XII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES Palavra e Cultura na América Latina XII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES Palavra e Cultura na América Latina 22 e 23 de outubro, Universidade de Brasília 24 de outubro, Formosa/Goiás TEMA: Identidade(s) Latino-Americana(s): os efeitos de uma herança e os novos desafios da sociedade atual Caderno de resumos do XII Congresso Internacional de Humanidades Reitor Prof.Dr. José Geraldo de Sousa Junior Diretora do Instituto de Letras Profª. Dra. Maria Luisa Ortíz Alvarez Diretor do Instituto de Ciências Humanas Prof. Dr. Estevão Chaves de Rezende Melo Apoios: Universidad Metropolitana Ciencias de la Educación do Chile UMCE Universidade Estadual de Goiás -UEG Pedro Ivo de Campos Faria Prefeitura Municipal de Formosa REVISTA INTERCÂMBIO DO CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES ISSN 1982-8640 http://unb.revistaintercambio.net.br Comissão Científica Maria Luisa Ortiz Alvarez Instituto de Letras (IL) Estevão Chaves de Rezende Melo Instituto de Ciências Humanas (ICH) Luis Antonio Arantes Reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG) André Luis Gomes (TEL/IL) Enrique Huelva (LET/IL) Enilde Faulstich (LIP/IL) Ivany Marisa Cayser Diretora da Unidade de Formosa (UEG) Comissão Organizadora Alice Tamie Yoko Argentina Martins Augusto Rodrigues Cíntia Schwantes Daniele Marcelle Grannier Elga Pérez Laborde Josenia Antunes Heloísa Salles Iêda Vilas-Bôas María Luisa Ortiz Monique Leite Coordenação Geral: Elga Pérez Laborde e-mail: [email protected] Coordenação Digital: Bruno Vieira de Ribeira LISTA DE PARTICIPANTES DO XII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES – UNB COM COMUNICAÇÕES Código tipo de trabalho e número de página em que aparece no programa C = Conferência MT = Mesa temática P= Plenária S = Sessão de comunicação SIMP = Simpósio 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. Adelaide Calhman de Miranda, UnB, MT (5) S 9 (16) Adriana Cristina Chan-Vianna, UnB, SIMP (11) Adriana de Fátima Barbosa Araújo, UnB, MT (3) Alexsandra Maria Ferreira da Silva, SEEDF, MT (5), S 25 (22) Aline Camilla Mesquita, UnB, SIMP (11) Alma Hermansen Leiva, UMCE, S 2 (13) Américo Venâncio Lopes Machado Filho, UFBA, MT (2) Ana Camila García, UnB, S 14 (18) Ana Lúcia Medeiros, UnB, S 5 (14) Ana Pizarro, USACH, P (1) André Luís Gomes, UnB, MT (7) Andreas Kneip, UFT , MT (8) S 22 (21) Ángel Agustín Bascuñán Valenzuela, UMCE Anne Caroline Quiangala, UnB, S 3 (13) Antônio Augusto Souza Mello, UnB, MT (8) Antonio do Rego Barros Neto, UnB Antonio Miranda, UnB, Biblioteca Nacional, C (9) Arlinda Alves de Sousa, SEEDF, S 19 (20) Augusto Rodrigues de Lima, UnB MT (8) Augusto Rodrigues, UnB, MT (7) Auriane Mesquita, UnB, S 3 (13) Bernadete Carvalho, UnB S 19 (20) Brunna da Silva Ferreira, UnB Bruna Guedes, UnB, P (6) Bruna Paiva de Lucena, UnB, S 9 (16) Cácio José Ferreira , SEEDF Candice Aparecida Rodrigues Assunção, CEPADIC, S 12 (17) Carlos Alberto Ferreira Lima, UnB, S 4 (14) Carlos Federico Domínguez Avila,. Uniceub, S 14 (18) Carlos Roberto da Rosa Rangel, UNIFRA, S 22 (21) Carmen Balart Carmona, C (1) Carolina Correia dos Santos, USP, S 8 (15) Celeste Kellman, UnB, SIMP (10) Cíntia da Silva Pacheco, UnB Cíntia Schwantes, UnB, MT (5) Cleide de Oliveira Lemos, Senado Federal, S 8 (15) 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. 81. 82. 83. Cristiane Benjamim Santos, UnB, S 5 (14) Cristina M. T. Stevens, UnB, MT (2) Cristiano Torres Lima, UnB, P (6) Cynthia González Kukulis, UMCE Daniele Marcelle Grannier, UnB, SIMP (7) MT (11) Davi Oliveira do Nascimento, PUC – RIO, S 10 (16) Débora Cabral Lima, Casa Thomas Jefferson, S 9 (16) Débora Da Silva Oliveira, UnB Deliane Leite, UnB, P (6) Dinorá Couto Cançado, BBDN, Bibli. Braille Dorina Nowill, S 12 (17) Eduardo Cardoso Martins, UnB, S 20 (20) Elaine Caldeira, UnB, S11 (17) Elga Pérez Laborde, UnB, MT (4) Elisabete Marin Ribas, USP, MT (3) Elizabeth Hazin, UnB, MT (3) P (6) Enilde Faulstich, UnB, MT (2) Enrique Huelva, UnB, S 21 (20) Ermelinda Maria Araújo Ferreira, UFPE, P (6) Esmeralda Figueira Queiroz, UnB, SIMP (10) Estevão Chaves de Rezende Martins, UnB Fabiana Carneiro da Silva, USP, S 4 (14) Fábio Borges, UnB S 8 (15), S 24 (22) Felipe Cyntrão Corrêa, UnB, P (6) Fernanda Monteiro, UnB, MT (4) Francismar Ramírez Barreto, UnB, MT (3) Gabriel Rodrigues Borges, UnB, P (6) S 7 (15) Gerson Galo Ledezma Meneses, UFCE, S 6 (14) Geruza de Souza Graebin, ESPAM, S 21 (20) Giselle Morisson Feltrini, UnB, SIMP (10) Gisélia Nunes do Nascimento, UnB, SIMP (11) Glaucio Castro, UnB, SIMP (10) Glauco Vaz Feijó, CAPES, S 6 (14) Graciela Raquel Ezzatti San Martin, UMCE, S 12 (17) Guillermo Bravo, UMCE, S 15 (18) Helena da Silva Guerra Vicente, UnB, S (7) Heloisa de Souza, UnB, P (6) Heloisa Salles, UnB, MT (2) SIMP (10-11) Hermenegildo Bastos, UnB, S 17 (19) Iara Carneiro Tabosa Pena, UnB, MT (8) Idalena Oliveira Chaves, Centro Univ. de Belo Horizonte, S 2 (13) Iêda Vilas-Bôas, UnB, S 7 (15) Ismênia Santana, UnB, P (6) Janaina Gomes Fontes, UnB, MT (2) Jeronilson de Oliveira Santos França, UnB, SIMP (11) José Ricardo Pereira dos Santos, UnB, S 21 (20) Josenia Antunes Vieira, UnB, C (9) Juliana de Jesus Amorim Pádua, UnB, S 18 (19) 84. 85. 86. 87. 88. 89. 90. 91. 92. 93. 94. 95. 96. 97. 98. 99. 100. 101. 102. 103. 104. 105. 106. 107. 108. 109. 110. 111. 112. 113. 114. 115. 116. 117. 118. 119. 120. 121. 122. 123. 124. 125. 126. 127. 128. 129. 130. Julliany Mucury, UnB, P (6) Karla Calasans de Mello, UnB, S 18 (19) Kleber Aparecido da Silva, UnB, S (7) Layane Rodrigues de Lima, UnB, SIMP (11) Leticia Fialho, UnB, P (6) Liliana Belmar Bizama, UMCE, S 14 (18) Livia Reis, UFF, P (1) Lorena Sales dos Santos, UnB, MT (5) S 17 (19) Lúcia Helena Marques Ribeiro, UnB, S 17 (19) Luciana Arruda, UnB, MT (4) Lucie Josephe de Lannoy, UnB, S 4 (14) Ludmilla Alves, UnB, MT (3) Luís Cláudio Rocha Henriques de Moura, UnB, S 15 (18) Luis Fernando Prado, UEG, S 15 (18) Luis Rubilar Solis, UMCE, C (3) S 20 (20) Luiza Hiroko Yamada Kuwae, UnB, S 27 (23) Luizete Guimarães Barros, UFSC, S 11 (17) Mara Lúcia Castilho, UnB, S 3 (13) Marcia Paraquett, UFBA, P (1) Marcos Novais, UnB, MT (4) Marcus Mota, UnB, S 10 (16) Margareth Villalba UnB, S 7 (15) Margarida Basilio, PUC – RIO, S 10 (16) Margot Latt Marinho, SEEDF, SIMP (10) Maria Angela Cappucci, UnB, S 16 (18) Maria Aracy Bonfim, UFMA, S 10 (16) María Carolina Calvo Capilla , UnB, S 13 (17) Maria da Conceição Afonso, UnB, MT (4) Maria da Glória de Castro Azevedo, UFT , MT (2) Maria de Nazaré Fonseca Corrêa, UnB, MT (8) Maria Jandyra Cavalcanti Cunha, UnB, S1 (13) Maria Luisa Ortíz Alvarez, UnB, C (1) Maria Marismene Gonzaga, MEC, S 2 (13) Maria Veralice Barroso, UnB, S 26 (22) Marília de Alexandria, FFG, S 16 (18) Mariney Pereira da Conceição, UnB, S (7) Marisa Dias Lima, UnB, SIMP (11) Marly Jean de Araújo Pereira Vieira, SEEDF, MT (5), S 25 (22) Mateus Alves, UnB, P (6) Maxçuny Alves, UnB, P (6) Milton Shintaku, IBICT, MT 4, SIMP (10) Mônica Lucena, UnB, P (6) Mônica Maria Pereira Resende, UnB, SIMP (10) Monique Leite Araújo, UnB, MT (4) Nelly Olguín Vilches, UMCE, S 20 (19) Noriko Lúcia Sabanai, SEDF, SIMP (11) Olga María Díaz, UMCE, P (9) 131. 132. 133. 134. 135. 136. 137. 138. 139. 140. 141. 142. 143. 144. 145. 146. 147. 148. 149. 150. 151. 152. 153. 154. 155. 156. 157. 158. 159. 160. 161. 162. 163. 164. 165. 166. 167. 168. Omar da Silva Lima, IESCO, S 25 (22) Orlando J. Vidal L., UMCE, S 24 (22) Orlene Lúcia de Saboia Carvalho, UnB, SIMP (10) Patrícia Corrêa, UnB, P (6) Patricia López Börgel, UMCE, Patricia Rojas Vera, UMCE Patricia Tuxi, UnB, SIMP (10) Paula Silva, UnB, S 24 (22) Paulo Renato da Silva, UFT, S 26 (22) Paulo Salles, UnB, SIMP (10) Pedro Olivares Torruella, UMCE, P (3) Priscila Pereira, UNICAMP, S 26 (22) Rachel Pereira de Mello, UnB, S 1 (13) Rafael Voigt Leandro, UnB, S 24 (22) Raquel Martins Borges Carvalho Araújo, UnB, S 18 (19) Regina Maria Furquim-Freire da Silva, UnB, SIMP (11) Rita de Cassi P. dos Santos, UnB, S 16 (18) Rita de Cássia Silva Dionísio, UnB, S 23 (21) Robson Coelho Tinoco, UnB, S 16 (18) Rogério Lima, UnB, C (3) Rosa Amélia P. Silva, UnB /LER, S 19 (120) Rosana J.Cipriano, UnB, SIMP (10) Rosângela Felício dos Santos, USP, MT (3) Rozana Reigota Naves, UnB, S 22 (19) Salvina Maria de Jesus, UnB /LER, S 19 (20) Sandra Nitrini, USP, P (6) Sandro Xavier, UnB, S 27 (23) Sena Siqueira, UnB, S 23 (21) Sidney Barbosa, UnB, S 23 (21) Silvia Cortés Fuentealba, UMCE, S 22 (21) Sylvia Helena Cyntrão, UnB, MT (6) Tania Rebelo Costa Serra, UnB, MT (7) Teresa Ayala Pérez, UMCE, S 27 (27) Veruska Costa, UnB, MT (4) Wellington Marinho de Lira, UFRPE/UAG, S 13 (17) Wiliam Alves Biserra, UnB, MT (2) Wilton Barroso Filho, UnB, S 26 (22) Zélia Monteiro Bora, UFPb, S 1 (13) PROGRAMA 22 de outubro – programa geral 8h – 9h Inscrições e entrega dos materiais Local: saguão da Finatec 9h – 9h30 Abertura Local: Auditório Autoridades da UnB, da UEG, da UMCE Coro dos Cinquentões da UnB 9h30 – 10h20 Conferência Local: Auditório (Des)construção da identidade latino-americana: herança do passado, desafios futuros Maria Luisa Ortiz Alvarez, UnB 10h20- 10h30 Intervalo – café 10h30 – 11h10 Conferência Local: Auditório Tradición y actualidad: Cuatro momentos de la narrativa en Carmen Balart, UMCE Chile 11h30 – 12h30 Plenária Local: Auditório Brasil e América Latina: diálogos de (des)integração Coordenadora: Ana Pizarro, USACH Articulación y diversidad en América Latina Ana Pizarro, USACH O Caribe e o Brasil: música e ensaio em diálogo Lívia Reis, UFF Estratégias de integração e formação de professores de espanhol no Brasil Marcia Paraquett, UFBA 1 22 de outubro – programa geral 14h – 15h Comunicações individuais (V. páginas 13 a 21) 15h – 16h Mesa temática Local: 105 C Léxico e gramática na perspectiva histórica Coordenadora: Enilde Faulstich Um dicionário diz o quê? Enilde Faulstich, UnB Orações reduzidas completivas – o infinitivo (flexionado no português arcaico) Heloisa Salles, UnB Reflexões sobre métodos e adequações teóricas para tratamento do léxico em perspectiva histórica Américo Venâncio Lopes Machado Filho, UFBA 15h – 16h Mesa temática Local: 106 C Grupo Vozes Femininas Coordenadora: Cristina M. T. Stevens, UnB Figurações da morte na literatura de autoria feminina Cristina M.T.Stevens, UnB de George Eliot A representação da maternidade no romance Adam Bede, Janaína Gomes Fontes, UnB Essa espécie envergonhada — a mulher lésbica nos romances Duas iguais, de Cintia Moscovich e Uma sombra na parede, de Josué Montello Maria da Glória de Castro Azevedo, UFT historiográfica Literatura contemporânea em língua inglesa e metaficção Wiliam Alves Biserra, UnB 2 22 de outubro – programa geral 15h – 16h Mesa temática Local: 107 C Osman Lins: texto e criação Coordenadora: Francismar Ramírez Barreto, UnB Tal Osman qual Brasil: Avalovara e os anos de autoritarismo Adriana de Fátima Barbosa Araújo, UnB O côncavo e o convexo na superfície do mundo Francismar Ramírez Barreto, UnB O salto do peixe Ludmilla Alves, UnB Literatura e Artes Plásticas na vida e obra de Osman Lins Elisabete Marin Ribas, USP diálogos 16h00 – 16h10 A obra de ficção e a crítica de Osman Lins: paralelos e Rosângela Felício dos Santos, USP Intervalo – café 16h10 – 16h40 Conferência Local: Auditório Bolívar, Martí, Neruda y Ribeiro: cuatro pilares del imaginario social latinoamericano Luis Rubilar Solis, UMCE 16h40 – 17h00 redes e culturas 17h – 18h Conferência Local: Auditório Poéticas da fronteira: trocas intelectuais, fluxos de indivíduos, Rogério Lima, UnB Conferência e leitura dramatizada Local: Auditório El concepto de marginalidad en el teatro de Juan Radrigán Pedro Olivares Torruella, UMCE 3 23 de outubro – programa geral 8h – 9h Comunicações individuais (V. páginas 13 a 21) 9h – 10h Mesa temática Local: sala 105 C Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE): uma iniciativa para disseminação de objetos educacionais pela internet Coordenador: Milton Shintaku Participantes: Fernanda Monteiro, UnB Milton Shintaku, UnB Maria da Conceição Afonso, UnB Marcos Novais, UnB Veruska Costa, UnB 9h – 10h Mesa temática Local: sala 106 C Memória, linguagem e Identidade: uma construção contemporânea Coordenador: Elga Pérez Laborde Identidade, memória e exílio na literatura Latino-americana Elga Pérez Laborde, UnB Memória, infância e meio social: um grande jogo nos contos de Luis Britto García Monique Leite Araújo, UnB 62 Modelo para Armar e caminhos diferentes para compreender: Uma análise hermenêutica da obra de Julio Cortázar Luciana Arruda, UnB 4 23 de outubro – programa geral 9h – 10h Mesa temática Local: sala 107 C Identidade e gênero Coordenação: Cíntia Schwantes – UnB Narrativa de formação e identidade nacional em O vôo da arara azul Cíntia Schwantes, UnB Ponciá Vicêncio – identidade formada na dor Marly Jean Araújo Pereira Vieira, SEEDF A amnésia no campo minado: O papel do esquecimento na literatura brasileira de autoria feminina Adelaide Calhman de Miranda, UnB A Identidade de Gênero Gótica em A Sauna de Lygia Fagundes Telles Lorena Salles dos Santos, UnB Tessituras de marcas de identidade: uma leitura de As Mulheres de Tijucopapo Alexsandra Ferreira, Sec. Educação-DF 10h – 10h10 Intervalo – café 5 23 de outubro – programa geral 10h10 – 11h10 Plenária Local: Auditório Texto e criação em Osman Lins Coordenação: Profa. Elizabeth Hazin Onde se conciliam o arisco e o verbo: criação e intertextualidade em Osman Lins Elizabeth Hazin ,UnB Os bastidores da criação do jovem Osman Lins Sandra Nitrini (USP) Regionalismo às escuras e sem sotaque: a contribuição osmaniana para a redefinição do gênero Ermelinda Maria Araújo Ferreira,UFPE 11h30 – 12h30 Plenária Local: Auditório Cultural O lugar do amor na poesia contemporânea brasileira: reflexões a partir de uma situação de blog Coordenadora: Sylvia Helena Cyntrão, UnB Participantes: Ismênia Santana, Gabriel Borges, Mônica Lucena LANÇAMENTO DO LIVRO: Poesia: o lugar do contemporâ neo. Brasília, Editora do TEL/UnB, 2009.Organização de Sylvia H. Cyntrão. Encarte: CD do Espetáculo “Fale-me de amor” com o Grupo Vivoverso. APRESENTAÇÃO DO ESPETÁCULO LÍTERO-MUSICAL “Fale-me de amor”, com o Grupo Vivoverso ( Duração: 17min.) Produção: Heloísa de Sousa; Direção: Sylvia Cyntrão Apoio: Cristiano Torres Lima; Leticia Fialho Atores: Brunna Guedes; Deliane Leite; Felipe Cyntrão Corrêa; Mateus Alves; Maxçuny Alves; Patrícia Corrêa; Julliany Mucury; Canções: Felipe Cyntrão Corrêa. 6 23 de outubro – programa geral 14h – 15h Comunicações individuais (V. páginas 13 a 21) 14h – 18h Simpósios – área da surdez (V. páginas 10 a 11) Local: 59 H Coordenadora: Daniele Marcelle Grannier 15h – 16h Mesa temática Local: 105 C A (trans) formação inicial de educadores de línguas na contemporaneidade: Crenças,Ideologias e Identidades Coordenador: Kleber Aparecido da Silva, UnB/UNESP A (trans) formação inicial de educadores de línguas no projeto “Teletandem Brasil: Línguas Estrangeiras para Todos”: As faces e interfaces digitais Kleber Aparecido da Silva, UnB Uma visão pragmática do aglomerado de crenças de alunos sobre o ato de errar Helena Guerra Vicente, UnB O professor de língua(s) em formação: crenças e identidades de alunos de Letras Mariney Pereira da Conceição, UnB 15h – 16h Mesa temática Local: 106 C História e literatura no Brasil do século XIX: heranças Coordenador da mesa: Tania Rebelo Costa Serra, UnB O ‘Ensaio’, de Magalhães, e o ‘Projeto Brasil’: as origens da formação de uma herança histórico-literária Tania Serra, UnB Heranças e perspectivas da dramaturgia brasileira André Luís Gomes, UnB Geologia literária e histórica de Machado de Assis Augusto Rodrigues, UnB 7 23 de outubro – programa geral 15h – 16h Mesa temática Local: 107 C Revisão da classificação interna da família tupi-guarani Coordenador: Antônio Augusto Souza Mello, UnB Participante: Andreas Kneip, UFT 15h – 16h Mesa temática Local: 108 C Memória, linguagem e Identidade: uma construção contemporânea Coordenador: Maria de Nazaré Fonseca Corrêa, UnB A força feminina no conto El más olvidado del olvido, de Isabel Allende Augusto Rodrigues de Lima, UnB A Intertextualidade em Borges e os Orangotangos Eternos de Luis Fernando Veríssimo Iara Carneiro Tabosa Pena, UnB 16h00 – 16h10 Uma leitura benjaminiana da poesia de Mario Benedetti Maria de Nazaré Fonseca Corrêa, UnB Intervalo – café 8 23 de outubro – programa geral 16h10 – 16h40 Conferência Local: Auditório O Lugar da Multimodalidade na Construção de uma Gramática Visual Josenia Antunes Vieira, UnB 16h40 – 17h10 Conferência Local: Auditório Intertextualizando a Vallejo desde el Brasil… sobre las vanguardias del siglo XX Antonio Miranda, UnB 17h10 – 18h Plenária Local: Auditório Cultural Antología poética musical de la obra de Hermelinda Diaz (Creación musical para material didáctico multimedia) Olga María Díaz, UMCE 9 23 de outubro – Simpósios II Simpósio sobre Ensino de Português a Surdos III Simpósio de Bilinguismo e Línguas de Sinais Local: 59 H 14h – 14h45 Mesa-redonda – Educação de surdos Coordenadora: Heloísa Salles Variações regionais na Língua Brasileira de Sinais: Interiorizando a prática educativa Gláucio de Castro Júnior, UnB Educação bilíngüe de surdos: formação de professores e de intérpretes Rosana J.Cipriano, Celeste Kellman, Patrícia Tuxi e Heloísa Salles Ensino de Ciências para surdos Paulo Salles, UnB, Giselle Morisson Feltrini (SEEDF) e Mônica Maria Pereira Resende, UnB 14h45 – 15h45 Comunicações Por um Dicionário Escolar Semibilíngue de Português para usuários de LIBRAS Orlene Lúcia de Sabóia Carvalho e Margot Latt Marinho, UnB A pesquisa sobre a LIBRAS no Brasil Milton Shintaku, IBICT 15h45 – 16h Primeiras aproximações de crianças surdas com paralisia cerebral com o mundo do letramento Esmeralda Figueira Queiroz, UnB Intervalo – café 10 23 de outubro – Simpósios 16h – 17h guesa França, UnB Comunicações Aquisição simultânea de Língua de sinais e Língua PortuGisélia Nunes do Nascimento e Jeronilson de Oliveira Santos Instrumentais, Comitativos, Locativos e Dativos em LIBRAS: implicações para o ensino de português Heloísa Salles, Aline Camilla Mesquita e Adriana ChanVianna, UnB Semântica da expressão de causa e consequência no português dos surdos Layane Rodrigues de Lima, UnB 17h – 18h Mesa-redonda – Ensino de português a surdos Daniele Marcelle Grannier (coordenadora) Elementos gramaticais de um syllabus para o ensino de português-por-escrito a adolescentes surdos: proposta de material didático Daniele Marcelle Grannier e Regina Maria Furquim-Freire da Silva, UnB O aluno surdo e a língua portuguesa Noriko Lúcia Sabanai, SEEDF Adequação do ensino do português como L2 a crianças: um desafio a superar/enfrentar Marisa Dias Lima, UnB 11 24 de outubro – programa Formosa Goiás 9h às 12h Auditório da Prefeitura Recepção pela Banda Municipal de Formosa-GO Boas Vindas – Mestra Iêda Vilas-Bôas Coral Formosense de Berranteiros Prefeito: Pedro Ivo de Campos Faria Secretária de Administração e Cultura Argentina Martins. Secretária de Educação Ione Magalhães Antonini Presidente da Câmara Municipal Genedir Ribas Reitor da UEG Luis Antonio Arantes Diretora da UEG - Profa. Ivany Marisa Cayser Apresentação dos Catireiros Diretora do Instituto de Letras Decana da UMCE – Chile: Carmen Balart Carmona Reitor UnB: José Geraldo de Sousa Junior Diretora do Instituto de Letras : Maria Luisa Ortiz Encerramento - Banda Municipal de Formosa-GO. 12h30 Passeio a Itiquira Confraternização – almoço 16h Encerramento na UEG - café 17h Retorno à Brasília 12 22 de outubro – Comunicações Individuais 14h – 15h Sessão 1 (Discurso sociológico) Local 105 C A Operação Condor. Lugar de fala e enquadramento na narrativa jornalística da História. Maria Jandyra Cavalcanti Cunha, UnB As relações raciais no Brasil no discurso do jornal O Globo Rachel Pereira de Mello, UnB contemporânea Discursos cruzados: negritude e miscigenação na América Zélia M. Bora 14h – 15h Sessão 2 (Letramento) Local 106 C LosorganizadoresGráficosInteractivos,unrecursodidáctico para estimular la comprensión lectora. Alma Hermansen Leiva, Nelly Olguín Vilches, UMCE Oficina:LetramentoeOrtografia Idalena Oliveira Chaves, CUBH A formação de leitores na escola: o enfoque da leitura literária no projeto político-pedagógico Maria Marismene Gonzaga, MEC 14h – 15h Sessão 3 (Análise do discurso) Local 107 C O discurso argumentativo no gênero “carta de solicitação” Auriane Mesquita, UnB Histórias em quadrinhos adultos são obras de arte? Anne Caroline Quiangala, UnB O discurso das avaliações de larga escala e os sujeitos das políticas de acesso á educação superior Mara Lúcia Castilho, UnB 13 22 de outubro – Comunicações individuais 14h – 15h Sessão 4 (Sociologia) Local 108 C Necessidades humanas e sua negação Carlos Alberto Ferreira Lima, UnB A condição de estrangeiro: a identidade latino-americana na Europa Lucie Josephe de Lannoy, UnB Impasses da teoria literária: a questão das minorias Fabiana Carneiro da Silva, USP 14h – 15h Sessão 5 (Ciências Humanas) Local 205 C Tipologia de celebridades: em busca do conceito, desde o século XV aos dias atuais Ana Lúcia Medeiros, UnB Por uma ampliação dos grupos linguísticos transplantados para o Brasil com o tráfico negreiro Cristiane Benjamim Santos, UnB 14h – 15h Sessão 6 (Ciências Humanas) Local 206 C Identidade, populismo e batllismo no Uruguai da época da comemoração do primeiro centenário da independência, 1910-1930 Gerson Galo Ledezma Meneses, UFCE Sobre sobrados, mucambos, raízes e rotas: inventando o futuro com histórias do passado Glauco Vaz Feijó, CAPES 14 22 de outubro – Comunicações individuais 14h – 15h Sessão 7 (Literatura – Poesia) Local 105 E A Poesia Pau-Brasil, de Oswald de Andrade e a Poesia PauBrasília de Nicolas Behr Gabriel Rodrigues Borges, UnB O erotismo na obra de Cora Coralina Iêda Vilas-Bôas,UnB Poemas de Recordação e outros movimentos: uma leitura da arte de poetar de Conceição Evaristo Margareth Villalba, UnB 14h – 15h Sessão 8 (Literatura – Narrativa) Local 59 H Os Sertões e Cidade de Deus Carolina Correia dos Santos, USP Quem é indiferente à palavra (en)cantada? Cleide de O. Lemos, Senado Federal A natureza em O Recado do Morro de João Guimarães Rosa Fábio Borges, UnB 15 22 de outubro – Comunicações individuais 14h – 15h Sessão 9 (Literatura – Identidade feminina) Local 129 H A amnésia no campo minado: O papel do esquecimento na literatura brasileira de autoria feminina Adelaide Calhman de Miranda, UnB Novas dicções na literatura brasileira: Patativa do Assaré e Carolina Maria de Jesus Bruna Paiva de Lucena,UnB A construção de identidades femininas através de representações no filme “Amores Possíveis” Débora Cabral Lima, Casa Thomas Jefferson 14h – 15h Sessão 10 (Literatura) Local 130 H Glauber Rocha pós-dramático? Marcus Mota,UnB Condições de produção e condições de produtividade em O Coronel e o Lobisomem Margarida Basílio e Davi O. do Nascimento, PUC-Rio O tempo e o vento – uma leitura da memória Maria Aracy Bonfim, UFMA 16 23 de outubro – Comunicações individuais 8h – 9h Sessão 11 (Análise do discurso) Local105 C Identidades xerentes: política de representação no espaço escolar Elaine Caldeira, UnB Identidade e língua nacional: a gramática de Andrés Bello no Chile do século XIX Luizete Guimarães Barros, UFSC 8h – 9h Sessão 12 (Educação) Local 106 C Leitura: fator de inclusão social de alunos com deficiência visual Dinorá C. Cançado, Biblioteca Braille Dorina Nowill La Imagen social de la femineidad y masculinidad en el intercambio educativo entre las/los profesoras/es y las/los estudiantes de enseñanza secundaria Chilena Graciela Raquel Ezzatti San Martin, UMCE A visão dos professores diante da educação inclusiva à luz da Análise do Discurso Crítico Candice Aparecida Rodrigues Assunção, CEPADIC 8h – 9h Sessão 13 (Ensino de Línguas) Local 107 C A internet e o ensino de línguas: um caminho para a interculturalidade na construção identitária do estudante de letras? Wellington Marinho de Lira, UFRPE/UAG O efeito da língua materna na aquisição de línguas próximas Maria Carolina Calvo Capilla, UnB 17 23 de outubro – Comunicações individuais 8h – 9h Sessão 14 (América Latina) Local 108 C A identidade latino-americana: redefinições no início do século XXI Carlos Federico Domínguez Ávila, Uniceub Unidad lingüística panhispánica en la diversidad cultural: la perspectiva academicista Liliana Belmar Bizama, UMCE Sobre o conceito de cultura na América Latina e o Caribe como agência epistemológica Ana Camila García, UnB 8h – 9h Sessão 15 (Ciências Humanas) Local 205 C Imaginario de un exilio político: La expulsión de la Compañía de Jesús de los dominios españoles Guillermo Bravo, UMCE comparada Visões de América em 1835: Abreu e Lima e sua perspectiva Luís Cláudio Rocha Henriques de Moura, UnB Identidades latino-americanas: Uma proposta de curso de história Luis Fernando Prado, UEG 8h – 9h Sessão 16 (Literatura – Poesia) Local 206 C Los rumbos de la nueva geopoética desde Caribe Maria Angela Cappucci, UnB Ìtaca: ponto de chegada ou de partida? Rita de Cassi, UnB Ritmos literários: a música no silêncio do poema Robson Coelho Tinoco, UnB e Marília de Alexandria,UEG 18 23 de outubro – Comunicações individuais 8h – 9h Páramo Sessão 17 (Literatura – Narrativa) Local105 E Un pájaro burlón: trabajo, poesía y venganza en Pedro Hermenegildo Bastos, UnB A Identidade de Gênero Gótica em A Sauna de Lygia Fagundes Telles Lorena Sales dos Santos, UnB Fronteiras e pertencimento: a idéia de nação em O tempo e o vento, A ferro e fogo e Os senhores dos séculos Lúcia Helena Marques Ribeiro, UnB 8h – 9h Sessão 18 (Literatura -Identidade Feminina) Local 129 H Confissões femininas na literatura: discurso solitário? Um olhar sobre Vaca Sagrada de