MNAA
Olhares Contemporâneos
Contemporary Visions
19.05 – 30.09.2012
Jardim Garden
MNAA Museu Nacional
de Arte Antiga
fazenda/valladares
António Câmara Manuel
Maria José Peyroteo
Textos Texts
António Filipe Pimentel
José Manuel Santos
Maria do Mar Fazenda
Filipa Valladares
Tradução Translation
Vivóeusébio
Impressão Printing
Instituto Nacional – Casa da Moeda
IN-CM
Duarte Azinheira
Gonçalo Ferreira de Almeida
Jean François Chougnet
Mariana Castelo Branco
Carla Manso
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João Paulo Serafim
João Serra
Patrícia Almeida
David - Alexandre Guéniot
Ramiro Guerreiro
EDP
João Pinharanda
José Manuel dos Santos
CML
José Sá Fernandes
Catarina Vaz Pinto
Isabel Rodrigues
Paulo Braga
Manuela Azevedo
Miguel Caissotti
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João Ferro Martins
João André Abreu
Design
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Curadoria Curators
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Rua das Janelas Verdes
1249-017 Lisboa
T: + 351 21 391 2800
F: + 351 21 397 3703
MNAA
António Filipe Pimentel
José Alberto Seabra Carvalho
Anísio Franco
Joaquim Oliveira Caetano
Teresa Pacheco Pereira
Conceição Borges
Alexandra Markl
Rui Trindade
Luís Montalvão
Celina Bastos
Susana Campos
Teresa Serra e Moura
Paula Brito
Ramiro Gonçalves
Hugo Ribeiro
Emília Marcos
Vasco
Senhora Julieta
Senhora Fátima
Senhor Carlos
Herminda Lopes
Inspector José Teixeira
Dulce Gonzaga
Inês Ferreira
Paulo Moutinho
João Figueiras
José Ribeiro
Rogério Roxo
Rúben Rodrigues
Orlando de Almeida
Liliana Araújo
Catarina Bastos
Sandra Vieira
Carlos Gonçalves
André Afonso
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Terça-feira das 14h00 às 17h30
Quarta-feira a Domingo das 10h00
às 17h30
Tuesdays from 14h00 to 17h30
Wednesdays through Sundays
from 10h00 to 17h30
Entrada Livre Admission Free
Agradecimentos Acknowledgements
Sandra Rocha
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Um museu não é em primeiro lugar o seu acervo, o património
que materializam as suas coleções. Um museu é, ex aequo, este
e o diuturno trabalho que convoca: preservando, estudando, ampliando, comunicando, recriando. Em perpétua extração de informações novas ou novas narrativas. Memória e ato simultaneamente. O acervo e a casa que enche (e habitam os que a habitam).
É, na religião patrimonial que professamos, o hoje que fazemos,
incontornavelmente. Contemporaneamente, pois: com os olhos
postos a um tempo em passado e futuro.
Donde a convocação oportuna desta plêiade de olhares por detrás
de câmaras. De olhares subjetivos, caleidoscópicos. Descomprometidos. Deslumbradamente virgens na sua aproximação iniciática. Fixando no instante (de cada um deles) o eterno e o fugaz
de que o Museu se faz, no dia a dia em que se tece a conquista
do futuro para a qual labuta: em permanente luta contra o tempo, esse voraz destruidor; em permanente construção do tempo,
que não existe sem matéria nem memória(s). Nesse arco temporal nunca fechado, apenas o olhar do fotógrafo logra capturar o
instante que é ele. Ao património de que o Museu é feito, faltava
acrescentar este valor.
A museum is not first and foremost its collections. A museum is, in
equal amounts, the estate and the incessant work it summons: to preserve, study, enhance and recreate, in a constant and perpetual extraction of new information and new narratives. It is concurrent memory
and action; the assets and the home it fulfills (and those who inhabit
it); it is, in the patrimonial religion we profess, the today we indisputably
create. Thus, contemporary: with our eye set on a past and future time.
