DIOCESE DO FUNCHAL
ADVENTO 2015
MISSAS DO PARTO
SALVE RAINHA, MÃE DE MISERICÓRDIA
“ESSES VOSSOS OLHOS MISERICORDIOSOS
A NÓS VOLVEI”
DIOCESE DO FUNCHAL
SUGESTÕES PARA AS HOMILIAS DAS MISSAS DO PARTO 2016
Tema Geral – Maria - mãe de Misericórdia (Salve Rainha)
O Secretariado Diocesano de Pastoral, à semelhança dos anos
anteriores, lança algumas sugestões para as homilias das Missas do
Parto, tendo em conta o Ano da Misericórdia e a nova visita da Imagem
Peregrina à nossa terra.
Para nós, Madeirenses, a Festa – designação por que é conhecido
o Natal - tem início no dia da Imaculada Conceição. Este foi o dia que o
papa Francisco escolheu para abrir o Ano da Misericórdia, em Roma,
como podemos ler na sua Bula: “O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de
dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. Esta festa
litúrgica indica o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa
história. Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a
humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria
santa e imaculada no amor (cf. Ef 1, 4), para que Se tornasse a Mãe
do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus
responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre
maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao
amor de Deus que perdoa. Na festa da Imaculada Conceição, terei a
alegria de abrir a Porta Santa. Será então uma Porta da Misericórdia,
onde qualquer pessoa que entre poderá experimentar o amor de Deus
que consola, perdoa e dá esperança”.
A imagem da Imaculada Conceição acompanha-nos sempre no
tempo do Advento e do Natal, de um modo especial quando, no final
das nossas missas do parto, cantamos, em uníssimo e com devoção:
“Virgem do parto, ó Maria, Senhora da Conceição, dai-nos as festas
felizes, a Paz e a Salvação”.
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Deixamo-nos, então, envolver pela figura da Mãe de Misericórdia
vida, doçura, Esperança nossa… Ela é a Virgem do Parto. A ela rezamos
– “Salve-Rainha”.
Na sua Bula do Ano Misericórdia, o Papa afirma: “O
pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do
seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos todos nós
redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria,
conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua
vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne. A
Mãe do Crucificado Ressuscitado entrou no santuário da misericórdia
divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor”.
A nossa Diocese do Funchal quer, também, volver os seus olhos
para esta Mãe de Misericórdia, pelo que propõe que, durante este
novenário que antecede o Natal do Senhor, se medite na “Salve
Rainha”, de forma a aprofundar biblicamente cada passo desta
belíssima oração e pô-la em prática na nossa vida.
A reflexão para as missas do Parto recairá, assim, sobre um
aspeto da Salve-Rainha e um título de Nossa Senhora, sempre com a
preocupação de ligar os temas com a liturgia da palavra do próprio dia.
No final do tema de cada dia, há uma oração da escritora, Graça
Alves que pode ser rezada ou servir também de meditação.
A todos os Párocos e suas Comunidades desejamos um Santo e
Feliz Natal repleto da ternura de um Deus Menino que nos veio revelar
o rosto misericordioso do Pai.
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TEMÁTICAS DAS MISSAS DO PARTO
1. Terça, 15 de dezembro. Tema: Salve Rainha, Mãe de
Misericórdia, (Mãe de Misericórdia)
2. Quarta, 16 de dezembro Tema: Vida e doçura esperança nossa,
salve! (Mãe da ternura e da Esperança)
3. Quinta, 17 de dezembro. Tema: A vós bradamos degredados
filho de Eva. A vós suspiramos gemendo e chorando neste vale
de lágrimas. (Maria Nova Eva)
4. Sexta,18 de dezembro. Tema: Eia pois advogada nossa, (Mãe
da Divina Graça)
5. Sábado, 19 de dezembro. Tema: Esses vossos olhos
misericordiosos a nós volvei, (Senhora da Luz)
6. Domingo, 20 de dezembro. Tema: E depois deste desterro,
mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, (Senhora do
Parto)
7. Segunda, 21 de dezembro. Tema: O clemente, ó piedosa ó doce
e sempre Virgem Maria. (Virgem Clemente e Piedosa)
8. Terça, 22 de dezembro. Tema: Rogai por nós Santa mãe de
Deus. (Mãe da Intercessão)
9. Quarta 23 de dezembro. Tema: Para que sejamos dignos
(Senhora da Conceição ou Mãe Puríssima)
10. Quinta, 24 de dezembro. Tema: Das promessas de Cristo.
Amém. (Senhora do Sim)
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1-TERÇA, 15 de dezembro.
TEMA: Salve Rainha, Mãe de Misericórdia (Mãe da Misericórdia)
1ª Lei: Sof 3,1-2.9-13;
Sal:33(34),2-3.6-7.17-18.19e23
Ev: Mt 21, 28-32
Meditando a Palavra.
