UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA GABRIELA FONTANA JOÃO HENRIQUE PASQUAL MACHADO SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS PARA TOXOPLASMOSE NA POPULAÇÃO ATENDIDA PELO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLINICAS DA UNIVALI, ITAJAÍ/SC Itajaí 2013 GABRIELA FONTANA JOÃO HENRIQUE PASQUAL MACHADO SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS PARA TOXOPLASMOSE NA POPULAÇÃO ATENDIDA PELO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLINICAS DA UNIVALI, ITAJAÍ/SC Monografia apresentada como requisito para obtenção do título de farmacêutico pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências da Saúde. Orientadora: Profª. Casagranda Bueno Itajaí (SC) Julho de 2013 Dra. Ednéia SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS PARA TOXOPLASMOSE NA POPULAÇÃO ATENDIDA PELO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLINICAS DA UNIVALI, ITAJAÍ/SC Gabriela FONTANA e João Henrique Pasqual MACHADO Orientador: Edneia Casagrande Bueno Defesa em: junho de 2013 Resumo: A toxoplasmose é uma doença de distribuição mundial que acomete milhões de pessoas, com fatores determinantes na variabilidade da frequência da infecção, como hábitos de vida, hábitos alimentares, idade e residência em área urbana ou rural. A transmissão da doença ocorre por meio da ingestão de alimentos mal cozidos de origem animal contaminados ou fezes de felídeos contaminados, além da transmissão materno-fetal. O diagnóstico da toxoplasmose ocorre pela pesquisa de anticorpos específicos das classes IgM e IgG contra o T. gondii em amostras de soro. A doença é assintomática na maioria dos indivíduos imunocompetentes e dispensa tratamento específico, enquanto que os pacientes imunocomprometidos em geral apresentam encefalite e recebem tratamento com sulfadiazina, sulfametoxazol, pirimetamina, espiramicina ou clindamicina. As gestantes também têm indicação de tratamento devido ao risco de transmissão vertical e que promove diversas alterações nos recém-nascidos portadores. Considerando a importância do contexto da transmissão e da clínica da toxoplasmose, somada à escassez de dados na literatura sobre a epidemiologia da doença em nosso meio, o objetivo deste trabalho foi determinar a prevalência de anticorpos para toxoplasmose na comunidade atendida no Laboratório Escola de Análises Clinicas da UNIVALI (LEAC)– Itajaí/SC. Para este fim foram analisadas 147 pacientes que foram atendidas no LEAC no período de 2011, quanto à presença de anticorpos anti-T. gondii das classes IgG e IgM. Os resultados obtidos foram analisados para a determinação da prevalência de soropositividade e de susceptibilidade à doença. Constatou-se que na comunidade atendida a prevalência de anticorpos foi de indivíduos susceptíveis a infecção com 72,8% e em memória imunológica com 27,2% dos pacientes, ou seja, que já tiveram contato com o agente etiológico, e nenhum dos indivíduos atendidos foi diagnosticado em fase aguda da doença. Portanto, é muito importante a orientação e cuidados básicos com gestantes e o restante da população, principalmente imunocomprometidos que são susceptíveis a infecção, tendo em vista possível transmissão vertical, infectando assim os fetos. Palavras-chave: Toxoplasma gondii. Toxoplasmose. Soroprevalência SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 05 2 OBJETIVOS ...................................................................................... 09 2.1 Objetivo Geral........ ............................................................................................ 09 2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 09 3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................. 11 3.1 Histórico da toxoplasmose............................................................................... 11 3.2 Agente Etiológico .............................................................................................. 12 3.2.1 Taxonomia ...................................................................................................... 12 3.2.2. Biologia .......................................................................................................... 13 3.2.3. Resposta imune ao Toxoplasma gondii ...................................................... 14 3.3 Formas clinicas e Diagnóstico ......................................................................... 15 3.4 Tratamento........ ................................................................................................. 17 3.5 Prevalência........ ................................................................................................ 18 4 METODOLOGIA ............................................................................... 21 4.1 Tipo e Local de estudo...................................................................................... 21 4.2 Amostragem e Aspectos Éticos........ ............................................................... 21 4.3 Coleta de Dados........ ........................................................................................ 21 4.4 Análise de Dados............................................................................................... 