Hence the timely gathering of this pleiad of eyes behind the cameras.
Subjective, kaleidoscopic views. Uncompromised views. Bewildered
and pure in their initiatic approach. Capturing in the moment (each
their own) both the eternal and the fleeting the Museum is made of,
in the daily woven quest for the future it is invested in. In permanent
struggle with time, the voracious annihilator. In permanent rendering of
time, which cannot exist without matter or recollection(s). In that neverending temporal arc, only the photographer triumphs in rendering the
instant. To the estate that composes the Museum, this was an asset that
remained to be added.
Estas fotografias são o outro espaço do espaço do Museu e o
outro tempo do seu tempo. Olhamos um no outro, olhamos um
pelo outro. Há muitos anos, uma criança entra pela primeira vez
no Museu de Arte Antiga e olha. A professora fala, mas a criança
ouve-a pouco, porque quer ver muito. Vê não apenas o que vê,
mas também o futuro desse ver. Se há encontros, aquele dia foi
deles. Sempre que, mais tarde, lembrei essa visita, lembrei também a aparição de tudo, o zoom do olhar, a obsessão da memória.
Nessa manhã, a criança olhou como se fotografasse. Esse dia veio
até mim quando levaram à Fundação EDP este projecto: “MNAA
Olhares Contemporâneos – Residência Fundação EDP no Museu
Nacional de Arte Antiga” . A ideia de António Filipe Pimentel foi a
de dar aos fotógrafos a vez da sua vez: entrem no Museu e, dele,
levem lá para fora o que quiserem. Entendamo-nos: dele, levem as
imagens que escolherem. Assim se fez. Olhamos agora o resultado e sabemos que sim. A Fundação EDP olha-se nestes “Olhares”
e reafirma que gosta muito de participar, com o MNAA, as curadoras, os artistas, o produtor, o público, neste projecto. A todos,
saúda. E lembra o que um dia disse André Malraux: “A cultura não
se herda, conquista-se”.
These photographs are the Museum’s other space and other time. We
can see one in the other, and one through the other. Many years ago, a
child walked into the Museu de Arte Antiga for the first time and looked
around. The teacher is speaking, but the child hears little of what she
is saying, because he wants to see everything. He sees not only what
he sees, but also the future of that glance.If there are such things as
findings, that was their day. Everytime that, later on, I recalled that
visit, I also recalled the revealing of all those things, the proximity of
the stare, the obsession of memory. That morning, the child looked as
if he was photographing. That day was brought to my memory when the
EDP Foundation was presented the “MNAA Contemporary Visions - EDP
Foundation residency program at the Museu Nacional de Arte Antiga”
project. Antonio Filipe Pimentel’s idea was to provide the photographers their own turn of walking into the museum and bringing out whatever they eye fancied. Let us be clear: bring out whichever images their
eyes fancied. And so it was. We are now presented with the result, and
we know they did. At the EDP Foundation, we can see ourselves in these
“Visions” and we restate our pleasure in participating in this project,
along with the MNAA, the curators, the artists, the producer and the
public. We salute them all. And we bring back the words once spoken
by André Malraux: “Culture is not inherited, but conquered.”