A primeira leitura lança uma crítica contra os chefes das nações
que descuram a fé do povo e apenas se preocupam com a sua vida
individual. Deus, porém, está atento aos seus filhos e não os deixa cair
no desânimo, estimulando-os, com palavras de esperança, de forma a
ser possível atingir a alegria messiânica e a reunião dos dispersos.
O caminho passa, necessariamente, pela purificação dos povos,
pela conversão e pela transformação, portanto. O povo de Deus terá
de libertar-se do orgulho que o leva a pretender ocupar o lugar de
Deus para que, pobre e humilde, consiga personificar a esperança.
Se o tema da conversão está patente na primeira leitura, ela
continua a ser a tónica dominante do Evangelho. E a incoerência: o
filho mais velho diz que vai para a vinha, mas não vai. É preciso evitar
atitudes que parecem de conversão e de obediência, mas que não
passam de meras intenções. E é preciso dar o exemplo. Essa é a forma
certa de ensinar o caminho.
Quando nos deixamos converter, deixamos de cometer injustiças
como as da primeira leitura e não seremos como o primeiro filho do
Evangelho que disse que ia, mas não foi. Preparar-se para o Natal é
aprender a viver na verdade.
Muitas vezes, mentimos para nos proteger, para não
reconhecermos que estamos cheios de coisas, que estamos cheios de
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nós mesmos. Enganamo-nos, justificando, assim, diante de nós
próprios, o facto de não agradarmos a Deus.
Este é “um tempo especial de graça, de esforço de conversão, para
voltar ao essencial da mensagem cristã, [um tempo em que somos]
chamados a redescobrir e a sentir a beleza e a ternura de Deus, a
revigorar a fé, a saborear e testemunhar a alegria” - explicou o nosso
bispo, na mensagem do anúncio do Jubileu da Diocese.
Maria guia o nosso olhar. É ela que invocamos, todos os dias:
“Salve-Rainha, Mãe de Misericórdia”. Com ela, aprendemos a
humildade, a coerência da vida, a verdadeira conversão, aquela que é
verdade, porque plena, porque de alma e coração. Com ela, nossa
Rainha e nossa Mãe, aprendemos a Misericórdia.
Rezando…
Salve Rainha das palavras doces, do olhar meigo, rainha dos céus e da
terra, rainha de mim.
Mãe de Misericórdia, pede por mim ao Teu Filho. Recebe as minhas
impurezas e os meus defeitos. E, porque és misericordiosa e mãe ao
mesmo tempo, entrega-Lhos, explicando-Lhe que sou demasiado fraco
para me apresentar santo aos Seus olhos, apesar de querer mudar.
Ajuda-me a caminhar contigo, passo a passo, até merecer olhar
diretamente para o Teu Jesus e Lhe pedir, diretamente também, perdão
por tudo o que não sou capaz de fazer.
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2-QUARTA, 16 de dezembro
Tema: Vida e doçura, esperança nossa, salve!
(Mãe da ternura e da Esperança)
1ª Lei: Is 45, 6b-8. 18. 21b-25:
Sal:84(85),9ab-10.11-12.13-14
Ev :Lc 7, 19-23
Meditando a Palavra.
«Derramai, ó céus, o orvalho do alto e que as nuvens façam chover
a justiça. E abra-se a terra e germine a salvação e com ela floresça a
justiça». Is 45,6b-8
Ao contrário de tantos outros textos, em que a intervenção de
Deus é comparada a uma tremenda batalha contra os maus, na
primeira leitura de hoje, é comparada a uma calma e benéfica chuva
miudinha, uma chuva fecunda que faz florescer a salvação do mundo.
O Profeta Isaías sabe que a verdadeira justiça só pode vir do alto e que
só Deus pode abrir o coração do homem, para que, nele, se possa gerar
a vida, a paz, a igualdade, o amor.
Diz o Papa Francisco: “ A misericórdia não é contrária à justiça,
mas exprime o comportamento de Deus para com o pecador,
oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e
acreditar”. Com paciência. No silêncio do coração humano.
A chuva que rega não é aquela que traz grandes quantidades de
água e que arrasa as terras, mas a que vai caindo de mansinho e
transformando a terra, em silêncio. É assim o Mistério da Incarnação,
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discreto como o orvalho que o céu derrama, realizado na «sombra» do
Espírito Santo.
É assim João, um “ terreno aberto” ao Verbo de Deus feito
homem, um verdadeiro disponível, um verdadeiro "pobre de Deus",
que Jesus proclama bem-aventurado e que aprofunda a sua esperança
até ao supremo testemunho do sangue. O São João Baptista, que o
Evangelho nos apresenta, é imagem daquele que caminha com
paciência e com doçura e que está sempre disponível para reformular
as suas expetativas e esperanças, perante o imprevisível estilo da vinda
de Deus.
