doi: 10.4322/tmm.00504010 VIBRAÇÃO E ESTATÍSTICA PARA GARANTIR QUALIDADE DAS CHAPAS PARA LATAS DOS LTF 1 e 2 - CSN Ulisses Rocha Gomes 1 Wilson de Sousa Paulino 2 Pedro Corrêa do Amaral Neto 3 Ricardo Perroni Aquino 4 Gustavo Leopoldo Gomes 5 Resumo A fabricação de aços finos para atender a demanda da indústria alimentícia deve atender às exigências dimensionais e propriedades mecânicas mais restritas. A laminação é sensível às condições operacionais, onde a instabilidade pode causar descontrole na espessura, levando a perdas de produção. No presente trabalho avalia-se o comportamento dinâmico dos Laminadores de Tiras a Frio 1 e 2 - CSN. As metodologias adotadas neste trabalho são: implantação de monitoramento de vibração, investigação por meio de vibração e análise estatística utilizando planejamento de experimento “Designs of Experiments - DOE”. Os resultados mostram que o LTF#1 é excitado na faixa do chatter de 3ª oitava; este evento é autoexcitável. O teste de run up caracteriza as velocidades críticas. O DOE mostra os parâmetros relevantes do processo. LTF#2 evidencia o chatter de 5ª oitava. O teste de run up demonstra a causa raiz das baixas frequências. Os experimentos feitos no LTF#2 demonstram que as folgas são potencializadas pela velocidade. Conclui-se que o monitoramento on-line interage com os parâmetros por meio de modelos matemáticos definidos por respostas do DOEs, e assim garante a estabilidade da laminação suprimindo o fenômeno do chatter. Palavras-chave: Laminador; Chatter; Planejamento; Experimentos. VIBRATION AND STATISTICS - TO ENSURE QUALITY OF THE STRIPS THE TCM 1 AND 2 CSN CANS DIMENSIONS Abstract In this paper the dynamic behavior of CSN Tandem Cold Mill (TCM) 1 and 2 is evaluated. The manufacture of thin steel is sensitivy to operational conditions and stability of these conditions is very important to attend special dimensional requirements, like need by food industry applications. The rolling process is sensitive to operational conditions. Therefore, instability may causes the thickness of the material to get out of control, resulting in production losses. The adopted methodologies are the implementation of vibration monitoring, investigation through vibration of peripheral equipment and statistical analysis using Designs of Experiments (DOE). The results show that TCM#1 is excited in the third-octave chatter range; this event is self-excited. Run-up test characterize critical speeds. DOE shows the relevant parameters of the process. TCM#2 appears in the fifth-octave chatter. The run-up test demonstrates the root cause of low frequencies. Experiments performed in the TCM#2 demonstrate that clearances are not affected by speed. Our conclusion is that online monitoring (SKF MasCon®), which interacts with parameters by defined mathematical models through DOE's ensure the stability process by eliminating the chatter phenomenon. Key words: Rolling; Chatter; Design; Experiments. 