António Filipe Pimentel
José Manuel dos Santos
Diretor do Director of
Museu Nacional de Arte Antiga
Diretor Cultural da Fundação EDP
Cultural Director for the EDP Foundation
MNAA
Olhares Contemporâneos
Contemporary Visions
A exposição “MNAA Olhares Contemporâneos” tem como ponto de
partida a ideia de António Filipe Pimentel de apresentar uma exposição de fotografia no jardim do museu. Os trabalhos agora apresentados são o resultado da Residência Fundação EDP no Museu
Nacional de Arte Antiga. Dando continuidade à abertura do museu
a olhares contemporâneos, procurou-se não repetir formatos experimentados anteriormente, nos quais as obras dos artistas dialogavam com uma peça específica, com uma determinada época ou
com o próprio contexto museológico. A proposta de uma residência artística no museu acrescentou a estes motivos, a possibilidade de os artistas trabalharem a vida própria do museu, descobrirem as suas áreas menos visíveis, contactarem intimamente com o
património que ali é guardado e de os integrar no seu olhar, pensamento e prática artística. Com este propósito, convidou-se Catarina Botelho, João Ferro Martins, João Paulo Serafim, João Serra,
Patrícia Almeida + David-Alexandre Guéniot, Ramiro Guerreiro e
Sandra Rocha, para conviverem, durante uma semana, juntamente
com as curadoras, os conservadores e técnicos, no museu à Rua
das Janelas Verdes. A troca foi recíproca. E as respostas a este
diálogo são agora devolvidas, em imagens apresentadas em MUPIs
que pontuam o Jardim. No exterior, mas ainda dentro do museu,
estas obras participam da paisagem e tempos diversos de que o
museu é testemunha viva.
The MNAA Contemporary Visions exhibition was based upon António
FIlipe Pimentel’s idea of setting up a photography exhibition for the
museum’s garden. The works now presented are the result of the EDP
Foundation residency program at the Museu Nacional de Arte Antiga. In
the spirit of the museum’s receptivity to contemporary points of view, the
attempt was not to repeat previously used formats, in which the artists’
work was based on a specific piece, a certain period or on the museological context itself. The project of an artistic residency at the museum
adds to these themes the possibility of having the artists work within the
museum’s own routine , discovering its least accessible areas, and in
close contact with its contents, providing them with opportunity to include these aspects in their artistic views, thoughts and practices. In this
context, Catarina Botelho, João Ferro Martins, João Paulo Serafim, João
Serra, Patrícia Almeida + David-Alexandre Guéniot, Ramiro Guerreiro and
Sandra Rocha were invited to work for a week, along with the curators
and technical staff, in the museum.. The dialogue between all was fruitful. And the result is now delivered, in the form of images, displayed in
MUPI outdoor light boxes that punctuate the garden. Outdoors, yet still
within the museum, these works participate in the landscape and in the
diversity of ages of which the museum is a living witness.
fazenda / valladares
Curadoria Curatorship
Catarina Botelho
Catarina Botelho tem vindo a desenvolver
uma linguagem visual, que tem dado especial destaque à análise da Natureza Morta. O conteúdo das suas obras, embora organizado segundo estruturas ou cânones
clássicos, concentra-se sobre o esquecido, o abandonado, o que fica à margem do
olhar. Durante a residência, CB centrou-se
nos espaços em transição e nos espaços
em espera. Nestas zonas cinzentas do
museu, nas quais não há presença humana
nem obras expostas, iluminadas ou descobertas, o seu olhar foi direccionado para
os elementos que indiciam o que ficou da
relação sensível de um corpo. Neste sentido, estas imagens, próximas de um género tão profusamente representado no
museu, protagonizam interpretações da
Natureza Morta contemporânea.
Catarina Botelho has developed a visual language that devotes particular emphasis to the
study of the Still Life. The content of her work,
though structured in accordance with classical canons, focuses on the forgotten, the deserted, that which is left aside by our look.
During the residency, CB devoted her attention to transitional and waiting areas. In these
grey areas of the museum, where no human
presence can be found, and no pieces are displayed, illuminated or uncovered, her eye was
drawn towards the elements that indicate traces of human presence. In that sense, these
images, akin to a genre so profusely represented in the museum, provide a contemporary
interpretation of the Still Life.
