espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 pessoas a sentirem pessoas 2 Obra Diocesana de Promoção Social Obra em 3D dignidade, determinação e dinamismo Sumário 04 - Editorial Manuel Amial 05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente 06 - U m Abraço Solidário Américo Ribeiro 14 - Prémio Infante Dom Henrique 31 - Dia do Idoso Manuel Amial 16 - Ânimo na missão sociocaritativa João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho 32 - Na Linha da Frente Cónego Rui Osório 17 - Prémio Pessoa 2009 Maria Teresa Souza-Cardoso 34 - Poderá ser Natal todos os dias Conselho de Administração Frei Bernardo Dominguez Homenagem ao Padre Lino Maia 08 - No Bem pelo Bem Conselho de Administração Padre Lino Maia 09 - Sentido de Vida, Sentido de Amor 18 - Natal dos filhos dos Colaboradores João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho Professor Daniel Serrão 20 - Ceia de Reis 10 - Força altruísta 27 - Formação Profissional D. João Miranda 12 - Vestindo corações de afectos João Alves Dias João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho 36 - Ano 2009 - Ano do Conhecimento e da Competência Conselho de Administração João Miguel Pratas Bernardino Chamusca 11 - P or um Mundo mais fraterno 35 - Parcerias … são acolhidas de coração aberto! 37 - Festa da Solidariedade João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho Mónica Taipa de Carvalho Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome 38 - X XII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde Conselho de Administração João Miguel Pratas O Natal dos meus desejos Elvira Almeida 13 - E nsinar a sorrir D. João Lavrador 28 - Testemunho do Amor de Deus Manuel Tavares 39 - Mensagens Espaço Solidário… Ficha Técnica Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel Amial Direcção/Redacção: Manuel Pereira Amial Propriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção Social Colaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Ângelo Santos, Aurora Rouxinol, Belmiro Teixeira, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, Dra. Maria Barroso Soares, Elvira Almeida, Filipa Martins, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Paulo Lapa, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho e Teresa Carvalho. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, Lda.; www.lusoimpress.com Periodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da Juventude Sede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555 Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 3 4 Manuel Amial QUE O ESPÍRITO DE NATAL INUNDE A TERRA INTEIRA! Obra Diocesana de Promoção Social Editorial Estamos em plena quadra festiva de Natal e Ano Novo. Em tempos de crise de valores e de dificuldades económicas é urgente repensar a nossa postura, face aos apelos consumistas que diariamente nos toldam a vista e o discernimento. Tenhamos uma atitude responsável, sejamos comedidos nos gastos supérfluos e olhemos mais à nossa volta envolvendo, com espírito de ajuda e solidariedade, aqueles que mais precisam. É tempo de ser solidário e de pensar nos outros, especialmente naqueles a quem a sorte da vida não bafejou. E às vezes basta um pequeno gesto, uma pequena dádiva, um sorriso, uma palavra amiga! Quem sabe, satisfazer uma necessidade tão simples como dar “um pouco de farinha”, “oferecer a camisa mais velha do bragal”, como dizia a grande poetisa Fernanda de Castro no seu belo poema AMIGO. “AMIGO, Aqui me tens: É sina minha. Venho outra vez pedir-te o Pão e o Sal. Só peço o que te sobra: Amor e Pena. É o Dia de Natal que se avizinha …. Com uma esmola tão grande e tão pequena, Ouves, Amigo? O Dia de Natal. Podes, Amigo, suprimir a dor Arranca do teu peito a erva daninha. Abre as portas às pombas do pombal. De tantas vidas murchas em botão. Eu só te peço um pouco de farinha. Abre de par em par o coração. A camisa mais velha do bragal. Verás que em pleno Inverno dará flor.” Que o espírito de Natal inunde os nossos corações, que as crianças tenham o carinho, o amor e a felicidade que precisam e que no mundo inteiro haja felicidade e paz, sãos meus votos. Manuel Amial Natal 2009. Mensagem D. Manuel Clemente Bispo do Porto Dezembro está cheio de Natal. Mas nem sempre o “Natal” que por aí se vê está cheio do Deus Menino, que é o seu verdadeiro conteúdo e significado. E o que mais importa é que em todas as comemorações feitas e em todas as festas preparadas, seja mesmo o Natal de Jesus a realizar-se agora, como há 2000 anos começou a acontecer. Natal quer dizer “nascimento”. Nascimento de Deus no mundo, com a humanidade que recebeu da Virgem Maria. Em Jesus – menino e depois crescido, morto e ressuscitado – é Deus que está connosco e precisamente como quis estar: numa criança recém-nascida, numa sagrada família, no trabalho oficinal de Nazaré da Galileia, no anúncio dum reino de paz, justiça, verdade e caridade, na entrega da vida por todos, na sua presença ressuscitada que o faz estar connosco todos os dias e para sempre. Nós, os cristãos sabemos isto e só isto queremos: reconhecer Jesus no dia a dia e corresponder à sua presença como o fizeram sua Mãe, Nossa Senhora, São José, seu pai adoptivo, os pastores, os magos, os verdadeiros discípulos. Por isso estamos com Ele na oração e estamos com Ele no serviço dos irmãos, sobretudo dos mais pobres com que Ele se identificou e identifica. Em cada Centro da Obra Diocesana há um presépio vivo, onde se acolhe e acompanha Jesus presente nos outros. Assim sim, há um Natal autêntico e cristão. O que nos interessa e não acaba a 26 de Dezembro… Santo e feliz Natal para todos! + Manuel Clemente Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 5 6 Obra Diocesana de Promoção Social Momento do Presidente Américo Ribeiro Presidente do Conselho de Administração da ODPS Um Abraço Solidário Todos os momentos, todas as do da inversão do problema, já que uma melhor para todos passa pela mu- circunstâncias são oportunos e precio- solução eficaz e desejada, raramente, é dança de valores actuais da socie- sos para se realizar, para se conceder possível. dade. Passa ainda pela apropriação e espaço, tempo e bem… Na tentativa de melhoramento, internacionalização de novos conceitos Para além de rumos e acções, na perspectiva da perfeição, a principal na construção de novos valores. Con- que contribuam para a sustentabilidade incumbência do ser humano é amar os ceitos de cumplicidade, cooperação, do Planeta, defesa da biodiversidade, outros, mas amá-los como a si próprio, dentre outros. visando a construção de um mundo canseira difícil e penosa, começando, Grande parte da população melhor, para hoje e para o amanhã, pre- naturalmente, pelos que lhe são mais constituinte da sociedade portuguesa, parando a vida das gerações futuras, a próximos e estabelecendo priorida- felizmente, não fica indiferente a situa- qual deverá constituir inquietação cons- des, numa progressão de pensamen- ções de precariedade social e, de forma tante e redunda em dever e em consci- to, projecto e realização, não obstante pronta e responsável, demonstra a sua ência ecológica e social, afigura-se ou- considerar e agir em favor dos que se solidariedade e altruísmo, através de tra grande preocupação: a atenção que encontram mais distantes, atendendo gestos, de atitudes e de práticas apre- nos merecem as pessoas mais desfavo- à universalidade, havendo diversos for- ciáveis aos olhos dos homens e, muito recidas, mais vulneráveis, cujo percurso matos para o conseguir. mais, aos olhos de Deus. Nesta visão, os que mais ne- A Obra Diocesana de Pro- cessitam de atenção, carinho, afecto, moção Social é uma instituição da As situações de fragilidade hu- esperança… de modo a encontrarem Igreja e também da comunidade ci- mana, pobreza, solidão, maus-tratos, motivações para viver, deverão ocupar vil, que procura e pretende estar sem- abandono familiar… que encontramos, o lugar cimeiro. pre atenta aos sinais dos tempos, aos existencial oscila entre o desconforto e o mal-estar. sistematicamente, na nossa sociedade E há tanto a descobrir! sinais humanos, acudindo, socorrendo e são reflexos do modelo de civilização, Tanto a efectivar! chamando a si, de diferentes maneiras e que se foi construindo ao longo dos Tanto a construir! com carácter efectivo, as necessidades tempos. Tal cenário social carece, ur- Se aproveitarmos bem o tempo, permanentes e contingências de tantas gentemente, de mãos apoiantes e de nos momentos menos ocupados pelas pessoas carenciadas, desenvolvendo braços acolhedores para que o deses- funções e encargos, que desempenha- uma actividade de grande mérito social. pero não seja agudizado com o decor- mos na vida familiar e profissional, po- Esta realidade assume proporções ele- rer dos anos. Esta constatação tem de deremos encaixar um pouco do nosso vadas, presentemente, comprometendo ser encarada por todos e considerada espaço de acção em favor de quem as comunidades e solicitando apelos. como responsabilidade social e como tanto padece. O primeiro acto poderá Aproveito para referenciar, com responsabilidade cristã, cabendo a alcançar uma tarefa habitual e enrique- enlevo, elogio, alegria e gratidão as cada cidadão e a cada cristão oferecer cerá a pessoa que a pratica, repercutin- mãos caridosas de muitos amigos e algo de si, dar o seu contributo, me- do-se no bem colectivo. benfeitores da ODPS, que procuram nor ou maior, isso não importa, no senti- A esperança de um mundo apoiar esta boa causa, acolhendo-a, ferentes petições para surtir o efeito e consoladoras, o trabalho realizado, pretendido. incluindo neste o que tem formato vo- Neste projecto, quatrocentos luntário de quem dirige, de quem vai colaboradores assumem grandes res- caminhando com vontade de servir e de ponsabilidades, procurando dar-se e se dar, ultrapassando barreiras de polí- dar de si o melhor, pela dedicação, ticas governamentais, de quem vai de- sensibilidade, proficiência e profis- vastando adversidades, vislumbrando a sionalismo. Sendo os principais obrei- pretensão do fazer bem pelo bem. ros, pois estão no campo, semeando Muitas dessas mãos carido- e colhendo, conseguem em cada dia, sas, que fazem acontecer a generosi- encontrar as melhores respostas para dade, que promovem capacidades de os diferentes casos e situações e isso dar e elos sociais, não são portuen- contém experiência, vivência e amor. ses, param noutros pontos do país, Os anos vão decorrendo e a mas conhecendo a Instituição, conside- Obra Diocesana de Promoção Social vai ram-na também prioritária na sua dispo- acumulando montes de histórias com os nibilidade solidária e isso é, obviamente, mais assimétricos enredos. Histórias digno de grande apreço por tão bonito lindas e tristes, histórias grandes exemplo! e pequenas… mas todas elas, logica- É indubitável que esta Obra mente, concorrem para engrandecer a merece o reparo e o acolhimento sua História e dizer, bem alto, algo muito de todos os corações humanos, in- útil sobre a construção de um mundo dependentemente, da situação geográ- mais justo, de um mundo mais fraterno. fica, latitude e longitude terrestres, mas sim pelo que oferece, pelo que fomenta em termos sociais e humanos. E neste quadro ou contexto vão surgindo factos e situações que concorrem para esse tom, para essa densidade, o que apraz registar. Todo o trabalho multidimensional desenvolvido na nossa Instituição é de grande importância, pois procura corresponder às necessidades, aos Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 7 passa pela mudança de valores actuais da sociedade. interesses e às características das di- jando, com palavras aconchegantes A esperança de um mundo melhor para todos oferecendo donativos e encora- 8 Obra Diocesana de Promoção Social Padre Lino Maia No bem pelo bem Com uma matriz indelevelmente cristã, a história da cultura portuguesa mas muito especialmente a favor dos uma forma responsável, assim partici- mais carenciados. pando gratuitamente na construção de demonstra que, em determinados mo- Enquanto pioneira e permanen- um Mundo melhor, onde o sorriso que mentos da sua vida, nas nossas comu- te referência, simultaneamente, a Obra fazem nascer ou renascer é a expres- nidades, confrontadas com certos de- Diocesana tem promovido e permitido são da esperança que ousam sonhar e safios, sempre apareceram e continuam a possibilidade de emergência e desen- partilhar. a aparecer voluntários e organizações, volvimento de uma nova consciência Com os seus doze centros so- com generosidade e com alguma origi- social, como expressão de um serviço ciais em actividade, a Obra Diocesana nalidade, a responder, nomeadamente que traduz o sentido do coração e da está directamente presente num total de com respostas sociais. gratuitidade na vida da comunidade. onze bairros sociais e pugna por objec- A comprová-lo estão as múltiplas Implementada por pessoas al- tivos como apoio a crianças e jovens, à formas de associações ou fundações tamente responsáveis e atentas, a Obra família e à integração social e comuni- criadas para cumprir os mais diversos orgulha-se da sua eclesialidade, osten- tária, educação e formação profissional tipos de objectivos. No total, mais de ta a sua matriz cristã, valoriza as suas dos cidadãos, protecção dos cidadãos quatro mil! São as associações de pro- origens e o seu suporte, e, contando na velhice e invalidez e em todas as si- tecção ou de solidariedade, os centros todavia com um extenso grupo de com- tuações de falta ou diminuição de meios de bem-estar (sociais, sociais culturais petentes colaboradores, é dirigida ex- de subsistência ou de capacidade para ou sociais paroquiais), infantários, ins- clusivamente por voluntários. o trabalho e na resolução dos proble- titutos, misericórdias, movimentos de apoio, obras, veneráveis ordens... Exemplo disso, também, é a Obra Diocesana de Promoção Social. É uma eloquente expressão mas habitacionais das populações. do exercício da cidadania, da caridade Alguma da moderação e da e da solidariedade e é a consolidação harmonia social e muito do desenvolvi- da importância do contributo de todos mento pessoal e comunitário das comu- Nascida nos anos sessenta de e de cada um na causa comum. É a nidades onde ela desenvolve a sua ac- uma convergência de vontades de pes- afirmação de que não há inclusão sem ção muito lhe ficam a dever, ajudando a soas solidárias e responsáveis – Bispo