22 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................... 23 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 27 REFERÊNCIAS ............................................................................. ...33 ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA .......................... ...41 7 1 INTRODUÇÃO A toxoplasmose é uma doença de distribuição mundial, tendo como resultado milhões de pessoas infectadas (SOUZA, 2010). Alguns fatores como hábitos de vida, contato com felídeo, hábitos alimentares, idade e residência em área urbana ou rural estão ligados à variabilidade da frequência da infecção (AMENDOEIRA, 2003). O agente etiológico desta infecção é denominado de Toxoplasma gondii, um protozoário intracelular que tem a capacidade de parasitar tanto humanos quanto animais (SOUZA, 2010). O T. gondii apresenta duas formas de reprodução, nos felinos de forma assexuada e sexuada e no homem de forma assexuada, que são seus hospedeiros intermediários (LEÃO, 2004). A transmissão da doença ocorre por duas vias: por meio da ingestão de fezes de felídeos contaminados com oocistos, que são produzidos somente pelos felinos e geralmente são eliminados nas fezes em um período de 3 a 21 dias. A outra via de transmissão é pela ingestão de alimentos mal cozidos de origem animal, especialmente suínos e cordeiros, infectados com cistos do protozoário, que são formados nas primeiras semanas de infecção e podem permanecer nos tecidos ao longo da vida. Estas vias de transmissão podem justificar a elevada prevalência de anticorpos para o protozoário T. gondii presente na população, devido aos hábitos como ingestão de alimentos mal cozidos e contato com felinos (AMENDOEIRA, 2003). Cerca de 90% da população de adultos e adolescentes imunocompetentes não apresentam sintomas na infecção. Quando a doença apresenta sintomas, o período de incubação tem uma variação de 10 a 20 dias. O paciente com toxoplasmose do tipo ganglionar apresenta aumento dos linfonodos, enquanto que os pacientes imunocomprometidos, como os que apresentam infecção pelo HIV/AIDS, apresentam reativação da infecção com migração para o sistema nervoso central causando encefalite e, no pulmão, pneumonite. A doença também pode ser congênita, ou seja, adquirida pelo feto ao longo da gravidez, cuja taxa de transmissão é de 15% nos primeiros três meses, 30% no segundo trimestre e de 60% no último trimestre de gestação. Os achados clínicos mais frequentes no bebê acometido pela toxoplasmose congênita são: coriorretinite, cegueira, convulsões, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, microcefalia, hidrocefalia, abaulamento 8 de fontanela, meningoencefalite, estrabismo, hepatoesplenomegalia, erupção cutânea, petéquias, icterícia e pneumonia (TUON, 2011). A pesquisa de anticorpos específicos das classes IgM e IgG contra o T. gondii é a ferramenta utilizada no diagnóstico da toxoplasmose devido à dificuldade de demonstrar o parasita por meio de um diagnóstico parasitológico direto. O T. gondii é um parasita intracelular, que libera nas fezes somente os cistos, dificultando a visualização no exame parasitológico. A pesquisa de anticorpos específicos no soro favorece então a identificação da fase infecção, seja aguda ou crônica. Algumas das técnicas sorológicas empregadas no diagnóstico desta doença incluem a Imunofluorescência Indireta (IFI), a Hemaglutinação (HA), a Fixação de Complemento, o Enzyme Linked Immunosorbent Assay (ELISA) e o Immunosorbent Agglutination Assay (ISAGA), e a quimiluminiscência (GARCIA, 1999). Quando a doença é assintomática não é utilizado tratamento medicamentoso específico, pois os sintomas são semelhantes à gripe, durando alguns dias ou semanas e o tratamento restringe-se à amenizar os sintomas. Em contrapartida, o tratamento específico está indicado para imunocomprometidos, os quais apresentam sintomas para a doença. Os medicamentos utilizados no tratamento da toxoplasmose são Sulfadiazina, Sulfametoxazol, Pirimetamina, espiramicina e clindamicina. Os esquemas que contem pirimetamina sofrem a adição de ácido fólico devido à mielotoxicidade da pirimetamina. Nos casos de imundosuprimidos graves é ainda indicada a profilaxia para impedir a reativação do T. gondii (TUON, 2011). As gestantes são auxiliadas quanto ao cuidado, como evitar contato com felinos, ingerir alimentos bem cozidos, higienizar-se antes da alimentação e após o manuseamento de material suspeito, evitando a possibilidade de transmissão da doença para o feto. Quando a gestante está em fase pregressa da doença não é necessário tratamento, porém quando está em fase aguda é iniciado o tratamento imediato. Até a 13ª semana a gestante deve tomar somente Espiramicina, pois Pirimetamina é teratogênica se administrada nos três primeiros meses e após esse período deve intercalar 3 semanas utilizando Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico, e nas próximas 3 semanas Espiramicina e assim sucessivamente, terminando o tratamento até o momento do parto com Espiramicina (TUON, 2011). A toxoplasmose apresenta elevada distribuição