A esperança cristã gera sempre possibilidade de conversão. Só o
sacramento da reconciliação nos abre perspetivas de futuro, isto é, de
Vida e Esperança: “O perdão é uma força que ressuscita para nova
vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança”. Estas
palavras do Santo Padre são complementadas, depois: “Não me
cansarei jamais de insistir com os confessores para que sejam um
verdadeiro sinal da misericórdia do Pai. Ser confessor não se
improvisa. Tornamo-nos tal quando começamos, nós mesmos, por
nos fazer penitentes em busca do perdão. Nunca esqueçamos que ser
confessor significa participar da mesma missão de Jesus ser sinal
concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva”.
Maria é a Mulher da Esperança. Ela é-nos apresentada como o
orvalho: doce, silenciosa, fecunda. Ela é “a esperança nossa”, porque
fonte de vida, porque terreno fértil, porque nos lembra, no resguardo
da sua existência, a Misericórdia infinita de Deus.
Fixamo-nos, hoje, na candura do seu olhar, na doçura do seu
sorriso: “Cantemos, cantemos cheios de alegria, louvemos o doce nome
de Maria”, ou então, “ É vida, doçura, grande melodia. É nossa
esperança. Nome de Maria”. Com a sua ternura, o orvalho do céu
chega mais facilmente ao nosso coração.
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Rezando…
Vida, Doçura, Esperança Nossa
Dirijo-me assim, a ti, porque é assim que te sinto dentro de mim: a vida
que me permite viver, a doçura que procuro, quando me sinto sozinha,
a esperança de que necessito para olhar o futuro, nos dias em que os
meus olhos ameaçam chover.
Continua dentro do meu peito, Mãe Santíssima. Preciso de Ti para
tentar ser, um pouco, a vida, a doçura e a esperança de alguém.
3- QUINTA, 17 de dezembro.
Tema: A vós bradamos, os degredados filhos de Eva, a vós
suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas
(Maria - Nova Eva e Mãe da Piedade.)
1ª Lei: Gen 49, 2. 8-10;
Sal:71(72),2.3-4ab.7-8.17
Ev: Mt 1, 1-17
Meditando a Palavra.
“Nos dias do Senhor, nascerá a justiça e a paz para sempre.” Assim
cantamos como refrão do salmo da liturgia de hoje. O mundo tem
fome de pão e de paz. O mundo chora, todos os dias, as dores da
guerra, da injustiça e do medo.
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Como explicar o mistério da dor, do nosso suspirar e chorar neste
vale de lágrimas? Vivemos num mundo onde o sofrimento, a dor, a
divisão, a angústia e a rutura estão presentes nas nossas vidas.
A primeira leitura, tirada do livro do Genesis, concentra toda a
nossa atenção na certeza de que, apesar da desobediência de Adão e
de todo o pecado [No suor do teu rosto comerás o teu pão (Gen 3-19)],
Deus não abandona o seu povo e promete-lhe um salvador que sairá
da dinastia de David: “ O cetro não se afastará de Judá. O salvador terá
como grande tarefa reunir todos os homens, assim o fez Jacob”. Deus
é, efetivamente cheio de Misericórdia e fiel à Sua aliança.
Lemos, depois, a genologia de Jesus Cristo, Filho de David. Este
evangelho que, à partida, nos parece mera curiosidade histórica, situase numa linha de grande profundidade, na medida em que esta
genealogia inclui santos e pecadores. Neste Evangelho, encontramos
um Deus que não rejeita e elimina, mas que integra e incorpora. Todos.
Sem exceção. Desta linha genealógica, fazem também parte aqueles
que foram infiéis à aliança, aqueles cujo comportamento não terá sido
exemplar, aqueles que não aceitaram os projetos de Deus.
A verdade é que Ele veio salvar o que estava perdido, ele veio
redimir e salvar. Escreve o Papa: “A Igreja tem a missão de anunciar a
misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio
dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A Esposa de
Cristo assume o comportamento do Filho de Deus, que vai ao
encontro de todos sem excluir ninguém. No nosso tempo, em que a
Igreja está comprometida na nova evangelização, o tema da
misericórdia exige ser reproposto com novo entusiasmo e uma ação
pastoral renovada.
É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu
anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. A sua
linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas
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e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai,
devem irradiar misericórdia.”
Porque nós somos os “degredados filhos de Eva”. E é com essa
consciência de pecadores que bradamos à Mãe que nos ajude a aceitar
a Misericórdia de Deus, que nos ensine a incorporar aqueles que
caíram, que não nos deixe cair na tentação de esquecer aqueles que,
pelos seus pecados, vão morrendo, lentamente, aos olhos da
sociedade.
Maria, Senhora da Piedade e Nova Eva, é um caudal de
Misericórdia. E nós, que gememos e choramos, neste vale de lágrimas,
temos de aprender a pedir, na verdade de nós, o perdão e a
misericórdia, exatamente como o fizeram o rei David e o apóstolo
Pedro.
