SOBRAMES Pernambuco ANO 8 Nº 92 AGOSTO / 2011 Boletim mensal A lei, a ética, a moral e os costumes Claudio Renato Pina Moreira Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional de Pernambuco Fundada em 24 de fevereiro de 1972 les que nos administram). Até que a Receita Federal se modernizou e aplicou pesadas multas nos infratores. Políticos que não medem esforços para trabalhar menos e obter mais dinheiro (em sua maioria, ilícito) para si. Estimula-se toda a sorte de bolsas para os que não trabalham e se aumenta o imposto daqueles que estão empregados, em uma medida francamente eleitoreira. Os nossos ídolos mudaram; ao invés de personagens que fizeram algo pela humanidade ou pelo país, são os bandidos ou os marginais que se sobressaem. Recentemente, uma atriz sulista se vangloriou que o mais importante papel que lhe coube em sua carreira foi interpretar uma prostituta (!). Exalta-se aqueles cantores ou atores que usam drogas e se apresentam visivelmente fora de si. Vemos, na atualidade, pais que estimulam filhos entre 10 e 16 anos a dirigir sozinhos seus veículos, inclusive em estradas movimentadas. “O que é que tem? Isto é tão normal! Veja como ele dirige tão bem! Melhor do que muitos adultos”. E não percebem ou não querem perceber a gravidade. E é uma glória exibir para os amigos o filho infrator. Pais que estimulam os filhos menores a fumar e a beber, achando graça nos seus comportamentos, para chorarem depois. Havia um índio apache norte-americano que dizia: “não se deve apressar o curso do rio; ele sempre vai para o mar”. Quando aumentamos a velocidade do rio (a permissão para os filhos imaturos praticarem algo quando ainda não é seu tempo), as águas tornam-se revoltas e sem controle em sua grande maioria. E não há como recuperar o perdido. Só lastimar e se arrepender. Somos e devemos ser naturalmente o espelho das gerações que nos seguem. Há outra frase que diz: “não possuímos nada materialmente; apenas temos a obrigação de preservar aquilo que pertence às gerações futuras e que estão sob a nossa guarda”. E o que esperar da educação de um filho quando o pai não tem ética, compromisso, moral e não obedece às leis? Muitos destes pais freqüentam a ou as igrejas, rezam e praticam tudo errado. Que exemplo eles fornecem? Seguramente alguns daqueles que estão lendo esta nota dirão: “Faça como nós; burle as leis e os costumes; só há lucro; deixe de ser idiota; não nos faça perder tempo com este editorial”. Mas prefiro continuar como estou: dormindo tranqüilo e olhando nos olhos de meus filhos com serenidade e com a segurança de quem tentou educá-los da melhor maneira possível. Memorial da Medicina de Pernambuco Rua Amaury de Medeiros, 206, Derby, 52010-120 - Recife - PE Fone (81) 3423-0961 e-mail: [email protected] 2011 - Ano Literário Waldemar Lopes www.sobrames.com.br Dizia um antigo político que “para os amigos, tudo; para os inimigos, a lei”; ou seja, tudo era permitido para aqueles que fizessem parte do seu cortejo. Hoje, com as modificações dos costumes, a frase pode ser assim modificada e dita sem medo por quase todos os cidadãos desta nação: “para mim e para os meus, tudo; para os outros, a lei”. Vemos nas últimas décadas uma grande dissolução do que acreditávamos ser o que era correto: alunos desafiam e espancam professores: e estes últimos não podem censurálos ou reprová-los, sob pena de serem punidos; pais que se vangloriam e transmitem para os filhos que não devem pagar a mensalidade das escolas particulares: e não há lei que defenda os proprietários dos estabelecimentos. Cobrar o devido? Por quê? É uma ofensa! É constrangimento!! Só não é constrangimento para aqueles que trabalharam e não receberam dos caloteiros. Aplica-se sem reserva o que se chamou de Lei de Gérson: “O importante é sempre levar vantagem”; não interessam os meios. A fila dos idosos é usada pelos mais jovens; e vá se reclamar para ouvir toda sorte de impropérios ou de gozação: “você é que é abestalhado e fica na fila comum”. Quem é mais infrator do que a grande maioria dos motoqueiros? Não há uma só lei de trânsito que eles respeitem: calçada é rua; sinal de cruzamento de veículos não existe; contra-mão?? Para quê? Faixa de pedestre? É o local para se aguardar que o sinal abra. Hoje eles não se contentam em andar na faixa amarela do meio da pista (que já