Júlio César Pica-Pau
por Xicão Joly
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fone: (11) 97686-1382
Fotos: arquivo pessoal
Aos 33 anos de idade, em 2006, Júlio César
da Silva nascido e criado em Curitiba, escolheu o Balneário Camboriú, no bairro
Barra Norte, para fincar a bandeira da
Chute Boxe, escola que o formou e dar
um novo rumo a sua vida. Hoje com 40
anos, ao lado de sua esposa Melissa (seu
braço direito) e sua filha Camille, Júlio
Pica-Pau tem certeza que tomou a decisão certa.
Para muitos praticantes de artes marciais a liberdade de Balneário Camboriú
(SC) (creio que o metro quadrado mais
caro do Brasil!); cidade praiana, com
muito vento, sol, mar, boas ondas, gente bonita; seja o cenário ideal para um
bom fim de semana, férias, passeio. Mas
poucos - em especial, nascidos em uma
capital modelo do país, que é Curitiba iriam adotá-la como residência permanente, para isto seria preciso coragem,
determinação, garra e ousadia!
Com estes ingredientes somados ao fato
de vir da Chute Boxe, uma escola tradicional, conhecida e idolatrada mundialmente pelo seu Muay Thai agressivo e uma
das formadoras de grandes campeões do
mundo, que fez a estrela de Júlio César
brilhar em Santa Catarina.
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1) Pica-Pau e Rudimar Fedrigo 2) Com sr. Taipey e Nilson de Castro, no Japão 3) Com a filha Camile e a esposa
Melissa e 4) com o lutador Evangelista “Cyborg”
Xicão Joly: Como foi está mudança, largar a cidade
que nasceu, proximidade da escola que te graduou,
quem são as pessoas que estão sempre juntas, fiéis
escudeiros?
Júlio Pica-Pau: A mudança sempre cria expectativas, pois
estava saindo da minha zona de conforto. Mas não foi
muito difícil, afinal sempre gostei da praia e literalmente
uni o útil ao agradável. Tenho uma afinidade muito grande
com todos os atletas ali, principalmente os mais antigos. Fica difícil citar um especificamente. Minha equipe
é muito unida, digo que somos como eram os samurais:
andavam sempre juntos em bando... Minha esposa é meu
braço direto e a responsável pela parte administrativa da
academia.
Xicão Joly: Qual sua graduação, modalidades, e seu
mestres?
Júlio Pica-Pau: Sou nível Preta de Muay Thai, formado
desde 15 de abril de 1997 e faixa preta de Jiu Jitsu, desde 17 de dezembro 2010. Fui o primeiro nível preta de
Muay Thai formado pelo Mestre Rafael Cordeiro, juntamente com Mestre Rudimar Fedrigo.
XJ: Quando começou a competir? Quantos faixa preta já formou?
JPP: Comecei a competir aos 19 anos de idade, tenho
hoje 13 faixas pretas, sendo que o primeiro foi formado
em 2005. Um dos meus faixa preta, Kauê Dudus, é meu
braço direito nos treinamentos da equipe.
XJ: Como surgiu a oportunidade para se estabelecer no litoral catarinense, como foi o começo, a acei-
tação e a questão de trazer uma nova bandeira para
cidade?
JPP: Em 2005, numa conversa com um aluno surgiu a
ideia de trazer uma extensão da Chute Boxe para a região. Então surgiu a vontade da mudança que, juntamente com a aprovação, indicação e ajuda financeira tornouse viável, colocando como primeiro objetivo trazer uma
filial da academia Chute Boxe e dar aulas. Quando cheguei já haviam algumas academias de lutas na região:
Gracie, Aliance e Mancilla. Fiz questão de visitá-las e
fazer a política da boa vizinhança.
XJ: Como foi seu planejamento para captar alunos
e se fixar na cidade?