envolvimentos colectivos e é a prova do perceber que o ideal de Juvenal “Mens Diocesano, Governador Civil e Presi- exercício do princípio da subsidiarieda- sana in corpore sano” (necessidade de dente da Câmara – e inicialmente “con- de como princípio inspirador de uma um espírito equilibrado em um corpo cebida” para desenvolver a sua acção prática de boas práticas, próximas e de- equilibrado), em grande parte, está bem preferencialmente nos bairros sociais, a senvolvimentistas. presente na acção da Obra Diocesana. Obra Diocesana tem contribuído deci- Os seus dirigentes são exclu- sivamente para a consolidação de um sivamente voluntários, que por uma novo tipo de sociedade, constituída a decisão espontânea, apoiada em moti- partir da base ou, se quisermos, a partir vações e opções pessoais, têm como de comunidades concretas e tem des- ponto de chegada o altruísmo, a des- pertado ou consolidado as vontades coberta de que a acção ganha força e singulares para o sentido da partilha sentido em função das necessidades dos bens a favor de todos os homens do outro. Fazem-no livremente e de No bem e pelo bem… Professor Daniel Serrão Sentido de Vida, Sentido de Amor Gostei do tema que me foi tros que vão querer atingir o mesmo a via do individualismo radical pós- dado para desenvolver nesta minha patamar de sucesso. As longas filas de moderno que acabará com o próprio participação no espaço solidário que é milhares de candidatos a um “casting” Estado Social e com o seu esquema o desta Revista da Obra Diocesana de de qualquer das nossas televisões, dá de previdência por solidariedade de Promoção Social porque a Obra pre- a medida do alastramento desta ideo- todos os cidadãos, mas os resulta- tende dar um sentido à Vida usando o logia entre os nossos jovens de ambos dos não estão a ser brilhantes e as amor como meio de acção. os sexos. Muitas vezes, como no caso reformas estão ameaçadas pela re- Dar sentido à vida daqueles das jovens, incitadas e apoiadas pe- cusa das novas gerações a pagarem que, por causas muito diversas, con- los Pais, que querem ter uma filha que parte do seu rendimento para apoiar sideram que a sua vida não tem mais seja uma estrela de sucesso. O mes- outros cidadãos no futuro. Cada um sentido e não vale a pena ser vivida, é mo direi dos milhões de Euros pagos quer fazer a sua previdência pessoal, uma tarefa que só pode ter sucesso se a um jovem jogador de futebol que dá assegurando a sua reforma a partir for alimentada pelo amor que quem aju- pontapés com a maior eficácia que a dos seus rendimentos e ignorando as da tem pelo que carece dessa ajuda. dos pontapés dos outros. necessidades dos outros cidadãos. E No Século passado desen- Mas a pós-modernidade é os Bancos estimulam estas formas de volveu-se uma ideologia, que alguns uma ameaça terrível porque ela as- individualismo que é bem patente nos chamam de pós-moderna, na qual a senta num erro radical: não está a per- anúncios de planos de reforma que exaltação do eu individual e o primado ceber que o Homem é um ser social publicam nos jornais. da autonomia da pessoa, foram pro- que só se realiza na relação com os Mas nós, os que confiamos postos pelos teóricos e assumidos por outros. Como ser individual ele é inviá- nos ensinamentos de Cristo, sabemos muitos, como os primeiros de todos os vel e corre para a morte. que é a via do amor pelos outros, da valores. Nesta linha, a procura do su- Também não está a reconhe- Caritas que Bento XVI identificou com cesso individual é o primeiro objectivo, cer que a lei do relacionamento hu- a própria essência de Deus, que dá passando por cima dos outros porque mano é a do amor, como eros e como sentido à vida; porque ela é, então, se o indivíduo é um fim em si próprio ágape, e não a do poder, a da violên- vida comunitária, vida de relação, vida e o seu bem é o valor máximo, pode- cia ou, pior ainda, a da indiferença. de partilha mos usar os outros como meios para atingir esse fim. Esta ideologia, que sobrevaloriza a autonomia da pessoa individual, O que dá sentido à vida indivi- A ODPS está apoiada neste dual é a partilha com a vida do outro. sustentáculo. E por intermédio das Partilha respeitosa, interessada, au- suas ajudas concretas e materiais, têntica e afectiva. indispensáveis, o que está a dizer às é mais do que egocêntrica porque é Não se trata de um relaciona- pessoas e à Sociedade é que o amor egolátrica. Faz da pessoa individual mento desinteressado e distante, mas pelos que precisam é que é o motor de um deus, ao qual tudo deve ser sub- sim de relacionamento empático, em todas as acções. São gestos e servi- metido. A ânsia de sucesso pessoal que um eu, compassivo e bom, se de- ços que levam consigo a humilde ofer- que as televisões alimentam é uma bruça sobre outro eu que carece de ta de amor comunitário. prova da aceitação da “religião” do eu, atenção, companhia e ajuda. do ego, exposto à “adoração” dos ou- O Estado Social tentou travar Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 Oxalá todos compreendam assim a mística da Obra. 9 10 Obra Diocesana de Promoção Social Bernardino Chamusca Força Altruísta Duas mil, quatrocentas e no- dádiva, dar no anonimato de um gesto venta e oito toneladas de alimentos colectivo, dar sem medir o que resta, foram quanto os Bancos Alimentares dar mais de si do que do seu, tal é o Contra a Fome recolheram nos dias grande altruísmo que entendemos 28 e 29 de Novembro passado. Aque- como uma virtude humanista de gran- le número significa cerca de 40% mais de efeito na sociedade. do que em idêntica campanha reali- O altruísta não necessita de zada em 2008, o que, em tempos de propagandear as suas acções, prefere crise (e não só económica como, mui- que outros façam a gestão das suas to mais, de valores humanistas), é um dádivas, aparece raramente em públi- feito notável. co, deixa que outros inseridos nas es- No fundo, este resultado mos- truturas criadas para a solidariedade tra a inata vontade de dar as mãos aos distribuam o que coloca à disposição que mais precisam que vive aconche- dos carenciados. gada no íntimo das mulheres e homens Neste sentido, citando Flávio de boa vontade. O que é ainda mais Gikovate, autor brasileiro, o altruísta relevante se atendermos ao facto de a pode, com propriedade, experimen- dádiva não ter destinatário conhecido, tar o genuíno prazer de dar, já que ficar reduzida (ou, melhor, engrandeci- não existe o risco colocar em xeque da) por dar a quem não se conhece. aquele que recebe, pois a sua dádiva, Que a tua mão direita não sem destinatário conhecido, não tem saiba o que faz a esquerda… as- o dom de aplacar os seus eventuais sim é a caridade. sentimentos de culpa. Isto é, quem dá Por coincidência ou não, a li- para acalmar a sua consciência gosta turgia da Igreja Católica, num dos do- de mostrar que dá e ser reconhecido mingos anteriores tinha apresentado como esmoler, o que pode conduzir a como modelo de altruísmo a viúva de uma certa vaidade. Porém, o que dá Sarepta que, questionada pelo profe- sem saber a quem, e só esse, é o her- ta Elias para lhe dar de comer, ofere- deiro da máxima franciscana que nos ceu a última farinha à sua disposição diz “é dando que se recebe”. e com um pingo de azeite (o último!) cozinhou uma parca refeição para o profeta poder continuar sua missão. Teve, segundo a Escritura, a devida recompensa. Dar sem olhar a quem, dar sem pretender reconhecimento pela D. João Miranda Por um mundo mais fraterno Não há melhor incentivo e melhor modelo, para construir um mun- As nossas “estalagens” torna- núria e agora não têm coragem de ir rão o mundo à nossa volta mais frater- pedir… do mais fraterno, do que regressar ao Se o problema é grande de no, se se apresentarem de rosto lavado retrato de S. Lucas sobre a Primeira mais para um pequeno grupo, tem de e fidalgo, de coração aberto e se, den- Comunidade de cristãos, descrito nos se ir ter com o Prefeito da cidade ou tro delas, se respirar amor e paz. É bem actos dos Apóstolos. É certamente aldeia ou bater à porta de uma Institui- difícil às vezes. Mas contamos sempre uma imagem ideal e idealizada, talvez ção maior e capaz. O Bom Samaritano com a Graça de Deus e a Fortaleza do nunca atingida. Mesmo assim, serve levou o homem ferido na estrada e rou- Espírito que fazem maravilhas. Nada de ponto de apoio e de referência su- bado pelos ladrões à ESTALAGEM. E disto se constrói só com dinheiro. Tudo blinhada, sobretudo porque é, para os pagou as despesas. isto se faz com AMOR. Deus é caridade cristãos, Palavra de Deus. E diz assim: Uma das ESTALAGENS actuais e Amor. Então esteja Deus presente em Eles mostravam-se assíduos ao ensina- na cidade do Porto é a Obra Diocesana nossos corações e nas nossas casas e mento dos Apóstolos, à comunhão fra- dos Bairros camarários. As Obras so- tudo será bem mais fácil! terna, à fracção do pão e às orações… ciais, para tornarem o mundo mais fra- O voluntarismo é um bem pre- Reuniam-se e punham tudo em terno, não podem “institucionalizar-se” cioso que muito pode fazer a bem dos comum: vendiam as suas proprie- de mais no seu quotidiano. São Pesso- outros. Mas pode levar-nos à tentação dades e bens e dividiam-nos entre as, são irmãos, são pobres aqueles a de que somos nós quem tudo faz. Po- todos, segundo as necessidades de quem atendem. Normalmente chama- demos erguer monumentos de pedra, cada um (Actos 2, 42.44). se-lhes “utentes”. Mas esse é um nome erguer casas e mais obras, levantar que despersonaliza. Estamos entre ir- Torres de Babel que desafiam o pró- mãos. Se não, lá se vai a fraternidade. prio Deus. Se esse for o cimento das Um mundo fraterno não cai do Céu já feito nem cai feito das decisões dos areópagos nacionais ou interna- A Igreja não pode responder a nossas obras, mais tarde ou mais cedo cionais. É obra das nossas mãos, sus- todas as carências dos habitantes de cairão por terra, mesmo que a pedra tentada pela graça de Deus. O mundo aldeias e cidades. É ao Estado que e o cimento se mantenham de pé. A fraterno começa no meu coração, na compete resolver as questões sociais. Obra não é nossa, é de Deus. Sem Ele, minha casa, na tua casa, na nossa fre- Mas a Igreja aquilo que fizer deve ser damos espectáculo mas não aquece- guesia, na nossa empresa, na nossa de qualidade no atendimento, no aco- mos os corações. Disso é que precisa Instituição, na nossa cidade. lhimento, no carinho, no respeito pela o mundo actual, tanto ou mais do que de dinheiro e Bancos. Juntando muitos grãos é que justiça social dos seus funcionários, na se enche o celeiro. Onde haja dois ou atenção à situação de cada pessoa. A três de coração unânime, facilmente se Igreja não deve dar espectáculo e muito descobre ao lado ou bem perto uma menos apresentar um rosto de peque- chaga social, um irmão ferido, uma no burguês. Há muitas formas de pou- pessoa com fome. Às vezes é preciso par e ser discreto, sobretudo quando ir à procura, porque debaixo de telhas os bens não são nossos. Bem-aven- há hoje muitos pobres envergonhados. turados os pobres em espírito, porque Nunca passaram por situações de pe- deles é o reino dos Céus! Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 11 12 Obra Diocesana de Promoção Social João Alves Dias Vestindo corações de afectos “ E quem é o meu próximo? Centro de Convívio numa cave do ternal da Igreja e fez-se coração junto Jesus então disse: Um homem bloco 19. Foi a primeira realização no dos mais desprotegidos. descia de Jerusalém a Jericó e caiu bairro que se tornou pólo gerador de Este coração foi crescendo, à despojado nas mãos de ladrões, que Comunidade. Era lá que os moradores medida que a obra, qual árvore ben- o despojaram. (…) Qual destes três te se encontravam para tomar um café fazeja, foi estendendo os seus ramos parece ter sido o próximo daquele ho- ou assistir aos programas da televi- pelos muitos bairros da Cidade. Diver- mem que caiu nas mãos dos ladrões? são. Os corações foram-se vestindo sificaram-se os serviços, multiplica- Respondeu o doutor: Aquele que usou de afectos… e as amizades foram-se ram-se os trabalhadores, os utentes, de misericórdia.” Lc 10, 29-37 cruzando e enraizando. os amigos mas o mesmo coração O sacerdote responsável pela continua a animar e a ritmar todo o seu trabalho. A Obra Diocesana, desde o Obra, foi viver para uma casa do blo- seu início, fez-se “próxima” daqueles co 15. Passou a ser um vizinho entre Como me congratulo com o que tinham sido despojados das suas vizinhos. Normalmente, usava uma carinho que a Obra dedica à Terceira casas, dos seus amigos, dos seus ni- capa sobre a batina eclesiástica. As Idade! Quem passou a vida a acon- chos afectivos de convivência. E fez-se crianças acotovelavam-se debaixo da chegar os outros bem merece o nosso junto deles para com eles humanizar sua capa. Algumas delas eram bem afecto. os novos espaços habitacionais. traquinas… O sacerdote a todas afa- Quanto me alegro, volvidos A Obra escolheu o Bairro do gava. Quantos, ainda agora, já com mais de 45 anos, ver como a Obra Cerco do Porto para iniciar o seu tra- mais de cinquenta anos, recordam Diocesana cresceu e como continua a balho junto das populações: porque com saudade esses passeios debaixo vestir de afectos o coração de quantos era um dos maiores bairros e porque da capa. nela trabalham ou dela beneficiam. estava, à data, a ser ocupado por fa- A “Casa dos Rapazes”, lugar Receber é bom. Dar é melhor. mílias vindas das mais diversas partes de convívio dos jovens, tornou-se Dar-se é ainda melhor. Dar-se com ter- da cidade. Famílias que se sentiam to- mais um pólo fazedor de “proximida- nura e alegria é SUBLIME. talmente desenraizadas e onde o vizi- de”. Ainda hoje são muitas as amiza- nho não conhecia o do lado. Era essa des que permanecem. Quantos casa- a política da época: desfazer as co- mentos nasceram dos encontros dos munidades humanas que viviam nas jovens nas muitas actividades que a ilhas, dispersando-as pelos múltiplos Obra desenvolvia. Os afectos fizeram- bairros da Cidade. se “Amor” e uniram corações para É sintomático que, nas primei- toda a vida. ras reuniões que, bloco a bloco, a Obra A “Sala de Estudo”, e o “Jardim realizou para detectar as principais ne- Infantil” e as “Colónias de Férias”… cessidades do bairro, tenha surgido, Quanta afeição se foi gerando. Como à cabeça, o desejo de um espaço de diz o ditado popular: “Quem meus fi- convívio. Assim nasceu a “Comissão lhos beija, minha