Então será verdade o nosso canto: “Mitiga a agonia, a dor fugiu, ó
doce Nome de Maria.”
Rezando…
A ti brado, gemendo e chorando, nos momentos em que me sinto
degredada, perdida de mim, de Deus e dos outros, mergulhada no vale
de lágrimas que vou construindo com as pequenas dores do meu dia.
Sou fraca, Senhora, eu sei, e não consigo libertar-me daquelas
angústias que só tu conheces.
Por isso te peço, não me deixes nunca cair no desespero e, se
precisares da minha ajuda, conta com a minha vontade de seguir os
teus passos.
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4-SEXTA, 18 de dezembro.
Tema: Eia, pois, advogada nossa (Mãe medianeira de todas as
Graças).
1ª Lei: Jer 23, 5-8;
Sal:71(72)2.12-13.18-19
Ev: Mt 1, 18-25
Meditando a Palavra.
Quer a primeira leitura de hoje, quer o evangelho reportam-nos a
situações dramáticas, vividas pelos intervenientes em diferentes
situações e com diferentes sentidos. Na primeira leitura, há uma
inquietação causada pela situação social e política de Israel; no
evangelho, é a situação embaraçosa em que José é colocado, pois
Maria se encontra grávida, sem que tivessem vivido em comum. Nas
duas leituras, porém, Deus mantém-se presente, não abandona os
Seus filhos que n’Ele encontram auxílio e esperança: “farei brotar de
David um rebento justo - diz o Senhor”. E assim foi: “José filho de David
filho de David não temas receber Maria como tua esposa pois o que
nela se gerou é fruto do Espírito”.
Pela voz do anjo que lhe apareceu num sonho, José, que era justo
e não queria difamar a sua esposa, encontra a paz para o seu coração.
Deus traz sempre soluções para os problemas do homem. Os
grandes dons de Deus, contudo, são geralmente precedidos de grandes
sofrimentos. Deus quer alargar-nos o coração, demasiado pequeno
para receber o Seu imenso amor. Nenhuma vocação se realiza sem
drama e sofrimento: seja a vocação matrimonial, sejam as diversas
vocações de consagração e de serviço na Igreja. Esquecer essa
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realidade explica, provavelmente, muitos fracassos na fidelidade à
própria vocação.
É o «rebento justo» que floresce no tronco de David, «que será rei
e governará com sabedoria» que liga a primeira leitura e o evangelho.
Este rei misterioso, que nasce por obra do Espírito, é o Messias que
«salvará o povo dos seus pecados».
Deus serve-se de José, homem simples e de fé profunda, para
levar por diante a história da salvação centrada em Jesus. José não põe
entraves ao projeto de Deus, entra no Mistério, mesmo sem o
compreender completamente, acredita no seu criador e colabora com
Ele, com plena confiança. Como “homem justo”, foi capaz de ler os
acontecimentos da vida à luz da Palavra de Deus.
Estar disposto a obedecer a Deus é uma condição prévia para
entrar em diálogo com Ele e participar dos seus projetos em favor dos
homens.
Estamos certos de que “Cristo não viveu sua vida para si mesmo,
mas para nós, desde sua Encarnação" pelos nossos homens, e pela
nossa salvação “até à sua morte "pelos nossos pecados" (1 Cor 15,3) e
Ressurreição "para nossa justificação" (Rm 4,25). Ainda agora, Ele é
"nosso advogado junto do Pai" (1 Jo 2,1), "estando sempre vivo para
interceder a nosso favor" (Hb 7,25). Com tudo o que viveu e sofreu por
nós, Ele permanece presente para sempre "diante da face de Deus a
nosso favor" (Hb 9,24). [Catecismo da igreja, n. º 519].
A Mãe – de Cristo e nossa mãe – é, então, a medianeira de todas
as graças. Ela é “advogada nossa” junto do Seu Filho; por ela,
chegaremos ao Menino que trouxe no seu ventre. Por ela, chegaremos
ao Pai.
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Rezando…
Advogada dos homens. E minha. A de todas as horas. A de todos
os crimes.
Defende as minhas causas:
Quando me entrego ao vazio de ser eu;
Quando me esqueço de amar;
Quando me perco em caminhos que não valem a pena;
Quando não faço o que devia fazer:
Quando faço o não devia fazer
Defende-me. Intercede por mim. Mas, sobretudo, ajuda-me a
mudar.
5- Sábado: 19 de dezembro.
Tema: Esses vossos olhos misericordiosos, a nós volvei
(Senhora da Luz)
1ª Lei: Jz 13, 2-7. 24-25a;
Sal:70(71),3-4a.5-6ab.16-17
Ev: Lc 1, 5-25
Meditando a Palavra.