Diamela Eltit e o monólogo de Molly Bloom de James Joyce Juliana de Jesus Amorim Pádua, UnB Dulcinéia del Toboso: Decantada pelo poder da violência simbólica Karla Calasans de Mello,UnB Mary Wollstonecraft e Nísia Floresta: diálogos feministas Raquel Martins Borges Carvalho Araújo, UnB 19 14h – 15h Sessão 19 (Análise do discurso) Local 105 C Leitura, necessidade: literatura, prazer Rosa Amélia P. Silva, UnB Contadores de esótrias Diadorim Salvina Maria de Jesus, UnB Do concreto ao abstrato: a literatura de Brasília chega à escola? Bernadete Carvalho, UnB Do outro mundo: fragmentos, rastros e construção Arlinda Alves de Sousa, SEEDF 14h – 15h Sessão 20 (Educação) Local 106 C El rol de la educación en la construcción y afianzamiento de la identidad latinoamericana Luis Rubilar Solis, UMCE 14h – 15h UFAM: 100 anos de entraves e avanços Eduardo Cardoso Martins, UnB Sessão 21 (Lingüística) Local 107 C La complejidad semántica de construcciones gramaticales Enrique Huelva Unternbäumen, UnB Em direção a uma explicação sobre a alternância passiva com verbos transitivos indiretos José Ricardo P. dos Santos e Rozana R. Naves, UnB O subfalar baiano: uma análise das isoglossas em Goiás Geruza de Souza Graebin, ESPAM 20 23 de outubro – Comunicações individuais 14h – 15h Sessão 22 (Ciências Humanas) Local 108 C La Geografía en el aula escolar del siglo XXI Silvia Cortés Fuentealba, UMCE Construção de um SIG com informações gerais de sítios arqueológicos em Santa Catarina Andreas Kneip, UFT Identidades de fronteira: entre o local e o nacional Carlos Roberto da Rosa Rangel, UNIFRA Carlos Roberto da Rosa Rangel, UNIFRA 14h – 15h Sessão 23 (Literatura – Narrativa) Local 206 C Transtextualidades: ressonâncias e efeitos kafkianos em Por trás dos vidros, de Modesto Carone Rita de Cássia Silva Dionísio, UnB Representação da solidão na literatura: um estudo de O Homem Duplicado Saramago -, e de Afirma Pereira – Tabucchi Sena Siqueira, UnB Jean Racine e Paulo Coelho: dois contextos históricos divergentes e uma mesma estratégia literária Sidney Barbosa, UnB 21 23 de outubro – Comunicações individuais 14h – 15h Sessão 24 (Literatura – Narrativa) Local 105 E Distopia amazônica em À Margem da História de Euclides da Cunha Paula Silva e Fábio Borges, UnB Inferno verde: representação literária da Amazônia na obra de Alberto Rangel Rafael Voigt Leandro, UnB La literatura como acción política en la cultura griega clásica Orlando J. Vidal L,UMCE 14h – 15h Sessão 25 (Literatura – Identidade feminina) Local 129 H Tessituras de marcas de identidade: uma leitura de As Mulheres de Tijucopapo Alexsandra Maria Ferreira da Silva, SEEDF Ponciá Vicêncio – a dolorosa busca pela identidade Marly Jean de Araújo Pereira Vieira, SEEDF Feminino negro em Leite do Peito, de Geni Guimarães Omar da Silva Lima, IESCO 14h – 15h Sessão 26 (Literatura) Local 130 H Peronismo, nacionalismo e política cultural na província de Entre Ríos, Argentina: as revistas Tellus e Substancia (1948-1952) Paulo Renato da Silva, UFT ¡ No incomoden a mis gauchos! Conflito social e guerra de independência em Salta (1814-1821) Priscila Pereira, UNICAMP Donjuanismo na Pós-modernidade Maria Veralice Barroso e Wilton Barroso Filho, UnB 22 23 de outubro – Comunicações individuais 14h – 15h Sessão 27 (Análise do discurso) Local 206 C Vozes de mulheres profissionais do sexo sobre a legalização do aborto no seu trabalho: discurso e gênero Sandro Xavier, UnB Redes sociales y noticias en la web. Discursos en el aula de lenguaje Teresa Ayala Pérez, UMCE O papel da Mídia na construção social do escândalo político Luiza Hiroko Yamada 23 LISTA DE RESUMOS XII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HUMANIDADES - UNB COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS A amnésia no campo minado: O papel do esquecimento na literatura brasileira de autoria feminina Adelaide Calhman de Miranda UnB Esse trabalho analisa a falha da memória na literatura brasileira contemporânea de autoria feminina nos romances Rakushisha, de Adriana Lisboa, Coisas que os homens não entendem, de Elvira Vigna e A matemática da formiga, de Daniela Versiani. O esquecimento das protagonistas muitas vezes é um estímulo para o resgate da lembrança e para a reconstrução da história. Essas imagens sugerem um movimento transgressor de revisão do cânone e de desconstrução de seus valores considerados universais. Uma das dificuldades enfrentadas pelas escritoras brasileiras ainda hoje se deve à ausência de uma tradição literária de obras de autoria feminina. Outra diz respeito a um campo literário que desvaloriza a literatura escrita por mulheres, designado por Annette Kolodny como o “campo minado”. No Brasil, a subordinação das mulheres faz parte de um projeto de nação que contou com o apagamento de todos os tipos de opressão, segundo Rita Terezinha Schmidt. Cabe indagar se as obras das escritoras se apropriam dessas ausências históricas para subverter as noções de história e de sujeito encontradas nas narrativas oficiais. Assim, o esquecimento sintomático das protagonistas ultrapassaria as dimensões individuais e possibilitaria uma reconfiguração das relações de poder e de suas representações. Tessituras de marcas de identidade: uma leitura de As Mulheres de Tijucopapo Alexsandra Maria Ferreira da Silva SEEDF O objetivo desta comunicação é apresentar uma análise da multiplicidade do sujeito feminino no romance As mulheres de Tijucopapo, de Marilene Felinto. Tal análise verificará que o ser mulher mostra-se em diversas dimensões, tal como um mosaico: como negra, pobre, empregada doméstica, mãe, esposa, filha, amiga, revelando arcaicas e novas formas de dizer/fazer/ saber femininos. Neste sentido, as referências identitárias aludem não apenas a aspectos fenótipos e ao lugar ocupado na estrutura de classes, mas também a um complexo conjunto de elementos relacionados aos modos de vida e a valores, crenças e práticas sócio-culturais. 24 Los Organizadores Gráficos Interactivos, un recurso didáctico para estimular la comprensión lectora Alma Hermansen Leiva Nelly Olguín Vilches UMCE En la actualidad las TICs constituyen un recurso fundamental en el proceso de enseñanza y aprendizaje, pues aportan estrategias para orientar el proceso de enseñanza. Entre estos medios tecnológicos, seleccionamos los Organizadores Gráficos Interactivos ( OGIs) como herramienta metodológica , para estimular el proceso de comprensión lectora en alumnos de Enseñanza Media. Además, los OGIs constituyen un medio para facilitar el aprendizaje lector significativo y eficaz, proyectándose al proceso en su totalidad: antes, durante y después de la lectura. El uso de los OGIs se orienta a vincular los contenidos disciplinarios con las estructuras cognitivas del alumno. Permite, por otra parte, que el lector desarrolle el proceso de aprendizaje a su propio ritmo. De esta manera, todo lo anterior posibilita la autonomía del alumno, actuando con iniciativa, creatividad, capacidad de tomar decisiones, con espíritu crítico y autocrítico. Palabras clave: Tecnologías de la información y comunicación, estructuras cognitivas. Sobre o conceito de cultura na América Latina e o Caribe como agência epistemológica Ana Camila García UnB No texto estabeleço um dialogo com várias posturas atuais sobre o conceito de cultura, incluindo as perspectivas coloniais e pós-coloniais, no contexto da construção da América Latina como identidade nascente. Baseada nisso, proponho levar em conta ao Caribe como agência destas reflexões na região, sendo possível e pertinente considerar algumas produções epistemológicas caribenhas como fios que tecem a América Latina toda como um espaço social. Alguns dos autores que referencio são: Terry Eagleton, Wilson Harris, Fernando Ortiz, Edouard Glissant, Serge Gruzinsky, Canclini e Boaventura de Sousa Santos. . 25 Tipologia de celebridades: em busca do conceito, desde o século XV aos dias atuais Ana Lúcia Medeiros UnB A questão central deste artigo objetiva situar historicamente o conceito de celebridade, como fenômeno midiático, assim como os diversos usos do termo. Para pensar o conceito a autora elabora uma tipologia de celebridades, desde o Século XV, quando já se usava o termo, ao dias atuais. Em 1616, dos 25 ´livros noticiosos` publicados na Inglaterra, quase 30% eram dedicados a celebridades, como a rainha Isabel. Nos anos 1950, Andy Wahrol populariza em latas de sopa Campbell mitos do cinema. Na contemporaneidade, o termo celebridade está associado ao glamour, à visibilidade midiática. São heróis modernos. Produtos culturais. No campo jurídico, as relações que envolvem a celebridade e o público ultrapassam a esfera do mercado de consumo. A televisão, veículo de comunicação mais importante para a proliferação das celebridades, tem o importante suporte de outros meios, especialmente a internet e revistas. Palavras-chave: celebridades, mídia, glamour, consumo, conceito Construção de um SIG com informações gerais de sítios arqueológicos em Santa Catarina Andreas Kneip UFT O território brasileiro contém um grande número de sítios pré-históricos, que datam do final do Pleistoceno até a chegada dos europeus, no século XV. Os sítios, em sua grande maioria, são de baixa visibilidade. Sua localização depende, principalmente, de informações fornecidas por moradores ou de levantamentos realizados por profissionais quando da execução de grandes obras de infra-estrutura. Em geral, o conhecimento do passado pelas populações locais é muito pequeno, o que mostra a necessidade de ações que objetivem a educação patrimonial. Sistemas que registram e buscam proteger evidências arqueológicas, chamados freqüentemente de Gerenciadores de Recursos Culturais, têm adquirido importância crescente nas últimas décadas, em todo mundo. Com o objetivo de auxiliar na divulgação e preservação dos sítios arqueológicos, está sendo desenvolvido um Sistema de Informações Geográficas (SIG) para o estado de Santa Catarina, Brasil. Os dados são coletados nos registros de trabalhos realizados por pesquisadores e em recentes trabalhos de levantamento e salvamento arqueológicos. O resultado será apresentado na forma de um mapa. O objetivo deste trabalho é mostrar o processo de construção deste mapa, desde a fase de coleta de informações, sua sistematização, até a incorporação dos dados ao SIG. 26 Historias em quadrinhos adultos são obras de arte? Anne Caroline Quiangala UnB Utilizando um aporte teórico filosófico, o artigo Histórias em quadrinhos adultos são obras de arte? discute a real contribuição dessa mídia – História em Quadrinhos – para a arte contemporânea. Ao partir do questionamento que intitula o texto conceitua-se o que vem a ser o objeto em questão – mídia híbrida de texto e imagens – e descreve de forma breve a história dessa manifestação desde a pré-história até a contemporaneidade. Em seguida, há o diálogo entre a conceituação de HQ, Arte, Criatividade, Cultura e Cultura de Massa e aproximação por meio de exemplos, ilustrações e as respectivas refutações. Por meio de um raciocínio linear, analogamente, os conceitos se tornam vigas que serão preenchidas pelas proposições argumentativas que objetivam responder o questionamento da melhor forma, sem poupar a dúvida da própria conceituação, sua possível falha. Questiona-se a diferença e validade do que é artístico do que não o é e transporta-se para a mídia híbrida com o cuidado de adaptar para essa estrutura tão diferente. Por fim, conclui-se pela proposta dos conceitos, aproximação e argumentação que Histórias em Quadrinho são sim Obra de Arte e que proporcionam benesses que convergem às outras mídias, portanto, contribuem para a arte contemporânea. A didática do ensino de expressão escrita numa língua estrangeira Ángel Agustín Bascuñán Valenzuela UMCE Este trabalho tem como finalidade mostrar os enfoques didáticos para o ensino da expressão escrita e indicar as dificuldades que apresenta a aplicação de esta modalidade no ensino do alemão como língua estrangeira na universidade no Chile. Para demonstrar as diversas dificuldades que existem em aprender e ensinar um idioma estrangeiro, vou expor quatro enfoques importantes, que têm que ver com a gramática, as funções, o processo e o conteúdo de um idioma, tendo como base o idioma materno. Estes aspectos serão explicados detalhadamente para ter uma idéia global destas categorias. Também mostrarei como atua um professor ou uma professora de idioma estrangeiro na aula e como deveria atuar um aluno ideal para adquirir estas destrezas. Meu trabalho se baseia fundamentalmente na aplicação do enfoque que destaca o processo. Escolhi esta forma de trabalho, devido aos problemas que apresentam os escolares e também muitos estudantes universitários na hora de redatar um ensaio acadêmico na sua língua materna; neste caso em espanhol. Sendo este um problema detectado na aprendizagem da língua materna, é necessário adotar novas metodologias aplicáveis ao ensino do alemão como idioma estrangeiro, para que os estudantes logrem as habilidades necessárias na hora de redatar um ensaio acadêmico e que cumpra com os níveis internacionais requeridos para a aprovação de este tipo de testes. 27 Holy Avenger: uma historia em quadrinhos à brasileira Antonio do Rego Barros Neto UnB O chamado Trio Tormenta (Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e J. M. Trevisan) elaborou uma HQ, desenhada por Erica Awano, servindo-se da base gerada pelo mundo de Tormenta, utilizado um sistema de Role Play Game criado pelo grupo. As historias em quadrinhos declaradamente filiam-se ao genero mangá. No entanto, nota-se diversas características tanto do comics americano quanto do que pode vir a ser caracterizado como um estilo brasileiro. Do outro mundo: fragmentos, rastros e construção Arlinda Alves de Sousa SEEDF O objetivo desse trabalho é mostrar como o passado real influencia e determina ações da vida ficcional na obra Do outro mundo de Ana Maria Machado. As ruínas do passado dão pistas de como deve ser o presente. O desenrolar da trama demonstra como as heranças culturais são apreendidas e internalizadas esteticamente na obra literária. As artes se complementam e se condensam na obra literária. Nesse espaço ficcional, as diferenças constroem um universo divertido e promissor. O leitor se envolve em uma linguagem poética e com contagiante movimentação, o narrador-personagem dita regras que o encaminham ao suspense. Ele convoca o leitor a participar, à medida que questiona as dificuldades de escrever. O discurso argumentativo no gênero “carta de solicitação” Auriane Mesquita UnB Esta comunicação, desenvolvida a partir dos postulados de Bakhtin (1997), Marcuschi (2004), Koch (2001), Dolz e Schneuwly (2004), Bortone (2008) e Ducrot (1983), tem por objetivo comprovar a hipótese de que o trabalho com vários gêneros quais sejam: história em quadrinhos, canção e debate oral, que priorizam o discurso argumentativo, em sala de aula aguça o potencial do aluno à produção de textos e discursos orais e escritos argumentativos. Essa hipótese justifica-se pelo fato de que durante dois anos, analisando, mesmo que despreocupadamente, um gênero específico do Sistema Colégio Militar de Brasília o “pedido de revisão”, percebi que esse gênero não estava sendo corretamente utilizado pelos alunos e, também, devido à falta de pré-requisitos de alguns alunos em produzir textos escritos, além das dificuldades apresentadas durante os debates orais argumentativos em sala de aula, conforme relato de alguns professores do Colégio. 28 Para tanto procurei demonstrar a imprescindibilidade do ensino sistematizado do tipo argumentativo, uma vez que esse tipo é inerente à discursividade, tal qual o são o tipo narrativo e o tipo descritivo. Ao optar por trabalhar com o gênero “carta de solicitação”, pretendi realizar uma experiência com um gênero textual mais formal, assim como é aquele conhecido dos alunos o “pedido de revisão”. Durante a experiência realizada, procurei construir com os alunos todo um contexto, em dimensão bastante real, a fim de que o texto pudesse fazer realmente sentido para os seus produtores. Nesse sentido, elegi o tema “guarda compartilhada”, que é uma lei que estava sendo sancionada pelo Presidente da República, na semana que estava sendo realizada a carta pelos alunos. Baseada nos postulados de Bortone (2208) e dos PCN’s (1998) despertei no educando, por meio da feitura dessa carta, uma atitude crítica diante da realidade em que ele se encontra inserido, preparando-o para “ler o mundo”. Conforme se previa, as seqüências do discurso argumentativo realizaram-se com predominância no gênero proposto, revelando que a realização do gênero “pedido de revisão” poderá ser mais sistematizado pelos alunos se a sua realização for bem identificada. Do concreto ao abstrato: a literatura de Brasília chega à escola? Bernadete Carvalho UnB/LER Dada a quantidade de autores e obras que circulam na cena cultural da cidade a existência de uma ampla produção literária na capital federal é fato comprovado,. Entretanto, essa literatura fica confinada a um círculo restrito àqueles inseridos no processo de sua produção, pouco chegando ao cidadão comum, apesar de já haver dispositivo legal (Art. 235 da Lei Orgânica do Distrito Federal) que coloque sua circulação nas escolas como obrigatória, numa tentativa de favorecer a formação cultural dos alunos, além de contribuir para a afirmação da identidade da literatura local. A presente comunicação tem por objetivo analisar, por meio da leitura de questionários aplicados a professores da Secretaria de Educação do Distrito Federal e entrevistas com autores reconhecidos da cidade, se e em que medida os alunos da rede oficial podem ser inseridos no círculo de recepção da literatura brasiliense. 29 Novas dicções na literatura brasileira: Patativa do Assaré e Carolina Maria de Jesus Bruna Paiva de Lucena UnB A partir das obras Inspiração Nordestina (1956), de Patativa do Assaré, e Quarto de Despejo (1960), de Carolina Maria de Jesus, buscar-se-á investigar os mecanismos de legitimação e deslegitimação que são empregados no jogo de quem pode e quem não pode falar no campo literário brasileiro, a partir das perspectivas adotadas por intelectuais na apresentação de obras marginais ao sistema literário hegemônico. O texto procura, nesse sentido, levantar uma agenda crítica inicial em relação ao caráter e à natureza de literaturas que são denominadas como popular, ou com caráter de testemunho, em virtude da origem e/ou da condição social de seus autores, e os desafios que estes autores encontram em sua insurgência no campo literário. Morfologia e Construção de sentidos nas Fábulas Tocantinenses Cácio José Ferreira SEEDF As inúmeras fábulas que a terra tocantinense recria e “cria” podem revelar a vontade de conquista ou liberação de um pensamento sufocado pela falta de oportunidade, ou ainda, a expressão vitoriosa dentro da lenda para distanciar-se do sofrimento ou do desejo alcançado, do amor que enfrenta desafios, medo do desconhecido. O desejo de perpetuar os valores locais antecede a conquista dos mesmos. O impulso sobrepõe mesmo se confrontando com a intenção moralista. As virtudes das personagens boas e o castigo das malévolas são igualmente simples e absolutos. Nessas fábulas contadas pelos moradores do sudeste do Tocantins verificam-se diferenças e construção de sentidos do local em relação ao padrão universal. Tal afirmação é possível por meio da morfologia (Propp) e análise das histórias contadas. 30 A visão dos professores diante da Educação Inclusiva à luz da Análise do Discurso Crítica Candice Aparecida Rodrigues Assunção CEPADIC O presente trabalho visa analisar o discurso dos professores da rede pública brasileira, diante da proposta da Educação Inclusiva e das normas legais que fundamentam essa nova prática. Essa análise será feita com base na teoria da Análise de discurso Crítica (Fairclough, 2001; 2003). A metodologia será qualitativa, utilizando-se como coleta de dados a entrevista semi-estruturada com grupo de respondentes. Esse modo de entrevista, segundo Bauer e Gaskell (2005), é aquela que se distingue de um modo mais estruturado, com perguntas rígidas e pouco espaço para o improviso, ou daquele modo etnográfico em que só há conversação continuada com o intuito de anotar a cultura de um grupo determinado. Por meio de tais ferramentas de pesquisa pretendemos verificar a aplicabilidade dos preceitos legais basilares da Educação Inclusiva, bem como a posição dos professores da rede pública, a respeito da execução dessa abordagem educacional. Pretende-se revelar a ideologia, conforme Thompson (1995), contida nos textos legais e na interpretação de tais normas, segundo a ótica dos educadores brasileiros.Os textos da Legislação Brasileira frequentemente empregam termos que trazem a idéia de incapacidade, interpretação que é reiterada no discurso dos professores. Porém, compreendemos que o indivíduo com deficiência é plenamente capaz de ocupar um lugar na sociedade, desde que sejam oferecidos os recursos necessários. Fundamentado nos pressupostos da Inclusão Educacional e por termos a consciência que a educação é o principal meio de incluir qualquer indivíduo no seio de uma sociedade, tendo em vista que a perspectiva da educação inclusiva tem por objetivo a garantia do acesso e permanência na escola de ensino regular, com os demais alunos, fazendo valer o direito básico de cidadania plena. Necessidades humanas e sua negação Carlos Alberto Ferreira Lima UnB O trabalho Necessidades humanas e sua negação é composto de quatro partes. Na introdução discutimos, en passant, diferenças relativas ao trabalho entre sociedades pré-capitalistas e capitalistas. O tópico posterior põe a questão do Estado como parte integrante e necessária para a consecução da sociabilidade humana. Ao mesmo tempo salientamos a contribuição do Estado para a negação da emancipação humana sob o domínio do capital. Em seguida discutimos a produção de mercadorias não como necessidade humana mas, sim, como necessidade do capital. Finalmente, analisa-se a produção de não-mercadorias como negação maior das necessidades humanas. 31 A identidade latino-americana: redefinições no inicio do século XXI Carlos Federico Domínguez Avila Uniceub A comunicação explora as continuidades e as mudanças da noção de identidade latino-americana no inicio do século XXI. Inicialmente se pondera sobre o próprio termo de identidade e suas aplicações no campo das ciências humanas, com destaque para os enfoques essencialistas, construtivistas e histórico-estruturalistas – sendo que este último é particularmente relevante no trabalho. Seguidamente se identificam algumas tendências fundamentais na redefinição da noção de identidade latino-americana (inclusive com as respectivas críticas). O caso brasileiro, no contexto latino-americano, é de particular relevância para o trabalho ao verificar a tensa coexistência de identidades superpostas – isto é, latino-americana, sul-americana, amazônica, atlântica, pan-americana, ocidental, lusófona, e ibero-americana. Identidades de fronteira: entre o local e o nacional Carlos Roberto da Rosa Rangel UNIFRA A região de fronteira Brasil-Uruguai caracteriza-se pela linha seca que separa os dois países, pela intensa interdependência econômica e social, em função da criação do gado, do comércio varejista e, também, pelos casamentos e vínculos familiares entre seus habitantes. Essa relação complementar frequentemente é afetada por mudanças nas regras aduaneiras e fiscais, pelas alterações do câmbio e do mercado internacional da carne. Historicamente, os fronteiriços caracterizaram-se pelo constante esforço de adequar uma identidade local com as identidades nacionais, especialmente em períodos de intenso nacionalismo como foram os anos 1930. Essa adequação ao longo do tempo passou pela progressiva diminuição da autonomia local, pelo combate sistemático ao contrabando, pela subordinação do regionalismo do Norte uruguaio e do sul-rio-grandense às políticas centralizadoras dos Estados Nacionais, pela regulamentação mais severa da dupla-cidadania no Uruguai, pela criação e apoio governamental às cidades uruguaias geminadas às cidades brasileiras, junto à linha seca, visando o equilíbrio geopolítico e, também, por uma sistemática campanha educacional para combater o dialeto português-espanhol da fronteira (o portunhol) por parte das autoridades uruguaias. 32 Os Sertões e Cidade de Deus Carolina Correia dos Santos USP No prefácio para a segunda edição de Os Sertões, Euclides da Cunha afirma que os sertanejos são tipos fadados, devido ao destino inexorável do Brasil, a desaparecer. Eles seriam engolidos pela história, pela evolução da nação, participativa de uma evolução mais geral e universal. Apesar da contundência da afirmação, Os Sertões terminam por denotar o pessimismo do autor nessa evolução, sua possível descrença nos caminhos do processo modernizador brasileiro. Cerca de cem anos depois, analisando o início de um tempo que a professora caracteriza de “mundo do indistinto”, Maria Célia Paoli afirma que os anos noventa mostraram “que a integração política e social dos habitantes da cidade enveredava por caminhos ‘cada vez mais distantes dos padrões universais de civilidade e cidadania’”, mas que, como talvez em Euclides, “ainda se apostava ‘naqueles que sempre ocuparam o lugar do arcaico, do incompleto e da falta’ e haviam se redefinido na possibilidade de ‘serem sujeitos da continuidade das promessas e dos projetos de modernidade como inclusão política’”. Postas as coincidências dos “espíritos” em tempos tão distantes, este trabalho visa comparar Os Sertões e Cidade de Deus, tendo em mente a discussão, inerente à comparação, do processo modernizador brasileiro. Quem é indiferente à palavra (en)cantada? Cleide de Oliveira Lemos Senado Federal Adriana Calcanhoto lembra, em seu livro Saga Lusa, que o cancioneiro brasileiro oferece uma música para cada sentimento humano e para toda situação possível nesta vida. Como índice privilegiado de nossos conceitos e preconceitos, a canção tem importância política inegável no processo de construção de uma identidade nacional, especialmente quando se considera a oralidade como origem e força de nossa cultura. É raro, entretanto, o interesse acadêmico pelo fenômeno, que apresenta a palavra sob uma roupagem particularmente apropriada ao contexto cultural contemporâneo, marcado pela multiplicidade dos apelos e pela hibridação das formas. Na contramão da postura alienada de desprezo à canção, preponderante na universidade, busca-se – com o presente texto – ressaltar a relevância ética e estética desse estudo, enriquecido (mas não esgotado) pelo olhar de uma crítica literária que se informa na compreensão ampliada de escritura e leitura para ver intérpretes culturais competentes em vez de analfabetos e de leitores “despreparados”. 