UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical AVALIAÇÃO DE ATRIBUTOS DO SOLO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO E USO JADER JOSÉ DE CAMPOS C U I A B Á - MT 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical AVALIAÇÃO DE ATRIBUTOS DO SOLO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO E USO JADER JOSÉ DE CAMPOS Engenheiro Agrônomo Orientadora: Profª. Dra. WALCYLENE L. M. P. SCARAMUZZA Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical. C U I A B Á - MT 2011 FICHA CATALOGRÁFICA C198a Campos, Jader José. Avaliação de atributos do solo sob diferentes sistemas de manejo e uso / Jader José Campos. – 2011. 60 f. : il. color. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Walcylene Lacerda Matos Pereira Scaramuzza. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Pós-Graduação em Agricultura Tropical, 2011. Bibliografia: f. 51-60. 1. Solo – Atributos físico-químicos. 2. Microbiologia do solo. 3. Latossolo Vermelho-Amarelo. 4. Uso do solo – Cerrado. I. Título. CDU – 631.412 Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931 À minha avó, Olga Francisca de Campos (in memorian), pelo afeto e orações, além do apoio em meus estudos... Dedico especialmente A Deus Aos meus pais, Márcia e Gonçalo Campos Às minhas irmãs, Thayza Campos e Alinne Campos Furtado À minha sobrinha e afilhada, Nicolly Campos Furtado Ao meu avô, Aleixo Campos, e todos meus familiares e amigos... Dedico e Ofereço AGRADECIMENTOS A Jesus e Maria, pela força e ensinamentos nos caminhos que me trouxeram até onde cheguei... e novos que irei percorrer... Aos meus familiares, em especial meus pais e irmãs, pela compreensão nos momentos, em que mesmo perto, estive distante... Pessoas estas que contribuíram com carinho, confiança e incentivo para realização deste trabalho e desta conquista. A Professora Dra. Walcylene Lacerda Matos Pereira Scaramuzza, pela orientação e acompanhamento, desde a graduação até o presente momento, e a amizade construída nesses anos. A Professora Dra. Sânia Lúcia Camargos, pela co-orientação, pelos momentos alegres compartilhados no laboratório, ensinamentos e amizade. A Professora Dra. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber, pelas contribuições dadas na realização desta pesquisa, amizade e orientação nas análises; A Susan Dignart Ferronato, Franciele Caroline A. Valadão, Lorena Tavares e Alessandro Ferronato e Everton Oliveira, pelos momentos compartilhados na coleta das amostras, que ficaram na memória não apenas como instantes de esforço e aprendizagem, mas como algo edificante de nossa amizade; A Franciele Caroline pela ajuda na análise estatística, correção e direcionamentos no trabalho como um todo; A Susan Dignart pela parceria no projeto e ajuda nas análises, pessoa essa que passei a admirar muito no convívio diário, pelo conhecimento, sinceridade e alegria; Aos amigos, Renata G. Silva, Mariana P.C. Oliveira, Ana Carla Stieven, Maria Minervina, Berenice Rodrigues, Marcos Perreira, Mayara Amaral, Josimar Brito, Samantha Garcia e Indira Messias com os quais compartilhei momentos inesquecíveis, e que se tornaram grandes amigos; A Professora Dra Maria Aparecida P. Pierangeli, pela participação na banca de defesa e contribuições; Ao Grupo de Oração Universitário (GOU), às missas e todos seus servos e participantes; Ao CNPq, pela concessão da bolsa; A FAPEMAT, pelo financiamento da pesquisa; A Fazenda Mourão, pela disposição das áreas; Ao Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical e a UFMT, pela oportunidade e pelos ensinamentos. Aos laboratórios de Física do Solo, Microbiologia do Solo, Fertilidade de Solo e o de Nutrição Mineral de Plantas. A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste trabalho... Meus sinceros agradecimentos!!! AVALIAÇÃO DE ATRIBUTOS DO SOLO SOB DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO E USO RESUMO: O desenvolvimento de sistemas agrícolas sustentáveis surge da compreensão e quantificação do impacto do uso e manejo do solo nos seus atributos químicos, físicos e biológicos. Este trabalho teve por objetivos: (1) avaliar os efeitos de diferentes sistemas de cultivos e de pastagem sobre os atributos químicos, físicos e biológicos de um Latossolo Vermelho-Amarelo, comparando-os com uma área de Cerrado nativo; e (2) selecionar os atributos que permitam a separação dos sistemas distintos e agrupamento dos sistemas semelhantes. O trabalho foi realizado numa propriedade particular, localizada próxima ao município de Campo Verde, MT. Foram selecionadas cinco áreas, consistindo basicamente em três áreas com culturas anuais, uma com pastagem cultivada e outra de Cerrado nativo, este utilizado como referência. Amostras de solos foram coletadas na profundidade de 0 a 20 centímetros, a qual foi seccionada nas camadas 0-5, 5-10 e 10-20 cm, para isso foram abertas três minitrincheiras em cada sistema. O delineamento utilizado dentro dos sistemas foi o inteiramente casualizado, com três repetições. Para a técnica multivariada, inicialmente foi realizada análise de componentes principais para verificar a relação entre as variáveis, sendo posteriormente realizada a soma dos quadrados dos coeficientes de correlação. Os atributos químicos foram positivamente influenciados pelos sistemas. Dentre os atributos físicos destaca-se os agregados nos cultivos anuais que sofreram redução do diâmetro médio geométrico maior que 2 mm. A biomassa microbiana foi afetada negativamente pelos cultivos anuais. As variáveis que mais se destacaram no complexo de relações do solo e possibilitaram a distinção dos sistemas foram pH em CaCl2, Ca2+, Mg2+, Al3+, soma de base, saturação por bases, saturação por alumínio, matéria orgânica, densidade do solo, porosidade total, areia e argila. Palavras-chave: Latossolo, Cerrado, propriedades de solo. SOIL ATTRIBUTES EVALUATION UNDER DIFFERENT MANAGEMENT AND USE SYSTEMS ABSTRACT: The development of sustainable agricultural systems arises from the understanding and quantification of the land use and management impact on the chemical, physical and biological attributes of soil. This work aimed to: (1) assess the effects of different cropping systems and pasture on the chemical, physical and biological attributes of Red-Yellow Latosol (Oxisol), comparing them with an area of native Cerrado; (2) select the attributes that allow the separation of the different systems and clustering of similar systems. The study was conducted on a private property, located near Campo Verde city, MT. Five areas were selected consisting basically of three areas with annual crops, one with pasture and another with native Cerrado, this one used as a reference. Soil samples were collected at 0 to 20 cm depth, which it was sectioned in layers 0-5, 5-10 and 10-20 cm, for that three mini trenches were opened in each system. The design used within the systems was completely randomized with three replications. For the multivariate technique, initially it was performed principal components analysis to verify the relationship between variables, and later held the sum of squares of correlation coefficients. The chemical attributes were positively influenced by the systems. Among the physical attributes stands out aggregates in the annual crops that reduced the geometric mean diameter greater than 2 mm. The microbial biomass was negatively affected by annual crops. Variables that stood out in the complex relations of the soil and allowed the distinction of systems were pH in CaCl 2, Ca2+, Mg2+, Al3+, sum of base, base saturation, aluminum saturation, organic matter, bulk density, total porosity, sand e clay. Keywords: Oxissol, Cerrado, soil properties. SUMÁRIO Página 1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 10 2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................. 2.1 Influência do uso e manejo do solo nos atributos químicos, físicos e microbiológicos........................................................................................... 2.2 Utilização da análise multivariada como ferramenta para avaliar os atributos do solo.................................................................................... 3 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................... 12 12 19 21 3.1 Definição e caracterização das áreas estudadas................................. 21 3.2 Avaliação dos atributos químicos dos solos......................................... 25 3.3 Avaliação dos atributos físicos dos solos............................................. 26 3.4 Avaliação dos atributos microbiológicos dos solos.............................. 27 3.5 Análise estatística dos resultados........................................................ 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................. 30 4.1 Atributos químicos do solo................................................................... 30 4.2 Atributos físicos do solo....................................................................... 36 4.3 Atributos microbiológicos do solo......................................................... 41 4.4 Seleção de componentes principais..................................................... 44 4.5 Análise dos componentes principais.................................................... 45 5 CONCLUSÕES....................................................................................... 50 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 51 1 INTRODUÇÃO O Estado de Mato Grosso é destaque no cenário agrícola e pecuário nacional, apresentando grande produção de carne bovina e alta produtividade das culturas de soja, milho e algodão. As atividades agrícolas geram impactos diferenciados no solo em detrimento do manejo e uso praticados para obtenção de maiores produtividades. Assim, conhecer os atributos que influenciam em uma caracterização ambiental, bem como pesquisas de sustentabilidade de ecossistemas naturais e antropizados, são importantes, uma vez que os dados obtidos servem de base para o monitoramento da estabilidade ou desequilíbrio desses sistemas. Na região dos Cerrados é crescente a preocupação com os impactos causados pelo atual modelo de agricultura, principalmente em relação à qualidade de vida da população em seu entorno, nas questões voltadas à contaminação dos lençóis freáticos e dos solos, como também dos processos erosivos e degradação de propriedades importantes na manutenção do equilíbrio do solo. Para verificar as alterações ocorridas no solo em virtude do uso e do manejo empregado, o correto seria submeter um solo sob condições naturais, ou seja, sem interferência do homem, às atividades agrícolas que se pretende estudar, e avaliar seus atributos em pesquisas de longa duração. Contudo, atender a essas condições nem sempre é fácil, optandose por realizar um comparativo entre amostras de solos cultivados ou pastejados com outras sob vegetação natural na mesma área, no momento do estudo. 