geográfica, com índices de soropositividade variando entre 23 a 83%, dependendo de fatores ambientais, socioeconômicos e culturais. Um estudo com residentes urbanos em contato com 9 animais na residência mostrou uma prevalência sorológica maior entre residentes em contato com gatos, galinhas e suínos (ANTUNES, C.M. DE F.; CHIARI, C. DE A.; DE CAMARGO, M.C.V; 1995). Outro estudo em área com características rurais evidenciou que o hábito de consumir carne crua ou mal cozida e/ou a presença de gatos na residência são fatores que influenciaram na transmissão da doença (COUTINHO et al., 1987). Na cidade de Erechim/RS, um estudo revelou prevalência de 18% de toxoplasmose ocular, sendo que em indivíduos com 13 anos ou mais a prevalência foi de 21% (BURNIER, et al., 1992). Outro estudo analisou a população rural da macrorregião de Londrina/PR, demonstrando uma prevalência de em média 70% de amostras sororreagentes (GARCIA, 1999). A importância do contexto da transmissão e da clínica da toxoplasmose, somada à escassez de dados na literatura sobre a epidemiologia da doença em nosso meio, justificam o objetivo do presente trabalho, que é determinar a prevalência de anticorpos específicos anti-Toxoplasma gondii das classes IgG e IgM na comunidade atendida no Laboratório de Análises Clinicas da UNIVALI. 10 11 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Determinar a soroprevalência de anticorpos específicos anti-Toxoplasma gondii das classes IgG e IgM na população atendida pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), em Itajaí/SC, no período de 2011. 2.2 Objetivos específicos Obter os resultados da presença de anticorpos IgG e IgM específicos antiToxoplasma gondii nos prontuários dos pacientes; Caracterizar os pacientes com resultados alterados quanto ao sexo e idade; Identificar a presença de indivíduos portadores de infecção na fase aguda; Identificar a presença de indivíduos com infecção pregressa; Identificar a presença de indivíduos susceptíveis à infecção. 12 13 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 Histórico da toxoplasmose A toxoplasmose foi descrita pela primeira vez em 1908, quando Alfonsos Splendore pesquisava parasitas de coelhos e descobriu o T. gondii. Quando coelhos morriam por paralisia, ele encontrou corpúsculos parasitários císticos ao necropsiar vários animais. Estas formas inoculadas em cães produziam a mesma doença. Neste mesmo ano, os franceses Nicolle e Manceaux (1908) descobriram um parasita idêntico nas células mononucleares do fígado e do baço do roedor Norte - Africano Gondii, denominado como Leismania gondii. Depois da captura de outros gondiis na área, no ano seguinte foi verificarado que se tratava de um protozoário novo, o T. gondii Olitski e Sabin (1937) isolaram o protozoário por meio de inoculação em animais a partir do líquido cefalorraquidiano e tecido infectados, obtendo como resultado a primeira cepa de origem humana. A prova de imunidade cruzada foi utilizada por Sabin (1939), o qual observou que cepas do T. gondii, isoladas a partir de recém-nascido e de cobaia eram iguais imunologicamente e biologicamente. O primeiro caso de toxoplasmose no homem descrito por Darling (1908) era de um individuo com miosite aguda e diagnóstico de sarcosporidiose. ChavesCarballo, revendo a biópsia anos depois, concluiu de que o parasita da doença era o T. Gondii. Uma criança de onze meses, em 1923, apresentava quadro de hidrocefalia, microftalmia e coloboma macular, e Janku (1923) descreveu assim a manifestação ocular da doença ocorrida em Praga, reconhecido como T. gondii por Levaditi (1928). Em 1926, Margarino Torres, identificou a presença do parasita em uma criança vítima de meningoencefalite congênita, no Brasil. O primeiro registro fotográfico da toxoplasmose ocular foi feita em 1933, por Belfort Matos. Em 1940, Pinkerton e Wienman descreveram pela primeira vez a toxoplasmose adquirida, em um individuo adulto jovem com doença generalizada. Oito anos depois, Sabin e Feldman, desenvolveram o primeiro teste sorológico especifico, o Teste de Sabin-Feldman. A partir disto, iniciaram-se os estudos epidemiológicos da toxoplasmose, que passou então a ser considerada a maior causa de uveíte no mundo. O primeiro caso de isolamento do parasita no globo 14 ocular acometido por toxoplasmose foi em 1983, no Brasil descrito por Melamed (1992). 3.2 Agente Etiológico O T. gondii é um protozoário, parasita intracelular obrigatório. O gato é o hospedeiro de maior importância epidemiológica, pertencendo ao grupo dos felídeos. Os hospedeiros intermediários são o homem e outros animais. A placenta, músculos estriados, esqueléticos e cardíacos, cérebro, retina e leucócitos são os locais onde o parasita pode ser detectado. O esperma, a urina, a saliva, o leite materno e o líquido peritoneal, também podem exibir o parasita na forma de taquizoítas. No epitélio do intestino de felídeos não imunes ele também pode se manifestar (BAHIA-OLIVEIRA; OREFICE, 2005; DUBEY, 1986; FRENKEL, 1986). 