33 Por uma ampliação dos grupos linguísticos transplantados para o brasil com o tráfico negreiro Cristiane Benjamim Santos UnB A literatura atesta, no que concerne às línguas negro-africanas transplantadas para o Brasil com o tráfico de escravos, a presença de grupos provenientes da região do que se tornou a Nigéria atual – Castro (2001, 2006), Fonseca Junior (2004), Bonvini (2008). Entretanto, há pouca investigação na especificação dos grupos étnicos e respectivas línguas que compõem esses grupos. Este trabalho, a partir de Santos (2006; 2007) e pesquisas de campo realizadas na Nigéria iniciados em 2006, enfoca o grupo linguístico denominado ibom (Udoh, 2003), composto por 19 variantes faladas por grupos étnicos situados no sudeste da Nigéria. Temos como objetivos: (i) descrever o grupo linguístico ibom; (ii) apresentar o que a literatura aponta em relação ao envolvimento desse grupo no tráfico negreiro para o Brasil; (iii) apresentar a contribuição do grupo ibom em Cuba, Suriname e Trinidad e Tobago; (iii) sugerir a inclusão das variantes do grupo ibom, além da língua ibibio, como pertencente às línguas do grupo CrossRiver (Bonvini, 2008:30) que foram transplantadas para o Brasil. Com isso, almeja-se contribuir não só com pesquisas etnolinguísticas sobre grupos africanos transplantados para o Brasil, mas também com investigações que subsidiem o que determina o § 1° do artigo 26 A da LDB: o estudo do negro na formação da sociedade nacional. Poesía femenina mapuche: nombres, temas y particularidades de su decir Cynthia González Kukulis UMCE El presente trabajo tiene como objetivo conocer los temas y particularidades del registro poético femenino. La mujer como hacedora y conectora de mundos y de temporalidades –el ayer, el presente y el futuro-; como unión entre el cielo y la tierra, como tránsito sensorial y fecundidad; matriz de su raza y protección de su pueblo. La mujer en la cultura mapuche tiene una importancia nuclear, es puerta a la naturaleza y vínculo con la magia. Ingresar a su saber es lo que invitamos a realizar a través de su creación poemática. 34 A construção de identidades femininas através de representações no filme Amores Possíveis Débora Cabral Lima Casa Thomas Jefferson As representações em filmes orientam, justificam e naturalizam as condutas sociais e por isso, elas contribuem na definição de identidades pessoais e sociais. (Jodelet, 2001). Para analisar as identidades retratadas nas representações das mulheres no filme “Amores Possíveis” utilizo também os estudos de Stuart Hall (2000,2006) nas minhas reflexões. Acredito que a identidade é construída através de discursos. Hall (2006) fala da necessidade que algumas áreas sociais têm tido de desconstruir as perspectivas identitárias. A forma de se ler o mundo mudou a partir de mudanças do pensamento no século XX com Althusser, Freud e Lacan, Saussure, Foucault e o feminismo (Hall, 2006). Como a idéia do processo identitário hoje é uma constante construção e reconstrução, a completude do mesmo é ilusória. Produções cinematográficas têm hoje um papel importante na construção dessas identidades daí a importância de colocar-se em pauta a construção das identidades femininas em filmes. Utilizarei no decorrer da pesquisa alguns trabalhos de Foucault para falar de poder uma vez que a construção de identidades femininas frágeis e submissas relaciona-se à manutenção de uma relação de poder assimétrica. Leitura: fator de inclusão social de alunos com deficiência visual Dinorá Couto Cançado Biblioteca Braille Dorina Nowill Este trabalho dá a resposta ao problema que moveu o estudo: os indivíduos com necessidades especiais de visão, quando vivenciam a experiência da leitura, vivenciam também a inclusão social? O objetivo geral foi o de analisar o desenvolvimento da leitura dos deficientes visuais, incluídos no ensino médio. Deste público-alvo, muitos cursam escolas do DF, com educação inclusiva. Foram utilizados questionários, observações, conversas e histórias de vida. Os resultados revelam que diferentes leituras, hábitos de freqüência a bibliotecas, estratégias variadas, preferências de leituras, uso de linguagens artísticas fazem parte da vida dos deficientes visuais. Pelos depoimentos de 46 pesquisados e histórias de vida, conclui-se, pela amostragem, que a leitura é um fator de inclusão social de alunos com deficiência visual. 35 UFAM: 100 anos de entraves e avanços Eduardo Cardoso Martins UnB Este trabalho tem por objetivo analisar práticas sociais da Universidade Federal do Amazonas, especialmente verificando seus dados no Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI – e relacionando-os à Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB – Assim, buscamos demonstrar entraves e avanços da Instituição no seu centenário. O texto pretende expor as grandes transformações ocorridas na última década frente às dificuldades e desafios amazônicos. Comentaremos como as mudanças nos índices do meio acadêmico também beneficiam o meio social. A seguir, refletiremos sobre três incoerências entre o discurso e a prática no tocante ao cumprimento da sua missão. Para justificar tais afirmações, evocamos pesquisas e reportagens da mídia local sobre os temas turismo, povos indígenas e currículo universitário e, assim, verificaremos o papel da UFAM no desenvolvimento sustentável de toda a região amazônica. Identidades xerentes: política de representação no espaço escolar Elaine Caldeira UnB Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso Crítica (ADC) (Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2001; 2003; Van Dijk (1997, 1999)), e dos Estudos Culturais (Hall (2005), Giddens (2002), Castells (2001), Silva (2000), Bauman (2001,2003), Bhabha (1990), entre outros; proponho neste trabalho, refletir sobre a construção de identidades xerentes em um ambiente escolar, partindo da idéia de que identidade e diferença são, em parte, atos de criação linguística. De acordo Hall (2003), estamos exposto à uma política identitária, ou melhor, de identificação, da qual lançamos mão numa tentativa constante de suprimento de uma falta de inteireza que é “preenchida” a partir de nosso exterior pela forma através da qual imaginamos ser visto pelos outros e/ ou pela forma através da qual representamos os outros. Mas essa tentativa de fechamento de uma “Identidade” é constantemente assombrada pela diferença, existem sempre significados suplementares sobre os quais não temos qualquer controle, que surgirão e subverterão nossas tentativas para criar mundos fixos e estáveis (DERRIDA, 1981). Assim as relações entre “identidade e política de representação” têm sido discutidas amplamente nos últimos tempos. Por meio da análise de relações dialéticas entre discurso e outros momentos que compõem (redes de) práticas sociais, objetiva-se, por um lado, desvelar relações que constituem práticas sociais e, por outro, analisar os processos de identificação e estratégias discursivas que sustentam a construção de determinadas “identidades” marginalizadas presentes em textos de alunos índios e não-índios. 36 A construção identitária no Letramento de adultos na empresa: uma forma de alienação ou uma questão de sobrevivência? Elda Alves Oliveira Ivo UnB O letramento apresenta-se como o tema da pesquisa proposta, ao considerar a construção da identidade social vista como um processo constante e dependente da realização discursiva. Baseado na produção textual, dos alunos dos cursos de alfabetização de jovens e adultos na empresa, são investigados os significados, a identidade construída por eles e os aspectos ideológicos desvelados no texto. A pesquisa analisa as práticas de letramento no discurso, no intuito de revelar as marcas de alienação presentes na produção textual, para verificar se constituem uma forma de legitimar a alienação ou se representam uma questão de sobrevivência dos alunos/funcionários. Os pressupostos teóricos utilizados são Street (1995, 2001), Heath (1983), Vieira (2002, 2003), Fairclough (1992a, 1992b, 2001, 2003, 2006), Woodward (1997), Hall (2005), Giddens (2002) e Thompson (2002). A metodologia é qualitativa e baseia-se na abordagem da pesquisa qualitativa em Flick (2004) e Bauer & Gaskell (2003). A pesquisa desvela a associação entre o discurso real e a prática social na empresa, e contribuirá com uma nova e mais ampla perspectiva de repensar o letramento de jovens e adultos. . La complejidad semántica de construcciones gramaticales. Enrique Huelva Unternbäumen UnB El presente trabajo se ocupa de la semántica de construcciones ditransitivas. Su objetivo central reside en demostrar que la semántica de este tipo de construcciones está compuesta por elementos pertenecientes a diferentes dominios conceptuales. Para analizar adecuadamente esta complejidad inherente a la semántica de este tipo construcciones recurrimos al concepto de las matrices de dominios, propuesto originalmente por Langacker. El análisis de diferentes tipos de construcciones nos muestra que las matrices están formadas al mismo tiempo por elementos de diversos tipos de dominios. Constatamos también que puede ser identificada una jerarquía o diferencia de prominencia entre los dominios que integran la matriz, en el sentido de que algunos de ellos son necesarios para caracterizar la matriz de un tipo de construcción dado mientras que otros no lo son. En correspondencia a esta observación, proponemos la existencia de dominios básicos y de dominios secundarios en relación a su participación en la configuración de la matriz de construcciones ditransitivas. Palabras clave: Construcciones ditransitivas; matriz de dominio; prominencia de dominios. 37 Primeiras aproximações de crianças surdas com paralisia cerebral com o mundo do letramento Esmeralda Figueira Queiroz PPGE-UnB Resumo: Apresentamos com este trabalho um recorte da experiência desenvolvida com crianças surdas no Programa de Estimulação do Desenvolvimento Global/ Educação Infantil no CAS-DF., sob os pressuposto de uma educação bilíngue e algumas reflexões advindas desta prática. O objetivo deste trabalho é analisar o impacto da inserção do texto escrito nas atividades discursivas no atendimento à crianças surdas com paralisia cerebral e verificar sua importância na compreensão de situações vivenciadas no seu cotidiano. Como método utilizou-se o registro sistemático das atividades discursivas a partir dos relatos escritos das mães sobre vivências que foram significativas para seus filhos. Foram sujeitos desta experiência quatro crianças, com surdez leve e moderada, entre seis e sete anos. Os atendimentos foram realizados duas vezes por semana, com duração de quatro horas, durante o ano letivo de 2008. Dando continuidade ao trabalho com os mesmos alunos no ano de 2009, conclui-se que as crianças que têm a participação efetiva da família em eventos de letramento, apresentam maior interesse e melhor desempenho nas atividades de representações sígnicas, as quais têm papel fundamental na ressignificação de suas próprias experiências. Palavras-chaves: surdez, paralisia cerebral, letramento, bilingüismo, família. A palavra escrita na cultura histórica Estevão de Rezende Martins UnB A cultura histórica depende fundamentalmente da ação humana e de sua memória. Diz-se vagamente que cada geração deve escrever a história de novo, pois ela a sente, vê, interpreta diferentemente de suas predecessoras. Parece ser mais pertinente dizer, contudo, que nossa visão da realidade (passada) é produto do que queremos e podemos ver, do que métodos e disposições intelectuais nos permitem ver e, afinal, do que os historiadores fazem com tudo isso e conseguem estipular como “verdade”. A cultura histórica se entremeia, pois com a cultura humanística e se exprime essencialmente pela palavra escrita. 38 Impasses da teoria literária: a questão das minorias Fabiana Carneiro da Silva USP A partir da década de 70, no Brasil, ocorre o surgimento de vários grupos, os quais, por meio da literatura, reivindicam espaço e potencialidade de ação, questionam as pretensões totalizadoras do discurso moderno e implicam a constituição de novas categorias literárias. Este trabalho refletirá sobre o modo como parte da teoria literária debruça-se sobre esses fenômenos e os correlaciona com determinados projetos políticos. Sendo assim, nos concentraremos no embate entre uma crítica comprometida com o materialismo dialético e outra com a desconstrução, tendo como objeto alguns dos ensaios de Roberto Schwarz e Silviano Santiago publicados em fins do século XX e início do século XXI. Objetivamos compreender em que medida as denúncias da arbitrariedade da constituição dos cânones, de sua estreita relação com o projeto de formação de nação, de seus vínculos com a desigualdade e exclusão social, realizadas pelo pós-estruturalismo, podem constituir uma eficaz crítica ao sistema capitalista. Ou, como tal crítica constitui apenas, como afirmam alguns dos enunciados advindos da crítica materialista, uma adesão ou cooptação ao neoliberalismo – já que as ações criadas em nome da igualdade anulariam o conflito, esvaziariam seu caráter político, ao situá-lo exclusivamente no âmbito da cultura, e teriam como efeito, além da liqüidação da reflexão dialética, o aprofundamento das desigualdades. A natureza em O Recado do Morro de João Guimarães Rosa Fábio Borges UnB Em janeiro de 1956, João Guimarães Rosa publica Corpo de Baile, coletânea de sete novelas que, a partir da terceira edição, passou de dois a três volumes. “O Recado do Morro”, do volume No Urubuquaquá, No Pinhém, é a narrativa de uma expedição geográfica pelo interior de Minas Gerais que assiste à formação de uma canção popular. Essa comunicação tem por objetivo discorrer sobre a forma literária adotada pelo autor para representar a natureza na referida novela. 39 A Poesia Pau-Brasil, de Oswald de Andrade e a Poesia Pau-Brasília, de Nicolas Behr Gabriel Rodrigues Borges UnB Este trabalho tem por objetivo analisar, numa perspectiva comparada, os poemas de Oswald de Andrade e Nicolas Behr, em sua variedade de ícones, cujo entendimento significa expor as relações subjacentes do ser humano com o contexto do real e com o mundo do imaginário que o envolve. As idéias que Oswald de Andrade trazia em seu Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de certa forma, voltavam-se para uma espécie de redescoberta dos valores brasileiros, apontando para a primeira poesia de exportação e demonstrando revoltas irreverentes contra a cultura acadêmica e a dominação cultural européia no Brasil, isto é, havia um conceito de poesia primitivista voltada para a (re)visão crítica do passado histórico-cultural brasileiro bem como para contrastes da realidade e da cultura brasileiras. Nos fins da década de 70, Nikolaus von Behr faz parte de uma geração que se inspira na cidade de Brasília para a sua composição artística, criando a “Poesília” numa utopia de “Braxília” como a não-capital, o não-poder, subtraindo o que a cidade carrega em si mesma. Ambos os autores promovem na sua obra meios de expressão capazes de traduzir uma nova realidade. Assim, Oswald e Nicolas extraem temas do cotidiano (urbano, no geral) e com uma alta capacidade de síntese, buscam uma linguagem brasileira ou candanga construída com fragmentação e/ou flashes. Identidade, populismo e batllismo no uruguai da época da comemoração do primeiro centenário da independência, 1910-1930 Gerson Galo Ledezma Meneses UFCE Depois de ter vivenciado fortes enfrentamentos partidários entre blancos e colorados, o Uruguai de começo do século XX se envereda pela construção do Estado nacional, forjando a sua primeira versão identitária, como o país modelo, a Suíça da América Latina. Nessa situação, desempenha papel importante o partido Colorado, recém reformulado pelo líder José Batlle y Ordóñez, que governará o país entre 1903-1907 e 1911-1915. Mostramos a forma como Batlle desenvolve seus projetos reformistas e até onde estes podem ser catalogados como populistas. Para isso, entendemos o populismo como uma terceira alternativa que tenta se distanciar, nessa época, do liberalismo, mas também do modelo socialista, especialmente, das propostas do recentemente criado Partido Socialista, em 1910. 40 O subfalar baiano: uma análise das isoglossas em Goiás Geruza de Souza Graebin ESPAM As pesquisas dialetológicas conduzidas por Nascentes apontaram que parte do estado de Goiás deveria pertencer ao subfalar baiano, enquanto outra ao subfalar paulista. Uma investigação dos fatores sócio-históricos que influenciaram a constituição da população goiana, em 2008, corroborou a pesquisa de Nascentes. O território referente ao subfalar baiano, no entanto, tem passado por diversas transformações desde a mudança da capital federal para o Planalto Central, em 1960. Uma nova configuração política, social e linguística tem tomado forma. Assim, embora os falantes de Formosa, cidade selecionada pelo Projeto ALiB e vizinha do Distrito Federal, realizem o abaixamento das vogais pretônicas e e o em palavras como telefone e totalmente, aproximando-se, portanto, de Salvador, os falantes do Distrito Federal preferem a variante média-fechada. As escolhas linguísticas dos brasilienses podem afetar o entorno, pela força política, econômica e cultural que a capital exerce, levando as antigas cidades goianas a sofrerem mudanças linguísticas significativas. Aquisição de Línguas de Sinais e Língua Portuguesa simultâneo. Gisélia Nunes do Nascimento Jeronilson de Oliveira Santos França UnB A língua é patrimônio cultural e um bem coletivo, partindo destes pressupostos, este trabalho se propõe a discutir a aquisição de línguas por meio da mediação da família, dos amigos, da escola e de outros agentes de comunicação sob a perspectiva bilíngüe, no aprendizado de Língua Portuguesa (LP) e de Língua Brasileira de Sinais (Libras), simultâneo. Para isso, o objeto de analise será um relatório de observação de um informante que está imerso num ambiente cujo elemento motivador de sua aquisição de línguas é permeio de falantes de LP e de Libras. A partir disso, a proposta que se tem ao longo deste estudo é verificar a capacidade de desenvolvimento da linguagem em face das relações humanas, dos agentes e das agências promotoras desta prática social. 41 Sobre sobrados, mucambos, raízes e rotas: inventando o futuro com histórias do passado Glauco Vaz Feijó CAPES No texto proponho outra releitura de Raízes do Brasil e de Sobrados e Mucambos sob a luz dos Estudo Culturais. Argumento que Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda falam, nessas obras, sobre o futuro e para isso escrevem sobre o passado. Ambos estão participando de forma decisiva no processo discursivo de invenção de nossa nacionalidade. O que faz deles decisivos nesse processo é sairem do campo discursivo até então hegemônico, o racismo científico, e ajudarem a elevar a hegemônico outro campo discursivo, que é capaz de fazer o que o discurso racista não havia conseguido: é capaz de criar uma comunidade de sentidos que permite um avanço grande na invencão do brasileiro. Esse novo lugar não é mais a biologia e esse discurso não é mais biologicista, o novo lugar é a cultura e o novo discurso é histórico. A introdução decisiva da História é que dá relevo a Freyre e a Sérgio Buarque. Citando Stuart Hall, que argumenta que processos identitários têm mais a ver com “o que nós vamos nos tornar” e “como somos representados” do que com “quem nós somos”, mais com “definição de rotas”, que com “retorno a raízes”, diria que Freyre e Sérgio Buarque estão, na década de 1930, ajudando a definir nossas rotas, mudando a direção de “como nós temos sido representados” e dando um novo sentido para “o que vamos nos tornar”, por isso digo que eles estão falando sobre o futuro. La Imagen social de la femineidad y masculinidad en el intercambio educativo entre las/los profesoras/es y las/los estudiantes de enseñanza secundaria Chilena. Graciela Raquel Ezzatti San Martin UMCE La imagen social sobre femineidad y masculinidad de los/las jóvenes estudiantes de enseñanza secundaria Chilena se relaciona directamente con las relaciones de pareja que establecen. Lamentablemente en Chile la violencia de género es una práctica comprendida como cotidiana y donde se espera que las mujeres sean sumisas a la voluntad masculina. Si se comprende cual es la imagen social que emana de la masculinidad y femineidad se podrá tener pistas certeras del origen de la violencia en las relaciones de pareja. El articulo pretende describir el análisis sobre la imagen social femenina y masculina de estudiantes de enseñanza secundaria en sus relaciones cotidianas en los establecimientos educacionales Chilenos de todos los niveles socioeconómicos. Este se realizo como parte de la investigación titulada: La mediación de los modelos de feminidad y masculinidad en la relación entre estudiantes y profesores/as durante la educación formal. Código FIBAS 11/08 42 Imaginario de un exilio político: La expulsión de la Compañía de Jesús de los dominios españoles. Guillermo Bravo UMCE La expulsión de los jesuitas durante el reinado de Carlos III fue, sin duda, uno de los acontecimientos centrales del imperio español durante el siglo XVIII. Las consecuencias que se derivaron de la decisión del monarca no sólo tuvieron repercusión en España, sino también en los Reinos de Indias y Filipinas. La orden de Carlos III mandaba que se extrañara a los regulares jesuitas y ocuparan todas las temporalidades que la Compañía poseía en sus Dominios. El rigor del mandato afectó a un gran número de regulares que residían en territorio español. Así, obligados por la letra de la ley, los jesuitas de las Provincias de España, México, Nueva Granada, Perú, Chile y Paraguay salieron al exilio. En esta ponencia se analizaran las causas de esta expulsión, que el rey declara reservadas a su real ánimo y los elementos históricos que en su conjunto conforman el imaginario de este masivo exilio. Uma visão pragmática do aglomerado de crenças de alunos sobre o ato de errar Helena da Silva Guerra Vicente UnB A presente comunicação tem por objetivo apresentar os resultados finais de uma pesquisa (VICENTE & RAMALHO, 2009) cujo objetivo geral foi o de investigar se uma professora universitária do curso de Letras e seus alunos partilhavam crenças (NESPOR, 1987; PAJARES, 1992; DUFVA, 2003; BARCELOS, 2004, entre outros) a respeito da correção de composições escritas. Como objetivo específico, buscamos caracterizar as relações entre pelo menos duas crenças desse mesmo grupo de alunos: uma crença antiga de que errar é embaraçoso e deve ser evitado a todo custo, e uma crença em construção de que a correção individualizada de tarefas escritas pode ser benéfica, por permitir-lhes refletir mais demoradamente sobre os seus próprios erros. A primeira crença é inferida a partir de pistas lingüísticas que denotam embaraço e distanciamento, presentes em certas estratégias de polidez negativa (BROWN & LEVINSON, 1987), como pedidos de desculpas e impessoalização. A segunda, por outro lado, não é facilmente inferida, mas pistas lingüísticas conflitantes presentes na fala dos alunos podem ser o indicativo de uma mudança em curso. Palavras-chave: crenças; erro; correção individualizada; polidez; pistas lingüísticas. 43 Instrumentais, Comitativos, Locativos e Dativos em LIBRAS: implicações para o ensino de português L2 Heloísa Salles Aline Camilla Mesquita Adriana Cristina Chan-Vianna UnB Investiga-se a codificação gramatical das funções semânticas instrumental, comitativo, locativo e dativo em LIBRAS e em português. Enquanto a função instrumental é realizada em português pela preposição ‘com’, LIBRAS dispõe de um verbo manual, em que o sinalizador parece estar segurando um objeto (Quadros & Karnopp, 2004). A função comitativa, realizada em português pela preposição ‘com’ ou pela locução prepositiva ‘junto de’, em LIBRAS, é realizada pelo sinal COM/ JUNTO. Assume-se que o item ‘junto’/JUNTO pertence à categoria dos advérbios, mas em sua manifestação transitiva ocorre com uma preposição gramatical – de, em português, e nula em LIBRAS (Mesquita, 2008). Os locativos e os dativos em LIBRAS são realizados por movimento na estrutura do sinal – o morfema DIRecional (Meir, 2002), enquanto em português são introduzidos por preposição. Em LIBRAS, tais verbos são chamados verbos com concordância, mas apresentam distinções: enquanto os locativos (‘verbos espaciais’) selecionam referentes espaciais (Lillo-Martin, 1991), os dativos selecionam referentes pessoais, apresentando o parâmetro da orientação da mão. Investigam-se as implicações da variação translinguística para a manifestação da interlíngua do surdo aprendiz de português L2. Un pájaro burlón: trabajo, poesía y venganza en Pedro Páramo Hermenegildo Bastos UnB Del fragmento 37 al 38 de Pedro Páramo pasamos abruptamente de un dialogo de muertos en la cueva para una narrativa “realista” en tercera persona. El fragmento 37, a pesar de su tono fantasmal, aporta verosimilitud a toda la historia narrada hasta entonces: ¿quién narra? y ¿ con quién habla? eran las preguntas que hasta entonces estaban en suspenso. El dialogo 37 es conducido por el narrador en tercera persona. Es a partir de este dialogo que el lector se entera de que la narrativa de Juan Preciado es parte del dialogo entre Preciado y Dorotea. Los dos fragmentos están unidos por el significado mítico y también político de la tierra, desde donde florece la vida y donde vamos después de la muerte, de la lluvia que cae en la tierra y hace germinar, de la ocupación, propiedad y división de la tierra, tanto por los vivos cuanto por los muertos, del trabajo, de la abundancia y de la escasez, de la pobreza material y humana, de la existencia como condenación, del ser humano como desvalido y, dentro de este universo, sobresale la historia de Dorotea, primero contada por ella misma y en seguida por el narrador, como un punto a partir del cual todo lo demás se articula. 