XXIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de outubro à 01 de novembro de 2014 Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade dos seus autores TEATRO DE FANTOCHES DO CICLO DA ÁGUA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL LAÍS FURTADO OLIVEIRA¹; ALEXANDRE MAGNO MEIRA ARAUJO2; MARCO TÚLIO MENDES FERREIRA3; ANDRÉ LUIZ SILVA ANDRADE4; ANTONIO FERNANDES NASCIMENTO JUNIOR 5 RESUMO: Nos últimos anos, tem-se observado um crescimento da preocupação em relação à Educação Ambiental, principalmente quando o foco é a água. Discussões sobre sua importância, utilização e como as ações antrópicas tem interferido para que ela se converta em apenas uma fonte de renda e não um recurso biologicamente necessário, são cada vez mais pertinentes. Pensando nisso, os bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) de Biologia, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Minas Gerais - Brasil levaram para os alunos do sétimo ano do ensino fundamental de uma escola da zona rural, um teatro de fantoches. A ideia era, a partir desse recurso pedagógico, construir com os estudantes os conceitos relacionados ao ciclo da água e discutir criticamente como se dá a interferência do homem no mesmo. O teatro foi apresentado na semana Nacional de Conscientização da Água, realizado no Museu de História Natural (MHN) da Universidade. Palavras-chave: Educação ambiental, Teatro de fantoches e Ensino de ciências. INTRODUÇÃO A água tem fundamental importância para a manutenção da vida no planeta, e, portanto, falar da relevância dos conhecimentos sobre ela em suas diversas dimensões é falar da sobrevivência da espécie humana. São conceitos que também estão ligados a conservação e ao equilíbrio da biodiversidade, além das relações de dependência dos seres vivos e dos ambientes naturais (BACCI & PATACA, 2008). Levar em consideração a importância de disseminar a cultura da água de uma maneira crítica e problematizadora, está inteiramente ligado com a Educação Ambiental (EA), sendo esta um possível instrumento de sensibilização dos indivíduos atuantes na sociedade. Também pode ser usado como uma maneira a despertar no educando a necessidade de um consumo consciente, para que ele possa adquirir comportamentos que o permita entender e julgar criticamente sua relação com o meio biofísico. Esse recurso até pouco tempo atrás era considerado inesgotável e até então não representava um problema futuro. Até os anos de 1920 a água no Brasil não se mostrava como uma questão preocupante e muito menos como fator limitante, com exceção às secas no Nordeste. Somente nos anos de 70 e 80 que a sociedade começa a dar valor as ameaças advindas das atividades antrópicas em relação ao uso dos recursos hídricos. Nestes anos foram criadas comissões para se estudar e aprimorar o uso múltiplo desse recurso, na tentativa de minimizar os riscos relacionados a sua qualidade e a sua possível escassez para as futuras gerações. A ideia de sua inesgotabilidade passa a dar espaço a sua vulnerabilidade, uma vez que essa já começava então a ser sentida (RODRIGUEZ, 1998). A preocupação com a natureza, mais especificamente com a água, vem crescendo muito em consonância com a EA. Tendo em vista essas considerações a educação é um instrumento que permite sensibilizar os indivíduos em questão (os alunos). Por meio disso, a EA se torna interessante por permitir uma análise crítica sobre o valor biológico e econômico da água, quais são suas principais fontes de poluição, a problemática de seu consumo exacerbado e os fatores antrópicos ou naturais que alteram seu ciclo. A EA ainda, de acordo com Manzochi e De Carvalho (2008), é uma potencial ferramenta na formação da cidadania, mas que não pode ser vista como um processo que permite apenas ao sujeito esclarecer seus próprios valores, mas sim uma forma dele formular e reformular suas convicções de maneira crítica. Ressalta ainda que tal processo não pode se limitar ao indivíduo. Todo ¹ Graduanda em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, [email protected] ² Graduando em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, [email protected] 3 Graduando em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, [email protected] 4 Graduando em Ciências Biológicas,Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, [email protected] 5 Professor Adjunto do Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, [email protected] XXIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de outubro à 01 de novembro de 2014 Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade dos seus autores o processo de educação ambiental deve permitir aos educandos a percepção de uma gama de factores sociais, políticos e culturais na tentativa de se evitar a elaboração de uma visão disturbada da realidade e fortalecer o reconhecimento no coletivo. Uma das formas de se conseguir esse ensino crítico e reflexivo da Educação Ambiental, é por meio de práticas pedagógicas que possibilitem o aluno se enxergar como integrante do meio ambiente e não em relações fragmentadas com a natureza. Guerra et al. (2004), apontam que quando se fala no processo de ensino aprendizagem, principalmente nas escolas públicas, as aulas são, em sua maioria, desligadas de uma realidade próxima do dia-a-dia do aluno. De uma forma descontextualizada, nas escolas rurais, fala-se em indústrias, carros e computadores sendo que na realidade a maioria dos alunos está integrado as atividades rurais. Nas escolas das áreas urbanas fala-se na Floresta Amazônica e no Pantanal, sendo que o vivenciado pelo educando é o barulho do trânsito, o mau cheiro do esgoto correndo a céu aberto e muros pichados. Nessa perspectiva, para se trabalhar a EA de forma contextualizada e criar nos alunos uma conscientização ambiental, principalmente pelo reconhecimento do valor da água, no cotidiano do educando, é necessário que o processo de construção do conhecimento seja mais significativo, fato que as estratégias lúdicas e cênicas cumprem bem. De acordo com o Parâmetros Curriculares Nacionais a sala de aula deve valorizar o aluno e portanto sua realidade. Deve também considerar nele suas inteligências múltiplas e considerar suas concepções prévias. É necessário elaborar novas estratégias para atingir educando e permitir a construção do conhecimento. Nesse sentido as atividades lúdicas e artísticas permitem o espaço ideal para o processo de ensino-aprendizagem, por despertarem o interesse dos alunos dentro e fora de sala de aula. Para o PCN a arte exige a presença do homem de forma completa, pela articulação do corpo com a fala e gestos que configuram o processo de comunicação e expressão (BRASIL, 1997). Assim, de acordo com Vestena e Pretto (2012), é cada vez mais pertinente no meio acadêmico e escolar promover o contato com o teatro para vivê-lo como dimensão humana e como viés para o desenvolvimento de habilidades de criação, desinibição, comunicação e expressão. Este é um excelente aliado tanto para o ensino como para a aprendizagem nos diferentes níveis escolares. O teatro pelo seu perfil lúdico e envolvente, pode se constituir em um caminho capaz de sensibilizar os estudantes, a dinamizar novas ideias, a fortalecer valores pessoais e sociais, potencializar talentos e a acessar novos saberes e conhecimentos científicos. Ainda de acordo com a autora, percebe-se que a linguagem científica que perpassa as Ciências da Natureza e suas Tecnologias se faz cada vez mais presente em nosso cotidiano, necessitando ser decodificada para ser mais acessível aos estudantes. As lacunas na formação de professores (inicial e continuada) se constituem em um dos grandes impasses para a divulgação e produção de novos conhecimentos e habilidades no que se diz respeito a ensinar e aprender Ciências. Segundo Ferreira et al. (2012), motivando a aprendizagem seremos capazes de cooperar para renovar a educação. Nesse sentido o processo fica facilitado e o aluno constrói o conhecimento ao se enxergar em uma escola dinâmica, rica em experiências e ligada à realidade, de forma que os alunos sejam capazes de compreender a vida e trabalhar melhor em benefício próprio. Nesse contexto é necessário perceber o quanto os espaços não formais contribuem para que o conteúdo que está sendo ministrado, seja ele qual for, não seja apresentado de uma maneira expositiva e desmotivante. O professor pode aliar seu conhecimento científico com o conhecimento prévio do aluno, que é definido geralmente como o conjunto de saberes que a pessoa traz como contribuição à sua própria leitura e que toma parte no movimento horizontal do fluxo informativo. O conhecimento prévio é considerado cada vez mais como um universo altamente estruturado de representações baseadas em padrões de compreensão do mundo (GERHARDT el al., 2009). Nessa perspectiva, o presente trabalho traz um relato de experiência de um teatro de fantoches realizado pelos alunos do PIBID, no dia Mudial da Água - 16 de Março de 2013, que aconteceu na semana Nacional de Conscientizção da Água no Museu de História Natural da UFLA. Um espaço foi cedido ao PIBID de Biologia e o teatro de fantoches foi realizado para os alunos do sétimo ano de uma escola da zona rural de Lavras, Escola Municipal Sebastião Vicente Ferreira. O objetivo era atingir os educandos por meio de uma articulação entre o ciclo da água e a EA por meio do teatro de fantoches. XXIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de outubro à 01 de novembro de 2014 Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade dos seus autores DESENVOLVIMENTO O texto do teatro de fantoches, intitulado “O ciclo da água” foi tirado do trabalho Confecção de fantoches como material didático-pedagógico para auxiliar na compreensão do ciclo da água, de Mine e colaboradores (2009). Os personagens foram confeccionados utilizadando-se: fibra, fibra siliconada, tinta de tecido de cores azul, vermelho e amarelo; linha, agulha, tesoura, cola branca e papel cartão branco, vermelho e preto. Inicialmente foram tingidas as fibras de tecido na cor correspondente a cada personagem, sendo a gota d’Água em azul e a flor em vermelho e amarelo. Em seguida colocaram-se as fibras sobre o molde e estas foram recortadas e costuradas com a forma do personagem. Todas preenchidas com fibra siliconada. Posteriormente, colaram-se em cada um os olhos, o nariz e a boca, feitos de papel cartão. O sol e as nuvens foram construídos com o mesmo material e compunham o cenário. Este foi montado utilizando fita adesiva, tesoura, grampeador, quatro mesas de plástico e cabos de vassoura para sustentar o TNT (Tecido Não Tecido) preto. A apresentação no museu: A apresentação aconteceu em uma sala de vídeo do Museu de História Natural. Os bolsistas, ficaram atrás do cenário e articulavam os personagens principais (gota