PUBLICAÇÃO CO-FINANCIADA PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU ANO V 1.º TRIMESTRE DE 2006 17 infoFSE PODE LER Mais Opinião Na nova rubrica da InfoFSE, fomos ouvir Teresa Paixão sobre como operacionalizar os sistemas de educação e formação para a aprendizagem ao longo da vida. > pág. 3 Apresentação do PAIPDI O novo Plano de Acção para a Integração de Pessoas com Deficiências ou Incapacidades, objecto de discussão pública, privilegia os objectivos de acessibilidade, qualificação e qualidade de vida. > pág. 5 Intervenções na área da deficiência A InfoFSE foi perceber como estão a decorrer alguns projectos co-financiados pelo FSE vocacionados para a melhoria do emprego e empregabilidade das pessoas portadoras de deficiência. > pág. 6 a 9 “Estamos a promover inovação social” PRODUZIR E DISSEMINAR SOLUÇÕES INOVADORAS QUE BENEFICIEM OS PÚBLICOS MAIS DESFAVORECIDOS NO MERCADO DE TRABALHO FOI UMA MISSÃO DIFÍCIL E QUE NÃO SE ESGOTA. O LEGADO DA EQUAL SERÁ “RENTABILIZADO COM A CONSOLIDAÇÃO DO TRABALHO EM PARCERIA” E COM A REPLICAÇÃO DAS PRÁTICAS DE SUCESSO EXPERIMENTADAS Co-financiada pelo Fundo Social Europeu e contribuindo para a Estratégia Europeia de Emprego e o Plano Nacional do Emprego, a Iniciativa Comunitária EQUAL cumpre, no final de 2008, o seu programa, cujo principal objectivo é eliminar os factores que estão na origem das desigualdades e discriminações no acesso ao mercado de trabalho, promovendo o trabalho em rede e a cooperação nacional e transnacional. Ana Vale, gestora do programa nacional, considera satisfatória a “aprendizagem que fizemos com todas as entidades envolvidas”, colmatando “a falta de competências que temos em termos de gestão de projectos e em particular projectos em parceria” e criando condições para não só “produzir soluções inovadoras” como, acima de tudo, “validá-las e disseminá-las”. Para os cerca de 200 projectos desenvolvidos nas duas fases do Programa, o fundamental foi “incorporar os princípios EQUAL” (ver caixa) e assegurar a obtenção de “produtos tangíveis, que possam ser replicados”. A verdade é que na primeira fase do Programa houve cerca de 222 produtos elaborados, o que ilustra bem o esforço feito pelas entidades para se focalizarem nos problemas e para procurar soluções que beneficiem o público-alvo dos projectos – as pessoas mais desfavorecidas. Porque “uma boa solução para estes públicos, é uma boa solução para todos”, conclui Ana Vale. Convicta do legado EQUAL, a gestora acredita na melhoria das condições de empregabilidade em Portugal através da demonstração dos resultados dos projectos em curso e da disseminação das “soluções” a que chegaram. > pág. 2 PROGRAMAS Trabalho em parceria, Inovação, Empowerment, Transnacionalidade, Igualdade de oportunidades entre mulheres e homens e Disseminação são os seis princípios EQUAL, com aplicação necessária nos projectos aprovados. Os resultados são satisfatórios? Esta é a terceira geração de iniciativas comunitárias que procuram as dinâmicas necessárias para produzir inovação social. A EQUAL fez um percurso onde percebeu que a inovação resulta de facto da concretização dos princípios EQUAL e que para disseminar a inovação temos primeiro que a validar socialmente. Sempre tivemos uma ideia clara de que os projectos inovadores teriam de ser alimentados pelos princípios EQUAL. Só assim teríamos condições para que produzissem inovação. Mas também tínhamos consciência de que eram princípios difíceis de implementar porque alguns vão mesmo contra a cultura dominante, como é o de fazer participar os beneficiários dos projectos na inovação das respostas que lhes são dirigidas (empowerment). Por outro lado, o facto de as soluções inovadoras terem de estar consubstanciadas em produtos tangíveis e deverem ser validadas para serem disseminadas veio exigir mais rigor e mais exigência. Significa que houve uma profunda aprendizagem... Em Portugal não tínhamos uma experiência de trabalho consolidada que atendesse a estes princípios, em particular o do trabalho em parceria e o do empowerment. São princípios totalmente novos, que apelam a novas competências dos técnicos e das organizações que desenvolvem os projectos e que são fundamentais para o alcance de soluções inovadoras. Havia todo um caminho a percorrer para que as entidades fizessem a aprendizagem nesse sentido. A verdade é que verificamos uma melhoria significativa entre os projectos da 1.ª e da 2.