44 En el fragmento 37, ella aparece en la dimensión fantasmal y en el 38, en la dimensión social y incluso político-ideológica: los dos sueños proféticos se encarnan en la figura de la mujer limosnera y loca que cree llevar el hijo “en su rebozo”. Algo parece haber ocurrido con ella, pero como nunca hablaba, nadie puede saber que pasó. El lector, sin embargo, ya lo sabe desde el fragmento 37, en donde se anticipa lo que le pasó a Dorotea, o sea, sus dos sueños, uno bendito y el otro maldito. Esta mujer, que no puede tener hijos, obedecerá lo que le determina el hijo de Pedro Páramo, que es también sinónimo de fecundidad. La historia de Dorotea es un punto en torno del cual se tejen los dos fragmentos, y la dimensión fantasmal de uno es el reflejo de la dimensión social y político-ideológica del otro. La mujer que va a la finca pedir un poco de comida, que enloquece por ser estéril y no poder de esta manera realizar su sueño bendito no es, siquiera, una trabajadora explotada que no tiene ninguna importancia en aquel mundo. Ella también es la narradora-testigo de la historia de La Media Luna. En una narrativa en que predominan los conflictos entre padres e hijos, un personaje cuyo único sueño (imposible de ser realizado) es el de ser madre debe de tener un significado central. Oficina: Letramento e ortografia Idalena Oliveira Chaves Centro Universitário de Belo Horizonte Esta oficina tem como objetivo fornecer aos alfabetizadores e/ou professores das séries iniciais do ensino fundamental suporte teórico e metodológico para o trabalho com a apropriação do sistema de escrita do português. Pretendese promover discussões e apresentar sugestões de atividades relacionados à aquisição e desenvolvimento da ortografia padrão da língua, envolvendo práticas de leitura e escrita. Conteúdo: A base alfabética A compreensão das regras que organizam o sistema da escrita O funcionamento dos mecanismos de codificação e decodificação A decifração do sistema de escrita O ensino de regras ortográficas: as regularidades e as irregularidades da ortografia A intervenção do alfabetizador 45 O erotismo na obra de Cora Coralina Iêda Vilas-Bôas UnB O erotismo na obra de Cora Coralina pode ser encarado como uma tentativa consciente e amorosa de ressaltar os instintos e desejos do ser humano. Os versos analisados são repletos de imagens fálicas e com forte apelo sexual, e se apresentam sem cerimônia ou parcimônia. Por essas imagens nos aprofundamos no espaço da união perfeita do carnal com o espiritual. Cora Coralina traz, em linguagem poética, a cotidianidade do sertão e revela, desvela e nivela que a temática erótica está em toda e qualquer situação. A poeta consegue, a um só tempo, mostrar que erotismo, simplicidade e natureza se coadunam e se completam na essência do viver. Em direção a uma explicação sobre a alternância passiva com verbos transitivos indiretos José Ricardo Pereira dos Santos Rozana Reigota Naves UnB O objeto de estudo deste trabalho é o fenômeno da alternância passiva, que ocorre com um grupo de verbos transitivos indiretos (VTI) no português, conforme os dados em (1). Sabe-se que as passivas com VTI contrariam das gramáticas normativas, as quais afirmam que somente verbos transitivos diretos podem ser apassivados. De fato, grande parte dos VTI do português não admite a alternância passiva, conforme dados em (2). O contraste de gramaticalidade entre (1) e (2) mostra haver restrições de natureza sintática para a ocorrência da passiva com VTI. Tomando como ponto de partida esses fatos e a perspectiva teórica apresentada em Levin (1993), pretendemos desenvolver a hipótese de que os VTI que admitem a alternância passiva têm sua origem no duplo acusativo latino, fato que também estaria relacionado, diacronicamente, à perda da preposição que acompanha o DP complemento desses verbos (conforme os dados em (1)). Este trabalho busca, portanto, compreender, do ponto de vista de uma Gramática Universal, as propriedades abstratas (traços) que licenciam a alternância passiva com VTI. (1) a. Muitas pessoas assistiram (a)o jogo. / O jogo foi assistido por muitas pessoas. b.Todos têm que obedecer (à)a lei seca. / A lei seca tem que ser obedecida por todos. (2) a. Joaquim gosta de política. / *Política é gostada por Joaquim. b. Maria falou ontem com o diretor. / *O diretor foi falado ontem por Maria. Palavras-chave: gramática universal; alternância passiva; transitividade verbal; caso abstrato, preposição funcional 46 Confissões femininas na literatura: discurso solitário? Um olhar sobre Vaca Sagrada de Diamela Eltit e o monólogo de Molly Bloom de James Joyce Juliana de Jesus Amorim Pádua UnB Em História da sexualidade, Michel Foucault apresenta a faceta dual e por vezes dialética da confissão, uma vez que o sujeito que fala coincide com o sujeito do enunciado. Além disso, o ato tem como alvo um interlocutor, mesmo que seja virtual, que tem o poder de julgar, avaliar e, às vezes, até de interferir no que se pronuncia. Na literatura contemporânea, o eu-narrativo feminino assume a tarefa de (re) elaborar os silêncios e as lacunas criados durante séculos por discursos falocêntricos, pretensamente legítimos. O que acontece quando esse “logos” é dado às mulheres ou a uma voz feminina? Nas distâncias temporal e espacial entre a obra Vaca Sagrada, da autora chilena Diamela Eltit, e o monólogo de Molly Bloom, de James Joyce, a narrativa confessional de duas personagens assume multiplicidade de sentidos e versões diferentes para o signo sexual que ainda hoje se dicotomizam em duas formas que parecem indissolúveis: o masculino e o feminino. Dulcinéia del Toboso: Decantada pelo poder da violência simbólica Karla Calasans de Mello Unb Ao revisitar a obra O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha, na tentativa de dialogá-la com este tempo, o elemento que causa extrema curiosidade e questionamentos, em decorrência de um silenciamento, é Dulcinéia del Toboso. Por que uma personagem, extremamente importante para a trajetória de D. Quixote, apresenta-se como um feminino invisível tão presente enquanto objeto falado nas declarações e percursos de D. Quixote; mas ausente enquanto sujeito falante? Investigar o silêncio de Dulcinéia, será talvez, investigar os corredores silenciosos de todos aqueles que ao longo de toda a história da humanidade tiveram suas vidas construídas por outros, com ou sem escolha? Ou, quem sabe, o silêncio de Dulcinéia, seja, sobretudo, um símbolo da plenitude da alma de D. Quixote? O que fala este silêncio? Silenciar Dulcinéia é silenciar mulheres, que na tentativa de ocuparem seus espaços na sociedade, foram domesticadas, violentadas, presas, queimadas, rotuladas, menosprezadas, dominadas? O objetivo, portanto, é analisar Dulcinéia como símbolo de um feminino decantado pelo poder de uma violência simbólica. E para desenvolver esse pensamento, dois teóricos serão ferramentas indispensáveis: Foucault, com as obras A ordem do discurso e Vigiar e punir, para discutir a constituição desse corpo feminino por intermédio de um discurso dominador, que domestica, disciplina e adestra. 47 Um discurso em que o indivíduo é sem dúvida o átomo fictício de uma representação ideológica da sociedade; mas é também uma realidade fabricada por essa tecnologia específica de poder que se chama a disciplina (FOUCAULT:1986,172). E Andrea Nye, com o capítulo Uma linguagem da mulher, da obra Teoria feminista e as filosofias dos homens, para reconhecer o sexismo situado no campo da linguagem e desenvolver o pensamento de que ser alguém é encontrar o próprio lugar num sistema de signos; é ter um valor, e identidades possíveis só são constituídas no seio de uma rede de relacionamentos que são linguisticamente definidos. (NYE:1939,p.214). Unidad lingüística panhispánica en la diversidad cultural: la perspectiva academicista. Liliana Belmar Bizama UMCE ¿Es posible lograr mantener la unidad lingüística panhispánica a pesar de la diversidad cultural y los cambios que el idioma está presentando en las diferentas comunidades que lo hablan? ¿Cómo contribuyen la RAE y las diversas Academias de la lengua española a mostrar estos cambios sin dejar de velar por preservar esta unidad? Si aun en la denominación de nuestra lengua materna no hay total consenso entre españoles y americanos, ¿será posible que la proyección de las Academias de la lengua y sus diversas obras logren la unidad en la diversidad? A Identidade de Gênero Gótica em A Sauna de Lygia Fagundes Telles Lorena Sales dos Santos UnB No conto A Sauna de Lygia Fagundes Telles, um pintor de meia-idade, tendo alcançado certa consagração, narra em retrospecto sua trajetória de vida que o levou à posição profissional em que se encontra e a forma com que, durante essa trajetória, usou as mulheres que passaram em seu caminho como instrumentos que lhe permitissem ascensão ou como objetos que lhe proporcionassem diversão ou escape. Valendo-se da Teoria Polissistêmica de Itamar Even-Zohar e dos estudos de gênero na Literatura Gótica realizados por Julian E. Fleenor, entre outros, o presente artigo tenciona explorar a visão da mulher brasileira contemporânea pelos olhos do Narrador/Personagem, apresentando as aproximações e distanciamentos dessas personagens com as heroínas dos romances góticos, além de observar o papel do masculino em relação a essas mulheres sob essa mesma ótica. 48 Fronteiras e pertencimento: a idéia de nação em O tempo e o vento, A ferro e fogo e Os senhores dos séculos Lúcia Helena Marques Ribeiro UnB Nascer na fronteira foi provavelmente a razão de prestar tanto a atenção nela. Este trabalho pretende discutir a questão da noção de fronteira e pertencimento assim como o sentido de nação e o seu significado construído a partir de heranças culturais em três narrativas épicas que contribuíram para a construção da idéia de nação ou de localidade, no entendimento de Homi Bhabha: “Essa localidade está mais em torno da temporalidade do que sobre a historicidade: uma forma de vida que é mais complexa que “comunidade”, mais simbólica que sociedade, mais conotativa que país [...] mais mitológica que a ideologia, menos homogênea que a hegemonia[...] mais coletiva que o sujeito, mais psíquica do que a civilidade, mais híbrida na articulação de diferenças culturais...” (BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007, p.199). Érico Veríssimo, Josué Guimarães e Luiz Antonio de Assis Brasil apresentam respectivamente em O tempo e o vento, A ferro e fogo e Os senhores do século a narrativa do mito fundacional de um tempo e de um lugar, sem povo nem fronteiras definidas por séculos, chamados de campos neutrais, nem espanhol nem português e que se estabeleceu como a fronteira mais meridional do Brasil. A condição de estrangeiro: a identidade latino-americana na Europa Lucie Josephe de Lannoy UnB Desde os tempos coloniais, a questão da identidade latino-americana tenta se afirmar como uma resposta à necessidade de delinear uma trajetória e discursos próprios. Para Stuart Hall, em A identidade cultural na pós-modernidade (2003), as culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre a nação, acabam construindo as identidades, já que podemos nos identificar com esses sentidos. Tais sentidos estão contidos nos textos em que se escreve sobre a nação, ligando seu presente com seu passado e construindo imagens sobre ela. Os desafios da globalização remetem ao fato de se constituir, numa dimensão ainda maior, a identidade plural da América Latina, na qual se imbricam muitas raízes e culturas. A isso se alia o caráter transitório das identificações dos sujeitos, segundo propõe Hall ao reconhecer “a multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis”. Se, por um lado, isto corrobora a marginalização da questão identitária, a análise dos poemas títulos, de César Vallejo – poeta peruano, falecido em Paris em 1938 – nos mostra, por outro lado, como a literatura se enriquece dessa realidade e ao mesmo tempo devolve à sociedade a sua força de identidade. A análise desses poemas aborda a condição de estrangeiro e a sua relação com uma expressão de identidade latino-americana. 49 Visões de América em 1835: Abreu e Lima e sua perspectiva comparada Luís Cláudio Rocha Henriques de Moura UnB O objetivo deste artigo é analisar, sob a luz da História Cultural, algunas das ideáis de “América” que o brasileiro José Inácio de Abreu e Lima (1796 – 1869) apresentou em sua obra Bosquejo histórico político e litterario do império do Brasil (1835). Este raro trabalho, pouco conhecido por historiadores brasileiros e hispano-americanos, é de grande riqueza para a compreensão do ambiente intelectual de meados do século XIX na América Ibérica. Nesta obra, analisando comparativamente a construção histórica e intelectual de países como Brasil, Colombia, Chile, México e Estados Unidos, Abreu e Lima produziu um texto original e representativo quanto às idéias que as elites latino-americanas compreendiam sobre as “américas” e suas nações. Abreu e Lima possui uma interesante trajetória política e intelectual. O pernanbucano participou das lutas de independencia da Grã-Colômbia entre 1819 e 1831, chegando ao cargo de General. Após a morte de Bolívar, deixou a região em direção aos Estados Unidos e Europa, onde passou um breve período. De volta ao Brasil no mesmo ano, estabeleceu-se na corte fluminense, contribuindo com a nascente historiográfica nacional e como jornalista. O bosquejo histórico foi a sua primeira produção literária após haver retornado ao seu país natal. Identidades latino-americanas: Uma proposta de curso de história Luis Fernando Prado UEG O Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Goiás ofereceu, em 2008, a disciplina Identidades: Percursos Metodológicos e Historiografia, de autoria das docentes Libertad Borges Bittencourt e Fabiana de Souza Fredrigo, com pretensões de avaliar as possibilidades do ensino e da produção científica no campo das identidades, destacando como objeto de estudo a América Latina. Como aluno daquele programa, almejo o doutoramento com a dissertação – História da História da América no Ensino Superior – e, para tanto, elegi como fontes prioritárias os textos oficiais programáticos do ensino superior. Assim, proponho, neste texto, como um exercício preliminar, examinar o referido programa (ementa, objetivos, proposta programática, bibliografia) no que diz respeito ao tratamento dado ao papel das IDENTIDADES nos estudos históricos. Pretendo, ainda, analisar questões postas pelo documento, entre elas: a incorporação das identidades pela história visando à ampliação de seu universo de investigação científica; o tratamento teórico-metodológico específico e a sua relevância para a compreensão do processo histórico latino-americano. 50 El rol de la educación en la construcción y afianzamiento de la identidad latinoamericana Luis Rubilar Solis UMCE Los Libertadores y emancipadores culturales, entre ellos, Simón Bolívar, Andrés Bello, Simón Rodríguez, José Martí y Gabriela Mistral, asimilaron y cultivaron un imaginario educativo autonomista y digno para Nuestra América. Su implementación ha obtenido logros parciales como la fundación de la Universidad de Brasilia (1962, Darcy Ribeiro) y el Convenio Andrés Bello (1970). Sin embargo, salvo los modelos de educación martiana (Cuba) y bolivariana (Venezuela), en el resto de los países tal proyecto endógeno ha sido minimizado por los embates del neoliberalismo y la globalización, como viene sucediendo en Chile. Frente a esta crítica situación enajenante y a los sesgados modos didácticos de entregar en la escuela la Historia regional, proponemos un repertorio temático que tiene como referente a la América Latina y sus iconos, lugares, costumbres, grupos y personajes más representativos, para nutrir mallas curriculares impregnadas de motivación identitaria Latinoamérica. O papel da Mídia na construção social do escândalo político. Luiza Hiroko Yamada Kuwae UnB O trabalho O papel da Mídia na construção social do escândalo político investigou a forma como os escândalos políticos são construídos pela mídia brasileira e quais as formas simbólicas envolvidas nas notícias de escândalo político. Com base na Análise de Discurso Crítica em um enfoque transdisciplinar, a investigação centrou-se em como os atores sociais são representados, ou seja, a sua identidade.. A pesquisa teve como pressupostos teóricos principais a Teoria Social do Discurso (Chouliaraki e Fairclough, 1999; Fairclough, 1995, 1999, 2001, 2003); a Teoria Social da Mídia e a Teoria Social do Escândalo Político, ambas de Thompson (1998, 2002). As categorias analíticas utilizadas foram as van Leeuwen (1996, 1997) e as Fairclough (1995, 2001, 2002), para a análise da representação social dos atores social, em uma pesquisa qualitativa. Pela análise dos textos, conclui-se que as escolhas lexicais em notícias de escândalos políticos se envolvem em lutas de poder político e em lutas socioculturais, com o significado midiático a serviço do controle ideológico, com a contribuição em refletir o importante papel dos meios de comunicação de massa na formação de juízos de valor e, daí, na gestão da opinião política pública. 51 Identidade e língua nacional: a gramática de Andrés Bello no Chile do século XIX Luizete Guimarães Barros UFSC “Las naciones latinoamericanas fueron creadas después de la independencia y no antes.” Essas palabras de Octavio Paz são objeto de averiguação neste estudo que lê a Gramática de la lengua castellana destinada al uso de los americanos (1847), de Andrés Bello, como uma das primeiras gramáticas do castelhano produzidas em solo americano, porque nela se especifica a vontade de dar voz ao continente americano. “Haced estudios principiando por los de la lengua nacional” é um dos preceitos de Bello, estipulado no discurso de inauguração da universidade. A língua como metáfora da nação é idéia de Silvana Serrani, que seguindo a linha de discurso fundador de Eni Orlandi, estuda a constituição da identidade argentina vias as marcas discursivas do século XX. Nós seguimos estas bases, assim como a ótica de Julio Ramos para ver a gramática de Andrés Bello como elemento de disposição sobre um saber-dizer castelhano, relevante para a constituição da identidade linguística hispano-americana, na época da independência das nações hispano-americanas, no século XIX. Palavras chaves: gramática; língua espanhola; independência política; identidade cultura nação O discurso das avaliações de larga escala e os sujeitos das políticas de acesso à educação superior Mara Lúcia Castilho UnB O estudo de Shiroma, Campos e Garcia (2005) incluiu a análise dos relatórios do Banco Mundial do ano de 2000, e mostrou que o discurso, no inicio da década de 1990 tinha viés economicista, e as palavras mais utilizadas eram, por exemplo, qualidade, produtividade, eficiência e eficácia. No final da década, passou a ser mais humanista, cuja ênfase está voltada para justiça, equidade, coesão social, inclusão, oportunidade e segurança. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) é instrumento de avaliação de larga escala utilizado pelo Governo para inserção dos estudantes na educação superior por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). Este trabalho tem como finalidade, fundamentado na concepção de sujeito das teorias da Análise do Discurso (AD) e da Análise do Discurso Crítica (ADC), analisar os discursos de uma das avaliações de larga escala utilizadas pelo Poder Público, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e do Programa Universidade para Todos (ProUni) a fim de buscar elementos que possam indicar como os sujeitos são caracterizados e a quem se destinam as avaliações de larga escala e as políticas de acesso à educação superior, e verificar se o discurso das políticas dos organismos internacionais para a educação mundial, identificado nos trabalhos realizados por Shiroma (2001) e Shiroma, Campos e Garcia (2005), estão presentes nos discursos do ENEM e do ProUni. 52 Glauber rocha pós-dramático? Marcus Mota UnB Se estivesse vivo, Glauber Rocha estaria completando 70 anos. Nesta comunicação, pretendo discutir um aspecto pouco estudado em suas obras: o da teatralidade como horizonte para as experimentações glauberianas. No Brasil, bem antes da polêmica em torno do pós-dramático, tivemos um artista multimídia e agitador cultural que investiu seu percurso criativo em uma ‘dramaturgia do futuro’, uma dramaturgia interartística, multisensorial e crítica – Glauber Rocha (1939-1981). Seja em seus artigos, seja em suas obras, Glauber Rocha explicitava a busca de se organizar heterogeneamente uma expressão materialmente plural. De Barravento a Idade da terra, assistimos ao investimento do autor em uma atividade anti-mimética cada vez mais radical, com a negação das molduras de uma cena absoluta, nos termos de P.Szondi. Ou seja, o projeto anti-mimético de Glauber se fundamenta na recusa de uma teatralidade convencional, do mundo fechado no palco, alheio à irrupção das mais variados e simultâneas sensações e referências. Poemas de Recordação e outros movimentos: uma leitura da arte de poetar de Conceição Evaristo Margareth Villalba UnB A poesia tem um universo muito rico e encanta a todos que aprendem a cultivála. Esta comunicação, que leva em conta os estudos da Estética da Recepção, pretende analisar alguns poemas de Conceição Evaristo provenientes de sua obra Poemas da recordação e outros movimentos. Pretende destacar, ainda, a importância da poesia como processo de participação da mulher na literatura e na cultura social. Condições de produção e condições de produtividade em O Coronel e o Lobisomem Margarida Basilio Davi Oliveira do Nascimento PUC - RIO Este trabalho constitui-se num estudo morfológico sobre a questão produtividade / produção de padrões lexicais em textos literários, com o objetivo de sustentar a hipótese de que tais obras apresentam condições de produção especiais em relação a determinados padrões morfológicos de formação. A base da investigação é a obra “O Coronel e o Lobisomem”, de José Candido de Carvalho, já conhecida por seu teor de inovação lexical.. 53 São eleitas para análise as sufixações com –ão e –oso e a prefixação com des-, formações morfológicas que se constituem em potenciais processos de inovação lexical. Sugere-se que a utilização de tais padrões na obra não é fortuita, já que parecem representar iconicamente o discurso hiperbólico do personagem principal. De início, apresenta-se uma visão geral da morfologia lexical, quanto a seu tratamento tradicional e em relação a contribuições mais recentes, focalizando-se especialmente a questão produtividade/produção. Procede-se depois à apreciação do tratamento dado pelos estudiosos do português sobre os formativos com –ão, -oso e des-. Em seguida, são analisadas as formações encontradas na obra “O Coronel e o Lobisomem”. Finalmente, são apresentadas as conclusões sobre o uso que o autor faz dos padrões de formação em sua obra, os quais refletem o discurso do personagem principal, com vistas a afirmar a relevância da análise das condições de produção, ao lado da questão da produtividade, para um melhor conhecimento do léxico do português. Palavras-chave: Morfologia; léxico; formação de palavras; produtividade/ produção; inovações lexicais Los rumbos de la nueva geopoética desde Caribe Maria Angela Cappucci UnB Una nueva geopoética y nuevas dimensiones del espacio/tiempo estan presentes en las narrativas contemporáneas literarias del Caribe desde la década de 1970 y los historiadores no lo puden desconocerlas. Cuando propone que el escrito se vuelva hasta la lenguaje oral y se busquem literaturas y historias o historias multiples, en lugar de la Literatura y de la Historia con “L” y “H” mayúsculos – igual las que fueran delimitadas por las potencias imperiales desde el siglo XVI, bajo el código renascentista, el filósofo Edouard Glissant, de la Martinica, visualiza la diferencia cultural de las populaciones caribeñas en el contexto mundial de la actualidad. En la Criolización del mondo desde Caribe seria posible construir una poetica de la relación basada en el respecto al diverso a pesar de las diásporas. Su contemporáneo del Caribe anglófono, el escritor y pintor Derek Walcott, cree en una sociedad basada en el arte en medio al caos multicultural del hibridez local reinventando imagenes y paisajes poéticas y pictóricas en busca de un nuevo estado-nación. Es posible sentir los ecos de un cierto neobarroquismo lezamiano de la contraconquista, en eses intentos, entre otros autores latinoamericanos, pero tanbién umn señal de que el colonialismo tiene nuevas formas en los tiempos modernos y que las pesquisas literaria y historica tienen nuevas perspectivas de analisis. . 