3.2.1 Taxonomia O T. gondii pertence ao Reino Protista, filo Apicomplexa, classe Sporozoa, subclasse Coccidia, subordem Eumereina (Quadro 01). As três formas do protozoário (oocisto, bradizoíta, taquizoíta) possuem organelas citoplasmáticas que caracterizam o filo Aplicomplexa. Os protozoarios que fazem parte deste filo apresentam pelo menos em um estágio de seu ciclo biológico, o complexo apical, que é constituído por: conóide, anel polar, microtúbulos subpeculiares, roptrias, micronemas e grânulos densos, estes especializados em penetração nas células do hospedeiro (CURRENT; UPTON; LONG, 1990). 15 Quadro 01 – Classificação taxonômica do T. gondii Reino Protista Filo Apicomplexa Classe Sporozoa Subclasse Coccidia Ordem Eucoccidiorida Subordem Eumereina Familia Sarcocystidae Subfamilia Toxoplasmatinae Gênero Toxoplasma Espécie T. gondii Fonte: CURRENT; UPTON; LONG, 1990. 3.2.2 Biologia O T. gondii apresenta duas fases distintas, em relação ao seu desenvolvimento: a fase sexuada, onde gatos domésticos e outros felídeos são os hospedeiros definitivos, e a fase assexuada, onde os seres humanos e outros mamíferos não-felinos e as aves são hospedeiros intermediários. Em três estágios infecciosos a evolução da infecção acontece. Primeiramente com o aparecimento dos esporozoítos, depois os taquizoítos e por último os bradizoitos (BAHIAOLIVEIRA; OREFICE, 2005). A fase sexuada ocorre após ingestão de taquizoítas, oocistos esporulados ou cistos e é observado no gato que é considerado hospedeiro definitivo. A maioria dos felinos é infectada pela ingestão de hospedeiros intermediários, como aves contaminadas com bradizoítas. As enzimas digestivas destroem a parede do cisto, liberando as bradizoítas no estômago ou no intestino (Figura 01). Assim, elas penetram nas células intestinais e começam uma reprodução assexuada, dando origem aos merozoítos, os quais, dentro do vacúolo parasitoforo, são denominados esquizonte. Há a lise das células e a liberação dos merozoítos, os quais invadem outras células e transformam-se em gametócitos. Depois da maturação, os macrogametas femininos são fecundados pelos microgametas masculinos, dando origem ao zigoto, o qual evoluiu para a formação dos oocistos. Quando há ingestão de cistos, a eliminação de oocistos ocorre em três a seis dias; por outro lado a ingestão de oocistos leva a eliminação de oocitos em 20 a 24 dias (BAHIAOLIVEIRA; OREFICE, 2005). 16 Figura 01 – Ciclo Biológico do Toxoplasma gondii Fonte: Adaptado de PEREIRA; PEREZ, 2002 17 3.2.3 Resposta imune ao Toxoplasma gondii A resposta imune inicial desenvolvida é a resposta inata, seguida da resposta adquirida antígeno-específico, com vistas ao controle da infecção aguda causada pelo parasita (ALEXANDER, 1998; JOHNSON; SAYLES, 1997). A imunidade celular tem mostrado um papel preponderante no controle da infecção pelo T. gondii, muito mais do que a imunidade humoral (DENKERS; GAZZINELLI; SHER, 1993). O parasita é capaz de estimular diversas linhagens celulares, como macrófagos, neutrófilos e células dentríticas a secretarem IL-12 (Interleucina 12) e TNF-α (Fator de necrose tumoral alfa). Os níveis de IL-2 (Interleucina 2) são capazes de induzir as células Natural Killer a secretarem IFN-γ (Interferon gama), que em sinergismo com TNF-α potencializa a atividade toxoplasmicida de macrófagos. Sinergicamente essas duas citocinas agem para mediar a morte dos taquizoítas pelos macrófagos. Os parasitas na forma de taquizoítos são destruídos, enquanto que os bradizoítos formam cistos nos tecidos. A diferenciação de linfócitos CD4+ com perfil Th1 é desencadeada pelos níveis de IL-12. O principal papel das células Th1 produtoras de IFN-γ na aquisição da imunidade à toxoplasmose está relacionado à importante função destas células em controlar a infecção durante as fases aguda e crônica. Durante a fase aguda a secreção desta citocina leva a conversão de taquizoítos em bradizoítos.. A INF-γ suprime a conversão de bradizoítas em taquizoítos durante a fase crônica da doença, impedindo a reativação da toxoplasmose (DE MELO et al., 2012). Por causa de imunoglobulinas circulantes, hospedeiros infectados cronicamente são resistentes a reinfecção, e esta situação é denominada de imunidade concomitante (AMENDOEIRA et al., 1986; EILARD; NORRBY, 1976). Portanto, conclui-se que os anticorpos são a primeira linha de defesa contra o parasita. Os taquizoítos extracelulares são liberados após uma quebra da célula infectada, e estes anticorpos atuam sobre eles. Para impedir a infecção anticorpos específicos inibem a ligação do T. gondii a célula hospedeira. 