Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Modelagem do Vestuário
- História da Moda
- Desenho Básico
- Ergonomia
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice Governador
Francisco José Pinheiro
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Cristiane Carvalho Holanda
Coordenadora de Desenvolvimento da Escola
Maria da Conceição Ávila de Misquita Vinãs
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Thereza Maria de Castro Paes Barreto
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APOSTILA DE HISTÓRIA DA MODA
íNDICE
MÓDULO 1
1.A HISTÓRIA DA MODA ---------- PÁG. 02
MÓDULO 2
2.ORÍGEM E EVOLUÇÃO ---------- PÁG. 04
MÓDULO 3
3.A HISTÓRIA DA MODA (Séculos e décadas) ---------- PÁG. 13
MÓDULO 4
4.VOCABULÁRIO DE MODA---------- PÁG. 35
BIBLIOGRAFIA---------- PÁG. 48
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MÓDULO 1
1.A HISTÓRIA DA MODA
Compreender o conceito de desenho industrial, seus padrões de aparência,
sua transposição para a indústria do vestuário e suas conseqüentes relações
manifestadas estilisticamente no séc. XIX, XX e XXI, através do fenômeno da
moda e de seus códigos de elegância, é uma das missões que hoje, os curso
de moda precisam enfrentar. É preciso demonstrar o peso deste setor
produtivo dentro da história econômica e social destes novos tempos modernos
e, se colocar como dignos e merecedores dos créditos que contribuíram para
projetar e construir o indivíduo contemporâneo. Para tanto, acreditamos que se
faz necessário compreender os conceitos de Estilismo, Classicismo e
Revivalismo, e a transposição destes conceitos para as matrizes formais que
estabeleceram o projeto de indústria de massa neste século.
INTRODUÇÃO
Segundo Julio Carlo Argan (1989-42), ao se discutir sobre a aplicação de
aparências modalizadas em objetos de design industrial é preciso ter sempre
certo que:
…a Moda é a presença, em determinado período histórico, de algumas formas
expressivas não obrigatoriamente vinculadas a necessidades de caráter ético e
social. Dependente muitas vezes apenas de uma efêmera necessidade de
mudança que é capaz de determinar as mutações e variações indispensáveis à
organização de alguns elementos estilísticos dentro de uma dada cultura.
Uma necessidade tão efêmera de mudança nos faz questionar sobre qual deve
ser o fator primordial que determina o elemento formal dos objetos
industrializados, integrados ao fenômeno da moda, que permite o seu
reconhecimento em um universo de representação estilística, nos fazendo
questionar também, sobre até que ponto se pode identificar a moda como parte
que determina ou participa do estilo de uma época.
O produto do design industrial está sujeito à rapidez de consumo e à
obsolescência de sua aparência e, por isso, exposto à instabilidade formal
interpretada como gratuita que comumente é relegada aos objetos que são
criados e produzidos dentro do sistema de moda.
O que se costuma discutir sobre esta relação é sua maior adaptabilidade ao
sistema de forma funcional que derivada da natureza técnica do objeto ou
forma decorativa decorrente de sua natureza afetiva. Acreditam os estudiosos
de design que a escolha e o uso do vestuário é, na maioria das vezes, de
ordem afetiva, visto que a moda é mais visível em objetos de uso pessoal.
Estudioso das questões do design de moda, George Nelson, em sua obra In
Problems of Design, afirma que (1957,65):
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a moda é a expressão do hábito popular tirado das coisas e é constantemente
obsoleta e cíclica e, que para se distinguir entre o que está na moda e o que
está em obsolescência se deve considerar o desgaste do objeto devido à
superação de um dado técnico e formal.
Para ele, um gênero que está fora da moda possui a disposição de adotar
modelos antiquados por motivos afetivos ou diferenciação social como uma
forma artística que procura fazer publicidade de si próprio no produto.
Porém, além da questão formal do objeto, o modo de trabalho em equipe
contribui para diferenciar o produto do design das demais formas produtivas, é
um produto que deriva de múltiplas atividades.
O projeto é uma das etapas. Elementos técnicos, econômicos e mecânicos,
além de estéticos, convergem para a produção.
Ser Designer significa programar para a indústria; o gosto deve estar vinculado
tanto ao gosto do público à que se destina o produto, como às exigências
econômicas a que tenha que se submeter. Estas são as duas razões que
obrigam a trabalhar em equipe, para que se possa estar em contato tanto com
o setor produtivo como com o setor técnico científico.
É preciso estar inteirado das técnicas e pesquisas motivacionais de mercado,
das ergonômicas e das técnicas de tratamento de materiais, só assim é
possível produzir o belo simbolicamente eficaz.
Ser designer não é apenas ser um desenhista, é ser projetista de objetos que
serão reproduzidos industrialmente e num plano de processo produtivo.
A operação produtiva no seu todo implica em reagrupar informações de
diferentes especialidades: técnicas, estatísticas, perícia de mercado e técnicas
operativas.
A tarefa é maior do que estilizar, revestir de superfície apropriada e nova cujas
características vitais ele ignora; deve impor as dimensões ópticas cuja
construção deverá ater-se ao valor formal considerado por aquele que é mais
adequado à exigência do público. Deve também pensar se o problema foi
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colocado com clareza e se torna compreensível para o público a que se dirige
salientando as qualidades funcionais para que se sobressaiam.
MÓDULO 2
2.ORÍGEM E EVOLUÇÃO
A origem da palavra design está no latim designare, verbo que abrange o
sentido de designar e de desenhar e por tanto, já contem na sua origem o
aspecto abstrato de conceber/projetar/atribuir e o concreto de
registrar/configurar/formar, tratando assim de uma atividade que gera projeto,
esboços e modelos.
Historicamente o marco fundamental que caracteriza a função e a existência do
design se deu com a passagem de um tipo de fabricação em que o mesmo
indivíduo concebe e executa o artefato para um outro tipo em que existe uma
separação entre projetar e fabricar. Tal separação inicialmente não deu
importância se o processo fabril se dava por meios manuais ou mecânicos e,
tão pouco relevava a questão da padronização e reprodução em série.
O uso do termo design começou a ser freqüente na Inglaterra do século XIX.
Um número considerável de trabalhadores ligados principalmente à confecção
de padrões ornamentais na indústria têxtil, já se intitulava designer, sugerindo a
necessidade de estabelecer o design como uma etapa especificada do
processo produtivo e de encarregá-la a um trabalhador especializado.
Esta condição, que fez parte da implantação do sistema industrial de
fabricação, gerou a necessidade de organizar as primeiras escolas de design
do século XIX e continuou gerando durante o século XX, obrigando a que só se
considere hoje, como designer, um profissional formado em nível superior.
Surgiu uma nova figura de profissional, o designer como um homem que
compartilha das mesmas origens e dos mesmos gostos dos consumidores que
buscavam nessas produções, mais do que uma simples qualidade construtiva,
uma afirmação de sua identidade social capaz de ostentar seu progresso
profissional. A identidade das classes sociais passou por um processo de
redefinição e, com o tempo, tais preocupações foram se difundindo por outras
camadas sociais.
O cruzamento de dados de ordem econômica e cultural com outras
informações de natureza tecnológica e artística faz-se essencial para dar
sentido à diversidade da função do design em diferentes contextos.
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O crescimento urbano do século XIX trouxe o aumento da quantidade de
indivíduos vivendo em um pequeno espaço, ocasionando transformações
profundas entre eles.
O deslocamento para o trabalho em bondes, metrôs e ônibus gerou desafios
em termos de organização e apresentação das informações: como sinalizar a
geografia da cidade, com seus novos bairros e ruas; como ordenar a
convivência e o fluxo de transeuntes para minimizar a insegurança provocada
pelo confronto com estranhos e com diferenças culturais e de classes sociais?
Uma grande questão deste contexto foi como comunicar, para um público
anônimo, os préstimos de um produto desconhecido, já que na cidade, com as
economias das sobras dos salários, aumentava o número de pessoas capazes
de consumir e, segundo Rafael Cardoso (2004-39):
Entre as mercadorias cujo consumo mais se expandiu no século 19 estão os
impressos de todas as espécies, pois a difusão da alfabetização propiciou nos
centros urbanos um verdadeiro boom do público leitor. O anseio de ocupar os
momentos de folga deu origem a outra invenção da era moderna: o conceito de
lazer popular que desenvolveu-se cem estreita aliança com a abertura de uma
infra estrutura cívica composta por museus, teatros, locais de exposição ,
parque e jardins.
Em todo o mundo ocidental, a segunda metade do século XIX foi um período
de crescimento das elites urbanas e por tanto de ampliação de atividades
culturais de toda espécie, incluindo a produção e veiculação de imagens que
anunciavam novos produtos e ensinavam sobre seus usos culturais.
Isso criou novas tecnologias para impressão de texto, e uma expansão do
mercado para produtos gráficos, que gerou uma grande evolução no campo da
reprodução de imagens que se deu a partir do florescimento de um mercado
editorial que se explica tanto pela redução no custo de produção como também
pelo aumento do tamanho do público leitor.
Igualmente, o uso de impressos de formato muito especializado está
condicionado diretamente a necessidades que variam de acordo com o lugar e
a época. E ainda segundo Cardoso (2004-47)
O cartaz publicitário serve como um bom exemplo da especificidade da
comunicação visual a um determinado contexto social e cultural. O cartaz, bem
como seu sucessor, o outdoor, teve uma aplicação principalmente urbana
como peça de divulgação. O uso do cartaz só faz sentido em contexto em que
há o que divulgar, o que tanto explica a existência de reclames e avisos
afixados a muros desde muito antes da popularização do cartaz e sua relativa
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escassez em contextos de pouca atividade comercial.
A rápida evolução dos meios, impressos de comunicação é outro fator que
distingue o século XIX. Diversos avanços de ordem tecnológica vieram juntarse nessa época à ampliação do público leitor, além de livros e jornais, foram
criados veículos impressos novos ou pouco explorados anteriormente, como o
cartaz, a embalagem, o catálogo e a revista ilustrada.
No contexto da indústria gráfica o papel do designer adquiriu um valor
redobrado, pois o critério principal que distinguia a qualidade dos impressos já
não era mais a habilidade de execução gráfica, mas a originalidade do projeto
e principalmente das ilustrações.
A proliferação de jornais e revistas ilustrados deu início a um rápido processo
de avanço nas tecnologias disponíveis para impressão de imagens, era preciso
gerar uma linguagem gráfica adequada às novas possibilidades de reprodução
e, segundo Cardoso é preciso lembrar que (2004-41)
entre as tentativas toscas de justapor textos e imagens características do inicio
do séc.19 e as sofisticadas programações do final do mesmo, existe um mundo
de diferenças não somente de ordem tecnológica, mas também em termos de
cultura visual.
A evolução desse campo na era moderna é um fenômeno que depende da
existência de um público leitor urbano, com nível de renda e de instrução
condizente com o consumo regular de impressos.
O conceito do lazer popular, que se desenvolveu em estreita aliança com a
abertura de uma estrutura cívica composta por museus, teatros, locais de
exposição, parques e jardins, culminaram com o animado espetáculo das
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grandes lojas de departamentos. Nas grandes capitais da Europa e da
América, a segunda metade do século XIX foi marcada por uma verdadeira
explosão de consumo, principalmente como o surgimento, na década de 1890,
das primeiras lojas de departamento, também conhecidas como magazines.
Bom Marche em Paris e Macy’s em Nova Yorque transformaram as compras
em uma atividade de lazer.
Para as mulheres, às quais era vedada uma maior participação em outras
atividades como o trabalho e o estudo, a loja de departamento acabou se
transformando em um mundo com infinitas possibilidades de interação e de
expressão social, que podia se dar longe tanto da solidão doméstica quanto do
perigo das ruas. O fenômeno se espalhou por todo o mundo gerando outros
nomes famosos como o Liberty de Londres, o Printemps e o Samaritaine em
Paris ou a Notre Dame de Paris na rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro.
Além do impacto sobre o imaginário do consumidor, as lojas de departamento
contribuíram para a formação de métodos de distribuição e venda de
mercadorias, pois garantiram a transição do consumo de varejo para o ritmo e
escala industrial.
Para Cardoso (2004-80)
As lojas de departamento viraram cenários aproximando-se assim, do
espetáculo e do hábito moderno de olhar como forma de consumir. Consumir
com os olhos caracteriza o regime de consumo como lazer e espetáculo.
Desde o anúncio no jornal até os grandes reclames até grandes reclames
afixados às paredes, a publicidade começa a se definir na passagem do séc 19
para o 20 como o veículo principal para a expressão dos sonhos em comum.
Porém, é na moradia da classe média, na intimidade do lar, nas mesas,
estantes, gavetas e armários da burguesia, grande e pequena, que se encontra
um dos primeiros focos históricos importantes para a personalização do design.
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A preocupação com a aparência da própria pessoa e, por extensão, da
moradia, como indicador de status, serviu para a formação de códigos
complexos de significação em termos de riqueza, estilo e acabamento de
materiais e objetos.
O exterior da casa das pessoas passou a ser visto cada vez mais como uma
expressão do seu sentido interior, passível de apreciação e interpretação. A
impressão de conforto, de luxo e às vezes de elegância passou a revelar uma
preocupação extrema com o bem estar, a estabilidade e a solidez.
A abundância de objetos, que compôs o lar burguês vitoriano, tem revelado
muito sobre as condições sociais decorrentes da Revolução Industrial: o interior
doméstico passou a se configura como um lar, como local de refúgio e de
certezas, oposto ao perigo e instabilidade das ruas.
O novo luxo dos interiores burgueses contrastava com o lixo, a miséria e a
doença crescente nas ruas das cidades. Em nome da higiene, da segurança e
do progresso, foram empreendidas, em diversas capitais, reformas urbanas de
grande porte, como a reurbanização de Paris executada pelo Barão de
Haussmann e a do Rio de Janeiro. A preocupação com a higiene não se limitou
ao saneamento urbano.
As campanhas sanitaristas acabaram redimensionando as condições de
higiene domestica com conseqüências importantes para a área do design: às
virtudes do lar, como o conforto e bem estar, se juntaram a limpeza e
eficiência. Louças sanitárias, instalações hidráulicas e eletrificação doméstica
fizeram surgir os primeiros eletrodemésticos e também produtos de limpeza
com sabão, desinfetante.
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Em paralelo ao redesenho das cidades e das casas ocorreu uma
reorganização tanto nas fábricas quanto nos escritórios. A evolução do design
de móveis de escritório mostra a mudança na conceituação e na natureza do
trabalho. As escrivaninhas foram substituídas por mesa e a função de arquivar
foi desmembrada para um outro móvel: o arquivo.
Tal mudança coincide com o ingresso da mulher no escritório, ocupando nova
posição, como a secretária. Com o advento da máquina de escrever em 1880,
o declínio do escrevente e o surgimento do ofício da secretária revela um
fenômeno sociológico que se reflete claramente na configuração física e
espacial do escritório moderno que foi se moldando uma nova ordem social.
E foi contrapondo-se ao senso nítido de desordem e desagregação que marcou
a industrialização nos países europeus, que o século XIX chegou ao fim
munido de instituições e serviços encarregados de impor e manter a ordem
dentro do espaço urbano, criando desde bombeiros, escolas, transportes e até
hospitais.
Segundo Elisabeth Wilson, em sua obra Enfeitada de Sonhos (1989), na moda,
a industria têxtil deu o arranque da Revolução e, não houve literatura e
pensamento teórico que escondesse a forte exploração trabalhista das
mulheres neste setor. Incomodava àqueles contemporâneos que, enquanto as
mulheres da sociedade burguesa se vestiam com roupas luxuosas, as
operárias das indústrias têxteis eram exploradas, recebendo baixos salários,
trabalhando em condições de grande insalubridade e excesso de carga horária.
Em poucos anos, a indústria inglesa do algodão dominava o mundo, tendo
destruído as indústrias de algodão indígena do subcontinente indiano e
devorado a matéria-prima na qual se baseava, o que implicou condições de
vida e de trabalho duras pra mulheres e crianças daquela colônia.
A partir do século XVIII o tecido de algodão passou a ser usado não somente
para forros ou artigos domésticos, mas também para as roupas da alta
sociedade. A partir daí as técnicas de estamparia do algodão foram
mecanizadas, aumentando a venda e a procura do produto.
A industrialização da lã também começou a se estabelecer definitivamente na
Inglaterra, deixando de ser uma tecelagem de domínio familiar e artesanal,
passando a ser usada inclusive pela alta sociedade, pois anteriormente era um
tecido usado somente pelas classes mais baixas.
Quanto à tecelagem da seda, que foi sempre considerada mais luxuosa do que
a lã e o algodão foram entre os séculos XVII e XVIII que a Inglaterra passou a
ser importante produtor de tecidos dessa fibra. Esta industria incluía na sua
mão de obra homens e mulheres dos mais diferentes níveis sociais, tais como
os ricos mestres tecelões e as mulheres e crianças trabalhadoras mais
exploradas. A seda sempre foi um tecido raro, difícil de ser produzido por exigir
uma mão-de-obra muito qualificada.
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Na cadeia produtiva têxtil as fibras mais conhecidas encontram-se na natureza:
a seda, a lã, os pelos e as crinas de origem animal e os caules que permitem a
extração de fibras de origem vegetal. As fibras químicas abrangem as fibras
sintéticas, derivadas de produtos petroquímicos, e as artificiais derivadas da
celulose.
Enquanto as fibras naturais necessitavam de um trabalho intensivo ou de
grandes espaços, e por vezes de ambos, a produção dos tecidos sintéticos não
necessitava nem de um tipo especial de clima, nem de uma força de trabalho
abundante.
Os artigos fabricados ao longo da cadeia produtiva têxtil podem ser agrupados
em quatro grandes segmentos:
1- Fios Têxteis: o fio têxtil é o produto final da etapa de fiação. Sua
característica mais importante é o diâmetro ou grossura.
2 – Tecidos e panos: o tecido ou o pano é o produto final da tecelagem.
3- Os não-tecidos, de aplicação crescente, são desenvolvidos por
procedimentos de produção completamente diferentes. São obtidos pelo
agrupamento de camadas de fibras unidas por processos mecânicos, químicos
ou combinação destes, têm uso preponderante em forrações decorativas, tais
como carpetes, feltros e em produtos do tipo descartável, como fraldas, roupa
de cama para hospitais, indumentária cirúrgica.
4- Malhas ou Tricô: a tecelagem das malhas dispensa a necessidade dos fios
de trama, sendo o pano produzido a partir de um ou mais fios que se
entrelaçam sobre si mesmos. São feitos à mão ou a máquinas com agulhas.
5- Confecções: constitui o produto final da cadeia produtiva têxtil vestuário. As
confecções abrangem roupas de malha, vestuário e acessórios de tecidos,
roupas de cama, mesa, banho, copa, sacos e sacolas para embalagem,
cobertores e outras manufaturas, tais como tapetes e rendas, dentre outros.
Cabe ressaltar que, tanto o setor têxtil quanto o de confecções não são
geradores da sua própria tecnologia, o que significa que os seus respectivos
avanços tecnológicos são incorporados pela utilização de bens de capital.
A manufatura das roupas, nas sociedades industriais do século XIX,
desenvolveu-se de duas maneiras diferentes. Havia uma procura de
costureiras por encomenda, de costuras delicadas e sob medida, que só
podiam ser feitas à mão, e ao mesmo tempo, começava a produção em massa
do vestuário industrializado padronizado, tanto nos modelos como nas
medidas.
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O aparecimento das fábricas de roupas reforçou a divisão entre as empresas
que usavam maquinário e recrutavam mão de obra semiqualificada, e os
velhos artesãos. No comércio tradicional dos alfaiates, cada peça de roupa era
feita separadamente por um só trabalhador; isto era conhecido como método
da peça única.
Os alfaiates haviam estado entre os primeiros artesãos independentes e tinham
estabelecido as suas corporações nas cidades medievais. Eram organizações
de patrões, que trabalhavam normalmente com as suas famílias, um ou dois
trabalhadores experientes, contratados por dia, e alguns aprendizes.
No século XVII, surgiu a loja de alfaiate. Os alfaiates eram comerciantes
estabelecidos que tinham capital suficiente para alugarem uma loja numa zona
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chique das cidades, para terem estoque de tecidos caros e oferecer crédito
ilimitado às pessoas da sociedade que formavam sua clientela. O comércio era
sazonal e os trabalhadores das alfaiatarias eram contratados e despedidos
conforme as necessidades.
Na Inglaterra e nos Estados Unidos, dois grupos de trabalhadores vieram
juntar-se às fileiras dos trabalhadores temporários e semiqualificados. No final
do século XIX usaram trabalho dos emigrantes, especialmente Judeus. No
início do século XIX as mulheres passaram de simples operária a aprendizes
de alfaiates em número cada vez maior. Os trabalhadores Judeus, em muitos
casos, já eram reconhecidos como alfaiates qualificados.
Foi durante o período entre 1898 e 1910, que a indústria do vestuário feito em
massa arrancou de fato, tanto na Inglaterra como na América. A expansão das
fabricas de confecção, no entanto não causou a falência das lojas de alfaiates
ou o desaparecimento das costureiras a dias. Pelo contrário, este sistema
aumentou o trabalho a domicílio.
Na virada do século XIX para o XX, os grupos feministas lutavam para acabar
com a exploração salarial do trabalho da mulher e da criança, e obtiveram
sucesso. A Primeira Guerra mundial fortaleceu o movimento dos Trade Boards
e melhorou as condições de trabalho.
Em 1909 houve uma greve histórica na indústria das roupas onde 20 mil
trabalhadores deixaram seus trabalhos. Apesar da maioria dos grevistas ser
constituída por homens, foi a maior greve feminina da América. E esta greve
levou a um acordo histórico que foi assinado pelos patrões, e a partir daí, as
roupas femininas começaram a ser criadas também visando às necessidades
de uso para o trabalho da mulher, isto, é, começaram a se fazer roupas
funcionais.
Nos EUA havia um grande campo para roupas feitas em massa. As grandes
distâncias geraram a possibilidade de se reproduzir e vender roupas em grande
quantidade, tanto de modelos quanto de tamanhos e, para os diferentes
centros.
Entre os anos 20 e 30, houve mudanças importantes na indústria das roupas, a
industria de roupa conseguiu traduzir as medidas masculinas de pessoais para
um padrão de roupa feita em fábrica.
A moda da classe média também se desenvolveu em estilos próprios diferentes
e com boa qualidade.
Nos anos 40 a produção de roupa barata e atraente estava cada vez mais
ligada ao desenvolvimento de métodos de fabricação modernos que envolviam
rapidez, estilo, qualidade e preço.