11 Nesse sentido, pesquisas que possibilitem uma aproximação geral da dinâmica dos solos sob diferentes sistemas agrícolas e naturais, principalmente em uma área que contenha diversidade de uso, dão subsídios para adoção de práticas mais sustentáveis. Assim, objetivou-se avaliar os efeitos de sistemas de cultivos anuais e de pastagem sobre os atributos químicos, físicos e biológicos do solo, comparando-os com uma área de Cerrado nativo. Além disso, buscou-se selecionar os atributos que permitam a separação dos sistemas distintos e agrupamento dos sistemas semelhantes. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Influência do uso e manejo do solo nos atributos químicos, físicos e microbiológicos Qualquer modificação no solo pode alterar diretamente sua estrutura e sua atividade biológica e, consequentemente, sua fertilidade, com reflexos nos agroecossistemas (Brookes, 1995) podendo promover prejuízos à qualidade do solo e à produtividade das culturas (Carneiro et al., 2009). A retirada da cobertura vegetal original e a implantação de cultivos, aliadas às práticas de manejo inadequadas, promovem o rompimento do equilíbrio entre o solo e o meio, modificando suas propriedades químicas, físicas e biológicas (Muller et al., 2001). De acordo com Cavalcante et al. (2007), o manejo do solo e da cultura são importantes condicionadores da variabilidade dos atributos do solo. Solos de mesma classe taxonômica, considerados relativamente homogêneos, podem apresentar variação em seus atributos como resultado da aplicação de diferentes práticas de manejo. Da mesma maneira, solos de classes diferentes, submetidos ao mesmo manejo, podem apresentar atributos semelhantes (Bouma et al., 1999). Devido à conscientização sobre problemas ambientais oriundos da exploração indiscriminada dos Cerrados, é cada vez maior a demanda por informações sobre a biologia dos solos desse Bioma, e o impacto da incorporação de grandes áreas dessa região em sistemas agrícolas intensivos (Vargas e Hungria, 1997). 13 No contexto de desenvolvimento agrícola brasileiro, a facilidade de mecanização e a situação geográfica das áreas sob Cerrado contribuíram para uma adoção maciça do sistema agroquímico, como base para a implantação de monoculturas ou extensas pastagens e reflorestamentos, sendo necessário aplicar adubos e corretivos, além de outras práticas de manejo, para obter produções econômicas nessas condições (Alvarenga e Davide, 1999). Recentemente, a produção agrícola brasileira tinha como principal sistema de cultivo o preparo convencional, que consiste em revolver o solo antes do plantio, visando incorporar insumos e controlar plantas invasoras (Nunes, 2010). Esse sistema tem como característica marcante a utilização de arados e grades no preparo do solo, especialmente a grade aradora, que diminui a estabilidade dos agregados e pode levar a sua destruição (Reinert et al., 1984), consequência direta do rompimento dos mesmos e aceleração da decomposição da matéria orgânica na camada preparada (Carpenedo e Mielniczuk, 1990). Bertol et al. (2004) ressaltam, ainda, que as alterações nos atributos do solo são mais pronunciadas nos sistemas de cultivo convencionais do que nos sistemas considerados conservacionistas. Nos sistemas agrícolas, a dinâmica da matéria orgânica é influenciada não só pelo manejo, por meio da seleção de culturas e formas de preparo do solo, mas também pela adição de fertilizantes e materiais orgânicos, que influem positivamente nos processos de decomposição e mineralização da matéria orgânica (Portugal et al., 2008). Em solos do Cerrado, altamente intemperizados, a capacidade de troca de cátions deve-se à fração argila e, principalmente, à matéria orgânica que representa um grande percentual da CTC total. A fração argila desses solos possui mineralogia muito pobre, com baixa CTC que varia entre 4 e 14 cmolc dm-3 (Pignataro Netto, 2008). Dessa forma, a matéria orgânica do solo não somente é uma reserva de carbono, mas também, é a principal responsável pelos níveis de fertilidade da maioria dos solos tropicais (Muñoz et al., 2007; Novais et al., 2007). 14 A capacidade de troca catiônica (CTC) do solo se relaciona com a reserva de nutrientes, e dessa forma, quanto maior for a CTC do solo, maior a capacidade do solo reter os cátions em formas prontamente disponíveis para as plantas. A CTC é importante, considerando que os cátions presentes na solução do solo estão sujeitos a se lixiviarem no perfil do mesmo, em profundidade, ficando fora do alcance das raízes (Novais et al., 2007). A influência da matéria orgânica não se restringe apenas à fertilidade, pois atua também na agregação do solo, que é um processo dinâmico, sendo necessário o acréscimo contínuo de material orgânico para manter a estrutura adequada ao desenvolvimento das plantas. Sistemas de manejo de solo e de cultura adequadamente conduzidos proporcionam o aporte de material orgânico por meio de resíduos vegetais, além da ação benéfica das raízes das plantas e proteção oferecida à superfície do solo (Campos et al., 1995). Fragoso et al. (1999) comentaram que a capacidade produtiva dos solos não depende somente da fertilidade, mas também da comunidade microbiológica desses solos. Uma vez que a atividade dos microrganismos decompositores depende do pH, este influencia na velocidade de decomposição da matéria orgânica. Assim, em valores de pH próximo da neutralidade, a maioria dos microrganismos do solo trabalha mais eficientemente. Dessa maneira, as alterações do pH podem influenciar o acúmulo de carbono orgânico no solo pelos microrganismos, ou de maneira direta, afetando os processos microbianos, ou indiretamente, por meio da disponibilidade dos nutrientes (Mello et al., 1985). Alguns trabalhos avaliaram variáveis microbiológicas e identificaram que estas foram mais sensíveis em detectar os efeitos de diferentes manejos do solo do que as variáveis físicas e químicas, utilizando como referência vegetações nativas (Chaer e Tótola, 2007; Silva et al., 2009). Um dos atributos biológicos mais importantes é a biomassa microbiana do solo, que é a parte viva da matéria orgânica do solo, pois atua como agente da transformação bioquímica dos resíduos adicionados ao solo e compostos orgânicos, e como reservatório de nutrientes (Moreira e 15 Siqueira, 2002). Segundo Jenkinson e Ladd (1981) a proporção presente de células microbianas vivas contendo carbono geralmente corresponde de 1 a 5 % do carbono orgânico total do solo. Matsuoka et al. (2003), Perez et al. (2004) e Cardoso et al. (2009) verificaram que o carbono da biomassa microbiana, é sensível em indicar alterações no solo de acordo com os diferentes sistemas de uso da terra. A avaliação da respiração do solo é a técnica mais frequentemente utilizada para quantificar a atividade microbiana, sendo positivamente relacionada com o conteúdo de matéria orgânica e com a biomassa microbiana (Alef e Nannipieri, 1995). Silva et al. (2007) definiram a respiração basal do solo como a soma de todas as funções metabólicas nas quais o CO2 é produzido, sendo as bactérias e os fungos os principais responsáveis pela maior liberação de CO2 via degradação da matéria orgânica, possuindo ainda, uma estreita relação com as condições abióticas do solo, entre elas a umidade, temperatura e aeração. Diferentes tipos de manejo podem significar diferentes disponibilidades de substrato que em última instância vão determinar, favorecendo ou inibindo, o estabelecimento dos diferentes grupos microbianos (Cardoso et al., 1992). Em alguns casos, alterações na população e na atividade microbiana podem preceder mudanças nas propriedades químicas e físicas, refletindo um claro sinal na melhoria ou na degradação do solo (Araújo e Monteiro, 2007). Em relação às propriedades físicas do solo, estas são importantes componentes na avaliação de sua capacidade produtiva, uma vez que influenciam a aeração, a capacidade de armazenamento e disponibilidade de água para as plantas (Bognola et al., 2010). Souza e Alves (2003) mencionaram que o preparo do solo, uma das principais operações de seu manejo, objetiva, entre outros, criar condições favoráveis ao crescimento e desenvolvimento das culturas, aumentando a porosidade total na camada preparada. A porosidade reflete o efeito do manejo do solo, podendo sofrer alteração na referida relação macro e microporosidade, tendo em vista a frequente redução dos poros de maior 16 diâmetro verificada com o uso do solo, que ocorre devido à quebra de agregados e consequente entupimento de poros (Aguiar, 2008). Segundo Kiehl (1979), o solo ideal é aquele que tem a porosidade total de 50 %, sendo um terço, cerca de 17 %, de macroporos ocupados pelo ar do solo, e dois terços, cerca de 33 %, de microporos responsáveis pela retenção de água. Contudo, o manejo incorreto de máquinas e equipamentos agrícolas leva à formação de camadas subsuperficiais compactadas (Lourente et al., 2011), que afetam diretamente o volume de poros. As camadas de impedimento ao crescimento radicular podem ser avaliadas por medidas indiretas: densidade do solo e porosidade, e medida direta: resistência mecânica do solo à penetração, executada diretamente no campo (Tavares Filho et al., 1999). A resistência mecânica do solo à penetração é influenciada por vários fatores, sendo a densidade e a umidade os principais (Klein et al., 1998). Com relação à densidade do solo, quando ocorre a degradação de sua estrutura, o efeito imediato é no seu aumento, acarretando a redução da macroporosidade (Alves e Cabeda, 1999). Observa-se ainda, em solos degradados, que há relação inversa entre densidade do solo