d’água e flor). A história consistia em um diálogo entre a flor e a gotinha, em que a flor perguntava como era a vida da gota d’Água. As respostas desta, eram dadas de maneira a explicitar como acontece o seu ciclo. Após a apresentação do teatro de fantoches, os bolsistas iniciaram uma conversa com os estudantes. Eles se mostraram muito satisfeitos e motivados a iniciar uma conversa sobre o processo de ciclo da água. Os educandos trouxeram relatos das atitudes dos pais em relação ao gasto de água, a maneira com que a poluição antrópica tem afetado esse processo e como as estações do ano estão “desreguladas”. Houve também falas de alunos que explicitaram como os pais e eles mesmos conhecem a natureza e sabem como funciona o ciclo da chuva, qual época é propicia para se plantar etc. Os alunos presentes mostraram-se muito interessados e compenetrados durante a apresentação do teatro. DISCUSSÃO Após a discussão feita com os alunos, é importante registrar como a EA e o teatro foram positivos e trouxeram um caráter lúdico e diferenciado durante a apresentação, além de contribuir para uma visão mais clara dos estudantes em relação ao processo de ensino aprendizagem. Essa experiência trabalhada pelos bolsistas do PIBID Biologia é uma importante ferramenta para se conseguir a transposição didática entre a teoria e a prática, além de ser uma ponte que permite a articulação entre o saber sábio (científico-universitário) e o saber a ser ensinado para o ensino básico (CHEVALLARD, 1991). Todo o processo de envolvimento dos bolsistas e dos alunos da escola rural se apresentou como um recurso em potencial para divulgar a EA por meio da arte. De acordo com Mütshele e Gonsales Filho (1998) a utilização desse material permite que o professor instigue o interesse e curiosidade do aluno. Possibilita também o despertar de um sentimento de pertencimento a prática e ao processo de aprendizagem. A encenação do teatro de fantoches permitiu a formação de um espaço ideal para a construção do conhecimento, uma vez que esse recurso fornece uma aproximação entre professor e aluno, possibilitando assim uma relação horizontal. Nesse sentido, Santos et al. (2006) afirmam que o teatro funciona como um recurso auxiliar para que os professores consigam, dentro e fora de sala de aula, uma participação coletiva por parte dos alunos. Esta foi percebida nas respostas dos mesmos, que trouxeram relatos do seu cotidiano, por exemplo da relação direta com a água no meio rural e em suas residências. Além disso, o pertencimento do educando ao ambiente e sua percepção como indivíduo causador de transformações no mesmo, principalmente em aspectos que envolvem os recursos XXIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de outubro à 01 de novembro de 2014 Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade dos seus autores hídricos: seu gasto exagerado, pesca, poluição e o ciclo da água em si. Essa ideia é apoiada pela EA crítica que estabelece que o papel dessa não é apenas formar cidadãos informados e atuantes, mas que eles entendam os problemas ambientais e consigam propor soluções (LUCATTO E TALAMONI, 2007). A utilização da arte traspassando conceitos biológicos e ambientais a partir de situações vivenciadas pelo imaginário dos alunos é apontada por Santos et al. (2006) como uma possibilidade para se abordar a temática ecológica e a necessidade de preservação do meio ambiente. Assim, esse espaço lúdico oferecido pelo teatro de fantoches, com a mediação dos bolsistas do PIBID Biologia, possibilitou uma reflexão enriquecedora sobre questões ambientais pertinentes no contexto social dos alunos presentes no museu. CONCLUSÃO Pode-se perceber que a experiência da realização do teatro de fantoches foi bastante eficaz e significativa para a construção de conceitos relacionados a Educação Ambiental nos educandos, principalmente em relação aos recursos hídricos. O lúdico, trazido pela representação artística, possibilitou chamar a atenção dos alunos e assim criar um espaço ideal para o processo de ensinoaprendizagem. Esse uma vez estabelecido possibilitou a problematização dos aspectos relacionados ao consumo da água e como a ação antrópica interfere em seu ciclo. Permitiu também que os alunos relatassem experiências e vivências relacionadas a temática da água reconhecendo o seu pertencimento aio ambienteo me. REFERÊNCIAS BACCI, D. D. L. C. & PATACA, E. M. 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A construção coletiva interdisciplinar em educação ambiental no ensino médio: a microbacia hidrográfica do Ribeirão dos Peixes como tema gerador. Ciência & Educação, v.13, n.3, p.389-98, 2007. XXIII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de outubro à 01 de novembro de 2014 Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade dos seus autores MANZOCHI, L. H.; DE CARVALHO, L. M.. Educação Ambiental formadora de cidadania em perspectiva emancipatória: constituição de uma proposta para a formação continuada de professores.Pesquisa em Educação Ambiental, v. 3, n. 2, p. 102-124, 2008. MINE, P. H.; TEIXEIRA, L. A.; NASCIMENTO JÚNIOR, A. F.. Confecção de fantoches como material didático-pedagógico para auxiliar na compreensão do ciclo da água. In: VI CONGRESO IBEROAMERICANO DE EDUCACION AMBIENTAL, 2009, Buenos Aires. Anais, 2009. p. 1-1 MÜSTSCHELE, M. S. ; GONSALES FILHO, J. 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