As leituras de hoje colocam-nos em paralelo o nascimento de
Sansão e o de João Baptista, mostrando que Deus é capaz de vencer
dificuldades humanamente inultrapassáveis: a mulher de Manoé é
estéril; Isabel é também o é; as duas já estão avançadas nos anos.
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Então, Deus, Misericordioso, volta o Seu olhar para estas duas
mulheres concedendo-lhes um filho, a quem atribui uma missão:
Sansão deverá salvar Israel da opressão dos filisteus; João Batista
deverá “reconduzir muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus e
fazer voltar os corações dos pais a seus filhos e os rebeldes à Sabedoria
dos justos.”
Os frutos resultantes do olhar misericordioso de Deus são, assim,
para serviço de todo o povo. A provação daquelas duas mães
preparou-as para essa graça, oferecendo os seus filhos ao Senhor,
dispondo-se a viver em total desapego em relação a eles.
Assim deve ser a nossa vida de cristãos, ao recebermos os frutos
resultantes do olhar misericordioso de Deus e de Maria: devemos pôlos ao serviço dos outros.
É importante agradecermos, hoje, essa entrega: aos pais, pelo
respeito, apoio e promoção dos seus filhos que sentem o chamamento
ao sacerdócio, à vida consagrada, à vida matrimonial e aos mais
diversos serviços na Igreja; aos catequistas, sacerdotes, religiosos e
religiosas. Só então perceberemos as palavras Papa Francisco: “ Com o
olhar fixo em Jesus e no seu rosto misericordioso, podemos individuar
o amor da Santíssima Trindade. A missão, que Jesus recebeu do Pai,
foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. « Deus é
amor » (1 Jo 4, 8.16): afirma-o, pela primeira e única vez em toda a
Escritura, o evangelista João. Este amor tornou-se visível e palpável
em toda a vida de Jesus. A Sua Pessoa não é senão amor, um amor
que se dá gratuitamente. O Seu relacionamento com as pessoas, que
se abeiram d’Ele, manifesta algo de único e irrepetível. Os sinais que
realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres,
marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da
Misericórdia.”
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Dirijamos-Lhe a oração, antiga e sempre nova, da Salve Rainha,
pedindo-Lhe que nunca se canse de volver, para nós, os seus olhos
misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da
misericórdia, seu Filho Jesus.
Rezando…
Os Teus olhos misericordiosos, a mim dirige, Mãe Sagrada, e
abafa-me com eles. Protege-me do frio da manhã, do mal que me
espreita a cada esquina, da doença que me escraviza, dos medos que
me traem as noites.
Olha-me, na bondade da tua luz e serve de farol para a minha
vida, iluminando-me o caminho que conduzirá à eternidade.
6- Domingo, 20 de dezembro.
Tema: e depois deste desterro, mostrai-nos Jesus
(Virgem Maria, Porta do Céu)
1ª Lei: Miq 5, 1-4a;
Sal:79(80),2ace3b.15-16.18-19
2ªLei:Hebr10,5-10
Ev: Lc 1, 39-45
Meditando a Palavra.
As leituras de hoje apresentam-nos caminhos e propõem-nos um
projeto de salvação e de libertação que leva os homens à descoberta
da verdadeira felicidade.
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O Evangelho sugere um novo rosto para o Projeto de Deus: Jesus
de Nazaré, Aquele que veio ao encontro dos homens, para apresentar
aos prisioneiros e aos que jazem na escravidão uma proposta de vida e
de liberdade.
Jesus propõe um mundo novo, onde os marginalizados e
oprimidos têm lugar e onde os que sofrem encontram a dignidade e a
felicidade. Este é um anúncio de alegria e de salvação, que faz rejubilar
todos os que reconhecem em Jesus a proposta libertadora que Deus
lhes faz. Essa proposta chega, tantas vezes, através dos limites e da
fragilidade dos “instrumentos” humanos, não obstante se tratar
sempre de uma proposta que tem o selo e a força de Deus.
A primeira leitura sugere que este mundo novo que Jesus, o
descendente de David, veio trazer é um dom do amor de Deus. O nome
de Jesus é “a Paz”. O Seu “reino” de paz e de amor, não pode ser
construído com a força das armas, mas acolhido, com mansidão, nos
corações dos homens.
A segunda leitura explica que a missão libertadora de Jesus visa o
estabelecimento de uma relação de comunhão e de proximidade entre
Deus e os homens. É necessário saber acolher esta proposta com
disponibilidade e obediência – à imagem de Jesus Cristo – num “sim”
total ao projeto de Deus.
Quando rezamos “mostrai-nos Jesus”, estamos a pedir a Maria
aquilo que é o tema principal deste jubileu da Misericórdia, porque
Jesus é o rosto da Misericórdia do Pai.
Ao levantar o seu Filho nos braços para no-lo mostrar, levanta,
com Ele, a humanidade inteira. Maria colabora com Jesus, em todo o
processo de redenção e libertação que o Seu filho nos mostrou, na
Cruz.