e porosidade total (Alves, 1992; Anjos et al., 1994; Veiga et al., 1994). A estabilidade dos agregados é influenciada por diversas características do solo, como textura (Feller et al., 1996), teor de óxidos de ferro e alumínio, teor de matéria orgânica (Feller et al., 1996; Bertol et al., 2006) e atividade microbiana (Tisdall e Oades, 1979) e também pelo manejo do solo (Neves et al., 2006). O diâmetro médio ponderado (DMP) dos agregados é um dos índices que indica a estabilidade da estrutura frente à ação de desagregação da água, podendo indicar o grau de susceptibilidade do solo à erosão hídrica (Yoder, 1936; Bertol et al., 2004; Volk e Cogo, 2008). Segundo Castro Filho et al. (1998) o diâmetro médio ponderado é tanto maior quanto maior for a percentagem de agregados grandes retidos nas peneiras com malhas maiores (2,0 e 1,0 mm); o diâmetro médio 17 geométrico (DMG) representa uma estimativa do tamanho da classe de agregados de maior ocorrência; e o índice de estabilidade de agregados (IEA) representa uma medida da agregação total do solo e não considera a distribuição por classes de agregados, quanto maior a quantidade de agregados < 0,25 mm, menor será o IEA. Esses autores citam ainda que existem outros métodos para verificar a qualidade dos agregados do solo, porém, os três índices mencionados servem para avaliar alterações físicas, químicas e biológicas do solo. Carneiro et al. (2009) verificaram em Latossolo que os manejos (pastagem, milheto em preparo convencional, nabo forrageiro em plantio direto e sorgo em plantio direto) promoveram alterações na densidade do solo, macroporos e resistência do solo à penetração, sendo os atributos biológicos alterados principalmente em sistemas com maior revolvimento do solo. Observaram ainda, que houve pequena variação nos atributos químicos no solo, com o Cerrado nativo apresentando maior acidez potencial e alumínio trocável e menor teor de Ca2+, Mg2+ e P. Cavalcante et al. (2011) observando a variabilidade espacial de atributos físicos de solo Latossolo Vermelho do Cerrado de Mato Grosso do Sul, verificaram que as formas de uso e de manejo empregadas induziram, em ordem crescente, plantio direto, preparo convencional e pastagem à degradação dos atributos físicos do solo em relação ao Cerrado nativo. Alvarenga et al. (1999) ao avaliarem o teor de carbono do solo, a estabilidade de agregados, a biomassa microbiana e micorrizas arbusculares em amostras de Latossolo Vermelho-Escuro sob Cerrado, submetido a diferentes usos, observaram que os ecossistemas que requerem manejo mais intensivo são os mais alterados no que diz respeito aos parâmetros avaliados, ou seja, os diferentes usos alteraram o ecossistema natural de Cerrado, principalmente na camada superficial do solo. Tomazi (2004) estudando a conversão da floresta em sistema agrossilvopastoril, pastagem e sistema agroflorestal em Latossolos de Juruena-MT observou que as maiores variações nos atributos avaliados foram observadas nas camadas mais superficiais, diminuindo com o 18 aumento da profundidade. Nas três áreas cultivadas, houve compactação do solo com consequente redução dos macroporos, porosidade total e taxa de infiltração. Dentre os atributos químicos, houve aumento no pH, K+, SB, CTC e V, e redução do P. Falleiro et al. (2003) avaliaram os efeitos dos sistemas de preparo sobre um Argissolo Vermelho-Amarelo e verificaram que os sistemas de preparo influíram nas propriedades químicas e físicas do solo, com a maior parte das diferenças ocorrendo entre a semeadura direta e os demais sistemas. A densidade do solo foi superior na semeadura direta, em relação à dos demais tratamentos. Houve incremento nos valores de MO, pH, CTC efetiva, Ca2+, Mg2+, K+ e P, na camada superficial da semeadura direta, em relação às demais profundidades. Alvarenga e Davide (1999) observaram que, em um Latossolo Vermelho-Escuro distrófico textura muito argilosa sob Cerrado nativo, floresta de eucalipto jovem e adulto, pasto nativo, pasto implantado e cultivo anual intensivo, no tocante aos indicadores de impactos no solo, alguns atributos foram bastante sensíveis às alterações provocadas pelos sistemas de manejo adotados, entre os quais a densidade do solo, a relação entre porosidade total e microporosidade, a estabilidade de agregados em água, os teores de C do solo, a soma e a saturação por bases no solo, saturação por Al, teores de micronutrientes (B, Mn e Zn), o C microbiano e a relação C microbiano/C orgânico do solo, e a diversidade biológica medida pela presença de fungos micorrízicos. Diante disso, a variação dos atributos químicos, físicos e biológicos, determinada pelo manejo e uso do solo, e sua avaliação são importantes para o melhor manejo visando à sustentabilidade do sistema (Carneiro et al., 2009). 19 2.2 Utilização da análise multivariada como ferramenta para avaliar os atributos do solo No solo, existem diversas inter-relações entre os atributos físicos, químicos e biológicos que controlam os processos e os aspectos relacionados à sua variação no tempo e no espaço (Carneiro et al., 2009). As comparações, na maioria das vezes, são feitas entre parâmetros físicos, químicos, ou biológicos individualmente, o que dificulta a visualização do conjunto, já que, em termos de ecossistema, pela própria definição, as alterações provocam reações em cadeia, alterando uma série de componentes do ambiente (Alvarenga e Davide, 1999). A análise estatística multivariada surgiu como importante ferramenta na obtenção de quantidade maior de informação que dificilmente seria gerada com o uso de métodos univariados (Beebe et al., 1998). Na estatística multivariada, o fenômeno depende de muitas variáveis, com isso não basta conhecer as variáveis isoladas, mas conhecê-las na sua totalidade, pois uma depende da outra e as informações são fornecidas pelo conjunto e não individualmente (Grobe, 2005). Entre os métodos multivariados, a análise de componentes principais busca explicar a estrutura de variância-covariância de um conjunto de variáveis através de combinações lineares dessas variáveis (Johnson e Wichern, 2007). Possui como principais objetivos: reduzir o número de variáveis e analisar quais variáveis ou quais conjuntos de variáveis explicam a maior parte da variabilidade total, revelando o relacionamento existente entre eles (Bouroche e Saporta, 1982). Verifica-se que, quando as variáveis ambientais (atributos físicos, químicos e biológicos) do solo são analisadas em conjunto e correlacionadas com diferentes ecossistemas, a visualização e a ordem de influência dessas variáveis são bem mais claras (Melloni et al., 2008). Os autores anteriormente citados, avaliando a qualidade de solos em áreas de floresta de eucalipto, araucária, mata e pastagem, por meio de componentes principais e análise de agrupamento, observaram que os atributos químicos, 20 físicos e microbianos promoveram uma análise mais abrangente da qualidade dos ecossistemas, indicando os atributos que influenciaram nessa avaliação. Gomes et al. (2004), com o objetivo de caracterizar e comparar Latossolos e Neossolos Quartzarênicos das superfícies Sul-Americana e Velhas, que representam as terras associadas à produção de grãos da região dos Cerrados, verificaram que a análise de componentes principais auxiliou no entendimento das diferenças e similaridades dos ambientes pedológicos separados no campo. No Estado de Mato Grosso, Valadão (2010) utilizou a análise multivariada para verificar a situação atual dos teores dos micronutrientes em regiões agrícolas do Estado e selecionar, por meio da técnica de componentes principais, as variáveis que mais influenciam na fertilidade dos solos analisados, dentre outros objetivos. No estudo foi observado que MO, V%, SB, CTC e pH foram as variáveis que mais se destacaram no complexo de relações do solo. 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Definição e caracterização das áreas estudadas O presente trabalho foi realizado numa propriedade, sob coordenadas de 15º28’53,64”S e 54º54’31,92’’W, próxima ao município de Campo Verde, MT. A região caracteriza-se por período chuvoso de setembro a maio, com precipitação anual média de 1636,8 mm e temperatura anual média de 22°C, de acordo com Instituto Nacional de Meteorologia. O solo das áreas foi classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo, segundo o sistema de classificação da Embrapa (2006). Foram selecionadas cinco áreas com diferentes usos e manejos, os quais são representativos daqueles realizados no Estado de Mato Grosso, consistindo basicamente em sistemas com culturas anuais, os quais diferenciam apenas no ano em que são cultivadas, na pastagem cultivada e no sistema nativo (Figura 1). O histórico de cada sistema está sintetizado nas Tabelas 1 e 2. 22 Culturas anuais - 1 (S1) Culturas anuais - 3 (S3) Culturas anuais – 2 (S2) Pastagem cultivada (S4) Cerrado nativo (S5) Figura 1. Imagens dos sistemas estudados (Culturas anuais 1, 2 e 3; Pastagem cultivada e Cerrado nativo), no município de Campo Verde, MT. 23 Tabela 1. Histórico dos sistemas avaliados. Culturas anuais – 1 (S1): 2000/01 Algodão Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto 2001/02 Algodão Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto 2002/03 Soja Milho safrinha, preparo: uma gradagem (32”) + subsolagem 2003/04 Algodão Semeadura sob palhada de Milho 2004/05 Soja Milheto, niveladora 2005/06 Soja Milheto, niveladora 2006/07 Soja Milheto, niveladora 2007/08 Soja Milho safrinha + subsolagem 2008/09 Soja Milho, niveladora 2009/10 Soja Milho, niveladora -1 Adubação (kg ha ) Milho Algodão Soja N- 90 140 (Parcelado em 3 vezes) - P- 80 70 (Pré-plantio a lanço) 80 K- 60 140 (Pré-plantio a lanço) 60 Gesso – 300 400 300 Calagem: -1 Safra 1998/99 2000 kg ha de calcário dolomítico Culturas anuais – 2 (S2): 2000/01 Algodão Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto 2001/02 Algodão Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto 2002/03 Soja Milho safrinha 2003/04 Algodão Semeadura sob palhada de Milho 2004/05 Algodão Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto 2005/06 Algodão Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto 2006/07 Algodão Preparo: Prata 10001 + uma subsolagem, e depois semeio de Milheto 2007/08 Algodão Preparo: Prata 1000, e depois semeio de Milheto 2008/09 Soja Milho safrinha com destruição de soqueira com (Prata 1000) 2009/10 Algodão Semeadura sob palhada de Milho -1 Adubação (kg ha ) Milho Algodão Soja N- 90 140 (Parcelado em 3 vezes) - P- 80 70 (Pré-plantio a lanço) 80 K- 60 140 (Pré-plantio a lanço) 60 Gesso – 300 - 300 Calagem: Safra 1998/99 2000 kg de calcário dolomítico Safra 2008/09 500 kg de calcário dolomítico 1 Prata 1000: implemento para destruição de soqueira do algodão. 