Durante a década de 50, com o fim do período de guerras mundiais, houve
uma melhoria nas condições de vida e com isso, o crescimento de uma
sociedade consumidora. Outro fator que contribuiu enormemente para o
desenvolvimento da industrialização de roupas foi o surgimento do mercado
voltado aos jovens estudantes.
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Na metade da década de 60, quase metade das roupas industrializadas era
destinada à faixa etária de 15 a 19 anos de idade. Esta mudança nos hábitos
de consumo da juventude foi um fenômeno de moda e ocorreu inicialmente na
Inglaterra, o que fez com que o desenho de moda inglês para o mercado de
massas começasse a liderar o resto do mundo.
O crescimento do mercado de moda se deu tanto para atender exigências das
faixas etárias como pela globalização, que estabeleceu um padrão de
elegância a nível global. Tal crescimento exigiu grandes reformulações nas
estruturas de trabalho e um grande aprimoramento no maquinário. A
modernização de todos os processos industriais continuou, introduzindo o
planejamento computadorizado das provisões, o desenvolveu do corte a laser e
o desenvolvimento, pelos japoneses, de máquinas que bordam até em tecidos
muito delicados, e hoje, até a alfaiataria de fábrica por encomenda utiliza agora
pontos feitos à máquina que imitam os aspecto do ponto feito à mão.
MÓDULO 3
3.A HISTÓRIA DA MODA (Séculos e décadas)
Modas de Paris em 1837.
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Following the Fashion (1794), caricatura de James Gillray: uma figura
valorizada pelos vestido curto então em voga, contrastando-a com uma
imitadora, que não ficou tão bem.
Moda é a tendência de consumo da atualidade. A moda é composta de
diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos.
Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas
no dia-a-dia. É uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e
sobretudo de se vestir ou pentear.
"Embora tenham sido encontradas agulhas feitas de marfim, usadas para
costurar pedaços de couro, que datam cerca de 40 000 a.C., ou mesmo
evidencias de que o tear foi inventado há cerca de 9 000 a.C., só podemos
pensar em moda em tempos muitos mais recentes. Ela se desenvolve em
decorrência de processos históricos que se instauram no final da Idade Média
(século XIV) e continuam a se desenvolver até a chegar ao século XIX. É a
partir do século XIX que podemos falar de moda como a conhecemos hoje
(POLLINI, 2007).
A moda nos remete ao mundo esplendoroso e único das celebridades.
Vestidos deslumbrantes, costureiros famosos, tecidos e aviamentos de ultima
geração. Não nos leva a pensar que desde a pré-história o homem vem criando
sua moda, não somente para proteger o corpo das intempéries, mas como
forma de se distinguir em vários outros aspectos tais como sociais, religiosos,
estéticos, místicos ou simplesmente para se diferenciar individualmente.
A moda passou por várias transformações, muitas vezes seguindo as
mudanças físicas e principalmente sociais que ocorreram dentro de um
determinado período.
A moda pode ser considerada o reflexo da evolução do comportamento. Uma
espécie de retrato da comunidade. É uma linguagem não verbal com
significado de diferenciação. Instiga novas formas de pensar e agir.
Para criar estilo, os figurinistas utilizam-se de cinco elementos básicos: a cor, a
silhueta, o caimento, a textura e a harmonia.
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A moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores
da sociedade - usos, hábitos e costumes - em um determinado momento. Já o
estilismo e o design são elementos integrantes do conceito moda, cada qual
com os seus papéis bem definidos.
A moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o
simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social,
sociológico. Pode-se ver a moda naquilo que se escolhe de manhã para vestir,
no look de um punk, de um skatista e de um pop star, nas passarelas. A cada
dia que passa o mundo da moda vem se superando e surpreendendo as
pessoas, com cores vivas, tendências novas, cortes inusitados e inovadores. A
moda proporciona aos que seguem uma tendência sempre inovadora e
ousada. Ela é abordada sempre, encaixa em qualquer assunto e é sempre um
meio de inspiração aos que a seguem.
Convém ressaltar que, deixando de lado a tendência etnocêntrica (na realidade
"eurocêntrica"), a qual ainda hoje é preponderante, devemos ter clareza de que
a moda, enquanto fenômeno, só se tornou "universal" em meados do século
XIX, com o advento da crinolina. Até então, cada povo possuía sua própria
maneira de se vestir e ornamentar, de maneira que conviviam diversas
manifestações e estilos numa mesma época.
Mesmo hoje, em que vivemos, sob o capitalismo hegemônico, a fase da
globalização, não se pode esquecer que o mundo muçulmano se constitui num
universo à parte, onde a burka e o chador ainda são amplamente utilizados e
onde populações inteiras, como a maior parte da Índia e as comunidades
indígenas, bosquímanas e aborígenes australianos, por exemplo, estão alijados
da produção e do consumo.
A nudez original - contextualização
Antes de nos determos em explanar sobre o vestuário, devemos - até por uma
questão cronológica - dissertar brevemente sobre a nudez, já que se constitui,
ainda que de forma involuntária, no primeiro modismo.
Dentre as várias formas de nudez que a humanidade experimentou (a nudez
como contingência da natureza, a nudez como realização do ideal do belo, a
nudez como forma de protesto, etc) podemos facilmente diferenciar as suas
primeiras expressões:"A nudez dos indígenas ou dos homens das cavernas
nada tem em comum com a nudez dos gregos e romanos. No primeiro caso
trata-se de uma contingência imposta pelas condições materiais de vida e
adaptação ao meio-ambiente, enquanto no segundo caso trata-se de uma
solução da ordem da estética, com amplo lastro da filosofia e da doutrina moral
então dominante.
Explicitando melhor as razões e a manifestação da nudez no homem primitivo
(primeira forma de nudez) podemos afirmar que:"Num momento em que a
cultura ainda não existia e que o ser humano era coletor e nômade, antes da
terceira glaciação, a nossa espécie era regida pela mesma lei que as demais
espécies animais, a seleção natural. Os indivíduos mais fortes e mais
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adaptáveis sobrevivem, enquanto os mais fracos e menos adaptáveis
transformam-se em alimento para animais maiores.
Alimentando-se de vegetais, frutas e tubérculos, vivendo em bandos e
migrando através das pastagens e savanas primitivas atrás de alimento, o ser
humano primitivo dava plena vazão aos seus instintos e, neste sentido, não
devia ter grandes escolhas em relação ao objeto do seu desejo. Tanto
indivíduos machos quanto fêmeas eram então completamente bissexuais, pois
não havia diferenças anatômicas tão marcantes em relação aos sexos e
também a busca constante de alimentos e a fuga de animais carnívoros
limitavam bastante as oportunidades de acasalamento.
Estes indivíduos evidentemente ainda não haviam estabelecido um vínculo
causal entre a cópula e a reprodução, ou seja, a razão pela qual as fêmeas
engravidavam e davam a luz era tão vaga para eles quanto a razão do sol
nascer aparecer e desaparecer no horizonte todos os dias. Num momento em
que o sexo estava desvinculado da reprodução não havia qualquer sanção
moral a qualquer modalidade sexual, até porque a moral ainda não havia sido
inventada.
Durante a terceira glaciação este panorama edênico se altera drasticamente;
grandes porções do planeta são cobertas pelo avanço das geleiras, o que
restringe o habitat humano. O homem tem de procurar abrigo nas cavernas e,
após descobrir o fogo, passa a se alimentar também de carne, tornando-se
caçador. Para suprir a falta de garras e de presas produz os primeiros
instrumentos de pedra, tornando-se artesão. Como subproduto da caça e da
sua nova dieta alimentar produz as primeiras vestimentas, utilizando o couro e
a pele dos animais abatidos. Além de proteger do frio, as roupas passaram
também a proteger a genitália, especialmente a masculina, que o fato do
homem ter se tornado exclusivamente bípede, tornara muito exposta,
vulnerável a impactos e atrito.
Um bom filme para ilustrar o período das primeiras incursões do homem
primitivo no período das cavernas é A Guerra do Fogo, de 1981. Ainda que os
produtores estadunidenses não ousem expor as personagens da tribo "menos
desenvolvida" nuas - como de fato elas deveriam estar - as vestimentas da
tribo "mais avançada" mantém alguma ligação com a realidade, como tem
demonstrado a arqueologia.
A "nudez" dos indígenas sul-americanos e dos aborígenes
Indígenas do Pará, ainda sem contato regular com o homem branco, 1894.
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Se considerarmos a produção de ornamentos como parte que compõe um
vestuário, os indígenas sul-americanos e aborígenes australianos não estão
realmente nus, pois utilizam - em doses fartas - de cores e de texturas em sua
pintura corporal, cocares, cintos, brincos e outros adornos.
Os "adereços" utilizados visam se constituir em atrativo e apelo erótico em
relação ao sexo oposto, têm função religiosa (ritual) ou social (no sentido de
danças e eventos de socialização da tribo).
O que fez com que o colonizador europeu julgasse estarem nus foi o fato de
que eles não tem, via de regra, nenhuma preocupação em ocultar a genitália.
Pelo contrário, várias tribos a valorizam, através do uso de uma espécie de
"estojo" peniano, ou então, tanto homens quanto mulheres, depilam-se e
utilizam adereços coloridos para valorizar a região pubiana.
Para ilustrar o choque cultural que se produziu do encontro entre brancos
(europeus) e indígenas sugerimos dois filmes, que estão entre as melhores
produções do cinema brasileiro: Como Era Gostoso o Meu Francês, de 1970, e
Hans Staden, de 1999. Em ambos os filmes entramos em contato com a
maneira de "vestir" (adornar) dos tupinambás, um universo colorido
engendrado pela fauna e flora tropicais, tão ricas em pigmentos (como o
urucum), fibras (como a juta) e materiais diversos para a confecção de adornos
e adereços (como as coloridas penas de araras e de tucanos).
Acreditamos que estes costumes estão inseridos num contexto muito maior,
que visa perpetuar as tribos, tanto enquanto singularidades como enquanto
culturas. Neste sentido, fica mais fácil a escolha do parceiro para a procriação,
e a genitália depilada (tanto masculina quanto feminina) tem uma conotação
mais higiênica.
Nos povos "primitivos", como vemos, a moda desempenha funções
evidentemente pragmáticas.
As vestes dos indígenas da América do Norte, Incas, Maias e Astecas
Ao contrário dos povos indígenas sul-americanos, os indígenas da América do
Norte sempre utilizaram roupas, no sentido contemporâneo do termo, apesar
de também utilizarem cocares e outros adereços.
O uso de vestimentas "tradicionais" (para nossos padrões, ocidentais e
cristãos) deve-se em parte ao clima temperado e em parte à proximidade em
relação a duas grandes e antigas civilizações: os Maias e os Astecas.
O filme O Homem chamado Cavalo, de 1970, é muito preciso na recriação das
roupas dos índios Sioux e Crow.[4] Tal como nos filmes brasileiros, citados no
tópico anterior, o filme mostra o choque entre duas culturas distintas (e por
vezes antagônicas) e a possibilidade de adaptação individual ou de síntese
cultural.
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As três grandes civilizações da América Pré-Colombiana (Incas, Maias e
Astecas) possuíam em comum o gosto pelas vestes elaboradas (tais como
túnicas, mantos e capas), a tecelagem bastante desenvolvida (no caso
específico dos Incas, utilizando-se inclusive da lã das lhamas e vicunhas) e o
fato dos trajes mais vistosos e coloridos serem destinados aos homens, bem
como brincos, bandanas, pulseiras e demais ornamentos. As vestes femininas
eram geralmente monocromáticas e de corte reto.[5]
Os quechuas e aymaras, na América do Sul, preservam ainda hoje muitos dos
hábitos dos antigos incas.
Na antiguidade
Como vimos, já no final da Pré-história os seres humanos passaram a se cobrir
com peles de animais para se proteger do clima e, com o tempo, essa proteção
foi se tornando cada vez mais sinônimo de poder e status. As pessoas
achavam que usar peles de animais estava na moda, cada vez se via mais.
Esta tendência foi sendo suplantada pelo uso de fibras naturais como o linho e
o algodão no Egito e a seda na China. Na Antiguidade Oriental as vestes
passaram a ser usadas para diferenciação social: as diferentes castas na Índia
usavam cores e padronagens diferentes, no Egito a veste do camponês era
apenas um perissoma (espécie de "fralda") feito de algodão enquanto os
sacerdotes e guerreiros usavam túnicas elaboradas e vários adornos e, desta
maneira, foram surgindo nas sociedades orientais várias formas de
indumentária e ornamentos, para que as pessoas pudessem ser facilmente
identificadas, em relação ao papel que desempenhavam.
Cerimônia do "abrir a boca", do Livro dos Mortos.
Os gregos, com o culto ao belo e o seu ideal de Paideia que consistia no
pressuposto de que "uma mente sã habita um corpo saudável" (que os
romanos traduziram por "mens sana in corpore sano"), desprezavam as
vestimentas. Os jovens do sexo masculino andavam nus a maior parte do
tempo - conforme podemos perceber ao analisar a estatuária e pintura grega mas tinham sempre uma espécie de manto ou capa ao ombro, para
solenidades cívicas ou para o interior das habitações.
Como as mulheres eram desvalorizadas, passando a maior parte do tempo
reclusas no gineceu, elas normalmente são representadas vestidas, com o
"peplos" jônico (Atenas) ou o "chiton" (ou quíton) dórico (Esparta). É facilmente
perceptível a diferença na representação masculina e feminina ao analisarmos
os padrões de Kouros e Kore.
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Com o helenismo, e a expansão das letras e das artes gregas por toda a bacia
do Mediterrâneo, as várias culturas se mesclam ocasionando uma mudança
nas formas de representação. No bojo da síntese formal helenística começam
a aparecer, pela primeira vez, mulheres representadas nuas, como é o caso da
famosa Vênus de Milo.
Afresco de Pompéia, representando um jovem.
Em Roma, profundamente mais democrática em relação ao gênero do que a
Grécia, as mulheres não apenas participam da vida cultural, como também das
solenidades cívicas. Há inúmeros exemplos na estatuária romana de
elaborados penteados e suntuosas vestimentas que identificavam as mulheres
patrícias.
Aos homens da classe senatorial (senadores, magistrados, tribunos) era
permitido o uso da toga, a qual ainda hoje é usada pelos juízes.
Os plebeus, tanto homens quanto mulheres, usavam trajes semelhantes aos
patrícios (sendo vetado apenas o uso da toga) mas não usavam ornamentos
indicativos de alta condição social, como os diademas, anéis e demais
ornamentos.
No período bizantino, onde o cristianismo já era a religião oficial do Estado,
proscreveu-se a nudez e as roupas tornaram-se nitidamente mais amplas e
mais longas, sendo que foram estas as vestimentas que deram origem aos
hábitos dos monges e freiras e às batinas dos padres. Dava-se valor, por
exemplo, às roupas na cor roxa, chamada "púrpura", pois essa cor era derivada
de um pigmento muito raro que só a nobreza tinha condições de adquirir.
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Corte do Imperador Justiniano, retratada em mosaico de Ravena.
Já os mais pobres usavam roupas na cor azul, que era feita com uréia,
encontrada em abundância, pois os tintureiros tomavam muitas bebidas
alcoólicas, faziam a urina em baldes, e essa era utilizada para tingir as peças
de tecido.[6] Os camponeses usavam ainda tons crus, o ocre e o terra.
Facilmente encontramos, em qualquer compêndio de química, como produzir a
cor azul através da uréia:
"Encontramos ainda na saliva substâncias que estão sendo excretadas e que
não possuem qualquer função na digestão tais como o sulfocianeto, o nitrito e a
uréia.(...)Colocar em tubo de ensaio 1 mL de saliva filtrada, duas gotas de
ácido sulfúrico diluído (10%) e duas gotas de iodeto de potássio (10%).
Desprende-se iodo que pode ser melhor observado pela adição de 1 mL de
goma de amido 1% levando ao desenvolvimento de cor azul."[7]
A moda na Idade Média
No início da Idade Média, isto é, na Alta Idade Média, as invasões bárbaras
levaram ao isolamento e à vida nos feudos, desagregando as cidades e
praticamente extinguindo o comércio em toda a Europa.
Dentro destas condições, as vestimentas passaram a ser produzidas
artesanalmente, com fibras naturais e em cores cruas, tornando-se raras e
exclusivas, apesar de extremamente básicas. A forma se assemelhava às
bizantinas e a elite, formada pelos guerreiros e sacerdotes, se distinguia dos
camponeses também através da vestimenta, a qual era colorida (normalmente
vermelho ou verde). As roupas eram confeccionadas em casa, evoluindo das
túnicas merovíngias (de comprimento até a altura dos joelhos, bordadas nas
pontas e amarradas por cintos) até as ricas vestimentas da época carolíngia,
com enfeites de brocado.
Com o passar do tempo os camponeses começaram a tingir tecidos em tom
azul, pois este é facilmente conseguido através da uréia.
A partir do século X, com o final das invasões e o renascimento comercial e
urbano, houve a formação das corporações de ofício, dentre elas as dos
tecelões e dos tintureiros, criando uma maior variedade, ou seja aumentando a
quantidade e a qualidade das roupas.
Com o desenvolvimento das cidades e a reorganização da vida das cortes, a
aproximação das pessoas na área urbana levou ao desejo de imitar.
Enriquecidos pelo comércio, os burgueses passaram a copiar as roupas dos
nobres. Ao tentarem variar suas roupas, para diferenciar-se dos burgueses, os
nobres inventavam algo novo e assim por diante.
Em termos de indumentária, também podemos falar do românico e do gótico
enquanto estilos válidos.
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Enquanto a Europa Ocidental variou as formas de vestuário, como vimos, em
contrapartida, a cultura oriental bizantina se manteve atrelada ao seu próprio
estilo.
Com o Renascimento existe a tentativa de copiar os trajes romanos da época
imperial mas, devido às contingências impostas pela época, o que as guildas
acabam por fazer é uma releitura da indumentária clássica, adaptando-a à
moral cristã então vigente, ao clima (sensivelmente mais frio do que havia sido
na época romana[9]) e aos recursos materiais e técnicos de que então se
dispunha.
Os camponeses, alheios à moda e aos modismos, continuarão a se vestir mais
ou menos da mesma forma até meados do século XIX.
A moda na Idade Moderna
Madame de Pompadour. Exemplo de elegância no Antigo Regime.
A idade moderna é a época que vai do século XV ao XVIII. É a chamada
"Época das Grandes Navegações", período em que a América foi descoberta e
a noção de um mundo em forma de quadrado do Medievo foi abandonada.
No início da Idade Moderna, há uma preferência nas cortes européias pelo
vermelho, as roupas mais refinadas levavam esta cor. O metódo de tingimento
utilizava o pau-brasil, extraído em larga escala no Brasil para atender a este
modismo.
Vários filmes tem figurinos inspirados pelos estilos diferenciados, que foram
criados e veiculados na Idade Moderna. Podemos citar A Rainha Margot, filme
francês de 1994, com Isabelle Adjani no papel título, dirigida por Patrice
Chéreau: logo na primeira cena (o casamento de Margot com Henrique de
Bourbon, interpretado por Daniel Auteuil) Margot está usando um modelo
maravilhoso, vermelho, de cetim, com uma gola alta e larga de renda a lhe
emoldurar o rosto; sua mãe, Catarina de Médicis (vivida por Virna Lisi), também
usa um modelo suntuoso, ao qual não falta nem mesmo o véu. Durante o filme,
vemos desfilar brocados (como no modelo magnífico, que ela usa para ir às
ruas, travestida em prostituta), rendas e sedas, em modelos ora com ousados
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decotes, ora com golas altas, inspiradas nos retratos de Rubens, Rembrandt,
Velásquez e Frans Hals.
Ambientando na mesma fase histórica (época da chamada Revolução na
Cristandade), Elizabeth, filme inglês de 1998, também traz vários exemplares
retirados das imagens deixadas pelos grandes mestres da pintura da época,
apenas que, por ser britânico, faz alusões também a Hans Holbein, pintor
oficial da corte de Henrique VIII, pai de Elizabeth. São vestidos em tecidos
"encorpados" e brilhantes, em tons de vermelho,amarelo e verde, com o
chamado ventre de corsa: o corpete acabando em bico na parte dianteira e a
saia se abrindo volumosa para os lados. Os homens usam as calças curtas (na
altura dos joelhos) e bufantes e uma espécie de "enchimento" para realçar a
genitália (moda lançada na época de Henrique VIII, o qual gostaria de passar à
posteridade como um rei viril). O figurino e os cenários da cena de coroação
foram inspirados em uma pintura da coroação da verdadeira rainha Elizabeth
I.[10]
Também recorrendo à obra de um grande mestre do período (desta vez
Vermeer) foi lançado em 2003, pelo Reino Unido e Luxemburgo, Moça com
Brinco de Pérola. Desta vez, vemos não apenas as roupagens suntuosas dos
aristocratas e o interior dos palácios, mas também burgueses (que se vestem
com roupas que afetam a forma geral dos trajes aristocráticos, mas são feitos
com material de qualidade inferior) e pessoas do povo (alheios à moda,
vestindo-se ainda como na época medieval).
No final da idade moderna, temos um grande personagem histórico que marca
a moda: Luix XV. Sua contribuição se dá basicamente pelo uso de salto alto,
algo inovador. Nesta época também é notável a presença de perucas,
babados, o estilo rococó aliado ao vestuário.[11]
Revivendo o luxo, o requinte e o glamour de Versailles, os Estados Unidos
lançaram em 2006 Maria Antonieta. Trata-se de uma alegada "biografia mais
humanizada" da última rainha da França no Antigo Regime. Este filme é
interessante de ser citado pois a Idade Moderna se encerra oficialmente com a
Revolução Francesa de 1789, em virtude da qual Maria Antonieta perde a
cabeça na guilhotina. Antes porém que sua real cabecinha vá parar em um
cesto, ela desfila vários penteados extremamente altos (que a cultura lusitana
costuma apelidar de ninhos de ratos), jóias e vestidos, em geral estampados,
em seda ou brocado.
A partir do século XVIII, com a chamada Revolução Industrial, iniciada na
Inglaterra, e a mudança do Capitalismo Comercial - Mercantilismo para o
Capitalismo Industrial a Moda deixa o seu caráter artístico/artesanal de lado e
passa a ser também inserida na rede engendrada pelo Mercado.
