REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT O P&D ainda mais forte Programa de P&D da Light ganha importância e segue mais forte do que nunca Smart Grid Medidores inteligentes mudam conceito de distribuição de energia elétrica e dão mais poder ao cliente Avanço na cadeia de inovação Com introdução do produto no mercado, patentes passam a ser indispensáveis N o 02 - NOV 2010 Mensagem do presidente Um pouco mais de dois anos após a uma alavanca importante para superar bar- publicação da nova regulamentação do Pro- reiras e gargalos enfrentados pelas conces- grama de P&D pela ANEEL, é importante di- sionárias de energia na tarefa diária de ofere- vulgarmos como está a Light no novo am- cer um serviço de qualidade aos seus clientes. biente do P&D, em um cenário regulatório, que acredito ter contribuído para que as em- valor do P&D. A cada dia, o pessoal da Light au- presas do Setor Elétrico percorram o caminho menta a participação nos projetos de pesquisa da pesquisa à inovação de forma mais eficaz. e desenvolvimento. Assim, o P&D deixa de ser Fico satisfeito em ver que o segundo visto apenas como um Programa das áreas téc- número da “Revista Saber” marca de vez sua nicas e passa a ser um instrumento de gestão, presença entre as revistas que relatam ações atendendo a toda a cadeia de valor da empresa. bem sucedidas de Pesquisa e Desenvolvi- mento e Inovação, tão fundamentais para as contribui para que a Light alcance seus objeti- organizações em geral e, em especial, para as vos estratégicos e cumpra a sua missão de ser empresas de energia, que se defrontam com uma grande empresa brasileira comprometi- grandes e importantes desafios tecnológicos. da com a sustentabilidade, respeitada e admi- No caso do Setor Elétrico, os desafios rada pela excelência do serviço prestado aos estão em todos os segmentos: na distribuição seus clientes e à comunidade, pela criação de (combate às perdas, smart grid, veículos elé- valor para seus acionistas e por se constituir tricos); na transmissão (aumento na capaci- em um ótimo lugar para se trabalhar. dade das LTs, campos elétricos e magnéticos); na geração (energia renovável, economia de ver tecnologia de ponta, respeitando o meio baixo carbono) e também na comercialização ambiente e buscando sempre a excelência (convergência informação-energia), segmen- na prestação do serviço aos nossos clientes, to este que não tem obrigação regulatória de em um trabalho conjunto dos nossos funcio- investir em P&D. nários e parceiros externos, o P&D da Light é Nas páginas a seguir, será possível um caminho seguro para que a empresa este- conhecer o quanto esse assunto mobiliza ja na vanguarda das ações inovadoras para o inúmeras pessoas, que investem em ideias e Setor Elétrico Brasileiro. Os profissionais da Light percebem o Dessa forma, o Programa de P&D Ao investir em pessoas e desenvol- transformam esse desafio em oportunidade de crescimento e capacitação. 2 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Boa leitura a todos, O Programa de P&D possibilita à Light estar na vanguarda tecnológica em to- Jerson Kelman dos os segmentos em que atua e é também Presidente da Light REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 3 N o 02 - NOV 2010 Sumário Fazendo um P&D ainda mais forte 6 Diretoria da Light Diretor-presidente Jerson Kelman Diretor de Gestão Empresarial Paulo Carvalho Filho Diretor de Finanças e Relações com Investidores O Brasil a um passo para o futuro João Batista Zolini Carneiro 16 Diretor de Energia Evandro Leite Vasconcelos Diretor de Distribuição José Humberto de Castro Diretora de Gente Ana Silvia Corso Matte Originalidade garantida 24 Diretor de Novos Negócios e Institucional Paulo Roberto Ribeiro Pinto Saber | Revista de Pesquisa e Desenvolvimento da Light Gerência de Planejamento, Ambiente e Inovação da Light O P&D não está sozinho 36 Paulo Mauricio Senra José Tenorio B. Junior Contato [email protected] Editada pela Superintendência de Comunicação Empresarial Oscar Guerra Inovação que leva à excelência Coordenação de Edição 54 Jordana Garcia Gerência de Comunicação da Light Contato [email protected] Reportagem e Texto Massi Comunicação Soluções de vanguarda contra perdas e inadimplência 62 Jornalista Responsável Viviane Massi - MTB 7149/MG Colaboração Fernanda Paes e Márcia Sad Projeto Gráfico e Editoração Quadratta Comunicação e Design Ajudando a construir um mundo melhor Fotografias 70 Humberto Teski INFOGRÁFICOS Diogo Torres Impressão Editora Gráficos Burti Ltda. Tiragem P&D a pleno vapor 76 O abre-alas do P&D da Light 84 O que vem por aí 88 4 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 5 mil exemplares REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 5 N o 02 - NOV 2010 Fazendo um P&D ainda mais forte Trabalho bem feito traz reconhecimento, que por sua vez traz mudanças. Essa evolução vem do esforço da equipe de P&D da Gerência de Planejamento, Ambiente e Inovação em consolidar o Programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Light, que está mais forte do que nunca. Ao longo do ano, o P&D concluiu alguns projetos e começou outros. Conquistou novos parceiros e cumpriu a missão de estimular a produção científica. Chegou à última etapa da cadeia de inovação, com a possibilidade da inserção do produto no mercado. Tudo isso com a contribuição e o empenho dos funcionários da Light e dos parceiros externos, que veem na inovação o caminho para o progresso científico e tecnológico. Seja bem-vindo a mais um ano de P&D. 6 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 7 N o 02 - NOV 2010 FAZENDO UM P&D AINDA MAIS FORTE Paulo Born, assessor da presidência lução da melhor forma possível e colocam desenvolvo um bom projeto, que contribui dência, “em geral, o setor elétrico apresenta em produção, no país, tecnologias tradicio- para a companhia alcançar seus objetivos uma evolução tecnológica gradual. No en- nalmente importadas. estratégicos e com ele me capacito melhor, tanto, vem dando sinais, nos últimos anos, estou crescendo profissionalmente. Isso é de um crescimento acelerado, semelhan- sil o diferencia dos demais países. “Podemos, motivador”, destaca o gerente. te ao que aconteceu no setor de telecomu- por exemplo, nos beneficiar da bioeletricida- nicações”. Em função disso, o Programa de de e da geração eólica de energia. Além dis- grande companhia como a Light é um desa- P&D da Light se torna ainda mais relevante so, a Light tem suas particularidades, que pre- fio. Nesse contexto, o P&D é visto como um para a companhia, os clientes e a socieda- cisam ser atendidas. Um dos nossos maiores instrumento útil e indispensável, pois esti- de em geral. Os projetos de P&D fazem com desafios é o furto de energia, problema que mula a criatividade e o pensamento inova- que a concessionária acompanhe essa evo- comporta soluções tecnológicas como as dor. “Precisamos de pessoas em busca de so- que têm sido apresentadas pelo Programa de luções que coloquem a Light na vanguarda P&D”, destaca Paulo Born. e garantam a permanência da estratégia de Em 2010, houve um aumento no crescimento da companhia. O P&D é o recur- número de profissionais de outras áreas, so de que dispomos para inovar e surpreen- além daquelas técnicas interessadas em der”, defende Paulo Maurício. desenvolver projetos de P&D. Segundo o gerente de Planejamento, Ambiente e Ino- contribuir para reduzir a emissão de CO2 na vação, Paulo Maurício Senra, esse salto é atmosfera é um exemplo de que a pesquisa e florestamento da própria Light. Com isso, as fruto do reconhecimento da Light ao traba- o desenvolvimento de novas tecnologias es- algas deixariam de ir para aterros sanitários e lho que vem sendo realizado. “A mudança é tão também intimamente ligados à preserva- ainda contribuiriam para o desenvolvimento consequência de um esforço de todos para ção do meio ambiente. “O núcleo estratégico sustentável. consolidar o P&D, pois entendemos que es- da nossa gerência está pesquisando o assun- tratégia e inovação estão diretamente rela- to para entendê-lo melhor e possivelmen- MATURIDADE NA GESTÃO cionadas. A Light precisa inovar para con- te aplicar o Biochar na Light via P&D”, expli- DE PORTFÓLIO tinuar existindo”, afirma Paulo Senra. Outro ca Paulo Senra. A ideia é utilizar como insumo lado positivo dessa busca pelo P&D é a mo- as algas macrófitas que se proliferam nos re- tivação dos profissionais, que o encaram servatórios da Light e, em seguida, usar o Bio- bém na maneira como conduz a gestão de como uma perspectiva de crescimento. “Se char como fertilizante do solo em áreas de re- portfólio. A maturidade veio com a aplicação A característica renovável do Bra- Pensar e definir a estratégia de uma O estudo de como o Biochar pode foto humberto teski PIPELINE DE INOVAÇÃO 8 Paulo Maurício Senra, gerente de Planejamento, Ambiente e Inovação foto humberto teski Para Paulo Born, assessor da Presi- Em 2010, o valor do compromisso obrigatório é de R$ 12 milhões. Até outubro deste ano, já foram investidos R$ 17,7 milhões. O investimento previsto até dezembro é de R$ 20,8 milhões. FAZENDO UM P&D AINDA MAIS FORTE PESQUISA BÁSICA DIRIGIDA REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT PESQUISA APLICADA DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL CABEÇA DE SÉRIE LOTE PIONEIRO De 2009 para cá, o P&D evoluiu tam- Biochar: Material gerado pela carbonização de biomassa em processos controlados de pirólise (queima em altas temperaturas e na ausência de oxigênio). Qualquer biomassa em decomposição natural gera gás carbônico e outros gases de efeito estufa. Por outro lado, quando a biomassa é transformada em biochar, 80% do carbono ficam retidos nele, fato que contribui para a redução das emissões de CO2. Além disso, durante esse processo é gerada energia elétrica. O Biochar produzido pode ser enterrado no solo, atuando como depósito permanente de carbono e ainda aumentando a produtividade dos cultivos agrícolas. INSERÇÃO NO MERCADO REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 9 N o 02 - NOV 2010 FAZENDO UM P&D AINDA MAIS FORTE José Tenório, coordenador do P&D SOLUÇÕES EFICIENTES, ENERGIA INTELIGENTE. foto humberto teski ca para os objetivos estratégicos da concessionária”, destaca Tenório. Na prática, o P&D propicia à Light estar à frente no quesito tecnologia. “O Programa traz o que há de mais moderno para dentro da empresa, como a rede inteligente Há mais de 6 anos o LETD vem transformando ideias em soluções na área de Engenharia Elétrica. Além de efetuar estudos e desenvolver pesquisas no setor de energia, nosso conceituado laboratório presta serviços de consultoria e executa projetos para as grandes empresas do mercado, com a experiência de um corpo técnico-científico formado por professores e engenheiros associados. Smart Grid, que promete mudar o conceito de consumo de energia no país”. A extensão da cadeia de inovação do P&D é outro avanço a ser destacado. “A nova regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) permite que produtos e serviços desenvolvidos pelo Programa de P&D cheguem ao mercado. Essa possibilidade gerou a percepção interna de um processo de P&D mais atraente para a concessionária. Externamente, trouxe novos entrantes para viabilizar a última etapa dessa cadeia”, avalia Tenório. As parcerias voltadas para o mercado já estão sendo chamadas de “produtização” do P&D. “O ambiente atual é rico PMI: Metodologia de gerenciamento de projetos desenvolvida pelo Project Management Institute, organização internacional reconhecida mundialmente como referência na área de gestão de projetos. Esta metodologia prevê as fases de iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento de projetos multidisciplinares. IPMA: International Project Management Association, criada e registrada na Suíça, em 1965. A IPMA é uma associação sem fins lucrativos, cujo objetivo é promover internacionalmente o gerenciamento de projetos. No Brasil, a Associação Brasileira de Gerenciamento de Projetos (ABGP) representa oficialmente a IPMA. 10 das Boas Práticas de Gerenciamento de Pro- e propício ao desenvolvimento de produtos jetos, a partir do uso de metodologias como e serviços com aplicação prática. A Aneel PMI e IPMA. “Tem sido um desafio implantar acertou quando ampliou a cadeia de inova- a cultura do gerenciamento de projetos nu- ção permitindo a entrada das indústrias. O ma empresa de ambiente matricial como a processo agora é outro, muito mais dinâmico Light, mas estamos obtendo cada vez mais e atrativo que no ambiente regulatório ante- êxito”, comenta o responsável pelo Progra- rior”, pontua Tenório. Nossos projetos de sucesso promovem, cada vez mais, a integração entre a Universidade, os Órgãos Governamentais, as Concessionárias de Energia Elétrica e a Indústria. Confira abaixo um desses projetos: Sistema de rede inteligente – Economia e praticidade caminham juntos. ma de P&D da Light e coordenador do GT P&D da Associação Brasileira de Distribui- TROCA DE EXPERIÊNCIAS dores de Energia Elétrica (Abradee), José ENRIQUECE O PROGRAMA Tenório Júnior. O P&D evoluiu também nas parce- Pode-se detectar qualquer ponto de alteração na rede, através do novo material de transmissão. Pelo sistema, o operador detecta a alteração e adota as devidas providências. Além do GT P&D da Abradee, o P&D rias internas. “Aumentamos e fortalecemos da Light tem cadeira cativa no GT do Grupo as alianças com diversos departamentos da Cemig, principal acionista da companhia flu- Light que ajudam o P&D a caminhar, a aten- minense. Segundo Tenório, o grupo alinha der às metas regulatórias e a ser uma alavan- expectativas e interesses comuns em termos REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Através de uma nova rede inteligente, a energia é distribuída. NOSSOS PRINCIPAIS CLIENTES LETD – Laboratório de Estudos de Transmissão e Distribuição – Departamento de Engenharia Elétrica Rua Passo da Pátria, 156 – bl. D – sala 513 – São Domingos – Niterói – RJ – CEP: 24.210-240 Tel: (21) 2629 5511 – Telfax: (21) 2629 5521 – email: [email protected] REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 11 N o 02 - NOV 2010 12 FAZENDO UM P&D AINDA MAIS FORTE REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT FAZENDO UM P&D AINDA MAIS FORTE REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 13 N o 02 - NOV 2010 Equipe do P&D: Eduardo Ribeiro, José Tenório Junior, Paulo Mauricio Senra, Jorge Ricardo de Carvalho, Bruno Salerno e Camila Caiafa de resultados e ações relacionadas à condu- participantes”, conta o responsável pelo P&D ção da gestão de portfólio de projetos. “Nes- da Light. No GT do Grupo Cemig, as soluções se grupo, é possível o entendimento da rea- inovadoras são compartilhadas, como é o ca- lidade não só da distribuição e da geração, so do P&D Smart Grid. “Ao trocarmos os resul- mas também da transmissão de energia elé- tados, otimizamos recursos financeiros e hu- trica no país, já que empresas transmissoras, manos na medida em que, individualmente, também do Grupo Cemig, integram a lista de não investimos nos mesmos projetos”, explica. Contribuição externa na gestão de portfólio O Programa de P&D da Light tem recebido apoio da Empresa Fluminense de Pesquisas Energéticas (EFLUPE). As funções da EFLUPE são prospectar novos projetos, supervisionar os que já estão em andamento, resgatar os que têm chances de patenteamento, ambientar os profissionais da Light designados para gerenciá-los, entre outras. “Fomos contratados para buscar resultados e aumentar a taxa de sucesso das pesquisas. Por isso, estamos atuando intimamente com os gerentes dos projetos de P&D”, explica o diretor presidente Jorge Ricardo. Uma atuação importante da EFLUPE tem se dado no levantamento de projetos com chances de patenteamento. “A possibilidade da introdução dos produtos e softwares inovadores no mercado fez com que o P&D ressuscitasse projetos concluídos, para que agora cheguem à fase do lote pioneiro”, conta. 14 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 15 N o 02 - NOV 2010 O Brasil a um passo para o futuro Neste começo de século, a Light está apostando alto em uma tecnologia que vai mudar os conceitos de distribuição de energia elétrica conhecidos até hoje. O Programa Smart Grid prevê a criação de um sistema de monitoramento e operação de redes elétricas e medidores inteligentes que dará mais poder ao consumidor de energia. As redes elétricas inteligentes – na tradução para o português – que inicialmente soavam apenas como previsões futuristas, serão em breve testadas em um projeto piloto contemplando 1000 clientes na área de concessão da Light no estado do Rio de Janeiro. 