24 Tabela 2. Histórico dos sistemas avaliados. Culturas anuais – 3 (S3): 2000/01 2001/02 2002/03 Algodão Algodão Algodão Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto Preparo com duas gradagens (32’’) e depois semeio de Milheto 2003/04 Algodão Preparo com uma gradagem (32”) + uma subsolagem, seguido de semeadura de Soja convencional 2004/05 Soja Milho safrinha 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 Algodão Soja Algodão Soja Algodão Semeio sob palhada de Milho Milho safrinha com destruição de soqueira (Prata 1000) Semeio sob palhada de Milho Milho safrinha com destruição de soqueira (Prata 1000) Semeio sob palhada de Milho Adubação (kg ha-1) Milho Algodão Soja 90 80 60 300 140 (Parcelado em 3 vezes) 70 (Pré-plantio a lanço) 140 (Pré-plantio a lanço) - 80 60 300 NPKGesso – Calagem Safra 2000/01 2000 kg de calcário dolomítico Pastagem cultivada (S4): Implantada desde a retirada da vegetação nativa (1981) e composta principalmente por Braquiária, e outras espécies de menor expressão; Adubação iniciou em 1997; A cada três anos se aplicam 1,5 Mg ha-1 de calcário dolomítico e 100 kg ha-1 de Super Fosfato Simples; todas as aplicações são a lanço e sem incorporação; -1 Gesso aplicado em 2008, sendo 500 kg ha ; A partir de 2003 foi aplicado 100 kg ha-1 de KCl e, entre março e abril, 10 Mg ano-1 de resíduo de algodão (casquinha); Capina manual realizada duas vezes por ano para controle de plantas invasoras. Cerrado nativo (S5): Área sem interferência antrópica e localizada próxima à propriedade. Essa área preservada foi caracterizada para se avaliar as alterações dos atributos nos sistemas com diferentes usos e manejos. 25 A amostragem foi realizada em abril de 2010, mês que compreende o final da época das chuvas. Em todas as áreas, foram abertas três minitrincheiras, distanciadas 50 metros cada uma, com 40 x 60 cm de largura por 30 cm de profundidade nas entrelinhas de plantio das áreas cultivadas e aleatoriamente na pastagem e no Cerrado nativo, onde foram coletadas amostras deformadas, semi-indeformadas e indeformadas. Para as amostras indeformadas foi utilizado anel volumétrico de, aproximadamente, 100 cm³ (tipo Kopeck), retirando-se duas unidades por camada; as amostras semi-indeformadas foram retiradas em forma de torrões, uma unidade por camada. A profundidade do estudo foi até 20 cm, estratificadas de 0-5; 5-10 e 10-20 cm, em cada minitrincheira. Nessas camadas também foram coletadas as amostras para as análises microbiológicas, sendo utilizados sacos plásticos vedados e mantidos em caixa térmica até o laboratório. No total obtiveram-se nove amostras deformadas e semi-indeformadas, e 18 amostras indeformadas por área. 3.2 Avaliação dos atributos químicos dos solos Todas as amostras deformadas foram submetidas à caracterização química conforme Silva (2009), e para isso foram secas, destorroadas, homogeneizadas e peneiradas em malha de 2 mm, obtendo-se a terra fina seca ao ar (TFSA). Foram determinados o pH em CaCl2 0,01 mol L-1 (relação 1:2,5); P e K+, extraídos por Mehlich 1 e analisados por colorimetria e fotometria de chama, respectivamente; Ca 2+, Mg2+ e Al3+ trocáveis, extraídos por KCl 1 mol L-1, sendo o Al3+ determinado por titulação com NaOH 0,025 mol L-1 e Ca2+ e Mg2+ por espectrofotometria de absorção atômica; acidez potencial (H+Al) do solo, extraída por meio da solução de acetato de cálcio 0,5 mol L-1 a pH 7,0, com posterior titulação com NaOH 0,025 mol L-1. Com os resultados das análises foram calculados a soma de bases (SB), a capacidade total de troca de cátions (T), a saturação por bases (V) e a saturação por alumínio (m). 26 A matéria orgânica (MO) foi determinada pelo método colorimétrico, sendo oxidada a frio, agitando-se o solo em uma solução contendo dicromato de sódio e ácido sulfúrico. Na sequência, realizou-se a leitura da cor do íon Cr (III) reduzido pelo carbono orgânico, segundo metodologia do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). O carbono total foi determinado por oxidação a 900ºC em aparelho Total Organic Carbon Analyser, TOC-V (Segnini et al., 2008). 3.3 Avaliação dos atributos físicos dos solos Determinou-se a textura do solo pelo método do densímetro e em seguida a identificação da sua classe textural pelo diagrama triangular simplificado da Embrapa, para essa determinação utilizou-se as amostras deformadas. A estabilidade de agregados, realizada nas amostras semiindeformadas, foi obtida via úmida (Embrapa, 1997), com agregados maiores que 4,0 mm de diâmetro e agitação em um tamisador constituído por um conjunto de peneiras com malhas de 2,0 - 1,0; 1,0 - 0,5; 0,5 - 0,25 mm de diâmetro. Após, foi calculado o diâmetro médio geométrico (DMG) e o ponderado (DMP), assim como o índice de estabilidade de agregados (IEA) de acordo com Castro Filho et al. (1998). Nas amostras indeformadas determinou-se a densidade do solo pelo método do anel volumétrico e macro (MA), e microporosidade (MI) pelo método da mesa de tensão, sendo utilizado nível de sucção correspondente a 60 cm de altura de coluna d’água, essa tensão retira a água dos macroporos (ø ≥ 0,05 mm). Após esse período, as amostras foram submetidas à pesagem e levadas à estufa a 105° C por 24 h. Em seguida realizou-se nova pesagem e com os valores obtidos foram calculados o volume de macro e microporos contidos nas amostras. A porosidade total (PT) foi calculada somando-se os valores desses resultados (Embrapa, 1997). 27 A resistência mecânica do solo à penetração (RMP) foi determinada por um penetrógrafo eletrônico automático, desenvolvido por Bianchini et al. (2002), com cone de 129,28 mm2 de área de base e velocidade de penetração de 30 mm s-1. Para essa avaliação, foram realizadas três leituras ao redor de cada minitrincheira, na profundidade de 20 cm e intervalo de leitura a cada 0,25 mm. Considerou-se a média das três repetições o valor de referência para cada trincheira em cada uma das três camadas de referência no estudo. No momento da avaliação da RMP foram obtidas amostras de solo para determinação da percentagem de umidade atual do solo (U), a qual foi determinada pelo método gravimétrico após submeter às mesmas à secagem em estufa a 105° C até peso constante. 3.4 Avaliação dos atributos biológicos dos solos Adotou-se o método do Clorofórmio – Fumigação – Incubação (CFI), proposto por Jenkinson e Polwson (1976), no qual a biomassa microbiana é estimada com base na diferença do fluxo de CO 2 de amostras de solo fumigadas com clorofórmio (F) e não fumigadas (NF). Anterior às análises, as amostras de solo que permaneceram em refrigeração (4°C) após coletadas, foram aclimatadas em temperatura ambiente, peneiradas em malha de 2 mm e padronizadas em umidade a 60% da capacidade de campo. A padronização da capacidade de campo das amostras foi calculada utilizando-se o seguinte procedimento: em funis de plástico, contendo papel filtro, colocou-se 30 g de solo, vertendo em seguida 50 mL de água. Aguardou-se até que cessasse de pingar, sendo realizado, às vezes, “batidinhas” nos funis para a água descer. Em seguida, pesou-se 5 g desse solo levando-o à estufa (105° C) por 72 horas, obtendo-se ao final do processo a umidade ideal (100 % da capacidade de campo). Juntamente com a umidade inicial, obtida por pesagem de 5 g de solo quando o solo veio de campo e seca conforme anteriormente citado, procedeu-se o seguinte cálculo: umidade ideal - umidade inicial = mL de água para 100 g de solo. A 28 partir desse resultado houve a correção para 60 % da capacidade de campo, deixando as amostras em repouso (Villani et al., 2009) até serem analisadas. Metade das amostras foi fumigada por 24 horas em um dessecador, acoplado a uma bomba de vácuo, que continha um bécker de vidro com 25 mL de clorofórmio isento de álcool. Durante esse período, as amostras NF foram mantidas em temperatura ambiente. Após a fumigação, o clorofórmio foi retirado do dessecador e possíveis resíduos nas amostras fumigadas foram eliminados por meio de quatro atividades da bomba de vácuo. Posteriormente, as amostras F foram inoculadas com dois gramas de solo (Ferreira et al., 1999). As amostras F e NF foram transferidas para recipientes herméticos (600 mL de capacidade), contendo um frasco com 20 mL de NaOH 1 mol L-1, e incubadas no escuro, por dez dias, em temperatura de 25° C. A quantidade de CO2 liberada do solo foi determinada após titulação com HCl 0,5 mol L-1, usando fenolftaleína 1 % como indicador. Antes da titulação, foram adicionados 3 mL de BaCl 2 10 %. O carbono na biomassa foi determinado pela diferença entre o CO 2 evoluído das amostras F e NF, no período de 10 dias após a fumigação, utilizando-se um fator de correção (Kc) de 0,41 (Anderson e Domsch, 1978). Utilizou-se ainda, os valores das amostras não fumigadas para determinação da respiração basal do solo. As determinações foram realizadas com base em três repetições analíticas (três fumigadas e três não fumigadas) por amostra de solo, coletada no campo. Cada amostra continha 50 g de solo. Para o cálculo do carbono da biomassa foi considerada a equação utilizada por Ferreira et al. (1999) e para respiração basal do solo a equação proposta em Silva et al. (2007). 