João Ferro Martins
João Ferro Martins desenvolve uma prática artística multidisciplinar que potencia
os seus meios e formatos de acção. São
vários os momentos em que provoca um
diálogo entre a música e a arte visual e
por vezes, esta dinâmica, é traduzida por
um acto performativo, em nome individual
assim como em equipes autorais. Avançamos com a ideia de que é esta faceta do
trabalho de JFM, que implica um contacto frequente e directo com o público, que
direccionou o seu olhar para os espaços
de acesso generalizado: as salas de exposição das colecções representadas no
MNAA. Estas salas são povoadas por objectos falantes. Estes objectos falam de
nós, são testemunhos de uma história e
constroem um discurso sempre em reformulação. A interferência com estes objectos, neste espaço, recupera este discurso
e reanima o nosso olhar.
João Ferro Martins engages in pluridisciplinar
artistic practices that enhance his range and
field of expression. He frequently establishes
a dialogue between music and visual arts, and
this dynamic sometimes results in performance, both individually and as part of creative
collectives. We suggest that it was this side of
JFM’s work - that implies frequent and direct
contact with the public - that drove his attention
towards the public access areas: The museum’s
display rooms. These rooms are populated by
speaking objects. Such objects speak of us,
they are witnesses to history and generate an
ever changing discourse. Interfering with these
objects, within this location, retrieves that discourse and revives our look.
João Paulo Serafim
João Paulo Serafim continua o seu trabalho de questionamento da imagem e do seu
lugar dentro do processo museológico. Na
residência, JPS estudou os primeiros catálogos editados pelo museu e interessouse, particularmente, pela descrição textual
das obras, que substituíam a reprodução
de imagens. A legendagem exaustiva das
obras nestas edições, ganham um papel
equivalente ao da imagem, dando ao leitor
a informação que na altura se considerava
relevante para descrever uma obra e criando uma narrativa que recriava a obra. JPS
encena o que nos é dado a ver em dois tempos distintos: assume o próprio texto como
imagem e como pré-visualização da imagem para questionar a forma como lemos/
vemos. Este jogo de leituras, entre imagem
e texto, surge assim como parte essencial
da construção da memória destas imagens.
Colocando no museu, local privilegiado de
preservação da memória, a sua re-invenção.
João Paulo Serafim continues his work in
questioning the use of image and its place within the museological process. During the residency, JPS studied the very first catalogues
published by the museum, and was particularly interested in the written descriptions of the
works featured in the catalogues, which replaced any visual reproductions. The thorough
description of the works featured in these publications attains a role of equal significance
to that of the image, providing the reader with
all the information pertinent for the mental recreation of the piece described. JPS questions
the way we read an image, leading us through
two distinct stages of that reading: The text is
presented first, both as an image itself and as
a mental pre-visualization tool for a piece, after which we are shown the image of the piece
itself. This play on perception between image
and text emerges as essential to the construction of the memory of these images.
João Serra
João Serra segue o (não)método próprio
do flâneur. É na deambulação, na procura
descomprometida que encontra o objecto do seu olhar. JS tem circunscrito o seu
mapeamento, sobretudo, nas realidades
urbanas periféricas, onde a paisagem
arquitectónica se desenvolve de modo
orgânico. Também característico do olhar
apaixonado do flâneur é o encontro do extraordinário no quotidiano vulgar. A designação da sua fotografia como documental,
quando regista uma determinada vivência
que lembra a cena do “Repouso na Fuga
para o Egipto”, não será a mais assertiva.
Assim como, no registo quase cientifico
do reverso de uma pintura do séc. XV-XVI,
lemos antes a imagem de uma pintura abstracta. Numa assumida relação de dualidade
entre as duas imagens apresentadas no
MUPI, um verso e uma frente são definidos.
No nosso movimento entre eles, na sua leitura, debatemo-nos com diversos tempos e
ideias e suas representações.