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“O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A
doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo, para podermos,
todos nós, redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como
Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem.
Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita
carne. A Mãe do Crucificado-Ressuscitado entrou no santuário da
misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do
seu amor. Maria, neste Advento e neste Natal, é aquela que nos
mostra verdadeiramente o rosto misericordioso do Pai, espelhado no
rosto do Filho, porque, como nos diz João, no Evangelho: “Quem me
vê, vê o Pai”.”
Rezando…
E depois deste desterro, mostra-me Jesus, o Filho que amaste para
além de todo o amor, com o Teu desvelo de mãe. Mostra-me esse ato
de entrega. Ensina-me a amar assim. E no fim de mim, quando o tempo
se esgotar, leva-me a Ele.
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7- SEGUNDA, 21 de dezembro.
TEMA: Bendito o fruto do vosso ventre (Senhora do Parto ou do Ó).
1ª Lei: Cânt. 2, 8-14 ou Sof 3, 14-18a;
Sal:32(33),2-3.11-12,20-21
Ev: Lc 1, 39-45
Meditando a Palavra.
A palavra- chave de hoje é “frutos” - “Na figueira começam a
brotar os primeiros figos e a vinha em flor exala o seu perfume”
Os primeiros frutos são as primícias que devem ser oferecidas ao
Senhor. No Evangelho, esses frutos são Jesus e o seu primo, João
Baptista, que saltaram de alegria, no seio das suas mães.
Essa entrega é feita no meio da alegria. Como a espera. Em
silêncio. Na contemplação. Os frutos das obras de Deus desenvolvemse no silêncio e na calma, na oração, e não na agitação ou na violência.
Na primeira leitura, a amada estremece de alegria na antecipação
da chegada do amado; no Evangelho, o menino exulta no seio de
Isabel, quando Maria chega, depois de se ter dirigido
“apressadamente”, ao seu encontro.
Nestes dias, depois de termos enfrentado a madrugada, o frio e o
inverno, o nosso coração também estremece de alegria, ao chegarmos
à Eucaristia, nesta antecipação da Festa. Diz o Papa Francisco: «Todo
este esforço tem como objetivo contemplar Maria como arca da
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aliança”. Ela é a Virgem do Parto, a Senhora do Ó. “Escolhida para
ser a Mãe do Filho de Deus, Maria foi preparada desde sempre, pelo
amor do Pai, para ser Arca da Aliança entre Deus e os homens.
Guardou, no seu coração, a misericórdia divina em perfeita sintonia
com o seu Filho Jesus. O seu cântico de louvor, no limiar da casa de
Isabel, foi dedicado à misericórdia que se estende « de geração em
geração » (Lc 1, 50). Também nós estávamos presentes naquelas
palavras proféticas da Virgem Maria. Isto servir-nos-á de conforto e
apoio no momento de atravessarmos a Porta Santa para
experimentar os frutos da misericórdia divina» (Papa Francisco).
Acolher Jesus é estar atento às necessidades dos irmãos, partir ao
seu encontro, partilhar com eles a nossa amizade e ser solidário com as
suas necessidades. Maria, Senhora do Ó, fê-lo relativamente a Isabel
com quem ficou até ao nascimento de João.
Nesta Eucaristia, pediremos pela vida, pela sua promoção, em
todos os aspetos; pediremos pelas mães e agradeceremos o dom da
entrega, da disponibilidade, do amor; lembraremos aquelas que já
partiram para a eternidade e que, de lá, continuam a velar pelos seus
filhos; pediremos e agradeceremos as parteiras, médicos, enfermeiras
e pessoal auxiliar que, ao longo da história da nossa terra, galgaram
montanhas, ultrapassaram obstáculos, venceram perigos, para
ajudarem a nascer as nossas crianças.
Neste ano da Misericórdia, o Papa concede a todos os sacerdotes
a faculdade de perdoar a todas aquelas que, com grande sofrimento,
não foram capazes de exultar de alegria com o nascimento de novas
vidas, numa atitude de perdão e de Misericórdia. Lembremo-nos delas
também.
Bendigamos o fruto do ventre da Senhora que nos ajuda a ser
misericordiosos, nós também. E a ir ao encontro de quem precisa de
nós.
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Rezando…
Hoje pensei muito no Teu Ventre, no que guardou as sementes de
Deus, no que alimentou, no lar do Teu amor, o Homem que veio libertar
os homens. E pensei no meu ventre. E pensei no ventre de todas as
mães deste mundo.
Será por elas a oração de hoje: pelas que souberam alimentar os
seus filhos com amor, pelas que se entregariam a qualquer dor para
salvar quem puseram no mundo. Pela minha mãe, por quem Te peço
sempre, mesmo que nunca diga o seu nome.
8-TERÇA, 22 de dezembro.