3.5 Análise estatística dos resultados O delineamento utilizado dentro dos sistemas foi o inteiramente casualizado, contendo três repetições em cada sistema. Os tratamentos consistiram de uma referência (Cerrado nativo), três sistemas com cultivos anuais e uma pastagem cultivada. Foi realizada análise de variância e a 29 comparação das médias pelo teste Scott-Knott, considerando nível de significância menor que 0,05, com propósito de verificar diferenças entre as camadas e dentro das profundidades de cada sistema. Para a técnica multivariada, inicialmente, foi realizada análise de componentes principais para verificar a relação entre as variáveis, sendo o ponto de partida a matriz de correlação entre as características analisadas (Johnson e Wichern, 2007). Neste caso, considerou-se apenas a média de cada sistema na profundidade de 0-20 cm. Os coeficientes dos autovetores foram utilizados para avaliar a importância de cada variável em cada componente principal escolhido, bem como a relação entre as variáveis, sendo que esses valores funcionaram como coeficientes de correlação (Gomes et al., 2004), onde coeficientes de autovetores de mesmo sinal indicam correlação positiva e sinal diferente indica correlação negativa (Morrison, 2003). Na seleção dos componentes principais, adotou-se o critério mínimo proposto por Johnson e Wichern (2007), onde a soma da variância dos componentes principais deve ser próxima a 80 % do total, podendo “substituir” as variáveis originais sem perda de informação. Após a seleção dos componentes principais e análises das variáveis em cada componente, foi realizada análise de correlação entre os componentes principais e as variáveis, de acordo com Johnson e Wichern (2007), sendo posteriormente coeficientes de correlação. realizada soma dos quadrados dos 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Atributos químicos Não se verificou variações significativas de pH em CaCl 2 nos sistemas S1, S2, S3 (culturas anuais) tanto entre eles como também em profundidade (Tabela 3). Na área de pastagem (S4) encontrou-se o maior (5,97) valor dentre os sistemas e na profundidade de 0-5 cm. Já na área de Cerrado (S5) foi encontrado o menor valor (3,73) entre os sistemas, sendo esse valor o menor na profundidade de 0-5 cm. Os valores de pH em CaCl 2 variaram de baixo (3,73 no Cerrado), médio (4,8 no S1), adequado (5,12 em S2, 5,00 em S3) e muito alto (5,97 em S4) na camada de 0-5 cm, segundo Souza e Lobato (2004). Vale ressaltar, que mesmo o valor de pH em CaCl 2 da pastagem sendo maior, considerando a profundidade de 0-20 cm, ele está dentro da mesma faixa de classificação que S2 e S3. Assim, era de se esperar que entre os sistemas com culturas anuais S1, S2 e S3 e a pastagem não houvesse discrepâncias de valores, uma vez que nestas áreas houve correção do solo com calagem. 31 TABELA 3. Atributos químicos do solo de diversos sistemas e profundidades de amostragem, no município de Campo Verde - MT. 4 Atributos químicos Prof 3 cm 1 Sistemas S2 S3 S4 S5 0-5 2 4,80 Ab 5,12 Ab 5,00 Ab 5,97 Aa 3,73 Bc pH 5-10 4,57 Aa 4,95 Aa 4,90 Aa 5,10 Ba 3,93 Ab CaCl2 10-20 0-20 4,63 Aa 4,66 5,07 Aa 5,05 5,10 Aa 5,00 4,67 Ba 5,25 3,97 Ab 3,87 Al -3 cmolc dm 0-5 5-10 10-20 0-20 0,08 Ab 0,17 Ab 0,17 Ab 0,14 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 0,00 Ab 0,00 Ab 0,15 Ab 0,05 1,00 Aa 0,71 Ba 0,54 Ba 0,75 H+Al cmolc dm-3 0-5 5-10 10-20 0-20 3,79 Ab 4,13 Ab 3,58 Aa 3,83 3,54 Ab 3,81 Ab 3,04 Aa 3,46 3,75 Ab 3,66 Ab 3,04 Aa 3,48 2,71 Ab 4,25 Ab 4,08 Aa 3,68 7,58 Aa 5,63 Ba 4,54 Ca 5,92 0-5 5-10 10-20 0-20 2,74 Ab 2,11 Aa 1,61 Aa 2,15 2,35 Ab 1,90 Aa 1,56 Aa 1,94 2,61 Ab 2,00 Aa 1,73 Aa 2,11 4,20 Aa 2,25 Ba 0,98 Ca 2,47 0,12 Ac 0,10 Ab 0,11 Aa 0,11 0-5 0,54 Ab 0,96 Ab 0,75 Ab 2,03 Aa 0,09 Ac 5-10 10-20 0,51 Ab 0,47 Aa 0,67 Ab 0,52 Aa 0,54 Ab 0,55 Aa 1,02 Ba 0,44 Ca 0,07 Bc 0,06 Ba 0-20 0,51 0,72 0,61 1,16 0,73 0-5 24,33 Ab 66,83 Ab 83,67 Ab 362,67 Aa 37,33 Ab 5-10 10-20 21,67 Ab 13,00 Aa 48,83 Ab 67,33 Aa 79,67 Ab 69,00 Aa 217,00 Aa 127,67 Aa 25,00 Bb 17,00 Ca 0-20 19,67 61,00 77,45 235,78 26,44 0-5 3,33 Ab 3,50 Ab 3,57 Ab 7,20 Aa 0,33 Ac 5-10 10-20 2,67 Aa 2,10 Aa 2,70 Aa 2,23 Aa 2,77 Aa 2,43 Aa 3,87 Ba 1,73 Ca 0,20 Bb 0,20 Ba 3+ 2+ Ca cmolc dm-3 2+ Mg cmolc dm-3 + K mg dm-3 SB cmolc dm-3 T cmolc dm-3 V % P mg dm-3 S1 0-20 2,70 2,81 7,15 4,27 0,24 0-5 7,13 Ab 7,03 Ab 7,33 Ab 9,87 Aa 7,93 Ab 5-10 10-20 6,80 Aa 5,70 Aa 6,50 Ab 5,30 Aa 6,40 Ab 5,53 Aa 8,10 Aa 5,83 Ba 5,87 Bb 4,73 Ca 0-20 6,54 6,28 6,42 7,93 6,18 0-5 46,33 Ab 48,87 Ab 48,53 Ab 72,37 Aa 3,90 Ac 5-10 10-20 38,23 Aa 36,80 Aa 41,57 Aa 41,80 Aa 42,43 Aa 42,20 Aa 47,77 Ba 31,47 Ba 3,97 Ab 4,57 Ab 0-20 40,45 44,08 44,39 50,54 4,15 0-5 5-10 10-20 0-20 40,00 Ab 33,93 Aa 8,83 Aa 27,59 8,23 Ac 5,37 Bb 2,43 Ca 5,34 34,37 Ab 18,73 Ab 11,37 Aa 21,49 100,03 Aa 38,63 Ba 7,57 Ba 48,74 2,37 Ac 1,63 Ab 1,23 Aa 1,74 32 m % MO -3 g dm 0-5 5-10 3,60 Ab 8,47 Ab 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Ab 0,00 Ab 76,50 Aa 74,83 Aa 10-20 0-20 9,67 Ab 7,25 0,00 Ab 0,00 0,00 Ab 0,00 8,97 Ab 2,99 71,30 Aa 74,21 0-5 5-10 10-20 0-20 26,00 Ab 21,00 Ab 18,33 Aa 21,78 25,50 Ab 22,50 Ab 17,33 Ba 21,78 24,67 Ab 22,00 Ab 16,33 Aa 21,00 45,33 Aa 30,33 Ba 19,33 Ca 31,66 26,67 Ab 20,67 Bb 17,33 Ba 21,56 1 2 Sistemas: Culturas anuais S1, S2, S3; Pastagem cultivada (S4); Cerrado nativo (S5); Letras iguais, maiúscula na 3 4 vertical e minúscula na horizontal, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05); Profundidade; SB: Soma de base; T: Capacidade de troca catiônica total; V: Saturação por bases; m: Saturação por alumínio; MO: Matéria orgânica. Os teores de alumínio e m % (Tabela 3) foram maiores no sistema S5 que nos demais e, também, na profundidade de 0-5 cm. Os teores foram considerados muito baixos, ≤ 0,20 cmol c dm-3, para os sistemas S1, S2, S3 e S4, e médio, 0,51-1,00 cmolc dm-3, para S5, segundo Ribeiro et al. (1999). Carneiro et al. (2009) ao avaliarem os atributos físicos, químicos e biológicos de um Latossolo Vermelho distrófico sob Cerrado nativo, em diferentes sistemas de manejo, encontraram valor médio para o alumínio trocável de 0,81 cmol c dm-3 para camada 0-10 cm, a mesma tendência foi verificada neste trabalho com valor de 0,85 cmol c dm-3 para a referida camada. Existe uma relação muito estreita entre pH, Al 3+ e m % e assim observa-se que no Cerrado nativo os valores de pH foram aumentando em profundidade e os de Al 3+ e m % diminuindo. Desta forma, em valores de pH em CaCl2 em torno de 5,0 não se espera mais encontrar Al no solo, uma vez que está todo precipitado e assim o valor de m % também será 0 %. Isto pode ser observado nos sistemas S1, S2 e S3 (Tabela 3). A porcentagem de saturação de Al3+ (m %) é o parâmetro que melhor expressa o potencial fitotóxico do Al 3+, considerando a variação da CTC entre os solos. Quando m for > 60 % há um grande aumento na atividade do alumínio em solução; e para a grande maioria das espécies vegetais, o crescimento das raízes é praticamente paralisado (Souza e Lobato, 2004). No sistema Cerrado nativo, onde o solo é mais ácido, com maiores teores de Al3+, observou-se valores de m maiores que 60 % em todas as profundidades e coerentemente, menores valores de soma de bases (SB) e 33 consequentemente menores valores de porcentagem de saturação por bases (V %). Assim, os valores de SB e V % foram menores no Cerrado, os quais foram diminuindo conforme a profundidade, com exceção do V % na profundidade de 10-20 cm cujo valor foi de 4,57 %. Segundo Ribeiro et al (1999), valores de soma de bases (SB) menores que 0,6 cmol c dm-3 e valores de V menores que 20 % são considerados muito baixos. Nos sistemas S1, S2 e S3 foram encontrados valores de V % considerados adequados, os quais estão na faixa de 36 a 60 %, com exceção da pastagem na profundidade de 0-5 cm, cujo valor foi de 72,37 %, considerado muito alto (Souza e Lobato, 2004). Na acidez potencial houve tendência semelhante ao ocorrido nos valores do alumínio, sendo maior no sistema S5 em relação às camadas 0-5 e 5-10 cm (Tabela 3). A acidez potencial (H+Al) das áreas estudadas variou de médio (S1, S2, S3 e S4) a alto (S5), segundo Ribeiro et al. (1999). Os teores de MO dos sistemas S1, S4, S5 foram considerados adequados e nos S2 e S3 baixos, segundo Souza e Lobato (2004). Percebese que a MO, diferenciou-se apenas nas camadas de 0-5 e 5-10 cm, possuindo o sistema S4 os maiores teores (Tabela 3). A provável explicação para esse aumento de matéria orgânica é a contribuição da espécie utilizada, o não revolvimento do solo, os dejetos dos bovinos e a utilização de resíduos de algodoeira aplicados ao solo. O valor da T (CTC total) foi maior em S4, camada 0-5 cm, e S4 e S1, camada 5-10 cm. A T, em relação à média das áreas, foi classificada média para S1, S2, S3 e S5, e bom para S4, segundo Ribeiro et al. (1999). Os teores de Ca2+ e Mg2+ (Tabela 3) foram maiores no sistema S4 em comparação a Cerrado nativo (S5), cujo teor foi menor, principalmente nas camadas 0-5 e 5-10 cm. Na camada de 5-10 cm, S1, S2 e S3 foram iguais à pastagem (S4), tendência diferente do Mg2+ que se manteve maior em S4. Visualizou-se, ainda, que os teores em S4 decresceram significativamente nas profundidades deste sistema. Entretanto, os teores de Ca 2+ dos cultivos anuais e da pastagem foram considerados adequados, e do Cerrado nativo 34 baixo, segundo Souza e Lobato (2004). Detectou-se também, que o Ca2+ esteve em maiores teores na camada de 0-5 cm em todos os sistemas. Os valores de Mg2+ foram considerados adequados para os sistemas S1, S2, S3 e S4, e baixo para o S5, segundo Souza e Lobato (2004). Os teores de Ca2+ no solo foram sempre maiores do que os de Mg 2+. Isso era esperado pela série de retenção de cátions, que determina que o Ca2+ é mais fortemente retido na matriz coloidal do solo do que o Mg2+ (Quaggio, 2000), e também pela maior quantidade de Ca na calagem. O potássio foi maior no sistema S4 na camada de 0-10 cm em comparação aos demais, incluindo S5 que obteve os menores valores e redução deste em profundidade. O valor médio do K+ nas áreas variou entre baixo (S1), adequado (S2, S3 e S5) e alto (S4), segundo Souza e Lobato (2004). O valor encontrado no sistema S4, considerado alto, se deve possivelmente à adubação anual realizada na área, como também à espécie forrageira presente, a qual permanece no sistema por mais tempo e participa mais ativamente da ciclagem de nutrientes, quando comparado aos sistemas de cultivos anuais que, provavelmente, exportam mais nutrientes e pouco contribuem com os resíduos deixados. O teor de fósforo foi maior nas duas primeiras camadas (0-10 cm) em todos os sistemas, corroborando o comportamento pouco móvel deste nas camadas, sendo os maiores teores na camada 0-5 cm. O P foi classificado como muito baixo para S5, médio para S2 e alto para S1, S3 e S4 (Souza e Lobato, 2004). Ao analisar o P com pH (Tabela 3), depreende-se que na camada 0-5 