CONSTRUTIVISMO E ROBÓTICA EDUCACIONAL: A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS Carlos Roberto da Silveira Júnior1; Jeovane Dias Coelho2; Alex Santos Bandeira Barra3 1 Instituto Federal de Goiás/Campus Inhumas 2 Instituto Federal de Goiás/Campus Inhumas 3 Instituto Federal de Goiás/Campus Inhumas - [email protected] Recebido em: 08/09/2015 – Aprovado em: 14/11/2015 – Publicado em: 01/12/2015 RESUMO A robótica educacional propicia o desenvolvimento de habilidades e competências, valorizando o cálculo mental com uma habilidade no fazer (sensório-motor, operativo) e teórico (objeto). O uso da robótica propicia uma atividade interdisciplinar valorizando-se os conteúdos curriculares exigidos através do envolvimento de diferentes disciplinas e professores. O presente artigo discute a importância da robótica na aquisição de conceitos matemáticos, objetivando compreender como a prática construtivista em sala de aula através da robótica propicia o aprendizado de conceitos matemáticos e alternativas para o ensino em escolas públicas. O trabalho foi desenvolvido de forma interdisciplinar por uma equipe de professores da área de informática, matemática, pedagogia e psicologia. A metodologia se baseou em três etapas: 1) o levantamento teórico de autores que tratam da temática investigada, destacando-se Piaget, La Taille, Carraher, Moyses, dentre outros; 2) a investigação de como os conceitos matemáticos, voltados para o ensino médio, podem ser mais bem adquiridos através da prática da robótica educacional; 3) alternativas do desenvolvimento de práticas de robótica para o ensino de matemática frente à realidade das escolas públicas. Como resultados percebese que a robótica propicia a relação sujeito empírico e sujeito epistêmico visto que na prática robótica o aluno constrói os conceitos baseado em seu ritmo, dificuldades e interesse, progredindo para o equacionamento dos conceitos matemáticos solicitados. As dúvidas, tão pouco exploradas no ensino tradicional, são constantemente tratadas no ensino da robótica. O aprendizado é mais motivador despertando o interesse dos alunos. O estágio hipotético-dedutivo, que representa o nível mais elaborado de desenvolvimento cognitivo é alcançado de forma mais fácil com atividades práticas como no uso de robôs. A robótica é uma atividade que oportuniza a verificação, testes e construção de conceitos matemáticos de diferentes formas. Através do controle de deslocamento e giro do robô é possível desenvolver atividades permitindo que os alunos compreendam conceitos relacionados à função trigonométrica, exponencial, logaritmo, polinomial de 1º e 2º grau, cálculo de áreas de geometria, Teorema de Pitágoras, conhecimento de figuras geométricas, conceito de ângulos, dentre outros. Ao inserir sensores ao robô e coletando dados no tempo podem-se desenvolver atividades para o ensino prático de conceitos de lógica, probabilidade e estatística. Nas escolas públicas a realidade dificulta as práticas de robótica, no entanto, podem-se pensar algumas alternativas mitigadoras. Para a falta de formação de professores a possibilidade de parceria através de extensão com grupos de robótica em instituições públicas. Em laboratórios com poucos computadores e turmas com muitos alunos as ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.22; p. 29 2015 atividades podem ser desenvolvidas em grupos, aumentando também a interação entre os alunos. Na ausência de recurso para aquisição de kits de robótica pode-se utilizar softwares de ensino de robótica ou kits de baixo custo com o Arduino. Para o pouco tempo disponível para atividades sugere-se o uso de tutoriais de atividades práticas. Conclui-se que o construtivismo é uma prática importante no meio educacional, que a construção dos conceitos matemáticos é mais potencialmente alcançada quando os alunos entram em contato operacional com a atividade prática e, para se desenvolver nas escolas, há diversas alternativas a serem analisadas. Palavras-chave: Construtivismo, Robótica educacional, Conceitos Matemáticos ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.22; p. 30 2015