16 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 17 N o 02 - NOV 2010 O BRASIL A UM PASSO PARA O FUTURO Representantes da Axxion, Lactec, CPqD e CAS assinam contrato com a Light para iniciar as atividades do Smart Grid O BRASIL A UM PASSO PARA O FUTURO O conceito de redes elétricas inte- do os recursos financeiros para um progra- ligentes, bastante disseminado nos Estados ma estratégico integrado de P&D, compre- Unidos e na Europa, agora será testado tam- endendo desenvolvimento de produtos e bém no Brasil. Em colaboração com a Cemig, a serviços que abrangem todas as áreas do Light sacramentou, em outubro de 2010, par- Smart Grid, desde a subestação até a resi- ceria com as empresas CAS Tecnologia, CPqD, dência do consumidor. Lactec e Axxiom para desenvolver, via pro- grama de P&D Smart Grid, melhorias na efi- anos, o programa desenvolverá novos me- ciência operacional da distribuição de ener- didores inteligentes interoperáveis e in- gia, redução de furtos e maior interação com tercambiáveis, que atenderão aos requi- o cliente. O investimento será de R$ 35 mi- sitos mínimos em definição pela ANEEL e lhões, por parte da Light, e de R$ 30 milhões permitirão melhor interação com o consu- pela Cemig, que pretende testar tal tecnolo- midor, tarifas diferenciadas, registro de in- gia no estado de Minas Gerais. dicadores de qualidade do fornecimento, Depois da mudança de foco, a Light aprimoramento na detecção de faltas, di- decidiu unificar os esforços, anteriormente cas de eficiência energética, entre outras investidos em projetos isolados, direcionan- funcionalidades. foto humberto teski Jerson Kelman, presidente da Light, assina contrato do Smart Grid. À esquerda, diretor Paulo Carvalho; à direita, Fábio Toledo Com duração prevista de três Na prática, a aplicação dessa nova Além disso, serão testadas tarifas tecnologia dará mais autonomia ao consu- diferenciadas de acordo com o horário, co- midor, possibilitando maior controle sobre mo acontece com as empresas de telefo- os gastos, qualidade do serviço prestado nia, pré-pagamento e planos mensais ba- pela concessionária e gestão mais eficien- seados no perfil de cada cliente. te do uso doméstico da energia elétrica. “O cliente terá acesso a novas funções, como, volverá “tomadas inteligentes”, que, em O programa Smart Grid desen- a qualquer momento, realizar previsões de seu consumo em energia e em moeda corrente no final do mês. O cliente receberá O Smart Grid tende a ser uma transformação no essas informações por meio de diversos ca- setor de energia elétrica, assim como o GSM foi nais de interação, tais como displays inteligentes, televisão, internet e telefone ce- para a telefonia celular. lular”, explica o assessor da Diretoria de Fábio Toledo | Assessor da Diretoria de Distribuição Distribuição e responsável pelo programa e responsável pelo Programa Smart Grid Smart Grid na Light, Fábio Toledo. foto humberto teski 18 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 19 N o 02 - NOV 2010 Fábio Toledo, gerente do Programa Smart Grid O BRASIL A UM PASSO PARA O FUTURO O BRASIL A UM PASSO PARA O FUTURO sincronia com o medidor, permitirão a beneficiar os clientes com tarifas de ener- programação do acionamento ou desliga- gia mais baixas”, explica Toledo, entusias- mento dos eletrodomésticos. Dessa forma, mado com as inovações que a sociedade as tomadas poderão ser programadas, por irá ganhar. exemplo, para eliminar o consumo desne- cessário de stand by de aparelhos, como vi- acrescenta que as tecnologias de redes in- deogames e DVD’s, reduzindo o gasto de teligentes propiciarão melhor qualidade no energia. “Eletrodomésticos, como lavado- fornecimento de eletricidade. Também se- ras de roupas, por exemplo, poderão ser rá possível testar o armazenamento e a ge- programados para funcionar fora do horá- ração distribuída de energia. “O Smart Grid rio de pico de consumo, e potencialmente tende a ser uma transformação no setor de O responsável pelo Equipe do Programa Smart Grid na reunião de lançamento foto humberto teski programa energia elétrica, assim como o GSM foi para a telefonia celular”, compara Toledo. UM PROGRAMA, CINCO PROJETOS O Programa Smart Grid da Light está subdividido em cinco projetos integrados, que pesquisarão temas como medição inteligente de energia, certificação digital, veículos elétricos e híbridos recar- tem monitoramento e acionamento remo- renciar faltas de energia de maneira mais regáveis, armazenamento de energia, no- tos. A ideia do programa é aperfeiçoar es- automática e inteligente, com o objetivo de vos serviços oferecidos ao consumidor, en- ses medidores para que se tornem ainda garantir a restauração do fornecimento de tre outros. mais inteligentes e integrá-los sinergica- forma mais rápida e eficiente. Além disso, ao O projeto 1 desenvolverá a estru- mente à rede inteligente. “Entramos com combinar esses dois projetos com o projeto tura de TI e telecomunicações necessá- a Light nesse projeto por a considerarmos 1, é possível obter melhores resultados no ria para suportar todo o programa, além uma empresa inovadora no cenário nacio- combate a perdas não técnicas. de novos medidores inteligentes. “Temos nal. Nos próximos 20 anos, será referência grande expectativa de que os produtos ge- no setor”, afirma Jacometti. atenderá às expectativas do consumidor, rados fomentem a indústria de forma mui- O projeto 2 será desenvolvido em melhorando de forma substancial os ca- to positiva e que a padronização dos dis- conjunto com o projeto 3, contemplando nais de comunicação e estreitando os la- positivos possa auxiliar a disseminação do a automação de redes aéreas e subterrâne- ços com a concessionária. Nesse projeto, Smart Grid por todo o país”, declara Welson as. “Um dos objetivos de tais projetos é apri- serão definidos os meios por onde as infor- Regis Jacometti, presidente da CAS. morar a gestão dos processos atuais de for- mações serão disponibilizadas aos clien- Desde 2002, a Light possui um ma a reduzir os custos operacionais e trazer tes periodicamente, tais como televisores, centro de controle de medição com 100 benefícios à sociedade”, explica Toledo. Um telefones celulares e internet. Essas infor- mil medidores eletrônicos que já permi- bom exemplo disso é a possibilidade de ge- mações serão apresentadas de forma ami- O projeto 4, dentre outros temas, foto humberto teski 20 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 21 N o 02 - NOV 2010 Reunião que deu o pontapé inicial ao Programa Smart Grid O BRASIL A UM PASSO PARA O FUTURO O BRASIL A UM PASSO PARA O FUTURO gável, por meio de gráficos, alarmes e men- prazer fazer parte do Smart Grid. A expecta- sagens de texto. O projeto desenvolverá tiva é que ele seja o maior programa de re- também tecnologias de automação resi- des inteligentes do Brasil e da América Lati- dencial que possibilitam eficiência energé- na. “Nos sentimos muito felizes em participar tica, como as “tomadas inteligentes”. de um programa de P&D que irá ser um mar- co na história do país”, diz Sarmento. Finalmente, o projeto 5 desenvol- verá terminais de recarga para veículos elé- tricos e híbridos recarregáveis, como auto- defina as principais tecnologias e padrões de móveis e barcos. O projeto estudará ainda equipamentos que poderão ser referência pa- a forma adequada de abastecimento des- ra o setor elétrico brasileiro”, declara o pesquisa- ses veículos e os impactos que ele pode dor coordenador pelo CPqD, Fundação Centro causar nas redes. Além disto, esse projeto de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecom, estudará, entre outros temas, a geração e o Luiz José Hernandes Jr. “O grande desafio de um armazenamento distribuído de energia. projeto como esse é transformá-lo em um pro- duto a serviço da população”, declara Newton O diretor da empresa Axxiom, Miguel Sarmento, declara ser um enorme “A expectativa é a de que o Smart Grid Pohl Ribas, diretor superintendente do Lactec. foto humberto teski 22 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 23 N o 02 - NOV 2010 Originalidade garantida A atual regulamentação da ANEEL permite que os produtos gerados nos projetos de P&D avancem para o mercado. Nesse contexto, a proteção patentária e as discussões sobre propriedade intelectual ganham vulto. Um produto inovador, para ser comercializado, precisa das garantias trazidas pelo patenteamento. O P&D da Light tem vários candidatos a patentes, como o selo de segurança com indicador visual de violação, o fluxostato e o conector especializado para corte de fornecimento a clientes de baixa tensão. A patente é fundamental no processo porque protege as invenções e resguarda a Light de questionamentos do regulador quanto à originalidade dos projetos. 24 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 25 N o 02 - NOV 2010 Patente: Título de propriedade temporária outorgado pelo Estado a pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre determinado invento. Existem dois tipos: “invenção”, concedida desde que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicabilidade industrial, ou seja, uma ideia completamente nova, cuja validade é de 20 anos, contados a partir do depósito no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI); e do tipo “utilidade”, concedida quando um equipamento ou produto já existente e não protegido por patente ganha uma nova forma ou disposição, envolvendo alguma invenção que melhore o uso ou a fabricação. Nesse caso, o prazo da patente é de 15 anos. José Rodrigo, da Light; Professor Alcir e Evêmero Callegario de Mendonça, DA PUC-Rio ORIGINALIDADE GARANTIDA Conforme estabelece o novo manu- que os produtos estão mais próximos de che- al para a área de pesquisa e desenvolvimen- gar ao mercado. to lançado pela ANEEL em 2008, a avaliação de um projeto de P&D é realizada com base mais fortes na área de patenteamento após nos critérios de originalidade, aplicabilidade, a contratação de um escritório externo espe- relevância e razoabilidade dos custos. Se a cializado em patentes, marcas e contratos de ideia é original, aumentam as chances de pa- transferência de tecnologia. A Demarest e Al- tenteamento. O depósito da patente efetu- meida Advogados presta ampla assistência à ado após a realização do relatório de busca companhia para assegurar que os resultados em banco de patentes sinaliza para o regu- alcançados nos projetos desenvolvidos em lador a originalidade do projeto, já que esse parceria com as universidades e empresas se- é um critério utilizado pela ANEEL para reco- jam devidamente protegidos como registro nhecer os investimentos a serem realizados de software ou patente de produto, processo em P&D. Nesse contexto, a proteção patentá- ou desenho industrial. “A condução dos tra- ria e as discussões de propriedade intelectual balhos leva em conta não somente aspectos crescem cada vez mais, principalmente agora técnicos e jurídicos de cada projeto, mas tam- A companhia passou a ter ações bém o interesse estratégico da Light”, explica o espírito de cooperação e alinhar adequada- a advogada da Demarest, Tatiana Campello. mente os interesses e as expectativas das par- “O produto patenteado confere a tes em cada projeto”, diz a advogada, explican- seu titular o direito de uso exclusivo, assegu- do que nem sempre os inventores conhecem rando-lhe a vantagem de impedir terceiros o processo de patenteamento, sendo preciso de produzir, utilizar, comercializar ou impor- esclarecer dúvidas, prestar informações e ajus- tar tal produto ou processo sem o consenti- tar tecnicamente os conteúdos e materiais que mento do detentor da patente”, expõe a ad- fornecem. Para os acadêmicos, é importante vogada. Além disso, deter uma patente, em que publiquem os trabalhos, contudo, a publi- alguns casos, pode significar vantagem com- cação antes do tempo pode prejudicar a novi- petitiva e garantia de que, no futuro, a em- dade do objeto a ser patenteado. presa não será impedida por patente de ter- ceiros de utilizar uma tecnologia que domina. centual mínimo de sua receita líquida em projetos As patentes são um reflexo dos inves- de P&D, conforme determinam os regulamentos timentos aplicados e do êxito dos projetos de estabelecidos pela Aneel, e as patentes são usa- P&D desenvolvidos pela Light. Elas garantem das como indicadores de resultados alcançados à empresa a proteção das soluções inovadoras nos projetos concluídos com sucesso. Além disso, que foram criadas em resposta a problemas e a patente tem como desdobramento o possível li- desafios tecnológicos concretos. “Numa rela- cenciamento de produtos para o mercado que po- ção colaborativa, como nos projetos de P&D da dem significar uma fonte a mais de retorno finan- Light, é preciso ter muito cuidado em preservar ceiro para os inventores derivados de royalties. ivo neves, DA LIGHT, com o fluxostato A Light deve aplicar, anualmente, um per- Royalties: Royalty é uma palavra de origem inglesa que se refere a uma importância cobrada pelo proprietário de uma patente de produto, processo de produção ou marca ou ainda pelo autor de uma obra para permitir seu uso ou comercialização. foto humberto teski 26 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 27 FLAVIO DE OLIVEIRA, DA LIGHT N o 02 - NOV 2010 PROJETOS DEPOSITADOS NO INPI Os gerentes de projetos de P&D da Light José Rodrigo da Costa Azevedo Neto e Ivo Neves já têm o resultado de seus projetos devidamente depositados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A Light possui sobre os inventos o direito de uso exclusivo, impedindo outros de produzir e coFluxostato: É um sensor que tem a função monitorar se há ou não a passagem de um fluido por uma tubulação. Esse fluxostato que está sendo patenteado pode sinalizar também quando é atingida determinada vazão pré-estabelecida como mínima no processo. mercializar tal produto. Para o engenheiro José Rodrigo, a importância de se ter um produto patenteado está na garantia para o desenvolvedor e para o provedor dos recursos. O fluxostato está em fase final de ensaios, e a previsão é de um menor custo de instalação e manutenção, O produto patenteado confere a seu titular o direito uma vez que o equipamento capta vibrações de uso exclusivo, assegurando-lhe a vantagem de de fluxo e seus componentes não entram em impedir terceiros de produzir, utilizar, comercializar contato com o fluido. Sobre a possibilidade de retorno fi- ou importar tal produto ou processo sem o nanceiro com a comercialização do produto, consentimento do detentor da patente o gerente conta que é um estímulo para no- Tatiana Campello | Demarest vas pesquisas, pois vai gerar receita e oportunidades de emprego. “Tudo que se faz em benefício do progresso e da sociedade é de 28 estar no mercado em meados de 2011. Se- grande valor e estímulo”. gundo o engenheiro, todas as indústrias que têm processos com fluidos em circulação po- volvimento de conector especializado para derão se interessar pelo produto. “O diferen- corte de fornecimento a clientes de baixa ten- cial é que esse equipamento, um fluxostato são” também foi depositado como pedido de especial, não depende de desmontagens de patente no INPI. O gerente e coordenador de tubulações e adaptações para ser instalado. Análise de Reclamações da Light, Ivo Neves, Não são necessários cortes, soldas ou roscas, acredita que a importância de patentear um pois o equipamento é fixado por uma sim- produto ou processo, bem como uma mar- ples abraçadeira em torno do tubo”, explica ca não está somente na questão de afirmar a ele. No futuro, quem adquirir o fluxostato terá propriedade. “Acima de tudo, é uma forma de REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT O produto criado no projeto “Desen- REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 29 N o 02 - NOV 2010 ORIGINALIDADE GARANTIDA O projeto foi desenvolvido para faci- litar as análises técnicas posteriores aos distúrbios elétricos em um sistema de distribui- A patente é uma forma de evidenciar que ção de energia elétrica. Além disso, também fomos pioneiros, inovamos e estamos à frente. facilita a identificação de causas e efeitos dos Ivo Neves | Coordenador de Análise de fenômenos sobre os mais diferentes produtos em uso nos ambientes residenciais, co- Reclamações da Light merciais e industriais. “Observamos a necessidade de criar mecanismos capazes de Claudinei Martins, do CPqD; Jorge Cavadas, da Light; e José Mauro, da SIEMENS tado para estabelecer as ações de ressar- zissem a uma ligação física entre os impactos cimento por danos causados a aparelhos provocados pelos distúrbios próprios aos sis- eletroeletrônicos por distúrbios no forne- temas elétricos e a suportabilidade de dispo- cimento de energia elétrica, algo extrema- sitivos eletroeletrônicos, sem prejuízos para mente importante para as concessionárias uma ou outra parte envolvida”, explica o en- de distribuição. “Quando o software estiver genheiro. mais aperfeiçoado, pretendemos apresen- De acordo com Teixeira, o projeto vi- tá-lo à Aneel com o intuito de que esta o evidenciar que fomos pioneiros, que inova- mento poderá optar por solicitar à Light um sa à criação de um programa capaz de permi- adote como padrão para cálculo de ressarci- mos e que estamos à frente”, opina ele. projeto de “inserção de mercado”, custeado tir a programação e reprodução de diversos mentos, o que irá gerar divisas para a Light Espera-se que o emprego do conec- com recursos do Programa de P&D, ou inserir tipos de distúrbios nas redes até o ponto de com a comercialização do produto para ou- tor