boca adoça…” do Centro de Convívio” que abriu um A Obra nasceu do espírito ma- +João Lavrador Bispo Auxiliar do Porto Ensinar a sorrir Percorrendo as notícias da comunicação social, deparamo-nos com humano. Também aqui é necessário criança ou idoso, em qualquer cultura, ensinar a sorrir. raça ou cor, a sorrir. tantas situações de destruição, mortes, Abrindo as portas das nossas Os cristãos sabem quem é burlas, homicídios, ódios, separações, instituições de apoio social deparamo- Este que todos esperam. É Jesus violações e mal-tratos, abandono e so- nos com crianças e idosos que, espe- Cristo. Sabem-no por experiência da lidão, de abusos ecológicos, numa pa- lhando-nos o sorriso do bem encontra- alegria única e incomparável que Ele lavra, atentados à dignidade humana. do, ensinam-nos o caminho que nos produz nas suas vidas. Impõe-se-lhes Neste contexto, urge ensinar um novo leva ao encontro de tantos outros que a obrigação de a comunicar aos que estilo, mudança de comportamentos e esperam de nós o laço contagiante do dela têm necessidade. É responsabi- de atitudes, urge ensinar novos mode- sorriso que transmite a alegria de viver. lidade de todos os cristãos de dar as O profeta Isaías, reconhecendo mãos aos que solidariamente ensinam los que ajudem as pessoas a sorrir. Colocando-nos numa atitude a situação de miséria e de escravidão a sorrir através de gestos generosos, de olhar atento aos rostos das pesso- do seu povo, mas, também, ilumina- de carinho e de amor, mas sobretudo as que se cruzam connosco na rua, ou do pela revelação de Deus que o ama de ensinar o caminho para o encontro em lugares públicos, dominam os tra- infinitamente, sente que é chamado com Aquele que se fez um de nós para ços de tristeza, de preocupação e de a proclamar uma Boa Notícia que se nos ensinar a sorrir de modo profundo desconfiança. Perante estas situações, traduzirá em compromisso concreto e sem entraves. importa actuar solidariamente para por restaurar a alegria e a libertação Esta é a grande aprendizagem reconstruir rostos que façam a experi- do povo eleito de Deus. Ele mesmo que a celebração do Natal produz na ência da alegria e ensinar os corações afirma: «O Espírito do Senhor repousa humanidade e esta é a responsabilida- a lançar impulsos de felicidade que se sobre mim, porque o Senhor me un- de que o nascimento de Jesus exige contemplem no semblante dos nossos giu, enviou-me a levar a boa nova aos dos cristãos. irmãos. que sofrem, a curar os corações des- Que as palavras de Paulo Situando-nos na cultura e na pedaçados, a anunciar a amnistia aos «Alegrai-vos sempre no Senhor, repi- sociedade que nos envolve e da qual cativos, e a liberdade aos prisioneiros, to alegrai-vos» (Fil.4,4) encontrem eco partilhamos, sentimos que em variadas a proclamar um ano da graça do Se- no coração dos que seriamente estão posições legislativas ou de confronto nhor (…) a consolar os tristes, a dar aos abertos à vinda de Deus e se transfor- social, de fracturação de modelos de amargurados de Sião uma coroa em mem em missão perante todos os que vida e de mutilação ética, transpare- vez de cinzas, o óleo da alegria em vez esperam sinais sensíveis do nascimen- ce uma existência sem abertura para de luto, a glória em vez de desespero» to de Jesus Cristo, para que também o futuro, movendo-se à volta da sua (Is.61, 1-3). eles sorriam! própria frustração perante o presente Os olhos dos nossos contem- Para toda a comunidade da e sem significado para a vida. Perante porâneos estão colocados em Alguém Obra Diocesana faço votos de vivência tal cultura, sociedade e modelo de ser que, para muitos desconhecido, lhes de um santo Natal. pessoa, importa o esforço, a lucidez e venha oferecer o que Isaías profeti- a coragem para apresentar um futuro camente anuncia. Isto é, Alguém que aberto e transcendente digno do ser ensine cada homem, mulher, jovem, Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 13 14 Obra Diocesana de Promoção Social Manuel Amial Obra Diocesana recebeu Prémio Infante Dom Henrique O reconhecimento da sociedade civil pelo trabalho solidário da Obra Dioce- to do Porto Palácio Hotel, na presença sana de Promoção Social chegou no passado dia 12 de Dezembro pela mão dos de cerca de 400 pessoas, entre confra- responsáveis da Confraria das Tripas à Moda do Porto. des, confreiras e convidados. A Confraria no âmbito da sua intervenção, decidiu atribuir o Prémio Infante O Presidente da Direcção da Dom Henrique 2009, este ano na sua quinta edição, na categoria “Instituição” à Confraria, Chefe Hélio Loureiro, abriu o Obra Diocesana de Promoção Social. jantar saudando todos os presentes e Intervenção cívica que, segundo a própria confraria, “visa honrar a univer- de um modo especial os galardoados, salidade do Infante e os valores da liberdade, justiça, igualdade, fraternidade, Coe- numa intervenção plena de afectos, rência, partilha, que impregnam o incomensurável alcance da sua expansão e aos lembrando a quadra natalícia que se quais, humildemente, a Confraria se devota, na defesa, preservação e promoção da atravessa e os valores das gentes do Alma Tripeira e do seu valor”. Porto e das suas tradições. O Júri que atribuiu este galardão foi presidido pelo Professor Helder Pa- A locutora Jacinta Oliveira, da checo, escritor e professor, tendo como vogais a Dra. Raquel Loureiro, professora Rádio Renascença, foi a apresentadora e deputada à Assembleia da República, D. Maria do Céu Pinto, Coordenadora Co- de serviço, também ela uma portuense mercial da “Revista de Vinhos”, Dr. Arnaldo Araújo, Delegado de Saúde Médica do e uma aficionada da Alma Tripeira. Porto e Hélio Loureiro, Chefe de Cozinha do Porto Palácio Congress & SPA. O Presidente do Júri, Prof. Hel- O Júri decidiu também atribuir o prémio a outra Instituição, ao Espaço T, na der Pacheco, falou sobre a decisão do categoria “Solidariedade” e ainda a cinco personalidades nas seguintes categorias: Júri e da sua relevância para contrariar a Manuel Poças Pintão (Gastronomia), Miguel Vieira (Inovação), Luísa Dacosta (Lite- tendência para a ingratidão e o esqueci- ratura), Alcino Soutinho (Escultura/Pintura) e D. Manuel Martins (Carreira/Persona- mento por parte da sociedade potuense lidade). em relação a quem nela se distingue, A entrega dos prémios Infante Dom Henrique aos galardoados foi feita du- tendo referido o contributo da confra- rante o jantar que a Confraria realizou no passado dia 12 de Dezembro, na sala Por- ria para relevar o mérito dizendo que Chefe Hélio Loureiro; Dra. Ana Maria Príncipe apresentou a ODPS; Panorâmica dos convivas; “Quem faz o que pode, faz o que deve”. que o prémio recebido também a eles se deve e dedica. A receber o Prémio Infante Dom Américo Ribeiro entendeu também relevar o valor do reconhecimento como Henrique em nome da Obra Diocesana um estímulo para quem faz o seu melhor todos os dias, ajudando a dar a felicidade de Promoção Social esteve o seu Pre- e a esperança a quem dela precisa, e, também considerá-lo como um impulso para sidente do Conselho de Administração, fortalecer esse trabalho, cada vez mais difícil mas, também por isso, aliciante para Américo Ribeiro. quem não vira a cara aos desafios. A apresentação da instituição O Presidente da Obra Diocesana aproveitou a oportunidade para desejar galardoada foi feita pela Dra. Ana Maria os maiores sucessos à Confraria, felicitar os restantes galardoados distinguidos, Príncipe, que historiou o seu nascimen- destacando a personalidade de D. Manuel Silva Martins e o seu trabalho pastoral e to e o seu crescimento e a relevou ao de intervenção social. papel importante que hoje desempenha na cidade do Porto. Um momento cultural de rara beleza encerrou a cerimónia, com os protagonistas do projecto “Two Pianists” – Luís Magalhães e Nina Shumann – ambos Américo Ribeiro, em nome da professores de piano no Departamento de Piano da Universidade de Stellenbosch Obra Diocesana, agradeceu o galardão na África do Sul, que interpretaram um extracto de uma peça musical do russo recebido e disse sentir-se muito honra- Sergi Rachmaninoff. do com a distinção e, acima de tudo, O jantar teve animação musical do conceituado conjunto “Bruce Brothers” feliz pelo reconhecimento do trabalho até de madrugada, num ambiente de amizade e confraternização a todos os títulos solidário que a Obra vem realizando na louvável, graças à arte de bem receber do Porto Palácio Hotel, unidade hoteleira cidade do Porto ao longo destes últimos que também vem acolhendo anualmente, no mês de Maio, os jantares de benefi- 45 anos. cência da Obra Diocesana. Um trabalho feito com amor ao próximo por muitos colaboradores ao serviço da Instituição, considerando Américo Ribeiro agradeceu homenagem; Galardão atribuído à ODPS; Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 Actuação do “Two Pianists” 15 16 Obra Diocesana de Promoção Social Cónego Rui Osório Jornalista e Pároco da Foz do Douro Ânimo na missão sociocaritativa De 1971 a 1974 passei fugaz- a pastoral litúrgica. Estas perderiam vi- tudo perdido. É mais uma razão para mente pelo Instituto Superior de Serviço gor sem a prática daquela. A Igreja, no que profissionais e voluntários cumpram Social do Porto como professor de Teo- mistério de Cristo, não vive para si, mas com honra a missão sociocaritativa, na logia do Trabalho e Teologia do Desen- para o mundo a quem deve anunciar animação das realidades temporais. É o volvimento. Era a altura, em Portugal, da Cristo e o Evangelho. Da prática efec- caso da Obra Diocesana de Promoção chamada Teologia do Genitivo: Teologia tiva da caridade, faz parte a defesa e a Social, que bem pode ser exemplar nes- das Realidades Terrestres, Teologia Po- promoção da dignidade humana e dos te tempo de “Missão 2010 – correspon- lítica, Teologia do Trabalho e Teologia direitos de homens e mulheres que que- sabilidade para a nova evangelização”, do Desenvolvimento, entre outras. Uma rem realizar-se com qualidade de vida. levando a luz do Evangelho a quem tem moda que se foi desvanecendo por falta O trabalho brioso dos profissionais e o vida difícil nos bairros do Porto, desper- de a aprofundamento, sistematização papel generoso dos voluntários podem tando-lhes a esperança. e consistência. Havia, porém, nesses ajudar e muito. tempos de renovação eclesial, quando Assisti, logo a seguir à Revolu- também se desejava a transformação ção de Abril, que nos garantiria a de- da sociedade portuguesa, muita gene- mocracia, à perda da identidade cristã rosidade. Tudo isso se enquadrava bem daquele Instituto de Serviço Social. Não na moderna Doutrina Social da Igreja, creio que se tenha ganho muito com de que D. António Ferreira Gomes se isso. A sua orientação cristã, fiel às suas tinha revelado profeta. origens, poderia ser, ainda hoje, a sua Foi o antigo Bispo do Porto, D. mais-valia. Foi pena que não houvesse António Ferreira Gomes, quem teve a quem, e dos mais responsáveis da di- ideia de fundar, no Porto, o Instituto de recção do Instituto, soubesse dialogar Serviço Social. Para a sua fundamenta- com os mais reivindicativos. Foram pou- ção jurídica, em 1956, já tinha sido cria- cos os que deram a cara para assegu- da a Associação de Cultura e Serviço rar alguma tranquilidade. Fui um deles, Social. nesses tempos abrasivos, com o meu Quando cheguei ao Instituto já prezado amigo padre José Maria Cabral muitas assistentes sociais tinham-se en- Ferreira. Depois, que remédio, o Institu- tusiasmado com as suas experiências to seguiria o seu rumo, aquém de alter- nos bairros sociais do Porto que tanto nativa credível que justificasse ter cor- viriam e continuam a beneficiar, há mais tado o cordão umbilical que o ligava à de 40 anos, da prestigiante e meritória Igreja. Não conseguiu a sua integração Obra Diocesana de Promoção Social. no ensino superior oficial e acabaria por Foi no Instituto que mais me convenci que a pastoral sociocaritativa não reger-se pelo Estatuto de Ensino Superior Particular e Cooperativo. deve ser o parente pobre, se e quando Quando a Igreja fica sem as suas comparada com a pastoral profética e instituições, não quer dizer que esteja Conselho de Administração Prémio Pessoa 2009 distingue D. Manuel Clemente O Prémio Pessoa 2009 foi atribuído a Sua Excelência Reverendíssima, Reverendíssima D. Manuel Clemente. Com uma capacidade de co- D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, Patrono da Obra Diocesana de Promoção municação extraordinária e um elevado Social. O Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social en- sentido de equilíbrio e ponderação, Sua Reverendíssima impõe-se como um viou a seguinte mensagem de felicitações: Foi com profunda satisfação e um imenso orgulho que o Conselho de Ad- novo paradigma de intervenção social ministração da Obra Diocesana de Promoção Social tomou conhecimento da atri- da Igreja, promovendo um diálogo aber- buição do Prémio Pessoa 2009 a Sua Reverendíssima. to e inteligente dos desafios que todos Esta pertinente distinção a uma figura ímpar da Igreja e da sociedade portu- enfrentamos. guesa constitui um justo reconhecimento por todo o trabalho desenvolvido por Sua Conselho de Administração Homenagem ao Rev. Pe. Lino Maia No passado dia 27 de Novembro, o Pe. Lino Maia, Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, pároco de Aldoar (Porto), responsável pelo Centro Social de São Martinho de Aldoar e Assistente Eclesiástico da Obra Diocesana de Promoção Social foi alvo de uma meritória homenagem por parte do Rotary Clube de Vila do Conde. Este clube de serviço atribuiu a distinção de mérito profissional a uma pessoa que em toda a sua vida tem seguido a máxima rotária “Dar de si antes de pensar em si”. Numa comovente homenagem à obra e à pessoa do Pe. Lino Maia, vários foram os testemunhos pessoais e profissionais que demonstraram a motivação, o empenho e a dedicação de uma vida que se tem pautado pelo bem-fazer à comunidade. neste tributo. Num agradável jantar, realizado num restaurante no concelho natal do Pe. PARABÉNS ao Senhor Padre Lino Maia, muitos foram os amigos que nessa noite se juntaram para participar Lino Maia pelo seu louvável percurso nesta justa homenagem. e por todos os projectos que pretende O Conselho de Administração da Obra Diocesana fez-se representar Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 concretizar! 