João Serra follows the typical (non)method of
the flâneur. It is when wondering, in an uncompromised quest, that he finds the object
of his attention. JS has devoted his mapping
mostly to peripheral urban environments,
where the architectural landscape develops
organically. Also characteristic of the flâneur’s
passionate view is finding the extraordinary in
the most banal quotidian. Classifying his photography as documental, when he records a
specific reality that reminds us of the scene
in “Rest on the flight into Egypt”, is probably
not the most assertive choice. Neither when,
in the near-scientific photograph of the back
of a 15th or 16th century canvas, we perceive
an abstract painting. In an assumed duality
between the two images displayed in the MUPI
lightbox, a front and a verse are defined. In
our movement between them, in our reading,
we are faced with different times and ideas,
and their representations.
Patrícia Almeida
David-Alexandre Guéniot
Patrícia Almeida e David Alexandre Guéniot têm vindo a trabalhar a fotografia
documental em sentido lato. Nesta residência optaram por retratar aqueles que
dentro da instituição acompanham e guardam as obras diariamente perante o olhar
e as acções dos visitantes - os vigilantes
do museu. Neste processo foi-lhes pedido
que recriassem as suas posições de vigilância, mas curiosamente tanto as posturas dos corpos como as expressões de
concentração nos rostos, sugerem semelhanças com as poses que identificamos
na história do retrato clássico, na pintura
como na fotografia. Ao deslocar a atenção
das obras para os vigilantes, os artistas
invertem o seu papel na instituição. Por
momentos, retira da penumbra estas pessoas, dá-lhes um rosto visível e transforma-as, temporariamente, no objecto do
nosso olhar (substituindo o das obras a
vigiar).
Patrícia Almeida e David Alexandre Guéniot
have been exploring photography- along the
lines of the documental record - as a field for
artistic creation. During this residency they
chose to portray those within the institution
whose daily function is to guard the works in
display: The museum guards. During the process they were asked to reenact their everyday
working stances. Curiously, their postures and
focused facial expressions suggest stances
found in classical portraiture - both in painting
and photography. By shifting the focus from
the works in display to the museum guards,
the artists reverse the role of the latter within
the institution. For a moment, these individuals are removed from obscurity, given a visible
face and become the object of our attention.
ated compositions that express the various
forms of thinking the museological space. His
approach focused on two moments in MNAA
history: The renovation of the museum in the
context of the ‘83 exhibition, and the now
extinct Gulbenkian Room, where Calouste
Gubenkian’s donations to the Museum were
once displayed. Both these transformations
altered the museum’s own discourse.
Ramiro Guerreiro
Sandra Rocha
Ramiro Guerreiro iniciou a sua formação
em arquitectura. A relação com o espaço
arquitectónico é uma abordagem recorrente na sua pesquisa artística. Durante
a residência, RG deu especial atenção ao
material relativo à construção do Anexo
e outras remodelações arquitectónicas,
assim como se interessou pelos projectos dos dispositivos de apresentação das
obras (armários, vitrinas, exposições). A
sua prática prende-se com uma ideia de
documento e das valências que lhe são
intrínsecas: a imagem (enquanto testemunho) e a narrativa (como forma de história). A partir da recolha de documentos
de arquivos, criou composições que dão
expressão às várias formas de pensar o
espaço museológico. A sua abordagem focou dois momentos na história do MNAA:
a renovação do museu no âmbito da exposição de ‘83 e a invocação da extinta
Sala Gulbenkian, onde eram expostas as
obras doadas por Calouste Gulbenkian ao
Museu. Transformações que alteraram o
discurso do museu sobre si mesmo.