especializado para cortes de consumido- o produto em sua carteira de vendas e custe- conexão do consumidor, e correlacionar cau- tras distribuidoras de energia elétrica”, diz o res inadimplentes contribua de modo signifi- ar por conta própria a introdução no merca- sas e efeitos com os produtos danificados. “O consultor de P&D. cativo a curto prazo para a redução de perdas do. A única certeza é a de que a Light ganha- software resultante possibilitará a emissão de com inadimplência e para melhoria da qua- rá os royalties em decorrência das vendas do parecer conclusivo sobre a consistência ou lidade da energia distribuída, resultando em produto ao entrar no mercado. não do pedido de ressarcimento sob análise locando a concessionária em evidência no EXPECTATIVAS DE PATENTEAMENTO sões justas”, afirma ele. contexto energético do país. No Brasil, softwares não podem ser Alguns projetos de P&D têm pers- patenteados, apenas registrados. “Estamos fase industrial, momento de refinar o protó- pectivas de patenteamento ou registro. É o efetuando o registro no Instituto Nacional de tipo e corrigir as deficiências identificadas no caso do projeto “Estabelecimento de meto- Propriedade Industrial (INPI). Em seguida, va- teste piloto. A previsão de entrada do produ- dologia computacional para análise de pe- mos providenciar um novo projeto para colo- to no mercado é de, no máximo, dois anos. didos de ressarcimento com destaque para car este que temos nos moldes de comercia- Os possíveis clientes são as concessionárias o tempo de uso dos equipamentos e res- lização”, destaca o consultor de P&D da Light, de distribuição de energia elétrica no país. pectivas suportabilidades físicas”, geren- Jorge Ricardo de Carvalho, da EFLUPE. ciado pelo engenheiro eletricista Flávio Teixeira, da Light. lo mais preciso e tecnicamente fundamen- Segundo Neves, o conector está na Concluída a fase do lote pioneiro, a indústria licenciada para produzir o equipa- REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Sistema de controle e monitoramento das viaturas de emergência por GPS nas concessionárias, ajudando a tomar deci- aumento de faturamento da companhia e co- 30 permitir análises mais criteriosas, que condu- Esse software permitirá um cálcu- REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 31 N o 02 - NOV 2010 ORIGINALIDADE GARANTIDA ORIGINALIDADE GARANTIDA Firmware: Software interno e dedicado a um equipamento eletrônico. Outro projeto com perspectiva de das. “Desenvolvemos um novo firmware para O coordenador de Operação da grama que receba um pedido do sistema de patenteamento é o “Unidade de Resposta os equipamentos, permitindo a distribuição Rede - Volta Redonda, Fabrício Nunes, ge- despachos e forneça como resultado uma Escrita (URE) para atendimento ao deficien- do atendimento a surdos entre diversos pos- renciou o projeto “Sistema de otimização de lista das equipes mais próximas da ocorrên- te auditivo”, gerenciado pelo engenheiro de tos de atendimento do Call Center, sem afetar atendimento de ocorrências de emergência cia, o tempo necessário para chegar até o lo- Telecomunicação Jorge Cavadas. O projeto a priorização e o nível de serviço”, diz o enge- via satélite e sistema georreferenciado”, tam- cal e a melhor rota. “O projeto é específico foi criado para atender ao Decreto 6.523, de nheiro e gerente do projeto. bém com perspectivas de ser patenteado. para o atendimento à Regional Light - Vale 31 de julho de 2008, que regulamenta a Lei A principal inovação está na inte- Em 2005, a Light ainda não possuía um sis- do Paraíba, responsável pela distribuição de nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, norma- gração entre a comunicação para deficientes tema de controle e monitoramento das via- energia para 19 municípios, no interior do es- tizadora do Serviço de Atendimento ao Con- auditivos – informação textual através de li- turas de emergência por GPS. Havia enorme tado do Rio de Janeiro, cuja geografia possui sumidor (SAC). A Light, além de respeitar as nhas telefônicas analógicas – e a central de dificuldade de comunicação com as turmas relevo com serras e vales que prejudicam o normas, aprimorou seu atendimento com o atendimento via Internet, o webchat. “Além de campo em função da grande extensão de desempenho dos sinais de comunicação por projeto de P&D, fazendo com que um maior da proteção por meio de pedidos de pa- áreas de sombra, comprometendo a eficiên- rádios, celulares e torres repetidoras já exis- número de posições do Call Center possa aten- tentes, há outras perspectivas previstas pa- cia operacional e a segurança do trabalho. tentes”, explica o coordenador. der aos deficientes e priorizá-los quando todas ra esse projeto, como registro de software”, as posições de atendimento estiverem ocupa- destaca o analista de Sistemas do CPqD e com o objetivo de desenvolver um software jeto e tecnólogo da Diretoria de Labora- parceiro no projeto, Claudinei Martins. Se- e um hardware que trabalhem em conjun- tórios e Infraestrutura de Redes do CPqD, gundo ele, a patente para a URE é impor- to com o Sistema de Gestão da Distribui- Antonio Marini, quando se desenvolve um tante para garantir às partes atuantes no ção (SGD) já existente na Light, privilegian- protótipo para determinada aplicação den- projeto a propriedade intelectual sobre o do a redução dos efeitos das interrupções tro de um projeto sempre se existe a preo- produto, caso seja comercializado ou ga- forçadas de energia. O projeto tem dois fo- cupação com a proteção do conhecimento nhe escala industrial. cos prioritários: a localização das equipes de gerado, o que se traduz em patente. “Essa O project manager da Siemens manutenção em tempo real e o despacho de preocupação surgiu no início do projeto, Enterprise Communications, Mauro Barbo- informações por dados e voz, principalmen- quando estudamos a técnica atual para que sa, também parceiro no projeto, acredita te em áreas sem comunicação entre o Cen- o invento não utilizasse conhecimentos de que as perspectivas de patenteamento des- tro de Operação e as equipes de campo. “O terceiros sem autorização. Agora, estamos se produto são grandes. Tudo dependerá atendimento às ocorrências emergenciais avaliando a maneira correta de apresentar o de um acordo entre Light, CPqD e Siemens nas redes de energia elétrica deve ser rápi- produto como inovador, passível de paten- Enterprise. “Temos três empresas fazendo do, seguro e eficiente. Essas três qualidades teamento”, explica o parceiro. grandes investimentos de recursos, intelec- levam a três grandes necessidades de uma to e tempo, com grande possibilidade de empresa moderna: satisfação dos clientes, para a equipe envolvida nas pesquisas que retorno financeiro. Nada mais justo que te- redução dos custos operacionais e operação haja chances de patenteamento. “Comprova nhamos participação na comercialização segura”, afirma Nunes. a capacitação dos profissionais e a criativida- da URE”, defende Barbosa, observando que Os sistemas de telecomunicações e de em propor e conseguir chegar a algo to- concessionárias terão a possibilidade de be- de informática são as ferramentas utilizadas talmente novo, inédito no setor, com possi- neficiar uma minoria até então excluída do para atingir essas metas, fornecendo respos- bilidades reais de aplicação no dia a dia das processo de utilização dos recursos de infor- tas rápidas e seguras para os usuários. Desse empresas do setor elétrico”, finaliza o parcei- mação de um Call Center. modo, o projeto visa a desenvolver um pro- ro do P&D. Lei nº 8.078: O artigo 6º dessa lei impõe que o acesso das pessoas com deficiência auditiva ou de fala seja garantido pelo SAC, em caráter preferencial, facultado à empresa atribuir número telefônico específico para este fim. ANTONIO MARINI, DO CPQD 32 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Por esse motivo, o projeto surgiu Em 2010, o Programa de P&D da Light depositou 6 pedidos de patentes. De acordo com o parceiro do pro- Para Marini, é muito significativo REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 33 N o 02 - NOV 2010 ORIGINALIDADE GARANTIDA Trabalho em equipe fortalece o P&D O Jurídico da Light e o escritório Demarest e Almeida Advogados possuem papéis complementares e indispensáveis nos projetos de P&D. O Jurídico atua no momento em que os projetos nascem, verificando o processo de contratação dos parceiros que vão conduzir as pesquisas e resguardando a companhia de qualquer problema futuro. A equipe interna avalia os contratos comerciais e auxilia o P&D com orientações jurídicas. Para terminar bem, um projeto precisa começar bem. Por isso, o engajamento do Jurídico da Light é indispensável para o sucesso do P&D. As advogadas Anna Luíza Maris, Carolina Storry e Daniele Pescadinha, cuja dedicação deve ser ressaltada, explicam que as análises dos contratos de P&D trazem garantias de que tudo correrá bem na execução dos projetos. As profissionais veem com bons olhos o incentivo da Aneel à pesquisa e ao desenvolvimento no país. “É um grande motivador para as concessionárias e resulta em novas tecnologias sustentáveis, que irão ser utilizadas para melhorar as condições do sistema elétrico brasileiro”, defendem. Na outra ponta, complementando o trabalho da equipe da Light, está o escritório Demarest e Almeida Advogados, contratado em 2009 para prestar assistência jurídica nos assuntos de propriedade intelectual relacionados aos projetos de P&D. Smart Grid A evolução do setor elétrico para o crescimento do País. a energia inteligente no Brasil foto humberto teski 34 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT À esquerda, equipe Demarest; à DIREITa, Jurídico da Light www.cpqd.com.br REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 35 N o 02 - NOV 2010 O P&D não está sozinho O Programa de P&D proporciona à Light uma excelente oportunidade para que seus profissionais compartilhem experiências com pesquisadores de universidades, centros de pesquisa e consultorias especializadas, resultando em uma troca enriquecedora para todas as partes. A partir de agora, a companhia, além de valorizar as parcerias consagradas, passa a colaborar também como indutora do desenvolvimento industrial ao investir em projetos que percorrem toda a cadeia de inovação, aproximando a pesquisa da linha de produção. As parcerias com as indústrias desempenham papel fundamental no processo de pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços inovadores. 36 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 37 N o 02 - NOV 2010 Protótipo: Fase sistemática, delineada a partir de conhecimento pré-existente, visando à comprovação ou à demonstração da viabilidade técnica ou funcional de novos produtos, processos, sistemas e serviços ou ainda ao aperfeiçoamento daquilo já produzido ou estabelecido. Bueno & Mak Pesquisa e Desenvolvimento: No Brasil, a empresa é pioneira na inclusão das fases “cabeça de série”, “lote pioneiro” e “inserção de mercado” em projetos de pesquisa e desenvolvimento. Sua função na cadeia de produção é fazer a ponte entre o pesquisador, o fabricante do produto e o mercado. José Mak, da Bueno & Mak Claudia Cattani, do CPqD O P&D NÃO ESTÁ SOZINHO Antes, o P&D mantinha contato qua- tos de P&D, principalmente a partir da entra- acrescenta que o P&D da Light tem favoreci- se que exclusivamente com universidades e da da indústria na cadeia de inovação. Sobre do o acúmulo do conhecimento e a capacita- centros de pesquisa. Agora o relacionamen- a parceria com a Light, o diretor superinten- ção da equipe envolvida nos projetos. to se ampliou, chegando ao setor industrial. dente José Mak diz que ela tem sido muito Além do desenvolvimento do protótipo, as importante, até mesmo para fazer a Bueno & mento é importante para o país. Esse inves- novas normas da ANEEL permitem que a con- Mak passar a atuar em novas áreas. “A parce- timento faz com que a Light e outras conces- cessionária busque parceiros industriais para ria nos fez perceber demandas de P&D que sionárias de energia elétrica busquem nas cumprir todas as etapas da inclusão de um ainda precisavam ser atendidas, como a re- universidades e nos centros de pesquisa as produto no mercado. A pesquisa e o desen- cente necessidade de patenteamento. Atual- soluções inovadoras necessárias para se man- volvimento de novas soluções têm chances mente, temos uma empresa voltada para es- terem na vanguarda do setor. Os recursos de concretas de ultrapassar as paredes dos labo- sa área graças ao P&D”, conta o diretor. P&D, por sua vez, se mostram importantes ratórios. Há espaço para novos entrantes na Novos produtos sempre provocam para favorecer o conhecimento, promover a cadeia de produção, fazendo com que proje- incertezas. Sobre elas, José Mak diz buscar capacitação de pessoal especializado e esti- tos de P&D sejam mais atrativos aos olhos da garantias na originalidade pelo patentea- mular a criação de centros de excelência em indústria. mento. “A patente ameniza nossas dúvidas. pesquisa tecnológica. A Bueno & Mak Pesquisa e Desenvol- Inicialmente, fazemos pesquisas no Institu- vimento tem um papel importante nos proje- to Nacional de Propriedade Industrial (INPI) logista de Monitoramento e Previsão de Tem- Investir em pesquisa e desenvolvi- Segundo Marco Jusevicius, meteoro- para saber se existem produtos semelhan- CPqD: O CPqD desenvolve amplo programa de pesquisa e desenvolvimento, o maior da América Latina em sua área de atuação, gerando soluções em tecnologia da informação e comunicação, que são utilizadas em diversos setores: telecomunicações, financeiro, energia elétrica, industrial, corporativo e administração pública. Marco Jusevicius, do SIMEPAR tes ao que queremos pesquisar. Sempre priorizamos os que possam resultar em patentes”, explica. Para a pesquisadora e coordenado- ra de projetos do CPqD, Claudia Cattani, a parceria com a Light é muito gratificante, cooperativa e produtiva. “Nos projetos que desenvolvemos com o P&D, a interação entre as equipes de campo da Light e o pessoal do CPqD resultou em enriquecedora troca de experiências e conhecimento para ambas as equipes”. Questionada sobre onde buscam motivação, Claudia diz que o pesquisador já é motivado por natureza. “Trabalhar onde se tem a possibilidade de aplicação prática de uma pesquisa é extremamente motivador”, fazendo alusão à possibilidade de o produto chegar ao mercado e ser útil ao dia a dia das concessionárias de energia elétrica. Claudia foto DIVULGAÇÃO 38 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 39 André Castro, da ELC N o 02 - NOV 2010 po do Instituto Tecnológico SIMEPAR, a parceSIMEPAR: Instituto paranaense que tem como função prover informações (dados e previsões) de natureza meteorológica, hidrológica e ambiental à sociedade, bem como desenvolver soluções tecnológicas nas três áreas. ria com a Light é focada na aplicação de dados de descargas atmosféricas geradas pela Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT) em atividades relacionadas ao sistema de distribuição de energia elétrica da empresa. “Essa parceria tem sido rica e proveitosa para ambos. Para o SIMEPAR, a participação em projetos de P&D agrega maior conhecimento sobre a importância das informações ambientais nos processos de tomada de decisão das empresas do setor elétrico e leva ao entendimento das necessidades mais importantes em relação a projetos dessa natureza”, frisa. Para o SIMEPAR, a participação em atender às necessidades específicas do clien- projetos de P&D significa muito mais que te é muito gratificante. A empresa desenvol- acesso a recursos financeiros. De acordo com veu, em parceria com o P&D da Light, um la- Jusevicius, representa enfrentar novos desa- cre para combater o furto de energia. Ele fios tecnológicos, buscar soluções originais muda de cor ao ser violado. “Unir o interesse para os problemas apresentados, criar ou apli- de um cliente referencial como a Light com car metodologias que ajudem a aperfeiçoar o nossa experiência na área de desenvolvimen- trabalho do parceiro e garantir a ele resulta- to de dispositivos indicadores de violação é dos altamente satisfatórios. “O importante pa- de grande valor”, frisa. ra nós é realizar um ótimo trabalho, visando à melhoria da performance do setor elétrico”. respeita prazos, pois uma nova ideia não tem Em 2010, o Programa de P&D da Light firmou 47 parcerias, sendo 42 da Light SESA e 5 da Light ENERGIA. O número total de profissionais externos envolvidos nos projetos totalizou 824, sendo 764 da Light SESA e 60 da Light ENERGIA. RFID A inovação nem sempre é algo que hora para chegar. Segundo o diretor da ELC, SETOR FABRIL EM ALTA NO P&D trabalhar no projeto que pesquisou o lacre melhorou ainda mais a expertise da empresa, pois ela nunca havia lidado com prazos tão dadas com trabalho contínuo, voltado a pro- curtos. “A possibilidade de aprimorar um pro- dutos que, de fato, tenham relevância para a duto que representa um importante indicador empresa. Essa filosofia justifica em parte a ne- de fraudes agregou muito ao nosso negócio. A cessidade de aproximação com o setor fabril, inovação é um fator considerável para fidelizar ELC: A ELC se destaca como uma empresa de inovação nos mercados de Dispositivos Indicadores de Violação (DIVs), como lacres, envelopes e malotes de segurança. cujo objetivo é transformar protótipos em nosso cliente”, afirma ele. Agora o objetivo da produtos passíveis de comercialização. empresa é tornar o produto do P&D economi- camente viável e vendável em relação aos de- 40 Para André Castro, diretor da ELC Produtos de Segurança, criar produtos para REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT ELC A Light valoriza as parcerias consoli- mais similares existentes no mercado. REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 41 N o 02 - NOV 2010 O P&D NÃO ESTÁ SOZINHO O P&D NÃO ESTÁ SOZINHO PósMQI: É o Programa de Pós-Graduação em Metrologia para Qualidade e Inovação da PUC-Rio, hoje fortemente engajado no Programa de P&D da ANEEL, colaborando para o desenvolvimento de inovações no setor elétrico. Fábio Barcia, da Polinova Segundo Fábio Barcia, diretor presi- dente da Polinova, a parceria com a Light é Polinova: Empresa de tecnologia em polímeros, 100% brasileira, que desenvolve, fabrica e comercializa adesivos, massas e revestimentos de alto desempenho. 