TEMA: Rogai por nós Santa Mãe de Deus
(Virgem orante)
1ª Lei: Mal 3, 1-4. 23-24;
Sal:24(25),4bc-5ab.8-9.10e14
Ev: Lc 1, 57-66
Meditando a Palavra.
A ação de graças é uma das muitas formas de oração. E é disso
que trata as leituras de hoje.
São duas mães: Ana e Maria. Ana agradece com três novilhos,
uma medida de farinha, um odre de vinho e, sobretudo, com o dom do
próprio filho, a graça da maternidade. Samuel, devolvido ao Senhor,
torna-se um laço vivo entre Ana e Deus.
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Maria também dá graças ao Senhor, com grande efusão de alma:
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus,
meu salvador». Jesus ainda não tinha nascido, mas a Virgem já dava
graças por Ele e O oferecia a Deus Pai, porque tinha dado início à obra
da salvação, santificando João Baptista, no seio de sua mãe.
Ana e Maria, cheias de alegria, agradecem o dom da vida que está
nelas, sinal da bondade de Deus. Ao mesmo tempo, com simplicidade e
pureza de coração, entregam-se ao Senhor, com a certeza de que «a
sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que
O temem».
A oração surge, assim, por estes dias, com muita intensidade. E
aquilo que pronunciamos ganha um sentido plural: o “rogai por nós,
Santa Mãe de Deus”, da Salve Rainha, assim como o “Rogai por nós,
pecadores” que rezamos na Ave-maria, exalta o sentido comunitário da
oração. Pedimos por nós. Todos.
Ninguém se salva sozinho e a nossa oração não pode ser
individualista. Temos de reaprender a rezar, a parar, para contemplar o
grande mistério da Incarnação de um Deus que se faz homem.
Com Maria, somos convidados, na proximidade do Natal, a sermos
homens e mulheres de oração e, desta forma, a não perdermos o
essencial, no meio da azáfama destes dias.
Com Maria, a quem pedimos que “rogue por nós”, temos de
aprender a reconhecer as maravilhas que Deus opera no mundo, nos
outros e em nós.
Com Maria, a quem pedimos que “rogue por nós”, precisamos
aprender a cantar os louvores de Deus, a ouvir os gritos dos que
precisam de nós, a estreitar os laços com os outros, a olharmos os
nossos irmãos através do rosto misericordioso de Deus.
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Rezando…
Estou a ver-te rezar, ó Piedosa, Virgem Maria. Vejo-Te de olhos
fechados, na simplicidade da tua casa, envolvida pelo silêncio de Deus,
ouvindo as Suas palavras, pedindo-Lhe forças para aceitar o Projeto
que Ele tinha para ti. Vejo-te na entrega total do teu tempo e da tua
vida.
Ensina-me a rezar como tu, no silêncio de um tempo que não
tenho. Ensina-me a rezar com as palavras certas, nos momentos certos,
a vida inteira.
9 – QUARTA, 23 de dezembro
TEMA: Para que sejamos dignos – (Maria
Imaculada ou Virgem Puríssima)
1ª Lei: Mal 3, 1-4. 23-24;
Sal:24(25),4bc-5ab.8-9.10e14
Ev: Lc 1, 57-66……
Meditando a Palavra.
À primeira vista, a profecia de Malaquias pode parecer-nos pouco
adequada para preparar o Natal. De facto, fala de uma espantosa
purificação e com uma linguagem terrível: Quem suportará o dia da
chegada do Senhor? Quem poderá resistir, quando ele aparecer?
Porque «Ele é como o fogo do fundidor e como a barrela das
lavadeiras. Ele sentar-se-á como fundidor e purificador. Purificará os
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filhos de Levi e os refinará como se refinam o ouro e a prata» (Mal 3, 24). Na verdade, porém, precisamos realmente de uma boa purificação
para acolhermos o Senhor. Precisamos de ser dignos. Se Deus só
olhasse para os nossos pecados, quem seria digno de entrar na Sua
morada e no Seu coração?
O tempo de Advento, que está na sua reta final, é o tempo em
que preparamos o nosso coração para receber Jesus. É o Filho de Deus,
que havemos de receber com sentimentos de adoração. E, para isso,
temos de ser purificados, limpos de todo o orgulho, de toda a soberba,
porque Deus só dá a sua graça aos humildes.
Maria, na sua Imaculada Conceição, ensina-nos a ter as nossas
vestes brancas sempre limpas e dignas, para que, enquanto cristãos,
nos apresentemos ao mundo e a Deus. Purificados. Revestidos de
sentimentos de misericórdia, caridade e justiça.
O Santo Padre apresenta-nos, neste Advento, um desafio: “É meu
vivo desejo que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre
as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de
acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o
drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do
Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia
divina. A pregação de Jesus apresenta-nos estas obras de
misericórdia, para podermos perceber se vivemos ou não como seus
discípulos. Redescubramos as obras de misericórdia corporais: dar de
comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher
os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar
os mortos. E não esqueçamos as obras de misericórdia espirituais:
aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os
pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com
paciência as pessoas molestas, rezar a Deus pelos vivos e defuntos.
