16 TORCIDA Quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
PEDRO LADEIRA
AUTOMOBILISMO
Rapidez
que vem
do berço
l Aos 10 anos,
brasiliense João
Victor Coqueiro
se destaca no
kart nacional
G Vítor de Moraes
[email protected]
e a estrutura disponível para
automobilismo no Distrito
Federal não é das melhores, o
mesmo não pode ser dito dos pilotos da capital. Berço de Vitor
Meira (atualmente na Fórmula Indy) e Felipe Nasr (F-3), a cidade que
acolheu o tricampeão mundial de
F-1 Nelson Piquet vê jovens promessas aparecerem em suas pistas
a cada temporada.
O pequeno João Victor Coqueiro fez suas primeiras ultrapassagens há dois anos e hoje é uma das
apostas da categoria cadete. Na
primeira corrida de sua vida, João
Victor fez a segunda melhor volta,
em 2009. O melhor índice veio logo
na segunda. Sua oitava corrida lhe
rendeu a terceira colocação em uma
etapa do Campeonato Brasileiro.
Em 2010, o garoto, então com nove
anos, disputou a categoria cadete
com outros pilotos de 12 e 13 anos.
E, de acordo com o pai, João Coqueiro, surpreendeu até mesmo a
família. "Achávamos que ele fosse
ficar entre os 15 primeiros, e não
entre os sete, como foi durante o
S
perfil
Nome: João Victor O. Z.
Della Penna
Nascimento: 8/6/2000
Local: Brasília (DF)
Altura/Peso: 1,42m/44kg
Principais resultados:
3ª no Brasileiro Mirim;
vice-campeão
tocantinense;
pole, volta mais
rápida e
1º lugar na
Copa
Centro-Oeste
Com bons resultados no País, João quer correr na Europa aos 15 anos e ficar mais perto da Fórmula 1
Louco para voltar à pista
campeonato inteiro", lembra.
Este ano, João Victor mira uma
temporada mais tranquila, com pilotos mais velhos migrando para
outras categorias. O ano começa no
dia 26 de fevereiro, em São Paulo,
no Campeonato Paulista Granja
Viana. O pai coruja pensa mais
adiante e aposta em um futuro
brilhante. "O objetivo é o (prêmio)
Capacete de Ouro. Com 15 anos,
queremos que o João Victor vá
morar na Europa, visando à Fórmula 1", projeta.
Embora tenha feito um bom
papel na temporada de 2010, o
fim do ano não foi dos melhores
para João Victor. Na etapa de
Palmas (TO) do Campeonato
Brasileiro, o piloto passou mal
com o forte calor (65ºC na pista) e
desmaiou durante a corrida, parando nos pneus que circundam
o traçado. No mesmo mês, em
setembro, João Victor jogava basquete na escola e quebrou o braço
esquerdo em dois lugares.
Longe do kart há quatro meses, o piloto faz fisioterapia e não
vê a hora de voltar às pistas. "Dá
saudade", lamenta, olhando para
o pequeno carro. Enquanto não
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MESES É O
TEMPO QUE JOÃO
VICTOR PRECISA
PARA RECUPERAR
O BRAÇO
volta a sentir a emoção de uma
corrida, ele joga no computador.
A mãe, Mônica, lamenta os
acidentes do filho e admite que
ainda não consegue acompanhar
todas as corridas de João Victor.
"É difícil, para uma mãe, assistir a
uma prova de kart. São muitos
meninos, qualquer toque pode
jogar o piloto longe. Uma vez vi o
João capotar e sair de maca. Não
é fácil", conta.
Enquanto não pode voltar a
correr – a recomendação médica
é para que retorne em fevereiro –,
João Victor observa o kart de
perto, gira o volante, senta. Pede
para dirigir, mas logo é repreendido. O pequeno piloto, então,
pega impulso com os pés e vai
guiando o kart desligado, ansioso pela adrenalina. (V.M.)