drogas possuem, portanto, o mesmo
princípio ativo e um efeito parecido,
que é a aceleração do metabolismo,
ou seja, do funcionamento do corpo
como um todo.
Fonte: Portal UOL
17
18
Ex-atendente do McDonald’s, capitã de 31
anos chefia UPP da Bahia
Domingas Maria Oliveira da Silva
comanda a principal aposta do
governador Jaques Wagner para conter
a criminalidade em Salvador
Uma mulher de 31 anos comanda hoje
o dia-a-dia da principal aposta do
governador da Bahia, Jaques Wagner
(PT), para tentar conter o avanço da
criminalidade violenta no Estado,
problema histórico que se agravou nos
últimos anos.
A capitã Domingas Maria Oliveira
da Silva, ou Maria Oliveira, como é
conhecida, é quem dita as regras na
base comunitária de segurança do
Calabar, em Salvador, inaugurada há
17 dias, em 27 de abril.
Na manhã do último dia 12, a capitã
se dividia em tarefas administrativas:
escalas de trabalho dos 120
subordinados, infiltrações no telhado
da base, instalação de TV, água. Os
olhos, contudo, estavam na rua.
“Vamos fazer umas incursões hoje.
A Capitã
Maria Oliveira ingressou na PM
aos 19 anos. O primeiro emprego
experimentara três anos antes, aos 16,
em um McDonald’s de Salvador. Após
12 anos de PM, hoje diz ter escolhido a
corporação em busca de “estabilidade
de emprego”, mas que logo tomou
gosto pelo “sistema militar”. “Para
mim não era difícil chamar o superior
de senhor.”
Da
mesa
recém-montada
da
comandante, apenas arranjos de
flores falsas e porta-papéis coloridos
quebram o visual de repartição. Há
ainda uma lista de telefones dos 120
subordinados e a visão para dezenas
de barracos quase colados à janela.
O pessoal está cobrando: quem é
a capitã Maria?”, comentou a uma
subordinada.
O posto policial é o primeiro na Bahia
a tentar reproduzir o modelo das UPPs
(Unidades de Polícia Pacificadora)
do Rio de Janeiro, iniciado em 2008.
A UPP é o centro de um modelo de
policiamento comunitário adaptado
para áreas de risco. Sua instalação
prevê a ocupação prévia de áreas até
então dominadas por traficantes,
e a posterior aproximação entre
moradores e polícia e o fortalecimento
de políticas sociais.
Resultados positivos elevaram a UPP
à condição de “grife” das políticas de
segurança no País. Tornou-se promessa
de campanha da presidente Dilma
Rousseff, que estimou R$ 1,6 bilhão para
fixar 2.883 desses equipamentos pelo
país – com os cortes no Orçamento, a
promessa ainda não saiu do papel.
Enquanto o dinheiro federal não vem,
o governo Wagner, premido pelos
índices de criminalidade, bancou R$
300 mil iniciais do projeto. Seguiu
à risca a receita do governo Sérgio
Cabral (PMDB) até na nomeação do
comando: a primeira UPP do Rio, no
morro Dona Marta, também tem uma
oficial na linha de frente.
Segundo a PM baiana, pesaram na
escolha da capitã sua experiência
anterior em policiamento comunitário
e
a
possibilidade
de
maior
“acessibilidade” à população local
pelo fato de ser mulher. Dos 31,4 mil
PMs baianos, 4.190 (13%) são do sexo
feminino, sendo 278 oficiais.
Escolhido como “laboratório” pelo
governo baiano por ser uma área
pequena, a favela do Calabar soma
20 mil habitantes no meio de bairros
nobres de Salvador, como Ondina e
Jardim Apipema. Traficantes rivais
dominavam áreas diferentes da favela
e impediam a circulação de moradores
entre os territórios em confronto,
situação que ainda não se sabe ao
certo o quanto retrocedeu.Maria
Oliveira diz reconhecer que o tráfico
não acabou na favela e que ainda há
resistências à presença policial na
área. “Estamos em um momento de
paquera: conhecendo a comunidade
e a comunidade nos conhecendo.”
Tarefa que leva para a cama: seu
atual livro de cabeceira, que exibe à
reportagem, conta a história do bairro
sob o ponto de vista de um morador.
Em casa, a capitã conta usar a TV
para fugir da rotina. “Adoro ficção, de
realidade basta o que vejo o dia todo”.
Se está nervosa, vai aos doces. “Por
isso sou gordinha”, afirma a policial,
que está noiva e vive com o namorado
a cerca de 20 km do novo trabalho –
por questões de segurança, pede que
a reportagem não divulgue o local.A
policial freqüenta a igreja somente
quando levada pela mãe, mas carrega
um terço na bolsa e “chama por Jesus
três vezes” quando perde a paciência.