ª fases, explicada precisamente por uma melhor incorporação dos princípios EQUAL, que foi fruto da experiência e da formação que fizemos. O programa português também pretendia o envolvimento das empresas. Porquê? A nossa missão é melhorar as condições de empregabilidade, introduzindo soluções inovadoras. Ora, temos dois lados da mesma moeda – as pessoas que se querem integrar e as empresas que as vão empregar. Se não houver intervenção e mudança do lado das empre- 2 infoFSE sas dificilmente alcançamos o objectivo. Daí que uma das exigências colocadas aos projectos fosse o envolvimento das empresas nas soluções a experimentar e a produzir. Incluir as empresas nas parcerias foi uma mais-valia para adequar a formação às necessidades, para a inserção dos públicos e até para o confronto saudável de organizações com culturas diferentes. Sem inovação não é possível assegurar uma integração duradoira das pessoas. A EQUAL visa também contribuir para encontrar outra forma de gerir as empresas e desenvolver as organizações em sentido lato. O que foi necessário mudar? Estamos habituados a concentrarmo-nos nas actividades e não nos resultados; a fazer sozinhos e não com os outros, ou seja, achamos interessante os outros mas não os integramos nem extraímos o máximo deles. Por isso, foram muito importantes as dinâmicas criadas no contexto do trabalho em parceria, dos compromissos que foi preciso estabelecer, das novas formas de cooperação que foram desenvolvidas. Há condições para consolidar essas dinâmicas na era pós-EQUAL? O que mais me preocupa é como rentabilizar estas dinâmicas para implementarmos melhores soluções e mais abrangentes. Por isso, colocámos a tónica na experimentação de soluções inovadoras que devem ser consubstanciadas em produtos tangíveis, validados, que podem ser replicados. E como se processa essa validação? Não basta que uma parceria teste uma solução e produza um produto. Precisamos de um reconhecimento social do seu valor, da sua qualidade, de alguém, para além da parceria autora, que valide os produtos. Por isso concebemos uma metodologia que promove um olhar cruzado sobre a qualidade do produto em que participam a parceria de desenvolvimento (PD) que produziu e testou a solução, “pares” e também organizações que sejam potenciais utilizadoras, além de peritos e beneficiários finais. Uma metodologia também ela inovadora. A metodologia de validação que construímos foi reconhecida como uma mais-valia a nível europeu, facto que me satisfaz, sobretudo porque outros Estados-membros a referenciam ou mesmo replicam. A inovação social segundo a EQUAL A estrutura da IC EQUAL envolve três Acções: Acção 1 – constituição das parcerias de desenvolvimento e da cooperação transnacional; diagnóstico de necessidades, concepção e planeamento do projecto. Acção 2 – execução dos programas de trabalho das parcerias de desenvolvimento. Acção 3 – criação de redes temáticas, divulgação e disseminação de boas práticas. ... sob a égide de seis princípios consagrados a nível europeu: Trabalho em parceria; Inovação; Empowerment; Transnacionalidade; Igualdade de oportunidades entre mulheres e homens; Disseminação. No caso português acrescem ainda quatro outros requisitos: envolvimento das empresas; envolvimento dos trabalhadores e respectivas organizações; mecanismos de avaliação de competências; validação de produtos prévia e sua disseminação. OPINIÃO Quais as principais dificuldades encontradas? É fácil falar de inovação, mas é difícil fazê-la. Há uma resistência natural à mudança. Tão difícil quanto conceber a inovação é pô-la em marcha, disseminá-la, levar outras organizações a incorporá-la, começando pelos próprios sistemas de educação, formação e emprego, que devem ser reequacionados para apoiar e generalizar as soluções que são testadas e validadas. Temos condições para deixar um legado com a EQUAL. Para isso temos de demonstrar resultados. Quantas parcerias estiveram envolvidas? Na primeira fase, 102 parcerias e, na segunda, 86, envolvendo entidades de perfil muito diferenciado. Como trabalhamos para públicos desfavorecidos e, por isso, mais exigentes do ponto de vista das soluções, considerámos que, abrindo o espectro das intervenções a novos actores, seria mais fácil potenciar a inovação. Por outro lado, uma boa solução para estes públicos, que são exigentes, é uma boa solução para todos. Obter produtos diferenciados foi bastante positivo. Na Acção 3, destinada à disseminação, estão 222 produtos propostos só na 1.ª fase, o que é significativo. Dos princípios EQUAL, qual o que resultou melhor? Sem dúvida, o trabalho em parceria. E o pior? A igualdade de género. As pessoas têm uma concepção limitada e redutora acerca do que é a igualdade de género, tendendo a reduzi-la à simples participação numérica. O que é necessário ainda consolidar? Temos uma falta generalizada de competências em gestão de projectos. Esta carência é ainda agravada pelo facto de se tratar de projectos desenvolvidos em parceria. As organizações têm dificuldade em conceber bem os projectos, em geri-los, em definir objectivos precisos. Têm dificuldade em definir o problema a que vão responder e identificar o que é possível fazer em 24 meses. Objectividade, focalizar no essencial. É isto que queremos dos projectos EQUAL. Havendo um consenso alargado na sociedade sobre a necessidade de elevar a qualificação média dos portugueses, pouco se tem no entanto reflectido sobre como o fazer, isto é, que agentes mobilizar, que formas