é errado) e avançam na pista contrária. Vá reclamar!!! Sempre o errado é quem está certo. Em um trecho de dez quilômetros seguramente veremos, no mínimo, dez infrações cometidas por motoristas e pedestres. Durante anos houve quem se vangloriasse de burlar a declaração de imposto de renda; até que a Receita Federal se modernizou e aplicou as devidas multas. Olhava-se com desdém para aqueles que não compravam recibos médicos. Na realidade, o crime era um protesto da população contra a má aplicação dos recursos pagos (aí se vê a falta de moralidade e de ética daque- A arte de narrar Zília no Correio O projeto “A arte de narrar”, promovido pela UBE-PE e coordenado por Sônia Carneiro Leão, iniciou-se, na Livraria Jaqueira, no dia 9 de julho, às 11 horas, com o tema “Narrando o Cordel”. Os apresentadores convidados foram dois cordelistas da Fotos: Paulo Camelo Unicordel – União dos cordelistas de Pernambuco: José Felipe Nazário Júnior (Felipe Júnior), e Paulo Moura (Paulo Dunga). Na mesa diretora da sessão, além de Sônia Carneiro Leão, os escritores Cássio Cavalcante e Melchíades Montenegro, da UBE. Felipe Júnior Paulo Moura Resumo da reunião literária de julho Ocorreu em 4 de julho a reunião 471 da Sobrames-PE. Na parte literária, Ulisses Ferraz declamou 3 sonetos: “Precipitados”, “Reflexões” e “Curiosidades”; Flávio Alencar apresentou a prosa poética “O espelho dos anos”, dedicando-a a Cláudio Pina; Mário Guimarães apresentou a crônica “Um episódio da democracia brasileira”; Rostand Paraíso apresentou partes da segunda edição de “O vendedor de livros”, falando também sobre a restauração do Hospital Pedro II; Sônia Carneiro Leão leu a crônica “A arte de narrar”, sobre seu projeto homônimo a ter início no dia 9 de julho; Luiz Barreto, dentro da programação do Ano Literário Waldemar Lopes, apresentou seu ensaio histórico “Waldemar Lopes, um sobramista”; Zélia Monte leu “Um triste fim”, ensaio biográfico sobre Lima Barreto e crítica narrativa sobre o livro “Triste fim de Policarpo Quaresma”; Paulo Gustavo de Araújo Cunha, que visitava a Sobrames, pediu a palavra e fez uma palestra sobre sua candidatura à Academia Pernambucana de Letras e os assuntos abordados por seus livros “Século XXI, homem ou máquina” e “Do gênio biológico ao ser biônico”; Antônio Aguiar fez comentários diversos sobre a desumanização da medicina e da sociedade; Paulo Paiva leu sua crônica “Da construção de catedrais”; Cícero Costa apresentou seu ensaio histórico “O tribunal de Nuremberg”. Na reunião também houve a proposta da poetisa Maria da Conceição Ferraz Cavalcanti para sócia colaboradora, feita por Eni Teixeira, substituindo o proponente José Arlindo. O periódico Correio Popular, de Campinas, SP, em sua edição de 24 de março, na página Opinião, publicou artigo de Zília de Aguiar Codeceira, em coautoria com João Plutarco Rodrigues Lima, intitulado “Correia Picanço - O ensino médico no Brasil”. João Plutarco Rodrigues Lima é ex-presidente da Sociedade de Medicina de Campinas. Zília de Aguiar Codeceira, médica psiquiatra com atuação no Recife, é membro titular da Sobrames-PE, já tendo participado de sua diretoria em gestões anteriores. Correia Picanço foi o fundador do ensino médico no Brasil, no século XIX. Eni prepara livro A escritora Eni Ribeiro Teixeira, nossa Diretora Cultural, está preparando a segunda edição de seu livro “Os frutos da casa”, dessa vez apresentando os nomes originais dos personagens, textos novos e um álbum de família, tudo sob a orientação de Raimundo Carrero. Encontro pernambucano do Livro infantil O I Encontro Pernambucano do Livro Infantil e Juvenil será realizado nos dias 19 e 20 de agosto, no Auditório da FAFIRE. Está sendo coordenado pelos escritores Antonio Nunes e Telma Brilhante e todas as atividades têm caráter estritamente voluntário. Alexandre lança Maldição e fé Fotos:Paulo Camelo Oficina de Letras O número 28 da Revista Oficina de Letras ainda está na fase de recepção de material literário, para publicação. Os interessados em publicar seus textos literários na revista devem enviar o arquivo em doc ou rtf para Mariluce Barreto, Cláudio Pina, Luiz Barreto ou Paulo Camelo. A revista é autofinanciada. Em grande estilo, o escritor Alexandre Santos, presidente da UBE-PE, na noite de 21 de julho, fez o lançamento de seu livro Maldição e fé no