18 3.3 Formas Clínicas e Diagnóstico Existem várias formas clinicas da patologia, a toxoplasmose adquirida, congênita, ocular e em pacientes imunocomprometidos. A toxoplasmose adquirida ocorre pela ingestão de oocistos presentes em lugares onde há contato com gatos diretamente ou indiretamente e veiculados por água, alimentos ou insetos. A doença pode ser adquirida pela ingestão de carne mal cozida contendo pseudocistos viáveis. O diagnóstico da toxoplasmose adquirida é baseado na associação dos sintomas clínicos e confirma-se através de estudos sorológicos ou também pela detecção do agente em tecidos ou líquido corporais em lâminas coradas por WrightGiemsa. (BOTELHO et al., 2005) A toxoplasmose congênita ocorre a partir da primo-infecção da gestante, o que permite que ela transmita ao feto a toxoplasmose uma vez que os taquizoítos têm a capacidade de invadir a placenta. O risco de transmissão materno-fetal está diretamente relacionado ao período gestacional no primeiro trimestre 6%, 29 a 40% no segundo trimestre e 59 a 72% no terceiro trimestre. O diagnóstico neste tipo de toxoplasmose é muitas vezes impreciso, porque as manifestações clínicas podem ser confundidas com as causadas por outros agentes. O diagnóstico mais preciso ocorre por meio de exames laboratoriais, identificando o parasita ou a presença de anticorpos específicos contra o mesmo, pois o exame clínico apenas pode sugerir a eventualidade dessa etiologia (REY, 1991). O teste de avidez é importante para saber o período em que ocorreu a infecção na gestante, se foi em um passado distante ou recentemente. Os resultados são baseados na medida da avidez: Se a avidez é baixa, significa que os anticorpos IgG tem baixa afinidade funcional pelo T. gondii, ou seja, a infecção é recente, e se é alta quer dizer que tem alta afinidade e a infecção ocorreu em um passado distante. Neste tipo de exame laboratorial o médico tem como saber se a infecção ocorreu fazem mais de quatro meses, ou menos. Este teste é indicado para mulheres que estão nos primeiros meses de gestação. Um exemplo de uma situação crítica de gestante, é quando apresenta IgG e IgM positivos, e o resultado do teste de avidez baixo, não significa que ela tenha adquirido a doença recentemente, pois resultados com baixa avidez podem persistir durante um ano, portanto é importante salientar que o teste de avidez para IgG não 19 é um diagnóstico definitivo, sendo necessário outros métodos complementares (BORGES, 2006) A toxoplasmose ocular pode ocorrer tanto pela transmissão congênita na gravidez, quanto pela forma adquirida. O diagnóstico de retinocoroidite pela fundoscopia ocular é geralmente usado e também permite realizar o diagnóstico presuntivo de infecção congênita. Porém, a patologia é confirmada através de testes sorológicos, devido a dificuldade do diagnóstico clinico ou parasitológico. Essas dificuldades se devem porque a retinocoroidite pode ser causada por mais de quinze patologias infecciosas oculares, como por exemplo, a sífilis e herpes (AMATO, 1995; MARCHI, 2002). A toxoplasmose em pacientes imunocomprometidos é grave e muitas vezes fatal. Envolve o sistema nervoso central, o fígado, pode apresentar alterações na pele e pneumonia, afetando também o coração. Portanto, o individuo que faz parte deste grupo de pacientes pode ter todas as formas de infecção provocadas por este parasita, mas com uma gravidade ainda maior. Antes de qualquer sinal de infecção no cérebro, é relevante a aplicação das análises laboratoriais. Para descartar hipótese de outras doenças neste tipos de pacientes é necessário recorrer a testes de imagem, como por exemplo tomografia computadorizada e ressonância magnética (AMATO et al., 1995). 3.4 Tratamento O Ministério da Saúde preconiza o tratamento para adultos nos três primeiros dias com a administração de Pirimetamina 75 a 100 mg, Sulfadiazina, 500 a 1.000 mg de duas a quatro vezes ao dia e Ácido Folínico 5 a 10 mg uma vez ao dia. Após o 4º dia até o restante do tratamento, a administração de Pirimetamina é reduzida para 25 a 50 mg de duas a quatro vezes ao dia, e enquanto que a Sulfadiazina e Acido Folínico continuam com a mesma dosagem (Quadro 02). Em gestantes o tratamento é feito pela administração de espiramicina 750 a 1000 mg, via oral, a cada oito horas, ou Clindamicina, via oral, a cada 6 horas na dose de 600mg. Na forma ocular, é utilizada 40mg ao dia de Prednisona, por uma semana, seguido de 20mg ao dia por mais sete semanas, para reduzir a inflamação, a necrose e minimizar a cicatriz (BRASIL, 2008). 20 A pirimetamina é um antagonista do ácido fólico, ou seja, interfere no seu metabolismo inibindo a transformação do ácido folínico em ácido fólico. Portanto, é importante a administração do ácido fólico em conjunto com a pirimetamina desde o inicio do tratamento, pois a deficiência de ácido fólico causa depressão da medula óssea. Ela inibe seletivamente a diidrofolato redutase dos plasmódios, levando a inibição da síntese de DNA (INFARMED, 2007). Cristalúria, erupções cutâneas, náuseas e coceiras, são efeitos adversos observados em pacientes que utilizam sulfadiazina. Caso esses efeitos sejam acentuados, pode-se substituir a sulfadiazina por clindamicina (BRASIL, 2008). As sulfonamidas, grupo de antibióticos o qual a Sulfadiazina pertence têm efeito bacteriostático e inibem o metabolismo do ácido fólico, por mecanismo competitivo, portanto provocando a morte celular do parasita (ANVISA, 2007) Quadro 02 – Esquema de tratamento da Toxoplasmose Fonte: BRASIL, 2008. 3.5 Prevalência No Brasil a prevalência desta doença é estimada em torno de 50 e 80%, sendo esta última percentagem referente à prevalência encontrada em um inquérito feito no Rio de Janeiro (AZEVEDO-SILVA; BAHIA-OLIVEIRA; JONES, 2003). 