de acção adoptar, que resultados esperar. A sociedade do conhecimento, em que se vem moldando o contexto em que vivemos, tornando imperiosa a aprendizagem ao longo da vida como forma de resposta à rápida obsolescência das competências que a evolução tecnológica e organizacional determinam, implica a adaptação do sistema de educação e formação, por forma a tornar-se capaz de produzir ou reconhecer as competências pertinentes para as necessidades de funcionamento do sistema económico e social. De acordo com a estratégia europeia de aprendizagem ao longo da vida, um sistema de educação e formação deve: – estruturar-se em função dos resultados pretendidos e organizar a sua actividade em função das características dos aprendentes, elementos centrais de todo o processo de aprendizagem; – integrar múltiplos contextos de aprendizagem (formais, não formais e informais), dotando-se de instrumentos que permitam a articulação e a cooperação entre diferentes vias de acesso a um mesmo resultado; – envolver, em estratégias de responsabilidade partilhada e articulando intervenções, os vários actores sociais beneficiários das competências produzidas: o Estado, as empresas, as associações patronais e os sindicatos, as escolas, os centros de formação, outras organizações com intervenção nesta área. A operacionalização deste modelo organizativo depende fortemente de um intenso trabalho em rede entre os diferentes actores envolvidos, aos diferentes níveis, de modo a que se coordenem intervenções e partilhem recursos na produção de qualificações, identificadas em referenciais partilhados pelos múltiplos operadores, que simultaneamente respondam às necessidades do sistema produtivo e permitam a visibilidade das competências individuais. (Encontram-se disponíveis, produzidos pelo IQF, para utilização dos operadores de formação, no desenho das suas ofertas, perto de Ricardo Bravo Aprender bem ou a qualidade da formação 400 perfis profissionais, desenhados em resposta a necessidades presentes e futuras de competências.) Os referenciais de qualificação assumem o papel de standard de qualidade, no que respeita aos conteúdos, para a intervenção dos operadores e podem ser simultaneamente a base para a medição dos resultados obtidos, nomeadamente a nível agregado, e ainda critério para as decisões de apoio financeiro público. A organização das respostas formativas na prossecução destes resultados deve ser diferenciada em função das características dos grupos, através da adopção, pelo operador, em cada situação concreta, das metodologias e técnicas pedagógicas mais adequadas. (Está em publicação uma colecção de guias metodológicos, organizados por domínio de formação, com o objectivo de apoiar as entidades formadoras na introdução de melhorias nos seus processos organizacionais, com vista à melhoria da sua eficácia.) Também na área técnica e pedagógica são determinantes os referenciais de qualidade para a avaliação do desempenho potencial e efectivo dos operadores. Presentemente encontram-se acreditadas pelo IQF, de acordo com o seu referencial de qualidade, cerca de 1700 entidades formadoras. À formação para públicos com necessidades especiais aplica-se, naturalmente, tudo o que atrás ficou dito, tendo sido recentemente publicado o guia Formação para a Inclusão. Teresa Paixão Instituto para a Qualidade na Formação infoFSE 3 DESTAQUE As prioridades do QREN FACTORES DE COMPETITIVIDADE, POTENCIAL HUMANO E VALORIZAÇÃO TERRITORIAL SÃO OS TEMAS DO TRIO DE PROGRAMAS OPERACIONAIS QUE CONCENTRARÃO AS INTERVENÇÕES DO PRÓXIMO PERÍODO DE PROGRAMAÇÃO DOS FUNDOS ESTRUTURAIS O Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) será o documento estratégico que operacionaliza os instrumentos financeiros de carácter estrutural do próximo período de programação, de 2007 a 2013. Simplificar a gestão financeira e introduzir uma lógica de financiamento monofundo são objectivos do futuro Quadro, responsável pela aplicação das verbas dos fundos estruturais. O carácter estratégico do QREN e dos respectivos programas operacionais (PO) implicam a definição das principais orientações políticas, no contexto das cinco prioridades estratégicas nacionais, estabelecidas na Resolução do Conselho de Ministros (RCM) de Fevereiro passado: 1. Promover a qualificação dos portugueses, desenvolvendo e estimulando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação; 2. Promover o crescimento sustentado através do aumento da competitividade dos territórios e das empresas, da redução dos custos públicos de contexto, da qualificação do emprego e da melhoria da produtividade e da atracção e estímulo ao investimento empresarial qualificante; 3. Garantir a coesão social, com aumento do emprego e da empregabilidade e do 4 infoFSE empreendedorismo, da melhoria da qualificação escolar e profissional e assegurando a inclusão social; 4. Assegurar a qualificação do território e das cidades, visando a redução das assimetrias regionais; 