1 INTRODUÇÃO O processo de laminação a frio consiste em reduzir a tira para atender aos requisitos do cliente, inclusive as dimensões. Durante controle do processo, necessita-se de um pleno conhecimento dos parâmetros que afetam o processamento da tira e a obtenção de suas dimensões. A instabilidade do processo de laminação causa descontrole da espessura, gerando refugo de produto. De acordo com Roberts(1) e Yun, Wilson e Ehmann,(2-4) o processo de laminação envolve fenômenos dinâmicos que o tornam auto-excitável promovendo a vibração mecânica. O chatter é uma condição vibracional Membro da ABM, Mestre pela PUC-RJ e Engenheiro Metalurgista. CSN, BR 393, Km 5001, s/n, Cep 27260-390, Volta Redonda, RJ, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Membro da ABM, Mestre, Engenheiro Mecânico. Av. Bartolomeu de Gusmão, 19, Cep 11045-400, Santos, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 3 Engenheiro Eletricista, UFF, CSN. BR 393, Km 5001, s/n, Cep 27260-390, Volta Redonda, RJ, Brasil. E-mail: [email protected] 4 Engenheiro SKF do Brasil. Estrada do Ingaí, 11370, Cep 06421-400, Barueri, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 5 Engenheiro SKF do Brasil. Estrada do Ingaí, 11370, Cep 06421-400, Barueri, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 1 Tecnol. Metal. Mater., São Paulo, v. 5, n. 4, p. 241-248, abr.-jun. 2009 241 Falha do rolamento Excesso de folga dos liner Deficiência de lubrificação Geometria inadequada da cadeira Desgaste dos liners Mancais CT CT cruzado Desgaste das abas dos mancais Falta de offset Cadeira Sem offset Folga nas trancas do trabalho Falha de rigidez Excesso de folga dos liner Geometria inadequada Cardan inadequado (projeto) Cardan Marca de vibração na tira (chatter) Folgas internas dos mancais Desalinhamento/balanceamento Desalinhamento\balanceamento Falha no engrenamento Gear box Acionamento Acoplamento Motor Retífica Folga do acoplamento (boca de lobo) Folga da cruzeta Folga excessiva do mancal do rebolo Descontrole algoritimo Desalinhamento/balanceamento do Encoder Sincronismo de velocidade inadequada Falta de rigidez Cilindros Falha no rolamento Excesso de folga dos liner Trabalho Marcas de ritífica Dureza da mesa CT inadequada Encosto Condições operacionais Dimensões inadequada do pescoço CT Ressonância (500 Hz a 1000 Hz) Falha operacional Desalinhamento/balanceamento Folga nas trancas do encosto Desalinhamanto/ balanceamento Ressonância (125 Hz a 256 Hz) Deficiência de lubrificação Marcas de retífica Excesso de folga dos liners Velocidade Tensão inadequada Coeficiente de atrito inadequado Força de laminação inadequada Arco de contato inadequado Diâmetro de trabalho pequeno Baixa taxa de redução Material Falha operacional Falha na solução Figura 1. Diagrama de árvore de falhas potenciais do chatter. indesejável durante o processo de laminação que degrada a qualidade da tira.(5) Existem casos de chatter em que a severidade de vibração atinge níveis que comprometem o equipamento. (6) A Figura 1 apresenta uma árvore de falhas potenciais sobre chatter e que são discutidas no projeto. Roberts(7) e Yun, Wilson e Ehmann,(8) classificam o chatter em três faixas: a)5 Hz-20 Hz (chatter torcional); b)128 Hz-256 Hz (terceira oitava); e c)500 Hz-700 Hz (quinta oitava). Yarita, Furukawa e Seino(9) também caracterizam em faixa de freqüência. Figura 2. Marcas no cilindro de encosto. 