42 João Henrique Zancanela, da Intelli foto DIVULGAÇÃO que os projetos de P&D devessem ter metas ção (PósMQI), parceiro da Light. Ao partici- bem definidas e serem divididos em ciclos, par de projetos de P&D, a universidade se vê considerando critérios como originalidade, exposta a desafios científicos e tecnológicos aplicabilidade, importância e custos. “É uma de maneira crescente e contínua. “A consoli- experiência interessante e desafiadora até se dação desse programa de pós-graduação é chegar ao produto final, tamanha a diversi- resultado do trabalho conjunto com o P&D, dade de ideias e materiais a serem testados”, nosso principal parceiro no desenvolvimen- pontua João Henrique Zancanela, gerente de to de pesquisas aplicadas ao setor elétrico Produto e Mercado da Intelli, indústria de ter- nos dias atuais”, conta Frota. O programa da minais elétricos. De acordo com Zancanela, PUC-Rio tem em seu portfólio 15 projetos quaisquer metas e desafios criam expecta- desenvolvidos ou em desenvolvimento com tivas que motivam a equipe. “Nosso papel é o P&D da Light. a adequação dos resultados das pesquisas à realidade industrial, mas isso só pode ser fei- boratório ICA (Inteligência Computacional to em parceria com a Light e os pesquisado- Aplicada) da PUC-Rio, Marco Aurélio Pache- res envolvidos nos projetos”, destaca. co, é mais um a destacar a importância da parceria entre o P&D e o meio acadêmico. uma fonte de novos negócios e geração de emprego e renda para o Rio de Janeiro. “De- O professor e coordenador do La- SOLUÇÃO ENTREGUE À UNIVERSIDADE pois do poste feito à base de fibra de vidro e O P&D da Light também estabelece “A aproximação com uma empresa do porte e importância da Light auxilia a universi- micos e injeta recursos importantes para a dade na evolução de seus programas acadê- manutenção dos laboratórios de pesquisa”, resina de garrafa pet, em parceria com o P&D e a UFRJ, foi possível comprovar que empre- parcerias com o meio acadêmico, proporcio- diz ele, que há mais de sete anos encabeça a sas privadas também têm capacidade de tra- nando aos pesquisadores e às universidades parceria do ICA com a Light. Segundo o pro- balhar em conjunto com universidades e cen- a possibilidade de encontrar soluções para fessor Pacheco, um círculo virtuoso se reno- tros de pesquisa”, comenta. A possibilidade problemas reais do setor elétrico. va a cada edital de P&D em que a Light apre- de levar um cliente como a Light para den- senta temas e problemas desafiadores para tro da Polinova e incorporá-lo ao processo de acelera os processos de pesquisa e permi- os pesquisadores das universidades. desenvolvimento de novos produtos é, para te melhorar a infraestrutura dos laborató- Barcia, agregar valor ao negócio. rios com equipamentos de última geração. desenvolvimento técnico, social e econômi- Sobre o grau de incerteza de um no- “Os benefícios gerados pelos projetos de co do país. Ele induz o aumento de pesqui- vo produto, o diretor presidente explica que P&D começam já na atuação da universida- sas, capacita profissionais da indústria e da esse medo é natural em uma cultura da im- de no desenvolvimento social, devido à sua concessionária de energia, viabiliza a parti- portação de tecnologia. “Somente com o capacidade de transformar conhecimentos cipação em eventos do setor elétrico e alte- tempo as pessoas conseguirão enxergar que em bens humanos. Portanto, os ganhos com ra a produção intelectual em todos os níveis. o Brasil também é capaz de desenvolver tec- pesquisa e inovação são imensuráveis”, afir- A universidade, de currículo multidisciplinar, nologia de ponta”, defende Barcia. ma o professor da PUC-Rio Maurício Frota, propicia naturalmente o ambiente inovador A partir da mudança proposta pelo coordenador do Programa de Pós-gradua- capaz de agregar experiência na qualifica- novo manual da Aneel, ficou estabelecido ção em Metrologia para Qualidade e Inova- ção do negócio. Essa forma conjunta de trabalho O P&D possui papel essencial no Professor Marco Aurélio Pacheco, da PUC-Rio REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT ICA: O ICA é um núcleo de pesquisa dedicado ao desenvolvimento de tecnologia e à formação de recursos humanos na área de inteligência computacional aplicada, voltados para a construção dos sistemas inteligentes. REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 43 N o 02 - NOV 2010 Equipe da Academia LIGHT Funcionários: os parceiros de casa Em 2010, 236 funcionários da Light estiveram envolvidos em projetos do Programa de P&D, sendo 211 da Light SESA e 25 da Light ENERGIA. Se as parcerias externas são impor- tantes para o P&D ter sucesso, as internas são complementares. Setores como TI, Academia Light, Comunicação, Contábil, entre outros executam uma série de atividades que contribuem para o pleno desenrolar dos projetos. O coordenador de Gestão e Governança de TI, Júlio Hermes, explica que sua área atua para garantir o alinhamento dos gerentes Ana Raquel e Roberta Camacho, suporte ao P&D por meio da Academia Light de projetos, de forma que as propostas que projeto contribuirá, por exemplo, para o de- impactam a arquitetura tecnológica não te- senvolvimento de um novo sistema ou apli- nham duplicidade de esforços e tragam os cativo”, acrescenta. Na fase inicial de um pro- retornos compatíveis ao alto risco essencial jeto, a área de TI designa especialistas com o aos projetos de experimentação. “A TI apoia objetivo de eles entenderem as necessidades as iniciativas de P&D que demandam recur- tecnológicas da linha de pesquisa, apoiando sos de informática para dar suporte às etapas nas particularizações técnicas de equipamen- de experimentação da pesquisa ou quando o tos e nas condições de infraestrutura demandadas pelo projeto. Além disso, a demanda por equipa- mentos especiais de informática é habitual nos projetos de P&D. A TI apoia na especificação técnica para que a área de Suprimentos possa viabilizar a aquisição. “O sentimento que tenho em me envolver nos projetos de P&D é a satisfação de poder contribuir com a busca de novas alternativas que melhoram os resultados do negócio”, destaca o coordenador. Parceria que concretiza parceria Outra área importante no proces- so de P&D é a de Suprimentos, que atua na negociação e fechamento dos processos de contratação de novos parceiros, garantindo a 44 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 45 N o 02 - NOV 2010 O P&D NÃO ESTÁ SOZINHO Equipe de Suprimentos tuação e realização de projetos de P&D, na foto humberto teski medida em que consegue identificar, com segurança, as oportunidades de aplicação da legislação tributária na busca de benefícios e retornos financeiros para a companhia. Portanto, a participação da área no P&D, de acordo com o gerente tributário Frederico Videira, acontece desde as reuniões iniciais para escolha do escopo do projeto até a efetiva contratação do fornecedor, zelando pela correta identificação dos elementos e requisitos exigidos pela legislação tributária e garantindo o regular aproveitamento dos benefícios fiscais. Equipe do setor de TI “O Tributário verifica se o projeto é compatível com os pareceres da legisla- ção, a ponto de fazer jus ao estímulo fiscal. gerente, trouxe ao contexto jurídico-tribu- A famosa Lei do Bem, segundo o sustentabilidade e a razoabilidade das condi- dade e a posição de destaque que a empresa Produzimos um questionário que auxilia to- tário sensíveis estímulos ao investimento ções fechadas. vem conquistando com os resultados dos pro- dos os gestores a identificar oportunidades em inovações tecnológicas, apresentando jetos que teve a oportunidade de apoiar. ou iniciativas, muitas vezes dispersas, que novos incentivos fiscais para quem inves- Contratação de Serviços Operacionais do se- eventualmente possam ser aproveitadas e te ou pretende investir em pesquisa e de- tor, Henrique Yokoyama, a escolha de um for- primentos da Light, conta que esses projetos classificadas como P&D”, conta ele. senvolvimento. “Em resumo, essa lei tem necedor é sempre pela melhor solução oferta- trazem ideias criativas e são muito diferentes da. O papel da área de Suprimentos é avaliar no dia a dia da área de compras. “As empre- a qualidade, capacidade financeira da empre- sas deveriam encarar os projetos de P&D com sa, estrutura de custos e preços ofertados, ge- mais seriedade, buscando o constante desen- rando informações para a negociação comer- volvimento do negócio, alternativas mais ren- cial e elaboração do contrato para assinatura. táveis e excelência”, opina. Já a gerente de Con- “Atualmente, participamos dos pro- tratação de Materiais e Serviços, Ariane Esgobi, cessos de P&D analisando a razoabilidade dos acha o P&D relevante para a companhia e de- custos dos projetos, levando em consideração mais empresas do setor elétrico, pois fomenta o prazo e a qualidade desejada pelo cliente in- a pesquisa e o desenvolvimento por parte dos terno. Além disso, buscamos aliviar os riscos funcionários, fornecedores e instituições. De acordo com o coordenador de Luiz Filipe Guimarães, analista de Su- Lei do Bem: É a Lei Federal nº 11.196, de 2005, que estabelece incentivos fiscais à inovação tecnológica, com objetivo de fomentar a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico dentro do país. Equipe do Tributário da contratação interagindo com o Jurídico, Tributário e Regulatório”, destaca ele. Orgulhoso Benefícios fiscais em se envolver nos projetos de P&D, Yokoya- 46 ma explica que por meio deles é possível vi- sualizar o que a Light vem oferecendo à socie- grande importância para a definição, concei- REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT A atuação da área tributária é de REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 47 N o 02 - NOV 2010 O P&D NÃO ESTÁ SOZINHO Lei 9.991/2000: Esta lei federal determina que as concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica destinem 0,20% de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico. como benefício a redução do pagamento Prestação de contas de IR/CS pelo reconhecimento de até 60% do total das despesas aplicados em P&D, como também na redução de 50% do IPI tem grande importância no apoio aos proje- (Imposto sobre Produtos Industrializados) tos de P&D. Ela é responsável pela prestação incidente nas aquisições de máquinas, de contas à Aneel sobre recursos gastos com aparelhos, instrumentos e equipamentos o programa. Além disso, há o controle contá- que serão utilizados no projeto”, explica Vi- bil da obrigação gerada pela Lei 9.991/2000. deira. Sobre como vê o P&D, finaliza: “Nós nos sentimos parte do sucesso dos proje- da Light, João Batista Gonçalves, a Contabi- tos, ainda mais quando o retorno financei- lidade acompanha os gastos realizados pelos ro é dimensionado e quantificado. Esse é projetos e é responsável pela elaboração da mais um ponto de convencimento para se Receita Operacional Líquida (ROL), base pa- ir adiante”, defende. ra geração dos valores mensais que vão ser Suzane LLoyd gasparini e João Gonçalves, da Contabilidade A Contabilidade é outra área que Segundo o coordenador contábil aplicados em projetos de P&D. “A atuação da Contabilidade se dá na geração de dados contábeis com a máxima confiabilidade possível, dentro dos prazos estabelecidos”, diz Gonçalves, destacando que a elaboração de planilhas para acompanhamento dos gastos realizados com P&D dá suporte às áreas responsáveis pelos projetos. Outra participação da Contabilidade no P&D se dá na conclusão do projeto, pois quando ele termina pode ter gerado um produto ou software que precisam ser reconhecidos pela empresa como parte de seus ativos, ou seja, parte do patrimônio da Light, sendo inclusive inventariados. Se o projeto gerou algo que não seja palpável, uma metodologia, por exemplo, ele entra como des- Há 10 anos ampliando fronteiras tecnológicas Com a Light como cliente parceira há 8 anos, a CAS desbrava o mundo de novos conceitos e soluções para a distriuição de energia elétrica. pesa para a empresa. “O P&D gera gastos importantes dentro do cenário de geração e comercialização de energia elétrica no Brasil, buscando formas de garantir e baratear os custos de energia para o desenvolvimento do país”, afirma o coordenador. 48 www.cas-tecnologia.com.br | [email protected] REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 49 Soluções reais para problemas reais. N o 02 - NOV 2010 Leandro Bispo, funcionário da Light que realizou mestrado via P&D O P&D NÃO ESTÁ SOZINHO Jordana Garcia, Oscar guerra e Fátima Vilas, da Comunicação Uma via de mão dupla Gestão das capacitações A Academia Light estreitou a parceria com o P&D no final de 2008 e desde então vem com o P&D, o contrário também ocorre, como desempenhando papel significativo no proces- pode ser visto na Superintendência de Relacio- so. A área tem como principal função fazer a namento com as Comunidades. Alguns proje- gestão das capacitações decorrentes dos proje- tos voltados a comunidades de baixa renda es- tos, assim como garantir a multiplicação do co- tão em fase de verificação de viabilidade ou nhecimento gerado nas pesquisas. mesmo implantação, como a geração de ener- gia através do lixo orgânico ou da própria reci- Segundo a gerente da Academia Li- ght, Ana Raquel Galvão, a área inscreve o par- clagem de metais, papéis e plásticos. ticipante no Programa de Formação, asse- gura que o Trabalho de Conclusão de Curso pela eficiência energética junto aos consumi- (TCC) esteja diretamente relacionado ao te- dores de baixa renda e atua substituindo gela- ma do projeto de P&D, garante o período de deiras, lâmpadas, chuveiros. Também promo- realização da capacitação e a multiplicação ve ações educativas, ensinando os moradores Divulgação do programa do conhecimento na Light e apresenta à Diretoria a produção de conhecimento gerado 50 Se áreas internas da Light contribuem Essa Superintendência é responsável dessas comunidades a utilizar a energia de forma eficiente. “A transformação dessas áreas é de outras ações que viabilizem o pagamen- com recursos de P&D. A área de Comunicação da Light tra- um processo complexo, que passa pela cidada- to das novas contas”, explica o superintenden- A Academia apoia ainda todas as balha para fazer com que todos os públicos nia. As ligações clandestinas, quando transfor- te da área Mário Romano, realçando que o P&D ações internas dos projetos, tais como pales- interessados possam conhecer as boas práti- madas em clientes, devem vir acompanhadas tem um papel importante nessa transformação tras, workshops e seminários. “Atuar ajudan- cas da empresa. E o P&D é uma delas. Além a partir do momento em que propõe novas tec- do a garantir a capacitação das equipes dos de colaborar na produção da Revista Saber, nologias e ideias capazes de transformar o so- projetos de P&D é saber que esta produção a Comunicação também realiza a divulgação nho dessas comunidades em realidade. de conhecimentos irá acrescentar melhorias interna dos projetos e do programa. para o resultado do projeto, e, com isso, be- “É um prazer poder divulgar um progra- de Ativos de Geração, o P&D contribui disponi- nefícios para toda a Light”, opina a assistente ma tão vitorioso. A intenção foi fazer com que Pes- bilizando oportunidades para acesso à inova- de RH, Roberta Camacho. quisa e Desenvolvimento deixassem de ser um ção tecnológica e à capacitação de funcioná- Leandro Bispo, analista de Regula- mistério e fossem compreendidos por todos”, diz rios, com vistas à formação de equipes de alto ção da Light, é um dos beneficiados pelo P&D Oscar Guerra, superintendente de Comunicação desempenho. Esses fatores combinados facili- com suporte da Academia Light. Ele foi bolsis- Empresarial da Light. Segundo ele, a revista sur- tam a construção de soluções sustentáveis. ta em um projeto e concluiu