5. Aumentar a eficiência da governação privilegiando a modernização das instituições públicas, o aumento da eficiência e qualidade dos grandes sistemas sociais e colectivos, com reforço da sociedade civil e melhoria da regulação. Conhecimento, ciência, tecnologia e inovação são domínios prioritários, bem como, em termos territoriais, o centro das prioridades serão projectos cada vez mais integrados e estruturantes às escalas supramunicipal, regional e nacional. Esta evolução na abordagem à absorção dos fundos comunitários justifica-se ainda mais à medida que se antecipam dificuldades crescentes numa Europa alargada e cada vez mais concorrencial. Na sequência da avaliação intercalar do QCA III, impõe-se proceder a uma forte concentração das intervenções no que diz respeito à definição dos PO temáticos bem como reforçar a exigência dos critérios de elegibilidade. Por isso mesmo, a RCM estabelece que a estrutura nacional do QREN envolva três PO temáticos, sendo a estruturação operacional regional do QREN sistematizada em PO correspondentes ao território de cada NUTS II. Procurando simplificar o modelo de regulação, a direcção política do QREN deverá ser assegurada por uma comissão ministerial de coordenação do QREN, presidida pelo ministro que tutela o desenvolvimento regional e constituída pelos ministros coordenadores dos PO temáticos e regionais, pelo ministro coordenador dos instrumentos de programação do desenvolvimento rural e das pescas e pelo ministro das Finanças. Cronograma esperado de elaboração e negociação do QREN e dos PO De Fevereiro a Maio Participação dos parceiros económicos e sociais. De Fevereiro a Junho Desenvolvimento de interacções com interlocutores sectoriais e regionais. Envolvimento da Assembleia da República. Junho Audição formal do Conselho Económico e Social. Julho Aprovação das versões finais do QREN e dos PO pelo Conselho de Ministros. Agosto e Novembro Negociação com a Comissão Europeia. Dezembro Aprovação dos PO pela Comissão Europeia. Janeiro de 2007 Início da execução do QREN e dos PO. Fonte: Resolução do Conselho de Ministros n.º 25/2006, de 10 de Março de 2006 – DR n.º 50 - Série IB A RCM pode ser consultada no website do IGFSE, através do menu Legislação, em www.igfse.pt. A InfoFSE voltará a abordar a temática do QREN num próximo número. DESTAQUE Acessibilidades, Qualificação e Qualidade de Vida são prioridades O NOVO PLANO DE ACÇÃO PREVÊ METAS AMBICIOSAS PARA UMA INTEGRAÇÃO ADEQUADA DAS PESSOAS COM Medidas como a inclusão da língua gestual portuguesa nos programas do ensino secundário, a participação de 1000 formandos em acções de formação em empreendedorismo ou um universo de 9500 cidadãos em programas de aprendizagem ao longo da vida estabelecem metas ambiciosas para superar até 2009, no âmbito de uma estratégia que visa aumentar a qualidade de vida e as condições de empregabilidade das pessoas com deficiência. O Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidades (PAIPDI) foi apresentado em Fevereiro em sessão pública realizada no LNEC. O PAIPDI atende a uma estratégia que se desenvolve em três eixos de acção – “Acessibilidades e Informação”, “Educação, Qualificação e Emprego” e “Habilitar e Assegurar Condições de Vida Dignas” (ver figura 1). DEFICIÊNCIA NUMA SOCIEDADE COMO A PORTUGUESA QUE ENFRENTA IMPORTANTES DESAFIOS DE COMPETITIVIDADE E COESÃO nibilizar gratuitamente, até 2009, manuais escolares e livros de leitura extensiva em formato digital para um universo de 700 alunos cegos ou com baixa visão. Estão ainda previstas acções de formação e requalificação para os profissionais e a criação de 400 estágios em empresas Do ponto de vista da estrutura do Plano, estão previstas quinze medidas, duas para o Eixo 1, sete para o Eixo 2 e seis para o Eixo 3 (ver figura 2). O PAIPDI será monitorizado e avaliado periodicamente através de relatórios anuais de execução das medidas. Medida 1 Plano Nacional para a Promoção da Acessibilidade (PNPA – 2006-2015) Medida 2 Acções de formação e Sensibilização Agentes Autárquicos EIXO 1 Acessibilidades e Informação EIXO 2 Figura 2 > Eixo 1 Emprego Educação Qualificação EIXO 3 Habilitar e Assegurar Condições de Vida Digna EIXO 1 EIXO 2 Acessibilidades e Informação Figura 1 > Plano de Acção para a integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidades Este projecto define diversas medidas para operacionalizar os eixos de acção, entre eles um Plano Nacional para a Promoção da Acessibilidade que deverá ser aprovado até Junho deste ano, e a implementação de acções de formação e sensibilização junto de agentes autárquicos, profissionais de turismo e agentes da comunicação social. O Governo prevê ainda a introdução da língua gestual portuguesa para toda a população escolar surda, no programa curricular do ano lectivo 2007/2008 do ensino básico e secundário. Além disso, deverá dispo- Medida 7 Até 2008, abranger 800 pessoas em projectos-piloto de retorno ao trabalho em dez Centros de Reabilitação Profissional Medida 3 Introdução de programa curricular de língua gestual portuguesa, com cobertura de toda a população escolar surda – ensino básico e secundário (2007/2008) Emprego Medida 4 Oferta de manuais escolares e de livros de leitura extensiva em formato digital a 700 alunos cegos e com baixa visão Educação Medida 8 Formação complementar em empreendedorismo – 1000 formandos IEFP Qualificação Medida 9 400 Estágios em Empresas Nacionais com meta de 50% de inserção no mercado de trabalho Medida 5 Seis Centros de Reconhecimento, Verificação e Certificação de Competências para a formação de adultos com deficiências ou incapacidades Medida 6 Formação contínua ao longo da vida de 9500 activos com deficiências ou incapacidades Figura 3 > Eixo 2 nacionais. O Plano prevê ainda medidas ao nível da qualidade de vida para os cidadãos com deficiência. Neste sentido, estão previstas a criação de entidades de apoio para as famílias e a criação de unidades e lares residenciais. Para consulta da primeira versão do projecto do Plano pode aceder ao endereço: www.igfse.pt, no menu Gabinete de Documentação, em Novidades do Catálogo. infoFSE 5 INTERVENÇÕES FSE Investir em pessoas especiais O CARÁCTER INOVADOR E INTEGRADOR DOS PROJECTOS CO-FINANCIADOS PELO FUNDO SOCIAL EUROPEU DIRIGIDOS A PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA FACILITA A MELHORIA DAS RESPECTIVAS CONDIÇÕES DE EMPREGABILIDADE. NA MADEIRA, EM FAFE E EM COIMBRA FORAM IMPLEMENTADOS PROJECTOS DE FORMAÇÃO ADEQUADA ÀS NECESSIDADES DAS EMPRESAS E ORIENTADA PARA ALCANÇAR A PLENA INTEGRAÇÃO SOCIOPROFISSIONAL DESTE PÚBLICO CRIAR COMPETÊNCIAS E FACILITAR A INTEGRAÇÃO No âmbito do Programa Operacional da Madeira, os projectos de formação e integração profissional de pessoas com deficiência têm mostrado resultados EMANUEL FERNANDES significativos EX-FORMANDO No âmbito das intervenções co-financiadas pelo Fundo Social Europeu e orientadas para a integração de pessoas com deficiência – Medida 1.5 Competências Humanas e Equidade Social; Acção 1.5.5 de apoio a indivíduos com dificuldades de inserção, do POPRAM IIII – o Serviço Técnico de Formação e Integração Profissional de Deficientes (STFIPD) tem evidenciado resultados satisfatórios na Região Autónoma da Madeira (RAM). O STFIPD está integrado na Direcção de Serviços de Reabilitação Profissional e Programas Ocupacionais da Direcção Regional de Educação Especial e Reabilitação, tendo por missão proporcionar a formação técnico-profissional de jovens e adultos com deficiência e/ou necessidades educativas especiais, procurando promover o potencial humano através da motivação e da preparação para a integração no mundo do trabalho e dotar os formandos de competências profissionais, através da formação prática e teórica, orientada para as necessidades reais do mercado de trabalho. Todos os cursos de formação profissional satisfazem “as características e interesses da população-alvo e potenciam saídas profissionais”, afirma Elma Barreiro, directora do STFIPD, na medida em que cobrem “áreas onde existem 6 infoFSE necessidades por parte das empresas da RAM”. O melhor indicador disso mesmo é que “muitas delas procuram formandos destes cursos”. Por isso mesmo, “todos os anos recebemos um grande número de inscrições”, sublinha Elma Barreiro, por “sermos o único Serviço vocacionado para dar resposta a este tipo de população”. Assim, “temos de efectuar um processo de selecção onde são tidas em conta as preferências dos candidatos, o seu grau de autonomia, as vagas disponíveis no Serviço e a oferta de locais de formação nos concelhos de onde são provenientes os candidatos”. Porque o desenvolvimento de uma actividade profissional é a forma mais adequada para a realização pessoal e social das pessoas, é “o meio por excelência para a participação activa na sociedade e é a garantia da igualdade de oportunidades”, enfatiza Elma Barreiro. Integrar “pessoas que, à partida, se encontram numa situação de desvantagem perante as exigências e a competitividade das sociedades de hoje constitui um dos fundamentos deste Serviço, de forma a proporciona-lhes não só o aumento da auto-estima mas também a sua integração socioeconómica e garantir-lhes maior autonomia no futuro”, conclui. Desde 2000, altura em que se iniciou o POPRAM III, dezenas de formandos têm conseguido alcançar os objectivos (ver tabela). Emanuel Fernandes, 22 anos, garante que “se não fosse a formação profissional, não sabia o que sei hoje nem estava onde estou”. Após concluir o 9.º ano de escolaridade, este jovem deficiente visual frequentou o curso de Auxiliar Administrativo, de três anos, com a colaboração da Servhábil – Centro de Serviços Administrativos, onde está integrado desde Janeiro de 2005 a desempenhar as funções de escriturário. INTEGRAÇÃO PROFISSIONAL Ano Contratos novos Prorrogação de contratos Contratos sem termo 2000 32 9 7 2001 18 23 15 2002 24 31 16 2003 16 5 7 2004 15 14 8 2005 13 11 3 INTERVENÇÕES FSE MARKTH!NK – POTENCIAR CAPACIDADES PROMOVENDO O MARKETING PESSOAL Mobilizar os diferentes actores socioeconómicos para uma integração realista é o objectivo do Markth!nk. Focalizado no Marketing, este projecto EQUAL ajuda a potenciar as competências das pessoas com deficiência Markth!nk é um dos projectos EQUAL co-financiados pelo FSE e, como tal, uma solução inovadora dirigida a um público especial: as pessoas portadoras de deficiência. Actualmente está em curso a fase de disseminação, no âmbito da Acção 3 da EQUAL, dos seis produtos resultantes, dois dos quais traduzidos em inglês. Sandra Gomes, do Instituto de Desenvolvimento e Investigação em Marketing (IDIM), uma das entidades envolvidas na Parceria de Desenvolvimento coordenada pelo Núcleo Regional do Centro da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral visa actualizar métodos e conteúdos de formação; desenvolver competências relacionais e de marketing relacional; adequar as competências às necessidades das empresas; envolver os empregadores na concepção e desenvolvimento da formação; assegurar às empresas envolvidas vantagens competitivas através do recurso da marca social, aumentando a proximidade das pessoas portadoras de deficiência à sociedade. Esta focalização no marketing justifica-se, segundo José Barros, “para ajudar à mudança de atitudes”, porque “se preparamos os jovens para uma vida normalizada, temos “SE PREPARAMOS OS JOVENS PARA UMA VIDA NORMALIZADA, TEMOS DE SENSIBILIZAR AS OUTRAS PESSOAS DE QUE ELES SÃO CAPAZES DE DAR UMA RESPOSTA JOSÉ BARROS ADEQUADA E CAPAZ”, PRESIDENTE NRC-APPC JOSÉ BARROS (NRC-APPC), sublinha a “utilidade prática” destes produtos na “sustentabilidade do trabalho de Integração dos jovens com deficiência”. José Barros, responsável pelo NRC-APPC, considera este projecto um “dos mais relevantes ao longo da nossa existência”. E já lá vão 40 anos. Há uma manifesta satisfação por materializar neste projecto “o trabalho em rede, com relações de partilha entre todos os intervenientes, a permuta regular e sistematizada de recursos humanos, meios técnicos e informação com valor científico e técnico”. Hoje, esta Parceria de Desenvolvimento traduz “um modelo de gestão participativa que resulta num efeito de capacitação individual e organizacional (empowerment)”. Mas, o que é o MarkTh!nk? Acima de tudo, um passo em frente na missão de promover condições de plena integração das pessoas portadoras de deficiência. Concretamente, de sensibilizar as outras pessoas de que eles são capazes de dar uma resposta adequada e capaz”. Numa altura em que cada vez mais “se fala em responsabilidade social das empresas, queremos que haja uma responsabilidade social de todos”, até porque, não raras vezes, “a família é a primeira a segregar os jovens portadores de deficiência”, refere José Barros. O Markth!nk foi “desenvolvido em interacção com os jovens, empresários e técnicos”, o que permitiu o “desenvolvimento de competências úteis à inserção no mercado de trabalho, potenciar capacidades pessoais nos formandos e o envolvimento das entidades empregadoras na formação e promoção das competências do grupo--alvo”, enfatiza Sandra Gomes. Ao envolver empresários, autarquias e familía no projecto, o MarkTh!nk inovou. Inovação igualmente aplicada ao design, eleito como “boa prá- tica”, já que “relata uma experiência de design inclusivo que explica o processo de criação da identidade visual do projecto”, sublinha Sandra Gomes. Os vários pontos de exclamação, “que simbolizam uma chamada de atenção para as competências destes cidadãos” e que integram a designação do projecto, “foram elaborados pelo próprio grupo-alvo”, tal como todos os produtos necessários à realização das actividades e do merchandising (camisolas, t-shirts, chapéus, sacos, canetas, etc.). A FBA – Ferrand, Bicker e Associados foi o parceiro responsável pelo design gráfico e criativo, que, nesta fase de disseminação, culmina com a publicação de seis manuais de guias práticos – O Manual de Formador em Marketing Pessoal, O Manual de Formando em Marketing Pessoal – Uma Análise Estratégica Orientada para a Procura de Emprego, As Actividades Outdoor como Meio para o Desenvolvimento de Competências em Públicos com Deficiência, O Plano de Marketing Social, Mudar Comportamentos, Inverter Tendências – O Caso Markth!nk, e O Projecto de Identidade Visual. “Os resultados obtidos até aqui foram altamente produtivos e com qualidade”, mas a “nossa missão não se esgota”, conclui José Barros. Dirigido a cerca de 170 pessoas, intervenientes activos no processo de desenvolvimento das capacidades pessoais e relacionais para integração no mercado de trabalho, envolvendo 35 técnicos especialistas na concepção e execução dos produtos e cinco parceiros nacionais, nesta Acção 3 (além do NRC-APPC participaram na Parceria a Fundação Rotária Portuguesa, a Câmara Municipal de Coimbra, a IDIM, a FBA, a Kamaesi; e a nível transnacional