Historia da nossa padroeira: NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM A devoção à nossa padroeira e a mais antiga devoção no Brasil trazido pelos descobridores da Santa Mãe de Deus, que confiava na proteção da “Mãe Santíssima” que quando não os salvasse da morte na solidão das águas, ao menos lhes daria a paz eterna no reino do seu filho. Chamavam-na estrela do mar, da qual esperavam que orientasse a direção de seus barcos, de estrela do céu, contando com o seu socorro, também gravavam o seu nome nas popas dos seus barcos e preparavam para ela, o nicho no castelo da proa, na esperança de que, sob sua proteção, não existiria nenhum vento tão forte que conseguisse apagar a lâmpada dependurada diante dela. O mais antigo santuário dedicado a ela, de que se tem noticia foi construído por volta de 1618 em Portugal, na província de Arrabia, próxima de Lisboa. No Brasil, a primeira ermida dedicada a ela esta assentada na Praia de Boa Viagem, em Salvador, Bahia. Por volta de 1663, a devoção se estende pelo estado do Rio de Janeiro com a construção de uma capela em Niterói, pois naquela região já se conhecia os feitos da Santa na proteção dos pescadores e navegadores. No século XVIII, alguns marinheiros dispostos a abandonar o litoral em busca de ouro, levaram a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem para Minas Gerais, construindo uma ermida na cidadezinha de Itabirito, que foi capela curada e depois paróquia. Na continuidade destas viagens, ela chega ao antigo Curral-Del-Rei, hoje Belo Horizonte, onde também e padroeira da cidadezinha. Em nossa cidade, bem antes de ser chamada de São Bernardo do Campo, foi construída uma capela dedicada a ela, ou seja, em frente ao Largo da Matriz, do lado de baixo da Estrada Geral de Santos, hoje, Rua Marechal Deodoro. Era uma capela com apenas três paredes e um portão no formato quadrado, sem tetos e possivelmente em ruínas, dentro na qual havia um nicho com a imagem de Nossa Senhora, segundo informações de antigos moradores. Por situar-se ao longo da estrada que ligava o litoral ao Planalto de Piratininga, era parada obrigatória para todos os viajantes que faziam suas viagens pelo tortuoso Caminho do Mar, em lombos de burros, cavalos, em carroças e carruagens e que ali paravam para reverenciar a nossa padroeira. Desde a sua criação, essa igreja recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e a imagem era venerada na antiga capela, é a mesma a que se prestam, ainda hoje, as homenagens na tradicional Procissão dos Carroceiros. DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM EM SÃO BERNARDO DO CAMPO: A primitiva capela dedicada a Nossa Senhora da Boa Viagem era construída do lado oposto de onde se encontrava a atual capelinha, ou seja, em frente ao largo da Matriz, do lado debaixo da Estrada Geral de Santos, hoje na Rua Marechal Deodoro, em terras que pertenciam a senhora Manoela da Cruz Pedrosa. Segundo antigos moradores, essa capela possuía apenas três muradas e um portão no formato de um quadrado, sem coberturas , possivelmente em ruínas, dentro do qual havia um nicho com a imagem de Nossa Senhora. Ela era venerada por quantos ali passavam. Todos paravam diante da imagem para orar e fazer pedidos de proteção pela longa viagem que haviam de fazer ou agradecendo-lhe pela sorte que tinham tido. As viagens pelo tortuoso Caminho do Mar eram feitas ao lombo de burros, o local de “Caixinha da Boa Viagem”, porque ali ficava uma de onde eram depositadas esmolas. Mesmo a transferência para o lado oposto em nada modificou a capela. Salvo pequenas reformas, ela é a mesma ate hoje. As esmolas deixadas eram tantas que pagaram parte da construção da antiga Igreja Matriz. A imagem que era venerada quando da ereção da pequena capela, é a mesma a que se prestam homenagens, ainda hoje, as homenagens na tradicional Procissão dos Carroceiros. Afirmam os velhos moradores que a histórica imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem foi também reverenciada pelo imperador D Pedro I, quando em missão na então província de São Paulo de Piratininga.