Realizando estas obras de Misericórdia, não só estamos a dar
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dignidade à pessoa humana como estamos a ser dignos de alcançar
as promessas de Cristo.”
Rezando…
Apesar das minhas fragilidades e pobrezas, mostra ao Teu Jesus as
minhas mãos mais ou menos vazias e diz-Lhe, porque eu terei vergonha
de o fazer, que, apesar do que eu fui e do que não pude ser, do que fiz e
do que não fiz nesta terra, terá havido dias em que tentei ser quem
devia, à luz da Sua Mensagem, terá havido alturas em que tentei ser
digna de te chamar Mãe.
10- Quinta, 24 de dezembro
TEMA: alcançar as promessas de Cristo.
Amem. (Senhora do Sim)
1 Lei: 2 Sam 7, 1-5. 8b-12. 14a. 16;
Sal:88(89),2-3.4-5.27e29
Ev: Lc 1, 67-79
Meditando a Palavra.
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Deus jamais deixará de cumprir as suas Promessas. Esta é a
máxima de fé do povo de Israel e do povo cristão.
Apesar de todas as dificuldades e de todas as infidelidades do seu
povo, Deus promete a David que o seu reinado permanecerá
eternamente.
Zacarias, sacerdote da Antiga Lei, mas cheio de Espírito Santo,
entoa um cântico cheio de reminiscências bíblicas. Bendiz o Senhor por
ter visitado o seu povo, por ter inaugurado a Nova Aliança, aquela que
terá João como precursor e que satisfaz séculos de expetativas.
O cântico divide-se em duas partes: a primeira sintetiza a História
da Salvação, evidenciando a misericórdia de Deus e a sua perene
fidelidade à Aliança, que se realizará plenamente no Messias (vv. 6875); a segunda refere-se à figura do Baptista, «profeta do Altíssimo» (v.
76), destinado a preparar o caminho, dando a conhecer ao seu povo a
salvação, pela remissão dos pecados, graças ao coração misericordioso
do nosso Deus.
Deus cumpriu a sua promessa enviando o Salvador ao mundo.
“ De novo há-de vir, no esplendor da sua glória, para nos dar em
plenitude os bens prometidos, que entretanto, vigilantes na fé,
ousamos esperar”. Assim rezamos no prefácio do Advento. Os bens
prometidos de Cristo esperam de nós uma atitude de vigilância na fé.
Pensemos nas palavras do Papa Francisco:
“Neste Ano Santo, poderemos fazer a experiência de abrir o
coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais,
que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática.
Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo
actual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm
voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da
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indiferença dos povos ricos. Neste Jubileu, a Igreja sentir-se-á
chamada ainda mais a cuidar destas feridas, aliviá-las com o óleo da
consolação, enfaixá-las com a misericórdia e tratá-las com a
solidariedade e a atenção devidas. Não nos deixemos cair na
indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e
impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os
nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos
irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos
desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as
suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa
presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o
nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que
frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o
egoísmo”.
As promessas cumpridas de Deus Pai que tem a sua plena
realização nesta noite de Natal sejam, para nós, estímulo e força para
sermos outros rostos que espelham e refletem a bondade, a justiça e a
Misericórdia de Deus.
Jesus é, para nós, o centro da história, a nossa morada e a
plenitude de todas as nossas mais profundas aspirações. Com Maria, e
com a sua intercessão, abramos o coração ao Dom que Deus nos quer
dar esta noite de Natal. E digamos, como Ela, Sim ao Projeto que Deus
tem para as nossas vidas. Então, sim, será Natal.
Rezando:
Roga por mim, Santa Maria de Mim, fazendo descer o teu olhar
até à pequenez do meu ser. Roga por mim, para que eu seja fiel, agora
e na hora da minha morte.
Roga por mim, Mãe da Misericórdia, para que eu saiba fazer da minha
casa, um lugar onde Jesus possa nascer.
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SALVÉ RAINHA
1. Salvé Rainha, Mãe de misericórdia,
Vida doçura, esperança nossa.
Coro:
Bendita sois, Senhora minha,
Virgem do Parto Salvé Rainha.
2. A Vós Bradamos os degredados,
Filhos de Eva, a Vós suspiramos.
3. Gemendo e chorando, neste vale de lágrimas,
Nós Te queremos, Advogada nossa.
4. Esses Vossos olhos misericordiosos,
P’ra nossa vida sempre os volvei.
5. Após o desterro nos mostrai Jesus,
Bendito fruto do Vosso Ventre.
6. Ó Clemente, ó Piedosa,
Ó doce sempre Virgem Maria.
7. Rogai por nós Santa Mãe de Deus,
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
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livro missas do parto