Ramiro Guerreiro originally trained as an architect. The relationship with the architectonic space is a recurring approach in his
artistic research. During the residency, RG
devoted particular attention to the materials related to the construction of the Annex and other architectural renovations. He
was also interested in projects regarding the
museum’s display devices (cabinets, display
windows, exhibitions). His practises are closely linked to the concept of document and
its intrinsic qualities: image (as a testimony)
and narrative (as form of History). Following
his research in the museum’s archive, he cre-
Sandra Rocha cruza no seu trabalho a tradição do olhar documental com uma leitura poética dos lugares da sua deambulação pessoal. No decorrer da residência SR
escolheu trabalhar o espaço da Capela das
Albertas, única área que se manteve do
extinguido Convento de Carmelitas que
veio dar lugar ao edifício Anexo ao Palácio dos Condes Alvor, as duas partes que
compõem o MNAA. Atraída pela fragilidade do património e pelo simbolismo que o
espaço encerra, apropriou-se de dois elementos na capela. A ilusão óptica, própria
da arquitectura barroca, assiste uma representação daquilo que era o mundo exterior e é uma imagem da cissão daquela
ordem religiosa com a vida. Apresentadas
como frente e um verso, temos duas versões de uma mesma porta que se espelham, num diálogo entre o que se fecha no
seu interior e o que tal como num museu
se abre para o mundo.
Sandra Rocha combines in her work the tradition of the documental point of view and a
poetical perspective on locations. During the
residency, SR chose to work within St.Albert’s
Chapel, the only remaining area of the now
extinct Carmelitas Convent that, along with
the Alvor Palace, constitutes the premises
presently occupied by the MNAA. Drawn by
the chapel’s frailty and symbolism, she appropriated two of its elements. The optical
illusion, characteristic of baroque architecture, represents the interdiction to the outside
world , and depicts the religious order’s separation from the profane. Presented as front
and verse, two versions of the same door, in
a dialogue between what is kept inside and
what is, as in a museum, open to the world.
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Catarina Botelho
João Serra
*Modo de emprego #1
*User’s manual #1
Sem Título
Untitled
Modo de emprego #2
User’s manual #2
*Repouso na Fuga para o Egipto
*The Rest on the Flight to Egypt
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Patrícia Almeida
David-Alexandre Guéniot
A partir de Porto de Mar, 1740 d.C. –1775 d.C.
de Claude Joseph Vernet, Lisboa 2012
After Seaport, 1740 a.C.–1775 a.C.
by Claude Joseph Vernet, Lisbon 2012
*Os Vigilantes
*The Museum Guards
5
João Ferro Martins
*A partir de Bothisava
(Matreia em meditação), Sec. VII,
Período Asuka (Japão) ou Reino
de Paekche (Coreia), Lisboa 2012
*After Bodhisattva
(Maitreya in meditation), 7th Century,
Asuka Period (Japan) or Paekche Kingdom
(Korea), Lisbon 2012
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Ramiro Guerreiro
A nova entrada
The new entrance
*Dispositivos de apresentação
*Display devices
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João Paulo Serafim
Sandra Rocha
A Invenção da Memória – MNAA 003
The Invention of Memory – MNAA 003
Porta, Capela das Albertas
Door, St Albert Chapel
A Invenção da Memória – MNAA 004
The Invention of Memory – MNAA 004
*Trompe-l’oeil,Capela das Albertas
*Trompe-l’oeil, St Albert Chapel
Imagens produzidas no contexto da Residência Fundação EDP, que ocorreu em Março de
2012. Fotografias impressas com tinta UV sobre papel city-light 150g, na L2Spirit – ART DIVISION sob a coordenação de António Bettencourt) e apresentadas na exposição “MNAA Olhares
Contemporâneos” em MUPIs instalados no jardim do Museu Nacional de Arte Antiga.
Images produced for the MNAA Contemporary Visions exhibition, during the EDP Foundation Residency
program that took place in March 2012. The photographs were printed at L2Spirit – ART DIVISION , under
the supervision of António Bettencourt, using UV ink on city-light 150g paper, and displayed on MUPI
outdoor lightbox displays installed in the garden of the Museu Nacional de Arte Antiga.
* Fotografias reproduzidas neste desdobrável. Fotografias reproduzidas neste desdobrável.
Download

Catarina Botelho João Ferro Martins João Paulo