17 18 Obra Diocesana de Promoção Social João Miguel Pratas Director do Economato, Logística e Manutenção Nutricionista Mónica Taipa de Carvalho Directora dos Recursos Humanos e Jurídicos Advogada Festa de Natal dos Filhos dos Colaboradores No mês em que se celebra o Natal, o Conselho de Administração da Obra abruptamente interrompida por aquela Diocesana encerra o seu calendário anual de actividades com uma tarde de festa e que viria a ser a estrela da tarde – o Pa- diversão dirigida aos filhos dos colaboradores da Instituição. lhaço Pintarolas. A Festa de Natal tornou-se já uma tradição, sendo aguardada com muita A partir deste momento, as gar- expectativa pelos mais jovens, mas também pelos seus pais que aproveitam para galhadas foram uma constante, pois partilhar alguns momentos de convívio. nem os miúdos, nem os graúdos con- Mais uma vez, a festa realizou-se no auditório da Casa Diocesana – Semi- seguiram ficar indiferentes ao humor in- nário de Vilar. Na sua quarta edição, as crianças foram acolhidas por um simpático teligente, perspicaz e permanente desta palhaço malabarista que, ao acompanhar os mais pequenos, ia desvendando as personagem, que depressa solicitou a surpresas que os aguardavam. Também à entrada, o já famoso grupo de percussão presença do Presidente no palco. Em “A Obra a Rufar” exibiu toda a força e energia que os jovens músicos incutem em curtos minutos, o Senhor Américo Ri- todas as suas actuações. beiro agradeceu a presença de todos, Depois desta recepção todas as crianças puderam escolher um leque de elogiou os pais que perceberam que actividades lúdicas variadas que incluíam realização de teréres, desenhos e pintura esta era a festa dos seus filhos e, como colectiva e muitos pulos e saltos no leão insuflável que muito divertiu os meninos. tal, não deixaram de lhes proporcionar Logo após a entrada no auditório, o grupo “A Obra a Rufar” continuou a sua uma tarde de alegria e diversão. Disse actuação, tendo inclusivamente recrutado o nosso Presidente para animar a festa, ainda “venham sempre, pois enquan- tocando um dos tambores. to formos Conselho de Administração Finda a actuação destes jovens, a música não parou, tendo continuado com o talento das “Vozes Trinadas”. Este grupo presenteou a audiência com uma reinterpretação de vários temas da música popular portuguesa. A última música foi sempre faremos o esforço para oferecer aos vossos filhos esta festa”. Com a participação de alguns dos elementos do público, o Pintarolas consegui, habilmente, contar uma bonita história infantil, onde não faltou um príncipe, uma princesa, uma fada e até um “mauzão”. Finda a história, chegou o momento mais desejado por todas as crianças. Era o momento da entrega das prendas, acompanhada de um saquinho de chocolates e uma fotografia com o Pai Natal. Quase 200 crianças subiram ao palco com uma alegria contagiante, correndo para a sua prenda que rapidamente desembrulharam. A festa terminou com uma palavra de encerramento do Senhor Presidente que desejou a todos um santo Natal e um feliz 2010. Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 19 20 Obra Diocesana de Promoção Social João Miguel Pratas Director do Economato, Logística e Manutenção Nutricionista Ceia de Reis 2010 em tempo de reflexão, de gratidão e de reconhecimento Como já é tradição, o quadragé- cesana, os seus Órgãos de Gestão, a Porto, Prof.ª Doutora Guilhermina Rego; simo sexto ano de vida da Obra Dioce- Liga dos Amigos, entidades religiosas do Director Adjunto do Instituto da Segu- sana começou com uma das iniciativas e civis, beneméritos, amigos e fornece- rança Social – Centro Distrital do Porto, mais emblemáticas da Instituição – a dores da Instituição reuniram-se, sob a Dr. Luís Vale; e da Vice-Presidente da Ceia de Reis. presidência de Sua Excelência Reveren- Comissão de Coordenação e Desenvol- díssima D. João Miranda, Bispo Auxiliar vimento Regional do Norte, Prof.ª Douto- da Diocese do Porto. ra Ana Teresa Lehmann. No passado dia 9 de Janeiro, a grande família da Obra Diocesana reuniu-se na Quinta do Vieira, em Paranhos, na cidade do Porto. Os colaboradores da Obra Dio- Destacamos a presença da Ve- Ilustres foram também as pre- readora do Pelouro do Conhecimento e senças do Presidente da Cáritas Portu- Coesão Social da Câmara Municipal do guesa, Prof. Doutor Eugénio da Fonseca; ta, mais assídua, mais dinâmica e mais do Presidente da Confederação Nacio- Conselho de Administração, Sr. Américo nal das Insti-tuições de Solidariedade, Ribeiro. Seguiu-se o Momento de Re- atenciosa”. Relembrou que esses par- Pe. Lino Maia; do Presidente da União flexão, no qual foi lido o texto “Coração ceiros, “que foram os protagonistas na Distrital das Instituições Particulares de Agradecido!” de autoria da Confhic. criação desta Obra, há quarenta e cin- Solidariedade Social – Porto, Prof. Artur Ainda antes do jantar, decorreu co anos, são os principais responsáveis Carvalho Borges; e do Presidente do o primeiro momento musical da noite, pela sua vida, pela sua continuidade, Banco Alimentar Contra a Fome – Porto, a cargo d’ “A Obra a Rufar”. Este grupo pela sua eficiência. Possuem responsa- Eng. Rui Leite de Castro. de crianças do ATL da Obra Diocesana bilidades acresci-das na medida em que Os Professores Doutores Daniel transformou-se, em pouco mais de um têm o dever e a obrigação de defender e Serrão e Francisco Carvalho Guerra ma- ano, numa referência da nossa Institui- preservar o que os seus antepassados nifestaram o seu apreço pela Instituição, ção. Com os seus bombos, e sob a di- fundaram”. marcando presença na Ceia de Reis. recção de Ângelo Santos, estes jovens Em relação à Câmara Munici- O Dr. Barros Marques, Presiden- alegraram todos aqueles que os ouvi- pal do Porto, o Senhor Presidente disse te da Cáritas Diocesana do Porto; o Pe. ram, que ficaram sensibilizados pelo seu que esperava o “cumprimento integral Dr. Manuel Correia Fernandes, Director empenho e criatividade. do acordo com o protocolo feito com a da Voz Portucalense; o Cón. Fernando No Momento do Presidente do Obra Diocesana e que se comecem a Milheiro Leite; e vários representantes Conselho de Administração, o Sr. Amé- ver, com a brevidade requerida, passos das Juntas de Freguesia da cidade esti- rico Ribeiro começou por recordar o ano completos nesse sentido”. veram igualmente presentes. O Sr. Jorge que tinha passado e alertar para as difi- Magalhães representou a Liga dos Ami- culdades que se avizinham em 2010. À Segurança Social solicitou a contratualização de mais Acordos de Neste contexto, frisou que os Cooperação, em particular na resposta A Ceia de Reis teve início com a parceiros da Obra Diocesana devem social de Apoio Domiciliário. Cimentou Invocação proferida pelo Presidente do ter uma “intervenção ainda mais direc- esta pretensão com a garantia de que gos da Obra Diocesana. Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 21 22 Obra Diocesana de Promoção Social a Obra Diocesana reúne “condições hu- sente a sociedade e age em favor da so- No Espaço do Reconhecimen- manas e físicas para alargar o campo de ciedade, clamando pela justiça, pela fra- to, foi homenageado um dos grandes cobertura a famílias carenciadas e espe- ternidade e pela igualdade na liberdade”. Amigos da Obra Diocesana e uma das ciais, que ainda não possuem este carinho, afecto e amor”. No programa da Ceia de Reis, figuras de destaque do panorama inte- seguiram-se três momentos importan- lectual do país – o Prof. Doutor Francisco Carvalho Guerra. Por fim, apelou à Diocese do tes: o Espaço da Gratidão, o Espaço do Porto para a continuidade do estímulo, Agradecimento e o Espaço do Reconhe- da motivação, do acompanhamento e cimento. da colaboração. No Espaço da Gratidão, o Con- Depois destes bonitos e emotivos momentos de homenagem, decorreu a intervenção de D. João Miranda, Bispo Auxiliar do Porto. Seguidamente, dirigiu uma pala- selho de Administração homenageou vra ao Banco Alimentar Contra a Fome as colaboradoras que completaram 25 Sua Excelência Reverendíssima – Porto. Salientou que este parceiro de- anos ao serviço da Instituição. Cada uma começou por felicitar todos aqueles que sempenha um “papel importantíssimo foi presenteada com a imagem de Nossa foram agraciados naquela noite e saudar na vida da Obra Diocesana, pois não Senhora, uma peça em cristal, ex-líbris o Conselho de Administração, as várias estima, nem mede a sua participação, da Instituição. entidades presentes e todos os colaboradores da Obra Diocesana. apenas pretende ajudar, ajudar, ajudar, o O Espaço do Agradecimento que permite formatar um exemplo mara- trouxe um justo tributo a um dos be- Disse que “os Reis significam a vilhoso”. Também nesta linha, enalteceu neméritos da Obra Diocesana – o Sr. manifestação de Jesus para aqueles que e reconheceu os muitos amigos e ben- Estêvão Gomes de Araújo, o qual, na vieram de longe. A Obra Diocesana tra- feitores da Obra Diocesana. companhia da sua esposa, Sr.ª D. Virgí- balha todos os dias sem se manifestar; O Senhor Américo Ribeiro ter- nia Araújo, recebeu a imagem de Maria nas suas casas, com as crianças, com minou o seu discurso declarando que pelas mãos de Sua Reverendíssima, D. os adolescentes, com os idosos”. Sua a Obra Diocesana “está na sociedade, João Miranda. Reverendíssima afirmou que, naquela noite, a Obra Diocesana se manifestou, eterno talento, o Conselho de Adminis- Carvalho Guerra dirigiu-se aos presen- continuando a ser “uma Obra de Amor, tração agraciou todos os convidados tes dizendo que tinha sido apanhado de capaz de dar cor à vida e recriar o mun- com uma lembrança – um exemplar do surpresa, mas que essa tinha sido uma do com a beleza dos seus gestos”. Refe- livro “Sacerdotes em Cristo”. surpresa muito agradável. riu que era precisamente isso que a Obra Aquela edição, publicada pela No seu discurso, e dirigindo-se Diocesana fazia, “recriando o mundo, o Paulus Editora, reúne os depoimentos aos colaboradores da Instituição, agra- nosso mundo humano, o nosso mundo de doze sacerdotes que foram convida- deceu a acção que desenvolvem na social, o mundo dos mais pobres”. dos a dar o seu testemunho, exprimindo cidade do Porto, questionando “o que Por fim, desejou que “a Obra as motivações da sua vocação para a seria desta cidade se a Obra não existis- Diocesana continue a ser a Obra discre- vida religiosa. Um desses testemunhos é se?” e “quantas pessoas não morreriam ta, que faz o Bem, sem às vezes saber a precisamente de Sua Reverendíssima D. se a Obra Diocesana não existisse?”. quem, e faz o Bem e sempre por amor”. Manuel Clemente, Bispo do Porto. Terminou, pedindo a todos que O programa continuou com o se- Por outro lado, aquele livro tem “amem sempre para terem a alegria in- gundo momento musical da noite, desta também uma forte componente solidá- terior que o Amor nos traz quando servi- feita a cargo do Grupo Coral dos Avós ria, dado que parte das suas receitas mos os outros”. da Obra Diocesana. Este grupo, dirigido revertem a favor de dois seminários em pela Sr.ª D. Maria de Jesus Góis, cantou Moçambique. Seguiu-se a intervenção da Prof.ª Doutora Ana Teresa Lehmann, que pres- as Janeiras a todos os presentes, cele- O período das intervenções ini- tou “homenagem ao generoso e magní- brando, também desta forma, o Anún- ciou-se com a palavra do Prof. Doutor fico trabalho que todos os dias [é realiza- cio, aquele que é o tema do primeiro mês Francisco Carvalho Guerra. do] em prol dos mais necessitados e em da Missão 2010. Visivelmente sensibilizado pela prol da cidade e da região”. Depois deste momento, em que homenagem que lhe tinha sido prestada Transmitiu o seu testemunho os nossos “Avós” demonstram o seu alguns momentos antes, o Prof. Doutor pessoal, dizendo que “conhecia a Obra Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 23 24 Obra Diocesana de Promoção Social muito superficialmente, até ao momen- pessoas que mais precisam, levando- Enfatizou a importância da acção to em que vi, in loco, aquilo que vocês lhes precisamente a magia, o amor e o social, da inclusão social e da igualdade fazem”. Referiu que fez questão de co- afecto. de oportunidades, assegurando que es- nhecer, na prática, as iniciativas e vários A encerrar este momento, a tes temas constituíam uma preocupação dos espaços da Obra Diocesana, tendo Prof.