21 Estudos indicam que as taxas de positividade aumentam diretamente com a idade dos pacientes, sendo nula em indivíduos abaixo dos cinco anos, 18% de 6 a 15 anos e 26% de 16 a 30 anos. No Brasil, nas zonas rurais essas taxas são mais elevadas do que nas zonas urbanas (MELAMED, 1991). Já nos EUA a prevalência predomina no sul e nas regiões orientais, sem diferenciação quanto ao meio urbano ou rural. A menor prevalência é encontrada em regiões com maior altitude, em comparação a regiões vizinhas ao nível do mar (KAGAN; WALLS 1967). Em relação à toxoplasmose congênita inaparente, no Rio de Janeiro, verificou-se a prevalência de quatro recém-nascidos portadores em cada 1000 nascidos vivos. A toxoplasmose congênita apresenta soropositividade variável em relação ao local estudado e está diretamente ligado a susceptibilidade da gestante. A proporção de gestantes soropositivas é de 10,9% na Noruega (JENUN et al., 1998), 14,0% em Estocolmo (EVENGARD et al., 2000) 18,8% em Londres (ADES et al., 1993) e 20,3% na Finlândia (AMMALA et al., 1995). A prevalência de 67,3% foi observada em gestantes francesas (COSTAGLIOLA; JEANNEL; NIEL, 1988). Entretanto, na Grécia 80% das mulheres em idade reprodutiva são soronegativas (DIZA et al., 2005). Também nos EUA, durante o período de gravidez foi estimado de 2 a 6 casos por 1000 gestações. A soroprevalência nos EUA varia de 20 a 60%.(JONES et al., 2001, ROTHOVA, 2003), sendo 32% em Nova York (DESMONTS et al., 2001). Em países como o Brasil, Colômbia e Venezuela, que apresentam áreas tropicais, a prevalência é maior do que em áreas características de clima árido e muito frio (BAHIA-OLIVEIRA; OREFICE, 2005; WALLACE, 1972). Outra característica típica é em regiões onde o saneamento básico e a higiene são precários, assim como o consumo de carne mal cozidas também fortificam a prevalência da doença (AZEVEDO; BAHIA-OLIVEIRA; JONES, 2003). Os estados do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Pará concentram o maior número de casos, enquanto que no Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais concentram-se os menores casos da doença (BAHIA-OLIVEIRA; ORÉFICE, 2005). Um estudo mostrou uma prevalência de 55,6% a 80,4% com três populações indígenas brasileiras. (AMENDOEIRA et al., 2005). Aproximadamente 40% da população entre 1 e 79 anos já foi infectada pelo parasita na Holanda. Na Grécia, um estudo mostrou que 24% da população era soropositiva para o protozoário (DIZA et al., 2005), e Enquanto que nas Ilhas de 22 Taiwan a prevalência foi de 20,5% (FAN et al., 2001). No Paquistão, foram estudados 100 indivíduos com de doenças oculares, mostrando uma soroprevalência de 14,3% em menores de 20 anos, 60% em pessoas de 21 a 40 anos, 52% em pessoas de 41 a 60 anos e 53,8% em maiores de 60 anos (ALLY; IDRIS, 2004). No estado de Santa Catarina ainda não há relatos sobre a prevalência de toxoplasmose, tão pouco em Itajaí, o que justifica o presente trabalho. 23 4 METODOLOGIA 4.1 Tipo e Local do estudo Pesquisa do tipo descritiva analítica transversal a partir de análise documental dos dados de pacientes atendidos no Laboratório Escola de Análises Clínicas da UNIVALI, localizado no município de Itajaí – SC, no ano de 2011. 4.2 Amostragem e Aspectos Éticos Foram analisados 147 pacientes durante o ano de 2011. O laboratório forneceu em uma planilha do Excel os dados referentes à data de coleta, idade dos pacientes e resultados dos exames laboratoriais (presença de anticorpos IgG e IgM específicos anti-Toxoplasma gondii), identificados exclusivamente com o número de protocolo gerado pelo sistema de gerenciamento do laboratório, garantindo, desta forma, a segurança e o sigilo dos pacientes selecionados para a pesquisa. A pesquisa obteve a aprovação pelo Comitê de Ética da UNIVALI sob nº 115.904, 2012. 4.3 Coleta de Dados O laboratório clínico forneceu o resultado dos exames juntamente com a idade dos pacientes, o sexo e a data da coleta. Estes exames foram realizados pelo laboratório em atendimento à prescrição médica e os resultados devidamente entregues ao paciente. A pesquisa de anticorpos foi realizada pelo laboratório de apoio (Laboratório Álvaro, Cascavel/PR), uma vez que o Laboratório Escola de Análises Clínicas não dispõe de equipamento para a realização destes exames. A metodologia empregada pelo laboratório de apoio é a quimiluminescência em equipamento automatizado Centaur Siemens (Bayer®), realizada de acordo com os 24 procedimentos adotados na rotina laboratorial e segundo as instruções do fabricante. A metodologia de quimioluminescência é definida como produção de radiação luminosa eletromagnética a partir de uma reação química. A energia química gerada como resultado da dissociação de ligações fracas produz compostos intermediários em um estado eletronicamente excitado que, quando retornam ao estado de energia inicial emitem luz (ÁVILA; FERREIRA, 2001). Esta emissão de luz pode ser detectada ou medida usando luminômetro (BUENO; TAKEI; VAZ, 2007). Resumidamente, o teste é um imunoensaio tipo sanduíche que utiliza tecnologia quimioluminométrica direta. O anticorpo monoclonal anti-IgG humano ou anti-IgM humano está covalentemente ligado a partículas paramagnéticas na fase sólida e o antígeno do T. gondii está marcado