Casarão do Ribeiro, Olinda. Prestigiando o lançamento duplo (o escritor também lançou o livro de bolso Raízes) estavam escritores, políticos e autoridades de seu relacionamento e envolvidas na promoção e apoio à obra. Maldição e fé, editado pela Edições Bagaço, com 374 páginas, ricamente produzido, é uma obra de ficção com marcas de veraci- Foto: Paulo Camelo ção e nele o autor aborda versões consagradas da História, abrindo novas possibilidades de interpretação da história conhecida, sendo sugerida sua leitura antes da de Maldição e fé. Entrevista sobre felicidade Na reunião de agosto está programada uma sessão de entrevistas do pesquisador Canário Cagliari a respeito da felicidade. Canário Cagliari, apresentado pela poetisa Maria do Céu de Ataíde Vasconcelos, na reunião de junho, vem fazendo um estudo aprofundado sobre felicidade e entrou em contato com o presidente Cláudio Pina prograFoto: Paulo Camelo mando o evento para agosto. Nova colaboradora Maria da Conceição Ferraz Cavalcanti toma posse em agosto como sócia colaboradora. dade e, para isso, o autor lançou mão de grande pesquisa bibliográfica. O pequeno livro Raízes, de 85 páginas, não é um livro de fic- Conceição Ferraz é poetisa, e veio para a Sobrames a convite dos confrades Ulisses Ferraz e José Arlindo Gomes de Sá. José Arlindo tomou a iniciativa de propor seu nome para nova sócia colaboradora, o que seria feito na reunião de julho. No entanto, em virtude de sua ausência à reunião, a proposição foi feita por Eni Teixeira. Anuidade O tesoureiro Mário Vasconcelos Guimarães vem novamente solicitar que os membros titulares e colaboradores que ainda não quitaram suas anuidades o façam com brevidade. A Sobrames-PE sobrevive dessas colaborações dos seus membros, sendo esta a sua principal ou única fonte de manutenção. Aniversariantes Na tarde de 22 de julho, no TRE da Agamenon Magalhães, ocorreu o lançamento do livro Criando raízes, de Irle Firmo, dentro de cerimônia de fomento à literatura daquela instituição. Irle Firmo – filha do cineasta Firmo Neto, produtor e realizador do primeiro filme falado do Norte/Nordeste, “O coelho sai” –, bandeirante, amante da Natureza, é estudiosa de astronomia e difusora de projeto de plantação de Pau Brasil no Recife, o Projeto Criando Raízes. A cerimônia teve como um dos palestrantes o acadêmico Abdias Moura, que teceu comentários a respeito da utilização da tecnologia para fomento da literatura. Paulo Camelo representou a Sobrames no evento. No mês de agosto registramos os aniversários dos seguintes sobramistas: 12 -Arimá Maranhão; 13 -Perseu Lemos (foto); 14 -Luiz Carlos Lira Lins; 15 -Alcedo Gomes; Moisés Wolfenson; 17 -Maria do Céu de Ataíde; 20 -Rubem Franca; 22 -Mário Márcio; 23 -Sara Riwka Erlich. Foto: Paulo Camelo Fotos: Paulo Camelo Criando raízes Mostra de literatura de mulheres Ocorreu, de 27 a 30 de julho, a Mostra de Literatura de Mulheres, reunindo ícones femininos da literatura. Os temas abordados foram: 27 - Oficina de Literatura Popular e Crítica Literária Maria Alice Amorim; - Oficina "Os 5 sentidos de EXPEDIENTE DIRETORIA Presidente: Cláudio Renato Pina Moreira Vice-presidente: Luiz de Gonzaga Braga Barreto Secretário: Paulo Camelo de Andrade Almeida Tesoureiro: Mário Vasconcelos Guimarães Diretora Cultural: Eni Maria Ribeiro Teixeira Memorial da Medicina de Pernambuco Rua Amaury de Medeiros, 206, Derby 52010-120 - Recife - PE Fone: (81) 3423-0961 e-mail: [email protected] Clarice Lispector” - Teresa Montero; 28 - Oficina de Literatura Popular e Crítica Literária Maria Alice Amorim; - Oficina "Os 5 sentidos de Clarice Lispector” - Teresa Montero; - Récita “Pinceladas para Ladjane Bandeira” Mariane Bigio; - Literatura substantivo feminino - Viviane Mosé; - Vire poesia - Silvana Menezes e Elisa Lucinda; 29 - Oficina de Literatura Popular e Crítica Literária Maria Alice Amorim; - Oficina "Os 5 sentidos de Clarice Lispector”; - A mulher é do Repente Mocinha de Passira e Santinha Maurício; - Canto do Limite: A poética do Fim - Jerusa Pires Ferreira e Jussara Salazar; 30 - Récita: Procurando Cecé Renata Santana; - Escrituras de Mulheres Elizabeth Siqueira, Luzilá Gonçalves e Nelly Carvalho; - A criação literária - Eunice Arruda e Lucila Nogueira; - Recital do Sertão ao Mar Isabely Moreira, Mariana Teles, Monique D'Angelo e Verônica Sobral.