A TRANSIÇÃO DO EGRESSO DE TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA DO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE – IFC PARA AS UNIVERSIDADES Danilo José Ferreira, Doutorando em Educação, Universidade do Vale do Itajaí e professor do Instituto Federal de Santa Catarina- BC, e-mail [email protected]. Resumo: A problemática do ensino profissionalizante está intimamente ligada a questões históricas, políticas e econômicas dos Países. O desenvolvimento industrial e a mecanização nos campos despertou nos governantes e nos empresários a necessidade de pensar em uma mão de obra qualificada. No Brasil foi em 1937, no Governo de Getúlio Vargas, que o ensino profissionalizante foi considerado estratégico para o País (Oliveira, 2005). E no inicio da década de 1940 surge o chamado sistema S, SENAI, SENAC, SENAR ,entre outros e em 1942 a reforma Capanema traz ajustes as propostas pedagógicas existentes para a formação de intelectuais e trabalhadores. (KUENZER, 2007). O referido autor relata que a mudança significativa ocorreu em 1961, através da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei no 4.024/1961). A partir deste momento ocorre o reconhecimento da integração completa do ensino profissional ao sistema regular de ensino, estabelecendo-se a equivalência entre os cursos profissionalizantes e os acadêmicos para fins de dar continuidade aos estudos. Muito embora, a tentativa ainda fosse excludente. Nas décadas seguintes, principalmente a partir dos anos 90, o cenário foi muito producente . Conforme Kuenzer (2009), a integração entre ciência, trabalho e cultura a partir dos novos paradigmas de organização e gestão de processos flexíveis de trabalho, demandam uma formação científico-tecnológica e sócio histórica que verdadeiramente integre os conhecimentos científicos que fundamentam os processos sociais e produtivos contemporâneos. É necessário repensar a escola tanto no que se refere à formação dos profissionais, como no que se refere a preparação do cidadão. Nesta perspectiva, é preciso desenvolver as habilidades relevantes à profissão e também aos níveis de consciência a respeito das relações de produção e domínio dos meios de produção. Esta última questão é fundamental no que se refere à vida democrática. (OTT, MORAES E ROCHA, 1987). A partir dessa contextualização do ensino profissionalizante a presente pesquisa irá analisar o papel do Instituto Federal Catarinense na inserção dos egressos de Técnico em agropecuária nas Universidades. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC), foi criado a partir da Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008, ficando vinculado ao Ministério da Educação. Atendendo à chamada pública do Ministério da Educação as escolas agrotécnicas tornaram-se Institutos Federais e através desta chamada, as escolas vinculadas as Universidades Federais também se transformaram num campus do Instituto Federal. O IFC possui atualmente seis Campi que ofertam o curso de Técnico em Agropecuária distribuído pelo Estado. O IFC teve sua origem a partir da integração das escolas agrotécnicas de Concórdia, Rio do Sul e Sombrio, mais os colégios agrícolas de Araquari e Camboriú, que eram vinculados à Universidade Federal de Santa Catarina. Assim, a oferta do curso técnico em agropecuária em regime de escola-fazenda é comum a todos os campi, característica que integra os projetos políticos pedagógicos dos demais cursos ofertados pelo Instituto. Desta forma a prática orientada é princípio fundamental e proporciona aos estudantes experimentarem na prática os conhecimentos teóricos desenvolvidos em sala de aula, esperando com isso, uma interferência positiva na transformação da realidade social e econômica, contribuindo para desenvolvimento dos arranjos produtivos locais e regionais. Diferentemente do modelo de universidade clássica, a criação dos Institutos Federais (IF) tem o objetivo de articular a educação superior com a básica e profissional, assumindo papel representativo na formação e disseminação de políticas públicas sociais, trabalhando além de seus muros e promovendo o desenvolvimento, principalmente em regiões com menor assistência educacional, aproximando o diálogo com a realidade local e regional na busca de soluções, em especial, aquelas relacionadas com a educação profissional, reafirmando o compromisso da oferta de educação pública e gratuita de qualidade em todos os níveis e modalidades. Palavras-Chave: Ensino técnico, Transição do ensino para trabalho, Ensino médio integrado.