cm os sistemas que apresentam alto teor de P possuem pH na faixa em que o elemento está mais disponível, o que ocorre de forma geral na camada 0-20 cm desses sistemas. Considerando o Cerrado, que ao contrário dos outros sistemas não recebeu adução fosfatada e nem correção com calagem, era esperado o baixo teor de fósforo. Segundo Malavolta (1976), o fósforo do solo é especialmente afetado pela variação do pH. Este elemento tem a sua maior solubilidade confinada a um pH em torno de 5,5- 6,0. À medida que o pH vai atingindo valores menores que 5,0, o fósforo vai se insolubilizando na forma de fosfatos de 35 ferro e de alumínio, no processo conhecido como “adsorção específica”. Em pH muito elevado (igual ou maior que 7,0), há formação de fosfatos cálcicos [CaHPO4 e Ca3 (PO4)2], insolúveis. Ressalta-se, ainda que, embora as quantidades de P e K+ aplicadas tenham sido semelhantes nos sistemas de cultivos anuais, os teores encontrados nos mesmos foram diferentes. Isto provavelmente está relacionado com os teores de argila e as espécies cultivadas, que possuem formas de extração diferentes. Na pastagem (S4), além do pH e da adubação realizada, outro fator que possivelmente colabora para os altos teores na camada 0-5 cm é a maior permanecia da espécie vegetal no sistema. As diferenças encontradas para os atributos em geral, estão relacionadas ao fato dos solos da região dos Cerrado não oferecerem condições de fertilidade para a manutenção de boas produções das culturas e da pastagem, sendo importante a adoção de práticas corretivas e adubações para o bom desenvolvimento das plantas cultivadas bem como retorno financeiro ao produtor. Carneiro et al. (2009) obtiveram resultados semelhantes aos anteriormente discutidos, em Latossolo e Neossolo, sendo que nas áreas sob vegetação de Cerrado observaram maiores teores de H + Al e Al3+ e menor concentração de Ca2+, Mg2+ e P em relação às áreas manejadas. Os autores relatam que isto ocorreu porque não houve correção e adubação nas áreas e se tratavam de solos originalmente distróficos. Alvarenga e Davide (1999) também verificaram que houve substanciais aumentos nos teores de nutrientes, bem como diminuição da acidez e do teor de Al trocável no sistema culturas anuais, quando comparado com Cerrado nativo. De maneira geral, na profundidade 10-20 cm ocorreu pouca diferença em relação aos teores dos atributos químicos, sendo mais significativos nas camadas 0-5 e 5-10 cm. Possivelmente, esse fato está relacionado à profundidade de preparo e dinâmica dos nutrientes no solo. 36 4.2 Atributos físicos do solo Identificou-se que os sistemas S1 e S5 pertencem a solos de textura média, e os sistemas S2, S3 e S4 a solos de textura argilosa. Os resultados dos atributos físicos nos sistemas estudados encontram-se na Tabela 4. Os valores de densidade do solo foram maiores nos sistemas S1e S4 e menores nos sistemas S2 e S3, considerando os valores absolutos da camada de 0-20 cm. Ressalta-se que, por se tratar de solos de textura média e argilosa, a comparação entre densidades fica comprometida, pois, devido à forma, ao tamanho e ao arranjamento diferenciado das partículas de areia e argila, os valores médios de densidade de solos arenosos são maiores do que os de solos argilosos (Camargo e Alleoni, 2006). Entretanto, verifica-se que entre S1 e S5, houve diferença entre todas as camadas, onde S1 (1,52 Mg m-3) possui densidade próxima da considerada crítica (1,55 Mg m-3) para solos franco-argilosos a argilosos (Camargo e Alleoni, 2006). Em relação ao exposto acima, infere-se que o sistema de manejo utilizado pode ter interferido negativamente na densidade do solo no sistema S1. Segundo Figueiredo et al. (2009), tal fato demonstra que os cultivos intensivos tendem a promover um desarranjo maior das partículas do solo, o que favorece o aumento da compactação. Além disso, afeta o desenvolvimento das raízes e da planta em geral, quando na capacidade de campo (Camargo e Alleoni, 2006), resultando também em prejuízos na produção agrícola (Souza, 2011). Foi possível detectar que S2 foi o único sistema a apresentar diferença de densidade entre suas camadas, como demonstrado na Tabela 4. Isto indica uma consequência direta do preparo, que possibilita o aumento do volume de poros e da permeabilidade na camada preparada, facilitando o armazenamento de ar e crescimento das raízes (Bertol et al., 2000), entretanto, a camada superficial pode sofrer compactação, causada pelo tráfego de máquinas em operações de preparo do solo, semeadura, tratos culturais e colheita (Flowers e Lal, 1998). 37 TABELA 4. Atributos físicos do solo de diversos sistemas e profundidades de amostragem, no município de Campo Verde – MT. 4 Atributos Físicos Prof cm 3 1 S2 Sistemas S3 S4 S5 Argila -1 g kg 0-5 292,00 Ac 5-10 252,00 Ac 10-20 252,00 Ac 0-20 265,33 539,00 Aa 559,00 Aa 594,00 Aa 564,00 553,67 Aa 563,67 Aa 563,67 Aa 560,34 397,67 Ab 392,33 Ab 382,67 Ab 390,89 211,33 Ad 201,33 Ac 221,33 Ac 211,33 Silte g kg-1 0-5 5-10 10-20 0-20 97,67 Aa 92,00 Aa 86,67 Aa 92,11 108,00 Aa 103,33 Aa 99,33 Aa 103,55 98,67 Aa 98,33 Aa 98,33 Aa 98,44 100,33 Aa 90,33 Aa 94,67 Aa 95,11 86,33 Ba 96,33 Aa 97,00 Aa 93,22 0-5 5-10 10-20 640,33 Aa 656,00 Aa 661,33 Aa 353,00 Ac 337,67 Ac 306,67 Ac 347,67 Ac 338,00 Ac 338,00 Ac 502,00 Ab 517,33 Ab 522,67 Ab 702,33 Aa 702,33 Aa 681,67 Aa 0-20 652,55 332,45 341,22 514,00 695,44 0-5 5-10 10-20 1,49 Aa 1,52 Aa 1,56 Aa 1,34 Ab 1,25 Bd 1,20 Bd 1,24 Ac 1,24 Ad 1,20 Ad 1,41 Aa 1,44 Ab 1,45 Ab 1,35 Ab 1,36 Ac 1,35 Ac 0-20 1,52 1,26 1,23 1,43 1,35 MA m3 m-3 0-5 5-10 10-20 0-20 0,14 Ab 0,13 Ac 0,13 Ad 0,13 0,09 Cc 0,12 Bc 0,17 Ac 0,13 0,16 Bb 0,19 Ab 0,21 Ab 0,19 0,15 Ab 0,13 Ac 0,15 Ac 0,14 0,24 Aa 0,25 Aa 0,25 Aa 0,25 MI m3 m-3 0-5 5-10 10-20 0-20 0,32 Ac 0,31 Ac 0,31 Ac 0,31 0,42 Aa 0,41 Aa 0,38 Ba 0,41 0,39 Aa 0,37 Ab 0,35 Ab 0,37 0,35 Ab 0,36 Ab 0,33 Ac 0,35 0,25 Ad 0,23 Ad 0,24 Ad 0,24 0-5 5-10 0,46 Ad 0,44 Bd 0,51 Ab 0,53 Ab 0,56 Aa 0,56 Aa 0,51 Ab 0,48 Bc 0,48 Ac 0,48 Ac 10-20 0-20 0,44 Bc 0,45 0,56 Aa 0,53 0,56 Aa 0,56 0,48 Bb 0,49 0,49 Ab 0,49 0-5 5-10 10-20 0-20 2,13 Aa 1,27 Bb 0,96 Bb 1,45 1,88 Aa 1,72 Ab 1,40 Ab 1,67 1,74 Aa 1,29 Bb 1,29 Bb 1,44 2,33 Aa 2,52 Aa 1,22 Bb 2,02 2,52 Aa 2,48 Aa 2,46 Aa 2,49 S1 2 Areia g kg-1 Ds Mg m-3 PT 3 m m -3 DMP mm DMG mm IEA % 0-5 1,55 Aa 1,29 Aa 1,11 Aa 1,76 Aa 2,19 Aa 5-10 10-20 0-20 0,76 Bb 0,57 Bb 0,96 1,09 Ab 0,84 Ab 1,07 0,78 Bb 0,79 Bb 0,89 2,07 Aa 0,74 Bb 1,52 2,15 Aa 2,11 Aa 2,15 0-5 5-10 89,38 Ab 81,84 Bb 90,94 Ab 87,54 Bb 88,90 Ab 85,74 Bb 92,62 Ab 94,59 Aa 97,93 Aa 98,43 Aa 10-20 0-20 80,58 Bb 83,93 84,45 Bb 87,64 86,44 Bb 87,03 81,14 Bb 89,45 97,75 Aa 98,04 38 RMP MPa Umidade % 0-5 3,37 Aa 4,60 Ba 2,99 Ba 3,93 Aa 2,45 Aa 5-10 10-20 0-20 4,31 Ab 5,21 Aa 4,30 5,60 Aa 4,74 Ba 4,98 4,2 Ab 4,83 Aa 4,01 5,34 Aa 5,13 Aa 4,80 3,28 Ab 3,39 Ab 3,04 0-5 5-10 10-20 0-20 11,46 Ac 10,72 Ac 9,54 Ac 10,57 18,87 Aa 18,49 Aa 18,82 Aa 18,73 20,29 Aa 19,34 Aa 18,25 Aa 19,29 17,03 Ab 14,85 Bb 13,62 Bb 15,17 10,34 Ac 10,09 Ac 9,09 Ac 9,84 1 2 Sistemas: Culturas anuais S1, S2, S3; Pastagem cultivada (S4); Cerrado nativo (S5); Letras iguais, maiúscula na 3 4 vertical e minúscula na horizontal, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05); Profundidade; Ds: Densidade do solo; MA: Macroporosidade; MI: Microporosidade; PT: Porosidade total; DMP: Diâmetro médio 9 ponderado; DMG: Diâmetro médio geométrico; IEA: Índice de estabilidade de agregados; RMP: Resistência mecânica do solo à penetração. Os valores de densidade nos sistemas S2 e S3 estiveram próximos ao considerado ideal, entre 1,0 e 1,2 Mg m-3, para solos argilosos (Camargo e Alleoni, 2006), entretanto o valor na camada 0-5 cm no sistema S2, pressupõe um maior adensamento. Com relação à pastagem, os valores estiveram acima da faixa anteriormente citada. De acordo com Benito et al. (2008), que em seu estudo obteve maior valor de densidade na pastagem, o aumento na densidade justifica-se pela ação compactadora do tráfego do gado, o que é agravado pela variação de umidade e textura argilosa e pela maior quantidade de matéria orgânica que funciona como agente cimentante; quando um solo seca, a desidratação dos agentes cimentantes e a consolidação da argila podem promover uma densificação maior que a causada por qualquer agente externo em condições naturais (Freitas e Blancaneaux, 1994). Considerando o estudo de Carneiro et al. (2009) que avaliaram os sistemas milheto em plantio convencional e Cerrado nativo, os autores verificaram que o primeiro possui maior densidade em relação ao segundo. Porém, os valores obtidos nos diferentes manejos e uso do solo não atingiram valores impeditivos ao crescimento radicular. Observa-se, no entanto, que os manejos empregados modificaram as condições naturais do solo, havendo semelhança com os resultados ora apresentados. O solo sob Cerrado nativo (S5), por não ter sido cultivado, não sofrendo os efeitos do trânsito de máquinas e equipamentos, apresentou maiores valores de macroporosidade e menor valor de microporosidade 39 (Tabela 4). Figueiredo et al. (2009) também encontraram maiores e menores valores, para macro e microporosidade, respectivamente, nos solos sob vegetação nativa comparados com áreas sob cultivos. Normalmente, solos de mata e campo nativo apresentam maior macroporosidade, comparativamente aos solos cultivados (Albuquerque et al., 2001; Fonseca et al., 2007). Além disso, nota-se que nas áreas em estudo, os valores da macroporosidade foram superiores ao valor crítico adotado por Tormena et al. (1998), que está em torno de 0,10 m3 m-3, com exceção da camada 0-5 cm no sistema S2 (Tabela 4), a qual, possivelmente, sofre os efeitos da compactação. Segundo Fonseca et al.