Embora já tenha efetuado prisões
em flagrante e lidado com casos
delicados, como estupro de crianças,
diz nunca ter atirado em serviço.
19
Departamento de Polícia
Técnica tem novo diretor
Élson Jeffeson Neves da Silva será
o novo diretor do Departamento
de Polícia Técnica (DPT), em
substituição ao perito médico-legal
Raul Barreto Filho, a frente do cargo
durante quatro anos. A alteração
na diretoria do departamento, assim
como as realizadas no comandogeral da Polícia Militar e na chefia
da Polícia Civil, segue o critério
de renovação estabelecido pelo
secretário da Segurança Pública,
Maurício Teles Barbosa. “Agradeço
pelo excelente serviço prestado por Dr. Raul, porém existem momentos
que exigem uma renovação na instituição”, explicou o secretário. O
novo diretor, Élson Neves, de 50 anos, é perito criminal classe especial
e ingressou no DPT há 12 anos, em 1999.
20
PEC 300,
URV e
GAP V.
Quando
esses
sonhos se
tornarão
realidades?
(Policiais Civís e Militares
do Estado da Bahia)
Coronel da Polícia Pacificadora do Rio de
Janeiro (UPP -RJ) visita o Calabar
Robson Rodrigues, coordenador das 16 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) já instaladas no Rio de Janeiro,
passeou pelas ruas do Calabar com a capitão Maria Oliveira
Cada vez mais acostumado à paz,
o
coronel
Robson
Rodrigues,
coordenador das 16
Unidades
de Polícia Pacificadora (UPPs)
já instaladas no Rio de Janeiro,
passeou pelas ruas do Calabar com a
capitão Maria Oliveira, comandante
da primeira Base Comunitária de
Segurança da Bahia, e gostou do que
viu. “Ela está com a faca e o queijo nas
mãos. Percebo que a situação aqui é de
controle e que a comunidade está próativa, contribuindo com o trabalho da
Polícia”, definiu o oficial.
Com
estrutura
de
segurança
semelhante às instaladas nas favelas
cariocas, a comunidade do Calabar,
segundo o coronel, está pronta para dar
ainda mais passos rumo à cidadania. E
com uma grande coincidência: aqui,
como lá, a primeira UPP é comandada
por uma mulher. “Minha sala tem
flores. Um arranjo que ganhei na
inauguração da Base, outras que
ganhei de moradores e essas, novas,
ganhei da Rondesp. Quem disse que
eles não são sensíveis? Adorei”, conta
a capitão Oliveira, que comanda 119
PMs que atuam na comunidade.
Durante a visita, na quinta-feira, o
coronel visitou as instalações da Base,
falou com moradores e parabenizou
a tropa pelo trabalho de aproximação
com a comunidade. “Esse é um grupo
que se destacará no combate ao crime,
já que eles estão desempenhando o que
é, de fato, o papel de Polícia: prevenção
e apoio ao cidadão”, explicou. “Sugeri à
capitão que use também seus homens
como professores de pré-vestibular,
esportes e música, o que facilita ainda
mais a aproximação, principalmente
com os jovens”.
Um dos fatores que estamparam o
sorriso no rosto do coronel Robson foi
uma reuniãoqueestavasendo realizada,
no momento de sua visita, entre líderes
comunitários e representantes das
secretarias municipais de Educação,
Emprego e Renda e Desenvolvimento
Social. “Aqui, os próprios moradores
estão tomando a iniciativa. Isso é
fundamental. E, dando certo, outras
comunidades vão acabar pedindo a
implantação de políticas como essa”,
pontuou o comandante carioca.
Um ponto negativo observado pelo
coronel foi a permanência de dois
obstáculos que impedem carros de
passar, logo na rua principal de entrada
à comunidade. Os piquetes, segundo
ele, devem ser derrubados. “Isso
mostra que o território foi, de fato,
retomado. E que a população pode ir e
vir com tranquilidade”, alertou.
“Esse projeto não visa acabar com a
criminalidade ou erradicar o tráfico
de drogas. Tem apenas o objetivo de
devolver aos moradores da área o
espaço público, livre de impedimentos
ou ameaças”, destacou.
Atenta e anotando as dicas –
“muito importantes para quem está
assumindo esse desafio” –, a xerife
do Calabar prometeu colocar em
prática os bons exemplos que deram
certo nas comunidades cariocas. “São
dicas pertinentes e vamos avaliar
sua eficiência na nossa comunidade.
Só tem uma semana que a Base foi
inaugurada. E, pelo que tenho visto e
ouvido, estamos no caminho certo”,
observou a capitão. “Ela merece todas
as flores”, completou o coronel.