os irlandeses da Gandon e o município holandês de Groningen) que lideraram e deram a cara pelos produtos, o MarkTh!nk ilustra na perfeição as vantagens dos princípios EQUAL na melhoria da empregabilidade de públicos desfavorecidos. Para mais informações consultar o endereço www.markthink.org. infoFSE 7 INTERVENÇÕES FSE “PARA REABILITAR É PRECISO TER ALMA” O MOLIS exemplifica, com êxito, como a parceria entre várias entidades favorece as boas práticas no que toca à integração de pessoas com deficiência O MOLIS propõe-se criar um Modelo de Intervenção Social para a Integração Socioprofissional de Pessoas com Deficiência. Este projecto, co-financiado pelo Fundo Social Europeu, através de uma candidatura apresentada ao POEFDS (Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social), no âmbito da acção-tipo “Novas Oportunidades”, resulta de uma parceria entre quatro entidades: a CERCIFAF – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Fafe, CRL; a CERCIPE- ANTÓNIO SOARES EX-FORMANDO NELA – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Penela, CRL; a ARCIL – Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã; e a APPACDM de Évora – Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental. O MOLIS procurou compilar as práticas desenvolvidas nos últimos anos, no âmbito da formação e emprego de pessoas portadoras de deficiência, desde o seu encaminhamento até à sua integração, na medida em que, como explica Luís Roque, director técnico da CERCIFAF – a entidade coordenadora do projecto –,“desde o início das acções de formação e emprego, neste domínio, o que existia era um conjunto de práticas avulsas, que foram sendo pouco avaliadas e muito menos sistematizadas”. Entre 1 de Maio de 2002 e 30 de Abril de 2004, o projecto MOLIS desenvolveu 22 acções transversais para dar a conhecer domínios específicos da reabilitação socioprofissional. Um contributo para aumentar o conhecimento numa área em que a realidade nacional é bem diferente 8 infoFSE da que se verifica na CERCIFAF. É que “a taxa de integração deste público no mercado de trabalho ronda os 21%, segundo o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)”, enquanto “a nossa situa-se nos 78%”, sublinha Luís Roque. LUÍS ROQUE E BELARMINO COSTA CERCIFAF Criada a Parceria, o MOLIS avançou com a constituição de uma equipa técnica, formada por responsáveis em cada local do projecto, e de equipas locais, integradas por técnicos das respectivas organizações. Da concepção à prática, destacam-se várias acções: a formação entre instituições e os empregadores e entre os jovens e as famílias e a formação dos técnicos no campo das várias valências da reabilitação e na avaliação/orientação, encaminhamento, formação profissional e emprego. A constituição de parcerias locais, envolvendo pessoas e agentes destacados das comunidades, permitiu juntar pessoas alheias à reabilitação – os encontros de famílias, com o objectivo de aprofundar a relação institucional com os pais e familiares dos formandos; os encontros de empresários alavancaram as oportunidades de formação e emprego e consolidaram as relações entre as diversas entidades e agentes locais presentes. Maurícia Mendes, da empresa de alumínios Nova Extral, tem participado nesses encontros e a sua empresa, sediada em Fafe, emprega seis funcionários com deficiência, tendo sido reconhecida pelo IEFP com o 3.º Prémio de Mérito de Integração de Pessoas com Deficiência. “No início”, refere, “a adaptação ao trabalho destas pessoas foi complicada”, mas “o acompanhamento e a dedicação incansável dos técnicos foi fundamental à sua integração e hoje são funcionários perfeitamente respeitados, sem qualquer diferença de tratamento e com o mesmo grau de responsabilização que os outros”. António Soares, de 26 anos, ilustra os resultados do MOLIS – trabalha na Nova Extral há dois anos, sendo chefe de turno responsável por nove funcionários. Foi na CERCIFAF que completou a escolaridade, tirou a carta de motorizada, tornou-se atleta e casou. Pai de uma filha, arriscou recentemente comprar casa e o seu próximo passo é tirar a carta de condução. Este campeão nacional de atletismo com uma deficiência mental ligeira confessa que “a CERCIFAF ajudou-me a ter mérito no trabalho, no desporto e até no meu casamento. Ainda hoje, quando tenho alguma dúvida recorro ao Dr. Luís Roque”. Além das acções desenvolvidas que permitiram aferir um modelo comum entre os quatro parceiros, o MOLIS realizou três estudos para acompanhar o percurso dos formandos e ex-formandos, dos profissionais de reabilitação e a satisfação dos beneficiários das acções (empregadores, ex-formandos e famílias). O projecto envolveu mais de duas mil pessoas, que trocaram experiências sobre a integração de deficientes mentais ligeiros ou moderados, cuja formação média ronda os 3/4 anos. Para Belarmino Costa, coordenador da formação profissional da CERCIFAF, “formamos unidades de competência, consoante a aptidão e o