3 OBJETIVOS 2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA Os defeitos são evidenciados pelas marcas no produto laminado, nos cilindros de trabalho e nos encostos. É possível detectar a severidade do defeito durante o processo por meio de inspeção visual e/ou auditivo conforme se observa na Figura 2. Nos equipamentos mais recentes existem tecnologias que detectam esse problema, por meio das técnicas de vibração usadas neste trabalho. 242 Este trabalho tem por objetivos: 1) identificar as causas do chatter nos LTFs 1 e 2; 2) monitorar as condições vibracionais dos Laminadores; e 3) identificar as interações das condições operacionais com a vibração usando estatística (Design of Experiments - DOE). Tecnol. Metal. Mater., São Paulo, v. 5, n. 4, p. 241-248, abr.-jun. 2009 4 DESCRIÇÃO DOS LAMINADORES (Fatores) Entrada A Tabela 1 apresenta as características e osvalores adotados durante experimento dos Laminadores de Tiras a Frio n° 1 e 2 da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Tabela 1. Especificações dos laminadores e dados do experimento LTF#1 Mesta / Hitachi Quadruo contínuo Cinco 1.950 mpm 0,45 / 0,18 mm 1.000 / 600 mm Fabricante Tipo Nº de cadeiras Velocidade Espessura máx./mín. Largura máx./mín. B2 Processo de laminação de tiras a frio Saída Y (vibração) B 0 = combinação X = n − fatores Y = B 0 + Bi X j + (1) i = 1,2,,a j = 1,2,,b em que: 5.1 Diagnóstico por Meio de Vibração A Figura 3a apresenta a arquitetura de monitoramento on-line utilizada para coletar os eventos durante a laminação. A Figura 3b mostra o instrumento utilizado para investigar os equipamentos. MasCon 16R a Banco de dados b Sensor vibração Sensor vibração Gear box B1 Figura 4. Modelo adotado pelo DOE.(10) LTF#2 Mesta / Hitachi Quadruo contínuo Cinco 1.540 mpm 0,45 / 0,18 mm 1.000 / 600 mm 5 METODOLOGIA Motor X1 X2 X3 X4 Xn B0 Cilindro encosto Foram feitos três experimentos, combinando-se diferentes parâmetros operacionais, para quantificar a resposta dinâmica do laminador. A Tabela 2 mostra as grandezas físicas e as condições aplicadas. Para cada experimento, adotou-se análise aleatória para criar os contrastes do experimento. Mancais Cilindro trabalho Cardan Xj = n-fatores operacionais, por exemplo: velocidade e força de laminação; Bi = nível de efeitos do experimento; B0 = fator empírico baseado no conhecimento operacional; a = nível de combinação do experimento; e b = nível de combinação do experimento. 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Tira Sensor vibração Figura 3. a) Esboço da arquitetura do monitoramento, onde são implementados sensores nos mancais de cilindro de encosto para detectar eventos predefinidos entre as bandas 120 Hz a 250 Hz e 500 Khz a 1 kHz. Neste monitoramento também são instalados sensores na entrada e saída das redutoras para detectar falhas do equipamento (SKF MasCon); e b) Coletor portátil (SKF CMXA 70 GX) para investigar eventos nas retificas, bem como comparar com os resultados do sistema de monitoramento. 5.2 Aplicação do Projeto de Experimento de Modo Fatorial 2K Para evidenciar os parâmetros operacionais que geram chatter durante processo, utilizou-se o planejamento de experimento (Figura 4): Fatorial com vários fatores (2K).(10) Foram feitas experimentos com todas as combinações dos níveis de fatores (Xj) e os seus efeitos (Bi), sem e com réplicas, tendo como resposta a vibração (Y) (Equação1). Utilizou-se o Software Minitab R14 (Design of Experiments – DOE). Tecnol. Metal. Mater., São Paulo, v. 5, n. 4, p. 241-248, abr.