54 O tempo e o vento – uma leitura da memória Maria Aracy Bonfim UFMA Análise do movimento da memória na obra O tempo e o vento, de Erico Verissimo a partir da contraposição de tempo cronológico e delineamento de personagens e símbolos que representam e armam a trama, firmando assim uma identidade. O efeito da língua materna na aquisição de línguas próximas Maria Carolina Calvo Capilla UnB No começo os aprendizes brasileiros de Espanhol como língua estrangeira (ELE) avançam de uma maneira rápida e fácil. Isto é devido fundamentalmente ao alto nível de compreensão que permite a transparência léxica. Nesta etapa a proximidade das duas línguas, Português e Espanhol, aparece como uma vantagem. Já em níveis intermédios e avançados, entram num plateau ou período de estancamento, no qual se produz um alto grau de fossilização na interlíngua, com um número elevado de interferências sem resolver. A proximidade entre as duas línguas começa então a aparecer como uma desvantagem que parece aumentar as interferências da língua materna. O objetivo deste trabalho é analisar o efeito da língua materna na aquisição de línguas próximas. As interferências e a fossilização aparecem como problemas centrais, com mais peso do que outros fenômenos intralingüísticos como a supergeneralização ou a aplicação incompleta de padrões da LE. Isto seria favorecido pela grande proximidade, a qual permite transferir elementos da LM para a LE sem que eles “discordem” em excesso. Na análise dos erros de composições escritas de aprendizes brasileiros de ELE se aplica a classificação etiológica de Brown que distingue dois tipos de fenômenos como causa dos erros: os intralingüísticos e os interlingüísticos ou interferências da LM. Palavras chave: influência da LM, interferência, fossilização, línguas próximas, fenômenos interlingüísticos. . 55 Las tribus urbanas en Santiago de Chile María Georgina Maturana Piña UMCE El presente trabajo de investigación, pretende mostrar una parte de la realidad actual sobre la juventud de nuestra sociedad, es decir, dar a conocer las siguientes tribus urbanas:……… , para luego entender el fenómeno sociocultural que éstas implican, ya que la mayoría de ellas adoptan una actitud de rebeldía, de rechazo, de indiferencia y de escasa participación dentro del sistema. En los últimos años, los jóvenes chilenos han sido catalogados como personas irresponsables, algo abúlicos, sin inquietudes, con tendencia a la violencia y delincuencia, lo que les ha provocado un alejamiento de la sociedad y un sentimiento de incomprensión frente al medio, el que, a su vez y según ellos, se ha vuelto hostil. De ahí la necesidad de buscar refugio y comprensión dentro de sus pares, dando surgimiento a las tribus urbanas. Los jóvenes buscan sentirse identificadosconalgoyconalguien;necesitanelcontactohumanoyquémejor para ellos que sus pares. La mayoría de estos grupos no cuentan ni con los medios, ni con los espacios para expresarse y relacionarse entre sí; sus lugares de encuentro son plazas, calles céntricas (principalmente de noche), salidas de supermercados, botillerías, salidas del metro, estaciones de transporte público y estadios. A Operação Condor. Lugar de fala e enquadramento na narrativa jornalística da História. Maria Jandyra Cavalcanti Cunha UnB Este trabalho analisa a contribuição da narrativa jornalística, como peça de literatura testemunhal, para o registro da história do Cone Sul dos anos 1970-80 sobumoutropontodevistaquenãoodaversãooficial(contra-história)tendo no narrador-jornalista a testemunha dos fatos (testis). O corpus do trabalho foi retirado do livro-reportagem Operação Condor. O sequestro dos uruguaios. Uma reportagem dos tempos da ditadura, de Luiz Cláudio Cunha (L&PM, 2009). . 56 A Formação de Leitores na Escola: o enfoque da leitura literária no Projeto Político - Pedagógico Maria Marismene Gonzaga MEC Esse estudo nasceu da observação, no cotidiano escolar, da preocupação dos educadores com a falta de interesse do aluno pela leitura – inquietação presente no discurso docente, sem, nem sempre, haver uma discussão aprofundada sobre o assunto. Como a escola pode formar leitores e como esse trabalho pode ser desenvolvido pelo coletivo da escola, em seu currículo, de forma que não sujeito a crenças individuais e projetos temporais. O artigo trata sobre a leitura literária no Projeto Político-Pedagógico de escolas públicas de ensino fundamental, visto a importância dessa leitura para a formação e democratização do leitor/cidadão. A pesquisa sobre a Libras no Brasil. Milton Shintaku Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia De acordo com Ferreira Brito (1993) a Língua de brasileira de sinais – Libras possui características de uma língua plena, portanto, objeto de estudo da lingüística. Entretanto, a Libras, em seu contexto mais abrangente, é alvo de pesquisas em outras disciplinas, envolvendo estudiosos de vários níveis de formação e disciplinas. Nesse contexto, os grupos cadastrados no Diretório de Pesquisa do CNPq permitem levantar informações relevantes sobre a pesquisa institucionalizada sobre a Libras no Brasil. Revelam-se, não apenas as disciplinas envolvidas nas pesquisas, mas, também, as Instituições de Ensino Superior e o foco adotado por esses grupos de pesquisas. Assim, permitindo obter informações relevantes sobre a abrangência dos estudos sobre a Libras, tanto no plano conceitual quanto no plano histórico-geográfico. Palavras-chave: pesquisa sobre a Libras. Grupos de pesquisa. Libras. Pesquisadores sobre a Libras. Pesquisa no Brasil. Estudos acadêmicos. . 57 Antología poética musical de la obra de Ermelinda Díaz (Creación musical para material didáctico multimedia) Olga María Díaz UMCE Los grandes referentes del proyecto (1) que presentamos, están directamente relacionados con la musicalización de una selección de textos de la poetisa Chilena Ermelinda Díaz. Sin duda, lo esencial es ir al encuentro de una Obra poética y musical, poniendo en práctica una pedagogía de la comunicación que, con los medios actuales (multimedia) permita desarrollar procesos de enseñanza aprendizaje tanto en lengua materna como en español lengua extranjera, partiendo de una consolidación del ejercicio del lenguaje y la expresión. Sin embargo, tal perspectiva se asocia en realidad a otro tipo de objetivo que busca llegar significativamente a una acción al servicio del desarrollo humano, para implementar en la educación valores propios de toda cultura de paz. Siendo así, tanto la tradición nacional como la identidad latinoamericana, nos interpelan aquí a través de la escritura y de la música, para que, escuchando la voz de los demás, y haciendo propicio un diálogo que nos invite a ser voceros del quehacer humano, podamos pasar de lo local a valores más universales. Feminino negro em Leite do Peito, de Geni Guimarães Omar da Silva Lima Instituto de Ensino Superior do Centro Oeste A obra autobiográfica Leite do Peito (2001) é composta por 11 contos narrados em 1ª pessoa, com exceção do conto 9, “Coisas de Deus”, narrado em 3ª pessoa. Eles relatam de forma linear a história da menina negra Geni, a penúltima de uma família de 12. Nesta obra, a escritora negra Geni Guimarães imprime uma visão otimista com relação ao negro e sua formação identitária no Brasil. O crescimento da personagem Geni dentro da história (de menina pobre a professora) foge do estereótipo do destino da maioria das mulheres negras tanto do mundo ficcional da Literatura Brasileira quanto do mundo real no Brasil, pois, ao exercer uma função antes reservada a uma mulher branca, semeia uma mensagem positiva contra a interdição da maior parte da população negra ao espaço público. Portanto, vejo na escalada da protagonista negra, apesar dos percalços sofridos por ela no decorrer dos contos, um estímulo ao leitor, principalmente afro-brasileiro, porque a profissionalização de Geni em um ramo nobre, embora desprestigiado atualmente, pode despertar nele a vontade de vencer e conquistar, apesar de sua condição sócio-econômica, um bom lugar no mundo considerado dos brancos pelos próprios méritos. Pelo viés da evolução social do negro é que proponho a minha abordagem no artigo. 58 La literatura como acción política en la cultura griega clásica Orlando J. Vidal L. UMCE La ponencia constata, sobre la base del texto de Hannah Arendt: La Condición Humana; la idea política dentro del mundo griego clásico como aspecto esencial y fundante de toda organización democrática. Visión que no sólo se evidencia en la prosa filosófica, si no que, también, en la literatura épica y en el drama, en particular, con extrema fuerza, en la tragedia ática antigua. De la misma manera, los personajes protagónicos de las tragedias; como individuos representativos del pueblo griego; encarnan esa visión y lo demuestran en la pugna por espacios de libertad pública en los cuales se puedan hacer presente de igual a igual frente a los otros, con libertad, sin violencia y a través del discurso. Así, el discurso literario se concibe como una actividad política fundamental en la estructuración y organización de las polis griegas. Por um Dicionário Escolar Semibilíngue de Português para usuários de Libras Orlene Lúcia de Saboia Carvalho UnB Margot Latt Marinho SEEDF No processo de aprendizagem formal de português como segunda língua, o dicionário exerce função fundamental para alunos surdos, uma vez que lhes permite consultas pontuais em momentos diversos, sobretudo quando se encontram fora do contexto de sala de aula, sem um mediador de conteúdo, ou seja, um(a) intérprete de Libras. No mercado editorial, já existem algumas obras de referência bilíngues ou semibilígues com o par de línguas português e Libras, mas elas ainda não contemplam as situações específicas de aprendizagem, o que, a nosso ver, dificulta o acesso à informação. Assim, acreditamos que um repertório lexicográfico a ser utilizado por alunos surdos deve seguir dois critérios básicos: a faixa etária e o nível de proficiência em português. O cruzamento desses dois fatores terá consequências tanto na seleção lexical quanto na organização e redação da microestrutura A nosso ver, o tipo de dicionário mais adequado ao contexto escolar é o semibilíngue na direção L2 -> L1, cuja microestrutura inclui a definição em L2 e a(s) respectiva(s) equivalência(s) em L1, direcionadas às necessidades do usuário da L1, a saber, a Libras. A palavraentrada determina e direciona a distribuição das informações. 59 OGI’s: esquemas de operaciones mentales interactivos como estrategias de enseñanza-aprendizaje Patricia López Börgel UMCE El Ministerio de Educación de Chile ha establecido que los futuros profesores, en su formación inicial docente, adquieran competencias TIC’s, que puedan aplicar luego en el aula para facilitar el proceso de aprendizaje de sus educandos. Para cumplir con estos requerimientos y los que exige el mundo actual, en el que el paradigma educativo debe ir acorde a los cambios que experimenta la sociedad del conocimiento y de la tecnología, esta ponencia presenta 10 esquemas de operaciones mentales interactivos como estrategias de aprendizaje, denominados Organizadores Gráficos Interactivos (OGI’s) presentados en un soft ware. Estos esquemas de operaciones mentales interactivos pretenden desarrollar habilidades cognitivas de procesamiento de información por parte de los estudiantes, de modo que, través de la interactividad discente-conocimiento-tecnología, se provoque el aprendizaje significativo. Por otro lado, estos OGI’s ofrecen al profesor la oportunidad de aplicarlos, también, como estrategia de enseñanza en la presentación y trabajo de nuevos contenidos. Aprender lenguas extranjeras y construir identidad latinoamericana en el siglo XXI Patricia Rojas Vera UMCE Definir en qué consiste la identidad latinoamericana es para muchos un reto, un desafío problemático. Siguiendo el análisis de Gissi, la tarea no parece fácil pero sí posible implicando dimensiones tales como origen, evolución y proyecto. Si bien esas tres categorías se entrecruzan y complementan, en este trabajo nos centraremos en la última, es decir en el proyecto. Desde otra perspectiva, es importante explicitar el significado que hoy tiene el aprendizaje de lenguas extranjeras en el espacio latinoamericano. Hoy más que nunca es necesario tomar conciencia de que aprender diversos idiomas extranjeros implica entrar en contacto y transitar hacia otras culturas y visiones de mundo expresadas en los códigos, textos literarios –entre otros- de esas otras lenguas. Ya es un hecho que la literatura es entendida como logos , lenguaje, gesto del cuerpo cultural y no expresión de una cultura exterior a ella (Rogues y Corbin, 2007: 30). Sin embargo, ser capaz de comunicarse en idioma extranjero hoy en día constituye una llave para insertarse en el mundo académico, científico, económico multilingüe que actúa como una red y que trasciende a las fronteras territoriales. Concretamente, los programas de movilidad estudiantil relacionados con la formación continua, estudios de prosgrado y proyectos de investigación son los que dan vida a escenarios privilegiados de interculturalidad que, necesariamente, favorecerán visiones renovadas de identidad para los estudiantes y profesionales de América Latina. 60 Distopia amazônica em À Margem da História de Euclides da Cunha Paula Silva Fábio Borges UnB Em 1904 Euclides da Cunha viaja para o norte do Brasil com o objetivo de acompanhar o mapeamento da nascente do rio Purus, na hiléia amazônica, cuja experiência é relatada em À Margem da História, momento em que, segundo o escritor, começa o processo de ocupação humana do bioma. Este artigo busca analisar o processo de formação da cidade em meio à floresta como uma experiência de distopia. A idéia de utopia segue a esteira da concepção preconizada pelo socialismo utópico do século XIX, marcada pela crença no progresso científico, no determinismo e na dominação da natureza como a possibilidade de solução dos problemas humanos. Um estudo comparativo entre o texto euclidiano e os ideais utópicos do século XIX nos leva a perceber uma distopia, ou seja, uma diluição da utopia. No texto de Euclides é visível a dissolução da crença no progresso, o pessimismo em relação ao futuro do país e a certeza de que com a esperada República simbolicamente ocorreu um retrocesso social. Peronismo, nacionalismo e política cultural na província de entre ríos, Argentina: as revistas Tellus e Substancia (1948-1952) Paulo Renato da Silva UFT Segundo Michel de Certeau, o objetivo de uma política cultural é mudar comportamentos. O governo do presidente Juan Domingo Perón (1946-1955) teve uma política cultural e a considerava imprescindível para conquistar e consolidar o apoio dos setores populares. As revistas Tellus e Substancia, publicadas na Província de Entre Ríos por aliados de Perón, são resultados da política cultural peronista. Contudo, as duas revistas indicam a inexistência de consenso sobre o nacional e o popular entre os próprios peronistas, apesar de serem dois pilares dos discursos de Perón e da primeira-dama Evita. A inexistência de consenso aponta que Entre Ríos passava por um processo de modernização semelhante ao da capital do país, Buenos Aires, processo que teria dado origem, nas palavras de Beatriz Sarlo, a uma “cultura de mescla”, na qual o “tradicional” e o “moderno” se combinam e se reelaboram constantemente. A implantação de uma política cultural na província e as suas divergências internas ajuda a questionar as imagens do atraso, da barbárie e do vazio, dentre outras, geralmente relacionadas ao interior argentino/latino-americano. Particularmente, questionam o interior como um reduto privilegiado das propostas de Perón e Evita. 61 El concepto de marginalidad en el teatro de Juan Radrigán Pedro Olivares Torruella UMCE En esta comunicación analizaremos, a partir del concepto histórico y sociológico de marginalidad, y en especial durante el régimen militar en Chile, tres piezas de Juan Radrigán: El loco y la triste, El toro por las astas e Isabel desterrada en Isabel. Ilustraremos con lectura dramatizada algunas escenas escogidas de las obras. ¡No incomoden a mis gauchos! Conflito social e guerra de independência em Salta (1814-1821) Priscila Pereira UNICAMP Durante as guerras de independência no Vice-Reinado do Rio da Prata, ocorre a mobilização de amplos setores sociais outrora marginalizados pela sociedade colonial, os quais passam a ser vistos em uma inédita situação de protagonismo. Neste sentido, esta comunicação pretende analisar a mobilização dos chamados “gauchos de Güemes” durante o conflito ocorrido na Província de Salta (atual noroeste argentino), entre 1814 a 1821. A identificação dos soldados-paisanos ao conceito de “gaucho” foi empregada pelo próprio Martín Miguel de Güemes entre o final de 1814 e o início de 1815, como uma maneira de identificar a gente rústica da campaña que se integrava aos corpos milicianos já constituídos. Assim sendo, parece de suma importância compreender os motivos pelos quais tal conceito, que já existia no Rio da Prata imbuído de outras conotações, é acionado no contexto das guerras de independência, para (re) definir novas identidades políticas e maneiras de pertencimento social. Quem eram os gauchos de Güemes? Como estavam compostos? Como viviam o fenômeno da militarização da sociedade? Que experiências políticas permitiram a transformação desses habitantes do campo em “gauchos”? Enfim, essas e outras questões estarão no horizonte mais geral deste estudo, que contará com as contribuições da nova história política e sua abordagem das chamadas linguagens políticas. 62 As relações raciais no Brasil no discurso do jornal O Globo Rachel Pereira de Mello UnB Com o intuito de compreender se e como o discurso do jornal O Globo, e especificamente o discurso de opinião do jornal, atualiza o discurso hegemônico sobre as relações raciais no Brasil. Usando a Análise do Discurso como seu instrumental metodológico, este trabalho identifica quatro estratégias discursivas sobre as relações raciais brasileiras, desde a formação do Estado-nação brasileiro, e busca ecos e vestígios dos enunciados dessas estratégias no discurso de opinião do jornal O Globo. Palavras-chave: Jornalismo; análise do discurso; relações raciais. Inferno verde: representação literária da Amazônia na obra de Alberto Rangel Rafael Voigt Leandro UnB Neste trabalho, estuda-se como a representação literária presente em Inferno Verde (1908), de Alberto Rangel, desconstrói o mito do Eldorado Amazônico, principalmente ao reproduzir as relações entre os homens da região e sua interação com a floresta. Para tanto, em primeiro lugar, analisa-se como a obra se enquadra na história da literatura brasileira e qual a recepção de alguns críticos em relação à prosa amazônica de Rangel. Em seguida, ponderam-se algumas considerações a respeito do prefácio de Euclides da Cunha ao livro, em particular sua defesa à produção artístico-literária como método de entendimento dos enigmas socioambientais da Amazônia. Por fim, examinam-se as narrativas de Inferno Verde, especialmente o conto Obstinação. 63 Mary Wollstonecraft e Nísia Floresta: diálogos feministas Raquel Martins Borges Carvalho Araújo UnB O presente trabalho tem como objetivo fazer uma analise comparativa das obras Vindication of rights of woman (1996), publicada em 1791, da escritora feminista inglesa Mary Wollstonecraft (1759-1797) e de Direito das mulheres e injustiça dos homens (1985), publicada 1831, de Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto (1810-1885). A autora, motivada pelo manifesto de Wollstonecraft, traça uma reflexão crítica sobre a situação da mulher em seu próprio país. Temos como escopo somar com os esforços de vários pesquisadores para resgatar a contribuição cultural feminina no Brasil. O estudo dessas escritoras que foram esquecidas por muito tempo devido, primordialmente, ao peso da nossa tradição literária, conforme explica Duarte (2008) é de suma importância para que possamos descortinar uma parte da nossa própria história que nos esteve oculta por muitos anos. Nísia Floresta propôs uma releitura do texto de Wollstonecraft, estabelecendo relações intertextuais com outros textos com objetivo de fazer uma análise minuciosa da realidade do seu próprio país. Ela ousou ao recusar desempenhar o papel de subserviente diante do império do autor e tomou as rédeas do próprio texto modelando-o conforme sua própria realidade. Ìtaca: ponto de chegada ou de partida? Rita de Cassi Pereira dos Santos Unb A poesia contemporânea brasileira apresenta diferentes faces que se traduzem em linguagem diversificada em que o sujeito lírico assume feições variadas. Em Outra língua, de Henryk Siewierski, o eu lírico recria na obra a experiência do “Eu-Tu” e do “Eu-Isso”. Ao se valer do poema-prólogo, “Itaca”, como ponto de partida para as suas descobertas recriadas pela memória lírica e figurada por uma viagem através de diferentes continentes, em uma linguagem aparentemente simples, entretanto densa e de um profundo lirismo. O espaço da linguagem é o vértice da relação da experiência eu-outro e eu-mundo. Todavia essa relação por meio da linguagem se faz em uma língua não nativa e que só se concretiza se o sujeito criador domina a outra língua sob os aspectos formais (norma) e informais (fala). É neste último aspecto, o dinâmico da fala, onde se encontra um pouco da alma da língua, marcada pelos modismos, clichês etc .Além disso o sujeito criador precisa se deixar contaminar pelo espaço físico da outra língua, não apenas percebê-lo com a inteligência, mas também com a sensibilidade. 64 Transtextualidades: ressonâncias e efeitos kafkianos em Por trás dos vidros, de Modesto Carone Rita de Cássia Silva Dionísio UnB Franz Kafka (1883 – 1924, Áustria), escritor tcheco de língua alemã, conforme críticos diversos, autor da mais importante obra literária do século XX, escreveu, entre outros, A Metamorfose (1915) e O Processo (1925) – considerado a sua obra-prima. Modesto Carone (1937 – Sorocaba, São Paulo), crítico literário, tradutor, contista, escritor conhecido e elogiado pela crítica, publicou dois livros de crítica literária e cinco livros de ficção, entre os quais estão As marcas do real (1979), Resumo de Ana (1998) e Por trás dos vidros (2007), concluiu recentemente a tradução de toda a ficção de Kafka diretamente do alemão para o português. Para Carone, a sua tarefa de ficcionista está completamente relacionada à sua atividade de tradutor e crítico literário e o conjunto da sua vida literária só se completa com as obras de Kafka, de quem teria assimilado a linguagem enxuta, burocrática, protocolar. Nesta comunicação, a partir do conceito de transtextualidade, de Gerard Genette, pretende-se refletir sobre as ressonâncias e efeitos kafkianos presentes na obra Por trás dos vidros, de Carone, considerando a influência da experiência tradutora desse como forma de atualizar e renovar a obra literária do autor tcheco. Leitura, necessidade; literatura, prazer Rosa Amélia P. Silva UnB O papel do leitor no mundo atual distingue-se do leitor dos séculos passados, uma vez que a atuação do homem, na pós-modernidade, se constitui pelos e nos processos de leitura. Ler literatura, nesse contexto, revela-se uma atitude mais elaborada, dialógica e reflexiva. Considerando a contemporaneidade como mediadora de leituras superficiais e a necessidade humana de um resgate comportamental do leitor diante das obras literárias, essa comunicação visa refletir acerca das leituras literárias que se realizam nesse novo contexto e quais as características tanto das obras quanto do leitor. Palavras chaves: Leitura, literatura, pós-modernidade, comportamento e leitor. 65 RITMOS LITERÁRIOS: a música no silêncio do poema Robson Coelho Tinoco e Marília de Alexandria UnB, UFG Com o advento da pós-modernidade, as produções artísticas passaram a viver uma série de dilemas estabelecidos nas interfaces de, por ex., poesias e músicas. Atualmente, as perspectivas que tais produções apresentam diante da fragmentação de uma nova estética artística multifacetada, relaciona-se com os conceitos de melopoética e literariedade. Entenda-se que uma nova identidade expressiva, por parte de tais manifestações artísticas, cria nesse intercâmbio um espaço privilegiado de discussão de práticas culturais situadas no ainda complexo universo cultural da pós-modernidade brasileira. Palavras-chave:Poesia – música – sociedade – melopoética Contadores de estórias Diadorim Salvina Maria de Jesus UnB Esta comunicação visa apresentar uma experiência de leitura bem sucedida das obras de Guimarães Rosa. Realizada em ambiente de ensino, as oficinas de leitura das obras Grande sertão: veredas e Manuelzão e Miguilin revelam o grande desafio em decifrar o mundo pela leitura da literatura. Relatamos o processo de crescimento do grupo que se denomina “Contadores de estórias Diadorim”, ressaltando a importância dos agentes da leitura na escola, quais sejam o leitor, o texto literário e o autor e, sobretudo, o professor como mediador da leitura. Palavras chaves: Leitura, literatura, Guimarães Rosa, Contadores e estórias. 