ª Doutora Guilhermina Rego afir- central do Pelouro do Conhecimento e ficado “deveras sensibilizada”. mou que a acção social é uma aposta da Coesão Social. Concluiu dizendo que era impor- do município do Porto e reconheceu que Depois de uma noite plena de tante que todos conhecessem a grande- é funda-mental e determinante o envol- momentos de dádiva, de testemunho, za da Instituição, elogiando o esforço, a vimento de toda a comunidade, sendo de alegria e de partilha, o Senhor Amé- generosidade e a entrega diária de todos instrumental a existência de parcerias e o rico Ribeiro encerrou a Ceia de Reis, re- aqueles que servem a Obra Diocesana. estabelecimento das mesmas, com vista conhecendo que aquela tinha sido uma a um bom aproveitamento dos recursos noite de sucesso, que a todos enrique- disponíveis. ceu interiormente, e que esse sucesso O Dr. Luís Vale foi o próximo a usar da palavra. Referindo-se aos Reis Magos e à magia que lhes está subja- Neste âmbito, a Senhora Verea- se deveu à presença de todos – colabo- cente, elogiou o papel de todas as Ins- dora afirmou que “a Câmara Municipal radores e convidados – o que motiva e tituições Particulares de Solidariedade dará, no ano de 2010, cumprimento ao dá felicidade a quem serve a Obra Dio- Social. Reportando-se à Obra Diocesana protocolo estabelecido [com a Obra Dio- cesana. em particular, enalteceu o seu trabalho, cesana], tal como o tem vindo a fazer “belíssimo e importantíssimo”, junto das desde 2003”. Invocação Momento de Reflexão Coração Agradecido! Os três Reis Magos, do Oriente, depois de uma longa e difícil viagem, concretizaram o seu objectivo: encontraram o Menino Jesus para O adorarem e Lhe prestarem a sua homenagem. Eles personificam os Povos da Terra, unidos por laços fraternos, no ideal de servir e amar. À semelhança dos Reis Magos, também nós queremos enfrentar as adversidades, com perseverança e esperança, acreditando que o Bem só se conquista pela transformação da nossa energia, em solidariedade e paz, numa simbiose, equilibrada e harmoniosa, de sentimentos e procedimentos. Invocamos o Menino Jesus para que Ele ajude a cada um de nós na viagem da vida, de forma a sermos colaboradores, substanciais, nesse ideal de amor, ser-vindo! Américo Ribeiro Hoje, Senhor, vimos agradecer O entrançado trabalho que a nossa vida supõe, Para o acolher e querer continuá-lo, Com os recursos de que dispomos. Graças, Senhor, Por todos aqueles que, pelo seu modo de ser, nos completam Pelos que, compreensivos, sabem escutar-nos Pelos que, com a sua bondade, nos tornam mais simples Pelos que, ao corrigir-nos, nos fazem caminhar. Graças pelos que, com o seu desacordo, Acendem a verdade na nossa vida. Graças pelos que, nos animam a lutar, E nos alentam no caminho. Graças pelos que, ao escutar-nos, nos acolhem, E ajudam a descobrir-Te em cada momento. Graças Senhor, pelos que, com constância, Anunciam a Boa Notícia que és TU! Acolhe a prece de um coração agradecido Porque és em nós, sentido e luz Graças, porque nos permites celebrar a vida como dom E torná-la dádiva para os outros. Confhic Intervenção do Presidente do Conselho de Administração Boa noite! Saúdo todos com muito carinho e enorme amizade. Mais um ano decorreu, e bem depressa. De novo juntos, física e, decerto, espiritualmente, e envoltos de alegria, para celebrarmos a Festa dos Reis, a nossa Ceia de Reis! Segundo o Evangelho de São Mateus, os Reis Magos ofereceram, ao Menino Jesus, ouro, incenso e mirra, os presentes mais significativos e mais apropriados, daquela época, para tão Insigne Menino. Com os olhos neste lindo e proeminente exemplo e fazendo algum paralelismo, a Obra Diocesana também quer oferecer, e, efectivamente, o seu presente com o máximo de brilho e afeição e que ele seja o melhor, o mais adequado, consoante os tempos e as necessidades. É nesta expectativa e esperança que a sua vida vai prosseguindo e criando superiores contornos. Num espírito festivo recordamos um ano preenchido de serviço, um ano de missão, de cumprimento das metas, que se preconizaram, projectaram e monitorizaram, o qual engloba e expressa momentos lindos e ternos, passagens, que transmitem feitos importantes, episódios, extraordinariamente ricos, no campo da justiça social. Um novo ano inicia e para que aconteça outro sorriso no sector laboral e balanço feliz, marcando dever bem cumprido, não podemos deixar de ser realistas e pensar que a agenda das preocupações ficará mais volumosa. O 2010 trará, conforme a previsão, infelizmente, enormes dificuldades, distribuídas por diversos segmentos, tornando-se urgente começar já a estruturar os diferentes blocos. Porém, salvaguardase, não invalida a grande esperança, que sempre acompanha o trajecto de cada anuidade! Então, caberá aos parceiros uma intervenção ainda mais directa, mais assídua, mais dinâmica e mais atenciosa. Estou convicto, estamos muito confiantes, por-que acreditamos nas pessoas, não obstante os obstáculos por que também estão a passar, pois esta Instituição colabora na construção da verdadeira cidadania e não pode passar despercebida essa sua intenção, essa sua fulcral função social. Esses parceiros, que foram os protagonistas na criação desta Obra, há quarenta e cinco anos, são os principais responsáveis pela sua vida, pela sua continuidade, pela sua eficiência. Possuem responsabilidades acrescidas na medida em que têm o dever e a obrigação de defender e preservar o que os seus antepassados fundaram com vínculo e aperfeiçoamento no futuro próximo e longínquo. No que concerne à competência da Câmara Municipal do Porto, esperamos o cumprimento integral do acordo com o protocolo feito com a Obra Diocesana e que se comecem a ver, com a brevidade requerida, passos completos nesse sentido. A palavra é um compromisso de honra. Este princípio de lealdade deixa a certeza de que a atribuição de verbas para dois mil e dez será sustentada no rigor e na equidade. Relativamente à Segurança Social, compete-lhe a obrigatoriedade na abertura de mais acordos, fundamentalmente, no Apoio Domiciliário, facilitando, favorecendo e concorrendo para a manutenção e melhoria, tanto quanto possível, de uma Instituição credível, capaz de socorrer com eficácia manufacturada com qualidade em toda a sua acção diversificada e multifuncional. Reunimos condições humanas e físicas para alargar o campo de cobertura a famílias carenciadas e especiais, que ainda não possuem este carinho, afecto e amor. Nós queremos ir mais longe e contamos convosco. No que respeita à Diocese, é essencial a continuidade do estímulo, da motivação e de toda a sua acção directa e eloquente, envolvendo o acompanhamento e a colaboração que só a mesma sabe fazer. Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 Cabe aqui lembrar e enaltecer, sem reservas, um parceiro, que não estando comprometido na mesma linha dos acima mencionados, desempenha um papel importantíssimo na vida da Obra Diocesana, pois não estima, nem mede a sua participação, apenas pretende ajudar, ajudar, ajudar, o que permite formatar um exemplo maravilhoso. Evidentemente que estou a referirme ao Banco Alimentar Contra a Fome - Porto. A mais expressiva e alargada gratidão! Aproveito também para referenciar, com enaltecimento, elogio, alegria e reconhecimento as mãos caridosas de muitos amigos e benfeitores da Obra Diocesana, que procuram apoiar esta boa causa, acolhendo-a, desde há já alguns anos (início de 2006), oferecendo donativos e encorajando, com palavras acon-chegantes e consoladoras, o trabalho realizado, incluindo neste o que tem for-mato voluntário de quem dirige, de quem vai caminhando com vontade de servir e de se dar, ultrapassando barreiras de políticas governamentais, de quem vai devastando adversidades, vislumbrando a pretensão do fazer bem pelo bem. Muitas dessas mãos caridosas, que fazem acontecer a generosidade, que promovem capacidades de dar e elos sociais, não são portuenses, param noutros pontos do país, mas conhecendo a Instituição, consideram-na também prioritária na sua disponibilidade solidária e isso é, obviamente, digno de grande apreço! No quadro do bom funcionamento, agrupam-se todos os colaboradores, num total de quatrocentos e dez. Estes já o demonstram há muito tempo, mas têm de procurar, sem limites, deixem-me dizer assim, formar uma equipa, com os máximos requisitos, cujo profissionalismo patenteie, irrepreensivelmente, referência pela competência, qualidade, modernização, união, articulação e coordenação perfeitas, que perfilham. Isso será sempre a alma do sucesso nas diferentes frentes em que se posiciona e actua tão indispensável Instituição. Acredito em todos vós e sei que isto será a realidade da nossa Instituição. 25 26 Sempre vivi, através de forma muito profunda e sentida, os problemas sociais relacionados com os mais vulneráveis: índices de pobreza, velhice, abandono familiar, enfim, sofrimento e carência. Estes fenómenos inquietantes moveram-me, desde muito novo, e, por tal, associei-me a organizações para colaborar, para dar o meu contributo. Neste seguimento, entregueime à Obra Diocesana, assim como os restantes membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, com gratuidade, transparência, motivação, rigor, responsabilidade, paixão, inovação e total disponibilidade, desde 2004, terminando no próximo mês de Dezembro o segundo mandato. Muito investi, muito dei, mas muito recebi e a riqueza de conteúdos de consciência e memórias encher-me-ão, continuamente, de alegria e tranquilidade. Apenas uma nota importante: quem nos vier substituir terá, forçosamente, que se pautar por estes valores. Eles sustentam um trabalho assente na verdade e na lealdade, que chama a si a confiança e a dimensão distintiva, que é o bem. É, pois, o bem que semeia, em cada dia, a Obra Diocesana é o bem que faz aproximar os saberes estabilizados das boas práticas, onde se abraçam a generosidade e a caridade e isso leva-nos, todos a reforçar a consideração por esta Instituição como eixo central do bem. Está na sociedade, sente a sociedade e age em favor da sociedade, clamando pela justiça, pela fraternidade e pela igualdade na liberdade. Neste Ano Europeu, que agora inicia, contra a Pobreza e Exclusão Social, ela saberá dar exemplo vivo de como se dão as mãos para colaborar no projecto, que fomenta a qualidade de vida, o bem-estar social e a igualdade de oportunidades para todos, reforçando a solidariedade humana e a sensibilidade actuante. Desejo a todos um ano com muita paz e favorável à felicidade, em que as realizações previstas encontrem a sua plena concretização. Obrigado! Obra Diocesana de Promoção Social Espaço da Gratidão Colaboradoras que completaram 25 anos ao serviço da Obra Diocesana Helena Florêncio, Zélia Alves, Isabel Cristina Vieira, Maria das Dores Dias, Maria do Carmo Silva, Lurdes Pereira, Lurdes Oliveira e Madalena Carvalho O trabalho dignifica o ser humano e assume papel social muito importante. O trabalho desenvolvido na Obra Diocesana reveste-se de dedicação, sensibilidade e espírito missão, pois a sua abrangência envolve pessoas a cuidarem de pes- soas especiais. 25 Anos de serviço, um quarto de século, onde a entrega marca particularidade, merece ser destacado, enaltecido. Parabéns e muita força para o futuro! Espaço do Reconhecimento Prof. Doutor Francisco Carvalho Guerra As pessoas boas sabem apreciar o Meio que os rodeia, o Mundo que as envolve. Admiram, com olhos de ver, com delicadeza e beleza, as cores, os elementos da natureza, os gestos, os actos que enfatizam de generosidade a Vida! São precursores no sentido daqueles contribuírem, de forma indelével, para anseios corporizados em realizações de solidariedade humana… aqui, ali, acolá! A beneficência é um mobilizador que define o ser bom e inspira as várias capacidades do homem como pessoa. Não será preciso dizer que o Senhor Professor Doutor Francisco Carvalho Guerra é um modelo neste quadro. Poderei acrescentar apenas que gera felicidade à sua volta e dita carinho em todas as suas intervenções, quer sejam em linguagem verbal falada ou escrita. Em nome da Obra Diocesana, em nome de todos, o nosso mais alargado reconhecimento pelo que é, pelo que diz, pelo que faz. A imagem de Maria é a lembrança que pretende exprimir esse nosso, esse meu reconhecimento! Parabéns! Espaço do Agradecimento Senhor Estêvão Gomes de Araújo O agradecimento é uma atitude afável, envolta de sentimento, que faz experimentar a alegria no que reconhece e para quem é reconhecido. Sr. Estêvão Gomes Araújo e Esposa D. Virgínia Meus prezados e particulares Ami- gos, Senhor Estêvão Gomes de Araújo e sua Esposa D. Virgínia, um alargado e profundo agradecimento por tanta generosidade, que têm oferecido a esta Instituição. As boas acções identificam quem a pratica e quando revelam solidariedade para com os mais desfavorecidos, confirmam experiência feliz. Um dos tesouros da vida é possuir um coração, que dê um lugar privilegiado à caridade. Obrigado por esse coração! A nossa lembrança expressa esse obrigado! Mónica Taipa de Carvalho Formação Profissional Ao longo do ano de 2009, o Conselho de Administração conseguiu, uma Todas estas acções de forma- vez mais, cumprir o seu objectivo de dotar todos os colaboradores da Instituição ção decorreram em horário laboral. O dos devidos conhecimentos técnicos e práticos. Para tal, delineou um intensivo cumprimento deste calendário envol- calendário de formação que totalizou quase 800 horas. veu um elevado espírito de compro- Este ano, as áreas formativas abrangidas foram as seguintes: misso por parte de todos os formandos, que conseguiram conciliar o seu • Sistema de gestão da qualidade (SGQ) – atendimento e serviço ao clien- desempenho profissional com as várias te e avaliação da satisfação de clientes, monitorização e desempenho do SGQ, formações, sempre com o firme propó- auditores internos da qualidade, gestão da qualidade por processo; sito de amanhã serem melhores. • Práticas de cozinha, sistema de gestão de segurança alimentar; • Primeiros socorros; • Estimulação precoce, animação na infância, necessidades educativas especiais, prestação de cuidados a idosos, animação na terceira idade; • Transporte colectivo de crianças. João Miguel Pratas Campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome Em 28 e 29 de Novembro decorreu mais uma campanha de recolha de (Amial), no Porto, bem como o transporte dos donativos angariados no Conti- alimentos do Banco Alimentar Contra a Fome. Cerca de 27 mil voluntários participaram nesta campanha. nente de Vila Nova de Gaia. Ao longo do fim-de-semana ficaram encarregues pela recolha dos géneros A Obra Diocesana contribuiu alimentares nos estabelecimentos comerciais, seu transporte, pesagem e sepa- ainda com alimentos para o almoço dos ração. voluntários que se encontravam nas insA nível nacional, os alimentos recolhidos irão apoiar mais de 1650 institui- talações do Banco Alimentar. ções de Solidariedade Social e, por via destas, cerca de 267 mil pessoas. No Porto, Para o sucesso desta campa- o Banco Alimentar angariou 443 toneladas de alimentos, o que representou um nha foi decisivo o apoio, disponibilidade acréscimo na ordem dos 20% em relação à campanha homóloga de 2008. Estes e empenho destes voluntários, que me- alimentos serão distribuídos por 400 instituições do distrito. recem o nosso sincero agradecimento. Uma das instituições beneficiadas por estes donativos é a Obra Diocesana Estes alimentos irão ser uma de Promoção Social. Dentro deste espírito de partilha, a Instituição esteve presente, mais-valia para a acção social da Obra de corpo e alma, nesta campanha. Diocesana em prol da população mais Uma equipa de voluntários assegurou a recolha das dádivas no Pingo Doce Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 desfavorecida. 