seu mestrado em giu de um pensamento em conjunto da Comuni- Engenharia Elétrica pela PUC-Rio. “A experiên- cação com a área de P&D. “Tínhamos o desafio de rintendente da área, diversos projetos de pes- cia com o P&D foi muito gratificante e diferente, prestar contas de nossos projetos e encontramos quisa e desenvolvimento foram desenvolvi- pois envolveu a parte prática do ambiente de uma ferramenta diferente para isso. O mais baca- dos na Superintendência de Gestão de Ativos trabalho e o lado teórico vindo da universidade, na é que esta revista é feita com histórias de todos de Geração, gerando resultados positivos para dos pesquisadores e das empresas parceiras”. aqueles que fazem o P&D acontecer”. a Light. “A área de P&D procura entender e su- Já para a Superintendência de Gestão De acordo com Adalésio Vieira, supe- Mário Romano, superintendente de Relacionamento com as Comunidades REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 51 Adalésio Vieira, superintendente de Gestão de Ativos de Geração N o 02 - NOV 2010 O P&D NÃO ESTÁ SOZINHO prir as necessidades dos clientes internos, prio- Se a universidade é beneficiada, os agregou muito em meu processo de cres- rizando-os de acordo com os temas estratégi- alunos envolvidos em projetos de P&D tam- cimento profissional, pois, além de propor- cos eleitos pela organização e buscando, ao bém são favorecidos. É muito comum, por cionar aplicação prática dos conhecimentos mesmo tempo, a compatibilização com as exi- exemplo, adotarem os temas das pesquisas teóricos adquiridos nas salas de aula da uni- gências do órgão regulador e as demandas das em mestrados e doutorados, abrindo portas versidade, permitiu a vivência do ambiente e áreas técnicas”, ressalta. para o mercado de trabalho. Segundo o pro- o conhecimento do cotidiano de uma grande O Programa de P&D contribui ainda pa- fessor titular do Departamento de Engenharia empresa como a Light”, conta. ra a área de Recuperação de Energia, que é res- Elétrica (DEE) e da Pós-Graduação em Metro- ponsável por analisar, propor estratégias e medir logia, Qualidade e Inovação (MQI) da PUC-Rio, gundo projeto de P&D e continua recebendo os resultados das ações de redução de perdas Reinaldo Castro, a participação dos alunos nas complementação de bolsa para continuar os comerciais. Um exemplo dessa contribuição é o pesquisas também costuma gerar, ao final de- estudos. Fernando Cyrino é aluno de douto- Atualmente, ela participa de um se- Módulo Topos Optimus, software desenvolvido cios e ganhos aos alunos que se aventuram em las, vínculos empregatícios. rado em Engenharia Elétrica na PUC-Rio tam- por um projeto de P&D que permite visualizar, busca da inovação. O tempo dedicado aos es- O professor aproveita para destacar bém sob orientação do professor Reinaldo por meio de interface geoespacial, consumi- tudos de novas soluções é revertido em bolsas que o perfil atual dos alunos é outro. Existe a Castro. De acordo com ele, os projetos de P&D dores fraudadores e irregularidades, favore- de pós-graduação, mestrado e doutorado, sem preocupação em propor uma solução para um já estão na sua vida desde o mestrado. “A opor- cendo a análise de possíveis vulnerabilidades contar o conhecimento adquirido pelo contato problema real. Segundo ele, os acadêmicos tunidade de trabalhar com projetos de P&D na rede de distribuição. diário com experientes pesquisadores. costumavam fazer sugestões para dificuldades durante o período acadêmico é algo extrema- Os recursos do projeto permitem não necessariamente prioritárias para a socie- mente importante no desenvolvimento do fu- raldo de Souza Pereira, afirma que o Progra- aquisição de equipamentos, montagem e ma- dade. “Alguns anos atrás, a universidade formu- turo pesquisador. Busco contribuir para o de- ma de P&D é uma excelente ferramenta de nutenção de laboratórios, participação em lava as hipóteses para os trabalhos de pesquisa senvolvimento da pesquisa, da inovação e do inovação tecnológica para a empresa, sendo eventos científicos, como workshops, sim- sem se certificar de que a solução obtida resol- desenvolvimento tecnológico do setor elétri- uma atividade que proporciona benefícios pa- pósios, congressos e feiras, e principalmente veria um problema concreto das pessoas. Hoje co no país”, garante Cyrino. ra todos os envolvidos, uma vez que desenvol- complementação de bolsas de estudo. é diferente; é preciso ter utilidade”, explica Cas- O superintendente da área, José Ge- ve melhores práticas para a solução de proble- tro. Essa mudança se deve, em parte, à nova re- mas do cotidiano e abre oportunidades para a gulamentação da Aneel, que permite o avan- capacitação profissional das pessoas. ço da cadeia de inovação para o mercado. Para Fernando Cyrino, professor Reinaldo Castro e Flávia Villela ser comercializado, o produto precisa ser útil, aplicável no dia a dia das empresas. O desafio P&D, ALAVANCA PROFISSIONAL dos alunos passou, então, a ser muito maior. Em 2010, foram 16 artigos publicados; 5 MBA’s e 1 mestrado iniciados; e 9 MBA’s e 4 mestrados em andamento. Desde 2003, o Programa de P&D da Light viabilizou 1 doutorado, 19 mestrados e 21 MBA’s. 52 A aluna Flávia Villela recebeu com- O elo entre o P&D da Light e as uni- plementação de bolsa por meio do P&D. À versidades continua forte. A parceria é vital pa- época, defendeu sua tese de mestrado em ra o sucesso das pesquisas, mas é fundamen- Engenharia Elétrica na PUC-Rio, orientada pe- tal também para o crescimento profissional lo professor Castro. Flávia conta que a opor- dos acadêmicos envolvidos nos projetos abra- tunidade do P&D surgiu num momento em çados pelas instituições de ensino. É inegável o que ansiava por uma formação voltada pa- fato de que o P&D proporciona muitos benefí- ra a pesquisa e produção acadêmica. “O P&D José Geraldo de souza pereira, superintendente de Recuperação de Energia REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 53 N o 02 - NOV 2010 Inovação que leva a excelência A Light quer ser respeitada e admirada pela excelência do serviço prestado a seus clientes. Está em sua missão. A incessante busca pela satisfação do consumidor de energia elétrica está entre os principais desafios que a organização enfrenta no dia a dia. O Programa de P&D é um grande aliado nesse empenho, tanto que continua investindo em projetos direcionados aos clientes para auxiliar a Light a oferecer o que há de melhor na área de geração e distribuição de energia. Veja a seguir de que forma o P&D vem contribuindo para algumas áreas ligadas diretamente ao cliente final. 54 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 55 N o 02 - NOV 2010 Gustavo Alencar, superintendente técnico da Light José Hilário, superintendente de Serviços ao Cliente INOVAÇÃO QUE LEVA A EXCELÊNCIA Quando o que está em jogo é a con- fil de inadimplência. Assim, os clientes que fiança e a credibilidade que os clientes depo- atrasam a conta de luz eventualmente, por sitam em uma empresa, não se deve medir exemplo, não receberão o mesmo tratamen- esforços. Não há dúvidas para o superinten- to daqueles que deixam de pagar em dia com os clientes saiam ganhando, pois produzem dente Técnico da Light, Gustavo Alencar, de maior frequência. melhorias nos serviços prestados. que os projetos do Programa de P&D fazem com que os clientes saiam ganhando, pois de pesquisa e desenvolvimento é a comercial. produzem melhorias nos serviços prestados. Para o superintendente Marco Vilela, o maior Em uma avaliação mais abrangente, Alencar desafio da equipe de P&D é escolher, entre la falha no atendimento. “Esse futuro projeto considera que a sociedade em geral é be- tantas boas ideias, em qual delas será aplica- pode ser visto como uma quebra de paradig- neficiada, pois a intensa produção científica da a verba destinada à pesquisa e inovação. mas na concessionária, pois até então a Light do P&D resulta em eficiência de processos, Vilela menciona três propostas em só realizava atendimento receptivo. A partir maior produtividade, diminuição da depen- análise que vão beneficiar diretamente o de agora, vislumbra-se a oportunidade de fa- Outra área favorecida com projetos Projetos do Programa de P&D fazem com que Gustavo Alencar | Superintendente Técnico dência tecnológica estrangeira e oportunida- Além de projetos que produzem cliente final. Dentre elas, está a proposta de se zer o que chamamos de atendimento ativo”, des de crescimento profissional. “Todos esses ganhos diretos, o superintendente Gustavo criar um projeto de P&D que desenvolva fer- ressalta Vilela. ganhos, vale ressaltar, advêm de uma admi- Alencar acredita que projetos de P&D com fo- ramentas para o cliente acessar o site da Light nistração focada na redução do impacto am- co em redução de perdas e melhoria da efi- via celular e executar uma série de procedi- biental e em critérios de sustentabilidade”, ciência operacional também são benéficos mentos, como solicitar segunda via de contas destaca o superintendente. para o cliente final. “Podemos afirmar, por ou novas instalações elétricas. Será uma nova exemplo, que a otimização da rede e a gestão maneira de se comunicar. de consumo de energia provocam ganhos para nossos clientes”. Até mesmo projetos de jeto prevê a busca de uma tecnologia que P&D destinados a aprimorar processos ad- permita dimensionar o tempo necessário de ministrativos, operacionais e financeiros são restabelecimento de energia elétrica em um bons para o consumidor de energia elétrica. determinado local. Assim, quando o cliente li- Responsável pela área que cuida gar para a concessionária avisando que está de novas ligações de energia, aferição de faltando luz em casa ou no bairro e perguntar medidores, suspensão de carga, entre ou- em quanto tempo o problema será resolvido, tras ações, o superintendente de Serviços ao será possível dar uma previsão mais exata. Cliente, José Hilário, acredita que o P&D abre Há ainda outra proposta que tem como ob- caminho para novos produtos e sistemas que jetivo mapear as redes sociais. A ideia é ter permitem melhorar o relacionamento entre a acesso a tudo o que é dito sobre a Light em Light e o cliente. Ele propôs, recentemente, a sites como Orkut, Facebook, blogs. Ao en- criação de um projeto de P&D que desenvol- contrar um cliente que foi mal atendido e ex- va uma metodologia capaz de possibilitar à pôs sua insatisfação na Internet, será possível Light o oferecimento de uma abordagem di- contatá-lo na tentativa de resolver o proble- ferenciada a cada cliente em função do per- ma e reverter a má impressão provocada pe- Marco Vilela, superintente da área comercial Outra importante proposta de pro- foto humberto teski 56 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Atendimento ativo: É a modalidade de atendimento em que a empresa toma a iniciativa e entra em contato com o cliente para oferecer produtos e serviços. No caso da Light, a intenção é contatar o cliente para resolver um problema e resgatar a confiança dele na concessionária. foto humberto teski REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 57 N o 02 - NOV 2010 Luiz Artur Pecorelli, da UERJ; Fernanda Particelli, da Light; e o carro elétrico CARRO ECOLÓGICO geradora e distribuidora de energia elétrica. É por isso que a concessionária es- Os carros elétricos são a promes- tá se preparando desde já. Integrante do sa do século XXI. Ainda não se sabe em grupo de pesquisa de veículos elétricos quanto tempo esses veículos estarão co- liderado por Itaipu, a Light utiliza um mercialmente disponíveis no Brasil, mas carro elétrico para compreender a tec- os futuros usuários desse novo sistema nologia e ajudar a aperfeiçoá-la de for- são também futuros clientes da Light, ma a antecipar a demanda do mercado. Carro elétrico: O carro elétrico não emite CO2, não faz barulho, possui muito menos maquinário e tem manutenção bem mais simples que os automóveis comuns. O custo do combustível é de apenas 10% do valor atual. “Ao nos deparamos com o te- ma ‘veículos elétricos’, constatamos que Ao nos deparamos com o tema ‘veículos elétricos’, ra a melhoria da eficiência energética, constatamos que eles são um instrumento da preservação do meio ambiente, do estratégico para a melhoria da eficiência transporte e do bem-estar da socieda- energética, da preservação do meio ambiente, do de”, argumenta a executiva de Negócios de Grandes Clientes, Fernanda Particelli, transporte e do bem-estar da sociedade. que também gerencia o projeto Meto- Fernanda Particelli | Executiva de Negócios de dologia de Planejamento e Análise para Grandes Clientes 58 eles são um instrumento estratégico pa- REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT a Implantação de Veículos Elétricos em Atividades de Transporte. REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 59 N o 02 - NOV 2010 INOVAÇÃO QUE LEVA A EXCELÊNCIA Gruve: Grupo de estudos que tem como missão o desenvolvimento da tecnologia veicular elétrica no Brasil, considerando os benefícios energéticos e ambientais para a sociedade. Protótipo de eletroposto: Trata-se de um modelo de eletroposto que ainda não é comercial, ou seja, não pode ser disponibilizado para clientes. Esse protótipo é para testes e melhorias em segurança, design e equipamentos. Fernanda destaca que o projeto O parceiro do P&D nesse proje- também avalia a possível substituição da to é a Universidade Federal do Estado do frota atual por uma que use eletricida- Rio de Janeiro (UERJ), sob coordenação de ao menos parcialmente. A executiva do professor adjunto do Departamento acrescenta que essa é a tendência do fu- de Engenharia Elétrica e da Pós-Gradua- turo. “Hoje, os carros elétricos ainda são ção em Engenharia Mecânica da UERJ, Luiz muito caros, mas acredito que vão bara- Artur Pecorelli Peres. Ele também é coor- tear em pouco tempo. Por enquanto, o denador do Grupo de Estudos de Veículos grande desafio da indústria automoti- Elétricos do Laboratório de Sistemas de va é encontrar a melhor tecnologia a ser Propulsão Veicular e Fontes Eletroquími- empregada na bateria que vai alimen- cas (Gruve). O pesquisador acredita que o tar o veículo, e o da Light é incentivar a carro elétrico é um produto com grandes sua utilização, pois traz ganhos ambien- chances de ir para o mercado devido ao tais e sociais indiscutíveis para uma cida- caráter inovador e aos benefícios para o de que está se preparando para receber meio ambiente. Por isso, a equipe está se a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, dedicando com afinco aos estudos dos informa. A próxima etapa será a constru- padrões de postos de recarga de veícu- ção de um protótipo de eletroposto den- los elétricos em shoppings, supermerca- O Laboratório de energia dos ventos da UFF – LEV – possui tro do espaço da Light, que vai possibili- dos e estacionamentos. “Esse item é con- uma equipe multidisciplinar composta por professores e tar a definição e proposição de padrões siderado fundamental para a penetração profissionais atuantes no mercado e parcerias com universida- LIGHT FURNAS de mercado para esse tipo de forneci- do veículo elétrico no mercado brasilei- des e empresas especializadas em diversas áreas. Medidor de energia elétrica sob condições de fraude. mento de energia. ro”, afirma. Concepção e construção de trecho experimental de Linha de Transmissão de Potência Natural Elevada em 500 kV AMPLA MPX Mineração de texto de call center. Sistema de identificação de parques eólicos. Pesquisa e desenvolvimento com foco em aplicações práticas O LEV atua no Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da ANEEL criando soluções práticas para responder aos desafios das diversas empresas do Setor Elétrico Brasileiro. São 9 anos de Conheça alguns dos objetivos do projeto do carro elétrico ALGUNS PROJETOS DESENVOLVIDOS atuação na área de P&D, com 30 projetos aprovados pela ANEEL. • Avaliar o potencial de mercado de vendas no Rio de Janeiro para carros, motos, ônibus, Acesse www.uff.br/lev ou ligue (21) 2629-5700 / 2629-5701 e encontre as soluções práticas que você procura. entre outros. • Identificar as ações comerciais e institucionais para alavancar o crescimento da tração elétrica na cidade. • Estimar níveis de aceitação da nova opção de transporte através de exposição e pesquisa de opinião em estacionamentos de shoppings, supermercados, universidade e outros locais favoráveis. • Mapear público-alvo por tipo de veículo e localização. • Avaliar o mercado de eletropostos, identificando possíveis pontos de instalação de eletropostos voltados ao público dentro de imóveis próprios da Light. • Identificação de clientes da distribuidora com potencial de utilização de veículos elétricos, rodoviários e não rodoviários. 60 Clientes Parceiros Universidade Federal Fluminense LEV Laboratório de Energia dos Ventos REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 61 N o 02 - NOV 2010 Soluções de vanguarda contra perdas e inadimplência Entre os grandes desafios da Light está o combate contra perdas e inadimplência. Recursos que poderiam ser investidos em melhorias nos serviços aos clientes são perdidos em ações fraudulentas. Somam-se a isso as perdas naturais da rede elétrica. Diante desse cenário, o Programa de P&D é visto como um aliado estratégico na missão de reduzir furtos e índices de inadimplência. Conheça alguns programas que prometem contribuir e muito com esse desafio. 