XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia 25 a 28 de setembro de 2012 Porto de Galinhas – PE MEXILHÕES E COQUILLES DE ÁREAS DE CULTIVO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: PRÓPRIOS PARA CONSUMO? Adan S. Lino1; Petrus Magnus A. Galvão1; Renan Thiago L. Longo1; Malm O.1 1 [email protected] (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro) [email protected] (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro) 1 [email protected] (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro) 1 [email protected] (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro) 1 A presença de metais no ambiente ocorre de forma natural, mas as atividades humanas aumentam a mobilização destes elementos nos ecossistemas, como a emisão de residuos industriais, domésticos e/ou de minerações. Os metais podem ser classificados como essenciais e não-essenciais. Os essenciais desempenham diversos papéis no metabolismo dos seres vivos. Os não-essenciais são aqueles cuja função biológica ainda é desconhecida sendo apenas tolerável em baixas concentrações. A fim de avaliar a dinâmica desses metais no ambiente, os moluscos bivalves foram apresentados como um modelo biológico. A concentração de elementos traços foram determinados em mexilhões Perna Perna L. e coquilles Nodipecten Nodosus L. de áreas de cultivos do estado do Rio de Janeiro. O objetivo foi comparar as concentrações de metais nestes organismos com os limites estabelecidos pela ANVISA para alimentos em geral. Com isso, justifica-se avaliar o risco de exposição humana aos metais, pelo consumo de bivalves produzidos na costa do RJ. Os mexilhões foram coletados nas Baía de Sepetiba (BS), Baía de Ilha Grande (BIG), Baía de Guanabara (BG) e Arraial do Cabo (AC) e os coquilles coletados nas BIG e AC nos períodos de Março/2009, Setembro/2009 e Março/2010. Os metais foram extraídos em meio ácido - nítrico e clorídrico (3:1) – a quente (80° C) e as concentrações determinadas no Espectrômetro de Absorção Atômica por Chama. As concentrações máximas encontradas de Zinco (Zn), Ferro (Fe), Cobre (Cu), Manganês (Mn), Cromo (Cr), Níquel (Ni) e Cádmio (Cd) nos mexilhões foram 14, 125, 327, 6, 1, 1 e 0,15 µg.g-1 em peso úmido (p.u.), respectivamente, e nos coquilles foram 11, 11, 4, 21, 1, 0,15 e 0,4 µg.g -1 em p.u., respectivamente. Esse elevado valor encontrado para Cu (327 ug/g) foi observado em mexilhões da BG em Março/2010. Em Março/2009 e Setembro/2009, os valores encontrados foram 5 e 33 µg/g em p.u.,respectivamente. Com exceção dos mexilhões do período de Março/2009 de todas as áreas, os demais organismos analisados apresentaram concentrações acima do estabelecido pela ANVISA para Cr (0,1 µg.g-1). Os demais metais quantificados nesse estudo, apresentaram concentrações abaixo do estabelecido pela ANVISA. Não foi observado tendência de diferença entre os meses estudados. O limite de ingestão determinado pela WHO para Cu é de 12,5 µg/kg/dia. Portanto uma pessoa de 60 Kg não poderia consumir nenhum mexilhão da BG de Março/2010, apenas 4 por dia de Setembro/2009 e até 25 por dia de Março/2009 considerando o consumo de mexilhão, a única fonte de exposição a Cu. Palavras-chave: metais pesados, bivalves, toxicidade Agradecimentos: CNPq, FAPERJ e UFRJ. Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 751