27 28 Obra Diocesana de Promoção Social Manuel Tavares Testemunho do Amor de Deus Há cerca de um ano estivemos Sermos velhos não nos iguala Bem-aventurados aqueles que aqui reunidos a propósito da idade ou reduz aos trapos que já não servem olham para a velhice e para a doença que avança sem dar satisfações e das para nada senão para ocupar espaço como uma oportunidade aberta ao doenças que nos ocupam a vida toda ou incomodar. exercício daquilo que de melhor há em – celebrando a vida e o seu princípio e fim: Deus. Mais velhos ou gastos e mais frágeis ou sofridos - somos uma vida Estarmos doentes não nos as- cada um: a fraternidade – ou seja, da- semelha ou curva como o caracol que quilo que aos olhos de Deus nos apro- se fecha ao exterior e mirra até ao fim xima e faz parte do seu desígnio para o por dentro da sua própria casca. Homem e para o Mundo: o Amor. inteira e completa entre o pé que custa Homens e mulheres como Apesar de mais velhos e doen- a arrastar e a cabeça que o faz mexer quaisquer outros, não somos uma tes - não somos nem mais nem menos ou abandona à incapacidade. “ilha”, ainda que rodeada de gente do que os outros. Porventura seremos por todos os lados - ou seja, não esta- mais, até – e mais não porque seja- mos sós, nem somos sós. mos melhores ou superiores, mais in- Somos, entre as fraquezas do corpo e as forças do espírito, uma luta entre o que nos puxa para baixo e o Queiramos ou não, a nossa teligentes ou mais honestos, mais co- que nos obriga a andar direitos e de velhice e doença são estado que bole rajosos ou “duros de roer”, mais ricos cara erguida - ainda que com recur- com quem nos rodeia entre a família ou vitoriosos, mais novos ou menos so a uma muleta, a uma bengala ou a e os estranhos tocados pela imagem doentes, mas apenas porque temos uma cadeira de rodas que substituam que projectamos. a oportunidade de enfrentar e vencer a força dos ossos e dos músculos, ou E bole porque o nosso estado desafios, impedimentos, dificuldades a um qualquer creme ou perfume que incomoda, amedronta, preocupa, cria e limitações que reclamam bastante nos ajude a enganar as engelhas que insegurança e lembra que aquilo que mais, diferente e até melhor da nossa se abrem sempre que temos de fazer nos tocou em sorte também lhes pode capacidade, determinação, energia e um esforço maior. vir a calhar. vontade de viver para além do que é Estamos velhos – uns mais, outros menos. Estamos doentes - uns pior, outros melhor. E bole porque a nossa velhice ou doença os faz solidários e peregrinos a nosso lado na caminhada difícil ou dolorosa que estamos a fazer. normal. A velhice e a doença dãonos outra dimensão da vida. O importante não é uma mesa Uns ficando prisioneiros des- Coitados daqueles que olham farta, mas a companhia ainda que à sas situações e outros usando esses para a velhice e para a doença como volta de um mero pedaço de boroa e limites para abrir horizontes num dia uma mancha viscosa que é preciso meia dúzia de azeitonas; não é uma a dia que custa a obrigação de estar- esconder ou pôr a um canto antes que sala de mobílias raras onde falta quem mos vivos – vivos para nós; vivos contamine o resto do tecido humano e dê uso às cadeiras a nosso lado; não para quem nos aprecia a vida e social que se julga imune às rugas, às é um quarto cheio de tudo mas vazio dela partilha; e principalmente vi- fracturas e ao deficiente funcionamen- de presença, atenção e cuidado; não é vos para o projecto com que Deus to de peças da fabulosa máquina que uma florida varanda virada a sul onde nos fez vir ao mundo e só Nele tem também somos – e somos porque o frio das ausências queima mais do sentido. Deus nos quis à sua semelhança. que o sol; não é uma vistosa janela que olha para a falta de uma palavra, …”há alturas em que o sinto (a Deus) tão fortemente em mim, alturas em um gesto, um alento; não é uma car- que o sei tão longe. O cancro, por exemplo: o Henrique, que é um homem de fé, teira recheada mas incapaz do copo diz que me salvei porque nasci com um sistema imunitário fenomenal. Palavras de água que se oferece e do cobertor dele. No meu modesto entender esse sistema imunitário fenomenal tem um nome, que se estende sobre as pernas no (…Deus …) e esse nome entendeu que eu ainda era necessário aqui”. inverno; não é um telefone de milhen- Que nos dizem estas palavras? – que para Lobo Antunes nunca esta- tas funções que raro emite o som da mos sós ou desamparados, principalmente nas horas mais duras, graças à pre- presença, da preocupação e da ternu- sença activa de Deus… ra; não é um casaco de pele rara que E que presença é essa senão Amor?!... substitui o toque dos dedos solícitos, Amor de Deus que se oferece a todo o momento e de várias maneiras, a respiração das palavras disponíveis e o beijo ou abraço do carinho. Ser mais velho e estar doente convidam à inteligência e ao bom senso que dispensam azedumes e desesperos, queixinhas e lamúrias – e através do que damos e do que recebemos. Amor de Deus que apenas nos solicita que estejamos de cabeça livre e de coração disponível – que sejamos, como no tempo da rega, a terra sulcada pela água que passa e leva força e vida. Amor de Deus que é uma realidade e evidência até para quem se diz não cristão. reclamam a força interior que nos faz Como José Régio - escritor que deixou vasta colecção de crucifixos aos capazes de apreciar a rosa apesar dos museus de Portalegre, cidade onde viveu e foi professor, e de Vila do Conde, onde seus espinhos, ou de cuidar do jardim nasceu e passou os últimos anos da sua vida. apesar das minhocas, das toupeiras e dos insectos, ou de tratar do quintal José Régio que no livro intitulado “Biografia”, de 1929, publicou o poema “Ignoto Deo”, ou “Desconhecido Deus”: apesar dos desencontros do calor e do frio que muitas vezes secam a seiva “Desisti de saber qual é o teu nome, das raízes e matam os frutos prestes a Se tens ou não tens nome que te demos, amadurecer. Ou que rosto é que toma, se algum tome, Estar velho ou doente dá-nos teu sopro tão além de quanto vemos.----- capacidades que antes não desenvol- Desisti de te amar, por mais que a fome vemos de tão ocupados que andáva- Do teu Amor nos seja o mais que temos. mos com a lufa-lufa do dia a dia - ou Desisti de te achar no quer que seja, porque só agora estamos em condi- De te dar nome, rosto, culto ou igreja … ções de preferir e apreciar o que re- - Tu é que não desistirás de mim! almente vale a pena ou é mesmo importante. Quem quer andar e não con- Que concluirmos das palavras de José Régio – senão que, mesmo que a gente não o queira, o Amor de Deus não nos abandona?! segue, por velhice ou doença, pode E se José Régio – que não era crente embora se afirmasse religioso - diz ter dúvidas e certezas - como António e garante que o Amor de Deus é uma realidade, independentemente da nossa Lobo Antunes, médico psiquiatra e es- proximidade ou distância, de fecharmos os olhos, de taparmos os ouvidos, ou de critor que confessou em crónica publi- virarmos as costas – que diremos nós que nos consideramos cristãos? cada na revista “Visão” do passado dia 1 de Outubro de 2009: “A minha relação com Deus Cristãos que todos os dias podemos acordar e adormecer, se o quisermos, na presença de Deus invocado por uma simples prece ou lembrança: Senhor, obrigado pelo dia que me dás … tem sido sempre tumultuosa, cheia de Senhor, fica comigo hoje – que não me sinto lá muito bem, que tenho desacordos e discussões: longos perí- um tratamento difícil, que não posso estar sentado ou deitado durante muito odos em que me afasto, alturas em que tempo, que vou fazer uns exames de diagnóstico complicado, que estou cheio me aproximo, amuos, quase insultos, de dores… discussões. (…mas …) Creio firmemente que nos livros que escrevo, é Ele que guia a minha mão e não passo de um instrumento da Sua vontade”. Senhor, ajuda-me a aguentar este calor que me incomoda, enerva, deprime, amolece … Senhor, obrigado pela sombra que refresca e descansa … Senhor, dá força àqueles que me amam, que de mim cuidam, que comigo se preocupam, que por mim se interessam … Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 29 30 Obra Diocesana de Promoção Social Senhor, lembra-te daqueles que nesta hora mais precisados estão do teu alívio … Apostólica Romana definido e aprovado pelo Concílio Ecuménico Vaticano II Que maravilha, Senhor, o pôr do sol … a vinda da lua ao entardecer … as que decorreu entre 11 de Outubro de primeiras estrelas do céu … o orvalho da manhã … o cheiro da terra molhada … 1962 e 8 de Dezembro de 1965, por as cores da natureza …o chilreio dos pássaros… inspirada iniciativa do Papa João XXIII Donde, Senhor, senão de ti, nos chega tanta beleza, tanta harmonia?!... (que um conhecido poeta português, Embora a minha memória de hoje não vá muito além do “Pai Nosso” e do Manuel Alegre, chamou de “o avô do “Avé, Maria”, essa fraqueza não me impede de rezar - de conversar com Deus, de século XX” - tanta a abertura, simpli- estar em contacto com Deus, de sermos companheiros no trabalho e no descan- cidade, ternura e grandeza com que so, na alegria e na tristeza, quando estamos sós ou com outros… abriu os braços da Igreja ao Mundo). Esse encontro só acontece porque acredito que Deus é Amor e que esse E se Régio e Antero dis- Amor é uma omnipresença que nos acompanha, convida e desafia - omnipresen- seram que é impossível fugir ao ça tanto maior e tanto mais viva quanto assentarmos, dentro de nós, que todos Amor de Deus e que só no Amor os nossos momentos e circunstâncias devem abrir as portas e as janelas ao Amor de Deus temos sossego – que an- de Deus. damos nós, cristãos, a dizer do Amor Como Antero de Quental - uma grande figura de intelectual português de Deus com a nossa velhice, a nossa que no século XIX sofreu intensamente as injustiças e indignidades económicas e doença, a nossa vida, o nosso dia a sociais do seu tempo, e as dúvidas e inquietações da sua própria alma desejosa dia? a nossa família? os nossos médi- de voar mais alto – podemos descansar no Amor de Deus. cos, enfermeiros, assistentes sociais, Descansar no sentido de confiar e não de ficarmos quietos à espera que Deus faça por nós aquilo que a nós cabe fazer. Escreveu Antero, para “Sonetos Completos” que publicou em 1886: terapeutas, auxiliares e outros profissionais e colaboradores dos serviços de apoio aos idosos e aos doentes? Que andamos nós a dizer e Na mão de Deus, na sua mão direita, a fazer do Amor de Deus? E que andamos a dizer de Descansou afinal o meu coração. Do palácio encantado da Ilusão Nossa Senhora, a “Cheia de Graça, Desci a passo e passo a escada estreita. Mãe de Misericórdia”, cujo olhar Ante- Como as flores mortais, com que se enfeita ro de Quental viu “de piedade” mais do A ignorância infantil, despojo vão, que “de tristeza”: Depus do Ideal e da Paixão A forma transitória e imperfeita. --- “Um místico sofrer … uma ventura Como criança, em lôbrega jornada, Feita só de perdão, só da ternura Que a mãe leva ao colo agasalhada E da paz da nossa hora derradeira… E atravessa, sorrindo vagamente, …”visão triste e piedosa! Selvas, mares, areias do deserto … Fita-me assim calada, assim chorosa… Dorme o teu sono, coração liberto, E deixa-me sonhar a vida inteira”. Dorme na mão de Deus eternamente. Sonhar o quê, perguntareEm resumo, que nos diz Antero de Quental nesse soneto? mos? Que devemos livrar o nosso coração – a nossa vida - de ilusões enga- Perdão, ternura e paz – nadoras, da ignorância que não nos deixa ser livres, dos ideais imperfeitos, das ou seja, o que compõe o Amor paixões transitórias, das areias aparentemente seguras mas cheias de traiçoeiros de Deus. buracos à espera dos nossos pés incautos… Obrigado, Senhor, pelo Amor E devemos fazer isso, no entendimento de Antero, para quê? que nos dás e que nos permite estar Para, libertos ou limpos de coração, podermos ter a paz e a segurança vivos para além das limitações da ida- que só é possível no Amor de Deus. de e das dificuldades da doença. Citando José Régio e Antero de Quental, lembrei dois homens que, ao Obrigado, Senhor, pelos que contrário de nós, não se tinham como cristãos e nessa medida não se sen- estamos aqui e pelos que não vieram tiam parte do “povo de Deus em movimento” – novo conceito da Igreja Católica mas contam com o teu Amor. João Miguel Pratas Director do Economato, Logística e Manutenção Nutricionista Mónica Taipa de Carvalho Directora dos Recursos Humanos e Jurídicos Advogada Dia do idoso O primeiro dia do mês de Outubro é sempre aguardado com muita Diocesana, superiormente dirigido pelo no. Em simultâneo, esta visita permitiu Reverendo Diácono Freitas Soares. que as novas instalações deste Centro expectativa pelos seniores da Obra Dio- Numa cerimónia pautada pela cesana, pois nessa data celebra-se o devoção a Santa Teresinha do Menino Dia Internacional do Idoso. Social, recentemente concluídas, fossem benzidas por Sua Reverendíssima. Jesus, concelebraram os Senhores Có- O almoço decorreu num clima Naquilo que é já uma tradição as- negos Amadeu Ferreira da Silva e Fernan- de alegria e partilha em que se pode sumida pelo Conselho de Administração, do Milheiro Leite e os Senhores Padres apreciar o convívio inter-geracional e os neste dia toda a Obra se reúne para ho- Domingos Oliveira e José Carlos Rosa. talentos teatrais e musicais dos idosos deste Centro Social. menagear os mais idosos. Como já vem Após a magnífica celebração, sendo hábito, Sua Reverendíssima D. foi possível testemunhar a satisfação Na sua intervenção, o Presidente Manuel Clemente, Bispo do Porto, pre- no rosto dos quase 500 idosos, que do Conselho de Administração, Senhor sidiu a uma Eucaristia na Sé Catedral da entretanto se dirigiram aos respectivos Américo Ribeiro, enalteceu a vivacidade nossa cidade, que se encontrava repleta Centros Sociais para usufruírem de um daqueles para quem a Obra Diocesana de clientes dos Centros Sociais da Insti- almoço-convívio. é a razão da sua existência e agrade- tuição, bem como dos colaboradores que D. Manuel Clemente e os restan- ceu a presença de D. Manuel Clemente, tes convidados almoçaram no Centro bem como a sua inexcedível dedicação Os cânticos da celebração fo- Social de Fonte da Moura, que, este ano, à Instituição. ram entoados pelo Grupo Coral da Obra foi escolhido para acolher o nosso Patro- diariamente zelam pelo seu bem-estar. Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 31 32 Obra Diocesana de Promoção Social Maria Teresa de Souza-Cardoso Educadora de Infância Na Linha da Frente Nós, as Crianças A 9 de Maio de 1843, o Bispo protagonistas da Missão 2010. de Nancy, D. Charles de Forbin-Janson, E nesta caminhada que inicia- consciente da miséria em que viviam as mos temos já reflexões muito interessan- crianças na China, propôs às crianças de tes de algumas das nossas crianças: balho, a honra, a justiça, a solidariedade, a tolerância e o amor sejam o mote. Proclamada em 1994 pela Organização das Nações Unidas (ONU) como “O Jesus é o Rei do amor…” “A mais pequena democracia no cora- dia e oferecessem um vintém por mês “Quando estava na barriga da ção da sociedade” a Família é o seu nú- por forma a minorar o sofrimento dos minha mãe olhei para o Céu e vi o Jesus cleo fundamental e só com ela e a partir pequeninos chineses. Foi esta a origem a nascer”, “Quando eu estava no Céu dela, nos construímos e desenvolvemos. de um movimento de solidariedade en- conheci Jesus, mas já não me lembro E sendo uma realidade conatural à pes- tre as crianças do mundo inteiro, a que dele; estive no Céu antes de nascer “ou soa humana, o Mundo precisa e sempre chamou Obra da Santa Infância, e que ainda “Sinto o Jesus à minha beira” e “O continuará a precisar da Família. actualmente, sob o lema “crianças aju- mais importante do Natal é o Presépio”, Aqui devemos ter em atenção dam crianças”, já se encontra presente são testemunho do empenho com que as sábias palavras que, também, nos di- em mais de 150 países de todos os con- passaram a assumir a transmissão da rigiu Sua Santidade o Papa Bento XVI: “ tinentes beneficiando, a sua acção, mi- mensagem da amizade com Jesus. Queridos pais! Gostaria de vos convidar Paris, que rezassem uma Ave-Maria por lhões de crianças em todo o mundo. O Presépio passou também a vivamente a ajudar as vossas crianças a De igual forma e face ao chama- transmitir-lhes novas mensagens, pois crer, convidar-vos a acompanhá-las no mento para a Nova Evangelização, pro- para além da alegria do nascimento do seu caminho rumo à primeira Comunhão, tagonizado pela Missão 2010, foi tam- Deus menino, descrita por S. Lucas na um caminho que continua também de- bém, despertada nas crianças da Obra notícia dada pelo Anjo aos pastores: pois, a acompanhá-las no seu caminho Diocesana uma consciência Missioná- “Anuncio-vos hoje uma grande alegria rumo a Jesus e com Jesus. Peço-vos, ria, que está a fazer com que as hostes que é para toda a gente!” (S. Lucas 2.10), acompanhai as vossas crianças à Igreja da nossa Missão passem a contar, com passaram a olhar para a Sagrada Família para participar na Celebração Eucarística mais umas largas centenas de peque- com outros olhos e a lembrarem-se das do Domingo. Vereis que isto não é tempo nos mas entusiastas Missionários. suas próprias famílias, dos seus Pais. perdido; ao contrário, é o que mantém a Assim como Sua Santidade o E nunca como agora foi tão im- Família verdadeiramente unida dando-lhe Papa Bento XVI escreveu uma carta às portante para as nossas crianças, cres- o seu centro. O Domingo torna-se mais crianças, dizendo que a amizade com cerem num ambiente familiar responsá- bonito, toda a semana se torna mais bo- Jesus é um dom tão belo que ninguém vel, onde o amor seja o motor do seu nita. E, por favor, rezai juntos também em o pode guardar para si mesmo, e que funcionamento e onde a matriz cristã es- casa: à mesa e antes de dormir. A oração quem o recebe tem necessidade de teja sempre presente, por forma a conse- leva-nos não somente para Deus, mas transmiti-lo aos outros, fazendo com guir ultrapassar esta crise de valores que também uns em direcção aos outros. É que o dom, partilhado, se multiplique, nos assola de forma bem mais dramática uma força de paz e de alegria. A vida em também as crianças da nossa Obra, que a actual crise económica. São cada Família torna-se mais cordial e adquire um sempre abertas a novos desafios, es- vez mais necessárias famílias que sai- alívio mais amplo, se Deus estiver presen- tão a assumir-se como verdadeiros bam educar, para uma vida onde o tra- te, e experimenta-se esta Sua proximida- de na oração. (…) Caros Educadores! Pe- sempre pautada pelo superior interesse vindo a ser explicados, estão já a iniciar ço-vos de coração para manter presente das crianças, a todos os outros Colabo- a sua vida de pequenos Missionários. na Escola a busca de Deus, daquele Deus radores e até aos outros clientes, os ido- que em Jesus Cristo se tornou visível para sos (os nossos Avós), que demonstram nós. (…) Ajudai-os a compreender que um particular carinho e encanto pelas todas as respostas que não chegam até visitas das, também suas, crianças. Deus são demasiado curtas.” Como já escreve a Mariana, uma das nossas crianças: “Se eu pudesse mudar o mundo eu dizia às pessoas para amarem Como testemunha uma Educa- os amigos e para não baterem neles. Nunca é pois demais realçar dora da Obra Diocesana: “ Porque gos- Acabava a guerra e também acabava a importância do verdadeiro entrosa- tam as crianças de frequentar a nossa com a injustiça. Dizia às pessoas para mento que tem que existir entre Esco- Instituição, de correr para nós e gritar o não serem egoístas e pensarem mais la e Família, por forma a proporcionar nosso nome? Porque nos dedicam ges- nas outras pessoas que não têm roupa, à criança uma verdadeira educação. A tos de ternura e dividem connosco os comida nem pessoas para as amarem. função da Escola, dando continuidade seus afectos para além das suas casas e Bastava só um sorriso ou um sorriso ao papel da Família, é dar amor, é dar das suas famílias? Porque correm à nos- enorme para que o planeta fosse mais carinho, é ensinar, é ouvir, é aconselhar, sa volta e enchem o nosso dia de voltas e feliz e que as pessoas começassem a tendo sempre presente a responsabili- reviravoltas, apoiam os nossos projectos amar as pessoas que não tinham nem dade acrescida de servirmos, também, e traçam os seus percursos de vida? sequer um tostão nem um cêntimo e de modelo para as nossas crianças. Porque se enganam e em vez também acabava com a vida má que E como nem todas as crianças de nos chamarem pelo nosso nome nos algumas pessoas não tinham a vida que da Obra Diocesana têm o melhor am- chamam “mãe” e dizem carinhosamen- elas queriam.” biente familiar, são redobrados todos te “ai, enganei-me!...? Nestes dias que nos aproxi- os esforços que temos que fazer, para (…) O constante desafio que vi- mam do Natal, saibamos todos viver o colmatar as maiores necessidades de venciamos dia após dia, aproxima-nos verdadeiro sentido desta quadra festiva atenção, de carinho e de amor. e vai conferindo sentido ao percurso de – que a causa verdadeira da nossa ale- Mas é gratificante verificar que na vida e desenvolvimento das crianças e, de gria é o nascimento de Jesus e a Sua Obra Diocesana, na nossa Obra, todos tudo o que as crianças não dizem ou se presença no meio dos homens; Jesus temos um especial carinho pelas crian- esquecem de dizer, temos que ter consci- que sempre manifestou um afecto ex- ças: desde o nosso Presidente, Senhor ência do absoluto projecto de afectos que traordinário pelas crianças e que disse Américo Ribeiro, que sempre que visita oferecemos como Instituição.” aos Apóstolos: “Deixai vir a Mim as os Centros marca as crianças pela ale- Contamos pois nas nossas filei- criancinhas, não as afasteis, pois a gria, interacção, dinamismo e carinho ras, com a preciosa ajuda das crianças quem é como elas pertence o Rei- que lhes demonstra, passando pelos Di- da Obra Diocesana que, encantadas no de Deus” (Mc 10,14). rectores de Serviço com uma actuação com os novos desafios que lhes têm Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 Um Santo e Feliz Natal 33 34 Obra Diocesana de Promoção Social Frei Bernardo Domingues Poderá ser Natal todos os dias É Natal cada vez que enxuga- dilacera e encontra um pouco de do- necessidades e as nossas capacida- mos uma lágrima nos olhos de uma çura pelo acolhimento compreensivo des objectivas. criança, de um desgarrado da vida e a paciência de escuta atenta e fra- tornando-me pessoa acolhedora, pró- terna. Há Natal todos os dias, meu irmão, porque o Natal é o Amor huma- Há Natal nos olhos do pobre nado para humanizar a vida de todos. É Natal cada vez que depomos que vamos visitar ao hospital, na soli- Lê, medita e aplica S. Mt. C. 5 e 25 as armas de inveja, do ciúme e tenta- dão do seu leito de dor, no isolamento incarnando progressivamente a ver- mos compreendermo-nos, acolher- da prisão e promovemos a reconcilia- dade, a honestidade, a competência, mo-nos diferentes e complementares ção dos desavindos. a equidade, solidária e democrática, xima e solidária. Há Natal no coração de todos pelo diálogo leal. É Natal cada vez que parali- os que convidamos discretamente sarmos uma guerra surda e abrirmos para a felicidade de partilha do que os braços, oferecemos e acolhemos o temos e somos, propondo sem impor perdão, tornando-me pessoa de paz opiniões pessoais, sobre o ser e o vi- activa. ver com qualidade. É Natal cada vez que obriga- Há Natal nas mãos daquele mos a miséria a recuar uns passos que hoje compartilha o pão e amizade pela nossa intervenção oportuna par- promovendo a reconciliação e adapta- tilhando o que temos e somos em vista ção ao real da vida possível. Há Natal quando o mendigo de equidade. É Natal quando no nosso ínti- esquece os ultrajes e humilhações e já mo, ultrapassando as ofensas, somos não sente a fome de pão e compreen- verdadeiramente irmãos reconciliados são pela desgraça sofrida sem culpa. Há Natal quando lutamos por perdoando e pedindo perdão com ver- mais verdade, justiça e paz, sem ferir dade. É Natal quando surge, final- o amor que inclui perdão, dado e aco- mente a esperança dum amor real, lhido, para desenvolver o acolhimento duradoiro e incondicional criando um misericordioso. Há Natal quando sorrimos a contexto de “pessoas comunitárias” no dar e no receber. todos, com bondade e estimulamos É Natal quando se calam as os outros para o trabalho honesto e mentiras e se dá lugar à verdade e fe- competente, propondo caminhos de licidade da partilha sem preconceitos sucesso de ser em si e por si com re- aprendendo e ensinando pelo teste- alismo. munho da vida coerente. Há Natal quando vemos em É Natal quando no fundo da cada pessoa, o rosto de uma irmã, nossa vida, aliviamos o sofrimento que que é ajudada segundo as respectivas para bem servir a tempo e horas. João Miguel Pratas Director do Economato, Logística e Manutenção Nutricionista Mónica Taipa de Carvalho Directora dos Recursos Humanos e Jurídicos Advogada Parcerias... são acolhidas de coração aberto! Fundação Vítor Baía 99 Campanha Insucesso Escolar Soares da Costa Circo de Natal no Coliseu do Porto Modelo Continente Hipermecados A Fundação Vítor Baía 99 asso- Num gesto de dádiva, genero- ciou-se a um conhecido grupo óptico Repetindo o gesto amigo, nobre sidade e carinho pelas crianças mais com vista à realização de um exame of- e caridoso do ano transacto, a construto- carenciadas, a Modelo Continente talmológico e, em caso de necessidade, ra Soares da Costa ofereceu mais de um presenteou todos os meninos da Ins- à dádiva de um par de óculos. Esta cam- milhar de bilhetes para uma sessão de tituição com um CD da Leopoldina. panha, inserida no âmbito do combate Circo de Natal para todas as crianças da Este simpático boneco, que constitui ao insucesso escolar, beneficiou crianças Obra Diocesana de Promoção Social. já uma referência no Natal de muitas com idades compreendidas entre os 5 e os 16 anos. Foram rostos felizes e maravi- crianças serviu de mote a um CD com lhados que ocuparam a emblemática músicas e um jogo que abordava o tema da reciclagem. A Obra Diocesana foi uma das sala do Coliseu do Porto, assistindo às instituições seleccionadas pela Fundação, tropelias dos palhaços, aos truques de tendo sido abrangidas cerca de 80 crian- magia e a todos os outros momentos ças clientes dos nossos Centros Sociais. circenses. O nosso reconhecimento à Fun- Por toda a alegria que proporcio- dação Vítor Baía 99 pela sua dedicação à nou às nossas crianças, um sincero agra- educação e formação dos mais jovens. decimento à Soares da Costa pelo seu empenho em apoiar as causas sociais. Amigos em crescendo! Descrição Abel Ribeiro - Electrodomésticos e Mobilias, Lda. Albino de Almeida Fernandes, Pe. A.A.M.J. Padaria e Pastelaria, Lda. A.A.P.S. Acácio Ribeiro de Freitas, Pe. Animécio Abranches Ferreira Maia António Neves Ribeiro Coutinho Armando José Fonseca Pinto,Dr. Aurora de Jesus Oliveira Barbosa Bio Transmontano - Com. Dist. Prod. Alimentares, Lda. Bruno Alexandre Dias Ferreira Celestino Oliveira Martins Portela, Dr. Distribui, Com. Dist. Produtos Alimentares, Lda. Domingos Gomes Oliveira D.F.M.V. Estevão Gomes de Araújo Helena do Amaral Cardoso Horácio Magalhães, Lda. J.A.G. Contribuição 100,00 € 50,00 € 500,00 € 20,00 € 100,00 € 100,00 € 25,00 € 300,00 € 10,00 € 1.137,00 € 1.000,00 € 50,00 € 750,00 € 73,00 € 60,00 € 1.000,00 € 20,00 € 500,00 € 50,00 € Descrição José António G. Lima Ribeiro Bastos, Padre J.S.S. J.P.R. Junta Freguesia de Guisande Just All Design - Sociedade Unipessoal, Lda. Libório Almeida Pimpão M.A.C.C. M.M.C.M. Margarida Pereira Gomes Maria das Boas Novas Maria de Jesus Pinto, Enf. Maria Helena Vidigal Pinto da Silva Torres, Dra. M.S.F.A. Moreira & Carneiro PT - Imobiliária S.P.P. Sandra Rolo Stand ASLA, S.A. Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 35 Contribuição 100,00 € 20,00 € 300,00 € 35,00 € 2.853,00 € 250,00 € 50,00 € 20,00 € 21,00 € 600,00 € 540,00 € 300,00 € 60,00 € 2.700,00 € 3.130,00 € 6,00 € 461,88 € 2.500,00 € 36 Obra Diocesana de Promoção Social Conselho de Administração Ano 2009 – Ano do CONHECIMENTO e COMPETÊNCIA - Realização da Ceia de Reis - Reunião Geral de Colaboradores - Passeio Anual dos Colaboradores com destino à Zona Centro do País - Reuniões de Trabalho com a finalidade de serem projectadas as valências de “Lar de Idosos e Unidade de Cuidados Integrados” - Abertura das valências de Infância (creche, pré-escolar e ATL) no mês de Agosto - Actividade Desportiva Masculina - Visita de Sua Excelência O Presidente da República, Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva à Obra Diocesana com a recepção no Centro Social da Pasteleira - Participação no Simpósio “Reinventar a Solidariedade” levado a efeito na FIL em Lisboa - Organização e realização do Jantar de Beneficência com o apoio inexcedível do Chef Hélio Loureiro - Participação no Conselho Local Acção Social do Porto (CLAS) - Realização do Dia da Obra com o tema “Magia das Gerações” - Criação do Grupo de crianças e de jovens da ODPS denominado “A Obra a Rufar” - Realização de diversas acções de formação destinadas aos colaboradores da Instituição: atendimento e serviço ao cliente e avaliação da satisfação de clientes; monitorização e desempenho do sistema de gestão da qualidade; auditores internos da qualidade; gestão da qualidade por processo; práticas de cozinha; sistema de gestão de segurança alimentar; primeiros socorros; estimulação precoce; animação infância; necessidades educativas especiais; prestação de cuidados a idosos; animação 3ª idade; transporte colectivo de crianças - Continuidade do Projecto de Certificação de Qualidade - Continuação da implementação do sistema HACCP - Actividade Desportiva Feminina - Visita da Vice-Presidente da CCRDN, Prof.