66 Vozes de mulheres profissionais do sexo sobre a legalização do aborto no seu trabalho: discurso e gênero Sandro Xavier UnB Os temas desta pesquisa são tratados com muito estigma pela sociedade. Um é a prostituição e o outro, a ação de mulheres em busca de seus direitos. É projeto do Estado a legalização do trabalho de profissionais do sexo. A pesquisa analisa depoimentos de mulheres que trabalham com a prostituição e avaliam sua situação. A análise faz isso com a ferramenta da Análise de Discurso Crítica, conforme trabalhada por Fairclough (trad. 2001) e Fairclough e Chouliaraki (1999), considerando o discurso como prática social. Há também o apoio teórico de Mary Talbot (1998) para a questão de gênero social, afirmando que as diferenças de gênero são construídas pelo meio em que se vive. Além disso, foi importante a compreensão da noção de agenciação, conforme Dorothy Holland et allii (1998), segundo a qual o indivíduo reconhece sua situação e trabalha para superá-la. Assim, os discursos se mostraram uma reprodução da prática social em que as participantes estão situadas. O estigma à mulher, as relações de poder, o machismo e o androcentrismo, bem como a falta de preparo da sociedade para tratar de assuntos relacionados à liberdade sexual são temas abordados e analisados sob a ótica da Análise de Discurso Crítica. O objetivo da pesquisa é encontrar nos discursos das profissionais do sexo elementos de gênero social que reproduzam o discurso machista e de controle, gerando medo e silenciamento. Representação da solidão na literatura: um estudo de O Homem Duplicado –Saramago -, e de Afirma Pereira - Tabucchi. Sena Siqueira UnB Este trabalho propõe um estudo, com base na teoria das representações sociais, da representação da solidão em duas obras literárias: O homem duplicado, de José Saramago, e Afirma Pereira, de Antonio Tabucchi. É considerada especificamente a solidão de Tertuliano Máximo Afonso, em Saramago, e de Pereira, em Tabucchi. O estudo da solidão, com a finalidade de compreender o estado de solidão das personagens analisadas, se dará com base em vários pensadores que têm refletido sobre a condição do homem em relação a si e ao outro. A vida privada ou pessoal sem a alteridade e a vida pública ou social, que inclui a presença do outro. Palavras-chave: Solidão. Representação. Representações sociais. Literatura. 67 Jean Racine e Paulo Coelho: dois contextos históricos divergentes e uma mesma estratégia literária Sidney Barbosa UnB Entre projeto e realização, o “bom” artista é aquele que consegue, superando as adversidades técnicas e contextuais, inclusive biográficas, a realização de sua obra atingindo esteticamente os objetivos a que se propõe. No entanto, em literatura não bastam criatividade, originalidade e expressão perfeita. Há que se auscultar as demandas estéticas e temáticas do público leitor e da sociedade em geral, fatores determinantes de preferências e tendências. Jean Racine, em tudo inovador, no seu contexto do século XVII e Paulo Coelho, na conjuntura pós-moderna - final do século XX e início do século XXI - demonstraram grande competência na produção de suas obras concernente a esse aspecto. Note-se, por exemplo, a acuidade refinada de ambos para adotar linhas de atuação artística, no caso de Racine o teatro como centro das atividades sociais aristocráticas e no caso de Coelho, o romance de auto-ajuda para consolo particular das dores pós-modernistas. Em suma, objetiva-se mostrar o diálogo que esses autores entabularam com suas épocas, via literatura e o sucesso que daí obtiveram. La Geografía en el aula escolar del siglo XXI Silvia Cortés Fuentealba UMCE El presente trabajo tiene como propósito manifestar algunas características de la enseñanza de la Geografía en el aula escolar y cómo éstas han ido quedando obsoletas debido al cambio acelerado del conocimiento, al avance tecnológico y de la investigación geográfica. También pretende analizar la situación de esta disciplina en el ámbito de la educación y cómo pese al esfuerzo realizado a través de la investigación, del avance de la enseñanza en el nivel superior aún tiene amenazada su identidad. Situación preocupante por cuanto significa, entonces, que estos avances no han sido escuchados por el sistema escolar ni tampoco por la sociedad. 68 Redes sociales y noticias en la web Discursos en el aula de lenguaje Teresa Ayala Pérez UMCE La compleja articulación actual de diferentes tipos de textos constituye lo que Martín Barbero (2000) llama el ecosistema comunicativo, que incluye a los libros, cómics, videos y, sobre todo, los hipertextos, cuya lectura es parte de la actividad cotidiana de millones de personas en el mundo que se comunican entre sí a través del correo electrónico, Facebook, Twitter, Skype, foros y blogs. Las redes electrónicas sociales son, al mismo tiempo, redes de información que unen a millones de personas en torno a temas determinados. Desde esta perspectiva, la enseñanza del lenguaje, atendiendo a su tarea respecto a la comprensión y producción de discursos, tiene una magnífica fuente de materiales para la aplicación de actividades pedagógicas, tanto en la lengua materna como la lengua extranjera, tanto en sus planos lingüísticos, discursivos como también comunicativos. En el presente trabajo se intenta reflexionar sobre el hipertexto, las comunidades virtuales en la web y su aplicabilidad pedagógica. Donjuanismona Pós-modernidade Maria Veralice Barroso e Wilton Barroso Filho UnB No conjunto da obra romanesca de Milan Kundera, don Juan emerge nas primeiras páginas do primeiro livro: A Brincadeira-Zert. A presença ostensiva da figura jusnesca na narrativa kunderiana é o que nos permite tratá-la enquanto fundamento epistemológico para a compreensão das análises e reflexões acerca da condição humana no presente ou como diria o autor, nos “Paradoxos Terminais do Mundo Moderno”. Nesse sentido, o presente estudo objetiva promover o debate acerca das questões que perpassam a obra de Milan Kundera as quais tem como fio condutor a figura mítica de don Juan. 69 A internet e o ensino de línguas: um caminho para a interculturalidade na construção identitária do estudante de letras? Wellington Marinho de Lira UFRPE/UAG Com os efeitos da globalização promovidos pela internet, as escolas, universidades e docentes tiveram que mudar seus modos de transmissão de conhecimento para se adaptarem a uma nova realidade representada por essa nova geração de alunos e estudantes de nível superior que estão em sala de aula. Em nossas universidades os cursos de Letras não ficaram alheios a esta mudança. Desde o inicio da década, mudanças drásticas nas grades curriculares foram realizadas seguindo algumas orientações e diretrizes do MEC. Analisando esses fatos resolvemos fazer um estudo sobre a influência dos conteúdos interculturais veiculados pela internet na formação identitária do aluno de Letras. Essa pesquisa, que atualmente está em vias de implementação, analisa nove cursos de Letras em todo o Estado de Pernambuco. Destes, três estao localizados na Região Metropolitana do Recife, três na região Agreste do Estado e mais três na região do Sertão. Os resultados parciais nos apontam algumas surpresas nas análises feitas. Outros dados entretanto, já eram por nos esperados. Pretendemos ao final da pesquisa, traçar um perfil identitário do estudante de Letras em nosso Estado e verificar até que ponto os conteúdos interculturais da internet contribuíram para a formação deste perfil. Discursos cruzados: negritude e miscigenação na América contemporânea Zélia M. Bora UFPb Múltiplos tem sido os discursos sobre a construção da identidade negra nos Estados Unidos. Dos anos sessenta até o presente, os resultados dessas construções são perpassados por diversas linguagens e perspectivas dentro da própria comunidade negra, visando sobretudo, o estabelecimento de uma relação menos conflituosa entre a nação e seus sujeitos. Em nossos dias, quando observamos as novas relações raciais que se desenham nos Estados Unidos desde a posse do presidente Barack Obama, temos a impressão que a mídia norte-americana vem dando ênfase demasiada ao discurso da miscigenação, representada pela própria imagem emblemática do jovem presidente e a dos seus eleitores. O que realmente está acontecendo? Estariam os Estados Unidos apropriando-se de traços caracteristicamente brasileiros ao adotarem um aparato conceptual que é para nós tão comum e ao mesmo tempo tão caro?. Sob esse prisma, desenvolveremos uma discussão que objetiva investigar, com base nas postulados do sociólogo Robert Allen, os fundamentos axiológicos que podem explicar as engrenagens discursivas desse complexo processo de subjetividade. Nossas reflexões partem, especialmente, do célebre artigo Barack Obama and the Children of Globalization, compilado pelo referido estudioso e partir dele, esboçamos a nossa visão sobre esses acontecimentos. 70 MESAS TEMÁTICAS Revisão da classificação interna da família tupi-guarani Coordenador: Antônio Augusto Souza Mello, UnB Participante: Andreas Kneip, UFT A família lingüística Tupi-Guarani é composta por cerca de quarenta línguas com uma vasta distribuição na América do Sul. Apesar da sua grande dispersão geográfica, trata-se de um conjunto de línguas bastante coeso. A classificação interna mais considerada é a de Rodrigues (1985), porém, com o crescimento do volume de documentação dessas línguas nos últimos vinte e quatro anos, podemos revisá-la considerando novos parâmetros. Novas mudanças fonológicas foram estudadas e consideradas para classificação interna, como as mudanças vocálicas. Estas fortalecem certos nós da classificação, e sugerem mais divisões dos subconjuntos de Rodrigues. Mudanças lexicais são também consideradas. Em um intervalo de tempo relativamente curto para tamanha dispersão, a classificação interna reflete bem as cisões e os movimentos populacionais dos protopovos Tupi-Guarani. Mesa Temática Identidade e gênero Coordenação: Cíntia Schwantes - UnB A questão das identidades foi objeto de intensa discussão acadêmica dentro dos estudos multiculturais, que partem do pressuposto de que nenhum fenômeno complexo, composto por múltiplas variáveis, pode ser analisado partindo-se de uma variável apenas. Dessa forma, a questão da identidade passa a ser discutida em seus aspectos múltiplos, de inserção de classe, etnia, gênero, opção sexual, etc. as comunicações dessa mesa temática debruçam-se sobre formações identitárias que partem do dado de gênero e se imbricam com outros dados. 71 Narrativa de formação e identidade nacional em O vôo da arara azul Cíntia Schwantes UnB Historicamente, as narrativas de formação ligam-se à ascensão da burguesia como classe dominante. Resgatadas durante o Romantismo, não é incomum que questões de identidade nacional permeiem essas narrativas. Embora tais questões se tornado menos relevantes nos séculos subseqüentes, em algumas narrativas de formação do século XX, notadamente em paises latino-americanos, ainda podemos encontra-las. É o caso de Don Segundo Sombra e de Menino do engenho, por exemplo. Mais contemporaneamente, O vôo da arara azul, de Maria José Silveira, narra a formação de seu protagonista, o adolescente André, durante os anos de chumbo da ditadura militar. Embutida na questão do resgate da historia recente do pais, encontramos a questão do projeto de Brasil defendido pelas esquerdas, e por essa via, de uma identidade nacional pretendida e defendida por elas. André passa por experiências formadoras – primeiro amor, primeira perda, uma educação informal em problemas brasileiros – tendo como pano de fundo as ações da guerrilha e o terrorismo de Estado. Seu eventual envolvimento é um momento crucial de sua formação, não só pessoal, mas também como membro de uma comunidade atingida por periódicos surtos de ditaduras, algo que o Brasil tem em comum com os outros paises do Cone Sul. Destinado a um público infanto-juvenil, o livro foi premiado pela Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo, e apresenta um fac-símile de documento da época. Palavras-chave: romance de formação, identidade nacional, literatura brasileira contemporânea. Ponciá Vicêncio – identidade formada na dor Marly Jean Araújo Pereira Vieira Sec. Educação-DF O trabalho se propõe a fazer uma leitura interpretativa do romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, apontando as convenções que fazem dele um romance de formação. Este gênero narrativo é um contributo específico da literatura alemã que com o tempo foi sendo apropriado pela escrita feminina em vários sistemas literários e vem servindo como espaço para a afirmação de uma identidade de gênero. Essa apropriação promove uma releitura desse gênero, em relação ao paradigma tradicional, que é tanto revolucionária, pois retira o feminino de uma posição secundária, quanto subversiva, pois promove uma verdadeira revisão do gênero passando a refletir o ponto de vista, os anseios e especificidades do feminino. Outro aspecto a ser abordado é o processo de subjetivação por que passa a protagonista. Para tanto serão destacadas superfícies discursivas que indiquem os valores e sentidos que normatizam a constituição do sujeito feminino. Não só a questão de gênero marca a trajetória da protagonista em busca de uma afirmação identitária, mas também questões ligadas à etnia e à classe. Não será sem dor que Ponciá percorrerá o caminho para a afirmação do eu. Palavras-chave: Bildungsroman, literatura, mulher, identidade 72 A amnésia no campo minado: O papel do esquecimento na literatura brasileira de autoria feminina Adelaide Calhman de Miranda UnB Esse trabalho analisa a falha da memória na literatura brasileira contemporânea de autoria feminina nos romances Rakushisha, de Adriana Lisboa, Coisas que os homens não entendem, de Elvira Vigna e A matemática da formiga, de Daniela Versiani. O esquecimento das protagonistas muitas vezes é um estímulo para o resgate da lembrança e para a reconstrução da história. Essas imagens sugerem um movimento transgressor de revisão do cânone e de desconstrução de seus valores considerados universais. Uma das dificuldades enfrentadas pelas escritoras brasileiras ainda hoje se deve à ausência de uma tradição literária de obras de autoria feminina. Outra diz respeito a um campo literário que desvaloriza a literatura escrita por mulheres, designado por Annette Kolodny como o “campo minado”. No Brasil, a subordinação das mulheres faz parte de um projeto de nação que contou com o apagamento de todos os tipos de opressão, segundo Rita Terezinha Schmidt. Cabe indagar se as obras das escritoras se apropriam dessas ausências históricas para subverter as noções de história e de sujeito encontradas nas narrativas oficiais. Assim, o esquecimento sintomático das protagonistas ultrapassaria as dimensões individuais e possibilitaria uma reconfiguração das relações de poder e de suas representações. Palavras-chave: gênero, literatura brasileira contemporânea, autoria feminina, teoria feminista A Identidade de Gênero Gótica em A Sauna de Lygia Fagundes Telles Lorena Salles dos Santos UnB No conto A Sauna de Lygia Fagundes Telles, um pintor de meia-idade, tendo alcançado certa consagração, narra em retrospecto sua trajetória de vida que o levou à posição profissional na qual se encontra e a forma como, durante essa trajetória, usou as mulheres que passaram em seu caminho como instrumentos que lhe permitissem ascensão ou objetos que lhe proporcionassem diversão ou escape. Valendo-se da Teoria Polissistêmica de Itamar Even-Zohar e dos estudos de gênero na Literatura Gótica realizados por Julian E. Fleenor, entre outros, o presente artigo tenciona explorar a visão da mulher brasileira contemporânea pelos olhos do Narrador/Personagem, apresentando as aproximações e distanciamentos dessas personagens com as heroínas dos romances góticos, além de observar o papel do masculino em relação a essas mulheres sob essa mesma ótica. Palavras –chave: Gênero, Romance Gótico, Polissistema Literário, Literatura Brasileira. 73 A amnésia no campo minado: Tessituras de marcas de identidade: uma leitura de As Mulheres de Tijucopapo Alexsandra Ferreira Sec. Educação-DF O objetivo desta comunicação é apresentar uma análise da multiplicidade do sujeito feminino no romance As mulheres de Tijucopapo, de Marilene Felinto. Tal análise verificará que o ser mulher mostra-se em diversas dimensões, tal como um mosaico: como negra, pobre, empregada doméstica, mãe, esposa, filha, amiga, revelando arcaicas e novas formas de dizer/fazer/ saber femininos. Neste sentido, as referências identitárias aludem não apenas a aspectos fenótipos e ao lugar ocupado na estrutura de classes, mas também a um complexo conjunto de elementos relacionados aos modos de vida e a valores, crenças e práticas sócio-culturais. Palavras-chave: gênero, identidade, feminismo. Mesa-temática Grupo Vozes Femininas Coordenadora: Cristina M.T.Stevens, UnB Títulos dos trabalhos: Figurações da morte na literatura de autoria feminina Cristina M.T.Stevens UnB O presente trabalho objetiva fazer um breve panorama da representação literária da morte de personagens femininas, a partir de textos da literatura clássica (As Troianas, de Euripides e Antígona, de Sófocles), passando por obras canônicas (Otelo, de Shakespeare, Dom Casmurro, de Machado .de Assis, por ex.) - onde os homens são sujeitos desse discurso hegemônico até a contemporaneidade, quando a mulher não é apenas objeto da narrativa masculina. Focalizaremos a mudança radical de tratamento desta temática, quando a mulher assume a posição de sujeito dessas inovadoras construções discursivas. Ênfase nas obras Três Guinéus, de Virginia Woolf e Reader, I Married Him, da escritora inglesa contemporãnea Michele Roberts. As duas obras abordam o tema da violência como denúncia à dominação masculina e crítica ao sexismo na produção do conhecimento e estruturação dos valores sociais. 74 A representação da maternidade no romance Adam Bede, de George Eliot Janaína Gomes Fontes UnB A escritora inglesa Mary Ann Evans, mais conhecida pelo seu pseudônimo George Eliot, é uma escritora importante na literatura inglesa do século XIX e, ao contrário de outras autoras, obscurecidas no processo de formação do cânone patriarcal, recebeu atenção do público e da crítica literária. Em seus romances, encontra-se, de forma frequente, a representação da sociedade de sua época, e tamanha é sua preocupação com a trama social que seus romances têm recebido importância sociológica. No entanto, embora muito se comente sobre as relações sociais representadas em seus romances, o foco quase nunca se volta para suas personagens femininas, pelo menos não sob a perspectiva das próprias mulheres, muitas vezes ricamente delineadas nos enredos. Mais particularmente, a temática da maternidade, a qual identifico como um tema constante em sua produção ficcional, não tem sido explorada. George Eliot, que optou por não ter filhos, retrata mães em diversas situações, apresentando desde aquelas mulheres que exercem o papel de mães tradicionais, até mulheres que se tornam transgressoras dos valores da época, que desafiam o papel da mãe tradicional. A atual apresentação tem como objetivo analisar a representação da maternidade em um de seus romances, Adam Bede, de 1859, onde a temática da maternidade está fortemente presente, sob a perspectiva dos estudos de gênero. Essa espécie envergonhada- a mulher lésbica nos romances Duas iguais, de Cintia Moscovich e Uma sombra na parede, de Josué Montello. Maria da Glória de Castro Azevedo UFT A mulher na literatura, durante séculos, foi uma construção do olhar masculino. Sua voz e seus valores representam os valores da sociedade patriarcalista sobre a condição feminina. A mulher lesbiana ainda é pensada sob a perspectiva heteropatriarcal em muitas narrativas cujo tema amoroso gira em torno de duas mulheres, sendo as protagonistas mulheres envergonhadas e silenciadas que abdicam a vivência amorosa. Nesse sentido, meu trabalho tem como objetivo analisar dois romances contemporâneos, cujas protagonistas são mulheres lesbianas, Duas iguais, de Cinthia Moscovich e Uma sombra na parede, de Josué Montello. A metodologia que utilizei foi a leitura do corpus aplicada à fundamentação teórica pertinente ao tema. Os resultados desse estudo apontam para uma literatura cuja matriz da sexualidade ainda está subordinada aos valores da heteronarratividade, não obstante a mulher ter adquirido agência e voz na narratividade. A discussão a que me proponho é a de que a literatura de temática lesbiana ainda é uma literatura de punição. 75 Literatura contemporânea em língua inglesa e metaficção historiográfica Wiliam Alves Biserra UnB História é o mesmo que passado? Quantas versões existem para um mesmo acontecimento? Literatura e História são áreas totalmente distintas, pois o historiador deve basear-se em fatos, fontes confiáveis, documentos irrefutáveis; já o ficcionista, não. Será? Esta comunicação busca questionar as fronteiras entre os fragmentados discursos historiográficos e literários, para pensar novas possibilidades, usando como corpus alguns romances da literatura contemporânea em língua inglesa. A metaficção historiográfica defende a idéia de ir além dos binarismos e velhos fetiches, por uma literatura plural de uma história do possível. Esse pensamento permite uma nova abordagem da história das mulheres, abrindo espaço para suas singularidades e, ao mesmo tempo, multiplicidades. A literatura intensifica e realiza, a seu modo, os possíveis da história. Mesa temática Memória, linguagem e Identidade: uma construção contemporânea Coordenadora: Elga Pérez Laborde, UnB O Grupo de Pesquisa de Literatura Latino-Americana Contemporânea apresentará os resultados parciais de seus trabalhos. Nesta mesa serão abordados alguns dos elementos constitutivos da identidade e sua representação na literatura, como possibilidades de linguagens e de imaginários sociais. As propostas pretendem mostrar a presença da memória e do exílio como parte dessa identidade em suas variadas formas no tempo e no espaço sócio-histórico. Títulos dos trabalhos: Identidade, memória e exílio na literatura Latino-americana Elga Pérez Laborde UnB A relação entre literatura e identidade tem sido considerada no âmbito latinoamericano por grandes escritores, críticos e pesquisadores: Martí, Vallejo, Oswaldo e Mário de Andrade, Carpentier, Astúrias, Cortázar, Cardenal, Arguedas, García Márquez, Vargas Llosa, Isabel Allende e outros autores, que desde o exílio interior e/ou exterior reconstruíram e recriaram os diversos e variáveis perfis biológicos, históricos, culturais e ambientais que definem a unidade do continente e seus conflitos. O papel do exílio na produção literária e no resgate do nacional dentro do contexto latino-americano. 76 Memória, infância e meio social: um grande jogo nos contos de Luis Britto García Monique Leite Araújo UnB O resgate do “eu”, através das lembranças dos jogos na infância e da vontade de conservar bons momentos no lugar onde se encontram, surge entrecortado pela dura realidade enfrentada pelos personagens e traz à tona suas vulnerabilidades. É esta uma das muitas provocações que podemos encontrar na obra Rajatabla, do escritor venezuelano Luis Britto García (1940- ). Fiz a seleção de três dos 73 contos dessa obra ganhadora do Prêmio Casa das Américas em 1970, titulados Helena, Juegos de la Infancia e Distancia por possuirem um estilo narrativo fragmentado, tecido por meio de resgates, mostrando uma realidade de miséria, opressão e violência, própria do cenário cotidiano da Venezuela da década de 60, em que paradoxalmente, condições existenciais precárias são vistas dentro da normalidade. Os contos são analisados intertextualmente, a partir do uso de algumas reflexões de Walter Benjamim sobre a memória e da presença do jogo na obra Rayuela, de Julio Cortázar. 62 Modelo para Armar e caminhos diferentes para compreender: Uma análise hermenêutica da obra de Júlio Cortázar Luciana Arruda UnB Este trabalho tem por objetivo discutir e pôr em evidência o conceito de jogo na literatura numa análise a partir da obra “62 Modelo para Armar” de Júlio Cortázar tendo como referencial teórico metodológico a Estética da Recepção de Wolfgang Iser em seu livro intitulado “O Fictício e o Imaginário”. Trata-se de uma discussão inicial que traz resultados iniciais de pesquisa de um projeto mais amplo em andamento do Grupo de Estudos de Literatura Latino-Americana Contemporânea da Universidade de Brasília – UNB desenvolvido no Departamento de Pós-graduação em Literatura. A intenção primeira é se fazer perceber como o conceito de jogo em Wolfgang Iser se realiza a partir da construção literária e se estende entre leitor e texto para significar possibilidades de compreensão. Nessa perspectiva, perceber a relação hermenêutica permanente, na construção de sentidos, a partir de modos específicos de leitura produzida pela linguagem literária na complexa relação entre realidade e ficção. Palavras Chaves: jogo – texto – leitor – hermenêutica 77 Mesa temática Memória, linguagem e Identidade: uma construção contemporânea Coordenadora: Maria de Nazaré Fonseca Corrêa, UnB Uma leitura benjaminiana da poesia de Mario Benedetti Maria de Nazaré Fonseca Corrêa UnB Na poesia do escritor uruguaio Mario Benedetti, Literatura, História e Memória se entrelaçam na escrita alegórica de fatos sociais e políticos – que tiveram lugar durante o regime ditatorial no Uruguai (1973-1985). Sabe-se que os relatos das barbáries praticadas pelas ditaduras na América Latina constituem grande parte da literatura-testemunho produzida nesse continente nos últimos trinta anos. Esses textos ajudam a completar os espaços em branco da história e da memória oficiais, e o poeta, na contramão do discurso hegemônico, também é um narrador dos acontecimentos. Nessa narração, memória e esquecimento se alternam e se combinam, são faces da mesma moeda. O compromisso social e político do escritor Mario Benedetti (1920-2009) sempre foi público e é incontestável que ele nunca se omitiu. Sua extensa e diversificada produção intelectual – que inclui mais de 80 títulos traduzidos para vinte idiomas – é um testemunho dessa postura ativa e crítica a serviço da não ocultação do discurso dos oprimidos, dos exilados, dos torturados. A força feminina no conto El más olvidado del olvido, de Isabel Allende Augusto Rodrigues de Lima UnB Este trabalho reflete sobre os elementos do conto El más olvidado del olvido, de Isabel Allende, que confirmam seu compromisso com a questão da mulher na sociedade e na história da América Hispânica. Isabel Allende, no momento pós-boom da literatura hispano-americana, traz para a literatura a narrativa de mulheres dotadas de uma força ativa que contraria os ditames do patriarcado, seja nas relações amorosas, seja na performance diária. O conto em questão compõe o livro Cuentos de Eva Luna, de abril de 1990. O livro, além de abordar diretamente o horror da ditadura militar chilena instaurada em 1973, mostra a propriedade que a autora tem ao dar voz a mulheres que extrapolam o lugar que lhes é reservado pela divisão dos papéis sexuais. Levando em conta os conceitos de história, memória e feminismo, este trabalho busca relacioná-los entre si. Tal imbrincamento será analisado a partir, principalmente, do próprio texto e fará um diálogo com tais conceitos cunhados por Walter Benjamim e María-Malagros Rivera. 