com éster de acridina. A amostra é incubada simultaneamente com a fase sólida e o antígeno, sendo a formação de complexos de antígeno-anticorpo observada caso o anticorpo específico para T. gondii esteja presente na amostra. A emissão de radiação luminosa na execução do teste indica positividade para a presença do anticorpo pesquisado na amostra (BAYER, 2000). Os valores de referência para os anticorpos específicos IgM e IgG são necessários para um diagnóstico mais seguro e preciso, evitando assim possíveis erros (Quadro 02). Quadro 03 – Valores de referência dos anticorpos IgM e IgG anti-toxoplasma gondii Anticorpo/ Valor de Referência Não reagente Inconclusivo Reagente Infecção recente Fonte: ALVARO, 2012 IgM Inferior a 0,8 UI/mL 0,8 a 1,0 UI/mL > 1,0 UI/mL > 3,0 UI/mL IgG Ausência de anticorpos 10,0 a 30,0 UI/mL > 30,0 UI/mL 4.4 Análise de Dados Após a obtenção dos dados, os mesmos foram compilados no programa Microsoft Excel e correlacionados quanto à faixa etária, sexo e presença de anticorpos específicos. Na sequência foram determinadas a prevalência de indivíduos com infecção na fase aguda, e pregressa, assim como de indivíduos 25 susceptíveis à infecção pelo T. gondii. (IgG e IgM anti-T. gondii não reagentes). Geralmente a fase aguda é caracterizada por positividade de IgM e negatividade de IgG, a fase pregressa de positividade de IgG e negatividade de IgM. Porém, se a infecção foi recente, ambos anticorpos podem estar presentes, sendo necessário o emprego do teste de avidez para confirmar em qual estágio da doença o individuo está, pois pode haver anticorpos IgM e IgG residuais. 26 27 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram analisados 147 pacientes atendidos pelo LEAC e que possuíam prescrições médicas solicitando pesquisa de IgG e IgM para toxoplasmose. Destes pacientes, 139 (94,55%) eram mulheres e 8 (5,44%) eram homens. A idade mínima foi, menor de um ano e máxima de 66 anos, com média de 26,4 anos e desvio padrão de 8,8 anos. Os resultados obtidos mostraram reatividade para IgG anti-T. gondii em 27,2% das amostras, sendo que todos os pacientes não apresentaram reatividade para IgM especifica (FIGURA 02) Figura 02 – Perfil sorológico dos resultados combinados dos anticorpos IgG e IgM especifica para T. gondii em 147 pacientes atendidos pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas da UNIVALI no ano de 2011. Legenda: IgG + IgM - : Infecção pregressa; IgG - IgM - : Susceptível a infecção. Uma pesquisa realizada em Santo Ângelo/RS mostrou prevalência de 54,45% indivíduos susceptíveis a doença, 43,27% com indivíduos em fase pregressa de um total de 305 amostras (BACCARIN; OLIVEIRA, 2007). Em Florianópolis/SC outro estudo realizado com 2994 pacientes mostrou que 66,59% dos indivíduos eram susceptíveis a infecção e 23,39% estavam em fase pregressa, permanecendo maior prevalência de indivíduos susceptíveis a infecção (CANTOS et al., 2000). Na cidade de Erechim/RS houve prevalência de indivíduos em fase pregressa (68%) frente a 28 susceptibilidade a infecção (27,7%), porém os 46 pacientes analisados estavam em processo de hemodiálise, caracterizando uma situação diferente quando comparado a rotina laboratorial de pacientes normais (GILIOLI et al., 2010). Na região do Triângulo Mineiro em Minas Gerais também há o predomínio de indivíduos susceptíveis a infecção (64%) em relação a fase pregressa (36%) do total de 1532 pacientes atendidos em um laboratório de análises clinicas na cidade de Ituiutaba (AIDAR et al., 2012). Em Campo Grande/MS, 61% dos pacientes eram susceptíveis a doença e 39% em fase pregressa, do total de 100 estudantes dos cursos de Enfermagem e Ciências Biológicas (AMENDOEIRA et al., 2010). Em São Luís/MA, também observa-se a prevalência de pacientes susceptíveis a infecção com 66,38% e em fase pregressa 33,03% do total de 3038 pacientes atendidos no Hospital Materno Infantil no ano de 2008 (BEZELGA et al., 2008). Em Porto Velho-RO, observou-se maior prevalência de pacientes em fase pregressa com 67% e 27% eram susceptíveis a infecção, do total de 455 pacientes, das quais 85,5% eram do sexo feminino (CARTONILHO; FOSCHIERA; TELES, 2009). No nordeste do Brasil, em Recife, também foi observada a prevalência de indivíduos em fase pregressa com 75% e 25% eram susceptíveis, em um estudo feito com 160 indivíduos doadores de sangue, na sua maioria do sexo masculino (CARVALHO; COELHO; KOBAYASHI, 2003). Em Guadalajara - México, foi observada a prevalência de 49,3% em fase pregressa, e 49,6% eram susceptíveis a infecção (ALVARADO et al., 1997). Analisados os resultados combinados de IgG e IgM especifica no presente estudo foi possível identificar que, não haviam indivíduos na fase aguda da doença, que 27,2% possuíam perfil de infecção pregressa e memória imunológica e que 72,8% eram susceptíveis a infecção (Figura 02). Comparando os atuais dados com os encontrados em artigos referentes ao assunto, observa-se que a maioria dos estudos houve maior prevalência de toxoplasmose em relação à indivíduos susceptíveis a infecção. Dentre os pacientes atendidos, 139 eram do sexo feminino, com idade mínima menor que um ano e a