-jun. 2009 6.1 Caracterização do Problema nos Laminadores LTF#1 e LTF#2 6.1.1 LTF#1 A Figura 5 mostra a vibração nos sensores instalados nos mancais do cilindro de encosto da 5ª cadeira do LTF#1. Nota-se que as excitações das bandas laterais foram promovidas pela defasagem do cilindro de encosto (Figura 5b), enquanto a frequência portadora encontra-se na faixa do chatter de 3ª oitava conforme apresentado na Figura 5a. A Figura 6 mostra o teste de rampa de aceleração (run up) no LTF#1 para identificar as velocidades críticas relacionado-as com as frequências de vibração também críticas para o equipamento e o processo. 243 Tabela 2. Parâmetros dos experimentos Diâmetro do CT (mm) LTF#2 Teste-2 (full factorial designs 23 com réplicas) Teste-3 (full factorial designs 24 sem réplicas) 0,50 intermediário início Tensão 4 / 5 (kgf/cm2) ↔ ↓ Redução da 1ª cadeira (%) ↑ ↓ Redução da 5ª cadeira (%) ↔ ↓ Tensão 4 / 5 (kgf/cm2) ↔ ↓ Redução da 1ª cadeira (%) ↑ ↓ Redução da 5ª cadeira (%) ↔ ↓ Velocidade (m/min) ↑ ↔ 0,45 0,40 16:28:40 0,35 16:28:35 0,30 16:28:30 0,25 16:28:25 0,20 16:28:20 0,15 16:28:15 0,10 07 ↓ /20 ↔ /10 Redução da 5ª cadeira (%) 18 ↔ 16:28:10 0,05 16:28:05 0,00 900 ↑ 1.000 Redução da 1ª cadeira (%) 700 800 ↓ 400 500 600 ↑ 300 Tensão 3 / 4 (kgf/cm2) 200 Teste-1 (full factorial designs 24 sem réplicas) a Horizontal - cilindro superior LO\00000078 5HV - MC SUP L.O. Acion subida de RPM 18/10/2007 16:26:22 @ Rotação 255.0865 cpm; 237,5 Hz; 0,152 mm/s Rms Condições operacionais* 100 LTF#1 Fatores Veloc. mm/sRms Laminador Experimentos * Nota: ↑ severa ou alta; ↓ baixa e ↔ média ou intermediária. b Horizontal - cilindro superior LO\00000078 5HV - MC SUP L.O. Acion subida de RPM 18/10/2007 16:28:36 @ Rotação 357.1694 cpm; 672,5 Hz; 0,13 mm/s Rms 7,5 a 0,50 0,45 16:28:40 0,35 2,5 16:28:35 0,30 16:28:30 0,25 16:28:15 0,10 16:28:10 0,05 16:28:05 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 30 900 1.000 700 800 400 500 600 300 200 100 0,00 0 Comparação da vibração global - Lo × LM - 5a cadeira - LTF#1 Normal Frequência Variável LOA LA 20 15 Média StDev N 0.7051 0.3153 92 1.535 0.7361 92 10 5 0 –1 160 170 180 1 –3 2 3 190 200 210 4 5 220 230 Frequência (hz) Figura 5. a) Espectro na faixa entre 0 Hz a 610 Hz (detectado por monitoramento) do processo de laminação, onde se detectou excitação em 200 Hz; e b) Faixa ampliada da figura 5a na região da faixa de 200 Hz, onde os cursores mostram as bandas laterais com modulação na rotação do encosto caracterizando a 3ª oitava. 244 0.00 0.75 1.50 2.25 3.00 3.75 Vibração (mm/s) –2 –4 c 25 b 0 –5 /20 16:28:20 0,15 /10 0,20 07 16:28:25 18 Veloc. mm/sRms mm/sRms 0,40 5,0 Figura 6. a) Espectro na forma de cascata. A linha preta em destaque mostra ocorrência de ressonância na faixa 200 Hz durante teste caracterizando-a o chatter 3ª oitava; b) A linha preta da Figura 6b mostra também ocorrência de ressonância em 672,5 Hz caracterizando-a o chatter 5ª oitava em velocidade em regime operacional; e c) Investigou-se a ocorrência do chatter 5ª através de histogramas comparativos e, portanto foi observada uma média de vibração de 1,55 mm/s e maior dispersão do lado acionado, enquanto lado oposto do acionamento apresenta menor vibração e dispersão (Lado Oposto do Acionamento – LOA e Lado do Acionamento – LA). Isso indica falha do equipamento para essa faixa de 672,5 Hz. Tecnol. Metal. Mater., São Paulo, v. 5, n. 4, p. 241-248, abr.