( 2007) a redução da macroporosidade do solo tem efeito direto na taxa de infiltração de água e na resistência mecânica à penetração de raízes. Em relação a menor MI no S5, esse valor era esperado por considerar que os sistemas S2, S3 e S4 são mais argilosos que a pastagem e Cerrado nativo, incluindo também S1, que mesmo sendo de textura média, apresenta teor de argila um pouco maior que o Cerrado nativo, fato que também influencia na porosidade total dos sistemas. Sobre a microporosidade, sabese que reduções acentuadas prejudicam principalmente o armazenamento de água no solo e o seu aumento pode indicar compactação do solo, quando associado à diminuição da macroporosidade (Fonseca et al., 2007). O DMP foi igual para todos os sistemas na camada 0-5 cm, porém, S1, S4 e S5, foram aqueles que possuem agregados maiores que 2,00 mm, ou seja, são mais resistentes a ação desagregante da água. Na camada 510 cm, os sistemas S4 e S5 se diferenciaram dos demais, e na camada 1020 cm o sistema S5 apresentou os maiores agregados. Esse fato evidencia que o S5, sistema natural, mantém sua estrutura com agregados mais estáveis. A estabilidade de agregados tende a aumentar em solos sob gramíneas do que sob leguminosas (Silva e Mielniczuk, 1998), o diâmetro médio ponderado de agregados maiores que 2 mm na pastagem, camada 010 cm, e no sistema S1, camada 0-5 cm (Tabela 4), comparado aos outros sistemas, com exceção do Cerrado nativo, confirma que as gramíneas são 40 mais eficientes na estabilização dos agregados maiores que 2 mm (Silva e Mielniczuk, 1998). O solo do sistema S4 permanece o ano todo sob gramínea, enquanto que os solos dos sistemas de cultivos anuais estão sujeitos à sucessão de culturas como soja e algodão, além de contar com movimentação do solo devido à semeadura. Alvarenga et al. (1999) verificaram que os ecossistemas naturais (Cerrado e pastagem nativa), com maiores valores de carbono total, também tiveram maior estabilidade de agregados em água, o que está diretamente relacionado com os maiores teores de matéria orgânica no solo. Além disso, quanto mais próximo da superfície, maior poderá ser o efeito da matéria orgânica do solo sobre o DMP dos agregados, conforme Carpenedo e Mielniczuk (1990), e Paladini e Mielniczuk (1991). Em relação ao DMG, os sistemas que apresentaram maior ocorrência de classe de agregados maiores que 2,00 mm foram o sistema S5 em todas as camadas, e o sistema S4 na camada 5-10 cm. Observa-se também que o sistema S5 é aquele que, dado às condições naturais e diversidade de espécies, mantém um maior valor absoluto de IEA em comparação as demais sistemas (Tabela 4). A resistência à penetração mecânica não diferiu na camada 0-5 cm, sendo maior em S1 e S4, camada 5-10 cm, e maior nos cultivos anuais e pastagem, na camada 10-20 cm. Percebe-se, no entanto, com a baixa umidade no solo, que os valores de RMP nos sistemas atingiram níveis altamente impeditivos ao crescimento radicular, acima de 3,5 MPa, sendo indicativo de compactação (Torres e Saraiva, 1999). Torna-se necessário salientar, em relação aos dados de resistência, a atuação da textura e umidade de cada área, sendo possível estabelecer um paralelo entre ambiente natural e sistemas cultivados, somente com S1, pertencente à mesma classe textural e possuindo umidade semelhante. Verifica-se, assim, que apenas na camada 10-20 cm ocorreu diferença entre os sistemas. Contudo, observando os valores, é nítido o processo de maior resistência no sistema S1, aumentando com a profundidade. 41 Em condição de baixa umidade, a água encontra-se num maior estado de tensão nos poros do solo. Além dessa tensão, somam-se as forças de coesão e de adesão já existentes entre os sólidos do solo, resultando em maior resistência à deformação ou à penetração de raízes numa condição de baixa umidade; com o aumento do teor de água decresce a atuação das forças de coesão entre as partículas do solo e o atrito interno, provocando, então, a diminuição da RMP (Cunha et al., 2002). A maior densidade e aumento da resistência à penetração no sistema S1 indicam claramente a alteração do solo nessa área e presença de compactação nas camadas. De acordo com Stone et al. (2002), avaliando a compactação do solo na cultura do feijoeiro em Latossolo, a porosidade total e a macroporosidade diminuíram, e a resistência do solo a penetração apresentou acréscimo com o aumento da densidade do solo. 4.3 Atributos biológicos do solo O Cerrado nativo foi o sistema que obteve maior CBM em valores absolutos, considerando a camada de 0-10 cm (Tabela 5). O fato de o Cerrado nativo apresentar maior CBM do que as áreas cultivadas, já era esperado, tendo sido observado por diversos outros autores em diferentes trabalhos (Oliveira, 2000; Mendes, 2002; Matsuoka et al., 2003; Costa et al., 2006; Ferreira et al., 2007; Benito, 2011). Segundo Roscoe et al.(2006), em geral os maiores valores de CBM são encontrados nos sistemas naturais, destacando-se os ambientes onde há um maior fluxo de resíduos. O carbono da biomassa microbiana foi afetado pelo manejo e uso do solo dos sistemas, uma vez que na área sob Cerrado nativo os valores encontrados foram maiores na camada 0-5 cm, diferindo dos sistemas anuais (Tabela 5), com exceção da pastagem (S4). A área sob Cerrado nativo apresenta grande variedade de espécies vegetais o que gera uma serapilheira igualmente diversificada. A pastagem composta de braquiária e outras gramíneas em menor escala, conta ainda com aporte de material orgânico depositado, aliado a esses fatores está o não revolvimento desses 42 sistemas, assim o somatório desses fatores gera condições para que a microbiota possa se desenvolver (D’Andrea et al., 2002). TABELA 5. Atributos biológicos e carbono total do solo de diversos sistemas e profundidades de amostragem, no município de Campo Verde – MT. Atributos Biológicos4 S3 S4 S5 164,13 Ab 130,71 Bc 109,72 Cb 82,98 Bc 102,69 Ad 114,86 Ab 169,89 Ab 125,39 Ac 144,28 Aa 435,38 Aa 263,38 Bb 107,69 Cb 436,86 Aa 278,86 Ba 134,72 Ca 0-20 134,85 100,18 146,52 268,82 283,48 0-5 15,80 Ab 45,68 Ab 25,86 Ab 95,69 Aa 35,16 Ab 5-10 13,13 Ab 26,72 Aa 14,11 Ab 20,20 Bb 32,48 Aa 10-20 10,93 Ab 18,78 Aa 2,30 Ab 18,75 Ba 20,55 Aa kg solo d ) x10 0-20 13,29 30,39 14,09 44,88 29,4 CT 0-5 5-10 16,91 Ab 14,50 Ab 22,28 Ab 20,27 Aa 19,38 Ab 16,98 Ab 33,90 Aa 24,16 Ba 24,52 Ab 15,43 Bb 10-20 11,34 Ba 15,34 Aa 13,87 Aa 14,25 Ca 11,69 Ca 0-20 14,25 19,3 16,74 24,1 17,21 RBS 5 (mg C-CO2 -1 -1 -1 g kg cm 0-5 5-10 10-20 Sistemas1 S2 CBM g C g-1 solo 1 Prof 3 S1 2 2 Sistemas: Culturas anuais S1, S2, S3; Pastagem cultivada (S4); Cerrado nativo (S5); Letras iguais, maiúscula na 3 4 vertical e minúscula na horizontal, não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (P<0,05); Profundidade; CBM: Carbono da biomassa microbiana; RBS: Respiração basal do solo; CT: Carbono total. Considerando-se que a maior intensidade de atividade biológica ocorre na camada superficial do solo, a sua exposição aos processos erosivos, com remoção de material do solo devido ao uso e/ou manejo inadequados, reduz sua qualidade (Alvarenga et al., 1999). Esses autores encontraram maior teor de carbono microbiano 511,2 µg C g-1 no Cerrado, considerando 20 cm de profundidade. Carneiro et al. (2009) também encontraram, na camada de 0-10 cm, maiores teores de carbono microbiano no Cerrado, ficando a pastagem cultivada com o segundo maior valor. Os dados encontrados neste trabalho estão, em parte, de acordo com os estudos supracitados, tendo o Cerrado e a pastagem os maiores teores de CBM na camada 0-20 cm, em relação aos cultivos anuais. Matsuoka et al. (2003) verificaram redução do carbono microbiano na ordem de 75 % em relação ao Cerrado nas camadas de 0-5 e 0-20 cm. Os mesmos autores ressaltam ainda que a diversidade florística das áreas nativas e a presença 43 de vegetação durante todo o ano influenciam a produção (quantidade) e a qualidade da serapilheira, o que somado também à ausência de preparo do solo, contribuem para a ocorrência de maiores níveis de biomassa nessas áreas, comparativamente às áreas sob cultivo. Em relação à respiração, a pastagem (S4) foi o sistema que mais liberou carbono, considerando-se os dez dias de incubação. Na camada 0-5 cm, esse valor difere dos outros sistemas, incluindo o Cerrado (S5). Observa-se ainda que a atividade foi decrescendo com a profundidade nos sistemas. Segundo Moltocaro (2007), a alta RBS pode ser atribuída tanto a uma decomposição de matéria orgânica do solo de uma grande reserva de substratos, como de uma pequena reserva decorrente, por exemplo, da mobilização do solo, dessa forma altas taxas podem indicar tanto um distúrbio ecológico como um alto nível de produtividade do ecossistema. Segundo Borges et al. (1999), o solo sob mata tem atividade microbiana mais elevada do que os demais cultivos como banana, citros, manga e mandioca, podendo tal fato ser atribuído à maior concentração de carbono na camada superior do solo sob mata. Dessa maneira eles argumentaram que, o cultivo do solo, independentemente da cultura, afetou, direta ou indiretamente, a atividade microbiana no horizonte superficial. Salientando ainda que, a redução dessa atividade em profundidade esteve relacionada com a diminuição da macroporosidade e dos teores de carbono. Nos cultivos anuais, o manejo e a reduzida diversidade de plantas podem ter influenciado nesse comportamento, e, como observado anteriormente, são sistemas que possuem menor carbono da biomassa microbiana, o que pressupõem redução direta dos microrganismos. O maior teor de carbono no solo foi encontrado no sistema S4, camada 0-5 cm, e S4 e S2 na camada 5-10 cm. Na pastagem, a ausência de revolvimento do solo, a presença de gramíneas e aplicação de resíduos de algodão pode ter favorecido a agregação o que pode ter promovido o maior estoque do carbono no solo. Contudo, Alvarenga e Davide (1999) observaram que o Cerrado nativo apresentou maior concentração de carbono no solo, em relação aos demais sistemas, dentre eles, pastagem 44 cultivada e culturas anuais. Alvarenga et al. (1999), também obtiveram em seus estudos que os teores de carbono total foram maiores nas amostras de solo de Cerrado natural e pasto nativo, enquanto os menores valores foram encontrados no eucalipto, sendo pasto plantado e cultura anual intermediários. 4.4 Seleção de componentes principais O gráfico do cotovelo ou scree plot, é um dos métodos utilizados para seleção de componentes a serem avaliados (Figura 2). Nesse gráfico, segundo Hair Jr. et al. (2009), inicialmente, a linha que une os autovalores dos componentes tem ângulo de inclinação maior devido a maior representatividade da variação total, e depois decrescem se aproximando de uma reta horizontal, cujo ponto onde isso se inicia é considerado indicativo do número de fatores a serem extraídos. Na Figura 2, pode-se observar que a variação passa a ser menor a partir do quarto componente principal. Isso significa que, por esse método, o número de componentes ideal para explicar a variação dos dados seria quatro, contudo, considerando o critério de Johnson e Wichern (2007), utilizaram-se, então, três componentes principais (CP), atingindo 82,1% da variância total. 