JPP: No mundo das lutas sempre há rivalidade, mas sadia. O início sempre é difícil em qualquer ramo, mas quando você está focado e trabalha duro para que seu negócio prospere, tudo se encaminha com a ajuda de Deus, é
claro! Fizemos uma divulgação bem forte. Pouco tempo
antes da inauguração foi realizado pela primeira vez, no
Balneário, o evento “Storm Samurai”, onde estiveram presentes grandes nomes da equipe da Chute Boxe, isso
ajudou muito a divulgação e a implantação da escola na
região.
XJ: Como você vê a deslealdade no “mundo das
lutas” hoje com relação aqueles que nos formam e
a quem devemos respeito? Já estendeu a escola
para outras cidades?
JPP: Sou muito fiel a minha escola, devo muito respeito a
ela. Temos uma filial da escola em Itapema e outras duas
em Florianópolis sob a coordenação dos professores
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Gabriel “Gigante” e Josué “Verde”, e muitos professores
que representam a equipe na região. Recentemente inauguramos uma filial na cidade de Assunção no Paraguay,
onde vou supervisionar há cada 90 dias. Existe um
revezamento de tempos em tempos, visto que todos os
professores são atletas formados aqui e dão aulas para
os hermanos. No momento estamos com Ismael Vargas
no Jiu-Jitsu, faixa preta do professor Kauê Dudus e no
Muay Thai com Osmar "Japa" Teixeira. Dedico todo meu
tempo às sedes em especial, comandando tudo de Balneário Camboriú.
XJ: Como funciona sua relação com outras escolas,
bandeiras e centros de treinamentos? Hoje até quem
não tem graduação abre academias, como você vê
está situação?
JPP: Sou profissional e tento ter uma boa relação com
todas. Quanto a proliferação de escolas é difícil controlar, sempre existirá um ou outro picareta por aí! Cabe à
pessoa que busca o ensinamento se informar para ter
certeza que estará aprendendo com quem realmente
entende do assunto. A internet está aí para facilitar esta
busca! A Chute Boxe, por exemplo, tem o nome de todas
as suas escolas e representantes no site do grupo Chute Boxe: www.grupochuteboxe.com
XJ: Quem são os atletas que você já lançou no mundo das lutas e quais os famosos que trabalhou?
JPP: Lançamos vários atletas: Thiago Baggio (in
memorian), André “Duda Boy” Coletti, Kauê Dudus,
Gustavo Efron, Leonardo Mafra “Macarrão”, Marcel Adur,
Josué “Verde”, Lauro Ramirez, Daiana Torquato, Pedro
Junior, Gabriel “Gigante”, Rodrigo “Paulistinha” Basile,
Jackson Tortora, Hector Araújo, Tsharles Taiariol, Levir
Batista, Marquinhos “PitBull”, Leticia Barros, Osma “Japa”
Teixeira, Ismael Vargas... se esqueci de algum, me perdoem porque são muitos. Posso citar o Leonardo “Macarrão”, participante do primeiro TUF Brasil, que foi destaque na minha academia. Mas tive a oportunidade de
colaborar com os treinamentos de vários atletas famosos como: Nilson de Castro, Evangelista “Cyborg”, Cris
“Cyborg”, Luiz Azeredo, Mauricio “Shogun”, Murilo “Ninja”,
José “Pelé” Landy, Anderson Silva, Wanderlei Silva, Daniel
Acácio, enfim, uma boa parte da safra criada pela Chute
Boxe.
XJ: Você também lutou no MMA, inclusive substituindo
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Pica Pau frente ao time parcial da Chute Boxe
alunos. Quantas lutas disputou? Ainda pretende lutar?
Alguma preferência? Que categoria?
JPP: Na minha época os eventos grandes eram raros.
Por isso lutávamos muitos eventos internos, como no
“Thai Gym”, em 1992, onde eram realizados eventos de
Muay Thai praticamente todo o final de semana. Nessas
eu perdi as contas de quantas participei. No MMA foram
três lutas com duas vitórias com detalhe que os combates eram na mão seca (sem luvas). Pensou muito nisso
em lutar novamente, quem sabe em um evento na categoria Master!