ª Doutora Ana Teresa Lehmann, a espaços da Obra Diocesana - Desenvolvimento e implementação do plano de contingência para a Gripe A - Conclusão das obras do Centro Social de Fonte da Moura - Espaço Solidário – Edição de Quatro Números - Organização, pela primeira vez, da iniciativa “Férias com Obra” destinada aos clientes das valências de Infância - Concretização de obras de manutenção e melhoramento nos diversos espaços da Obra Diocesana -E laboração do Projecto e Programa a levar a efeito pela ODPS na Missão 2010 promovida por Sua Reverendíssima D. Manuel Clemente, Bispo do Porto - Distribuição de donativos de roupa e calçado a agregados familiares carenciados - Parceria com Universidade Católica na área da Saúde – Criação de Gabinete de Enfermagem e Plano de Acção em cada Centro Social - Presença no XXII Encontro Nacional da Pastoral da Saúde em Fátima - Participação nas Acções promovidas pela REAPN, CNIS e UDIPSS do Porto - Participação na Festa da Solidariedade, em Viseu, promovida pela CNIS - Comemoração do “Dia do Idoso” com a celebração da Eucaristia, na Sé Catedral, presidida por Sua Reverendíssima D. Manuel Clemente, Bispo do Porto - Parceria com a “Fundação Vítor Baía” com a realização de Rastreio Oftalmológico e concessão de um par de óculos a cerca de 80 crianças - Participação na homenagem ao Rev. Padre Lino Maia, promovida pelo Rotary Clube de Vila do Conde - Parceria com a Empresa “Soares da Costa” que proporcionou a todas as crianças da nossa Instituição uma tarde de Circo - Realização da Festa de Natal para os Filhos dos Colaboradores - Participação na “Arca de Natal” organizada pela Câmara Municipal do Porto -H omenagem pública efectuada à Obra Diocesana promovida pela Confraria Gastronómica das Tripas à Moda do Porto com a atribuição do Prémio Infante D. Henrique João Miguel Pratas Director do Economato, Logística e Manutenção Nutricionista Mónica Taipa de Carvalho Directora dos Recursos Humanos e Jurídicos Advogada Festa da Solidariedade Pelo terceiro ano consecutivo, de duas mil pessoas vindas de todo o de pagamento da sua comparticipação. realizou-se a Festa da Solidariedade, país, entre utentes, funcionários e ami- Nenhum trabalhador de IPSS viu encer- uma iniciativa da Confederação Nacio- gos que quiseram juntar-se à iniciativa. rado o seu posto de trabalho por efeito da crise”. nal das Instituições de Solidariedade Vieira da Silva, o então Ministro (CNIS). Este ano, a Festa decorreu em do Trabalho e da Solidariedade subiu ao O Padre Lino Maia disse ainda Viseu, no dia 19 de Setembro. palco ao lado do presidente da CNIS, que o sector solidário precisa de um “re- A Obra Diocesana esteve re- Padre Lino Maia. O dirigente solidário conhecimento” elucidativo e “um aval ao presentada por mais de 120 pessoas, salientou a acção de milhares de Ins- trabalho que fazem, ao que representam entre idosos e colaboradores, marcan- tituições espalhadas por todo o país e e aos valores que promovem”. do assim presença nesta importante e do papel que têm tido numa altura de Ao longo da Festa foi divulgado emblemática iniciativa para a divulgação crise social e económica. “Encerraram que a cidade de Castelo Branco acolhe- e valorização das IPSS. empresas, aumentou o desemprego, rá a 4ª edição da Festa da Solidariedade, em 2010. Inserida no recinto da Feira de S. foram atingidas muitas famílias e muitas Mateus, a Festa contou com a presença pessoas. Não encerrou nenhuma IPSS. de uma centena de Instituições e mais Nenhum utente foi despedido por falta Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 37 Obra Diocesana de Promoção Social Elvira Almeida 38 Conselho de Administração Pastoral da Saúde XXII Encontro Nacional O Natal dos meus desejos da solidariedade que convida à doação de órgãos, quer em vida, quer Tomara que Jesus nascesse no dia Um de cada ano para alegrar os corações do crente e do profano e trazer-lhes o gosto pela bondade! pós-morte, como forma privilegiada de caridade”; - “Elaborar material de informação que dê notícia das muitas situações clínicas em que a transplanta- No dia dois vivermos, de novo, o “ser” Natal e cada alma a uma outra estar unida, recitando orações de louvor ao bem, à vida, em apelo à sã fraternidade! ção de órgãos proporciona às pessoas que eram doentes quer a cura das suas limitações quer a qualidade de vida que sempre desejaram ter”; Numa iniciativa da Comissão - “Sugerir aos núcleos paro- Nacional da Pastoral da Saúde decor- quiais da Pastoral da Saúde já pre- reu entre os dias 30 de Novembro e 3 sentes em muitas comunidades cris- de Dezembro, no Centro Pastoral Pau- tãs que criem grupos de dadores de lo VI, em Fátima, o seu XXII Encontro sangue e, simultaneamente, grupos Nacional. que se proponham estudar as situ- Este ano, a reunião foi subordi- ações em que muitas pessoas se nada ao tema “Transplante de Órgãos podem tornar dadores de sangue e – Doação para a Vida”. Ao longo dos dadores de órgãos em vida ou depois quatro dias de trabalhos muitas fo- da morte”; ram as figuras ilustres da teologia, da - “Valorizar o papel dos cape- medicina e das ciências sociais que lães e outros agentes de assistência ofereceram os seus conhecimentos, espiritual e religiosa, nos hospitais e partilhando opiniões e pontos de vista centros de transplante, em diálogo in- com cerca de 600 participantes. terdisciplinar com as equipas técnicas Ficou bem patente que a Igre- e participando, nomeadamente, no ja Católica tem acompanhado a evo- apoio espiritual e humano a dar aos do- lução científica, reconhecendo que o entes em proximidade de transplante, transplante de órgãos tem permitido às suas famílias e, ainda, aos dadores dar mais saúde e mais qualidade de de órgãos quando necessário, saben- vida a muitos doentes. do que razões da natureza espiritual A Pastoral da Saúde reconhe- e religiosa podem, por vezes, ajudar ce o trabalho que se está a fazer em a vencer dificuldades infundadas quer Portugal para responder ao progresso quanto à transplantação, quer quanto da medicina em ordem aos transplan- à doação de órgãos”. tes de órgãos, o que tem permitido a vida a milhares de pessoas. Como conclusões deste Encontro foi decidido: - “Apoiar a reflexão, nas comunidades cristãs, escolas, paróquias e movimentos sobre a cultura A Obra Diocesana de Promoção Social esteve presente neste Encontro, tendo sido representada por membros do Conselho de Administração, Directores de Serviço e Técnicos de Serviço Social. No dia três seria a vez de em comunhão com o mais pobres, tirar da nossa alma gestos nobres de entreajuda, partilhando tudo o que nos sobra! A Luz, que é nossa guia, nos saúda e mostra-nos que o bem feito se redobra quando volta à nossa casa… Dia quatro era dia de acendermos uma brasa e dar nosso aconchego a quem carece. Servir um alimento, distribuir amor, dar agasalho, murmurar uma só prece… ou o que fosse para fazer alguém feliz… Dia cinco, se continuarmos a seguir esta matriz que educa e ilumina a nossa mente, teríamos Natal ainda a seis, onde o sorriso dum coração contente ajudaria a celebrar com devoção este que é consagrado aos Santos Reis… No sétimo dia de cada calendário, outras ideias de carinho, doação sublimes melodias… hinos celestiais chegariam a nós, para os vivermos, certamente! E por mais 300 e tal dias desfiando-se, em paz, este Rosário haveria só Natais, de mão dada na mão… E a oito, nove e dez…assim, sucessivamente! Dezembro de 2009 a riz ! espaço solidario mensagens recebidas sobre o novo Um bom Amigo, com um óptimo exemplo e pleno de originalidade! Agradeço a gentileza do envio do postal de Boas Festas, carinho que, sensibilizado, retribuo, com votos de uma vida longa, estável e próspera, para V.Exª. e família e para a Instituição que sabiamente dirige. O quotidiano resiste às boas mudanças, insiste, teimosamente, em mostrar apenas a sua face negra e, hoje, sorrir e ser feliz é um estado de alma cada vez mais difícil de se sentir. Serão os impulsos de solidariedade como aqueles que a Obra Diocesana de Promoção Social consegue transmitir, que fazem com que as pessoas se lembrem que, apesar dos pesares, valerá a pena prosseguir, mesmo que a esperança seja quase, para grande fatia das pessoas, o seu único projecto de vida. NATAL é, de facto, amor, mas, sobretudo, “encontro e reencontro” da paz, da tolerância, da harmonia e do perdão. Vale a pena viver o NATAL e só é pena não podermos viver sempre. A Obra Diocesana, à imagem de quem o preside, luta por fazê-lo todos os dias. Determinada, rigorosa, leal, consistente e sem equívocos, avança, progride, firme na sua função inexorável de bem fazer. E, então, eu, porque tenho o privilégio de o conhecer, sou, ainda, sabedor que a Obra Diocesana garante, também, qualidade, profissionalismo e excelência, no serviço que presta à comunidade. Uma excelente forma de cuidar de “si” é olhar o “outro”, mas, para isso, será preciso estar atento e, cada vez mais, são menos os que o conseguem. Parabéns! Junto um cheque de € 73,00 como donativo para a Instituição. Consegui-o, ao longo de 365 dias, desde 3 de Dezembro de 2008 até à mesma data deste ano, com o exclusivo objectivo de colaborar com V.Exas. Dispor, diariamente, de 20 cêntimos, foi uma forma hábil de contribuir, sem “ferir” os ditames do meu orçamento. em tudo a Revista respira qualidade e dá inspiração a quem a lê. … As nossas homenagens aos responsáveis, que nos privilegiam com a sua Amizade. Rui Taveira Dra. Isabel Cristina Obra Diocesana de Promoção Social - Centro Social Rainha D. Leonor Queríamos expressar, na pessoa de Vexa, os nossos mais sinceros agradecimentos, a todos os colaboradores desse Centro, pela abnegação, dedicação e carinho com que sempre trataram a nossa querida mãe e avó. Estamos certas que lá no Céu, onde a Prazeres se encontra, não se esquecerá de rezar por todos nós e de pedir ao Senhor que faça com que muitos corações semelhantes aos das pessoas do Centro que a acompanharam, proliferem neste mundo que, muitas vezes, nos parece andar alheado dos valores humanos. Mais uma vez o nosso bem hajam e que a Obra continue a sua missão de apoio a todos os que dela necessitem, sem olhar a condições sociais ou credos religiosos. Porto, 2009.Setembro.29 Maria Alberta Canizes – Christine Joannie Canizes Paiva A vós, Adriana, Fernanda, Cristina, Madalena, Liliana, Cecília, Elisabete, Fátima e Paulo, Os meus eternos agradecimentos pela dedicação, carinho, preocupação, amizade e muito, muito amor que durante dois anos “mimaram” a minha Mãe. Salientarei o extremo profissionalismo e competência de todos vós, a quem a Mãe chamava carinhosamente de “meus anjos da guarda”. Em memória de sua alma, gostaria de propor à “Obra Diocesana” um louvor para todos estes funcionários que, exemplarmente, cumpriram a sua bonita, mas árdua tarefa. … Mais uma vez, obrigada e um BEM HAJAM. Porto, 21 de Outubro de 2009 Célia Martins, Filha de Adélia Maria Brandão Menezes Oliveira Festas Felizes. Com Amizade Domingos Gomes Oliveira Bons Amigos, A Ana Maria e eu agradecemos mais uma edição do “Espaço Solidário”. A Revista tem tanta qualidade nos seus conteúdos, que seria injusto destacar entre o que vem apresentado. No lay out, no papel, na informação corrente e nas actividades, Prezado e Bom Amigo Américo Ribeiro, Aproxima-se mais um Natal e vem-nos à memória tanta gente a precisar de ajuda e é bom que alguém se lembre delas já que durante o Ano inteiro Deus sabe como sobrevivem a tantas carências com que se defrontam. Nesta altura é costume nós darmos um sinal dessa preocupação com muitas dessas pessoas para quem a vida é madrasta. Infelizmente os tempos que correm ajudam- nos pouco, no entanto temos grande vontade de partilhar um pouco do que temos. No caso da Obra Diocesana de Promoção Social, que o meu querido Amigo tão bem dirige, temos um grande apreço e admiração pelo seu trabalho e de toda a sua Equipa, que tanta e tanta gente ajudam. Sabemos também do grande empenho de S. Eminência Reverendíssima D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, que consigo faz uma extraordinária dupla a liderar um grande equipa, que merece o nosso maior respeito e apreço pelo trabalho que realizam durante todo o Ano para quem mais precisa. … Desejando um Santo e Feliz Natal para si, família e toda essa fantástica Equipa Solidária, bem como um Novo repleto de felicidades. Com amizade, Abel Ferreira Ribeiro e Família Felicito-o vivamente pela maravilhosa obra que vêm realizando, cujo caminho acompanho através do Boletim que tem tido a gentileza de me enviar. Para si, para todos os que o acompanham e os que são beneficiários da vossa acção, formulo votos de um Natal Feliz e um Ano Novo com mais Paz e Amor. Celestino Oliveira Martins Portela, Dr. Sou mãe de duas crianças a frequentar esta instituição e venho por este meio agradecer a todos os colaboradores (educadoras, auxiliares, cozinheiras, enfermeira, empregadas de limpeza, administrativa e outros) que ao longo de 5 anos (período que a minha filha começou a frequentar esta instituição) fizeram e continuam a fazer pelas crianças que frequentam a Obra, têm vindo a fazer um trabalho excelente com as crianças e os pais. Quero ainda salientar a prestação da auxiliar CELESTE, que este ano está na sala dos bebés. A Celeste tem sido fantástica, pois é uma pessoa sempre alegre, divertida, competente e que a meu ver tenta elucidar os pais de tudo o que se passa à volta dos nossos filhos e sobre as actividades em que eles estão inseridos. São colaboradores assim que as crianças precisam e as crianças agradecem. Fica aqui este meu reparo, pois não devemos apenas mencionar o que está mal, ou o que não gostamos. Devemos também dizer e salientar o que gostamos e o trabalho excelente que a “equipa” tem feito. MUITO OBRIGADA. Mónica Oliveira Liga dos Amigos da Obra Diocesana | Já se fez Amigo da Liga? Obrigado! Contribua com um Donativo | Pode ser Mensal, Anual ou Único | Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118 Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3) Ano IV . n.º17 . Trimestral . Dezembro 2009 39 40 Obra Diocesana de Promoção Social