Redução de homicídios
A publicidade que o governo
Wagner já promove sobre a base
do Calabar mostra a importância
estratégica que confere ao programa
das UPPs. Confortável no ponto
de vista político e de popularidade
no início do segundo mandato, o
petista acumula números ruins –
que diz ter começado a reverter no
segundo bimestre de 2011 – e críticas
da oposição em segurança.
De 2005 a 2009, por exemplo, houve
alta de 142% nos assaltos a banco e de
85% nos roubos de veículos. A taxa
de homicídios subiu 42% de 2004 a
2009 e o índice de mortes por armas
de fogo avançou 347% entre 2000 e
2008. Diante do desgaste político
causado pela criminalidade, Wagner
trocou a cúpula da segurança em
2011, anunciou um departamento
específico e um serviço especial
de investigação de homicídios,
reforçando
paralelamente
a
divulgação de ações no setor.
Para a nova “xerife do Calabar”,
que responde por parte da
responsabilidade pelo desempenho
da nova gestão de segurança de
Wagner, o tráfico impulsiona a
violência, mas a criminalidade não
pode ser debitada apenas na conta
da polícia e dos governantes. “Se
colocar os 30 mil homens (da PM
baiana) na rua não vai resolver. É
o momento de todos os segmentos
sentarem à mesa para resolver”, diz.
De sua parte, diz a comandante
baiana, o roteiro será cumprido
em estilo mineiro. “Estamos
trabalhando devagarzinho para
responder às coisas.” O governo
Wagner promete outras 34 bases
até 2013 – 20 em Salvador e 14 no
interior.
21
Regina Miki é a 1ª mulher a comandar a Senasp
Os primeiros dias do governo Dilma
Rousseff mostram que as mulheres
ganham cada vez mais espaço na
administração federal. A presidente
Dilma nomeou a ex-secretária de Defesa
Social de Diadema, Regina Miki, como
chefe da SENASP (Secretaria Nacional
de Segurança Pública) do
Ministério da Justiça.
Regina
substitui
Ricardo Balestreri
com o desafio
de
fazer
o
mesmo que fez
em
Diadema:
diminuironúmero
de homicídios e
combater o crime
organizado, de acordo
com as metas traçadas pelo
ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo.
Quando a advogada Regina Miki
assumiu a Secretaria de Defesa Social
de Diadema em 2001, a cidade amargava
uma média de 111 homicídios por grupo
de 100 mil habitantes, o que a tornava
uma das mais violentas do mundo.
Sete anos depois, quando deixou a
secretaria, a taxa de homicídios girava
em torno de 17 por 100 mil, bem abaixo
da média nacional. A redução da
criminalidade foi premiada pela ONU
(Organização das Nações Unidas),
e a secretária se transformou numa
quase unanimidade nacional. É com
22
essas credenciais que Regina Miki, 50
anos, chega à Secretaria Nacional de
Segurança Pública.
Ela já vinha trabalhando no Ministério
da Justiça desde 2008, quando foi
convidada pelo então ministro Tarso
Genro (atual governador do Rio Grande
do Sul) para ser secretária
executiva da 1ª Conseg
(Conferência Nacional
de
Segurança
Pública).
Entre os trabalhos
no
governo
federal,
Regina
cooperou para a
reestruturação
e
reativação do Conasp
(Conselho Nacional de
Segurança Pública), da qual
é presidente. Composto por 30
instituições, o conselho tem a função
de atuar como órgão normativo na
formulação de estratégias e no controle
e na execução da política nacional de
segurança pública.
Esta é a primeira vez que uma mulher
comanda a secretaria, uma área
marcada pela presença masculina. A
pasta tem um orçamento de R$ 2,4
bilhões para administrar e uma missão
especial: reduzir significativamente
a criminalidade do país, uma das
prioridades máximas estabelecidas
pela presidente Dilma Rousseff
durante a campanha eleitoral. Regina
em nada lembra figuras carrancudas
que costumavam perfilar em cargos de
comando na segurança pública.
Quero uma gestão marcada por metas
e resultados. Temos direcionamento
de um conceito. O Pronasci (Programa
Nacional de Segurança Pública com
Cidadania) tem linha mestra. Minha
meta é transformar o Pronasci numa
política nacional de segurança - avisa
Regina.
A política seria mantida mesmo com
trocas de governos, como acontece
com a estrutura básica do SUS
(Sistema Único de Saúde). A secretária
não revela detalhes da proposta que
está preparando. Mas deixa claro
que política de segurança se faz com
diagnóstico, planejamento, metas e
avaliação permanente de resultados.
Hoje, o governo federal não dispõe
nem mesmo de dados confiáveis sobre
índices gerais de criminalidade.
Regina conhece as resistências, mas
acha que poderá aplicar no plano
federal parte da receita usada em
Diadema.
O estilo
manso da
xerife com
‘uma das
missões
mais
árduas do
Brasil
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Edição 06 - Pagina de Policia