Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição do Jornal de Negócios Salário de Fernandes Thomaz na CGD aumenta com trabalho independente Maria João Gago | [email protected] No novo mandato, o vice-presidente da CGD beneficia da excepção prevista do Estatuto do Gestor Público. Mas tem o salário mais baixo da equipa. O vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos, Nuno Fernandes Thomaz, teve um aumento salarial de quase 58% com a nomeação para um segundo mandato como administrador do banco do Estado. Uma subida que resultou do facto de o gestor ter passado a beneficiar do regime de excepção previsto no Estatuto do Gestor Público e que foi possível pelo facto de ter recebido remuneração como trabalhador independente antes de ir para a CGD. Ainda assim, Fernandes Thomaz continua a ter o salário mais baixo entre os administradores executivos da Caixa, apesar de ser o número dois da hierarquia executiva. Os rendimentos por trabalho independente permitiram ao banqueiro passar a receber 8.647,8 euros antes de impostos por mês, contra o salário bruto de 5.481,1 euros que arrecadou nos dois anos que durou o seu primeiro mandato como administrador da Caixa, de acordo com o relatório e contas do banco relativo a 2013. O valor que aufere actualmente corresponde à "remuneração média dos últimos três anos", antes da nomeação para o segundo mandato na CGD, de acordo com o regime de excepção previsto no Estatuto do Gestor Público (EGP). Também os restantes seis administradores executivos da Caixa beneficiam desta excepção, que lhes permite não ter o salário indexado ao do primeiro-ministro (6.850,24 euros). José de Matos, João Nuno Palma e José Pedro Cabral dos Santos recebem por mês, antes de impostos, 16.578,28 euros, 13.481,6 euros e 11.424,33 euros, respectivamente. A sua remuneração é igual à do anterior mandato, em que já estavam a salvo das limitações remuneratórias impostas pelo EGP, por terem optado pelo salário de origem. José de Matos recebe o mesmo que no Banco de Portugal, João Nuno Palma o que auferia na REN e Cabral dos Santos o que arrecadava como director da CGD. Já os três novos gestores auferem um salário mensal equivalente à média do que recebiam nas instituições onde desempenhavam funções antes da nomeação para a Caixa, em Julho de 2013. Ana Cristina Leal tem um salário bruto de 12.703,17 euros, igual ao que recebia no Banco de Portugal; Maria João Carioca de 12.039,21 euros, tal como na SIBS; e Jorge Cardoso 13.887 euros, o mesmo que tinha enquanto presidente do Caixa Banco de Investimento. Governo ainda tem de aprovar salários dos gestores da CGD Os salários que os administradores executivos estão a receber desde que assumiram funções no actual mandato, a 9 de Julho de 2013, ainda têm de ser aprovados pelo Governo. Isto porque o secretário de Estado das Finanças ainda não autorizou que os sete gestores beneficiem da excepção prevista no EGP para os membros dos órgãos de administração de empresas que actuam em sectores concorrenciais, tal como acontece com a Caixa. "Até à data, não foi proferido despacho do membro do Governo responsável pela área das Finanças, autorizando a opção pelas remunerações do lugar de origem, nem foi realizada assembleia-geral para fixação das remunerações dos membros do conselho de administração", alerta o relatório e contas da instituição. Os salários "que vêm sendo processados são os que decorrem das respectivas declarações de opção ou directamente da remuneração de referência do primeiro-ministro, no caso dos membros não executivos", de acordo com o EGP, justifica o documento. No total, a remuneração da comissão executiva da CGD representa um encargo mensal de 88.761,39 euros, um aumento de 1,5% face aos custos mensais deste órgão no anterior mandato. 7-Mai-14