XJ: Quais eventos você produz ou assessora?
JPP: Produzo o “Blackout FC” e o “Beach Fight”. Ultimamente venho assessorando o “Infinity MMA”, que está
em sua 3° edição, na capital Paraguaia, onde coordeno
um filial da escola. Aqui na região temos a sorte de contar com a produção de muitos eventos que estão se destacando entre os melhores do País. Tenho um bom relacionamento com a grande maioria de seus produtores
como Wado (“Floripa Fight’), Bandeira Franco (“Sparta
MMA”), Isaias “Pelé” (“Nitrix FC”), Banga (“São José
construir uma equipe, ensinando desde os primeiros passos até formar um campeão. Assim sãos meus atletas,
todos pratas da casa.
XJ: Com você vê o ano de 2013 para eventos nacionais, deve haver uma maior participação da iniciativa pública e privada?
JPP: Acredito que sim, pois é o MMA é o esporte que
mais cresce no mundo. Afinal, agora com o UFC investindo forte no País, teremos muito mais atenção voltada
para os eventos de MMA. A iniciativa pública deve perceber que, o MMA, além de ser um esporte com capacidade para disciplinar jovens, é também responsável por
concentrar grandes amantes desta modalidade e atrair
público para prestigiá-lo. Nestes eventos é importante
manter um padrão de segurança, para que tudo ocorra
conforme o previsto, evitando tragédias e mostrando aos
investidores onde está sendo investido dinheiro e de que
maneira as marcas estão sendo divulgada.
Fight”) e Custódio (“Black Trunk”). Como também os produtores de eventos de outros estados, Nadin Andraus e
mestre Rudimar (“Samurai FC’), Rafael “Black” (“KO
Fight”) e os mais recentes: Fepa (“Max Sport”) e Tatá
(“Wocs”).
XJ: Os atletas de sua equipe são muito procurados
para participar de eventos?
JPP: Acredito que por ter uma equipe de atletas de ponta, que lutam com agressividade em busca de um resultado rápido, mostrando ao público o que querem ver, os
promotores sempre nos procuram para as competições.
XJ: Como você vê os promotores de eventos?
JPP: Muitas vezes, o fato do promotor não ser especificamente uma escola tem certa vantagem, pois não se
envolve muito nos resultados e nem toma partido das
lutas. Mas por outro lado, sempre é necessário que contrate alguém que tenha experiência e conviva no meio, e
estes terão um envolvimento maior com os atletas. Qualquer um pode abrir uma escola, contratar um professor
aqui e acolá e dizer que tem uma equipe. Mais o difícil é
XJ: Que dica você daria a quem quer procurar um
lugar para treinar e começar carreira?
JPP: Procure uma escola séria, que tenha tradição e
que tenha formado um número considerável de campeões. Assim você terá certeza que se tiver talento estará
no caminho certo.
XJ: Hoje você tem patrocinadores fixos?
JPP: Sim. Conto com: Body House Nutrição Esportiva,
Academia CPH (parceira na preparação física dos atletas) e dr. Luiz Fernando Pires (Medicina Esportiva).
XJ: Deixe seus agradecimentos.
JPP: Gostaria de agradecer primeiramente a Deus; à minha esposa Melissa, que é minha parceira e meu braço
direito nos negócios, e minha filha Camille que está sempre
ao meu lado. Aos meus atletas e alunos que carregam junto comigo a bandeira da academia; aos parceiros e patrocinadores; ao meu amigo e irmão Nilson de Castro; ao meu
grande mestre Rudimar Fedrigo, por confiar a mim a liderança da equipe em toda região de Santa Catarina; ao Xicão
Joly pelo seu profissionalismo e empenho em prol do esporte e à revista “Combat Sport” pela oportunidade.
Contato: [email protected]
Fone: (47) 9663-54005
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Júlio César Pica-Pau