12 10 Au t o v a lo r e s 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 N ú m e r o d e C o m p o n e n te s Figura 2. Gráfico do cotovelo para os dados considerando a matriz de correlação amostral. 45 4.5 Análise dos componentes principais Na maioria dos estudos usam-se apenas os dois primeiros eixos, considerados suficientes para explicar os dados e pela facilidade de interpretação de um gráfico em duas dimensões (Alvarenga e Davide, 1999; Gomes et al., 2004; Carvalho, 2008, Freddi et al., 2008). Dessa forma, mesmo tendo encontrado três componentes principais (Figura 2) utilizou-se o gráfico bidimensional (Figura 3) para observar o agrupamento das variáveis responsáveis pela distinção dos sistemas. Figura 3. Gráfico bidimensional. Análise dos componentes principais dos atributos químicos, físicos e biológicos do solo, na profundidade de 0-20, e também dos Sistemas: Culturas anuais S1, S2, S3; Pastagem cultivada (S4); Cerrado nativo (S5). Na Figura 3 nota-se inicialmente, entre os atributos químicos, as correlações com o primeiro componente, que explica 43,9% da variância total, verifica-se também a relação negativa entre as variáveis Al, H+Al e m% com pH CaCl2, Ca2+, Mg2+, Ca+Mg, soma de bases (SB) e saturação de bases (V%), sendo esses atributos os principais responsáveis pela diferenciação dos sistemas. Nesse primeiro componente, além das propriedades químicas, a microporosidade ficou agrupada às bases do solo. Isto pressupõe que em 46 ambientes com mais microporos, e consequentemente, com maior teor de argila, pode ocorre maiores teores de bases. Esse fato indica a influência do manejo, adotado nos sistemas como, por exemplo, a adubação e a correção, nos atributos desses em comparação às condições naturais, que ao receber esses manejos aumenta o teor de bases, principalmente Ca 2+, no complexo de troca neutralizando o H+ e Al3+, aumentando com isso o pH. O segundo componente principal (CP2) explica mais 26,7 % da variância total dos dados, e assim percebe-se que neste componente, os principais atributos químicos foram T e matéria orgânica (MO); entre os atributos físicos destaca-se o diâmetro médio ponderado (DMP) e diâmetro médio geométrico (DMG); e os microbianos, o carbono da biomassa (CBM) e respiração basal do solo (RBS), tem-se ainda o carbono total (CT), sendo que todos estes possuem correlação positiva com o segundo componente. O agrupamento observado entre esses atributos dá indícios de que as alterações em qualquer um desses provocam reações em cadeia, alterando uma série de propriedades do solo. Complementando a discussão anterior, ao se adotar um sistema que promova revolvimento intenso do solo aliado a pouca diversidade de plantas cultivadas observa-se que há redução da estabilidade de agregados e quantidade de microrganismos presentes principalmente na camada superficial do solo (0-5 cm). O contrário do que acontece em um sistema que utilize uma espécie que possibilite adição de material orgânico e, além disso, promova adição extra de resíduos de outras áreas, aliado a correção e adubação de manutenção, ocorrerá melhora dessas propriedades, como verificado no sistema S4. Sistemas de manejo que proporcionem agregados mais resistentes são desejáveis, pois manterão a estrutura do solo sem grandes alterações quando submetidos a forças externas, como pisoteio de animais e operações mecanizadas, além de maior resistência às perdas por erosão (Ferreira et al., 2010). No terceiro componente (Tabela 6), que explica 11,5 % da variância, tem-se uma maior contribuição da relação negativa entre porosidade total e 47 densidade do solo, indicando que os manejos como tráfego de máquinas no preparo e na condução da cultura, podem influenciar na sustentabilidade desses sistemas, considerando também a textura de cada solo. De acordo com Araújo et al. (2007), alterações na densidade e porosidade apresentam estreita relação com a intensidade de uso do solo, ou seja, quanto maior for a intensidade de uso, maior a compactação. Costa et al. (2003) também citam que a classe de solo, as condições de umidade, nas quais são realizadas as operações de preparo, semeadura, tratamentos fitossanitários e colheita bem como de utilização do manejo adotado, também influenciam no comportamento da densidade do solo sob diferentes sistemas de uso. A distribuição dos sistemas de manejo em relação aos dois componentes principais (Figura 3) proporcionou uma separação evidente entre o sistema S5, em condições originais, dos demais sistemas, provavelmente devido ao fato deste não sofrer qualquer manejo, mantendo assim seus atributos inalterados em relação aos sistemas de cultivos anuais e pastagem. Por meio da análise de correlação entre cada componente e variável analisada e da soma dos quadrados dos coeficientes de correlação, foi possível caracterizar, de forma geral, as variáveis quanto ao grau de influência sobre os demais atributos do solo como demonstrado na Tabela 6. Nesse caso os atributos que possuem maior soma de quadrados, próximos a um (1,00), são os mais importantes. 48 TABELA 6. Coeficientes de correlação entre coeficientes de autovetores e autovalores de cada componente principal (CP) e soma de quadrados dos coeficientes de correlação (SQ). Variável1 CP1 CP2 CP3 SQ pH CaCl2 P K+ Ca+Mg -0,968 -0,603 -0,616 -0,923 -0,909 -0,885 0,868 0,689 0,758 0,878 0,030 0,569 0,465 0,290 0,039 -0,183 0,078 -0,118 0,228 0,419 -0,150 -0,030 0,411 0,365 0,056 0,044 0,939 0,721 0,602 0,950 0,901 0,960 0,925 0,610 0,392 0,392 0,333 0,744 0,049 0,136 -0,095 -0,074 -0,100 -0,041 0,730 0,943 0,222 -0,581 0,571 0,465 0,220 0,861 0,871 0,955 0,946 0,940 0,702 0,757 0,749 0,459 0,785 0,673 2+ Ca Mg2+ 3+ Al H+ H+Al m SB T V MO -0,926 -0,479 -0,975 -0,523 0,013 0,795 0,752 CT Areia Argila MA MI PT -0,506 0,634 -0,630 0,647 -0,802 Ds DMP DMG IEA RPM CBM 0,090 0,186 0,320 0,320 -0,437 0,086 0,776 0,685 -0,457 0,868 -0,925 0,262 0,227 0,421 -0,243 0,159 RBS -0,386 0,712 0,132 -0,348 0,465 -0,473 0,185 -0,357 -0,271 0,277 0,774 0,978 0,788 0,960 0,908 0,670 0,820 0,937 1 m: Saturação por alumínio; SB: Soma de bases; T: Capacidade de troca catiônica total; V: Saturação por bases; MO: Matéria orgânica; CT: Carbono total; MA: Macroporosidade; MI: Microporosidade; PT: Porosidade total; Ds: Densidade de solo; DMP: Diâmetro médio ponderado; DMG: Diâmetro médio geométrico; IEA: Índice de estabilidade de agregados; RMP: Resistência mecânica à penetração; CBM: Carbono da biomassa microbiana; PBS: Respiração basal do solo. De acordo com a Tabela 6, verifica-se a importância dos atributos físicos ligados à textura, como o teor de argila e areia, porosidade e densidade; e dos atributos químicos como MO, pH, Ca2+, Mg2+, m e V. Alvarenga e Davide (1999) com o objetivo de avaliar a alteração das características físicas e químicas de um Latossolo Vermelho-Escuro distrófico sob vegetação de Cerrado, quando submetido a diferentes 49 sistemas de uso, obtiveram que o agroecossistema com culturas anuais foi o que mais se diferenciou do ecossistema original de Cerrado, e as características mais afetadas foram: K+, Ca2+, Mg2+, S, P, densidade do solo, microporosidade, porosidade total e percentagem de agregados > 2 mm. Valadão (2010) estudando a situação atual dos teores dos micronutrientes em regiões agrícolas do Estado de Mato Grosso, observou que MO, V, SB, CTC e pH foram as variáveis que mais se destacaram no complexo de relações do solo. Com base nos resultados de todos os atributos pode-se inferir que, dentre os sistemas manejados, a pastagem cultivada foi o sistema onde se observou maior proximidade ao Cerrado nativo, a qual possui maior estabilidade de agregados, mantendo uma microbiota ativa e consequentemente uma ciclagem maior de nutrientes. Isto se tornou possível, devido ao manejo adotado, que reaproveita os resíduos de outra cultura nesse solo, a espécie utilizada, bem como a adubação fornecida e o não revolvimento do solo. Desta forma, compreende-se que independentemente dos sistemas adotados houve alteração da condição natural do solo. Contudo, o solo buscará um novo equilíbrio, e nisso a colaboração do homem é essencial, no intuito de buscar práticas conservacionistas, como rotação de culturas, adubação verde, integração lavoura-pecuária-floresta, que possibilitam uma maior adição de matéria orgânica, diversificação e aumento da microbiota, otimização dos nutrientes e melhora nos atributos físicos, levando o sistema a um nível mais sustentável. 5 CONCLUSÕES Os atributos químicos foram positivamente influenciados pelos sistemas. Dentre os atributos físicos destaca-se os agregados nos cultivos anuais que sofreram redução do diâmetro médio geométrico maior que 2 milímetros. A biomassa microbiana foi afetada negativamente pelos cultivos anuais. A pastagem cultivada foi o sistema que se destacou dentre os demais sistemas, por possuir agregados mais estáveis e carbono microbiano semelhante ao Cerrado nativo. As variáveis que mais se destacaram no complexo de relações do solo e possibilitaram a distinção dos sistemas foram pH CaCl2, Ca2+, Mg2+, Ca+Mg, Al3+, SB, V%, m%, MO, Ds, PT, Areia e Argila. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, M.I. Qualidade física do solo em sistemas agroflorestais. 2008. 89 p. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2008. ALBUQUERQUE, J. A.; SANGOI, L.; ENDER, M. Efeitos da integração lavoura-pecuária nas propriedades físicas do solo e características da cultura do milho. Revista Brasileira Ciência do Solo, 25:717-723, 2001. ALEF, K.; NANNIPIERI, P. Methods in applied soil microbiology and biochemistry. Londres: Academic Press, 1995. 576p. ALVARENGA, M. I. N.; DAVIDE, A. C. Características físicas e químicas de um Latossolo Vermelho Escuro e a sustentabilidade de agroecossistemas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.23; n. 4, p.933-942, 1999. ALVARENGA, M.I.N.; SIQUEIRA, J.O.; DAVIDE, A.C. 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