"...a consolidação da Revolução Industrial possibilitou a produção em larga
escala de bens de consumo, como roupas, tecidos e calçados. Dentro de um
universo mais comunicativo, todo o mundo passou a adotar o estilo europeu
para a moda, em todas as camadas sociais, apenas adaptando-as para seus
climas e crenças religiosas."[12]
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A moda no século XIX
Evolução da Moda Feminina, de 1794 a 1887.
O século XIX se inicia com a emolução do Império Romano, por parte da corte
de Napoleão Bonaparte, o qual se faz inclusive coroar Imperador pelo papa Pio
VII em 1805. Dentro do clima generalizado de "revival", a moda desempenha o
seu papel ao livrar as mulheres, de uma só vez, dos espartilhos, anáguas,
armações para saias e anquinhas: era o "Estilo Império".
Com a derrota definitiva de Napoleão, o Congresso de Viena e as várias
restaurações monárquicas, dele advindas, há um anseio pela "volta à ordem" e
a década de 1830 adotará um perfil mais romântico, com saias mais amplas e
grandes mangas bufantes, embora o comprimento das saias ainda fosse
ligeiramente mais curto.
Na década seguinte, a tendência romântica se consagra e a silhueta feminina
vai afetando a forma de um sino, ou uma flor invertida, o foi consagrado com o
advento da crinolina.
As crinolinas marcam o momento em que surge a indústria da moda
propriamente dita, sendo este o primeiro modismo que poderíamos chamar de
"universal": foram usadas de 1852 a 1870, em lugares tão diversos quanto a
Nova Zelândia (assistam ao clássico filme O piano e vejam a protagonista fazer
uma tenda com a sua anágua crinolina, sob a qual pernoitam ela e a filha) e o
Brasil (assistam Mauá - O Imperador e o Rei e vejam May, interpretada por
Malu Mader, entreter-se em girar a sua crinolina), a França e o México, os
Estados Unidos (basta assistir ao clássico E o vento levou e ver o quanto as
crinolinas marcam o estilo do sul dos Estados Unidos) e as colônias européias
da África e Ásia, conforme retratadas no clássico O rei e eu por exemplo.
Podemos aludir a uma anedota, que Gilda de Mello e Souza[13] alude apenas
por alto, que explica o surgimento das crinolinas e demonstra a ligação destas
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com a indústria: Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a
França de 1848 a 1852 como presidente da República e de 1852 a 1870 como
imperador. Ele era casado com a belíssima nobre espanhola Eugênia de
Montijo, mulher de sangue quente e que detestava o desconforto produzido
pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas para armar as saias na corte.
estilos de moda em 1822.
Havia uma fábrica de espetos, em processo de falência, chamada Peugeot. Um
belo dia de julho de 1854 a fábrica recebeu a ilustre visita da imperatriz que
lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos aros
de arame de aço e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito
mais leve e mais arejada, a crinolina.
A Peugeot foi salva da falência (após 1870 ela passou a produzir guardachuvas, depois bicicletas até chegar aos automóveis), a França tornou-se líder
mundial inconteste no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a
estar associado, para todo o sempre, às “maisons” de alta costura.
Em 1870, com a derrota de Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III) na Guerra
Franco-Prussiana a 3ª República adota o estilo "princesa" e a partir de 1880
vemos se repetirem, até o final do século, tendências e estilos esboçados em
momentos anteriores. as crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas
pelas tournures ("anquinhas") que armavam apenas a parte traseira das saias
e vestidos. Estas, foram usadas até o final da década de 1880.
A virada do século
A década de 1890 reviveu a de 1830 e a moda do século XX, até o final da
Primeira Guerra Mundial, em nada se diferenciou da moda do século XIX.
"...no inicio do século XX a Europa vivia uma intensa transformação de valores
e costumes, ninguém mais do que Paul Poiret soube enxergar o que esta nova
época desejava em matéria de vestimenta. Com apenas 24 anos, Poiret abriu
sua própria Maison. Inspirados pelos Balés Russo e pela atmosfera Oriental,
realizou roupas que mudaram a silhueta feminina e a História da Moda. Em
1906, um vestido marcou a nova silhueta, não mais apertada, espremida pelo
espartilho. Poiret ficou conhecido por liberar as mulheres desse incomodo
acessório. Para a mulher que precisava usar todos os dias o apertado
espartilho, foi uma revolução (POLLINI, 2007).
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A influência oriental na moda de Poiret é evidente. O mestre inspirava-se
também no folclore e na história. Os tecidos são finos e delicados. Poiret
gostava de utilizar seda e cetim, finas musselinas, bem como tecidos tipo véu e
tule. Além do mais, as suas criações eram um verdadeiro festival de cores:
vermelho e cor de rosa brilhante, verde e amarelo, por vezes, alguns tons
intensos de castanho, isto numa época em que as senhoras se costumavam
vestirem tons discretos com a cor de malva, o cinzento e o azul (LEHNERT,
2001).
As feministas decretam o fim do espartilho. A guerra e a urbanização pedem
roupas mais práticas e de volume menor: saias no tornozelo e botas de cano
alto.
Até 1914 a moda manteve-se estática. Mas, depois disso, com o advento da
Primeira Guerra Mundial, as sufragistas, as epidemias, o desastre com o
Titanic e a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando
reflexos na moda.
Nessa época surgiu o soutien, criado por Mary Phelps.
A Primeira Guerra Mundial veio provocar um corte em todos os movimentos
artísticos, e não apenas na moda. Tal como os escritores e os pintores,
também muitos estilistas forma mobilizados ou alistaram-se voluntariamente
(LEHNERT, 2001).
Durante a Primeira Guerra, as mulheres tiveram de assumir trabalhos que
antes eram exclusivamente desempenhados por homens, o que impulsionou
de certa forma uma nova postura da mulher. E ainda, o Jazz, o Charleston e as
novas descobertas cientificas (que encorajavam a pratica de esportes e
passeios ao ar livre) contribuíram para, de repente, a moda dar um pulo:
subitamente, a silhueta mudou, o cabelo mudou, a altura das saias mudou, os
costumes mudaram. Foi um período de retumbante liberdade, e para as
mulheres, uma redescoberta: a silhueta passou a ser tubular, e a cintura, os
quadris e os seios não eram mais evidenciados, ao contrário, eram utilizadas
cintas e malhas que “igualavam” a silhueta (POLLINI, 2007).[14]
A moda nos anos 1920
Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já
mostram mais as pernas e o colo. Na maquiagem, a tendência era o batom. A
boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as
sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele
bem branca.
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Moda de 1925.
Foi a época de Hollywood em alta, e a maioria dos grandes estilistas da época,
como Coco Chanel e Jean Patou, criaram roupas para grandes estrelas.
Foi uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazzbands e pelo charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, que
frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o
espírito da também chamada Era do Jazz.
A silhueta dos anos 20 era tubular, os vestidos eram mais curtos, leves e
elegantes, com braços e costas à mostra. O tecido predominante era a seda.
Os novos modelos facilitavam os movimentos frenéticos exigidos pelo
charleston - dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos
joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu,
até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais
popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os
cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado. A mulher sensual era
aquela sem curvas, sem seios e com quadris pequenos. A atenção estava toda
voltada aos tornozelos.
A sociedade dos anos 20, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os
cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como
Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks. As mulheres copiavam as roupas e os
trejeitos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford. A cantora
e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço em suas
apresentações, sempre em trajes ousados.
Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao
ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo
aos mais conservadores. Foi a época da estilista Coco Chanel, com seus
cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos
curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra,
sempre com muito sucesso.
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Evolução esquemática da moda do início do século XX à década de 60.
Figurinistas da década de 1920
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Jacques Doucet (1853-1929), um figurinista francês, em 1927, subiu as
saias para mostrar as ligas rendadas.
Coco Chanel criou a moda dos cortes retos, capas, blazers, cardigãs,
colares compridos, boinas e cabelos curtos.
Jean Patou, estilista francês teve o foco na criação de roupas esportivas.
Inclusive para a tenista Suzanne Lenglen. Também revolucionou a moda
da praia com seus maiôs.
Décadas de 30 e de 40
Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929,
quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua
história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda
a economia dos Estados Unidos e, consequentemente, do resto do mundo. Os
anos seguintes ficaram conhecidos como a Grande Depressão, marcados por
falências, desemprego e desespero.
No plano político, a recessão econômica levou ao conservadorismo e à
ascensão de líderes totalitários: Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália, Salazar
em Portugal, Franco na Espanha, Stalin na União Soviética e Getúlio Vargas
no Brasil.
A reboque, a moda viu-se forçada a uma "volta à ordem". Após os "loucos anos
20", a década seguinte vê os vestidos voltarem aos calcanhares, os decotes
diminuírem e os sapatos quase se tornarem as "botinhas" de 1900.
Os homens ganharam ternos desestruturados, normalmente de linho, de
ombros estreitos e calças mais curtas e mais justas.
Um bom filme a ser assistido, para quem desejar ver ilustrada com precisão a
mudança de paradigmas estéticos da década de 20 para a de 30 é Tomates
Verdes Fritos, filme estadunidense de 1991 que retrata com extrema
sensibilidade o período. Aos poucos vemos os vestidos vaporosos darem lugar
aos mais "pesados" (e mais fechados), os sapatos de saltos altos com
pulseirinha no tornozelo serem substituídos pelos mais baixos e bem fechados,
como "botinhas", e os cabelos curtos à garçonne darem lugar aos longos,
presos em coque na nuca.
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Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o guarda-roupa, tanto masculino
quanto feminino, ganha formas e cores militares: os ombros se agigantam (o
"poder"), a cintura se estreita e as cores tendem para o sépia, o bege e o verde
musgo. Carmen Miranda lança a moda das plataformas e arrebanha adeptas
em todo o mundo.
A moda dos anos 40 foi esplendidamente compilada nos figurinos de filmes
como Casablanca, de 1942 e Gilda, de 1946.
Década de 50
O fim da Guerra e a emergência dos Estados Unidos como líderes incontestes
do mundo ocidental levaram a uma onda de otimismo sem precedentes.
É a época de ouro das multinacionais, de Hollywood e da moda "made in USA"
no caso o "new look", criado por Christian Dior mas repaginado e divulgado por
centenas de filmes de divas como Marilyn Monroe e Jane Russell. Por um curto
espaço de tempo, a Argentina também terá a sua diva, na figura da primeira
dama, Eva Perón.
As saias são amplas, em godê guarda-chuva ou balonê, revivendo um pouco a
época das crinolinas. Os tecidos brilhantes e "encorpados" como o tafetá e o
cetim convivem com o crepe de seda, o tule e o jersey. O bolerinho volta a ser
usado, bem como o redingote.
Na moda masculina, a tendência são os topetes, as calças com pregas, a riscade-giz e os sapatos com a ponta afilada. Os jovens mais ousados imitam
James Dean e Marlon Brando, passando a usar gibão de couro, camiseta
branca e calça de brim, a qual ainda não é chamada jeans.
Além dos próprios filmes da época, como Os Homens Preferem as Loiras e
Como agarrar um milionário de 1953, O pecado mora ao lado e Ladrão de
casaca de 1955, O Sorriso de Mona Lisa, de 2003 é um bom filme para
analisarmos as modas e os modos da alta burguesia do nordeste dos Estados
Unidos (Nova Inglaterra) entre os anos de 1953 e 1954: estão em pleno uso os
soutiens de bojo, as cintas e modeladores, as saias godê em várias
padronagens, bem como o duplo padrão de moralidade (onde, a exemplo do
que acontecia no Brasil Colonial [15] ao homem tudo era permitido, em se
tratando de sexo e sexualidade, e à mulher "de família" tudo era ocultado,
tolhido e negado) e a hipocrisia social (onde todos fazem "vistas grossas" aos
"pecadilhos" dos bem nascidos, mas não perdoam nem mesmo o menor
deslize dos subalternos) tão característica daquela forma de sociedade.
Décadas de 60 e 70
No seu viés elegante, a década de 60 foi marcada pelo uso do scarpin,
algumas vezes com salto carretel, e o "tubinho", de corte reto, clássico legado
de Madame Chanel, comprimento acima do joelho. Os cabelos eram usados no
corte/penteado "gatinha", mesma denominação dada aos óculos de forma
amendoada e com os cantos exteriores proeminentes.
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Os homens usaram (pouco) o terno bem cortado, de modelagem definida mas
sem exageros e (muito) a calça jeans (já conhecida por este nome) e a
camiseta. Os topetes continuaram em alta.
No viés "rebelde" ou "revolucionário" tivemos o movimento hippie.
Hippies.
Na imagem ao lado vemos dois hippies que veiculavam a consígnia "paz e
amor", lemas da época. Usavam por cores alegres e estampas floridas,
demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom humor, como
também a liberdade de expressão perante o regime ditatorial em países como
o Brasil, Chile e França.
A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco
estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou
mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar.
Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com
caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel.
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e
em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra
sintética, o kanekalon.
Nos anos 70 o Movimento hippie foi absorvido pela mídia e passou a ser "mais
uma tendência", nas batinhas indianas, tecidos florais (a chita voltou com tudo)
e bijuterias falsamente artesanais. Usou-se a "boca-de-sino" e a "pata de
elefante", que eram calças com as pernas muito largas, e o tropicalismo trouxe
de volta as plataformas (agora usadas para ambos os sexos) e os turbantes e
"balangandãs" de Carmen Miranda. Usaram-se combinações de cores bastante
insólitas, como o roxo com laranja e o verde com roxo.
A partir de 1975, com a onda "disco" e o surgimento das danceterias, que na
época se chamavam discotecas, voltaram as sandálias de salto agulha (agora
usadas com meias curtas e coloridas de lurex) e a saia "evasê". Surgiu a
"frente-única" e o vestido de "lastex". O cabelo black power era a sensação do
momento.
Foi na década de 70, em Berlim, que surgiu o Movimento Punk, que marcou
profunda e decisivamente a moda, a música e o comportamento. Grande
expoente deste movimento, a ex-cantora de ópera, Nina Hagen.
"Hair" - Moda e Modismos Hippies
"Hair foi originalmente um musical da Broadway, lançado em 1967, no bojo da
contra-cultura , do pacifismo e da contestação à Guerra do Vietnã, sob os
"slogans" do "PAZ E AMOR" e "FAÇA AMOR, NÃO FAÇA A GUERRA"
veiculados pelo movimento hippie. O título do filme, "cabelo", refere-se aos
longos cabelos da maioria de suas personagens e que, na época, eram uma
forma de contestação aos valores sexistas da sociedade tradicional, além de
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uma manifestação da estética adotada pela juventude . HAIR, produzido na
década de 1980, é o fiel retrato de uma época em que se consolida o “poder
da flor” e que, pela primeira vez na história, os jovens do mundo todo
assumiram uma postura crítica e ativa: já não eram mais os jovens “rebeldes”
da década anterior (1950), eram jovens genuinamente revolucionários. A sua
atitude deixou de ser pautada por um pacifismo apenas conformista, deixou de
ser passiva e desengajada, a sua crítica passa a ter consistência. Em várias
partes do mundo os jovens demonstram que já tem consciência de sua própria
força, participando nus no “Central Park” de manifestações contra a Guerra do
Vietnã (1968) ou então de manifestações em prol dos direitos civis dos negros
no sudeste dos Estados Unidos e contra o “Apartheid” na África do Sul. O que
nós podemos vislumbrar, além dos conflitos internos intrínsecos das
personagens, é o conflito social e o choque cultural inerente a esta época, o
que nos faz afirmar que existe uma grande dose de universalidade no filme
HAIR, pois os ideais de seus jovens personagens são também os ideais de
todos os nossos jovens que resistiram à ditadura e que procuraram
democratizar as relações intersexuais , questionando os papéis homem/mulher,
interaciais, religiosos e políticos."[16]
Anos 80 e 90
Os anos 80 e 90 constituíram-se num "revival" de várias épocas passadas:
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O vestido de noiva de lady Diana, cujo casamento foi assistido ao vivo,
via satélite, por milhões de pessoas ao redor do mundo, foi um
"lançamento oficial" do estilo chamado de "New Romantic", o qual usou
e abusou dos babados, laços, fitas e rendas.
Todo o figurino do filme futurista Blade Runner: o caçador de andróides,
de 1982, trazia os ombros ultra estruturados e os terninhos em estilo
militar da década de 40 (o "poder").
Nestes anos Meryl Streep estelou três filmes de época, sendo dois
consecutivamente: A mulher do tenente francês em 1981 e A escolha
de Sofia em 1982. Ainda na onda "revival", estrelou também Entre dois
amores em 1985.
O filme italiano La Chiave (A Chave), de 1983, dirigido por Tinto Brass,
que trazia Stefania Sandrelli no papel principal, revive de maneira
nostálgica a elegância da Itália no início do fascismo.
Os filmes De volta para o futuro,[17] de 1985 e Dirty Dancing-ritmo
quente, de 1987 traziam de volta o glamour dos anos 50. Estes filmes
alavancaram a volta das saias godê guarda-chuva e balonê, do tafetá e
do crepe de seda, além dos famosos bolerinhos (espécie de
casaquinhos curtos, em geral com meia manga, ou manga três quartos).
Em Peggy Sue: seu passado a espera, de 1986, dirigido por Francis
Ford Coppola, Kathleen Turner retorna a 1960, tendo a chance de
modificar o seu futuro, ao decidir se deveria se casar ou não com
Nicolas Cage, de quem ela está se divorciando em 1985. O vestido de
noiva de Peggy Sue, um clássico, trouxe de volta a moda noiva de 1960.
Também de 1986, Veludo Azul, de David Lynch, utilizando-se de música
homônima de Bobby Vinton para compor o título, tem evidentes ligações
com a moda. A personagem principal, uma cantora de salão mantida
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prisioneira por um psicopata, usa modelos clássicos e glamourosos da
década de 50, inclusive um tomara que caia em veludo azul, o qual
confirma a tendência geral da época.
O clássico ...E o vento levou, de 1939, foi relançado em versão
restaurada. Houve um seriado televisivo, Scarlet, lançado nesta época,
que se propunha a ser a continuação da história. Ambos os eventos
reforçaram a tendência geral às saias rodadas e mais volumosas, aos
babados e aos bolerinhos.
Para o clip da música Material Girl a pop star Madonna realizou uma
releitura de Marilyn Monroe cantando "Diamonds are a Girl's best
friends" em Os Homens Preferem as Loiras, de 1953. O tomara que caia
ajustado ao corpo, de cetim foi bastante copiado.[18]
Nos anos 80 eram comuns "festas dos anos 50" ou "festas dos anos 60",
com muito twist e rock and roll, dando origem a várias bandas nacionais,
como a Blitz. Já nos anos 90 a febre foram as "festas dos anos 70", com
muito colorido, preponderando o laranja e o roxo e ressurgimento do
New Wave.
Início do século XXI
No início do século XXI a moda parece marcada por duas máximas: "nada se
cria, tudo se copia" e "a moda vai e vem". Ao invés de divas do cinema ou da
música, os carros-chefes são as drag-queens, que comandam o mundo fashion
de dentro dos seus guetos, que são as grandes casas noturnas, espaços
concorridos como as Paradas Gays e mesmo alguns espaços na televisão.
Neste sentido, é emblemática a trajetória de Ru Paul, Nany People, Dimmy
Kieer, Léo Áquilla, Salete Campari e Silvetty Montilla.
Dentro do paradigma estético adotado, vêm crescendo a tendência à
customização e à reciclagem de materiais, buscando o desenvolvimento
sustentável, também no campo da moda.
Para não dizer que não há novidades, existem ainda vários movimentos da
juventude, como a estética Clubber, o underground e a cultura hip hop, mas
sempre ligados ao universo das baladas e casas noturnas. Neste contexto,
acentuou-se muito a difusão da tatuagem e do piercing.
No dia a dia porém, para as atividades do cotidiano, não se notam sensíveis
diferenças em relação ao "revival" efetuado pelas duas décadas anteriores.
Imagens:
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Década de 10
Década de 20
Década de 30
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Década de 40
Década de 50
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Década de 70
Década de 80
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MÓDULO 4
4.VOCABULÁRIO DE MODA
Neste módulo apresentaremos termos, palavras e expressões usadas por
estilista, modelistas, produtores de moda, consultores de moda, modelos,
enfim, por todos os profissionais da área.
Acrílico: fibra sintética leve, macia e quente para o inverno ou fria, macia e
semelhante ao algodão para o verão.
Algodão/Cotton: uma das principais fibras têxteis, comercializada em escala
mundial.
Alta Costura: Coleções de moda destinadas roupas de alto luxo, feitas com
exclusividade. Os tecidos e os vestidos são sempre realizados pelos estilistas
mais prestigiados do mundo, personagens de um circuito fechado e elitista.
Anatômico: vamos aproveitar o dicionário para explicar a diferença entre
anatômico e ortopédico. Como a moda anda rondando estas qualidades, é bom
saber que uma peça é anatômica quando segue a forma do corpo. E é
ortopédica quando pretende consertar, retificar, colocar na posição certa
alguma parte do corpo. Em geral, temos sandálias anatômicas, quando o
solado segue a forma do pé (vide Birkenstock). E sapatos ortopédicos são
corretores de arco, pé chato, etc (vide Dr. Scholl).
Anti-fit : (diga: “antifít”. Apesar de que em alguns estados americanos há quem
diga “antaifít”) quer dizer sem forma justa, ou largo.
Barroco: Com a crise da sociedade renascentista (pós-Idade Média), na qual a
arte era, basicamente, o centro de tudo, o Barroco surge procurando solucionar
os novos dilemas do homem através da volta a uma intensa religiosidade
medieval e da eliminação dos conceitos renascentistas de vida e arte. No
Barroco, a arte eclesiástica deseja propagar a fé católica. Para isso, inúmeras
igrejas, capelas, e estátuas de santos são construídas. A arte sacra fala aos
fiéis com eficácia, mas evita aproximações, conferindo um caráter solene à
obras. Na moda, o Barroco é seguidamente retomado por meio de peças que
lembram o clima eclesiástico e o estilo medieval (tons pastéis, tecidos rústicos,
mantôs, capuzes, capas, casacões, batas pesadas, especialmente no inverno).
Básico: a palavra diz tudo. Estilo descompromissado de vestir, que abusa de
roupas simples e de cores neutras ou primárias.
Beatniks, ou Geração Beat: Movimento literário surgido nos anos 50 na
Califórnia, nos Estados Unidos, que rompia com a literatura estabelecida em
nome de uma narrativa mais ágil e coloquial, que refletia a vida de jovens de
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espírito aventureiro e rebelde. Procure pelos magníficos escritores Jack
Kerouac (Pé na Estrada, On the Road, talvez o título mais marcante), Allen
Ginsberg e Willian Burroughs. Na moda: rebeldia, jeans, camiseta e botas ou
tênis, tudo muito básico, que é pra pegar a estrada e viver a vida!