62 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 63 N o 02 - NOV 2010 SOLUÇÕES DE VANGUARDA SOLUÇÕES DE VANGUARDA foto humberto teski Professor Geraldo Tavares, da UFF; e Clayton Vabo, da Light: produto é o Disbloq Parte dos recursos que poderiam Sérgio RIBEIRO, da Choice; Rafael Oliveira, da Light; Denis Maia, da Choice: ao fundo, o Optimus, programa que ajuda a Light a definir as melhores ações contra perdas A fim de minimizar tais perdas, o ser investidos em melhorias nos serviços de Programa de P&D da Light elaborou, em par- fornecimento de energia elétrica é perdida ceria com o Laboratório de Energia dos Ven- com o furto e a fraude. Atualmente, a quan- tos (LEV), da Universidade Federal Fluminen- tidade de energia consumida indevidamen- se (UFF), o projeto “Dispositivo de Bloqueio e te é altíssima, sem contar o percentual per- Alarme Contra Fraude por Queima de Bobina dido naturalmente na rede e os elevados de Potencial de Medidores”, conhecido como índices de falta de pagamento registrados Disbloq. “O objetivo do projeto é dificultar a mensalmente pela concessionária. O com- ação de fraudadores de medidores de ener- bate a perdas e inadimplência se apresen- gia, reduzindo as quantidades de infrações ta, portanto, como um grande desafio para que antes não eram facilmente detectadas”, a Light nos próximos anos. explica Clayton Vabo, engenheiro de campo sênior da concessionária, autor da ideia e gerente técnico do projeto. Além da forma tradicional de rou- bo de energia, que são as ligações elétricas clandestinas conhecidas popularmente como “gato”, a fraude também ocorre comumente por meio da queima de uma ou mais bobinas de potencial do medidor. Quando isso acontece, toda a carga ligada na fase com a bobina de potencial queimada deixa de ser contabilizada, e o cliente passa a cessionária de energia, quando constata- unidade consumidora, sendo o serviço nor- pagar apenas pelo consumo registrado das do, dificilmente se pode comprovar a frau- malizado apenas quando um funcionário da outras cargas que estão nas fases normais. de, pois a queima da bobina de potencial Light comparecer ao local. Nesse caso, o fraudador transfere a maioria ocorre normalmente a partir de ação ex- dos eletrodomésticos para a fase com a bo- terna ao medidor. Além disso, em raros ca- bloq são a permissão para a execução do cor- bina de potencial queimada, provocando sos, ela pode acontecer sem que haja in- te de energia, local ou remotamente, e o envio uma considerável redução no consumo de tervenção humana. de informações imediatas para a concessioná- energia e no custo da conta de luz. Porém, a Visando ao propósito de combater ria no caso de interrupção do fornecimento Light continua disponibilizando uma quan- esse tipo de fraude, o Disbloq será adapta- por motivo de queima da bobina de potencial. tidade de energia ao cliente muito superior do, inicialmente, antes do medidor, junto aos ao valor faturado. bornes de entrada, e, no caso de haver quei- pronto e devidamente testado, comprovan- De acordo com o professor Geral- ma ou desligamento da bobina de potencial do a viabilidade técnica do produto. Agora do Tavares, diretor do LEV da UFF, o maior por ação humana ou não, o dispositivo Dis- vamos passar à etapa da cabeça de série e do problema nesse tipo de roubo é que, além bloq promoverá, automaticamente, a inter- lote pioneiro para que o Disbloq efetivamen- de não ser facilmente detectado pela con- rupção de todo o fornecimento de energia da te avance para o mercado e seja utilizado não Outras ações interessantes do Dis- “O protótipo do Disbloq já está Cabeça de série: Fase de desenvolvimento de um produto novo na qual se chega a um pequeno lote do produto com base no protótipo inicial. Lote pioneiro: Fase de aprimoramento e validação da cabeça de série, permitindo uma primeira produção do produto em maior quantidade. foto humberto teski 64 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 65 N o 02 - NOV 2010 66 SOLUÇÕES DE VANGUARDA só pela Light, mas pelas concessionárias de onde foram obtidos os melhores e piores re- todo o Brasil”, revela Tavares. sultados e onde se deve pensar em alternati- Apesar da eficiência e da enorme vas. Indica também a probabilidade de cada importância do Disbloq no combate às per- consumidor possuir uma fraude ou problema das, existem outros tipos de ações fraudu- de medição e o respectivo valor em energia lentas que não são supervisionadas pelo dessa potencial perda. dispositivo. Pensando nisso, o P&D da Light idealizou outro projeto de qualidade: o Topus rá condições de realizar cálculos matemáticos Optimus, em parceria com a Choice. “O pro- através de complexos algoritmos de otimiza- jeto tem por objetivo priorizar os investimen- ção combinatória, que irão definir para a em- tos em redução de perdas. Esse é um assun- presa qual será a melhor ação contra perdas to muito complexo, pois há diversas formas a ser empregada em cada região, o que com- de controlá-las, como enviar um inspetor a preende maior eficiência com menor custo. campo ou inserir dispositivos de energia in- teligente. O ideal é detectarmos qual produz ações implementadas pela Light para com- o melhor resultado e o menor custo”, informa bater perdas. A inspeção em campo, em o presidente da Choice, Denis Maia. que se designa um funcionário para cortar O Optimus é um software que inte- a ligação clandestina e autuar o responsá- gra outras ferramentas computacionais pa- vel; a blindagem de rede, quando os cabos ra desempenhar sua função principal. Dessa de baixa tensão são tirados do alcance dos forma, ele permite o tratamento de dados e clientes, suspendendo-os; e as novas tecno- a coleta de informações de medições de su- logias, que consistem na instalação de me- bestações, alimentadores e até transforma- didores elétricos inteligentes no alto dos dores, conjuntamente com dados da rede de postes. Com esses medidores, é possível distribuição e do histórico de fraudes e con- controlar o consumo de cada cliente e fazer sumo. Com isso, possibilita analisar quantas cortes a distância. Além disso, caso o consu- fraudes já foram detectadas por região, volu- midor tente efetuar o furto, ao abrir a caixa, me de energia incrementada e probabilida- toda luz da região será cortada. de de ocorrência de novas ações fraudulen- tas na mesma área. nar entre essas três frentes qual dará à con- De acordo com Rafael Oliveira, coor- cessionária melhor retorno financeiro. O sis- denador da área de Recuperação de Energia, tema já está pronto, e os testes constataram Balanço Enérgico e Planejamento da Light, sua aplicabilidade, pois comparando a proje- o Optimus também permite rastrear tudo o ção de lucratividade dos investimentos rea- que já foi feito em recuperação de energia lizados em medição inteligente pelo perío- elétrica, mostrando como a perda está distri- do de um ano com a otimização do Optimus, buída na Light, os resultados das inspeções, este apresentou aumento de R$ 27 milhões O Optimus, a partir desses dados, te- s to u d ro p m e lv o v n e s e d Pesquisas que . o d a rc e m lo e p s o d a v apro dos. Inovação que traz resulta Atualmente, existem três tipos de Light e Choice. 2010 Uma parceria premiada em r da América Latina. como projeto mais inovado do brasileiro. ca er m o n D & P em a ci n A Choice é uma referê as linhas de pesquisa em: su exterior, a Choice concentra no e il as Br no tes ten pa Com solicitações de Self-healing Recuperação de perdas Arrecadação entos Otimização de investim a de T&D Estabilidade do sistem ergia Comercialização de en A função do Optimus será selecio- www.choice.com.br REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 67 N o 02 - NOV 2010 SOLUÇÕES DE VANGUARDA SOLUÇÕES DE VANGUARDA foto humberto teski Evento Metering: Evento mundial na área de Metrologia que é realizado periodicamente em diferentes países. Rosane Furtado, da Light no retorno econômico. Consequentemen- te, o Optimus já está sendo utilizado para quisa foi constatada em busca de anteriori- o planejamento dos investimentos da Light dade realizada pelo escritório Demarest, que em 2011. O software alcançou tanto suces- apoia a Light na área de propriedade intelec- so que no evento Metering Latin America, em tual, confirmando o ineditismo do Optimus setembro de 2010, em São Paulo, recebeu o no Brasil e nos EUA. O pedido de patente foi prêmio de projeto mais inovador da América depositado no INPI e já está em andamento Latina em Medição Avançada. também a solicitação de patente nos EUA. Professor Henrique Henriques, da UFF: software de inteligência classifica clientes de acordo com a fidelidade ao pagamento A originalidade do projeto de pes- Não se pode esquecer de outro fa- tor que provoca muitos prejuízos à Light: a inadimplência. A fim de diminuir os altos índices alcançados atualmente, um terceiro projeto, focado nessa área, também foi desenvolvido pelo setor de P&D: “Critérios de análise sobre a inadimplência estratificada por classes – temporal e perene – com seus impactos no fluxo de caixa”, gerido por Rosane Furtado, analista comercial da Light. Segundo Rosane, esse projeto tem como objetivo a clusterização dos clientes da concessionária com o intuito de designar tratamentos distintos para consumidores diferenciados. Na prática, o que ocorre é a di- cometem constantes furtos de energia. “Os software possibilita a criação de um DNA do visão dos clientes por classe social e local de clientes precisam ser clusterizados para sa- cliente, ou seja, uma decodificação binária de residência, para identificar as ações mais efi- bermos que tipo de ação direcionar a cada todos os dados que o caracteriza. A partir daí, cazes a serem empregadas e fazer com que o grupo”, afirma Rosane. se definiu uma metodologia inédita em que devedor quite a dívida com a Light. A partir de então, se obtém uma es- o computador avalia esses dados e os clus- Em parceria com o Laboratório de timativa de como se deve agir dentro de de- teriza em níveis de inadimplência. “O gran- Estudos de Transmissão e Distribuição (LETD) terminada área para alcançar resultados mais de benefício desse novo método é passar a da Universidade Federal Fluminense (UFF), o eficazes. “Há regiões em que uma negativa- ter uma ação direcionada. Antes a Light usa- P&D desenvolveu um software de inteligên- ção dá mais resultado do que o próprio cor- va ações em massa que tinham um alto cus- cia capaz de dividir os clientes em castas e te”, diz Rodney Argolo, coordenador do Setor to e, muitas vezes, não resolviam o problema. classificá-los de acordo com a sua fidelida- de Cobranças da Light, responsável pela ge- Agora, com a aplicação da inteligência com- de ao pagamento. Assim, torna-se possível rência do projeto durante o período de licen- putacional, é possível dar um tratamento es- saber os que pagam em dia, os que atrasam, ça-maternidade de Rosane. pecífico para cada classe de cliente e, com aqueles que possuem problemas mais gra- isso, encontrar resultados muito mais provei- ves com o pagamento e até mesmo os que rique Henriques, coordenador do LETD, o De acordo com o professor Hen- tosos”, declara Henriques. foto humberto teski 68 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 69 N o 02 - NOV 2010 Ajudando a construir um mundo melhor O tripé da sustentabilidade na Light – econômica, social e ambiental – conta com o apoio do Programa de P&D para se consolidar. Os projetos de pesquisa e desenvolvimento são cada vez mais utilizados pela concessionária como ferramenta para se relacionar com o mundo e a sociedade de maneira responsável. As descobertas de novas soluções para proteger o meio ambiente, gerar renda e garantir a perenidade da empresa são consequências do trabalho de pessoas conscientes de que o bem-estar no futuro depende de como se relacionam com os recursos do presente. 70 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 71 N o 02 - NOV 2010 UM MUNDO MELHOR UM MUNDO MELHOR Pegada de Carbono: Diferentemente dos inventários de emissão, a Pegada de Carbono leva em consideração as emissões totais de um produto ou serviço, desde a aquisição de matéria-prima, passando pela produção, distribuição e uso, até o seu descarte final, quando for o caso. Atualmente, está em estudo o proje- bientais. No entanto, ele se estende também foi reformulado em 2010 para propor, im- to Metodologia para Pegada de Carbono, que para outras áreas, como desenvolvimento plantar e acompanhar ações de sustentabi- vai permitir que a Light entenda melhor o im- econômico e responsabilidade social. A sus- lidade que tragam ganhos mensuráveis no pacto de seus produtos e serviços na emissão tentabilidade na Light está estruturada nesse mantendo os mesmos padrões de âmbito social, econômico e ambiental. O gru- de gases de efeito estufa. “Conhecer nossa tripé. Projetos de P&D voltados para redução comportamento. Nesse contexto, o P&D viabiliza po é formado por gestores de diversas áreas, pegada de carbono ajudará a traçar a estra- de perdas e geração de empregos se enqua- que sugerem práticas sustentáveis. Um gran- tégia empresarial e será um instrumento es- dram nos aspectos econômico e social. de aliado é o Programa de P&D, que possui sencial para a gestão de mudanças climáti- diversos projetos ligados à sustentabilidade. cas. Com essa metodologia, a Light estará na ta de Planejamento, a Light precisa cons- vanguarda na área de sustentabilidade”, ex- tantemente se reinventar para evoluir e es- plica Paulo Mauricio Senra, gerente de Plane- tar à frente das demais empresas. “Não há jamento, Ambiente e Inovação. como pregar a sustentabilidade manten- croindicadores a partir de mais de dois mil A analista de Meio Ambiente Fabia- do os mesmos padrões de comportamento. indicadores sociais, financeiros e ambien- soluções mais sustentáveis. Podemos afirmar na Fioretti defende que pesquisa e desen- Nesse contexto, o Programa de P&D viabili- tais atualmente divulgados em diversos re- que o P&D dá corpo às práticas ambientais volvimento na área são essenciais. “Saímos za novas tecnologias para que a companhia latórios da companhia. Essas informações das atividades de rotina para encontrar so- possa aprimorar suas práticas sustentáveis”, ajudarão a Light na avaliação e no plane- luções mais sustentáveis. Podemos afirmar explica Christina. Ela cita como exemplo o jamento da estratégia de sustentabilidade. resultados dos quais a companhia se orgulha. que o P&D dá corpo às práticas ambientais FAPES, sistema de indicadores de sustenta- O P&D, de acordo com Christina, facilitará a Fabiana Fioretti | Analista de Meio Ambiente da Light, além de trazer pesquisadores e re- bilidade. O objetivo do projeto é criar ma- tomada de decisão na medida em que am- Sustentabilidade: Conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. O GT de Sustentabilidade da Light Saímos das atividades de rotina para encontrar da Light, além de trazer pesquisadores e Segundo Christina Djahjah, analis- Não há como pregar a sustentabilidade novas tecnologias para que a companhia possa aprimorar suas práticas sustentáveis. Christina Djahjah | Analista de Planejamento Fabiana Fioretti e Paulo Maurício Senra sultados dos quais a companhia se orgulha”. Para o coordenador do GT de Susten- damento com foco em sustentabilidade. Na tabilidade, Marco Vilela, o Programa de P&D é área ambiental, existem pesquisas sobre ge- importante porque por meio dele a Light po- renciamento de resíduos, consumo conscien- de desenvolver projetos inovadores para os te de recursos naturais, redução de riscos de stakeholders e ainda capturar ganhos com vi- poluição, entre outras. Fabiana cita um no- és de sustentabilidade. “Se um determinado vo modelo de caixa separadora de água e projeto de P&D proporcionar redução do tem- óleo muito mais eficiente e menos custoso, po de interrupção de energia de um conjun- que está em processo de obtenção de paten- to de clientes ou até mesmo diminuir frequên- te. A função do equipamento é impedir que cia de desligamentos, nós teremos um ganho o óleo contamine o solo e os corpos d’água. direto na questão da eficiência operacional e Um grande desafio da área de meio ambiente outro indireto na sustentabilidade, pois me- é o descarte de resíduos. “Complementamos nos interrupções demandarão menos viaturas nossos estudos sobre maneiras sustentáveis de emergência da Light circulando pela cida- de descarte por meio de projetos de P&D”. de e, consequentemente, menos emissão de gases poluentes”, exemplifica Vilela. sustentabilidade ficou restrito às práticas am- Stakeholders: São os públicos com os quais uma empresa se relaciona. No caso da Light, os stakeholders são clientes finais, funcionários, parceiros de P&D, comunidades próximas, órgãos reguladores e governo, organizações ambientais, entre outros. 