78 A Intertextualidade em Borges e os Orangotangos Eternos de Luis Fernando Veríssimo Iara Carneiro Tabosa Pena UnB Esse artigo tem a finalidade de apresentar a obra Borges e os Orangotangos Eternos de Luis Fernando Veríssimo, como um texto artisticamente concebido e a sua relação com um imenso labirinto de outros textos. Para pensar na obra de Veríssimo, tomamos as discussões propostas por Gerard Genette em seu livro Palimpsestos. Pensando aqui no leitor como co-participante da obra de arte literária e, por isso, como participante ativo da realização de significação e sentido do texto para sua, então, autonomia artística, Luiz Fernando Veríssimo inova o papel do texto dentro da literatura brasileira a partir das variadas pistas dadas pelo narrador do texto para materializar uma leitura específica de sua obra intitulada Borges e Os Orangotangos Eternos, lançada em 2000 pela Companhia das Letras. Em seu livro Palimpsestos, Gérard Gennete define as relações intertextuais de textos literários como transtextualidade de onde derivam os conceitos de intertextualidade, paratextualidade, metatextualidade, arquitextualidade e hipertextualidade. Abordaremos na narrativa de Veríssimo os seguintes conceitos: intertextualidade, metatextualidade e hipertextualidade, considerando que as relações intertextuais são o alicerce para o desenrolar do enredo na obra de Veríssimo, Genette nos diz que essas relações intertextuais se realizam numa obra como um pergaminho “cuja primeira inscrição foi raspada para se traçar outra, que não a esconde de fato, de modo que se pode lê-la por transparência”(GENNETE, 2006). Em Veríssimo é fácil perceber como isso funciona. A obra Borges e os Orangotangos Eternos representa-se como o pergaminho de que nos fala Genette e sua narrativa é, essencialmente, realizada da relação de um texto e outro tendo como base maior os contos de Jorge Luis Borges e Edgar Allan Poe. Mesa-Temática Osman Lins Coordenadora: Francismar Ramírez Barreto, UnB Títulos dos trabalhos: Onde se conciliam o arisco e o verbo: criação e intertextualidade em Osman Lins Elizabeth Hazin UnB Em 1973, ano de publicação de Avalovara, Osman Lins defendeu tese de doutoramento sobre o espaço romanesco em Lima Barreto, o que significa que ambos os trabalhos – acadêmico e literário - correram paralelos, tornando a bibliografia por ele compulsada para a fatura do primeiro de imensa importância para a compreensão do segundo. 79 A idéia deste trabalho é anunciar o projeto que pretende fazer o mapeamento de autores citados pelo escritor não apenas na bibliografia de sua tese, mas também nas entrevistas que concedeu ao longo de sua vida e que estão publicadas no livro Evangelho na Taba, bem como daqueles de cujos textos foram extraídas as epígrafes do romance estudado, a fim de – em um segundo momento – considerar a sua importância para a fatura de Avalovara, e em que medida aí comparecem como modelo. Tal Osman qual Brasil: Avalovara e os anos de autoritarismo Adriana de Fátima Barbosa Araújo UnB Nesta comunicação, investigo a inserção do romance Avalovara (1973), do escritor pernambucano Osman Lins, no panorama da literatura pós-64. O controle da informação naqueles anos investe a produção literária de uma saída para a censura e a opressão ditatorial. O veio produtivo da nossa literatura nessa época, como indicou Flora Sussekind, apresentava duas notas nuanceadas, ambas pautadas pela referencialidade: uma optou pela linguagem cifrada e imagética, outra pela senda naturalista e descritiva. Osman não fez uma opção, ao mergulhar em todas as possibilidades que então estavam disponíveis, constrói uma obra ímpar, surpreendente síntese da dialética de seu momento histórico. O côncavo e o convexo na superfície do mundo Francismar Ramírez Barreto UnB São muitos os sentidos que a idéia de viagem assume em Avalovara: de uma personagem a outra, seguindo as linhas narrativas [ou não], de cidade em cidade, de um a outro tempo. Este trabalho imaginará um diálogo entre A viagem e o rio [reflexão que Abel, protagonista deste romance, deseja publicar]; a excursão que Julio Cortázar e Carol Dunlop relatam em Los autonautas de la cosmopista [cujo epígrafe provém do livro de Abel] e algumas anotações feitas por Osman Lins em Marinheiro de primeira viagem. De alguma forma, os três ensaios se conectam e fazem pensar na arte de narrar, no conhecimento que veicula a experiência além mar e na percepção de um tempo passado. Estas, aliás, são algumas das considerações que Walter Benjamin discute no ensaio sobre a obra de Nikolai Leskov. 80 O salto do peixe Ludmilla Alves UnB O vasto universo do pensamento humano é permeado de mistério. Nas tentativas do homem de alcançar a compreensão de si e do mundo que o atravessa e o cerca, sobressaem as interrogações. Fazendo um mergulho – ainda que em águas rasas – em algumas considerações acerca da existência, dos chamados instantes em que se experimenta o despertar para a vida e a consciência e, à luz de Gaston Bachelard, dos devaneios e imaginações da matéria, este trabalho propõe trazer à tona uma imagem literária que condensa e, em sua força poética, amplia estas noções: entre as páginas do romance Avalovara, de Osman Lins, acontece e ecoa o salto de um peixe. Literatura e Artes Plásticas na vida e obra de Osman Lins Elisabete Marin Ribas USP Osman Lins, ao ser convidado a assumir a cadeira de Literatura Brasileira na Faculdade de Marília, atual UNESP, propõe a seus alunos um curso extra-curricular, audiovisual de História da Arte, pois, segundo o escritor-professor, a formação em Letras necessitava de conceitos básicos na área de artes plásticas para seu pleno desenvolvimento. Tal curso, gravado em fitas k7 pelo escritor, hoje salvaguardadas pelo Instituto de Estudos Brasileiros, é composto de aulas audiovisuais que usavam o recurso de slides de imagens e de trilha sonora, acompanhando a explanação narrada por Osman Lins, de forma que as sessões eram ricas em estímulos sensoriais diversos. Esse material foi reconstituído por esta pesquisadora através da transcrição do seu áudio e da recuperação das imagens e trilha sonora utilizadas. Apesar de formar um corpus autônomo em relação a obra do escritor, curso e obra travam um diálogo. Assim como Literatura e Artes Plásticas estavam presentes em sua sala de aula, na obra Avalovara, escrita no mesmo período das aulas encontramos o intercâmbio entre as duas linguagens. Como que assistindo uma aula póstuma, a pesquisadora reorganizou as peças de um mosaico bizantino ou de um vitral gótico. Professor, escritor e crítico de arte se mesclam em uma única atividade. 81 A obra de ficção e a crítica de Osman Lins: paralelos e diálogos Rosângela Felício dos Santos USP Acreditando que a produção crítica de Osman Lins, relativa à fase que antecede o início da elaboração de sua ficção já madura e mais inovadora, possa estabelecer com esta diálogos referentes a reflexões, ideais estéticos e marcas estilísticas, é que se pretende, nesta comunicação, a partir de uma leitura ainda embrionária, tecer os primeiros paralelos vislumbrados por meio de uma leitura analítica comparada entre os textos críticos de Osman publicados no jornal O Estado de S. Paulo, de 1956 a 1961, e sua obra de ficção a partir de Nove, Novena (1966). Mesa Temática Léxico e gramática na perspectiva histórica Coordenadora: Enilde Faulstich Um dicionário diz o quê? Enilde Faulstich UnB À luz de alguns critérios de descrição do léxico em dicionários, procurar-se-á demonstrar se, ao longo da produção lexicográfica portuguesa, o método usado pelos dicionaristas é suficiente para distinguir dicionário etimológico de dicionário de história das palavras. Etimologia e história das palavras, em verbetes canônicos, seguem preceitos, como, de um lado, a indicação do significado que a palavra traz da origem, e, de outro, significados de uso em confronto com outras línguas românicas. Os dicionários de Viterbo (1798), de Moraes Silva (1813), de Silva Pinto (1832), de Vieira (1871), de Coelho (1890?), de Candido de Figueiredo (1913), de Silva Bastos (1928), de Nascentes (1932), de Freire (1939-40), de Machado (1952), de Macedo Soares (1954), de Silveira Bueno (1968), de Aulete (ed. 1970) de Aurélio (1975 e 2004) (e de Houaiss (2001 e 2009) são algumas das obras que passaram por nossos estudos, desenvolvidos no projeto Política lingüística em correlação com a História da Língua Portuguesa, que investiga, entre outros, a formação e a (re)construção do léxico em sincronias distintas e o registro nos dicionários brasileiros. 82 Orações reduzidas completivas – o infinitivo (flexionado) no português arcaico Heloisa Salles UnB No presente estudo examina-se a sintaxe de orações completivas reduzidas de infinitivo (flexionado) no português arcaico. A hipótese que orienta o trabalho é a de que o infinitivo flexionado não tem manifestação em contexto de correferência do sujeito com algum termo da oração principal (Obrigou os meninosi [a Øi comer(*em) o bolo]). Nesse sentido, a manifestação do infinitivo flexionado implica a existência de um sujeito lexicalmente expresso, ou de uma categoria pronominal (nula ou não), com referência independente (disjunta) (O professori lamentou [estarem (os meninosj) dormindo]). A ocorrência do infinitivo flexionado em contexto de correferencialidade é considerada um desenvolvimento posterior. Diante disso, propõe-se que, no português arcaico, a distribuição do infinitivo pessoal e impessoal determina configurações distintas para o sujeito da oração subordinada, as quais se definem respectivamente em termos da projeção da posição sintática de sujeito em oposição à ausência dessa projeção sintática. Reflexões sobre métodos e adequações teóricas para tratamento do léxico em perspectiva histórica Américo Venâncio Lopes Machado Filho UFBA É a lexicografia histórica − malgrado o pouco esforço que se emprendeu na elaboração de glossários e vocabulários − uma área relativamente nova entre as ciências do léxico e, por isso mesmo, demanda que se estabeleçam metodologia e fundamentação teórica adequadas para o melhor aproveitamento dos dados lexicais. Considerando-se que as características específicas dos textos antigos, sobretudo dos medievais, têm, de certa forma, obliterado a utilização plena dos preceitos metodológicos da lexicografia moderna e dos recursos de programas informáticos, nomeadamente no que se relaciona com a variação gráfica dos vocábulos, pretende-se com este trabalho apresentar algumas reflexões sobre os métodos e adequações teóricas com que se tem trabalhado no tratamento do léxico, no sentido da composição de dicionários históricos, tomando por base a metodologia de verve inovadora, desenvolvida para a elaboração do Projeto DEPARC (Dicionário Etimológico do Português Arcaico). 83 Mesa-temática A (trans) formação inicial de educadores de línguas na contemporaneidade: Crenças, Ideologias e Identidades Coordenador: Kleber Aparecido da Silva, UnB/UNESP Títulos dos trabalhos: A (trans) formação inicial de educadores de línguas no projeto “Teletandem Brasil: Línguas Estrangeiras para Todos”: As faces e interfaces digitais Kleber Aparecido da Silva UnB A sociedade brasileira está em processo de digitalização e/ou de (trans) (multi) letramentos digitais. Por esta razão, a oferta e a procura por cursos ou programas que utilizem interfaces tecnológicas em situação de ensino-aprendizagem e de (trans) formação inicial e/ou contínua de professores de línguas têm sido marcadamente crescentes (cf. Freire, 2009, Vieira-AbraHão, 2009), sendo necessário que o profissional de línguas, delimite e atravesse as fronteiras digitais, e isto só será possível por meio das práticas de letramento(s) digitais múltiplos (cf. ROJO, 2009, 2005). Para corresponder a esta caracterização do mercado de trabalho, Freire (2009, p 53) afirma que “(...) o professor de línguas se vê diante da necessidade de associar a formação tecnológica a lingüística, para que possa incluir/excluir o computador em sua prática docente, no momento adequado e de forma pertinente” .No entanto, conforme enfatizado por diversos estudiosos da Lingüística Aplicada (doravante LA) e/ou áreas afins (Telles, 2009; Vieira-Abrahão, 2009; Silva, 2008; Araújo, 2007; Telles & Vassallo, 2006; Vassallo & Telles, 2006; dentre outros), em sua (trans) formação inicial, nem sempre os professores vivenciam atividades instrucionais mediadas pelo computador, e, mesmo quando isto acontece, conforme corroborado por FREIRE (2009, p. 53), “poucas são as chances de discutir o potencial dessa ferramenta e de seus contextos de aplicação, uma vez que seus formadores, em geral, revelam carência de conhecimento na área de tecnologia educacional ou resistência à utilização da máquina e a reflexão crítica sobre suas implicações para o ensino-aprendizagem de línguas” (Ênfase adicionada). A constatação dessa lacuna na formação inicial ou pré-serviço do professor de línguas contextualiza a proposta deste artigo, que tem por objetivo apresentar e refletir criticamente sobre as competências que são (re) construídas pelos participantes da pesquisa dentro do contexto teletandem. Acreditamos que esta perspectiva nos propiciará subsídios teóricos e práticos, para que o professor de línguas atue com maior eficácia no meio virtual, promovendo, por sua vez, de uma forma articulada, a (re) construção do conhecimento acoplado com uma formação mais sólida e condizente com as demandas da sociedade em que estamos inseridos.Para tanto, o presente artigo se ancorará no seguinte binômio teórico: 84 a) uma perspectiva de uma (trans) formação inicial de professores de línguas fundamentada nos pressupostos do ensino-aprendizagem e da formação colaborativa e/ou cooperativa (Vieira-Abrahão, 2009; Figueiredo, 2006); b) uma visão de (re) construção de conhecimento como processo complexo, contínuo, não fragmentado, e portanto, trandisciplinar (Freire, 2009; Paiva, 2008; Moita Lopes, 2006; Bakhtin, 1929/1979, 2003). Uma visão pragmática do aglomerado de crenças de alunos sobre o ato de errar Helena S. Guerra Vicente UnB A presente comunicação tem por objetivo apresentar os resultados finais de uma pesquisa (VICENTE & RAMALHO, 2009) cujo objetivo geral foi o de investigar se uma professora universitária do curso de Letras e seus alunos partilhavam crenças (NESPOR, 1987; PAJARES, 1992; DUFVA, 2003; BARCELOS, 2004, entre outros) a respeito da correção de composições escritas. Como objetivo específico, buscamos caracterizar as relações entre pelo menos duas crenças desse mesmo grupo de alunos: uma crença antiga de que errar é embaraçoso e deve ser evitado a todo custo, e uma crença em construção de que a correção individualizada de tarefas escritas pode ser benéfica, por permitir-lhes refletir mais demoradamente sobre os seus próprios erros. A primeira crença é inferida a partir de pistas lingüísticas que denotam embaraço e distanciamento, presentes em certas estratégias de polidez negativa (BROWN & LEVINSON, 1987), como pedidos de desculpas e impessoalização. A segunda, por outro lado, não é facilmente inferida, mas pistas lingüísticas conflitantes presentes na fala dos alunos podem ser o indicativo de uma mudança em curso. O professor de língua(s) em formação: crenças e identidades de alunos de Letras Mariney Pereira da Conceição UnB No âmago de uma sociedade dita globalizada, em que o contato com diferentes culturas e línguas cada vez mais se intensifica através dos meios de comunicação e da tecnologia, a (trans) formação de educadores e de educandos de línguas assume um papel fundamental. Tendo este nicho como foco de pesquisa, a presente mesa-redonda visa refletir criticamente à luz das teorias advindas do campo de investigação da Lingüística Aplicada e/ou áreas afins sobre o complexo processo de (trans) formar educadores e educandos de línguas (partindo de suas crenças e culminando nas teorias amplamente utilizadas em nossos cursos de formação de educadores de línguas) em nossas universidades brasileiras. Através desta mesa, os participantes diagnosticarão o ensino e aprendizagem que hoje se revela em nossas universidades públicas e/ou particulares, para depois mostrar caminhos que levem iniciativas sempre pivotadas na melhoria do ensino e conseqüentemente na (trans)formação de educadores e de educandos de línguas mais condizentes com os paradigmas que se vislumbram neste novo milênio. 85 Mesa temática Banco Internacional de Objetos Educacionais (BIOE): uma iniciativa para disseminação de objetos educacionais pela internet Milton Shintaku (coordenador) Fernanda Monteiro Milton Shintaku Maria da Conceição Afonso Marcos Novais Veruska Costa UnB A origem das informações disponíveis na internet, ainda, representa um fator de desconfiança para os usuários, devido, principalmente, a problemas relacionados à autoria e veracidade. Nesse contexto o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Rede Latinoamericana de Portais Educacionais (RELPE), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e outros, disponibilizou um banco com o propósito de manter e compartilhar recursos educacionais digitais de livre acesso, mais elaborados, e em diferentes formatos como áudio, vídeo, animação, simulação, software educacional, imagem, mapa e hipertexto considerados relevantes e adequados à realidade da comunidade educacional. Esse banco, desenvolvido pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (CESPE), possui, atualmente, 7.205 objetos publicados em diversos formatos e para todos os níveis de ensino, desde a educação infantil até a educação superior cobrindo todas as disciplinas dos diversos níveis de ensino. Nesse sentindo, o banco disponibiliza informações confiáveis tornando uma fonte de informação importante à comunidade docente, pela amplitude de acervo e confiabilidade da origem do conteúdo. Palavras-chave: Objetos Educacionais. Sites educacionais. Repositórios. Fontes de informação. Bancos digitais. Mesa temática História e literatura no Brasil do século XIX: heranças Coordenador da mesa: Tania Rebelo Costa Serra, UnB Esta mesa visa a lançar três olhares diferentes à obra de dois autores-chave do século XIX, a saber: Domingos José Gonçalves de Magalhães e Joaquim Maria Machado de Assis. A primeira comunicação estudará o “Ensaio” de Magalhães, texto fundador de nossa história literária. O segundo abordará um texto teatral do mesmo autor, comparando-o a uma peça de Machado de Assis. Por fim, a última participação discorrerá sobre Machado de Assis. As comunicações usarão o enfoque da História da Literatura em suas abordagens. 86 Títulos dos trabalhos: O ‘Ensaio’, de Magalhães, e o ‘Projeto Brasil’: as origens da formação de uma herança histórico-literária Tania Serra UnB Quatorze anos após a Independência do Brasil, Gonçalves de Magalhães, de Paris, vai oferecer ao país um esboço do que poderia ser nossa futura história literária. Com o texto fundador intitulado: ‘Ensaio sobre a História da Literatura do Brasil’, de 1836, ele consegue, não só estabelecer as premissas mítico-ideológicas sobre as quais poderão construir-se as futuras histórias literárias, como também nortear os historiadores brasileiros no sentido de fornecer-lhes os conceitos iniciais com os quais poderão definir identidade cultural. Este conceito é uma ideia-chave para a concepção da desejada Historiografia nacional, que será concebida a partir de um planejamento cultural e histórico minuciosamente traçado e forjado no bojo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, planejamento este que intitulo de ‘Projeto Brasil’: a origem da formação de uma herança histórico-literária brasileira. Heranças e perspectivas da dramaturgia brasileira André Luís Gomes UnB Em 1838, Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição, uma tragédia escrita por Gonçalves de Magalhães, de assunto nacional e encenada por uma companhia de atores brasileiros inaugura o nosso teatro e, através de um discurso metalinguístico, Magalhães teoriza sobre a arte dramática, além de debater sobre o valor daqueles que se envolvem com a arte dramática. Como dramaturgo e crítico teatral, Machado de Assis também divulgou suas “Idéias Teatrais” e, em algumas de suas crônicas, recompôs o cenário teatral de sua época. Nosso objetivo é divulgar e analisar as teorias teatrais desenvolvidas por Magalhães e Machado de Assis, bem como discutir a contribuição de ambos para a (re)construção do teatro brasileiro. Geologia literária e histórica de Machado de Assis Augusto Rodrigues UnB Na década de 1870, “Machadinho” discute o passado e os rumos da literatura brasileira nos seus diversos escritos. Em críticas e crônicas, ele se assume como debatedor, embora cauteloso, das idéias de sua época. Nos contos e romances, por sua vez, traça um painel do Brasil imperial e solidifica sua imagem de autor. A partir de Brás Cubas o diálogo com a história do país e com a história literária ganha dimensões inovadoras ao interpretar individualmente questões nacionais. Tendo como exemplo o defunto autor e o autor póstumo, 87 Conselheiro Aires, pretende-se analisar as heranças histórico-literárias sob a pena da galhofa do primeiro e sob a tinta da melancolia do segundo. Defrontando idéias avulsas de Machado de Assis com as ideias de seus romances é possível mostrar como determinadas geologias literárias dinamizam a organização interna dos livros e possibilitam mapear a construção consciente de uma identidade literária nacional PLENÁRIA Brasil e América Latina: diálogos de (des)integração Coordenadora: Ana Pizarro, USACH Ainda hoje não existe uma relação dialógica entre o Brasil e a América Latina da forma como a necessitamos. Neste sentido, esta mesa pretende provocar uma discussão que aponte possibilidades que interrompam essa situação, apresentando-a sob três perspectivas diferentes. Na primeira, Ana Pizarro falará de articulação e diversidade em uma América Latina que se constitui por áreas culturais, perspectiva que está muito além de classificações simplistas como as que se costumam usar. Na segunda, Lívia Reis proporá aproximações entre o universo cultural caribenho e o brasileiro, detendo-se na análise de textos que comprovam o diálogo entre ritmos latino-americanos. Na terceira e última parte, Marcia Paraquett mostrará de que forma a aprendizagem de espanhol por brasileiros pode contribuir para este diálogo, na medida em que se tomam como foco as muitas variantes lingüísticas e culturais hispano-americanas. Títulos dos trabalhos: Articulación y diversidad en América Latina Ana Pizarro USACH Contrariamente a lo que se pensaba en los años sesenta en donde la idea de América Latina como una cultura era preponderante, desarrollaremos la propuesta del movimiento de un continente plural y al mismo tiempo articulado. La pluralidad, tanto horizontal- áreas culturales, sistemas discursivos- como vertical- momentos histórico-culturales-, está directamente relacionada con la colonización. Del mismo modo la articulación que es de carácter histórico tiene una vinculación directa y desarrolla sus formas a partir del proceso colonial. En ambas observaremos en detalle algunos aspectos. 88 O Caribe e o Brasil: música e ensaio em diálogo Lívia Reis UFF Nas últimas décadas as áreas de estudos literários, culturais e pós coloniais latinoamericanos têm empreendido um grande esforço de incorporar o Caribe entre suas preocupações de análise. Diferentes especialistas, a par de nacionalidades, línguas, universos culturais e posturas teóricas, têm tentado entender e descrever esse arquipélago multicultural, multilinguístico e multiétnico, nem sempre com sucesso. Esta comunicação pretende pensar a proposta teórica desenvolvida pelo ensaísta cubano Antonio Benitez Rojo, em seu livro La isla que se repite, confrontá-la com o poema/ canção Haiti do compositor brasileiro Caetano Veloso, sempre na perspectiva de construir pontes, diálogos e conexões entre as diferentes produções cultuais do continente. Estratégias de integração e formação de professores de espanhol no Brasil Marcia Paraquett UFBA Lamentavelmente, ainda há muito preconceito com relação aos hispano-americanos no Brasil, o que explica, de certa forma, o prestígio que tem a variante peninsular da língua espanhola, em detrimento das hispano-americanas. Neste sentido, a formação de professores de espanhol em nosso país precisa aprimorar estratégias que deem voz às variantes da América Latina, contribuindo para a diminuição do preconceito e para o reconhecimento do variado leque cultural que constitui esses povos com os quais dividimos nosso território continental. Vale ressaltar que os meios de comunicação colaboram para a manutenção dessa situação, determinando um cuidado redobrado na seleção e análise de instrumentos que possam ser levados a uma sala de aula que se pretenda intercultural. Com base no exposto, a comunicação apresentará algumas dessas estratégias, esperando colaborar para uma reflexão sobre a formação de professores de espanhol no Brasil e a integração latino-americana. 