máxima de 49 anos (26,33 ± 7,26 anos). Os resultados obtidos mostraram reatividade para IgG anti-T. gondii em 27% das amostras, sendo que todos as pacientes não apresentaram reatividade para IgM específica. A interpretação destes resultados mostrou que 101 pacientes (72,7%) eram susceptíveis a infecção por T. gondii, enquanto que outras 38 pacientes 29 (27,3%) apresentavam anticorpos de memória imunológica apenas e que nenhuma paciente incluída no estudo apresentava a forma aguda da doença (Figura 03). Figura 03 - Perfil sorológico dos resultados combinados dos anticorpos IgG e IgM específica para toxoplasmose em 139 pacientes do sexo feminino atendidas pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas da UNIVALI no ano de 2011. Legenda: IgG + IgM - : Infecção pregressa; IgG - IgM - : Susceptível a infecção Em Porto Alegre/RS observou-se prevalência de gestantes em fase pregressa da doença com 57,4% e 40,2% eram susceptíveis a infecção, do total de 1261 pacientes (DARELA et al, 2003). Outra região que há prevalência de gestantes em fase pregressa da doença é na cidade de Jataí-GO, com 84,04% e 15,04% eram susceptíveis a infecção, do total de 6077 gestantes analisadas (COSTA et al., 2010). Já em um estudo realizado com 80 alunas de um curso superior em Presidente Prudente/SP, foi constatado que 66,2% eram susceptíveis a infecção e 33,8% estavam em fase pregressa da doença (SOUZA et al., 2010). Estes dados evidenciam que em gestantes há maior predomínio de anticorpos IgG especifico para T. gondii caracterizando fase pregressa da doença, ao contrário de não gestantes em que há predomínio de susceptibilidade à infecção. O predomínio de gestantes em infecção pregressa oferece menor probabilidade de ocorrer transmissão vertical, pois não ocorre a primo-infecção materna durante a gestação. 30 Apenas 8 (5,44%) pacientes atendidos pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas em 2011 e que possuíam prescrição médica solicitando pesquisa de IgG e IgM para toxoplasmose eram do sexo masculino, com idade mínima menor que um ano e a máxima de 66 anos (27,37 ± 22,19 anos). Os resultados obtidos mostraram reatividade para IgG anti-T. gondii em 25% das amostras, sendo que todos os pacientes não apresentaram reatividade para IgM especifica. Dentre estes 8 pacientes, 6 (75%) foram considerados susceptíveis a infecção por T. gondii, enquanto que apenas e 2 (25%) pacientes apresentavam anticorpos de memória imunológica e que nenhum paciente incluído no estudo apresentava a forma aguda da doença (Figura 04). Figura 04 - Perfil sorológico dos resultados combinados dos anticorpos IgG e IgM especifica para T. gondii em 8 pacientes do sexo masculino atendidos pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas da UNIVALI no ano de 2011 Legenda: IgG+ IgM - : Infecção pregressa; IgG - IgM - : Susceptível a infecção Comparando os presentes dados com os estudos realizados em pacientes do sexo masculino relatados na literatura observa-se que a maioria dos casos os pacientes estavam em fase pregressa da doença. No nordeste do Brasil, em Recife, houve predomínio de 79% de homens em fase pregressa da doença e 21% eram susceptíveis a infecção (COELHO; KOBAYASHI; CARVALHO, 2003). Em Porto Velho-RO, também foi observada maior prevalência em 49 pacientes do sexo masculino em fase pregressa da doença com 74,24% de um total de 66 pacientes (FOSCHIERA; CARTONILHO; TELES, 2009). 31 32 33 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os pacientes incluídos neste estudo mostraram predomínio do sexo feminino (94,6%) com idade média de 26,33 ± 7,26 anos, provavelmente pela triagem prénatal para a toxoplasmose Os resultados combinados de IgG e IgM especifica permitiram identificar os seguintes perfis sorológicos: o 72,8% dos pacientes eram susceptíveis a infecção (IgG e IgM não reagentes) o Não havia pacientes na fase aguda da doença; o 27,2% dos pacientes possuíam perfil de infecção pregressa e memória imunológica (IgG reagente e IgM não reagente), caracterizando a prevalência da doença na população estudada Não houve variação na percentagem de perfis sorológicos encontrados entre pacientes do sexo feminino e masculino. Portanto, concluímos com o presente estudo que na população atendida no Laboratório Escola de Análises Clinicas da UNIVALI, a prevalência de anticorpos para a toxoplasmose foi de indivíduos susceptíveis a doença, ou seja não haviam anticorpos anti-toxoplasma gondii. É importante salientar que pacientes críticos são as gestantes pelo risco de transmissão da infecção aguda para o feto, imunocomprometidos, pois seu sistema imune está debilitado, impossibilitando que o mesmo elimine o parasita do organismo. Campanhas de prevenção da patologia, como educação em saúde, na comunidade é importante pois sua prevalência continua alta no país todo, e orientações como cozinhar bem os alimentos, lavar as mãos e as verduras antes de consumi-las e evitar contato com felinos são medidas profiláticas para prevenir a doença. 34 35 REFERÊNCIAS ADES, A.E.; CUBITT, W.D.; GILBERT, R.E.; MASTERS, J.; PECKHAM, C.S.; TOOKEY, P.A. 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