72 O P&D tem vários projetos em an- REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Durante muitos anos, o conceito de REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 73 N o 02 - NOV 2010 UM MUNDO MELHOR Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - Cepel Maior centro de pesquisas de energia elétrica da América do Sul, o Cepel tem como principal objetivo a formação de uma infraestrutura científica de pesquisa para o desenvolvimento de tecnologia avançada em equipamentos e sistemas elétricos no país. Projetos de pesquisa e desenvolvimento, serviços tecnológicos e ensaios e medições em laboratórios e no campo. Automação de Sistemas Otimização Energética e Meio Ambiente Linhas e Estações Redes Elétricas Tecnologias Especiais Laboratórios pliará a compreensão dos cenários futuros. vel da empresa, o P&D poderá inclusive nos Certificação “Se certas práticas se apresentarem como ajudar a encontrar soluções para resolver o um desafio ao posicionamento sustentá- problema”. Apoio Tecnológico a Programas de Governo Saiba o que faz o GT de Sustentabilidade da Light: • Alinha as ações de sustentabilidade com as diretrizes da Diretoria; • Propõe, implanta e acompanha ações de sustentabilidade que tragam ganhos mensuráveis no âmbito social, econômico e ambiental; • Integra a sustentabilidade aos processos da Light; • Participa, de desde 2007, do GT de Responsabilidade Socioambiental da ABRADEE; • Integra o Comitê de Sustentabilidade do FUNCOGE; • Participa ativamente de congressos, workshops e comitês ligados ao tema; • Trabalha com desenvolvimento e gestão de projetos; • Faz a manutenção das ações de voluntariado - Light Voluntária; • Promove cursos de sustentabilidade. 74 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - Cepel Av. Horácio Macedo, 354 - Cidade Universitária CEP 21941-911 - Rio de Janeiro - Tel. 21 2598 6000 Av. Olinda s/nº - Adrianópolis CEP 26053-121 - Nova Iguaçu - Tel. 21 2666 6200 [email protected] www.cepel.br REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 75 N o 02 - NOV 2010 P&D a pleno vapor Boas ideias podem surgir a qualquer momento, e a equipe do P&D está sempre disposta a avaliá-las. Muitas propostas podem ser as soluções esperadas para problemas enfrentados no dia a dia da concessionária e do setor elétrico em geral. Um novo modelo de geração de energia em comunidades, uma nova forma de controlar o carregamento de transformadores, um novo programa para orientar e aperfeiçoar a contratação dos serviços de transmissão, uma nova maneira de tarifar o serviço para pessoas de baixa renda. Com a inteligência e o comprometimento das pessoas envolvidas, o P&D pode proporcionar tudo isso e muito mais. 76 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 77 Mario Javaroni, executivo de Negócios da light N o 02 - NOV 2010 P&D A PLENO VAPOR MUST: Valor da demanda máxima em kW (ou MW) a ser contratada por um usuário da Rede Básica, que é a rede de transmissão com tensão igual ou superior a 230 kV, no período de ponta de carga (três horas consecutivas entre 17 e 21 horas) ou fora de ponta de carga, durante um determinado ano, em cada ponto de conexão com esta Rede Básica. O executivo de Negócios Mario Java- zação na Contratação do MUST por Ponto de interativo, com interfaces gráficas amigáveis roni foi gerente do projeto “Desenvolvimento Conexão” veio com a desverticalização das e flexibilidade para efetuar estimativas de de modelo para gestão e geração de energia empresas em função da reestruturação do modo a acomodar mudanças operacionais em favelas, visando a subsidiar os programas setor elétrico brasileiro, segregando as ativi- ou simular cenários. O pacote computacio- de eficiência energética das distribuidoras”. O dades em geração, transmissão, distribuição nal apresentou avanços sobre a metodologia projeto surgiu para suprir duas necessidades: e comercialização de energia, que resultou heurística atualmente utilizada para a contra- utilizar recursos do programa de eficiência em segmentos que devem formalizar contra- tação do MUST com a Rede Básica. energética em prol do desenvolvimento de tos entre si. um sistema para gestão de resíduos orgâni- cos e esgoto em comunidades carentes; e ge- viços de transmissão uma vez que seu siste- rar energia local para reduzir perdas comer- ma de distribuição esteja conectado à Rede ciais e técnicas. Básica através de oito pontos de conexão. “O Além disso, o projeto mapeia de for- objetivo do projeto é, portanto, desenvolver ma qualitativa e quantitativa os insumos pas- um programa computacional para orientar e síveis de gerar energia, como esgoto e lixo otimizar a contratação dos serviços de trans- Programa de eficiência energética: Consiste no desenvolvimento de ações que tenham por objetivo o combate ao desperdício de energia elétrica e o estímulo a novos hábitos, produtos e serviços centrados no uso racional de energia. Do ponto de vista do negócio da Light, a eficiência energética associada ao consumo consciente representam qualidade continuada do fornecimento de energia, segurança para o sistema, menos perdas, maior base de clientes e redução da informalidade. Anselmo Ribeiro, engenheiro da light: software para otimizar contratação do must A Light é obrigada a contratar os ser- orgânico; realiza palestras educativas para e avalia a viabilidade de implantação desse missão nos seus vários pontos de conexão, orientar a comunidade local quanto à impor- modelo nas áreas estudadas. incluindo metodologia para avaliação dos ris- tância do saneamento básico, coleta seleti- cos de sobrecontratação e subcontratação va de lixo, geração de energia, preservação co conhecer as comunidades em relação às dos MUST’s”, explica o gerente. ambiental e eficiência energética; capacita características de geração de lixo orgânico moradores para que participem da gestão; e esgoto doméstico. Em seguida, vamos im- belecer os valores de MUST’s que serão con- plantar um modelo de gestão por meio de tratados pela empresa, com redução dos um projeto piloto”, explica Javaroni. Nesse riscos de multas por ultrapassagem e por so- contexto, os avanços tecnológicos têm per- brecontratação, que atualmente incidem em mitido minimizar os impactos ambientais e penalidades para os agentes, considerando, converter o que seria desperdiçado em pro- no processo de otimização, a mecânica de dutos úteis. Os resíduos deixam de ser enca- cálculo da TUST. “Foram levadas em conside- rados como materiais indesejáveis e são vis- ração as variáveis aleatórias associadas ao sis- tos como insumos potenciais na geração de tema de geração e distribuição de energia, terminação de limites de carregamento de energia. “O projeto foi pensado e desenvolvi- tais como variabilidade da carga e geração, transformadores, levando em conta mode- do para ser aplicado por todas as distribuido- saída de elementos que afetam o fluxo nas los termodinâmicos e análise tridimensional ras de energia do país”, destaca Javaroni. conexões, geração embutida, alteração da (3D)”, gerenciado pelo coordenador do Gru- configuração da rede, manutenções não pro- po de Planejamento e Qualidade da Ener- gramadas de máquinas, saídas intempestivas gia da Alta Tensão da Light, Carlos Eduardo de unidades geradoras, entre outras”, explica Vizeu, nasceu do desejo de agregar os crité- Ribeiro. rios e normas vigentes às técnicas de compu- “A princípio, o projeto tem como fo- Serviços de transmissão A motivação do engenheiro Ansel- mo Ribeiro para gerenciar o projeto “Otimi- Carlos Eduardo Vizeu, da light: software 3d simula comportamento termodinâmico do transformador O software tem como objetivo esta- O software de simulação é rápido e foto humberto teski Limites de carregamento A motivação para o projeto “De- TUST: É a tarifa mensal paga pelo uso do Sistema de Transmissão, com fins à remuneração dos ativos de transmissão disponibilizados para uso dos agentes conectados na Rede Básica. tação gráfica, modelando os equipamentos e foto humberto teski 78 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 79 N o 02 - NOV 2010 Comportamento termodinâmico: Comportamento termodinâmico de um equipamento ou objeto que se aquece ou se resfria é uma característica que demonstra como ele troca ou recebe energia calorífica (calor). Esta troca (fornecimento ou recebimento) é geralmente feita com o meio ambiente (atmosfera) ou com outros equipamentos ou objetos com os quais ele está em contato ou próximo. A troca de energia calorífica pode ser feita por radiação (caso do sol, por exemplo) ou por contato direto (um equipamento encostado no outro). A maneira como o equipamento troca essa energia calorífica (quantidade de energia trocada por minuto, rapidez com que a temperatura cai ou sobe, etc) é o que caracteriza o comportamento termodinâmico do equipamento. Cristina Lima, da Light; Maurício Frota e Maria Melo, da PUC-Rio P&D A PLENO VAPOR P&D A PLENO VAPOR Curvas de carga: É um gráfico que indica a energia elétrica que passa por determinado equipamento ou sistema elétrico, de hora em hora. A curva de carga diária de um transformador, por exemplo, fornece a quantidade de energia que passa pelo transformador a cada uma das 24 horas do dia. Manutenção preditiva: É a manutenção que se faz antes que o equipamento apresente uma falha ou defeito. visualizando tridimensionalmente sua con- jeto e das curvas de carga, os parâmetros de com a Resolução 191/05 da ANEEL, realizar são os projetos que abordam essa comple- dição operativa. O software agrega modela- manutenção (análise físico-química do óleo) execuções de manobra na rede que deman- xa e importante temática. “Ao mapear, iden- gem tridimensional do transformador para si- e de operação (sobrecargas já verificadas, dem sobrecargas de curta e longa duração e tificar e analisar experiências inovadoras de mulação do comportamento termodinâmico ventilação forçada, etc)”, explica Vizeu. definir novos limites de Capacidade Firme de formação de estruturas tarifárias em países em condição normal e de emergência, com Segundo ele, por meio da modela- transformação das subestações distribuido- com problemáticas semelhantes às do Brasil, utilização de técnicas de escaneamento digi- gem dos padrões de transformadores e dos ras da Light, para que sejam utilizados como a pesquisa faz uma importante contribuição tal e inteligência computacional. dados de carregamento e temperatura am- critério de expansão pelas equipes de plane- à literatura, desenvolvendo uma perspectiva De acordo com Vizeu, com a visua- biente, será possível determinar on-line qual jamento. Adicionalmente, poderão ser obti- analítica original sobre essa questão”, analisa a lização 3D, é possível estabelecer limites de o nível de sobrecarga a que uma determi- dos indicadores para a manutenção preditiva gerente. Portanto, o projeto vai pesquisar ex- carregamento seguros, que permitam explo- nada unidade poderá estar submetida sem e preventiva dos transformadores de potên- periências internacionais – práticas e modelos rar ao máximo o potencial de uso dos equipa- comprometer sua vida útil. “Os limites de car- cia, em função dos estresses acumulados de regulação – capazes de auxiliar na constru- mentos, minimizando os riscos da operação e regamento darão subsídios para planejar a por esses equipamentos. O software pode- ção de indicadores e na formulação de uma evitando prejudicar o desempenho e a vida expansão das subestações distribuidoras, as- rá ser usado tanto pelas equipes de planeja- proposta regulatória que incorpore os pontos útil do maquinário. “O objetivo foi desenvol- sim como para operar e fazer a manutenção mento quanto pelas equipes de operação e mais carentes da formação de tarifas de ener- ver metodologia e programa computacional do sistema elétrico”, expõe o coordenador. manutenção. gia elétrica no Brasil, assegurando o forneci- para determinar os limites de carregamen- to dos transformadores da Light, levando em tar novas técnicas e processos para determina- Tarifas de energia em conta, além dos parâmetros clássicos de pro- ção de limites de carregamento compatíveis comunidades de baixa renda mento nas áreas urbanas com elevada con- Com esse projeto, se espera implan- centração de população de baixa renda. No primeiro momento, a pesquisa pretende identificar os fatores que causam O projeto de P&D gerenciado pe- distorções na formação de tarifas para pes- la analista de Regulação e Planejamento da soas de baixo poder aquisitivo. Vai avaliar ex- Light, Cristina Lima, chamado “Formulação de periências brasileiras no atendimento a esse tarifas para consumidores de baixa renda: in- grupo dentro do marco regulatório. Em se- dicadores e estudo de experiências bem suce- guida, identificará os sinais positivos e nega- didas”, tem como objetivo desenvolver estudo tivos do marco atual e seus efeitos na atuação analítico visando à melhoria da estrutura tari- das concessionárias de distribuição de ener- fária aplicável às distribuidoras de energia elé- gia elétrica. trica nas áreas urbanas do Brasil, especialmen- te para a população de baixa renda. cionamento e a resolução dos impactos nega- Ao analisar o atual marco regulatório tivos dos problemas sociais no fornecimento do ambiente tarifário brasileiro de energia elétri- de eletricidade para as camadas menos favo- ca, Cristina verificou que ainda são identificadas recidas da população e para uma redução ta- carências importantes nos mecanismos da regu- rifária de forma mais ampla”, adianta Cristina. lamentação aplicáveis ao acesso à energia elétri- Ela espera que os resultados tenham forte im- ca em áreas urbanas de baixa renda no país. pacto nos processos internos de proposta de novas tarifas e de análise das questões sociais Segundo Cristina, a originalidade do projeto de P&D reside no fato de que poucos Em 2010, o Programa de P&D da Light atuou em 88 projetos, iniciou 12 e encerrou 17. “O projeto contribuirá para o equa- que tanto afetam as políticas da Light. foto humberto teski 80 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 81 N o 02 - NOV 2010 P&D A PLENO VAPOR Light participa dos projetos estratégicos da Aneel Além de regulamentar, a Aneel também propõe temas a serem pesquisados e desenvolvidos pelas concessionárias por se tratarem de assuntos de interesse nacional e de grande relevância para o desenvolvimento tecnológico no país. Os temas expressam os principais desafios do setor elétrico brasileiro. Dessa forma, como em qualquer projeto de P&D, os projetos estratégicos são destinados a gerar benefícios para as empresas de energia elétrica, entidades executoras ou parceiras, consumidores e toda a sociedade. Os projetos envolvem, muitas vezes, complexidade elevada em termos científicos e tecnológicos, necessitando de esforços conjuntos, coordenados e executados por várias empresas, e grande aporte de recursos financeiros. Atualmente, a Light participa de vários projetos estratégicos, entre eles “Modelo de Otimização do Despacho Hidrotérmico - Abordagem: PDE e PDDE (sistemas equivalentes), modelo de rateio do bloco hidráulico via programação não linear e geração de critérios de vazões e energias”; “Plataforma computacional para o cálculo da política ótima de geração no horizonte de médio prazo do sistema interligado nacional”; “Metodologia para estabelecimento de estrutura tarifária para o serviço de distribuição de energia elétrica”; “Monitoramento das emissões de gases de efeito estufa em reservatórios de usinas hidrelétricas”; “Efeitos de mudanças climáticas no regime hidrológico de bacias hidrográficas e na energia assegurada de aproveitamentos hidrelétricos”; e “Programa Brasileiro de Rede Elétrica Inteligente”. Participar desses projetos estratégicos faz com que a Light mantenha-se alinhada ao setor elétrico como um todo. Qualidade, inovação e desempenho caminham juntos. Com modernas instalações na cidade de Cajamar, São Paulo, onde funciona nosso laboratório de P&D, a PLP Brasil se posiciona como uma empresa reconhecida no mercado mundial pela liderança tecnológica, pela confiança, desempenho, inovação, qualidade e confiabilidade de seus produtos. Parceria, credibilidade e o constante exercício de inovar fazem da PLP uma empresa vitoriosa ao longo desses 43 anos de Brasil, uma prova de força e qualidade. foto humberto teski 82 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Cláudio Carneiro, Anna Paula, Raquel e João Vieira: equipe de projetos estratégicos de p&d www.plp.com.br [email protected] tel. 11 4448-8000 Desde 1967 fornecendo qualidade. REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 83 N o 02 - NOV 2010 O abre-alas do P&D da Light A cadeia de inovação no setor elétrico avançou e chegou ao mercado. As mudanças implantadas pela ANEEL, em 2008, mudaram para melhor o cenário de pesquisa e desenvolvimento no segmento energético. Agora, ideias inovadoras, que antes permaneciam nas prateleiras, podem ser úteis às concessionárias e aos seus stakeholders. A possibilidade de aplicar na prática um produto, software ou serviço valoriza o Programa de P&D da Light, motiva funcionários e pesquisadores e atrai a atenção de novos parceiros, principalmente as indústrias. Com a inserção do produto no mercado, a palavra “inovação” atinge a plenitude, pois “inovar” significa “o uso de algo novo”. E é isso o que vai acontecer daqui para frente. O espaçador é o carro abre-alas deste desfile. 