A Linha de Cascais: Do vapor à electricidade [1889‐1926] João Miguel Henriques Arquivo Histórico Municipal de Cascais Em 1867, D. Maria Pia visitou Cascais pela primeira vez, instalando‐se definitivamente na Cidadela, três anos depois, onde montou um despretensioso Paço Real. Em função da estada sazonal dos monarcas para a prática dos banhos de mar assistiu‐se, desde então, a um intenso surto de desenvolvimento que se apoderou do litoral do concelho. A inauguração do caminho‐de‐ferro entre Cascais e Pedrouços, em 1889, acelerou esta tendência, viabilizando projectos imobiliários de vulto, como o que desde 1888 a Companhia Monte Estoril planeou para a região com o mesmo nome e activando o crescimento de localidades como S. João do Estoril, Parede, Carcavelos, Cai‐Água e Santo António do Estoril. Franqueou, assim, o acesso às praias do concelho a novos públicos, enriquecendo a um ritmo inusitado a oferta turística disponibilizada. Quando, em 1914, Fausto Cardoso de Figueiredo projectou a estância turística do Estoril, o caminho‐
de‐ferro voltou a afirmar‐se enquanto instrumento de progresso. Na verdade, apesar de a primeira pedra do casino ser lançada em 1916 e de as novas termas abrirem dois anos depois, apenas em 1926‐
27, por ocasião da electrificação da linha e uma vez garantida a concessão do jogo, o plano ganhou novo alento, impondo‐se enquanto área de lazer da capital, igualmente acessível aos visitantes estrangeiros, como o atesta a transformação do Estoril no terminus do Sud Express. Desta forma, a proposta de comunicação que se apresenta tem por objectivo o estudo da evolução do concelho de Cascais em função da construção e exploração do caminho‐de‐ferro, no período em questão. 
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João Miguel Henriques – Arquivo Histórico