-jun. 2009 No LTF#1 foram observadas ocorrências de chatter(s) de 3ª e 5ª; porém, o chatter 3ª é significativamente maior (18 vezes) do que chatter 5ª. Analisando os dados, caracteriza-se que o chatter de 5ª oitava é proveniente das folgas dos mancais da 5ª cadeira do lado do acionamento (Figura 6c), enquanto o chatter 3ª trata-se de fenômenos intrínseco à operação que seã investigados estatisticamente. 6.1.2 LTF#2 Foi evidenciada a ocorrência predominante de chatter de 5ª oitava. A Figura 7 apresenta os espectros coletados através do sensor de vibração instalado no mancal do cilindro de encosto da 5ª cadeira do LTF#2. Observa-se a existência de bandas laterais relacionadas à rotação do sistema de acionamento ou conjunto dos cilindros de trabalho. A Figura 8 evidencia a presença de excitações de baixa frequência (<20 Hz), indicando anomalias do sistema de acionamento (chatter torcional). Resumidamente, pode-se dizer que predomina no LTF#1 o chatter de 3ª oitava, causado pelas condições operacionais, enquanto no LTF#2 predomina o chatter de 5ª oitava causado pelo equipamento. 0,4 a 0,3 mm/sRms a 0,2 0,1 0,0 0,0 b 1 –4 Rotação motor (RPM) –2 2 3 –5 4 –3 –1 520 540 560 580 600 620 Frequência (hz) 100 150 200 250 250 350 Frequência (Hz) 400 450 500 550 Laminador LTF01\Cadeira 05\Cilindro superior LA\00000077 5HV - MC SUP L. Acion run up 23/11/2007 11:39:10 time mm/sRms 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 Frequência (hz) 50 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 b 320 300 280 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 23/11/2007 11:38:50 23/11/2007 11:39:00 23/11/2007 11:39:10 23/11/2007 11:39:20 23/11/2007 11:39:30 5 640 660 680 Figura 7. a) Espectro entre 150 Hz a 750 Hz, que apresenta excitação na região 550 Hz a 680 Hz, caracterizando o chatter 5ª oitava; e b) Faixa ampliada da região excitada, evidenciando as bandas laterais moduladas na rotação do cilindro de trabalho ou falha do sistema de acionamento. Estas bandas aproximam-se de 7,5 Hz, que representa meia volta, ou 15 Hz, que significa uma volta da rotação do laminador. Tecnol. Metal. Mater., São Paulo, v. 5, n. 4, p. 241-248, abr.-jun. 2009 Rotação MO: 185,5 RPM Bov: 12,72 V 3 Oitava: 0,07/350 5 Oitava: 0,01/33 Nível global: 1,66 Nível global: 1,66 Nível global: 1,66 Torcional: 0,34/334 Figura 8. a) Espectro de vibração entre 0 Hz a 560 Hz, existe uma excitação de frequências baixas (<20 Hz); b) Gráfico do teste de aceleração (run up), onde a linha preta mostra vibração global; a linha cor de rosa indica vibração oriundas de vibração < 20 Hz; a linha azul indica vibrações na faixa 120 Hz a 250 Hz e a linha verde significa aceleração do laminador. A seta indica ressonância em uma determinada velocidade, sendo excitada predominantemente pelas vibrações < 20 Hz do sensor instalado do lado acionado. 245 6.2 Análise do Delineamento do Experimento (Design of Experiments - DOE) 6.2.1 Teste – 1 (LTF#1) Examinaram-se os efeitos operacionais do Lamiandor usando: i) a tensão entre o vão ¾ (T¾); ii) a taxa de redução da 5ª cadeira (ΔR5a); iii) a taxa de redução da 1ª cadeira (ΔR1a); e iv) o diâmetro do cilindro de trabalho da 4ª cadeira do Laminador LTF#1 (ØWR4a). A Tabela 3 apresenta os valores codificados do experimento10 os parâmetros utilizados, bem como as respostas obtidas na vibração global. Os gráficos de topografia da Figura 10 apresentam as combinações entre as variações do ØWR4a com ΔR5a e T¾, bem como os níveis de vibração. A combinação do aumento ØWR4a com a diminuição da tensão entre os vãos causa a diminuição dos níveis de vibração na faixa de 3ª oitava. A Figura 10c apresenta os níveis de vibração global com diferentes ØWR4a, processados em uma campanha de cilindro de encosto. Tabela 3. Valores codificados, parâmetros e respostas em vibração 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Valores codificados Parâmetros operacionais Resposta (Y) T¾ ΔR5a ΔR1a ØWR4a T¾ ΔR5a ΔR1a ØWR4a mm/s (RMS) (ton) (%) (%) (mm) –1 –1 –1 –1 13 31 36 447 0,530428 1 –1 –1 –1 10 31 36 447 0,648907 –1 1 –1 –1 13 34 36 447 0,547488 1 1 –1 –1 10 34 36 447 0,632219 –1 –1 1 –1 13 31 39 447 0,496089 1 –1 1 –1 10 31 39 447 0,588982 –1 1 1 –1 13 34 39 447 0,513373 1 1 1 –1 10 34 39 447 0,543555 –1 –1 –1 1 13 31 36 454 0,491604 1 –1 –1 1 10 31 36 454 0,535878 –1 1 –1 1 13 34 36 454 0,574618 1 1 –1 1 10 34 36 454 0,560433 –1 –1 1 1 13 31 39 454 0,604934 1 –1 1 1 10 31 39 454 0,544998 –1 1 1 1 13 34 39 454 0,561274 1 1 1 1 10 34 39 454 0,455201 Contour plot of vibração global × diam 4a, red 5a a 454 453 Vibração global <0.50 0.50-0.52 0.52-0.54 0.54-0.56 0.56-0.58 >0.58 452 Diam 4a Amostras 451 450 449 Hold values 448 Tensão 3/4 10 Red 1a 36 447 31.0 31.5 32.0 32.5 33.0 33.5 34.0 Red 5a Contour plot of vibração global × diam 4a, tensão 3/4 454 Mean of resposta (V) Hold values Red 5a cad 31 Red 1a cad 36 448 447 10.0 0.04 Baixo Alto Médio Red 1a Cad Alto Diam 0.06 10.5 11.0 11.5 12.0 12.5 13.0 Tensão 3/4 Influência (vibração x diâmetro) 0.9 0.05 c 0.8 Médio Alto Vibração (mm/s) 0.04 Intermediário Intermediário Interation plot (data means) for resposta (y) 31 34 36 39 447 454 Tensão 3/4 Red 2a Cad 0.08 0.06 0.04 Tensão 3/4 10 13 0.08 0.06 0.04 Red Sa Cad 41 34 Red 1a Cad 36 39 0.08 0.06 0.04 Red 1a Cad Diam 4a 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 442 Figura 9. a) Principais efeitos relacionando, distintamente, com a vibração de 3ª oitava; e b) ØWR4a tem a maior interação com demais efeitos. 246 450 449 0.05 0.03 451 Red 5a Cad 0.06 0.03 <0.04 0.04-0.05 0.05-0.06 0.06-0.07 0.07-0.08 0.08-0.09 >0.09 452 Main effects plot (data mean) for resposta (y) Tensão 3/4 Resposta (y) 453 Diam 4a A Figura 9a apresenta isoladamente os principais efeitos como resposta vibracional (3ª oitava). A Figura 9b detalha a interação entre os efeitos investigados. Observa-se que o diâmetro ØWR4a e a ΔR5a são fatores significativos do experimento. b 444 446 448 450 452 Diâmetro (mm) 454 456 Figura 10. a) ØWR4a X ΔR5a e níveis topográficos de vibração; b) ØWR4a X T¾ das cadeiras e níveis topográficos de vibração; e c) O Aumento do ØWR4a decresce os níveis de vibração global referentes a uma campanha de encosto. Tecnol. Metal. Mater., São Paulo, v. 5, n. 4, p. 241-248, abr.-jun. 2009 Red 5 cad 0.650 0.625 0.600 0.575 0.550 32 Red 1 cad 34 30 Ten 4/5 0.650 0.625 0.600 0.575 0.550 6.2.2 Testes – 2 e 3 (LTF#2) 6 36 Velocidade 8 1.000 1.200 Contour Plot of Vibração Global × velocidade, red 5a b 1.200 Vibração global <0.56 0.56-0.60 0.60-0.64 0.64-0.68 0.68-0.72 >0.72 1.150 Velocidade Inicialmente, foram examinados os efeitos da tensão 4/5 (T4/5), taxa de redução da 5ª cadeira (ΔR5a), e taxa de redução da 1ª cadeira (ΔR1a). O teste de probabilidade normal evidencia que a combinação dos fatores escolhidos é competitiva entre si; portanto, seria necessário incluir um fator significativo para resposta (Y), o que resultou na escolha da velocidade. Comparando o teste 2 com 3, pode-se dizer que a velocidade introduz energia no sistema e potencializa a resposta. Os fatores (Figura 11b) que se mostraram mais significativos do LTF#2 estão relacionados à falta de rigidez. O decréscimo T4/5 de forma combinada com o aumento da velocidade implica em elevar os níveis de vibração. Este fato é amplamente discutido na literatura(6), e as suas origens são provenientes de folgas mecânicas dos conjuntos do laminador.(7) a Main effects plot (data mean) for vibração (y) Mean of resposta (V) O aumento do diâmetro do cilindro de trabalho significa aumentar o arco de contato; por sua vez, promove o deslocamento da força máxima para o início da mordida, minimizando o efeito do amortecimento negativo que suprime o fenômeno do chatter.(5) O experimento propõe modelo estatístico ajustado peloos fatores (Equação 2) para o LTF#1, sobretudo utilizando-se o princípio da análise de variância, ou seja: ŷ = 32, 9 − 0,164A − 0, 89B + 0, 0024C − 0, 072D + 0, 00037 AD + 0, 002BD (2) 1.100 Hold values 1.050 Red 1 card 30 Ten 4/5 6 1.000 32.0 32.5 33.0 33.5 34.0 Red 5 cad Normal probability plot of the standardized effects (response is resposta (y), alpha = .05) a Percent 99 Effect type Not significant 95 90 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 C BC AB A Significant Factor Name A Red 5a cad B Red 1a cad C Ten 4/5 B –4 –3 –2 –1 0 1 Standardized effect 2 3 Normal probability plot of the standardized effects (response is vibração (y), alpha = .05) b Percent 99 Effect type Not significant 95 90 80 70 60 50 40 30 20 10 5 1 Figura 12. Resultados do teste 3: a) avaliam-se separadamente os efeitos principais (evidencia-se a maior variação da vibração relacionado com a velocidade); e b) aumento da velocidade combinado com a redução de 5ª cadeira resultando no aumento linear da vibração. Significant Factor Name A Red 5 cad B Red 1 cad C Ten 4/5 D Velocidade ACD –3 –2 –1 0 1 2 3 Standardized effect Figura 11. Resultados da probabilidade normal dos efeitos significativos dos testes 2 e 3: a) sem influência da velocidade; e b) com influência da velocidade. Com a velocidade os demais parâmetros não foram significativos. Tecnol. Metal. Mater., São Paulo, v. 5, n. 4, p. 241-248, abr.