84 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 85 N o 02 - NOV 2010 O ABRE-ALAS DO P&D DA LIGHT PLP: A PLP Brasil é uma empresa do grupo PLP, cuja matriz Preformed Line Products (PLP) tem sede em Cleveland, Ohio, EUA. É especialista em produtos e soluções para redes de distribuição e transmissão de energia elétrica. O grupo PLP é mundialmente conhecido por sua liderança tecnológica, bem como pela inovação, desempenho, qualidade e confiabilidade de seus produtos. O Programa de P&D da Light acaba mento da água da chuva e dispositivos auto- de colocar no mercado um produto fruto de travantes no lugar do anel elástico. Com esse suas pesquisas: o espaçador. A negociação foi modelo, a concessionária estima redução na concluída com êxito graças ao empenho de troca anual de espaçadores em decorrência todos que estiveram envolvidos no processo. de manutenção preventiva e corretiva de 8% A PLP (Produtos para Linha Preformados) vai para 1%. Para Roberto Dias, gerente do pro- fornecer o novo modelo para a Light, primei- jeto pela Light, “é gratificante chegar a um ra concessionária do mercado a consumir o produto que atenda às necessidades da em- produto. presa, melhorando a qualidade da rede e di- minuindo o custo de manutenção”. É gratificante chegar a um produto que atenda às necessidades da empresa, PLP, que fabricará o espaçador, diz que as expectativas de aceitação do produto no mercado são grandes. “Fechamos o primeiro contrato de for- melhorando a qualidade da rede e necimento com a Light, e, em seguida, vamos diminuindo o custo de manutenção. fechar com outras companhias de energia elé A área de Suprimentos da Light es- muitos deles serão para uso da própria Light. estender as vendas para América do Sul, EUA e teve envolvida na negociação do espaçador “Suprimentos vai participar com mais inten- México. “Nossas expectativas são enormes. Atu- e defendeu o produto destacando as qua- sidade porque os processos de compra ten- O novo espaçador apresenta me- almente, a maioria das concessionárias do país já lidades, principalmente em relação ao cus- dem a aumentar com a possibilidade de inse- lhor desempenho comparado ao utiliza- especifica em seus padrões de construção o uso to-benefício. Segundo Carla Coppieters, co- rir o produto no mercado”, destaca Emanuelle do atualmente pela companhia. A partir de da rede compacta, em que os espaçadores são ordenadora de contratação de materiais da Ferreira, compradora da Light. um projeto de P&D da Light, desenvolvido peças fundamentais”, explica Fonseca, da PLP. Light, “através de uma análise técnico-econô- em parceria com o Centro de Pesquisas de mica, levando em consideração o custo inicial Cepel vão receber royalties, que são um per- Energia Elétrica da Eletrobrás (Cepel) e de- e a frequência de troca, verificamos que va- centual relativo à cessão de direitos sobre as nominado “Avaliação de materiais poliméri- lia a pena investir. O novo espaçador é mais receitas obtidas com a comercialização do cos para redes de distribuição compactas”, caro que o atual, mas a durabilidade é muito produto no setor elétrico. cujo objetivo era qualificar os materiais em- maior. Portanto, em longo prazo, com a redu- pregados nesses tipos de redes situadas em ção na troca das peças, o custo total será mais ambientes agressivos, se constituiu outro baixo”, explica. P&D, visando ao desenvolvimento de um es- paçador com melhor desempenho elétrico e até a fase de inserção do produto no mer- mecânico. A equipe do projeto foi formada cado fará com que a área de Suprimentos se pela Light, Cepel e PLP. envolva ainda mais nos projetos de P&D, au- No espaçador criado pelo P&D, além xiliando na seleção dos parceiros que fica- peças fundamentais. do novo composto de PEAD e acertos no de- rão responsáveis pela fabricação dos produ- Álvaro Fonseca | Gerente comercial da PLP senho, foram introduzidos furos para escoa- tos desenvolvidos nas pesquisas, até porque PEAD: Polietileno de alta densidade. Roberto Dias, Emanuelle Ferreira e Carla Coppieters, da Light trica”, adianta. A intenção, segundo Fonseca, é Roberto Dias | Engenheiro da Light 86 Álvaro Fonseca, gerente comercial da A extensão da cadeia de inovação Vale destacar ainda que a Light e o Nossas expectativas são enormes. Atualmente, a maioria das concessionárias do país já especifica em seus padrões de construção o uso da rede compacta, em que os espaçadores são Álvaro Fonseca, da PLP REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 87 N o 02 - NOV 2010 O que vem por aí O futuro ao P&D pertence. A busca por inovação vai seguir adiante. Existem várias propostas de novos projetos sendo avaliadas pela equipe do Programa de P&D da Light. Algumas chegam a propor o uso da nanotecnologia para geração de energia solar. Conheça agora alguns dos temas candidatos a futuros projetos e saiba como eles poderão contribuir para consolidar a imagem da Light como uma empresa visionária do setor elétrico brasileiro. 88 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 89 N o 02 - NOV 2010 O QUE VEM POR AÍ O QUE VEM POR AÍ ainda uma forma de inspeção remota desses zamento de gases e óleos nocivos à saúde. um software para monitorar índices de expo- missão e Distribuição (LETD), do Departa- ambientes. “O estudo pode trazer significativos avan- sição à mídia, relacionados às ações sociocul- mento de Energia Elétrica da Universidade Segundo Henriques, o principal be- ços tecnológicos, principalmente na sensibi- turais. “Precisamos de projetos como esse pa- Federal Fluminense (UFF), que está sob co- nefício é garantir a segurança na execução lidade e flexibilidade do robô. A sensibilida- ra quantificar esses benefícios e priorizar os ordenação do professor Henrique de Oliveira da manutenção das câmaras subterrâneas. de está ligada a um processo de aprendizado investimentos nas iniciativas que apresenta- Henriques, propôs que o Programa de P&D “O número de explosões nesses locais, embo- do equipamento robótico, que passa a ter rem os melhores resultados”, defende Estela. da Light desenvolvesse o projeto “Veículo ra de baixa frequência, tem crescido nos últi- a capacidade de tomar decisões a partir de de monitoração remota de câmaras trans- mos 10 anos, aumentando o risco de aciden- uma base de conhecimento montada. Exis- ta está na conscientização e educação do formadoras subterrâneas”. O projeto visa à tes para os funcionários da Light, que fazem tem cinco grandes etapas a vencer: defini- público que frequenta o Instituto Light e o verificação das condições ambientais de lo- serviços de manutenção nessas áreas, e para ção, projeto, codificação, testes e implemen- Centro Cultural Light. No entanto, como em cais normalmente fechados e inabitados an- as pessoas que passam nas proximidades, se- tação”, explica. qualquer outro projeto sociocultural, os re- tes da entrada do técnico, de modo que ele jam pedestres ou passageiros no interior de possa executar suas atividades com segu- veículos automotores”, justifica Henriques. rança. Adicionalmente, em casos de ambien- tes identificados como inóspitos, por exem- tal, pois o robô que vai monitorar as áre- plo, galerias subterrâneas, o projeto fornece as subterrâneas prevenirá explosões e va- O Laboratório de Estudos de Trans- sultados são avaliados considerando aspec- Além disso, há o benefício ambien- Estela Alves, da Light “A maior contribuição dessa propos- CULTURA QUE MODIFICA tos qualitativos e não quantitativos”, ressalta COMPORTAMENTO Estela. Por isso, o projeto vai facilitar o plane- Em 2010, o Programa de P&D da Light prospectou 69 projetos. jamento, a medição de resultados e a defesa Assim como a Eletrobrás consegue de investimentos na área. reduzir, com o projeto Procel nas Escolas, o Questões como “Quais informações desperdício no consumo de energia elétri- um estudante que vai ao Museu de Energia ca pela conscientização de professores e alu- leva consigo?”, “Como ele influencia mudan- nos, a Light acredita que os projetos socio- ças no comportamento em casa?” e “O pú- culturais contribuem para a conscientização blico se sente mais comprometido do que e fidelização de seus clientes. Por isso, está os demais clientes?” poderão ser respondi- pensando em desenvolver, via P&D, o proje- das com mais clareza por meio do projeto to “Valoração de projetos socioculturais”. de P&D. Segundo a futura gerente do proje- Embora ações socioculturais sejam to, Estela Alves, o projeto “Valoração de pro- atividades tradicionais no setor elétrico, jetos socioculturais” tem como desafios criar os retornos técnicos e econômicos, por se- indicadores para avaliar os projetos do Insti- rem de difícil quantificação, raramente são tuto Light e do Centro Cultural Light e a re- avaliados. Esse projeto será uma inovação lação entre o impacto do projeto versus as para o setor. Os resultados relevantes se- mudanças de atitude dos clientes. Além dis- rão apresentados em congressos e periódi- so, propõe analisar o retorno e o impacto cos relacionados às áreas de conhecimento de iniciativas socioculturais em indicadores abrangidas nessa iniciativa. Uma ferramen- quantitativos de satisfação do consumidor, ta como essa permitirá a qualquer empre- utilizando ferramentas de Teoria da Satisfa- sa programar e planejar as ações sociocultu- ção e Estatística Computacional. Por último, rais com mais segurança sobre os resultados o projeto tem como objetivo desenvolver esperados. foto humberto teski 90 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 91 N o 02 - NOV 2010 O QUE VEM POR AÍ Centro de excelência de pesquisa no Brasil Programa de Engenharia Elétrica - Nota máxima na avaliação CAPES Bianca Renha, da Light foto humberto teski categoria eles estão enquadrados: fraudadores, inadimplentes e adimplentes. A partir daí, será acompanhada sua evolução no que diz respeito às atitudes em relação aos compromissos com as contas de serviços públicos e como disseminam esses conhecimentos adquiridos entre seus pares”, conta o pesquisador e professor João Carlos Aires, da PUC-Rio. Na opinião de Aires, a busca por in- formações que expliquem o impacto das ações culturais nos índices de satisfação e no Conheça os produtos e projetos do LASPOT e do LIF. comportamento dos clientes é uma iniciativa O desenvolvimento faz parte das pesquisas em Engenharia Elétrica. inovadora e ajudará a compreender o lado social das fraudes e inadimplências, contribuindo nas propostas de alternativas para o combate a esse tipo de perda. Produtos e projetos realizados pelo LASPOT: • Simulight® – Simulador de Redes de Distribuição de Energia Elétrica com Geração Distribuída. O PEQUENO QUE É GRANDE • Pesquisa e Implementação de Simulação Dinâmica Trifásica nas Redes de Distribuição com Geração Distribuída. • Desempenho Dinâmico da Geração Distribuída frente a Perturbações no SIN e de Manobras na Rede de Distribuição. A Light recebeu de um parceiro uma proposta de projeto para aplicação de nanotecnologia em painéis solares para aumentar • Métodos de Priorização de Obras em Redes de Distribuição de Energia Elétrica. • Planejamento e Operação de Microrredes Formadas pelo Elevado Grau de Penetração da Geração Distribuída: Análise Estática e Dinâmica. • Estimação de Estado em Sistemas Elétricos Industriais. Centro de Tecnologia, Sala H-343 – Ilha do Fundão Contato: Prof. Glauco Taranto (21) 2562-8615 [email protected] a eficiência do processo de geração de enerNanotecnologia: É a aplicação dos fenômenos descobertos pela nanociência. Químicos e físicos estão dominando a construção de estruturas funcionais com dimensões menores que vírus, bactérias e células. Para se ter uma ideia, propriedades como cor, condutividade elétrica, capacidade térmica e reatividade química são aumentadas ou alteradas totalmente quando se passa para o chamado “mundo nano”. Por exemplo, o dourado do ouro a que se está acostumado é substituído por um vermelho intenso quando se prepara nanopartículas desse metal. A mudança da cor se dá devido à diminuição do tamanho do metal. Uma boa definição para nanotecnologia seria a aplicação ou desenvolvimento de materiais com alto desempenho devido à dimensão nanométrica. Não basta um material ser nanométrico, é necessário que essa dimensão apresente ganho em desempenho não apresentado no mesmo material em tamanhos maiores. O professor Reinaldo Castro Souza, gia. De acordo com Bianca Renha, engenheira da PUC-Rio, é futuro parceiro nesse projeto. na Gerência de Futuros Empreendimentos da Ele explica que os estudos vão permitir ava- Light Energia, a geração de energia elétrica a liar a aproximação da Light com os clientes, partir da energia solar ainda é mais cara do que utilizando a cultura como promotora des- outras fontes mais tradicionais. “Um aumento sa proximidade. Serão aplicados formulários da eficiência do processo pode contribuir pa- quantitativos e qualitativos para levantar os ra uma viabilização econômica. A Light, dentro índices de satisfação do público. de sua política de sustentabilidade, tem inte- • Metodologia para o aumento da confiabilidade operacional dos bancos de acumuladores de subestações. O projeto trará grande contribui- resse em estudar projetos com foco em fontes • Tecnologia óptica para medição multiponto de temperatura em filtros de harmônicos. ção no combate ao furto de energia, ataca- alternativas. A proposta de uso de nanotecno- do em diversas frentes pela Light. “Serão fei- logia via P&D está sendo avaliada e poderá ser tos levantamentos sobre o comportamento um enorme aprendizado para a empresa”, de- dos clientes que frequentam o Centro Cultu- fende Bianca. Atualmente, também estão em ral Light, identificando inicialmente em que estudo dois projetos de centrais eólicas. O LIF é um laboratório multidisciplinar que atua em projetos de pesquisa e desenvolvimento, e consultorias em tecnologia de Fibras Ópticas utilizadas em telemetria, sensores e transdutores. Possuímos diversos projetos realizados para os setores de Energia Elétrica (Geração, Transmissão e Distribuição), principalmente para Sistema de Potência e Distribuição de Energia, Indústria de Petróleo e Meio Ambiente. • Sistema para monitoramento óptico de chaves seccionadoras • Tecnologia para a medição de corrente de fuga em tempo real em isoladores de linhas de transmissão. • Otimização da capacidade de transmissão de LTs. • Sensor para detecção de vazamentos de gás inflamável e tóxico em câmaras subterrâneas. www.lif.coppe.ufrj.br Telefone: (21) 2562-8200 e-mail: [email protected] Principais clientes 92 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 93 N o 02 - NOV 2010 O QUE VEM POR AÍ Rodrigo Corrêa, da UFRJ, segura uma célula híbrida que gera energia elétrica a partir da energia solar usando nanotecnologia As pesquisas em nanotecnologia que haja necessidade de cortes. Por outro apontam em várias direções. Como é uma lado, teremos mais domínio sobre a ener- revolução no modo de interferir na nature- gia solar, aços mais resistentes, tecidos que za, os cientistas estão aplicando a nanociên- não desenvolvam cheiro, baterias mais efi- cia em todas as áreas do desenvolvimento cientes. Enfim, materiais mais inteligentes tecnológico. Está sendo utilizada para aper- para substituir tudo o que temos hoje em feiçoar desde a engenharia pesada até a dia”, explica o pesquisador e parceiro do medicina do futuro. “Estamos desenvolven- P&D Rodrigo Corrêa, do Instituto de Quími- do nanorobôs que poderão vasculhar inter- ca de Universidade Federal do Rio de Janei- namente nossos corpos à procura de vírus, ro (UFRJ). bactérias, tecidos doentes, e tratá-los sem Segundo o pesquisador, todos os setores da Light podem se beneficiar de alguma forma da nanotecnologia, pois os nanomateriais apresentam desempenho melhor do que os atuais. “Sendo mais específico, posso citar algumas aplicações diretas da nanotecnologia na Light: pegadores de gases para Vault, transformadores, chaves a óleo; tintas termosensíveis; cabos com menor resistência elétrica; isolantes elétricos e térmicos mais eficientes; capacitores menores e melhores; óleos biodegradáveis e de maior poder de isolamento elétrico; óleos lubrificantes; gases isolantes para substituição do SF6; sensores para os mais variados fins; entre outras”, enumera. Robôs, projetos socioculturais, na- notecnologia. Esses e muitos outros temas serão pesquisados pelo Programa de P&D ao longo dos anos, contribuindo com o desenvolvimento da concessionária, do setor elétrico, da sociedade, do meio ambiente. No entanto, o grande mérito de tudo isso não está nas invenções inovadoras, mas em quem foi capaz de gerá-las: as pessoas. São elas que fazem a roda do conhecimento girar. foto humberto teski 94 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT 95 N o 02 - NOV 2010 96 REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT