MINAS GERAIS SÁBADO, 29 DE março DE 2014 - 8 COPA 2014 Los hermanos qEntre os argentinos que vivem em Belo Horizonte, cresce a expectativa da presença da seleção para a Copa E ntre junho e julho, Belo Horizonte será a casa de 11 seleções que escolheram Minas como local de treinamento ou que já têm partidas confirmadas no Mineirão: Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia, Grécia, Costa Rica, Inglaterra, Irã, Bélgica e Argélia. A Argentina vai se hospedar e treinar no Centro de Treinamento Cidade do Galo, localizado em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A estreia da seleção será no Rio de Janeiro, dia 15 de junho, contra a Bósnia. A partida no Mineirão será no dia 21 contra os iranianos. Depois, nova disputa acontece no dia 25, em Porto Alegre, contra a Nigéria. Caso Messi e seus companheiros cheguem às semifinais, eles retornam ao Gigante da Pampulha. São 1.652 os argentinos que escolheram Minas Gerais para morar, segundo pesquisa do IBGE Para os argentinos que vivem em Minas, a expectativa de ver a seleção em campo é grande. Segundo a embaixada argentina, o número de torcedores daquele país na Copa pode chegar à casa dos 20 mil. A menos de 90 dias para o início das partidas do Mundial, Carlos Eduardo Romano, 56 anos, torce para uma final com o Brasil. “Independente do resultado, será uma grande festa. Uma vitória dos latinos”, diz o hermano, que comanda a equipe de basquete do Minas Tênis Clube (MTC) há sete meses. Eduardo Romano engrossa o número de 1.652 argentinos que escolheram Minas Gerais para morar, o que, segundo o IBGE, coloca o país em 4º lugar no ranking de estrangeiros que residem no Estado. ESPORTE - Romano diz que escolheu morar em Minas pelo trabalho. “Aqui eu encontrei uma excelente infraestrutura e, mesmo há pouco tempo em Belo Horizonte, já me encantei com a cidade. Sou muito simples e aprecio essa condição tão presente entre os mineiros”, comenta. Mesmo trabalhando muito, ele conta que nos períodos de folga gosta de passear com a esposa pela Praça da Liberdade e apreciar a boa comida. “Gosto do queijo, da pimenta e da cerveja, além de feijoada”, diz. Quando o assunto é esporte, ele garante: “Os mineiros estão muito bem servidos. Ganharam no ano passado o Brasileiro, a Libertadores e o Mundial de Vôlei. Aqui tem grande potencial esportivo e eu estou feliz em poder construir parte da minha história em Minas Gerais. E, o melhor, sou pé quente. Na vitória da Azurra na Copa do Mundo de 1986, eu estava lá e, na conquista do Galo na Libertadores, também. Isso é um bom sinal, não?” Além de técnico, Romano é economista e suas impressões sobre o momento econômico vivido em Minas são otimistas. “Há obras em todo canto, aeroportos cheios com pessoas de vários lugares e, principalmente, boa gestão governamental. Isso são indicadores de que as coisas estão andando bem”, observa. “MINEIRÊS” -Outro argentino que fixou morada na capital mineira em virtude do esporte é o nadador Juan Martin Pereyra, de 33 anos. Também competindo pelo MTC, ele está em Belo Horizonte já faz cinco anos. “Estava em busca de uma Aline Pereira Juan Martin Pereyra encontrou no MTC a estrutura ideal para treinar estrutura que me atendesse, onde não precisaria pagar para treinar, para usar uma piscina. Hoje, tenho à disposição a melhor estrutura que já encontrei, e me preocupo apenas em nadar”, conta. Em 2013, Pereyra venceu competições como o troféu José Finkel, quando foi ouro nos 800 m e 400 m e prata na prova dos 1500, e o Maria Lenk, vencendo os 1500 m, 800 m e os 400 m. Das qualidades encontradas nas Gerais, ele destaca a tranquilidade e a comida. Dos hábitos, já incorporou ao seu dicionário algumas palavras do “mineirês. “Uai é a palavrinha que serve pra tudo”, comenta. Para Romero, o Estado já vive a universalização do esporte Para o secretário-adjunto de Turismo e Esportes, Rogério Romero, o intercâmbio entre Minas e Argentina reforça a ideia da universalização do esporte e da vocação mineira para receber diferentes modalidades e nacionalidades. “Minas, em sua imensidão geográfica, sintetiza o Brasil e o que de melhor podemos encontrar em nosso país. Um exemplo são as montanhas, tão propícias a práticas radicais, como o voo livre, mountain bike e motocross. Também somos considerados a capital do vôlei e, no ano passado, com grandes conquistas no futebol, ganhamos visibilidade internacional. Além disso, somos referência no atletismo e na natação. A hospitalidade, a riqueza gastronômica e o legado religioso são outros atrativos mineiros”, destaca o secretário. BIKE - Vindo de Buenos Aires, o empresário Juan Farina mora em Minas Gerais desde 1978 e, há 25 anos, escolheu para viver a cidade de Montes Claros, a chamada “Capital do Norte”. Apaixonado por bikes, ele se lembra de quando trabalhou numa fábrica de bicicletas ao chegar aqui. Em seguida, começou a organizar, junto com a mulher, a mineira Alayde Neves de Oliveira, provas de ciclismo, paralelamente à administração de uma loja de peças e acessórios. Hoje, o GP de Ciclismo Cidade de Montes Claros, que já está na 8ª edição, é válido pelo ranking nacio- nal classe 3 da Confederação Brasileira de Ciclismo, sendo a melhor prova de uma etapa do esporte em Minas Gerais. “Minas é o local que me acolheu, onde conheci minha mulher, onde trabalho. Morando aqui há tanto tempo, já me considero mineiro. Mas, se der Brasil e Argentina numa final, o placar será de 3 x 2 para nós, argentinos”, prevê.