Body suit: roupa colante, ajustada ao corpo, ressaltando os contornos.
Bottom: parte inferior dos corpos e roupas. Saias, calças, bermudas, shorts...
Brocado: tecido jacquard com desenhos em relevo realçados por fios nobres,
como de ouro ou de prata. A palavra tem origem na francesa "broucart", que
significa ornamentar.
Bustier: que cobre o busto. Pode ser curto como um sutiã ou comprido como
espartilho.
Backstage: em inglês, “back” é atrás: “stage”, é palco. Portanto, atrás do palco
só pode ser o camarim.
Baggy* (diga “bégui”): palavra inglesa, na moda designa a calça com folga nos
quadris. Foi moda nos 80, e ficou no guarda-roupa brasileiro muito mais tempo
do que nos outros países; quando viajava, o turista brasileiro era reconhecido
pelo corte fofo das calças jeans.
Barbarella personagem de cinema, de filme do mesmo nome do diretor
francês Roger Vadim, com a americana Jane Fonda no papel da heroína sexyfuturista.
Bistretch (diga “bistretch”): diz-se do tecido que tem fio elastano em dois
sentidos, no horizontal e no vertical.
Boudoir Allure (diga: buduar alirre) _ em francês, é a atitude de quarto, mania
que está pegando desde o desfile de outubro 97 de Dior by John Galliano. Na
prática, são roupas que lembram roupões, camisolas, baby-dolls. Gênero Hilda
Furacão…
Boyish: Em inglês, significa 'ameninado', ou seja, que tem elementos
masculinos. Bons exemplos: coletes, gravatas, camisetas larguinhas, etc. Use
peças boyish com outras mais femininas.
Brandenburgos* (aportuguesamento de “brandenbourg”): são arabescos de
couro ou passamanaria, que no século 17 eram usados nas fardas dos
solados, durante o reinado de Luis 14. O nome deriva da cidade alemã de onde
vinham as passamanarias, de Brandenbourg.
Briefing :é um conjunto de informações, uma coleta de dados passadas em
uma reunião para o desenvolvimento de um trabalho, documento, sendo muito
utilizadas em Administração, Relações Públicas e na Publicidade. O briefing
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deve criar um roteiro de ação para criar a solução que o cliente procura, é
como mapear o problema, e com estas pistas, ter idéias para criar soluções.
Canelado: possibilita ajuste perfeito ao corpo com liberdade de movimentos.
Tecido que combina elasticidade e alongamento, tipo stretch. A textura imita
um listrado vertical ou horizontal em alto relevo.
Cânhamo: o tecido de cânhamo é feito a partir da planta Cannabis sativa, a
popular maconha. O caule possui fibras industrialmente importantes,
conhecidas como cânhamo. É uma fibra mais rígida que o linho, gerando um
tecido próprio para bolsas, mochilas, tênis, cortinas, cordas, redes de pesca e
lonas.
Cardado, fio: o fio cardado é mais rústico, pois não passa pela penteadeira e
tem fibras curtas, o que facilita a formação de bolinhas e defeitos na
regularidade do fio.
Cardigan: casaco ou suéter tricotado, geralmente de lã, sem gola, com ou sem
mangas.
Cargo: modelos baseados em uniformes militares ou de serviço. Cheios de
bolsos e com algumas amarrações ou zíperes, são muito úteis para serviços ou
esportes radicais. Modelagem ampla, confortável e casual.
Casimira: tecido encorpado de lã.
Casting: é o doloroso processo de seleção de modelos. Espécie de "paredão"
no qual, muitas vezes, a fita métrica é o carrasco. Se está fora do padrão (de
cintura, quadril, busto...), a modelo é descartada sem dó nem piedade. No final,
resta o conjunto de modelos escolhidas para fazer um desfile, campanha
publicitária ou ensaio de moda para revistas, jornais ou sites especiaizados.
Casual: esportivo, básico, descompromissado, descontraído, ocasional.
Catwalk: é o caminhar da(o) modelo na passarela.
Chamoix: tecido de matéria-prima, mas principalmente de algodão, com
acabamento tipo flanelagem que confere um aspecto de veludo ou pele de
camurça à pela.
Changeant: tecido que muda de cor, semelhante ao Furta-Cor.
Chiffon: origina-se na palavra francesa que significa trapo. Tecido muito fino e
transparente de seda ou de fibras químicas (poliéster ou poliamida), com fios. A
palavra chiffon utilizada com o nome de outros tecidos denota leveza: crepe
chiffon, tafetá chiffon, veludo chiffon... Cós: tira de pano para arrematar calças
e as saias no local da cintura.
Cotelê: listas em relevo e rasas, que se alternam.
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Crepe: Tecido granulado com toque áspero (crepe em francês significa
crespo).
Cristal Swarovski: cristais austríacos lapidados um a um. A indústria produz
em média de 3 milhões de cristais por dia para alimentar o mercado mundial.
Cru: nome dado a tecidos, geralmente de algodão, com aspecto rústico.
Cache-coeur:já falei? (diga Caxe-quer) é a blusa inspirada na roupa de aula
das bailarinas. De malha ou tricô, cruza na frente, amarra na cintura ou abaixo
do busto.
Capri (diga Cápri) calça curta, uma corsária alongada, em geral com abertinho
na barra.
Capsule Collection (diga quépsul colécchon) é a coleção pequena, uma
cápsula, desenvolvida sem estação definida, para uma marca própria ou alheia.
Cardigan (diga cardigã): casaco de malha, decote em V.
Cargo: as roupas inspirados no estilo militar, com bolsões chapados laterais.
Cinco-bolsos _ como a moda chama as calças tradicionais de jeans, que têm
dois bolsos grandes e um pequenininho para moedas na frente e dois
chapados atrás.
Chamois couro macio e fino, em geral de cabra ou carneiro.
Cleansing (diga “clínssin”): significa limpeza.
Cool (em inglês; frio. Pronúncia original: cuul, com u longo. Mas em Paris, é
cuule, acabando em e rápido) em moda e em comportamento, define o estado
indiferente, que não faz questão de nada, nem liga para ninguém. Atitude
calma e distante. Esta no auge da moda, como seqüela do minimalismo, que
era um pouco demais para a maioria do consumo. Em Paris, diz-se de uma
roupa meio espalhafatosa: “é, tem muitos detalhes, é muito colorida.’ E
completa-se com um sorriso de desculpas, “Mas é cool”.
Cool Wave (diga cul uêive): é um dos perfumes do desodorante da Gillette,
significa “onda fria”.
Coulissé (diga “culissê) é “franzido”, “puxado com fio” em francês. Na moda,
designa a barra apertada por cadarço roliço ou rolotê grosso. É o acabamento
franzido por tira embutida na barra. Usa-se mais desfeito. Se amarrar, fica um
horror.
Corner (diga córner): em inglês, pode ser canto, esquina, ângulo.
Crispy:crespo, no literal, que encrespa. Um frio daqueles secos, que arrepia, é
crispy. Um linho que parece buclê, também é crispy _ seco e emboladinho.
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Cuissarde bota decano acima dos joelhos. Ou no meio das coxas (“cuisse”,
em francês).
Dark: do inglês escuro. Refere-se tanto ao movimento cultural (incluindo a
moda) gerado a partir de grupos de rock dos anos 80 que faziam um som
introspectivo e, por vezes, depressivo, como The Cure, Joy Division, Bauhaus,
Sisters of Mercy e Siouxsie & the Banshees, quanto às cores em tons mais
escuros: azul dark (dark blue), brown dark (marrom dark)... Dark é confundido
com gótico (cultura gótica, som gótico, estilo gótico), mas não tem o mesmo
significado.
Dégradé: tecido no qual o tom da cor muda, gradativamente, de escura para
clara. O dégradé pode ser obtido com brilhos de intensidade diferentes.
Délavé: lavagem estonada para clareamento com alvejante químico, deixando
o tecido com um visual mais macio.
Denim: tipo de jeans , antigamente fabricado na cidade francesa de Nimes. O
denim azul índigo teria sido utilizado nas antigas caravelas.
Desgaste localizado: acabamentos feitos peça por peça com efeitos diversos,
como o detonado (de esmeril, dando picotes na peça antes de lavar), o used
(uso de pistola para clarear uma parte determinada), o lixado (processo manual
de abrasão com lixa para desgastar o tecido em local específico).
Destroyed: lavagem parecida com a estonagem, porém com enzimas que
corroem a fibra levemente, deixando a peça com aspecto destruído.
Devoré: tecido que apresenta desenhos com efeitos de transparência,
produzido a partir de produtos corrosivos que destroem a fibra.
Drapeado: uma peça drapeada apresenta ondulações, dobras ou pregas.
Dry Fit: tecido feito com poliamida e elastano (supplex) que proporciona
conforto propício para peças de esporte, que exigem facilidade para a
transpiração do corpo. Peça com Dry Fit tem a capacidade de tirar o suor do
corpo e transportá-lo para fora do tecido.
Damier: tabuleiro de jogo de damas, em francês. Nome da estampa de
quadrados em um tom de marrom e outro bege, da Louis Vuitton.
Déjà-vu (diga dêjávi, fazendo biquinho no i): já visto, uma expressão bem
comum. Muito expressiva, menos agressiva que dizer que algo é “batido”.
Desconstruído: em moda, identifica a roupa com modelagem clássica, que é
desmanchada e refeita, desviando dos padrões originais.
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Duffle-coat* (diga “dafol-cout”); palavra inglesa para o casaco todo pespontado
de lã grossa, rústica, que era feita na cidade de Duffel , na Bélgica. Em geral,
tem capuz, grandes bolsos e brandenburgos de tecido como fechos (ver
“brandenburgos“).
Elastano: tecido artificial conhecido como lycra e produzida com fibras
químicas com maior capacidade elástica.
Entretela: tecido resistente (duro) que se coloca entre o forro e o tecido de
uma peça para lhe dar consistência ou para torná-la armada.
Enzime Wash: dá aspecto envelhecido ao tecido. A lavagem enzimática é feita
a 40º C por 60 minutos. Depois, o tecido passa por um processo de
amaciamento.
Estonagem: processo de lavagem de peças ou tecidos em tambores com
pedras de argila chamadas sinasitas. Durante a lavagem, as pedras entram em
atrito com as peças, deixando-as com aspecto de usadas.
Early Bird (diga êrli bêrd): significa pássaro madrugador. Expressão usada nos
EUA para os que chegam mais cedo. Principalmente nos estacionamentos de
Manhattan, os early birds ganham bons descontos nas diárias.
Ébène (diga êbéne): em francês, quer dizer ébano, a madeira negra.
Espinha-de-peixe: tecido de terno tradicional, com trama em zig-zag. Em
francês é conhecido como “chevron”, em inglês, é “herringbone”.
Estruturado: vem de estrutura, claro. Em moda, usa-se para as roupas com
corte e montagem certa no corpo, ou que remodele o corpo com artifícios de
corte. Em geral, está presente na alfaiataria, nos blazers e casacões.
Evasé: (palavra em francês. Diga êvasê) significa a forma que abre, como uma
cúpula de abajur. Vista primeiro nas saias de Courrèges nos anos 60, agora
nos anos 90 volta à moda.
Fiação: processo final de transformação das fibras em fio. O objetivo da fiação
é transformar as fibras individuais em um fio contínuo, coeso e maleável.
Fibra: estrutura de origem animal, vegetal, mineral ou sintética parecida com
pêlo.
Fibras artificiais: o processo de produção das fibras artificiais consiste na
transformação química de matérias-primas naturais. Exemplo: a viscose passa
por banho de soda cáustica e, depois, por processos de moagem, sulfurização
e maturação para depois assumir a forma de fios contínuos ou fibras cortadas.
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Fibras Naturais: fibras naturais são obtidas diretamente da natureza (frutos,
folhas, cascas). Os filamentos são feitos a partir de processos de torção,
limpeza e acabamento. As principais plantas que produzem tecidos são o
Algodoeiro (algodão), a Juta (para cordas), o Sisal (parecido com o linho), o
próprio linho, entre outras.
Furta-cor: que apresenta cor diferente conforme a projeção da luz.
Flagship: (diga flégchip) palavra inglesa que em geral vem seguida de shop
(loja) para designar a loja-matriz de uma marca ou de uma rede. Nem sempre é
a primeira ou a maior, mas é a principal.
Furtacor: parece mentira, mas acho que a palavra francesa é mais conhecida
desta geração: changeant. Refere-se aos tecidos e matérias que parecem
mudar de cor conforme o ângulo que são vistas. Se tem a palavra em
português, prefiro. E por favor, parem de substituir “moda” por “fashion”.
Sabiam que é a mesma coisa?
Gabardine: casaco comprido (7/8) feito com tecido impermeabilizado, com ou
sem capuz, para proteger da chuva.
Glitter, estampa: a malha é estampada com o glitter (brilho) com uma camada
de pasta incolor que não sai na lavagem.
Godê: tecido cortado enviesadamente usado na confecção de saias.
Gorgurão: tecido encorpado, liso ou estampado, misto de algodão e poliéster,
com efeito canelado, utilizado para vestuário ou decoração.
Gótico: estilo artístico e arquitetônico (eclesiástico, principalmente, como a
catedral de Notre Dame, na França) nascido na Europa no século XII. Hoje, a
tribo de jovens góticos cresce cada vez mais nas grandes cidades, onde
organizam festas e até raves no estilo. Niilistas, os jovens são ¿adoradores das
trevas¿, vestem preto e ostentam acessórios de metal como colares de cruzes,
anéis de caveiras, piercings e tatuagens de estilo marcante (frases profundas
em letras góticas, por exemplo). Eles encaram a vida com tristeza, visitam
cemitérios à noite, e gostam de bandas de rock que fazem um som denso,
pesado e introspectivo, como Lacrimosa, Nightwish, My Dying Bride, Lacrimas
Pronfudere (estilos sonoros preferidos são o próprio gótico, mas também doom
e death metal). Na literatura, gostam de autores como Álvares de Azevedo e
dos fantasiosos Anne Rice e JR Tolkien.
Grunge: movimento roqueiro nascido em Seattle, nos Estados Unidos, que
acabou com a pomposidade do hard rock (tipo Van Halen, Aerosmith e
Guns'n'Roses) e de bandas posers do metal (como Poison, Bon Jovi) em nome
da poesia e da crueza do punk. Nirvana, Soundgarden, Pearl Jam, Mudhoney,
Hüsker Dü, Dinosaur Jr., e Breeders apostaram na sujeira do rock pesado e
conseguiram alçá-lo às primeiras posições de listas mainstream como Billboard
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Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
e às capas de revistas como New Music Express. Na moda, camisetas de
bandas de rock, camisas de flanela xadrez por cima, jeans rasgado, meias
listradas compridas, cabelo comprido e sujo e tênis.
Helanca: tecido elástico para calças e bermudas destinadas, geralmente, a
atividades esportivas.
Indie: termo nascido na cultura norte-americana e inglesa para determinar as
bandas de rock independentes que gravam CDs, fazem shows em pequenos
inferninhos e atraem o público sem o apoio da indústria da música ou mesmo
da mídia - ironicamente, as duas, quando descobrem tais bandas, tentam logo
de incorporá-las ao sistema. Com o tempo, o termo indie passou a referir-se
também aos jovens que curtem essas bandas novas. O estilo é desleixado,
sujo, cabelos tipo mullets (compridinho na nuca e por cima das orelhas, mas
não longo). As roupas são jeans, camisetas de rock (de bandas indies, claro) e
tênis All Star (principalmente), Adidas, Asics e Converse. Os indies são a cara
dos anos 90 e 2000. A partir de 2001 a cena cresceu no Brasil, atingindo seu
ápice em 2004 em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Goiânia.
Índigo Blue: tecido utilizado em calças jeans. Índigo diz respeito à planta
indiana Indigus, que contém em sua raiz um corante natural de coloração azul.
Jacquard: método de tecelagem inventado por Joseph Marie Jacquard em
1801. Por meio de um sistema eletrônico que controla as agulhas de tecimento,
cria-se desenhos especiais não possíveis em teares comuns.
Jeans: estilo de confecção com estrutura reforçada evidenciando rebites e
costuras duplas. Calça jeans: feita em índigo (algodão) - a calça jeans 5
pockets é a mais tradicional (5 bolsos).
Jogging: Agasalho conhecido antigamente como abrigo (calça e casaco) para
fazer esportes.
Jodhpur: é lugar na Índia, mas na moda é a calça de montaria com reforços na
parte interna das pernas.
Leave-on (diga “lívon”): significa “deixar sobre”, mais ou menos. Aplica-se aos
cremes de cabelo que a gente deixa, não enxágua.
Liberty (diga líberti): estampas de flores em buquês, de jeito antigo.
Lã: fibra natural, animal, proveniente basicamente de ovelhas, cabras e
carneiros (mas também de camelo, alpaca, e lhama). Pode ser em fios grossos
e rústicos ou finos e nobres.
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Lamê: tecido liso ou jacquard, utilizando em fios metálicos em sua trama, como
ouro ou prata.
Legging: meia-calça mais grossa utilizada em atividades esportivas ou casuais
- espécie de fuseau.
Linho: fibra natural vegetal, proveniente do caule da planta de mesmo nome.
Look: é o visual de alguém ou de alguma modelo na passarela - a soma de
roupa, acessórios, cabelo e maquiagem que se percebe em um olhar.
Leave-on (diga “lívon”): significa “deixar sobre”, mais ou menos. Aplica-se aos
cremes de cabelo que a gente deixa, não enxágua.
Liberty (diga líberti): estampas de flores em buquês, de jeito antigo.
Madras: (diga “mádras”) é indiana, designa o tecido de algodão com fios
multicoloridos em harmonias suaves, que vinha da região de Madras, na Índia.
Foi muito popular nos anos 70, agora existe em sedas, tafetás, além do
algodão.
Mainstream: a corrente predominante, tanto no mar, no ar como…na moda.
Não se fala “seguir a corrente” em português?
Martingale (diga “martangale”): palavra francesa que designa uma tirinha
reguladora, em geral por botões, nas costas de um casaco, na altura da
cintura.
Alcinha quase sempre abotoada ou afivelada, marcando a cintura nas costas
dos casacos.
Master sample (diga “máster sampol”): é a peça-mãe, o protótipo de um
produto, a amostra. Em português, usa-se “peça-piloto”.
Minimalista: a pedidos, dou a versão-moda. Saiu da Arte, onde um traço
poderia significar uma obra-prima. Na roupa, quer dizer que quanto menos,
melhor. Sem babadinhos, franzidinhos, enfeitinhos. A roupa é seca, sóbria, em
cor neutra. Uma boa solução, sempre que ficarmos em dúvida quanto ao que
vestir: simples. Não interpretem como minimalismo de peças, senão começa
todo mundo a sair nú por aí.
Mitaine luvas de cano longo, sem dedos. Pode ter uma alcinha fina, prendendo
em um dos dedos, o médio.
Modal: novo tipo de tecido, que inclui fios feitos a partir de viscose _ ou seja
fibras vegetais. É macio, “respira” bem. Sintético dos anos 90.
Moisturizing (diga “móistiuráizin”): é hidratante, ou umedecedor.
Mon Copain (diga “mon copén”): em francês, meu companheiro.
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Monocromáticas: peça de uma só cor. Mono/ uma e cromo/cor. Se foram
muitas cores, o prefixo muda para “poli”, policromático.
Moulage (diga “mulage”): técnica de modelagem muito usada atualmente. O
tecido é montado e ajustado diretamente no manequim de atelier (boneco de
alfaiate ou busto), é feito o molde em morim (ou no próprio tecido da roupa
definitiva).
Multimarca: palavra que define a loja que vende roupas de várias marcas. Um
tipo de comércio que foi forte nacionalmente nos anos 70, entrou em
decadência nos 80 e princípio dos 90 _ porque valia mais a pena desenvolver a
própria marca e vender para suas próprias lojas, formando grandes redes _,e
agora, com a possibilidade de importar, está voltando a se fortalecer. Agora, a
multimarca recomeça a fazer sucesso. A Daslu, de São Paulo achou a fórmula
certa, de combinar sua etiqueta com marcas internacionais.
Microfibra: tecido produzido com fios sintéticos extremamente finos. Para se
ter uma idéia, estes filamentos podem ser 60 vezes mais finos que um fio de
cabelo e 10 mil filamentos de microfibra podem pesar menos que uma grama.
Os tecidos têm toque sedoso e alta resistência.
Modelagem: processo para obter moldes de roupas. Uma boa modelagem é
essencial para que as peças tenham um bom caimento no corpo.
Moulage: técnica francesa de modelagem tridimensional, criada diretamente
nos manequins.
lon: tecido sintético com resistência, brilho e certa elasticidade.
Organza: tecido fino e transparente de fio poliamida.
Oxford: tecido tramado com um fio tinto e um fio cru, deixando um aspecto
bicolor, sendo o fundo branco. Inicialmente, este tecido era composto de puro
algodão, mas hoje também é fabricado com poliéster.
Over-size (diga: ôverssaize): em inglês, quer dizer grande demais, acima do
tamanho. Define a roupa jovem, grandona, larga, que entra no estilo de rua (ou
streetwear).
Patchwork: tecido composto por vários pedaços de outros tecidos, de
aspectos ou de cores diferentes, costurados juntos. Semelhante a uma colcha
de retalhos.
Peletizado: uma das características do tecido peletizado é o sentido do pêlo.
Na costura, é obrigatório que o sentido seja sempre o mesmo.
Pelúcia: variedade de veludo, com pêlos mais compridos, para imitar a pele de
animais (pele fake).
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Picueta: acabamento dado a barras, decotes e punhos em artigos de malha
com efeito de bordado nas pontas.
Plissado: série de pregas em um tecido feitas com máquina própria para este
fim para que não se desmanchem.
Poá: qualquer tipo de tecido com estampado com bolinhas.
Polaina: acessório de lã ou pele fake para esquentar pernas e tornozelos no
inverno.
Poliamida (nylon): a poliamida, ou nylon, foi a primeira fibra sintética criada
pelo homem.
Poliéster: fibra artificial sintética, derivada do petróleo, com ótima resistência e
secagem rápida.
Príncipe de Gales: Variedade de xadrez cuja distribuição das cores e trama
segue dados precisos.
Pedido: no dicionário básico da moda, este sistema quase acabou. Chama-se
pedido o que os compradores das lojas fazem nas feiras e atacados. Eles
vêem a coleção, selecionam as peças que gostam mais e encomendam à
confecção, combinando prazos de entrega e pagamentos. Por isto, os
lançamentos devem ser antecipados, para dar tempo de haver este contato de
escolha e produção. A coleção de inverno, por exemplo, que será vestida a
partir de junho, e deve estar indo para as lojas em fins de março, tem que ser
lançada no máximo em janeiro, auge do verão, para dar tempo de os pedidos
serem feitos, fabricados e entregues. Identifica-se um leigo na moda quem se
admira ou fica indignado com esta antecedência.
Pronta-entrega: estratégia de vendas que fez a fama de Copacabana e da
Rua João Cachéiro (em São Paulo) nos anos 70. Consiste em fabricar toda a
produção prevista para uma estação esperar que os lojistas venham se
abastecer. Há alguns riscos, como o da coleção não agradar, ou alguma crise
econômica provocar retração por parte dos lojistas _ eles ficam com medo de
vender pouco, e não terem como pagar as faturas.
Qualidade ótica: óculos que são fabricados de modo que as lentes possam
ser removidas (trocadas) e as armações possam ser ajustadas. Óculos
vendidos em lojas não-especializadas.
Ribana: malha com dupla face, uma diferente da outra.
Risca de Giz: Tecido com listras finas, geralmente de cores claras sobre fundo
escuro.
Rococó: também chamado estilo Luís XV e Luís XVI, o Rococó é um estilo
artístico surgido na França, no século XVIII, como desdobramento do Barroco,
porém mais leve e intimista. Usado inicialmente em decoração de interiores,
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passou da arquitetura para todas as formas de arte. É caracterizado pela
abundância de formas curvas e profusão de elementos decorativos como
conchas, laços e flores. Elegância, alegria, frivolidade e exuberância são
algumas das chaves deste estilo quando conectado com a moda.
Romantismo: O movimento cultural (literário, principalmente) teve seu início
nos países europeus e atingiu seu ápice no fim do século XVIII (Revolução
Francesa). Emoção, sentimento e estética unem-se na criação. O narcisismo
artístico reproduz o "eu interior¿ em um mundo idealizado. O Romântico é
revolucionário por querer estar além de sua realidade: volta ao passado tanto
individual (infância) quanto histórico (época medieval). Tudo é rebuscado,
principalmente na moda, onde os detalhes das roupas são essenciais.
Regalo rolinho, em geral de pele, para esquentar as mãos no inverno rigoroso.
Meio antigo.
Revival:(diga “riváival”) – renascimento, reviver. Em moda, rever um estilo
antigo.
Ruço: como falamos em moda de Petrópolis, é preciso dizer que ruço é como
os serranos chamam a neblina formada na serra.
Sarja: tecido básico e versátil com bom caimento e para qualquer tipo de clima.
Seda: fibra natural, animal, formado pelo bicho-da-seda. Supõe-se que a seda
tenha sido descoberta por volta de 2.640 a.C na China.
Shantung: nome derivado de Chan-Tung, cidade da China, produtora de seda.
Hoje, o termo é utilizado para qualquer tecido grosso de aspecto irregular.
Soft: tecido leve capaz de manter a temperatura do corpo em equilíbrio e
indicado para vestuário de inverno e roupas esportivas.
Stone washed: aspecto de "usado" obtido em peças que passam por lavagem
industrial com pedras ou enzimas.
Strass: bijoux feita de vidro que imita pedras preciosas como o diamante.
Stretch: a palavra inglesa significa esticar e diz respeito a tecidos com
elasticidade obtida por meio de filamentos de poliéster texturizado.
Stylists: profissional que trabalha no backstage de um desfile conferindo o look
final de uma modelo, ajeitando roupas e acessórios, garantindo que está tudo
lindo, tudo ótimo, tudo perfeito para o catwalk. Eles organizam todas as
modelos para a entra na passarela e ajudam transportar o clima da coleção aos
meninas e meninos. Os stylists também trabalham em ensaios de moda e
editoriais de revistas.
Sal-e-pimenta: tipo de tecido, normalmente usado na moda masculina, uma
trama preto e branca, que lembra sal e pimenta do reino.
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Spicy (diga spáici); apimentado, temperado, quente. Um perfume pode ser
spicy, quando cheira a sálvia, cipreste, e agora até o óleo de pimenta negra,
que faz parte do Extreme Polo Sport, do Ralph Lauren.
Tafetá: tecidos lustrosos e armados, de seda ou poliéster, de trama fina e
superfície com leve nervura no sentido da trama. É um dos mais antigos
tecidos conhecidos pelo homem.
Texturização: a texturização tem o objetivo de fornecer ao fio uma melhor
textura e aparência, aumentando o aquecimento e a absorção e diminuindo a
possibilidade de formação de bolinhas sobre o tecido.
Top: a parte de cima do vestuário feminino, como uma mistura de miniblusa e
bustier.
Trench-coat: casaco longo masculino ou feminino em diferentes tecidos.
Tweed: tecido de lã cardada, grosso e rústico. Usado para ternos, mantôs,
vestidos de inverno, etc.
Twin-set: conjunto de blusa e casaco de tecido e padronagem iguais.
Toile de Jouy (diga “tuale dê juí”): estampa comum em decoração, com
paisagens campestres em tecidos de tramas rústicas. Em geral, em azul sobre
cru. Equivalente aos motivos da porcelana Companhia das Índias.
Twin-set (diga “tuínsset”): conjunto gêmeo, literalmente. Aplica-se ao conjunto
de suéter e casaquinho, ambos no mesmo material e colorido. Há desde os
twin-sets de algodão, da Hering, até os luxuosos da Andrea Saleto, em mohair
bordado.
Über model: expressão alemã utilizada quando a modelo atinge um patamar
de muita importância e reconhecimento, sendo mais poderosa do que uma
supermodelo. Gisele Bündchen é uma über model.
Urdume: fios verticais do tecido.
Viscose: fibra proveniente de celulose regenerada a partir de algodão ou polpa
de madeira.
Week (diga: uíc): significa semana, em inglês.
Walkshorts: nome novo (2009) para o bermudão masculino. Referência:
coleção Redley
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BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA MODA
Noções gerais de design: história e conceitos. O design de moda. O conceito
de cultura da moda.
Campos de atuação e de aplicação do design de moda. Conceitos de estilo.
Moda e estilo. O
estilismo. Moda e marketing. Moda e seus relacionamentos com outros campos
do conhecimento.
BIBLIOGRAFIA:
EMBACHER, Airton. Moda e Identidade: A construção de um estilo próprio.
São Paulo: Ed.
Anhembi – Morumbi, 1999.
COUTO, ita Maria. Formas do Design; por uma metodologia
interdisciplinar. Rio de Janeiro: 2AB,
1999.
TAMBINI, Michael. O Design do Século. São Paulo: Ática, 1999.
CALDAS, Dário. Universo da Moda. São Paulo: Ed. Anhembi-Morumbi, 1999.
ECO, Umberto. Psicologia do vestir.
LAVER, James. A Roupa e a Moda.
MUNARI, Bruno. Das coisas nascem as coisas. São Paulo: Martins Fontes,
1981.
BARTHES, Roland. Sistema da Moda. Lisboa, Ed. 70, s/d.
FRANCINI, C. Segredos de Estilo (SP, Alegro).
LIPOVETSKY, G. Império do Efêmero (SP, Companhia das Letras.
MULLER, F. Arte e Moda (SP, Cosa & Naify)
KUPER, Adam. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru, SP. Edusc, 2002.
BAUDRILLSRD, J. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 1973.
HOLLANDER, A. O sexo e as roupas: a evolução do traje moderno. Rio de
Janeiro: Rocco, 1996.
LURIE, Alison. A linguagem das roupas. Rio de Jaaneiro: Rocco, 1997.
PALOMINO, Érika. Babado forte: moda, música e noite. São Paulo: Mandarim,
1999.
REVISTAS:
FASHION THEORY. A REVISTA DA MODA, CORPO E CULTURA. Edição
Brasileira, São Paulo, Ed.
Anhembi Morumbi, volume 1, n. 1., 2.,3., e 4., 2002.
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APOSTILA DE ERGONOMIA
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índice
MÓDULO 1
1.A ERGONOMIA----------PÁG 51
MÓDULO 2
2.ANTROPOMETRIA----------PÁG 53
MÓDULO 3
3.ERGONOMIA E ANTROPOMETRIA NO VESTUÁRIO-------PÁG 60
BIBLIOGRAFIA----------PÁG 78
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MÓDULO 1
1.A ERGONOMIA
1.1.Etimologia
ERG.....................................(do grego érgon): trabalho, parte material.
NOMO..................................(do grego nomós); lei, regra, norma, que regula.
LOGO...................................(do grego log): conhecimento, estudo, ciência.
METRO.................................(do grego métron): que mede, o ato de medir;
metro – a escala métrica – tem origem latina.
Ergologia:..............................Parte da etnologia que se ocupa da cultura, no
seu aspecto material; ciência do trabalho.
Ergoterapia...........................Cura pelo trabalho; terapia ocupacional.
Ergofobia...............................Aversão ao trabalho; horror ao trabalho.
Ergometria.............................A medição do esforço físico.
Ergométrico...........................Que mede o esforço físico (ex.: a bicicleta
ergométrica).
Ergonomia............................Tratado do trabalho; aplicação do trabalho (ao
homem).Conjunto de estudos relacionados com a organização do
trabalho.
Cada pessoa tem vários dons ou aptidões, e com eles exerce a sua atividade
laborativa. Ninguém tem “vocação” para médico, engenheiro, eletricista ou
vendedor.
E é com o uso efetivo dos seus dons que o homem exercita a sua única
vocação; para isso, ele precisa de conforto e segurança. E esse é o
propósito da Ergonomia.
1.2 Conceito
ERGONOMIA É A APLICAÇÃO DO TRABALHO AO HOMEM
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Nesta segunda fase da prevenção de acidentes e doenças ocupacionais
– adaptação do trabalho ao homem – temos os seguintes procedimentos:
T
H
1- adaptação dos fatores ambientais ao trabalhador.
2- adaptação dos fatores operacionais ao trabalhador.
3- o uso de rodízios.
4- o ajuste dos EPIs(Equipamentos de proteção individual) ao trabalhador.
5- EPCs: algumas vezes se constituem em medidas ergonômicas.
6- A programação adequada de trabalho ao homem.
7- Disposição adequada dos elementos no ambiente de trabalho.
Exemplos:
A- O trabalho do motorista: antes de iniciar o trabalho, há necessidade
de ajustar os elementos do trabalho (carro, no caso) a ele.
B- O uso dos EPIs (Equipamentos de proteção individual): cada epi
deve ser ajustado ao trabalhador, para que ele possa trabalhar com
segurança e conforto.
C- O ledor de consumo de água: a comodidade na leitura, a prancheta
para escrever, o instrumento “telescópico” para a leitura, etc.
D- O trabalho do telefonista: ajuste do nível de som, em função da sua
eventual limitação auditiva.
E- O trabalho do empacotador: o ajuste da altura da mesa.
1.3. O objeto da Ergonomia
H
O objeto da Ergonomia é o homem; ele é o “centro“ das atenções. O
trabalhador precisa de todos os benefícios e facilidades para exercer a sua
função de produzir.
É oportuno lembrar que a Ergonomia não se preocupa com a ociosidade (“erg”
significa trabalho). Portanto, o conforto, a segurança e o bem-estar não são
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um “fim”, mas um “meio”: um meio oferecido para que o trabalhador produza
com boa qualidade.
A Ergonomia deve constituir-se na principal ferramenta para o “controle de
qualidade”.
É inimaginável um “controle de qualidade” sem a preocupação inicial com a
segurança, o conforto e o bem-estar...de quem produz.
Entendemos que, quando um bem é produzido com acidentes e doenças
ocupacionais, a boa qualidade está comprometida.
MÓDULO 2
2.ANTROPOMETRIA
A antropometria estuda as dimensões físicas e proporções do corpo
humano.Sendo ela um dos campos das ciências bioógicas que tem como
objetivo o estudo das peculiaridades da morfologia humana.
.O conhecimento dessas medidas e como saber usá-las é muito
importante na determinação dos diversos aspectos relacionados ao posto de
trabalho, no sentido de se manter uma boa postura, e também de produtos e
equipamentos destinados ao uso humano, etc..
Por falta de consideração antropométrica, uma série de problemas pode
ocorrer para o trabalhador:
• Pode haver esforço excessivo para alcançar controles ou peças.
• Pode haver dor lombar pelo fato de as costas terem que se encurvar
para buscar peças distantes; nessa situação, também pode haver dor
um pouco mais acima (denominada dorsalgia).
• Pessoas altas podem bater a cabeça ou, o que é mais comum, terão que
se encurvar e sentirão dor nas costas.
• Pessoas de compleição física maior em geral terão dificuldade em
executar alguns trabalhos em locais apertados.
• Se as mãos do trabalhador forem muito pequenas, ele poderá ter
dificuldade para conseguir segurar com firmeza cabos de ferramentas
grandes ou mesmo recipientes grandes; se forem muito grandes pode
haver dificuldade de firmar objetos.
• Se a pessoa for baixa, pode ter dificuldade para ver acima da carga que
está carregando em uma empilhadeira ou carrinho de mão; ou pode ter
dificuldade de fazer leitura em mostradores ou operar painéis de
controle.
• Ainda, pessoas baixas terão dificuldade para manusear ferramentas nos
postos de trabalho, pois muitas vezes terão que elevar os ombros em
posição desconfortável.
O problema mais prático com o qual a Antropometria se defronta está
relacionado às diferentes dimensões das pessoas, de tal forma que uma altura
boa para uma pessoa não é necessariamente boa para outra.
A solução comumente encontrada está na flexibilidade, mas como essa,
muitas vezes custa muito caro se depender de mecanismos de ajustes. A
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solução mais prática e menos dispendiosa está no estabelecimento de
padrões, de porcentagens e de saber usá-los adequadamente no planejamento
do trabalho.
Quando e como usar as tabelas antropométricas no planejamento da
ergonomia do posto de trabalho:
1- Em diversas situações é desnecessário qualquer ajuste no posto de
trabalho, pois o mesmo, embora desprovido de regulagens, atende à
grande maioria dos trabalhadores.
2- Em algumas situações, a regulagem deve estar no posto de trabalho,
sendo desnecessário o uso de tabelas antropométricas.
3- Caso os princípios acima não se apliquem, calcular a altura do posto de
trabalho baseado em dados antropométricos da população. Não projetar
pela média, projetar pelas porcentagens mais adequadas.
4- Caso a situação seja de alcance, considerar a porcentagem menor da
população feminina.
5- Caso a situação seja de espaço, considerar a porcentagem maior da
população masculina.
6- Os comandos de máquinas devem estar entre a altura do púbis e a
altura do ombro.
Existem situações em que o projeto é dimensionado deliberadamente
para um dos extremos da população como, por exemplo, um painel de controle
que deve ser alcançado com os braços, deve ser dimensionado a sua altura
pelo usuário mais baixo, ou ainda uma porta deve ser dimensionada para as
pessoas mais altas (se fosse dimensionada para as pessoas de estatura
média, uma boa parte das pessoas bateria a cabeça, pois tem estatura acima
da média).
A figura acima mostra que mesmo quando se faz um projeto abrangente,
levando-se em consideração um maior número de pessoas atendidas, por
exemplo, em relação à altura, sempre haverá os extremos que não serão
atendidos.
2.1.Tabelas antropométricas
Uso de tabelas antropométricas adequadas
As tabelas antropométricas apresentam as dimensões do corpo, pesos e
alcances dos movimentos e referem-se sempre a uma determinada população
e nem sempre podem servir de referência para outras populações.
A tabela abaixo apresenta as dimensões de ingleses adultos. As
dimensões referem-se a homens e mulheres nus e descalços.
As três colunas da tabela têm o seguinte significado:
Baixos: significa que existem 5% da população adulta abaixo disso;
Médios: média de todos os homens e mulheres adultos;
Altos: significa que existem 5% da população acima destes valores ou que
95% dessa população está abaixo.
Item:
Medidas em cm
Baixos Médios Altos
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Em pé
1.Estatura 150,5 167,5 185,5
2.Alcance horizontal para agarrar 65,0 74,5 83,5
3.Profundidade do tórax 21,0 25,0 28,5
4.Alcance vertical para agarrar 179,0 198,3 219,0
5.Altura dos olhos 140,5 156,8 174,5
6.Altura dos ombros 121,5 136,8 153,5
7.Altura do cotovelo 93,0 104,4 118,0
8.Altura do punho 66,0 73,8 82,5
Sentado
11.Altura (a partir do assento) 79,5 88,0 96,5
12.Altura olhos-assento 68,5 76,5 84,5
13.Altura do cotovelo-assento 18,5 24,0 29,5
14.Altura poplítea 35,5 42,0 49,0
15.Comprimento do antebraço 30,4 34,3 38,7
16.Comprimento nádegas-poplítea 43,5 48,8 55,0
17.Comprimento nádegas-joelho 52,0 58,3 64,5
Peso (kg) 44,1 68,5 93,7
No Brasil ainda não existem medidas antropométricas normalizadas da
população. Hoje há estudos, levantamento de dados para que se possa definir
um padrão antropométrico que atenda a população brasileira.
A própria composição étnica, bastante heterogênea, da população
brasileira e o processo de miscigenação, além dos desníveis socioeconômicos
que tem profunda influência sobre as medidas corporais, a partir de variantes
nutricionais, dificultam o estabelecimento de padrões antropométricos.
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2.2.Medidas Observadas
1 Estatura
2 Altura dos olhos
3 Altura dos ombros
4 Altura dos cotovelos
5 Altura dos quadris
6 Altura do punho
7 Altura da ponta dos dedos
8 Altura do alto da cabeça (pessoa sentada)
9 Altura dos olhos (pessoa sentada).
10 Altura dos ombros (pessoa sentada).
11 Altura dos cotovelos (pessoa sentada)
12 Espessura das coxas
13 Comprimento nádegas-joelho
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14Comprimento nádegas-dobra interna do joelho
15 Altura dos joelhos
16 Altura da dobra interna do joelho
17 Largura dos ombros (deltóide)
18 Largura dos ombros (crista da escápula)
19 Largura dos quadris.
20 Profundidade do tórax
21 Profundidade do abdômen
22 Comprimento ombro-cotovelo
23 Comprimento cotovelo-ponta dos dedos
24 Comprimento do braço
25 Comprimento do ombro-pega
26 Profundidade da cabeça
27 Largura da cabeça
28 Comprimento da mão
29 Largura da mão
30 Comprimento do pé
31 Largura do pé
32 Envergadura
33 Envergadura dos cotovelos
34 Altura (em pé)
35 Altura (sentado)
2.4.Diferentes tipos físicos
Endomorfo: pernas curtas; estrutura óssea delicada; seios um pouco maiores
que a média, rosto redondo.
Cuidados: se você é assim ou tem um parente próximo com esse perfil, fique
de olho na balança!
Em geral, as mulheres desse tipo precisam tomar cuidado com a alimentação,
pois tendem a se tornar rechonchudas e a acumular gordura no abdômen.
Mesomorfo: pernas de comprimento médio, em geral, na mesma proporção
que o tronco; seios de tamanho médio; rosto quadrado ou oval; quadris
maiores que os ombros.
Cuidados: se você é do tipo mesomorfo, ao ganhar alguns quilinhos extras, a
tendência é de que se alojem nos seus quadris!
Ectomorfo: pernas mais longas; estrutura óssea forte; seios pequenos; rosto
oval ou em forma de coração. O peso é distribuído pelo corpo todo, sem
tendência a se acumular aqui ou ali.
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2.4.Diferenças corporais
-DIFERENÇA POR SEXO (Homens x Mulheres)
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-DIFERENÇA RACIAL (Branco x Negro x Japonês x etc.)
-DIFERENÇA DE PROPORÇÕES (Variações de acordo com a idade)
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-VARIAÇÕES CORPORAIS (Obesidade , gravidez, etc.)
MÓDULO 3
3.ERGONOMIA E ANTROPOMETRIA NO VESTUÁRIO
Ergonomia e Antropometria
Em se tratando da moda e vestuário pronto-a-vestir é fundamental termos em
consideração as necessidades e anseios dos consumidores. Sendo assim, a
indústria deve, obrigatoriamente, desenvolver seus produtos utilizando as
ferramentas apropriadas para tal. Este processo poderá ser amplamente
facilitado e otimizado se a moda se apropriar de ciências como a ergonomia e a
antropometria e aplicar no vestuário os conceitos já estudados por estas
áreas. Existe uma relação estreita entre a ergonomia, a antropometria e o
vestuário, uma vez que tratam de questões que se interpelam constantemente
como, por exemplo, a satisfação do usuário e o conforto. A International
Ergonomics Association (Iida, 2005:02) define a ergonomia (ou
factores humanos) como a “disciplina científica que estuda as interações entre
os seres humanos e outros elementos do sistema, e a profissão que aplica
teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visem otimizar o bem-estar
humano e o desempenho global de sistemas.” Partindo desta definição,
verificamos que o vestuário é um produto que necessita de uma perfeita
interação com o usuário, principalmente se considerarmos que todos os seres
humanos usam roupas e com elas ficam em contato a maior parte do dia. Se
tal interação não for otimizada e o vestuário não apresentar as características
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mínimas de conforto físico este pode, para além da incômoda sensação de
desconforto, afectar o bem-estar e a saúde do indivíduo.
Para que tenhamos uma melhor compreensão do que acima foi dito,
complementamos com a idéia de Wisner (1987:12), que conceitua a ergonomia
como um “conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e
necessários para a concepção de produtos e ferramentas, máquinas e
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto,
segurança e eficácia”. Portanto, de acordo com a ergonomia, o produto
“vestuário” necessita da aplicação de uma série de conhecimentos científicos
para que seja concebido da forma correta, proporcionando ao utilizador
conforto, segurança e eficácia. Contudo, é importante realçar que
os termos conforto, segurança e eficácia estão diretamente atribuídos ao uso
do produto, ou seja, devem ser constatados no momento da interação do
produto com o usuário. Uma das áreas científicas fundamentais para a
obtenção de vestuário ergonomicamente correto, relacionado ao estudo do
corpo humano é a antropometria. Para que o vestuário
satisfaça o usuário nas suas funções ergonômicas, este deve ser projetado e
concebido de acordo com dimensões humanas específicas, a partir de uma
abordagem das dimensões corporais reais dos indivíduos, sendo indispensável
a correta aplicação dos dados antropométricos. A definição que Iida (2005:97)
traz da antropometria diz que esta “trata das medidas físicas corporais, em
termos de tamanho e proporções”, que são dados de base para a
concepção ergonômica de produtos. Desta forma, podemos afirmar que para
que um produto possa ser considerado ergonomicamente qualificado, este
deve passar por uma adequação antropométrica. Relativamente à ergonomia
aplicada às etapas do processo produtivo, Rebelo (2004:16), diz que esta se
situa numa “área de estudos que abrange o conceito do produto, o projeto, o
processo de produção, a comercialização e a sua utilização (…)”. Em
consonância com esta afirmação, validamos a idéia de que os fatores
ergonômicos e antropométricos do vestuário devem estar presentes desde
antes da sua concepção, devendo a indústria conhecer as características
físicas do público para o qual o produto se destina, ou melhor, conhecer o
usuário que irá interagir com o vestuário desde o conceito do mesmo. Tais
atribuições não fazem parte exclusivamente da etapa de modelagem das peças
de vestuário, como muitos acreditam, pois quando se trata das etapas de
desenvolvimento do produto, no momento em que este chega na modelagem,
o profissional é responsável apenas por aplicar as medidas previamente
estudadas, de acordo com o público específico ao qual se destina (Heinrich,
2005). Estudos Antropométricos com Aplicação para o Vestuário
Os princípios científicos necessários para a concepção do vestuário,
nomeadamente os antropométricos, têm sido amplamente discutidos em todo o
mundo. Apesar disto, pouco se tem considerado a boa interação do usuário
com o produto, ou seja, o conforto em se tratando das formas e do momento do
uso do produto, segundo prevêem os princípios da ergonomia.
Muitos órgãos têm vindo a discutir e propor soluções para otimizar as questões
relativas à padronização dos tamanhos do vestuário. Estudos antropométricos
populacionais têm sido realizados em diversos países, em sua grande maioria,
utilizando-se da tecnologia dos scanners corporais 3-D. Estes, como exemplo
do CAESAR – Civilian American and European Surface Anthropometry
Resource – possuem câmeras de varredura para fornecer modelos
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tridimensionais completos de cada pose, utilizando marcações ou pontos de
referência, conforme relata Wang e Ressler (2005). Os dados foram
organizados em grupos determinados segundo o peso, etnia, gênero, regiões
geográficas e padrão sócio-econômico. Para fazer a coleta dos dados foram
utilizadas três posições: posição relaxada com o indivíduo em pé, posição
relaxada com o indivíduo sentado e de cobertura (a partir do teto). A estas,
somaram-se ainda dados de algumas medidas obtidas da forma tradicional (1D), utilizando uma medida de fita métrica e compasso de calibre. As posições
utilizadas no CAESAR Database estão ilustradas na Figura 1.
Além do CAESAR, uma das mais representativas acerca do tema, é importante
citar-se a pesquisa realizada pela Human Solutions Company, que participa de
estudos antropométricos realizados em nove países, muitos destes já
concluídos como no caso da Alemanha. A empresa realizou o levantamento
dos dados antropométricos da população alemã para fins de validação
da norma EN 13402 (2006) que designa os tamanhos de vestuário. Este
sistema possui um dispositivo de digitalização corporal muito semelhante ao
anteriormente exposto, e as posições para a realização das medições estão
ilustradas na Figura 2.
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Certamente não poderíamos deixar de mencionar, ainda que de forma breve,
os objetivos das pesquisas referidas, uma vez que os dados obtidos nestes
processos possuem como finalidade a normatização para designação dos
tamanhos do vestuário (EN 13402:2006), não objetivando especificamente a
concepção de vestuário. Embora tais medidas venham a ter obrigatoriedade de
aplicação nas peças do vestuário, devendo fazer parte da sua concepção, os
dados disponibilizados são insuficientes para a construção da modelagem, pois
não referem um mapeamento completo do corpo humano contemplando as
variáveis necessárias para tal. A diferença incide no foco da pesquisa e na
quantidade de variáveis adotadas. Segundo esclarece a própria norma, para
que se possa atribuir o tamanho ao vestuário, as medidas do corpo do
utilizador devem ser definidas e identificadas pelo tamanho que mais se
aproximar num quadro de medidas normatizadas. Pela norma EN 13402:2006
(parte 1), o tamanho do corpo é definido utilizando treze variáveis que
abrangem o público feminino, masculino e infantil, sendo elas:
perímetro da cabeça, perímetro do pescoço, perímetro do peito, perímetro do
busto, perímetro abaixo do busto, perímetro da cintura, perímetro da bacia (ou
quadris), altura 1 (exceto para crianças), altura 2 (para crianças que ainda não
consigam manter-se em pé), comprimento entre-pernas, comprimento do
braço, perímetro da mão e, por fim, comprimento do pé. Além destas, ainda é
obtido o peso do indivíduo. No decurso desta investigação foram analisados
seis sistemas de levantamentos antropométricos com o uso da tecnologia de
digitalização 3-D e, a partir desta etapa, concluímos que todos utilizam o
indivíduo em posição estática, seja em pé ou sentado, como
podemos verificar pela observação e comparação das Figuras 1 e 2.
Além dos levantamentos antropométricos com utilização de equipamentos
tecnológicos também foram considerados neste estudo os métodos tradicionais
de medição, dentre eles o Estudo Antropométrico da População Portuguesa
(Arezes, et al:2006). A metodologia neste utilizada parte da aquisição da
imagem de forma semi-automática ou assistida por computador, com o uso de
imagens fotográficas, o que reduz consideravelmente o tempo de medição. A
seguir, os dados do indivíduo capturados a partir das fotografias foram tratados
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em software específico, utilizando uma plataforma Java e Microsoft Access.
Este estudo considera 25 dimensões antropométricas (incluindo o peso),
sendo nove na posição de pé e as restantes na posição sentada. As posições
utilizadas estão representadas na Figura 3.
Da mesma forma que a Norma EN 13402:2006, as sete posições e as vinte e
cinco variáveis apresentadas pelo Estudo Antropométrico da População
Portuguesa também não contemplam todo o aparato necessário para a
concepção de moldes de vestuário. Efetivamente, o estudo acima indicado não
objetivava a aplicação na concepção de vestuário, porém os dados, técnicas e
métodos nele utilizados podem ser adaptados dentro das necessidades
específicas para o uso na modelagem de roupas. A insuficiência dos dados
disponibilizados pela norma EN 13402:2006, bem como dos dados do Estudo
Antropométrico da População Portuguesa para a concepção do vestuário, foi
constatada a partir da análise e comparação das variáveis existentes nestes
métodos com a quantidade de variáveis necessárias para utilização na
modelagem. Além das variáveis, também foram consideradas as posições do
indivíduo no momento da obtenção das medidas. As posições e variáveis que a
modelagem de vestuário tem usualmente utilizado podem ser verificadas na
metodologia de Aldrich (2004), a título exemplificativo. A Figura 4, que abaixo
se apresenta, denota os pontos para a obtenção das medidas conforme
utilizadas para a confecção dos moldes de vestuário, sendo apresentadas pelo
autor 21 variáveis: circunferência do busto, circunferência da cintura,
circunferência dos quadris ou ancas, largura do costado ou entre-cavas, largura
do peito ou busto, ombro, circunferência do pescoço, altura do ombro até a
cintura (frente), altura da cintura até os quadris ou ancas, profundidade do
gancho, altura do quadril até o joelho, circunferência do joelho, circunferência
do tornozelo (em duas alturas), profundidade da cava, altura do pescoço até a
cintura (costas), altura da cintura até ao chão, circunferência do braço junto ao
bíceps, circunferência do punho, altura da cintura até o quadril (costas) e
comprimento do braço.
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Consideramos que existem variáveis que se apresentam como fundamentais
para a construção de moldes de vestuário, ou seja, sem estas é impossível
executar a construção dos moldes. As medições corporais identificáveis no
exemplo acima (Figura 4) podem ser entendidas como as variáveis mínimas
que devem ser disponibilizadas para a modelagem. Porém, ainda assim, para
contemplarmos todas as questões referentes ao conforto no uso do
produto, devemos apropriar-nos de outros aspectos. Usualmente, assim como
Aldrich demonstra na Figura 4, as posições no momento da medição corporal
são estáticas. Por outro lado, não somente este autor aplica a obtenção das
medidas desta mesma forma. Tal procedimento, envolvendo variáveis e
posição estática do indivíduo, foi verificado na análise de seis métodos
específicos de concepção de modelagem de vestuário. São eles:
Metric Pattern Cutting, de Winifred Aldrich; London College of Fashion; Il
Modelismo, do Istituto di Moda Burgo; Fashion Design on The Stand, de Dawn
Cloake; Modelagem e Técnicas de Interpretação para Confecção Industrial, de
Daiane Pletsch Heinrich e Métodos de Modelagem do SENAC (Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial). As análises acima referidas
representam a ferramenta fundamental para uma novaproposta de
aprimoramento dos levantamentos antropométricos, instigada pelo fato de que
os métodos de modelagem não consideram os movimentos realizados pelo
indivíduo no uso do produto e a perfeita interação do usuário vs vestuário.
Proposta de aprimoramento do processo de obtenção de medidas para
vestuário A partir de todas as elucidações até aqui discutidas, a proposta de
aprimoramento do processo de obtenção de medidas corporais inicia-se com a
inserção de posições que simulem os movimentos do indivíduo, considerando
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os princípios da biomecânica para tal. Segundo Nordin e Frankel (2003:11) a
biomecânica “usa conceitos da física e da engenharia para descrever o
movimento dos vários segmentos do corpo e as forças que agem nesses
segmentos durante as atividades normais”. Somado a isto, Grave acrescenta
que, na concepção do vestuário, devem ser a analisadas questões como “a
função à qual a peça se destina e a atividade desta região corporal” (2004:13).
Conforme já abordado ao longo deste estudo, no momento do uso do produto o
indivíduo interage com o mesmo de forma dinâmica pela realização de
movimentos. A grande problemática surge pelo fato de estarem sendo
aplicadas medidas corporais de um indivíduo estático na construção da
modelagem. Notadamente, é imprescindível destacarmos que os movimentos
ocasionam alterações nas dimensões músculo-esqueléticas dos diversos
segmentos do corpo. Exemplificamos: o simples ato de levantar os braços à
frente do corpo, em ângulo reto, ocasiona alterações na
região da cintura escapular (costas) e facilmente gera desconforto no vestuário
na região do costado ou entre-cavas, além de apertar na região do bíceps e
tríceps (braço). Nesta etapa, é necessário esclarecer que as verificações com
relação ao conforto no uso do produto prevêem a utilização de tecidos planos
sem elasticidade em sua composição, fator que também é fundamental para
mensurar a sensação de conforto ergonômico. A partir de ensaio realizado no
decurso da pesquisa foram obtidos resultados que merecem ser aqui
mencionados para melhor elucidação da alternância do referido movimento e
suas implicações nas medidas da região corporal das costas. Primeiramente,
foi obtida a medida da região das costas (conforme as landmarks da Figura 5, à
esquerda) estando o indivíduo na posição relaxada. Após, a mesma medição,
utilizando as mesmas landmarks, foi realizada com o indivíduo mantendo os
braços esticados horizontalmente, à frente do corpo (Figura 5, à direita). A
comparação dos resultados gerou uma diferença numérica variável de
2centímetros a 4,5centímetros dentre os indivíduos medidos.
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Mesmo sem considerarmos a aplicação de força muscular, o simples
movimento dos segmentos corporais (braços e pernas) ocasiona alterações
dimensionais, o que resultam em diferentes medidas numéricas.
Obrigatoriamente, isto deve ser contemplado pelo vestuário no seu momento
de projeto e concepção, sobretudo se almejamos um vestuário ergonômico.
Para verificação das alterações nas dimensões musculares nos membros
inferiores, propomos a comparação entre as posições de pé e sentado, assim
como diferentes posições de membros superiores através do levantamento e
flexão dos braços. Para definição das variáveis, foi realizado um estudo
comparativo baseado em seis métodos de modelagem para vestuário, já
mencionados, com a metodologia utilizada pela ergonomia na antropometria
estática, obtida do Estudo Antropométrico da População Portuguesa.
Podemos afirmar que os dados certificados da antropometria estática servem
como referência para a definição das variáveis necessárias para uma varredura
das dimensões corporais a fim aplicá-las especificamente à modelagem de
vestuário, proposta desta pesquisa. Para tal, foram desconsideradas algumas
variáveis e incluídas outras, principalmente no que concerne às medidas de
perímetros ou circunferências. Percebeu-se a necessidade de descartar
variáveis por não terem relevância para a construção da modelagem, ao
mesmo tempo que é obrigatório o acréscimo de outras medições para atingir o
objetivo pretendido com o estudo. Indubitavelmente, o acréscimo dos
movimentos aos processos de levantamentos antropométricos representará um
significativo contributo para a satisfação dos usuários, atribuindo maior conforto
e liberdade ao vestir. Para que este acréscimo qualitativo se torne eficaz, é
necessário que o vestuário englobe o “tipo de superfície interior e exterior de
articulação, amplitude e forma de movimento que são de grande valia para a
qualidade, tanto estética como ergonômica”, destaca Grave (2004:23).
Antropometria e Qualidade dos Produtos de Vestuário Acerca da qualidade dos
produtos de vestuário é fundamental fazermos uma análise dos aspectos que a
configuram, ou seja, quais os factores ou quais as características que o produto
deve apresentar para considerarmos que possui ou não possui qualidade. De
acordo com Iida (2005), a ergonomia prevê que todos os produtos estão
destinados a satisfazer certas necessidades humanas e, direta ou
indiretamente, entram em contato com o homem. Para que isto aconteça da
melhor forma, é imprescindível que o produto – vestuário – apresente
características técnicas, estéticas, e ergonômicas. O autor relata, ainda, que a
qualidade técnica se refere à parte funcional, considerando a eficiência com
que o produto executa sua função; a qualidade ergonômica abrange a
facilidade de manuseio, adaptação antropométrica, clareza de informações,
compatibilidades de movimentos e demais fatores de conforto e segurança; e a
qualidade estética é responsável por proporcionar prazer ao consumidor,
envolvendo a combinação de cores, formas, materiais, texturas, acabamentos
e movimentos, tornando os produtos desejáveis e atraentes aos olhos do
consumidor. Partindo da definição de Iida e relacionando-a com a
antropometria e modelagem, questões até o momento tratadas no âmbito desta
pesquisa, facilmente atribuímos a qualidade ergonômica como princípio
aplicável aos produtos de vestuário. Porém, ao aprofundar este
conceito, percebemos que a qualidade ergonômica se interrelaciona com a
qualidade estética do vestuário, eis que a primeira influencia no resultado da
segunda. Quando um vestuário não está apropriado ao tipo de corpo do
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utilizador, questões relacionadas ao ajuste e caimento da peça (forma e
equilíbrio), bem-vestir e sensação de conforto comprometem também a
qualidade estética do produto. Os somatórios dos elementos abordados neste
estudo identificam a necessidade de uma nova abordagem metodológica
acerca dos métodos de levantamentos antropométricos para vestuário.
Especialmente porque uma perfeita adequação antropométrica destes produtos
configuram a qualidade ergonómica e estética dos mesmos, garantindo ao
usuário uma maior satisfação ao vestir.
3.1.ERGONOMIA DO PRODUTO
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O estudo ergonômico dos projetos de modelagem vem adquirindo cada vez
mais importância pelo fato de que no uso da roupa, o conforto tem sido
prioridade ao lado do embelezamento.
A amplidão da ergonomia no vestuário vem da premissa de que o ser humano
passa o tempo todo vestido. As funções ergonométricas da modelagem, antes
voltadas apenas para a usabilidade no trabalho, estão também voltadas para o
uso enquanto transporte e mudanças climáticas.
Os modelistas devem ficar atentos aos estudos ergonômicos do vestuário em
todo os segmentos.
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Anexos (artigos referentes a ergonomia no vestuário, fonte:site
Fashion Bubbles)
Moda e Modelagem Ergonômica para PPD’s.
Estilo | Fashion Bubbles | março 15, 2007 at 12:43 pm
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Maria de Fátima Grave, professora e pesquisadora na área de Modelagem
Ergonômica junto à Fundação Selma , apresentará o Reafashion desfile com
roupas especialmente desenhadas para portadores de deficiência física.
As roupas visam proporcionar aos PPD’s conforto e qualidade de vida,
agregados à estética, através de roupas modernas e que, acima de tudo,
respeitam os conceitos ergonômicos referentes a cada deficiência em
específico.
Seu trabalho de pesquisa teve início há 9 anos e já resultou na publicação de
um livro – “A Modelagem sob a ótica da ergonomia”, além de várias
apresentações em passarela ao longo dos anos.
Este ano, ela conta com o apoio do Centro Universitário Belas Artes e três
desfiles irão acontecer dentro da VI Feira Internacional de Tecnologias em
Reabilitação e Inclusão (ReaFashion), nos dia 13 e 15 de abril, às 18:00 e
15:00 horas, respectivamente.
A versão deste ano irá enfatizar a moda Brasil-Espanha, apresentando roupas
modeladas dentro das mais modernas técnicas ergonômicas para cada
categoria de deficiência e, assim, atender maior número de PPD’s. Além do
desfile das peças criadas por Fátima, a estilista com deficiência visual Marilia
de Souza Tocalino irá se apresentar ao mercado, mostrando sua coleção,
especialmente desenvolvida para gestantes. O estilista Geraldo Lima também
irá apresentar seu trabalho, apresentando roupas que atendem às
necessidades do deficiente visual. Em seguida, serão realizadas palestras com
conteúdo multidisciplinar, abordando temas voltados à moda e ao vestuário do
portador de deficiência.
Pode-se afirmar que, hoje, o Brasil apresenta um diferencial na confecção da
moda e do vestuário ergonômico.
Para o sucesso do evento, a Fundação espera poder contar com o patrocínio
de empresas com responsabilidade social e gostaria de obter a sua adesão.
Com este evento e sua participação, temos certeza que estaremos abrindo
espaço para novos estilistas portadores de deficiência física. Para maiores
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informações, favor entrar em contato com Fátima através do e-mail
[email protected].
Para que o design ergonômico na roupa íntima?
Num sentido muito mais amplo, o homem deve interagir com a sua roupa de
forma ainda mais intensiva que com o seu ambiente de trabalho – enquanto a
maioria das pessoas têm dias de folga com certa freqüência, nos quais não
entram em contato com seus utensílios de trabalho, são poucos os dias em que
é possível andar completamente nu...
Apesar de que algumas das vestimentas exteriores também podem ser
altamente anti-ergonômicas (por exemplo roupa muito ajustada ou muito dura),
a peça individual mais importante de roupa com a qual um homem entra em
contato todos os dias é a sua roua íntima.
Por isso usar a roupa íntima errada pode ser uma razão escondida para muitos
problemas, tais como
•
•
•
•
incomodidade durante reuniões longas ou viagens
coceira durante caminhadas ou prática de esportes
inclusive dor se houver pressão sobre os testículos
situações embaraçosas en público.
Este é um exemplo clássico da importância no design ergonômico nas
empresas:
Um chefe perguntava para si porque razão um dos seus assistentes levantavase continuamente para tomar café, ir ao banheiro e conversar com seus
colegas. Depois de uma investigação realizada por um especialista em
ambientes de trabalho descobriu que a verdadeira razão da sua “inquietude”
era a necessidade de levantar de uma cadeira totalmente inadequada! O
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estofamento estava completamente esmagado e o encosto estava solto. Nem
sequer o assistente tinha consciência de que ele se levantava tantas vezes
únicamente para descansar da sua cadeira. Quando a antiga cadeira foi
substituída por uma ergonômicamente correta, o empreado reduziu suas
interrupções para menos da metade. Se passarmos este exemplo para a roupa
íntima, podemos chegar às mesmas conclusões – com a diferença de que
nenhum especialista vai ter a coragem de perguntar que tipo de roupa íntima
você está usando!
ECTOMORFO
MESOMORFO
ENDOMORFO
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Mesomorfo, Endomorfo ou Ectomorfo: Qual o seu
tipo físico?
Desde que todos nós somos geneticamente diferentes, saber exatamente qual é o seu tipo
físico pode ser uma grande ajuda para alcançar os seus objetivos mais rapidamente, se
alimentando e se exercitando de forma mais apropriada.
Geneticamente falando, existem 3 tipos físicos diferentes: mesomorfo, endomorfo e
ectomorfo. Você é na verdade uma mistura desses 3 tipos físicos, mas sempre existe a
predominância de um deles em particular. O seu tipo físico "principal" vai ser aquele no
qual você mais vai se identificar. Então vamos ver qual é o seu tipo físico:
MESOMORFO
São aqueles mais bem dotados geneticamente falando porque são mais pré-dispostos a
terem maiores ganhos musculares. Geralmente tem um visual mais atlético e sarado,
tem boa postura e são simétricos. Mesomorfos são conhecidos por ganharem massa
muscular muito mais rapidamente do que a maioria das pessoas e da mesma forma
podem perder gordura rapidamente seguindo uma dieta apropriada. Para os bodybuilders e
para os fanáticos por fitness essa é uma excelente notícia!
Dicas de treinamento para o MESOMORFO:
O melhor treinamento com pesos para o mesomorfo é aquele com cargas muito pesadas e
feito de forma explosiva (com muita força e muita intensidade). Super sets, Drop Sets,
Séries Negativas e outras técnicas avançadas e treinamento são muito úteis para os
mesomorfos que vão proporcionar excelentes ganhos de massa muscular. Mas é muito
importante sempre descansar e intercalar os treinamentos para evitar a todo custo o
overtraining.
Os treinos cardiovasculares devem ser feitos 2-3 vezes na semana por aproximadamente
20-30 minutos por sessão. A intensidade deve ser moderada a alta para objetivos de
queima de gordura. Se você se identificou com o tipo físico mesomorfo é muito importante
que não se exceda nos exercícios cardiovasculares porque eles podem fazer com que
você perca massa muscular magra se forem feitos durante muito tempo e/ou com muita
frequência.
Dicas de dieta para o MESOMORFO:
Proteína é a chave para os mesomorfos! Procure ingerir proteínas de alta qualidade ao
longo do dia com uma quantidade moderada de carboidratos (de preferência aqueles com
baixo índico glicêmico) e gorduras. O mesomorfo deve evitar variações de peso para
ganhar/reter massa muscular. Adotando uma dieta nutritiva e evitando alimentos com
pouco valor nutricional o apetite e os níveis de energia ficarão estáveis proporcionando
uma saciedade e evitando o desejo de comer besteiras como balas, doces, etc.
ENDOMORFO
As pessoas com esse tipo corporal são geralmente mais pré-dispostas a um maior
acúmulo de gorduras. Conhecidas por terem um visual menos definido, é mais difícil para
elas conseguirem um corpo em forma através de exercícios e dieta. A boa notícia é que a
estrutura óssea dos endomorfos é larga e forte. Isso pode ser uma vantagem no seu
esforço em ganhar massa muscular.
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Dicas de treinamento para o ENDOMORFO:
Ao escolher um tipo de treinamento, o endomorfo deve focar em aumentar seu
metabolismo. Treinos em Circuito, Supersets, Séries compostas e outras técnicas são
muito positivas. Não é recomendado o uso de cargas muito pesadas que vão limitar o
número de repetições a serem feitas. A faixa entre 10-15 repetições é a ideal para os
endomorfos. É indicado pouco tempo de descanso entre os sets de exercícios para se
manter dentro da sua zona de batimento cardíaco alvo.
Já que o endomorfo é conhecido pela sua tendência de acumular gordura corporal, o
treino cardiovascular deve ser feito com regularidade. Se você se identificou com o tipo
físico endomorfo saiba que o uso de monitores cardíacos é muito útil na sua rotina de
exercícios.
Eles vão permitir com que você se mantenha exercitando dentro da sua zona de
batimentos cardíacos alvo para maximizar a perda de gordura. Para achar sua zona de
batimento cardíaco alvo, diminua sua idade de 220 e multiplique o resultado pela
porcentagem determinada para atingir seus objetivos. Se você quer saber mais sobre as
zonas de batimento cardíaco alvo leia o artigo "Monitores de Frequência Cardíaca: Deixe
seu coração guiar seus treinos!!"
Dicas de dieta para o ENDOMORFO:
Todos nós precisamos fazer refeições menores e freqüentes ao logo do dia além das
principais que já estamos acostumados a fazer (café da manhã, almoço e jantar). Essa
regra não é uma exceção para os endomorfos! Muito pelo contrário, eles são os grandes
beneficiados disso já que sabemos que refeições menores e mais freqüentes aumentam o
metabolismo e mantém os níveis de energia mais estáveis. Certifique-se de comer pelo
menos 5-6 refeições por dia.MRP (Substitutos de Refeição) e barrinhas de proteína vão te
ajudar pela praticidade e pela qualidade nutricional, especialmente nas refeições menores
entre as refeições principais.
Existem excelentes Fat Burners (queimadores de gordura) no mercado que podem te
ajudar a acabar com a gordura indesejada. Produtos como "Thermoburn" e "Fatloss" da
Arnold Nutrition, "Fat Burners (Easy to Swallow)" da Universal Labs e outros produtos
como o "Thermogenic Ripped" da Nutrilatina, que tem em sua fórmula o chá verde,
sensação do momento, podem ser uma excelente alternativa para que você consiga perder
a gordura mais rapidamente.
ECTOMORFO
Difícil de ganharem peso! Pernas e braços grandes, pequena porcentagem de gordura
corporal e poucos músculos. Esses são os Ectomorfos. Enquanto que algumas mulheres
não veriam problema nenhum em ter essas características, os homens geralmente tem
uma visão diferente.
Dicas de treinamento para o ECTOMORFO:
Se você é um Ectomorfo, provavelmente seu maior benefício vai ser alcançado com
cargas muito pesadas nos treinos com pesos. Você vai querer estimular os seus
músculos muito intensamente para ter a resposta que quer em termos de ganhos
musculares. Exercícios usando barras e halteres são ótimos para alcançar esse objetivo.
Eles permitem que você use toda a amplitude de movimentos e geralmente são mais
familiares ao corpo do que aqueles feitos nas máquinas.
Dê um bom descanso entre os sets (2-3 min) para que com isso você reponha seus níveis
de ATP e tenha forças para uma nova série de exercícios pesados. Malhar pesado exige
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muito do seu organismo e dessa forma você vai precisar descansar o suficiente entre as
sessões de treinamento.
Os ectomorfos geralmente têm um metabolismo muito rápido e a queima de calorias é
muito intensa. Dessa forma não se preocupe com exercícios cardiovasculares por
enquanto. A menos que você faça atividades cardiovasculares por razões pessoais, você
deve inicialmente se concentrar em ganhar massa muscular magra através do treino com
pesos.
Dicas de dieta para o ECTOMORFO:
Lembre-se que a sua alimentação é responsável por pelo menos 70-75% de todo resultado
do seu treinamento. Dessa forma mesmo que você seja naturalmente magro você precisa
ingerir com freqüência alimentos de alta qualidade nutricional, saudáveis e completos.
Sempre tome suplementos multivitamínicos e minerais.
Existem outros suplementos que podem te ajudar muito, dentre eles os aminoácidos, os
shakes de proteína e principalmente os hipercalóricos dentre os quais recomenda-se a
linha Mega-Gym da Nutrilatina que foi desenvolvida especialmente para ajudar os
Ectomorfos
no
ganho
de
massa
muscular.
Observações
Finais:
A busca pelo corpo perfeito não é uma tarefa fácil. Requer muito sacrifício, organização e
disciplina. Esperamos que através desse artigo você tenha identificado o seu tipo físico e
com isso consiga otimizar seus treinamentos e sua alimentação para alcançar seus
objetivos
mais
rapidamente.
Texto sobre visagismo, biótipo e estilo (Sylvana Cardoso)
CONSULTORIA DE IMAGEM
VISAGISMO
A palavra visagismo é derivada do francês visage (rosto). É a arte de criar uma
imagem pessoal que revela as qualidades interiores de uma pessoa, de acordo
com suas características físicas e os princípios da linguagem visual (harmonia
e estética), por meio da maquilagem, do corte, da coloração e do penteado do
cabelo. Revela as características do rosto humano, quais são e como
reconhecê-las: a estrutura e a anatomia da cabeça, os formatos de rosto, as
proporções do rosto e do corpo, os diversos formatos das feições (olhos, boca,
nariz, queixo, pescoço e ombros) e as cores das peles brancas e negras.
BIÓTIPO
O tipo físico que cada uma de nós tem. De acordo com ele, temos uma
tendência natural a sermos baixas ou altas, mais cheias de corpo ou magras,
de pernas compridas ou curtas. Basicamente, existem três biótipos:
endomorfos (ou brevilíneos), mesomorfos (ou atléticos) e ectomorfos (ou
longilíneos). Os nomes são pra lá de esquisitos, mas vale a pena conferir.
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Comece dando uma espiada em sua mãe, sua tia ou sua avó. A genética sempre ela - tem a ver com essa história. Além disso, a partir dos 12 ou 13
anos, a menina já pode ter uma boa noção de qual é o seu tipo físico. Veja qual
é o seu:
Endomorfo: pernas curtas; estrutura óssea delicada; seios um pouco maiores
que a média, rosto redondo.
Cuidados: se você é assim ou tem um parente próximo com esse perfil, fique
de olho na balança!
Em geral, as mulheres desse tipo precisam tomar cuidado com a alimentação,
pois tendem a se tornar rechonchudas e a acumular gordura no abdômen.
Mesomorfo: pernas de comprimento médio, em geral, na mesma proporção
que o tronco; seios de tamanho médio; rosto quadrado ou oval; quadris
maiores que os ombros.
Cuidados: se você é do tipo mesomorfo, ao ganhar alguns quilinhos extras, a
tendência é de que se alojem nos seus quadris!
Ectomorfo: pernas mais longas; estrutura óssea forte; seios pequenos; rosto
oval ou em forma de coração. O peso é distribuído pelo corpo todo, sem
tendência a se acumular aqui ou ali.
ESTILO
Você tem! Todos nós temos um estilo, mesmo aqueles que se consideram
neutros possuem estilo. Estilo não é estar na moda; estilo vem de dentro pra
fora, é individual e pode ser aprendido e adquirido com o passar dos anos.
Buscamos tê-lo, mesmo que inconscientemente queremos transmitir uma
mensagem de quem somos através de uma imagem não verbal: a aparência.
Essas mensagens repetidas vezes, forma o estilo e permite que os outros a
interpretem de tal forma.
Para transmitir uma boa imagem, o ideal é aliar bom senso com estilo próprio.
É importante não copiar o estilo de ninguém, mas sim descobrir o seu e lidar
com a moda apenas buscando nela aquilo que se encaixa em seu estilo e
corpo.
Seguindo a moda à risca, ficamos todos iguais, com a mesma cara; ao
contrário, respeitando nosso estilo, nos individualizamos e firmamos nossa
própria personalidade transmitindo assim uma imagem consistente de quem
somos. Existem sete padrões internacionais de estilo. Toda pessoa é formada
por um predominante e dois diluídos. São eles: Esportivo/Natural, Tradicional,
Elegante/Clássico, Romântico, Sexy, Criativo e Moderno. Tente identificar o
seu!Esportivo: Preferem as roupas mais confortáveis e funcionais. Sua
mensagem é amigável, jovem e alegre. Tradicional: Em geral relacionam roupa
com necessidade. Transmitem uma mensagem mais conservadora, de respeito
e autoridade. Elegante: Vestem-se para brilhar, preocupam-se com o glamour
do que vestem. A mensagem é de refinamento, de uma pessoa culta e bem
sucedida. Romântico: Lida com a sensualidade de maneira doce e leve. A
mensagem transmitida pode ser de muita feminilidade. Sexy: Buscam chamar a
atenção e transmitem uma mensagem sexy, poderosa (o) e desejável. Criativo:
Vestem-se de forma original e independente. Sua mensagem é divertida,
alegre e animada. Parece fácil identificar nosso próprio estilo, mas não, exige
muito conhecimento de quem somos e uma análise minuciosa.
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BIBLIOGRAFIA
LACERDA, E. Segurança do trabalho: ergonomia. Curitiba: Universidade
Federal do Paraná. Setor de Ciências Agrárias. Departamento de Engenharia e
Tecnologia Florestal, 2007. 12p.
Curso de Ergonomia Aplicada – Teoria e Prática – Kamilla F. O. Sartori
Ergonomia: fundamentos da prática ergonômica – Rodrigo Pires do Rio e
Licinia Pires
Ergonomia Aplicada ao Trabalho em 18 lições – Hudson de Araujo Couto
Ergonomia Prática – Jan Dul e Bernard Weerdmeester
Manual de Ergonomia no escritório – Qualitymark Editora Ltda.
Manual de Ergonomia em Casa - Qualitymark Editora Ltda.
Atualidades em Ergonomia Logística, Movimentação de Materiais, Engenharia
Industrial, Escritório – Antonio Francisco Abrantes – IMAM
Ergonomia no vestuário: conceito de conforto como valor agregado ao produto
de moda – Gonçalves, Eliana – UDESC;Lopes, Luciana Dornbusch – UDESC.
Aldrich, W. (2004). Metric Pattern Cutting. Oxford: Blackwell Publishing.
Arezes, P., Barroso, M., Cordeiro, P., Costa, L., Miguel, A. (2006). Estudo
Antropométrico da
População Portuguesa. Lisboa: Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no
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Grave, M. (2004) A Modelagem sob a ótica da Ergonomia. São Paulo: Ed.
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Industrial. Novo
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Wang, Q. e Ressler, S. (2005, junho). A Tool Kit to Generate 3D Animated
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Trabalho apresentado no Digital Human Modeling for Design and Engineering
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Winks, J. (1997). Clothing Sizes: International Satandardization. Manchester:
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Wisner, A. (1987). Por dentro do trabalho: Ergonomia: Método e Técnica. São
Paulo: FTD
Editora.
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APOSTILA DE DESENHO BÁSICO
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ÍNDICE
-MÓDULO 1
1.A INICIAÇÃO AO DESENHO ----------PÁG 81
-MÓDULO 2
2.AS FORMAS BÁSICAS----------PÁG 87
-MÓDULO 3
3.USO DO LÁPIS----------PÁG 93
-MÓDULO 4
4.O DESENHO E AS SUAS FUNÇÕES----------PÁG 96
-MÓDULO 5
5.TÉCNICAS DE DESENHO BÁSICO----------PÁG 101
-BIBLIOGRAFIA----------PÁG 110
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MÓDULO 1
1.A INICIAÇÃO AO DESENHO
Tópicos:
1.1.O que é desenhar?
1.2.Um exercício de aquecimento
1.3.Aprendendo a traçar
1.4.O volume
1.5.Passo-a-passo
Apresentação
O desenho é por si só uma arte e, além disto, se encontra como o primeiro
passo para inúmeras outras como a pintura, a escultura, arquitetura, cenografia
e muito mais.
Na verdade, todos podem desenhar desde que desenvolvam a capacidade de
observação.Vamos iniciar aprendendo os primeiros passos técnicos.
1.1.O QUE É DESENHAR?
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1.2.UM EXERCÍCIO DE AQUECIMENTO
Usando uma prancheta como apoio, papel sulfite e lápis
3B, faremos um exercício de aquecimento. Inicie ilustrando de acordo com as
letras do alfabeto: para A uma árvore, para B uma bola, para C uma casa, e
assim por diante. Desenhe rápido sem se preocupar com o resultado.Esta
atividade vai ajudar a desenvolver a criação.
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1.3.APRENDENDO A TRAÇAR
Para que você alcance o domínio do desenho é preciso aprender
primeiramente a traçar. O lápis, deslizando sobre o papel deixa um rastro, este
rastro é a linha.
Ainda usando o papel sulfite, trace linhas como no exemplo abaixo. Use folhas
inteiras para cada tipo de traço:verticais, horizontais, oblíquas, cruzadas,...
Naturalmente, no início do exercício estas linhas parecerão tortas e
desalinhadas. Não desanime! A intenção maior é que a sua mão torne-se leve
e firme para o desenho. Mesmo depois de tornar-se um artista, volte sempre ao
traçado para adquirir cada vez mais, as noções de paralelismo e
perpendicularidade, tão necessárias em todas as representações artísticas.
1.4.O VOLUME
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1.5. PASSO A PASSO
1.5.1 O Esboço:
O desenhista deve sempre prestar atenção às formas do seu modelo. Cada
objeto adquire um formato especial, cujo aspecto o define como unidade.
Observe como algumas linhas de construção irão lhe facilitar o
desenvolvimento do desenho.
Procure traçar com a mão leve, sem marcar o papel.
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1.5.2. O sombreamento
1.5.3 Acentuando os tons
Com o grafite 6B acentue os tons em determinadas partes do desenho, dando
um efeito de sombras e volumes.
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1.5.4.O ACABAMENTO
Utilize todos os recursos que aprendeu neste módulo: linhas, sombras,
texturas, sem se prender apenas a um ou a outro conhecimento. Cada artista
deve estabelecer suas normas próprias de criação do esboço e depois de
valorização do desenho. Quanto mais você treinar, mais fácil será a execução
dos trabalhos. O mais importante é enriquecer a sua arte e desenvolver a
criatividade.
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MÓDULO 2
2.AS FORMAS BÁSICAS
Como você pode ver abaixo, basicamente podemos desenhar qualquer coisa,
tendo em mente 4 formas geométricas básicas.
Circular - Triangular - Cilíndrica - Quadrada
Destas formas podemos criar inúmeras outras, chamadas de formas derivadas.
Os grandes mestres das artes visuais, não possuem segredos ou fórmulas
mágicas, que os tornam hábeis desenhistas. Porém existe um fator em comum
entre a maioria dos grandes desenhistas e artista.
A persistência, a paciência, e treinamento constante.
Como diria o grande e famoso inventor Thomas Edson, inventor da lâmpada
elétrica, devemos ter um por cento de inspiração e noventa e nove de
transpiração, e esta regra, também se aplica as artes visuais, portanto treine e
muito.
Faça este treinamento de rabiscos:
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Com estes rabiscos acima e outros que você faça, os traços a mão livre ficarão
cada vez mais fáceis e rápidos. Note as linhas retas e as curvas. Partindo
destes simples traços, você poderá desenhar outras formais tais como, os
retângulos, ovais, elipses, curvas diversas, pirâmides, círculos etc. Veja
exemplos abaixo.
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Se você prestar atenção nos objetos, pessoas e animais, a sua volta,
perceberá que todas possuem uma ou mais formas geométricas básicas,
agrupadas ou não.
Por exemplo, um Pingüim nos lembra ou possui uma forma semelhante a de
um pino de boliche, desta forma ficará mais fácil começar a desenhá-lo.
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Veja abaixo exemplos de formas básicas, comece pelos traços básicos e
simples, veja o quanto mais fáceis estes desenhos serão feitos. Desenhe estes
exemplos abaixo.
Nesta primeira fase, faça-os a mão livre sem o uso de gabaritos ou réguas.
Como você pode perceber, os desenhos são na realidade, sobreposições e
uniões de formas geométricas trabalhadas e aperfeiçoadas, sendo finalizadas
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com um acabamento, que lhes dará originalidade e beleza. O segredo para se
chegar lá é treinamento constante.
Composição de uma paisagem simples
Nesta primeira fase, vamos fazer desenhos simples e rápidos, não faça o
contrário, desta forma você irá aprendendo a fazer as mais diversas figuras, de
um modo fácil. Com o passar do tempo e progresso pessoal, você poderá
desenhar o que quiser, mesmo sem a ajuda das linhas bases ou rabiscos,
também chamados de croquis.Tudo é questão de tempo e treino.
Neste exemplo acima, iniciei pelas formas e linhas básicas, que são as curvas
e as retas, a mão livre e régua para a linha do horizonte . Tente fazer o mesmo.
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Nesta fase, começo a dar as formas e detalhes da paisagem, seguindo a
formas e linhas básicas. Conforme você for desenhando, vá apagando as
linhas de construções.
Desenho finalizado, sem a coloração. As formas básicas e linhas ajudaram
neste processo, pois são práticas e de grande importância. Grandes mestres
dos quadrinhos, pintura, animação etc, começam seus trabalhos seguindo este
processo. Faça o mesmo.
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MÓDULO 3
3.USO DO LÁPIS
3.1.Uso do lápis – parte 1
Temos vários detalhes para “falar” sobre o uso do lápis, como, qual marca é a
melhor, qual graduação uso, como manuseio o lápis?
“…Primeiro, é preciso entender as gradações do grafite e seus códigos. As
letras H (do inglês “hard”) dizem respeito a grafites mais duros. Por isso, há o
lápis H e, à medida que os números crescem, para 2H, 3H e assim por diante,
vai aumentando a dureza do grafite, que assim produzirá sombras cada vez
mais claras. São lápis usados para sombreados mais suaves ou traços bem
delineados quando bem apontados. Mas devem ser usados com cautela e mão
leve, porque marcam e sulcam o papel devido à sua dureza. Se soubermos
usá-los com suavidade, serão muito adequados para delinear os esboços de
um desenho em papel definitivo. Também são estes os lápis mais apropriados
para superfícies mais resistentes como paredes ou pedras.
As letras B (do inglês “black”) dizem respeito a grafites mais macios e escuros.
Da mesma forma, à medida que os números crescem, aumenta a maciez e
portanto a capacidade de escurecimento do grafite. São lápis usados para as
sombras mais escuras. O lápis HB tem amplo uso e se situa na gradação
intermediária, nem muito duro nem muito macio.
É encontrada também a letra F (do inglês “Fine”), fazendo referência à ponta
fina. São lápis indicados para contornos, usados bem apontados.
Sabendo disso, o ideal é que cada um procure ver como se adapta melhor
conforme o uso. Pessoalmente, para obter sombras lisas e homogêneas, utilizo
primeiro os lápis mais duros (uso apenas do H para os mais macios),
preenchendo com uma sombra bem clarinha o desenho todo de forma igual
(chapada) excetuando a área de luz. Mesmo com o lápis H, alguns papéis
agarram tão bem o grafite que é preciso ter a mão bem leve (para isso é bom
segurar no meio do lápis e deixá-lo cair com o prório peso, sem impor o peso
da mão). Quando percebo que o grafite começa a não fazer muita diferença ou
que estou começando a fazer força demais e marcando o papel, passo ao lápis
mais macio. Recomeço o mesmo processo e vou passando aos grafites mais
escuros até o fim, a cada nova camada mantendo o sombreamento mais
distante da área de luz, assim determinando o degradê.
Para evitar as indesejáveis marcas de traços no sombreado (eventualmente
indesejáveis, já que traços podem ser úteis em texturizações), mantenho o
lápis sempre brandamente apontado. Isso significa apontar mas deixar ao
menos um pouco arredondado na pontinha mais extrema, para que o lápis não
sulque o papel e nem deixe marcas mais escuras aqui ou ali.
As marcas que costumo recomendar são Bruynzeel, Cretacolor, Mitsubishi ou
Faber Castell Alemão (jamais o Regent). Não parece, mas um lápis pode fazer
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toda a diferença na obtenção de um resultado satisfatório. Até mesmo quem
tem total domínio e muita prática pode sofrer com um lápis de má qualidade.
Alguns lápis (mesmo os melhores, como o Cretacolor ou o até recomendável
Koh-I-Noor) podem apresentar pequenos cristais no grafite, o que faz com que
se perceba durante o desenho que o lápis parece não estar riscando, e
sentimos uma textura diferente, um certo atrito. Nesses casos, só podemos nos
resignar e ir experimentando outras marcas.
Caso sua sombra apresente pequenas manchinhas mais escuras, isso
provavelmente não se deve ao grafite, se ele for de boa qualidade. Podem ser
micro-resíduos de borracha. Por isso, procure limpar bem o papel antes de
sombrear.
Para retirar ou corrigir sombreado, usa-se o limpa-tipos (uma massinha
antigamente usada para limpar os tipos de máquinas de escrever). As marcas
que recomendo são Milan (o melhor) e Cretacolor. Não recomendo nenhuma
das outras, mesmo as mais elegantes marcas importadas, podem ser terríveis
e gordurosas.
A massa deve ser usada com pequenas e leves batidas contra o desenho, de
forma que ela arrancará o grafite, que grudará na massinha. Pode-se usar
também friccionando (não como a borracha; passa-se a massa uma só vez e
ela já retira muito grafite), mas é arriscado e melhor usar assim apenas em
casos em que se quer retirar toda a sombra. Quando se sombreia novamente
onde o limpa-tipos foi friccionado, podem surgir marcas por causa de resíduos.
Isso não ocorre quando apenas batemos a massa no papel.
O limpa-tipos deixará marcas disformes se usarmos sem modelar, por isso
procuro modelá-lo com a mão criando uma crista bem fininha e batendo essa
crista no mesmo sentido do traço de grafite, assim é possível retirar o grafite
traço por traço. Isso é excelente para pequenas correções de imperfeições. À
medida que aquela região da crista da massinha fica saturada de grafite, é
preciso remodelar a massinha, fazendo-se nova crista com massa limpa.”
3.2. Uso do lápis – parte 2
O lápis é a ferramenta mais fácil de encontrar no mercado para voce iniciar e
aprofundar nesta técnica. A globalização unida com a internet nos possibita ter
no mercado os lápis necessários do iniciante ao profissional. No entanto o uso
do lápis de forma correta é pessoal, mas toda orientação a mais sempre é bem
vinda. Impera para que fim voce o quer, assim vou colocar abaixo, o que
outros profissionais indicam para os autodidatas, iniciantes, médios e até
avançados.
Hs ou HB – para criar a grade ou quadriculado para desenhos realisticos pela
precisão no traço. Facilmente desaparece ao realizar a sombra.
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2B – ideal para um esboço por realizar traço claro com maciez. Facilita no
croquis deixar inumeros os traços auxiliares e caso queira apagar não ficará
um “traço fantasma”.
6B – é o mais solicitado para uso em provas de vestibulares. Auxilia a dominar
a pressão do lápis no papel, seja no croqui ou no jogo de luz e sombra. Gera
inumeros efeitos dependendo do papel escolhido.
Bs – são mui úteis, entraram quando as necessidades da sua motivação
requisitá-los.
Manuseio - aponta-lo com estilete, mas crianças devem usar o tradicional
apontador. Use a ponta para realizar croquis, em partes do desenho que exija
traços ou linhas, como sobrancelhas, cilios, cabelos,… texturas de tecido,
penas e até pontos. Deitado é ideal para sombrear areas grandes e com
variação de pressão no papel. Tenha cuidado com a madeira próxima da mina
do grafite, ela pode arranhar o papel gerando uma textura extra e indesejada
no seu papel. Outra opção seria as minas maciças, que evitam estes danos.
Materiais auxiliares – para esfumaçar ou sombrear podemos treinar muito e
não usar nenhum auxilio ou usar esfuminho, algodão, guardanapo, pincel com
cerdas macias, feltro,…Evite os dedos, pois a nossa pele tem gordura e ficará
no papel, o que dificultará o uso do lápis e acabamento do seu desenho.
3.3.Desenho a mão livre e prova de aptidão
O aluno ao realizar a inscrição para o vetibular, é que descobre a prova de
habilidade específica para o seu curso. A maioria dos cursos para artes, tem o
item de Desenho a mão livre.
Nesta prova põe o candidato diante de um objeto e uma folha em branco para
desenha-lo com lapis 6B.
Irão avaliar:
•
•
•
•
•
croquis e desenhos elaborados;
capacidade de observação, síntese, proporção, prespectiva,
representação do modelo;
desenho de memória e interpretação de temas;
composição formal: figura, fundo, ocupação do papel;
desenho a lapis e a caneta esferográfica.
A preparação para esta prova deve ser de mínimo de 6 meses de
antecedência. Leitura de livros indicados pela faculdade e o principal de tudo
concentração e calma.
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3.4.Uso do lápis de cor
Existe mais de um tipo de lápis de cor, como o comum, aquarelável, nacionais
e importados. O trabalho pode ser realizado com eles, porém a diferença de
um e do outro refletirá no seu trabalho, tanto em tempo de execução e
acabamento.
Vamos a lista de material:
- lápis de cor 48 cores;
- papéis Canson A4;
- estile para adultos ou/e apontador para crianças;
- lápis 6B;
- borracha maleável e lápis borracha.
MÓDULO 4
4.O DESENHO E AS SUAS FUNÇÕES
O homem pré-histórico marcou na rocha seres humanos, animais, plantas,
elementos do seu mundo, expressando de uma forma intensa as suas
vivências (fig. 1).
As culturas da antiguidade como a Egípcia (fig. 2) e Grega, deixaram marcas
da sua história registrada sob a forma de imagens desenhadas que nos
oferecem meios para a compreensão do seu pensamento história e sabedoria.
O desenho da idade média transporta-nos para o ambiente da época com as
suas personagens ingênuas e espaços "impossíveis" por ausência da
perspectiva (fig. 3).
Figura 1
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Figura 2
Figura 3
No renascimento o desenho ganha pujança e força com as suas perspectivas
sublimes e a sensibilidade grandiosa dos mestres da época.
Cada cultura possui saberes, códigos e valores próprios e portanto condiciona
os sistemas de comunicação. O desenho de cada período histórico é
condicionado por aquilo que em determinado momento histórico é considerado
verdadeiro e digno de importância.
Veja-se por exemplo como varia a representação de um Cristo na arte
Bizantina ou na da Idade Média, do Gótico ou da atualidade. Igualmente a
representação da figura humana aparece com aspectos completamente
diversos conforme as épocas históricas devido aos conhecimentos que se
tinham ou não sobre a anatomia humana, ou os ideais de beleza do momento.
Também de indivíduo para indivíduo, mesmo sendo contemporâneos, o caráter
do desenho varia caracterizando a capacidade de representação, sensibilidade,
personalidade e interesses de cada um. Mesmo desenhos do mesmo indivíduo,
por vezes variam bastante de acordo com diversas condicionantes, como a
experiência, vivências, estados de espírito, etc.
Do ponto de vista do observador procura-se fazer a decodificação do que se vê
representado, a partir do que se conhece do mundo, fazendo associações
automáticas entre o que conhecemos da realidade e o que vemos
representado. O receptor, aquele que analisa um desenho, também só
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perceberá nele o que conseguir ou quiser entender. A cultura que cada um de
nós possui, vai tornar-nos mais ou menos capazes de extrair "leituras" de uma
imagem ou desenho. O tipo de sensibilidade, a disponibilidade e curiosidade
para apreciar a imagem também conduzem a uma apreensão mais rica ou
mais pobre.
4.1. O DESENHO DE SÍNTESE E DE ESBOÇO
O desenho de síntese
Normalmente os registros figurativos desenhados fazem-se dando um maior
realce a certos aspectos da realidade visível e omitindo outros. O caso extremo
desta afirmação será por exemplo o de uma caricatura. O que nos é oferecido
ver sobre a pessoa caricaturada é uma "síntese" dessa pessoa em que alguns
dados são omitidos propositadamente e outros são realçados e exagerados
provocando-se deliberadamente a chamada de atenção para os aspectos que
se julgam fundamentais e que se querem transmitir.
O desenho para determinados fins de estudo como por exemplo na botânica,
zoologia, etc., usa também este critério de eliminar alguns aspectos da forma
observada e dar apenas realce aos aspectos que se querem transmitir. Omite
deliberadamente alguns elementos fazendo uma síntese do que é considerado
essencial no objetivo de estudo.
O artista desenhista também omite, consciente ou inconscientemente
determinados aspectos da realidade que está a representar, tornando outros
mais vincados (fig. 11).
Mesmo que uma imagem se aproxime imenso do fato ou personagem
retratados, ela não é mais do que uma "ilusão" dessa realidade e como tal uma
das representações possíveis dela. Neste sentido o desenhista faz uma síntese
do que vê e representa apenas o que pretende transmitir. É neste fato que
reside acima de tudo o grande e verdadeiro poder do desenho, o de "manipular
a realidade" dirigindo a atenção do observador para os fatos que se pretendem
transmitir. É o artista que livremente escolhe e expõe o que julga essencial
expressar.
Figura 8
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Figura 9
Figura 10
Figura 11
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O desenho de esboço
Certos analistas da arte referem mesmo o desenho como base das artes
visuais. O desenho de esboço está sempre presente no atelier de quem
projeta. É a partir dele que os pintores, arquitetos (fig. 14), designers,
trabalham. Pensam, recolhem dados, fomulam hipóteses, projetam.
Cineastas, coreógrafos, cenógrafos, fazem constante uso dele no decurso do
seu
trabalho
de
concepção
e
nos
projetos
que
elaboram.
O recurso ao desenho esquemático, ao esboço, é feito praticamente por todas
as pessoas, quando individualmente ou em grupo, organizam raciocínios, fatos,
constatações, estudos, percursos e fases de trabalho.
Figura 12
Figura 13
Figura 14
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MÓDULO 5
5.TÉCNICAS DE DESENHO BÁSICO
5.1.É tudo uma questão de pratica e dedicação...
Como desenhar...poucas pessoas sabem faze-lo maravilhosamente a primeira
vez que pegam num lápis ou um pincel. Para a restante maioria das pessoas, é
uma questão de aprendizagem e não um dom. Pintar e desenhar são
atividades que têm que ser estudadas e praticadas, assim como se aprende
um novo desporto, uma nova língua, montar bicicleta ou escrever novelas.
É tudo uma questão de pratica e dedicação. E é precisamente a pratica, o que
faz a diferença entre um artista médio e um grande artista.
Dedicação
Se quiser ter sucesso, é recomendado não só conhecer como
desenhar, mas o mais importante, dedicar tempo á pratica do desenho e
pintura pelo menos duas vezes por semana.
Algumas pessoas gostam de desenhar e pintar sobre uma superfície plana,
como uma mesa ou secretaria outros preferem o cavalete e a facilidade de
manipulação do mesmo para colocar a folha ou tela em qualquer posição… Isto
é mesmo uma questão de preferência e hábito.
No entanto por experiência própria posso dizer que se o seu intuito é começar
a desenhar para depois passar á pintura a óleo ou pastel, o mais conveniente é
se habituar desde o início ao cavalete.
Bloco de rabiscos.
Um fabuloso habito, para quem quer levar o desenho a sério é adquirir um
bloco de rabiscos que possa levar a qualquer sítio.
Observe tudo a sua volta, tentando descobrir as formas básicas por detrás de
cada figura, veja como a luz se projeta sobre os objetos, observe as sombras,
as proporções, os pontos de fuga das imagens em perspectiva e reproduza o
que vê, no seu bloco.
Em quanto espera no médico, no autocarro, no transito, nas ferias, em fim,
qualquer momento é bom. Desenhe os objetos da sua casa, copie imagens de
fotografias, desenhe as suas próprias mãos, os seus pés, a sua imagem do
espelho…As oportunidades de praticar ficam só limitadas pela sua imaginação.
Faça exercícios...Da mesma forma que qualquer desportista, apresentador de
televisão ou cantor, faz exercícios de aquecimento e descontração antes de
iniciar a sua atividade …
Antes de iniciar as suas aulas semanais, faça exercícios de aquecimento com
as mãos a fim de descontrair os músculos do “desenho” e criar um fluxo de
energia criativa entre o seu cérebro, os seus olhos, a sua ferramenta de
desenho e a superfície de trabalho.
5.2.Desenho por encaixe
A tecnica de desenho por "encaixe" é o procedimento de
desenho, mais fácil, rápido e simples de utilizar, que consiste em encerrar
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numa figura geométrica ou combinação de varias formas simples, a figura de
qualquer objeto seja ele plano ou corpóreo.
Quase todas as formas podem ser representadas desta maneira.: reduzindo-o
a sua estrutura geométrica.
Esta forma geométrica que envolve ou contem o objeto, podemos dizer que
atua como uma caixa, dali a denominação encaixe ou encaixar
Nos exemplos a seguir podemos observar como as figuras ou objetos
correspondem a estruturas geométricas tais como, um triângulo, um círculo, um
cone e um cubo...ou a combinação de varias figuras geométricas.
Se observarmos ao nosso redor podemos comprovar atraves de inúmeros
exemplos como as formas reais encaixam em figuras geométricas e
combinações de formas básicas como: triângulos, quadrados, retângulos,
elipses, esperas, cilindros, cubos e cones.
Nos exemplos anteriores observamos como os objetos "encaixam"
perfeitamente em certas figuras geométricas.
O gelado, por exemplo, insere-se num cone e num circulo. Por tanto se
iniciarmos o nosso desenho fazendo estas figuras geométricas basicas, será
muito mais fácil a seguir, "embelezar" a forma básica e desenvolve-la até ficar
como um gelado.
A folha, insere-se prefeitamente num triangulo, pelo que se torna muito fácil
apos desenhar a forma básica geométrica, reproduzir as curvas da folha e
representa-la com as proporções corretas.
Um exercício importante que aconselhamos, a fim de desenvolver o seu
sentido de observação e educar a sua visão, é desenhar tudo o que lhe
apetecer, aplicando este método. Verá como com tempo e pratica será
extremamente fácil representar sem dificuldades.
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5.3.Forma e Tamanho-A relação das proporções dos objetos.
A forma e tamanho dos objetos nos permitem reconhece-los e diferencia-los
uns dos outros.
Observando a Figura A-1, podemos concluir que o único fator em comum entre
eles, é que todos são cogumelos. No entanto, cada um possui caracteristicas
diferentes nas suas proporções que nos permite diferencia-los entre si.
A relação entre as alturas, as grossuras dos "troncos" e as “cabeças”
determinam a forma de cada um de eles respeito aos outros.
Quando desenhamos, devemos observar minuciosamente o
modelo e estabelecer adequadamente a relação de proporções entre os
distintos elementos que o conformam a fim de representa-los corretamente.
Se assim não o fizermos, estaremos a representar uns objetos parecidos aos
modelos, mas não os objetos com as formas reais e corretas. No entanto, se
calcularmos e mantivermos a relação de proporção com o modelo, estaremos
definindo a sua forma e tamanho e representando-a corretamente mediante o
desenho.
Vejamos por exemplo, a Figura A-2. As proporções das dimensões A e B dos
cogumelos não são iguais aos representados na Figura A-1. Estes desenhos
por tanto, não possuem as mesmas proporções.
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5.4.Luz e Sombra- São os elementos basicos para produzir o efeito de Volume
nos objetos..
Num desenho em duas dimensões, a luz e a sombra são elementos que
definem e caracterizam o volume do objeto.
O volume é em conjunto com a forma outro dos aspectos que distingue os
objetos que nos rodeiam. Este depende da luz que recebe, e por consequência
das sombras que este produz.
A definição correta do volume dum objeto se consegue atraves da valorização
exata das intensidades das suas sombras.
Podemos definir dois tipos de sombras, as próprias e as projetadas.
As sombras próprias são as que origina o objeto em si próprio e as projetadas
são aquelas que ele produz nas superfícies vizinhas.
Também se deve ter em consideração os reflexos produzidos pela luz, que
projetam as superfícies ou objetos vizinhos já que estas aclaram a sombra
própria.
Entre a luz e a sombra há uma zona de transição ou de “meia sombra” que
pode variar em extensão dependendo da intensidade da luz.
No exemplo da Figura A-1, distinguimos dois objetos com a mesma forma,
tamanho e proporção, no entanto um representa um circulo e outro uma esfera.
O circulo passou a ser um elemento bidimensional, a parecer um elemento
tridimensional, com volume.
A diferença entre os dois objetos é conseguida neste caso pelo efeito da luz e
da sombra.
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5.5.Perspectiva
A perspectiva é um sistema matemático que permite criar a ilusão de espaço e
distancia numa superfície plana. Neste pequeno gráfico podemos ver o
funcionamento de uma projecção que resulta numa perspectiva e onde se
mostram os elementos que a definem
Perspectiva simples ou com um ponto de fuga
Numa perspective simples ou de um ponto de fuga, todas as
linhas de um objeto ou desenho apontam a um ponto colocado na linha do
horizonte. Neste caso o observador está situado por cima da linha do horizonte.
Na Figura 2, a linha do horizonte esta a altura do olho do observador.
Na Figura 3, o observador esta situado abaixo da linha do horizonte.
Quando alteramos a altura da linha do horizonte, o ponto de observação e o
ângulo de observação, obtemos efeitos interessantes nos desenhos.
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Perspectiva com dois pontos de fuga.
No caso duma perspectiva realizada com dois pontos de fuga, cada cara da
figura (neste caso o quadrado) se estendem com linhas imaginarias que se
unem em dois pontos de fuga localizados a ambos lados do objeto e sobre a
linha do Horizonte. Bem seja que o observador esteja acima da linha do
horizonte ou abaixo da mesma.
No desenho a seguir temos um plano representado na cor magenta
que representa a plano de quadro.
Isto é, a folha onde iremos representar a perspective do modelo.
Neste caso os pontos de fuga ficam localizados fora do plano. Se colocarmos
os pontos de fuga dentro do plano de quadro ou dentro da nossa folha, a figura
parecerá deformada.
Os dois desenhos são ligeiramente diferentes. No primeiro o observador se
encontra mais afastado do modelo, no segundo se encontra mais perto. Estes
efeitos podem ser estudados de forma a proporcionar certos efeitos de impacto
nas perspectivas. Tudo depende do dramatismo que se pretende impor á
composição.
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Perspectiva com três pontos de Fuga
Podem ser utilizados um infinito número de pontos de fuga em qualquer cena.
O número de pontos de fuga, dependerá do número de planos que possua o
modelo. Este tipo especifico de perspectiva com três pontos de fuga, surge
quando o observador esta localizado muito acima ou abaixo da linha do
horizonte e por tanto os planos verticais também sofrem deformação.
5.6.Composição - Conceitos Básicos.
Regras e padrões para criar equilibrio e harmonia
Composição refere-se a colocação ou distribuição dos elementos
que conformam a superfície do quadro de uma forma perfeita e equilibrada.
Seja qual for o estilo artístico a que pertence uma obra, a técnica de execução
da mesma ou a vertente artística do autor, todas elas têm em comum certos
elementos como: linhas, tons, cor, luz, sombras, etc.
É a correta e equilibrada organização desses elementos sejam eles objetos ou
espaços vazios, seguindo certos padrões e princípios, o que denominamos
composição.
Poderíamos dividir a composição em dois tipos básicos: clássica e livre.
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Composição clássica:
Consiste em elementos estáticos procurando o seu equilíbrio a traves da
simetria.
Composição livre:
Supõe uma ruptura do equilíbrio estático das obras.O principal ponto a
considerar ao compor um quadro é definir se os elementos que a conformam
serão realistas ou não e a seguir, procurar fazer um conjunto harmonioso de
tons, texturas e cores, colocando os objetos em diferentes planos de forma a
obter o efeito de profundidade e jogar com todos esses elementos seguindo
certas regras e padrões a fim de obter um peso visual harmonioso e equilibrado
Os elementos básicos dentro de uma composição são:
O ponto, a linha, o contorno e a forma, a textura, o tom, a cor, a luz. O
equilíbrio na composição
Todos os elementos que conformam uma composição, devem ser colocados
de maneira que se relacionem entre eles, e dentro do conjunto criando ritmos,
tensões, direções… Para obter o equilíbrio numa composição há vários
atributos que devem ser conseguidos com sucesso
O ritmo, o peso, a tensão, a direção, o tamanho e a Escala, o ponto de vista e a
proporção.
Harmonia na composição.
Harmonia pode ser consequência da correta aplicação de certos padrões que
aplicados ao desenho de forma correta farão de uma pintura, uma obra de arte.
- Equilíbrio simétrico ou assimétrico, aplicação da regra dos terços, movimento
sugerido, ênfases, unidade, repetição, escala e contraste.
Os princípios gerais da composição.
De uma forma geral podemos dizer que há certos princípios que definem
- Cada obra é um conjunto de elementos que conformam uma unidade.
- Cada elemento tem um valor
- O valor de cada elemento depende da sua força de atração.
- Um elemento perto do bordo é mais atraente.
- Cada secção do quadro tem um poder de atração.
- Cada secção de um quadro tem um peso visual.
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- Um elemento num espaço vazio tem mais força quando colocado junto a
outros elementos.
- Um elemento preto num espaço branco tem muita mais força.
- O valor do branco ou do preto é proporcional ao tamanho do espaço que faz
contraste com ele.
-Um elemento em primeiro plano tem menos peso que o mesmo elemento
colocado á distancia.
-Dois ou mais elementos associados podem ser reconhecidos como um.
Nesta introdução ao tema, enumeramos os elementos básicos de uma
composição, as regras do equilíbrio e a harmonia e certos princípios gerais. No
entanto, considerando a importância e amplitude deste tema, sugerimos que a
pesquisa e o treino constante do desenho básico.
(para compreender melhor o desenho)
Exercícios:
1. Faça vários retangulos para preencher. O primeiro com movimentos
circulares, mantendo a mesma pressão e preenchendo todo espaço branco da
area do retangulo.
2.Agora pinte outro controlando a pressão, usando apenas uma
cor.conseguimos vários tons, por meio do controle de pressão, que seria sua
mão pressionando pouco ou muito o lápis sobre o papel.
3.A seguir faça outro realizando um degradê. Inicie com pressões fortes,
médias e bem suaves.
4. Utilize um círculo como se simbolizasse uma laranja para estudar sobre
posição de cores, use primeiro o marrom, depois amarelo, vermelho, verde,
preto e marrom novamente. Siga o modelo de uma laranja.
Dicas
Evite o excesso do uso de borracha, mas caso precise dela, use a borracha
maleável por não ferir a sua folha.
O lápis amarelo e demais cores mui claras, exige que clarei o máximo o seu
esboço , pois o contato com o grafite borra e pode estragar a sua obra.
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BIBLIOGRAFIA
GOMBRICH, E. - A imagem e o olho - Ed. Alianza Forma.
EDWARDS, B. - Aprender a Dibujar con el lado derecho del cerebro Ed.Blume.
BETTY, C., SALE, T. - Drawing, A contemporary approach - HBJ.
FRANKASTEL:, P. - Imagem, visão e imaginação.
GOMBRICH, E. - Arte e ilusão - Ed. Martins Fontes.
ARNHEIM, R. - Arte e Percepção Visual , Ed. 70.
BOULEAU, C. - La Geometrie Secrete des Peintres, Ed. Charpentes.
HAYES, C. - Peindre et Dessiner . Elsevier.
MASSIRONI, M. - Ver Pelo Desenho - Ed. 70.
DONDIS, D.A. - La Sintaxis de la Imagen - Ed. Gustavo Gili.
BERGER, J. - Modos de Ver - Ed. 70.
DORFLES, G. - Elogio da desarmonia - Ed. 70.
ITTEN, J. - Art de la color - Ed. Dessin y Tolra.
KANDINSKY, W. - Ponto, linha e plano - Ed. 70
GREGORY, R. L. - A Psicologia da Visão (O olho e o cérebro) - Ed. Inova.
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Hino Nacional
Hino do Estado do Ceará
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Poesia de Thomaz Lopes
Música de Alberto Nepomuceno
Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de prata rolem das estrelas...
E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos.
Seja teu verbo a voz do coração,
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada!
Que importa que no seu barco seja um nada
Na vastidão do oceano,
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em meses, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldado diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
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