89 PLENÁRIA TEXTO E CRIAÇÃO EM OSMAN LINS Coordenação: Profa. Elizabeth Hazin Membros: Elizabeth Hazin, Sandra Nitrini e Ermelinda Ferreira Onde se conciliam o arisco e o verbo: criação e intertextualidade em Osman Lins Elizabeth Hazin (UnB) Em 1973, ano de publicação de Avalovara, Osman Lins defendeu tese de doutoramento sobre o espaço romanesco em Lima Barreto, o que significa que ambos os trabalhos – acadêmico e literário - correram paralelos, tornando a bibliografia por ele compulsada para a fatura do primeiro de imensa importância para a compreensão do segundo. A idéia deste trabalho é anunciar o projeto que pretende fazer o mapeamento de autores citados pelo escritor não apenas na bibliografia de sua tese, mas também nas entrevistas que concedeu ao longo de sua vida e que estão publicadas no livro Evangelho na Taba, bem como daqueles de cujos textos foram extraídas as epígrafes do romance estudado, a fim de – em um segundo momento – considerar a sua importância para a fatura de Avalovara, e em que medida aí comparecem como modelo. PALAVRAS-CHAVE: Osman Lins, Avalovara, Intertextualidade, Criação, Crítica Genética. Os bastidores da criação do jovem Osman Lins Sandra Nitrini (USP) Dentre os aproximadamente 5.383 documentos (textuais, sonoros e iconográficos) que compõem o Fundo Osman Lins, sediado no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, encontram-se três cadernetinhas da década de cinqüenta. Esse material constitui testemunho eloqüente de como o jovem escritor Osman Lins se preparava com cuidado e afinco para lidar com a palavra. Encontram-se anotações e reflexões sobre o fazer literário e seu entorno, que se farão presentes na sua ficção e em seus ensaios. O propósito desta comunicação é descrever, analisar e interpretar os bastidores da criação de Osman Lins, quando dava seus primeiros passos como escritor e estabelecer relações com o conjunto de sua obra. 90 Regionalismo às escuras e sem sotaque: a contribuição osmaniana para a redefinição do gênero Ermelinda Maria Araújo Ferreira (UFPE) Um dos aspectos mais interessantes da poética osmaniana é a peculiar abordagem do espaço literário dito “regional” em seus romances. Sabe-se que a seleção de uma “locação” espacial específica para a ficção brasileira foi muito importante em determinado momento do Modernismo, desviando a atenção do núcleo paulista de 22 para o Nordeste, com o romance de 30 de características regionais. O romance engajado, de denúncia social, situado no contexto da seca e da realidade do interior do Brasil, sobretudo no sertão, tornou-se emblemático de uma literatura que surgiu com força e grande poder de influência, e que se estendeu longamente, perpetrando um estilo que não só ainda é buscado, mas que também continua sendo cobrado dos autores daquela região. É comum, nesse estilo, o resgate de motivos medievais e barrocos, o que pode ser interpretado como um retorno a um passado ideologicamente reacionário e à celebração de atitudes de isolamento e de ensimesmamento na defesa de uma especificidade cultural que encontra no regionalismo a sua marca. É esse o esforço que se percebe, em parte, no Movimento Armorial de Ariano Suassuna, pela intelectualização da cultura popular na tentativa de criação de uma arte brasileira erudita. Seria de supor que Osman Lins, contemporâneo de Ariano e criador de uma obra que não perde a marca regional, aludindo também aos motivos medievais e barrocos, fosse partidário dessa proposta. No entanto, não é isso o que se observa. Além de não participar do Movimento Armorial, encontra-se em Osman Lins uma aversão ao regionalismo pitoresco que foge completamente aos princípios desse movimento. O romance O fiel e a pedra, considerado um divisor de águas na produção osmaniana, oferece um exemplo de como o autor, preocupado com a categoria espacial a ponto de transformá-la no tema de sua tese de doutorado, cria um texto “regionalista” excluindo as marcas tradicionais do gênero. A mudança do registro diurno – para usar a expressão de Gilbert Durand em As estruturas antropológicas do imaginário – comum aos romances nordestinos que falam da seca e das dificuldades do homem do campo – para o registro noturno, é uma delas. Não há neste romance qualquer apelo aos determinantes típicos da ambientação esperada para esse gênero. A atmosfera é sombria, tensa, semelhante a de um romance kafkiano, o que seria impensável num representante tradicional do regionalismo, marcado pela luz, pelo sol e pelo calor. Essa atmosfera sombria e persecutória, quase fria, quase de suspense, adquirirá outras roupagens estéticas em Nove, novena, com a elaboração de temas como o labirinto e a espiral, voltadas sobretudo para uma preocupação filosófica com o tempo e com a memória. Aproveitando a sua formação como dramaturgo, Osman Lins parece “apagar” as luzes do palco de suas narrativas. Ao valorizar a penumbra e as sombras, ele praticamente neutraliza o cenário característico do gênero, que se torna invisível no escuro. Poder-se-ia esperar que, na ausência de cenário, a identificação regionalista se fizesse pela voz, pela oralidade posta em destaque na cena, ou pela linguagem, enfim – recurso usado com genialidade por Guimarães Rosa, o desbravador do sertão lingüístico brasileiro 91 No entanto, ao contrário de Rosa, Osman Lins também vai apagando deliberadamente as marcas regionais do discurso, que vai se tornando cada vez mais neutro, quase clássico, como prova a alusão à tragédia grega na composição de O fiel e a pedra. Surpreendentemente, Osman Lins volta com toda força ao tema do cangaço em seu último projeto, o romance Cabeça levada em triunfo, que ficou inacabado, mas que revela o quanto o assunto dominava a sua atenção. O que faria ele com a cabeça de Lampião àquela altura da vida, depois de conceber um Avalovara centrado na maior metrópole brasileira da modernidade e um Rainha dos Cárceres da Grécia definitivamente instalado no litoral nordestino, infelizmente, é algo que jamais saberemos. Mas a evidente insistência do autor sobre a temática regionalista nos levou a refletir sobre quais seriam os propósitos de Osman Lins com a re-utilização desta referência quando da estruturação da categoria espacial em suas obras. Plenária O lugar do amor na poesia contemporânea brasileira: reflexões a partir de uma situação de blog Coordenadora: Sylvia Helena Cyntrão, UnB Participantes: Ismênia Santana, Gabriel Borges, Mônica Lucena 1. A comunicação visa a refletir sobre as imagens míticas do amor, que constituem inscrições simbólicas na cultura e nela circulam permeadas por fatores tais como a força de representação da problemática humano-existencial e a aceitação do grupo social onde circulam, entre outros. A representação literária conjuga, de diferentes modos, o prazer estético e o papel social, em obras nas quais se reconhecem as transformações das relações pessoais. O mundo moderno inaugura um novo lugar para o amor na vida social. Nesse sentido, propomo-nos a apresentar algumas conclusões parciais de um estudo analítico mais amplo, a partir de uma situação vivenciada no blog do grupo de pesquisa Vivoverso. Será apresentado um levantamento do que circula na memória dos sujeitos contemporânea, a partir da pergunta motivadora que foi feita: “Para você quais os mais belos versos da canção popular brasileira? PALAVRAS-CHAVE: blog de poesia; pós-modernidade; cultura brasileira; identidade; subjetividade. 2- LANÇAMENTO DO LIVRO: Poesia: o lugar do contemporâneo. Brasília, Editora do TEL/UnB, 2009.Organização de Sylvia H. Cyntrão. Encarte: CD do Espetáculo “Fale-me de amor” com o Grupo Vivoverso. 3- APRESENTAÇÃO DO ESPETÁCULO LÍTERO-MUSICAL “Fale-me de amor”, com o Grupo Vivoverso ( Duração: 17min.) Produção: Heloísa de Sousa; Direção Sylvia Cyntrão Apoio: Cristiano Torres Lima; Leticia Fialho Atores: Brunna Guedes; Deliane Leite; Felipe Cyntrão Corrêa; Mateus Alves; Maxçuny Alves; Patrícia Corrêa; Julliany Mucury; Canções: Felipe Cyntrão Corrêa. 92 CONFERÊNCIAS (Des)construção da identidade latino-americana: herança do passado, desafios futuros Dra. Maria Luisa Ortíz Alvarez UnB Nosso continente latino-americano é resultado de uma mistura, de um hibridismo étnico e cultural constante, é lugar de sincretismos de crenças e religiões com trajetória própria, formada no interior do nosso sistema social. Mas a cada dia percebemos que a nossa identidade devido às constantes e aceleradas mudanças que o mundo vem sofrendo com os movimentos da modernidade e o processo de globalização se (des)constrói de acordo com as novas experiências de reorganização tempo-espacial das nossas comunidades e as práticas sociais recorrentes, além de outros fatores externos, etc. Neste trabalho pretendemos discutir e refletir sobre a nossa identidade latino-americana, sobre os efeitos de uma herança dos tempos da colonização, o momento atual e o desafio futuro que deverão enfrentar a gerações vindouras. Tradición y actualidad: Cuatro momentos de la narrativa en Chile Dra. Carmen Balart C. UMCE Al finalizar el primer tercio del siglo XIX, en Hispanoamérica, comienza a perfilarse el Período Romántico. Para escritores como José Victorino Lastarria (1817–1888), Alberto Blest Gana (1830-1920), fue una época de aprendizaje social, de formación política, de búsqueda de identidad, de autonomía literaria. A fines del siglo XIX, Hispanoamérica adopta los principios del Naturalismo, adecuándolos a temáticas propias: modernización de las ciudades, situación de los suburbios; problemas de orden social, ético, político y económico de las grandes urbes; lucha de clases; materialismo versus idealismo, enfrentamiento del hombre con la naturaleza. Surgen narradores como Vicente Grez (1847-1909), Daniel Riquelme (1857-1912), Luis Orrego Luco (1866-948). En la primera mitad del siglo XX, dos narradoras incorporaron a la literatura la construcción del mundo desde la perspectiva de la mujer. Lo imaginario, lo marginal existencial y social, aparece como trasfondo en los relatos de Marta Brunet (1897-1967). María Luisa Bombal (1910-1980) opta por una novela de orientación superrealista, que combina lo psicológico, lo onírico y lo imaginario, ubicando a sus protagonistas en un momento histórico que no les permite ser ellas mismas. Por último, a partir del último tercio del siglo XX, analizaremos la estructura de novelas que responden a visiones distintas de mundo: José Donoso (19241996) cultiva la novela de orientación superrealista; Marcela Serrano (1951), la sentimental; Carlos Cerda (1942-201), la testimonial; Gonzalo Contreras, la del desarraigo de la condición existencial; Isabel Allende (1942), la del realismo mágico; Ana María del Río (1948), la de género; Luis Sepúlveda (1949), la de utopía; Óscar Bustamante (1941), 93 la epistolar; Alberto Fouguet (1964), la de aprendizaje; Pablo Azócar (1959), la del enigma; Carlos Franz (1959), la de la orfandad; Hernán Rivera Letelier (1950), la neorrealista; Sonia González (1958), la autobiográfica; Marcela Serrano, la de misterio; Andrea Maturana (1969) y Sergio Missana (1966), la de viaje; Ramón Díaz Eterovic (1956), la policial negra; Dauno Tótoro (1963) y Roberto Ampuero (1953), el thriller; Carla Guelfenbain (1959), la psicológica de desarrollo personal. Palabras claves: Período Romántico, Naturalismo, Superrealismo, Imaginario, Construcción de mundo Bolívar, Martí, Neruda y Ribeiro: cuatro pilares del imaginario social latinoamericano Dr. Luis Rubilar Solis, UMCE América Latina como formación geo-cultural e histórica se ha ido configurando en el escenario mundial a través de la letra y la actuación de paradigmáticos emancipadores (Bolívar, Martí, Neruda y Ribeiro), a la vez personajes emergentes e instituyentes de su imaginario social. A partir de sus enunciados discursivos más elocuentes es posible establecer los rasgos distintivos de la identidad social latinoamericana así como, también, comprender las vicisitudes que confronta en la actualidad, dado el embate homogeneizador de la globalización económica y comunicacional. Sintetizar la historia, asumir lo propio, seleccionar críticamente lo exógeno, alcanzar la unidad e integración de sus naciones diversas, constituyen actitudes y decisiones colectivas que posibilitarán la mantención y fortalecimiento de ese digno imaginario social con el que soñaron nuestros pueblos y sus Libertadores. Intertextualizando a Vallejo desde el Brasil… sobre las vanguardias del siglo XX Dr. Antonio Miranda UnB César Vallejo con respecto a las vanguardias se mantuvo equidistante en relación a aquellas manifestaciones estéticas de extremos exacerbados, de ultranza, que incendiaban las élites intelectuales de Europa y Latinoamérica. A partir del análisis de los textos críticos y periodísticos de Vallejo, se intenta revelar su visión de las vanguardias de su tiempo: el ultraísmo, el futurismo marinettista, el surrealismo y el dadaísmo, su distancia respecto a los experimentalismos de Huidobro así también de los que permanecían en fórmulas retrógradas. Él propone dimensiones poéticas más profundas y de compromiso social, que superen la propuesta de “un arte por el arte”. No es positiva su evaluación de las concepciones estéticas de Maiakovski, y tampoco su posición de izquierda lo conlleva a una fijación con el realismo soviético. Muchos críticos han intentado relacionar la poesía de Vallejo con el surrealismo. Aunque es posible encontrar elementos del surrealismo en su obra, pero el propio Vallejo ha hecho una “autopsia del surrealismo” (en 1930) y ha desacreditado a sus más destacados seguidores — Breton, entre ellos. Las crónicas de Vallejo revelan un personaje profundamente comprometido con su tiempo y circunstancia, pero alejado de los movimientos literarios y políticos militantes. 94 Poéticas da fronteira: trocas intelectuais, fluxos de indivíduos, redes e culturas. Dr. Rogério Lima UnB Neste trabalho tratamos de uma noção de fronteira mais abrangente que envolve uma gama de condições em que se confrontam, encontram e se confundem temporalidades, ambientes, culturas, etnias gêneros e estilos de vida distintos. Noções de fronteira que se ampliam para dar conta das diferenças, da compreensão do “outro”, das identidades e estranhamentos nas bordas da América do Sul e no âmbito do MERCOSUL que modernamente passou a ser tratada como diversidade cultural. O Lugar da Multimodalidade na Construção de uma Gramática Visual Dra. Josenia Antunes Vieira UnB A conferência discutirá a necessidade de incorporar novas teorias da linguagem, capazes de responder às questões provocadas por uma realidade social reconfigurada em face dos avanços tecnológicos, principalmente pelo uso da Internet e pelo crescente número de imagens no discurso. Para isso, é imprescindível a requisição de uma abordagem multimodal, ancorada na Teoria da Semiótica Social - cujos modos de comunicação não se circunscrevem apenas à linguagem verbal.. Halliday (1989, 1994) entende a linguagem verbal como um sistema semiótico entre diferentes sistemas semióticos. Desse modo, cabe à teoria Multimodal, à luz de uma gramática visual, analisar as várias linguagens existentes como recursos comunicativos que co-ocorrem e interagem na construção da produção de sentido. A conferência se ancora, portanto, na Semiótica Social. (Hodge & Kress 2006 [1988]; Kress and van Leeuwen 2001, 1999 [1996]; Kress 1997, 2003), Halliday (1994 [1985]) e Iedema (2003). Por fim, a conferência analisará diferentes recursos semióticos que atuam na ressemiotização das línguas e na produção de sentido. 95 II Simpósio sobre Ensino de Português a Surdos III Simpósio de Bilinguismo e Línguas de Sinais Coordenadora: Daniele Marcelle Grannier Mesas temáticas Educação de surdos Heloísa Salles (coordenadora) Variações regionais na Língua Brasileira de Sinais: interiorizando a prática educativa Gláucio de Castro Júnior UnB A Libras tem como base cinco parâmetros: a direcionalidade, o ponto de articulação, a configuração de mão, o movimento e as expressões faciais e corporais. A variedade linguística dos sinais ocorre, quando se modifica ao menos um desses parâmetros. A grande diversidade de sinais contribui para enriquecer e valorizar a Libras como uma língua. A presença da criança no ambiente escolar tem estimulado a criação de muitos novos sinais, já que ali se criam termos técnicos. Ora, sinais vêm sendo criados, simultaneamente, em diferentes regiões, para atender às necessidades de conceituação e comunicação, repercutindo na ampliação do léxico. Uma das contribuições para o desenvolvimento de metodologias no ensino na Língua Brasileira de Sinais, nas diversas disciplinas escolares, é a pesquisa das variações regionais na LIBRAS. Na primeira etapa de nosso estudo, realizou-se pesquisa bibliográfica. Visitaram-se algumas escolas, em que se teve a aplicação de questionários e a observação de alunos e de professores sobre os processos de criação de sinais. Os resultados obtidos na pesquisa possibilitaram demonstrar que um recurso utilizado para a criação de sinais é a interpretação-explicativa, que é a abordagem do conceito do sinal em Libras; outro recurso é a interpretaçãoargumentativa, na qual o falante de Libras questiona o conceito do sinal e auxilia na criação e formação do termo-padrão. Estes mecanismos mostraram a necessidade de convencionalizar os sinais criados na sala de aula e, daí, observou-se que a criação do Núcleo de Pesquisa em Variações Regionais dos Sinais da Libras – VARLIBRAS – contribuirá para o processo de valorização das variações lingüísticas dos sinais, que são criados na sala de aula. A grande problemática na educação de surdos gira em torno das consequências das variações regionais no ensino das disciplinas na Língua Brasileira de Sinais. Muitos sinais são criados, mas não são disseminados nas instituições escolares, para que sejam adotados por todos, no país. Essa difusão facilitaria a criação de um padrão. É preciso, portanto, não só uma atenção especial a este estudo, bem como um aprofundamento da pesquisa com vistas a que, no processo de ensino de línguas, envolvam-se os aspectos de variação, relacionados aos sistemas morfológico, lexical, fonético e fonológico da Língua de Sinais Brasileira. 96 Algumas questões, referidas como “variáveis”, tais como, o ambiente relacionado à origem das variações regionais, a situação geográfica ou a origem social, e fatores como o interacional, na relação e na conversação, a idade, as estratégias de aprendizagem e os fatores culturais precisam também ser considerados (QUADROS, 1999). Palavras-chave Libras, Variação Lingüística em Libras, Núcleo Varlibras, Criação e formação de Sinais Educação Bilíngue de Surdos: Formação de Professores e de Intérpretes Rosana J. Cipriano UnB Patrícia Tuxi SEED/DF Celeste Kelman UnB Heloisa Salles UnB A formação de professores e de intérpretes de LIBRAS que atuam na educação bilíngue de surdos tem suscitado a discussão acerca da atuação conjunta desses profissionais no contexto escolar, definida como co-docência. No presente estudo, busca-se examinar as concepções desses profissionais sobre educação, sobre o aluno surdo, e sobre a própria atuação, considerando o impacto de programas de formação desses profissionais, além do papel do conhecimento da língua de sinais. Nesse sentido, a construção de significados é um princípio norteador da discussão. Solicita-se aos participantes que respondam perguntas abertas voltadas para as respectivas práticas, atitudes, crenças e concepções acerca de sua atuação (conjunta). Foi utilizado o critério de Análise de Conteúdos (BARDIN, 1977), tendo a análise dos dados evidenciado que as dificuldades encontradas em sala de aula no processo de educação bilíngue dos surdos estão crucialmente relacionadas à falta de domínio da Língua Brasileira de Sinais pelos professores, e às dificuldades enfrentadas pelo intérprete na definição de seu papel como educador. 97 O uso de modelos qualitativos na educacao científica de surdos Paulo Salles UnB Gisele Morisson Feltrini SEDF Mônica Maria Pereira Resende UnB Esta mesa-redonda discute o uso de modelos qualitativos como ferramenta para a aquisição de conceitos científicos, o desenvolvimento do raciocínio inferencial e o aperfeiçoamento de competências lingüísticas de estudantes surdos. Três condições devem ser satisfeitas para que esses modelos possam ser usados em atividades educacionais em sala de aula: (a) a educação deve ser bilíngüe, sendo a língua brasileira de sinais (Libras) a primeira língua dos surdos e o Português escrito, a segunda língua; (b) o vocabulário científico deve ser representado tanto em Libras como em Português; (c) o material didático deve seguir a pedagogia visual, apropriada para as necessidades específicas dos surdos. Inicialmente, serão apresentados os fundamentos do Raciocínio Qualitativo, uma área da Inteligência Artificial que oferece técnicas para a construção de modelos de simulação que exprimem diagramaticamente relações de causalidade sem utilizar equações matemáticas e dados numéricos. Em seguida, será feita uma revisão de trabalhos realizados no âmbito do projeto “Português como segunda língua na educação científica de surdos”, trabalho desenvolvido por professores e alunos dos Institutos de Letras, Ciências Biológicas e Química da Universidade de Brasília com financiamento do Ministério da Educação (programa MEC / CAPES / PROESP, processo nº. 1523/2003). Esses trabalhos envolveram a criação, por um grupo de estudantes surdos, de sinais em Libras que representam elementos usados na construção dos modelos qualitativos (por exemplo, variáveis, valores qualitativos, influências) e conceitos ecológicos abordados nos modelos; a validação dos sinais criados por outro grupo de estudantes surdos e professores; a validação do modelo construído e o desenvolvimento de material didático-tecnológico para ser usado no processo de ensino-aprendizagem de ciências a estudantes surdos. Finalmente, serão discutidos os resultados preliminares de um grande esforço para a avaliação, por professores que atuam como intérpretes e por estudantes surdos e ouvintes dos materiais produzidos no âmbito deste trabalho. Ensino de português a surdos Daniele Marcelle Grannier (coordenadora) Elementos gramaticais de um syllabus para o ensino de português-por-escrito a adolescentes surdos: proposta de material didático Daniele Marcelle Grannier e Regina Maria Furquim-Freire da Silva Universidade de Brasília Com base em análise da interlíngua observada em textos produzidos em português-por-escrito por alunos surdos pré-universitários, foram identificados sete tipos de desvios em relação à língua-alvo (Grannier e Furquim-Freire da Silva, 2007). 98 A partir desse levantamento, propomos no presente trabalho atividades com focona-forma direcionadas a surdos adolescentes para desenvolver a prática de português-por-escrito com foco em elementos gramaticais de um syllabus planejado para esse público-alvo. Tais atividades fundamentam-se em abordagem interacionista e se utilizam de recursos visuo-espaciais, com o objetivo de superar o desafio de ensinar a língua portuguesa a aprendizes surdos. Palavras-chave: gramática, material didático, adolescentes, surdos, português-porescrito. O aluno surdo e a Língua Portuguesa Noriko Lúcia Sabanai SEEDF Este estudo se propõe analisar as características da interlíngua (IL) de alunos surdos profundos bilaterais de uma escola pública da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF), que estão aprendendo a Língua Portuguesa (LP) na sua modalidade escrita. Os resultados desta pesquisa qualitativa demonstraram que os participantes surdos que apresentam melhor proficiência na Língua Brasileira de Sinais (Libras), obtiveram melhor desempenho na escrita da LP. Verificou-se também que, a abordagem utilizada pela professora regente, a contextualização dos conteúdos ministrados, a motivação dos alunos e as estratégias de aprendizagem por eles utilizadas foram fatores positivos e determinantes para o desenvolvimento satisfatório do processo de aprendizagem da língua-alvo e também para a identificação das características da IL dos participantes. Adequação do ensino do português como l2 nas crianças surdas: um desafio a superar/enfrentar Marisa Dias Lima UnB A história do povo surdo revela que por muitos séculos de existência, os aspectos educacionais têm sido elaborados numa perspectiva dos ouvintes e não dos surdos que, quase sempre, são ignorados e desvalorizados como sujeitos e profissionais que podem contribuir a partir de suas capacidades inerentes e de sua diferença: a de ser surdo. Desta maneira, a “integração/ inclusão” de sujeitos surdos nas escolas, tendo-se a língua oral e não a LIBRAS como principal forma de comunicação, faz-nos questionar se o seu conteúdo metodológico ouvintista significa integrar o surdo realmente. Na verdade, os seus conteúdos desenvolvidos são basicamente uma suposição, “adaptação” forçada para os surdos. Assim, este trabalho elege como objeto de estudo uma proposta das utilizações de estratégias pedagógicas adequadas no ensino de português como segunda língua para uma efetiva inserção dos surdos no processo escolar, dinamizando por meio de recursos específicos o processo ensino-aprendizado dos surdos. 99