-jun. 2009 Para LTF#2 destacaram-se os fatores correlacionados com a rigidez do equipamento. De modo geral, um aumento da velocidade potencializa efeitos relacionados à folga laterais. De fato, este fenômeno foi evidenciado no teste 3 pelos dos resultados apresentados nas Figuras 12a,b. O teste 3 propôs o modelo estatístico ajustado (Equação 3) para LTF#2, utilizando-se o princípio da análise de variância, ou seja: ŷ = 9.007 − 0,26A + 0, 0014B − −0, 06C − 0, 016D + 0, 0005AD − −0, 0000002BD + 0, 0012CD − 0, 000004ACD (3) 7 CONCLUSÕES O LTF#1 entra em ressonâncias (±200 Hz) severamente e instantânea em 3ª oitava, a frequência fundamental encontra-se modulada ao encosto. Pela análise empregando-se o DOE, constata-se que o LTF#1 é sensível, predominantemente, ao efeito do diâmetro de trabalho da 4ª cadeira (amortecimento negativo) e também ao efeito da tensão 3/4. 247 O LTF#1 é excitado na frequência de 672,5 Hz e na frequência fundamental de 15 Hz, que corresponde à rotação do cilindro de trabalho da 5ª cadeira. Trata-se de folga lateral do conjunto de trabalho ou força de excitação do acionamento. O LTF#2 é excitado na faixa de 5ª oitava (550 Hz a 680 Hz) devido à falta de rigidez no interior da cadeira combinado com as forças externas provenientes do acionamento. A frequência fundamental tem origem no sistema de acionamento. O LTF#2 entra em ressonância nas frequências de 177,5 e 186,25 Hz que se referem à 3ª oitava com maior excitação do lado acionado. Pelos testes de DOE, constata-se que o LTF#2 vibra em função do aumento da velocidade, caracterizando folga no interior da cadeira, potencializado pelo acionamento. REFERÊNCIAS 1 ROBERTS, W.L. Four-high mill stand chatter of the fifth-octave mode. Iron and Steel Engineer, v. 55, n. 10, p. 41-7, Oct. 1978. 2 YUN, I.S.; WILSON, W.R.D.; EHMANN, K.F. chatter in the strip rolling process. Part I: dynamic model of rolling. Journal of Manufacturing Science and Engineering, v. 120, n. 2, p. 330-6, May 1998. 3 YUN, I.S.; WILSON, W.R.D.; EHMANN, K.F. chatter in the strip rolling process. Part II: dynamic rolling experiments. Journal of Manufacturing Science and Engineering, v. 120, n. 2, p. 337-42, May 1998. 4 YUN, I.S.; WILSON, W.R.D.; EHMANN, K.F. Chatter in the Strip Rolling Process, Part III: chatter model. Journal of Manufacturing Science and Engineering, v. 120, n. 2, p. 343-8, May 1998. 5 REMN-MIN, G. Material damping during mill chatter. In: AISE ANNUAL CONFERENCE, 1993, Pitsburgh, PA. [S.l.]: AISE, 1993. p. 430-9. 6 PAULINO, W.S.; HANSEN, B.L.; PELLEGRINI, H.; NOVAES, G.O.; LAGO, A.S.; BARROS, L.C.M. Análise e determinação experimental do comportamento vibratório do laminador de encruamento – chatter. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO, 21, 2006, Aracaju. Anais... Rio de Janeiro: ABRAMAN, 2006. 1 CD-Rom. 7 ROBERTS, W.L. Flat processing of steel. New York: Marcel Dekker, 1987. 8 YUN, I.S.; WILSON, W.R.D.; EHMANN, K.F. Review of chatter studies in cold rolling. International Journal of Machine Tools & Manufacture, v. 38, n. 12, p.1499-530, Dec. 1998. 9 YARITA, I.; FURUKAWA, K.; SEINO, Y. An analysis of chattering in cold rolling for ultrathin gage strip steel. Transactions of the Iron and Steel Institute of Japan, v. 19, p. 1-10, 1978. 10 MONTGOMERY, D. C.; RUNGER, G.C. Estatística aplicada e probabilidade para engenheiros. Rio de Janeiro: LTC, 2003. Recebido em: 4/11/2008 Aceito em: 19/06/2009 Proveniente de: CONGRESSO ANUAL DA ABM, 63., 2008, Santos, SP. São Paulo: ABM, 2008. 248 Tecnol. Metal. Mater., São Paulo, v. 5, n. 4, p. 241-248, abr.-jun. 2009