desenvolvimento de cada um dos formandos”. Porque para este tipo de formação é preciso “ter alma”. INTERVENÇÕES FSE SENSIBILIZAR AS EMPRESAS PARA A INTEGRAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Aumentar o acesso ao mercado de trabalho em condições de igualdade de oportunidades, por parte das pessoas com deficiência, é um objectivo estratégico O Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (SNRIPD) promoveu a realização de um Estudo, no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional de Assistência Técnica ao QCA III – Eixo FSE (POAT), em 2004 sobre a “Responsabilidade Social do Tecido Empresarial Português na Área da Deficiência” ciente, por um lado, de que esta problemática não se esgota no plano das políticas públicas, e por outro do papel-chave que as empresas poderão assumir na integração sócio-profissional das pessoas com deficiência. pessoas com deficiência através da sua participação nos processos de integração. Neste estudo, realizado pela empresa RH Mais, procedeu-se ao levantamento de bibliografia sobre o tema, de modo a identificar o “estado Estudo, três níveis de intervenção estratégica ou prioritária para os quais foram definidas propostas de actuação, seguindo-se alguns exemplos: 1) Mobilização da Sociedade para a valorização da Responsabilidade Social das Empresas na da arte” no estudo da problemática da responsabilidade social das empresas nesta área particular da deficiência; à determinação e sistematização dos programas e medidas legislativas com intervenção relevante no campo do estudo; e à realização de entrevistas com PME e grandes empresas em Portugal continental, das áreas da indústria, indústria hoteleira e dos serviços, no sentido de conhecer os aspectos positivos e negativos relativamente ao acesso e à integração no mercado de trabalho deste grupo de O objectivo estratégico de longo prazo para a intervenção no âmbito da promoção da responsabilidade social da empresa na área da deficiência é “aumentar o acesso e manutenção do emprego no mercado normal de trabalho, em condições de igualdade de oportunidades, por parte das pessoas com deficiência”. Para tal é necessário alcançar outros objectivos como aumentar a participação voluntária das empresas na promoção do emprego de pessoas com deficiência e o empowerment das pessoas, obedecendo a determinados aspectos. As entrevistas abarcaram instituições públicas (emprego e formação), de ensino regular e superior (particulares e estatais) e vocacionadas para a doença mental, para a deficiência adquirida no local de trabalho, para o apoio a pessoas com deficiência visual, auditiva e motora e para o apoio a pessoas com deficiência. Foram ainda efectuados estudos de caso com pessoas com deficiência. Assim, foram identificados, no âmbito do área da deficiência. • Reforçar campanhas de sensibilização para as capacidades das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, com a participação de grupos de media diversificados. • Intensificar esforços de promoção de uma declaração de princípios dos parceiros sociais sobre a integração. 2) Sensibilização e informação das empresas sobre a integração de pessoas com deficiência. • Produzir materiais para difusão ampla junto das empresas de sensibilização e informação sobre as oportunidades de intervenção. • Maior difusão do Prémio de Mérito para a Integração de Pessoas com Deficiência. 3) Organização dos esforços de intervenção das Organizações não Governamentais das Pessoas com Deficiência. • Reforçar a cooperação e articulação voluntária da actividade das ONG (Fórum da Igualdade). • Criar oportunidades para a promoção da educação superior de pessoas com deficiência e passíveis de apoio das empresas, ao abrigo do estatuto do mecenato. A “estratégia de intervenção de longo prazo no âmbito da responsabilidade social da empresa na área da deficiência deve corresponder a um exercício de parceria liderado pelo SNRIPD que funcionará neste contexto como um catalisador e coordenador de iniciativas”, conclui ainda o estudo. Para mais informações contactar o SNRIPD: Tel.: 217 929 500 - Fax: 217 965 182 Linha Directa Cidadão/Deficiência 217 959 545 [email protected] | www.snripd.pt infoFSE 9 NOTÍCIAS PORLVT fornece 120 profissionais da comunicação partilha do conhecimento em proximidade com os problemas da região” e registou a “alegria evidenciada pelos formandos” destas acções de formação e qualificação. Teresa Moutinho, coordenadora pedagógica dos cursos, evidenciou “o empenhamento e entusiasmo dos formandos” e a qualidade dos resultados alcançados. Joaquim Vieira, que dirige o Observatório da Imprensa, afirmou que esta foi a “mais prolongada e, talvez, mais ambiciosa acção de formação” promovida pelo Observatório de Imprensa com o intuito de “ensinar a comunicar com competência, rigor e eficácia”. Marta Veríssimo e Paula Fidalgo foram os representantes dos formandos na sessão e manifestaram reconhecimento “pela qualificação obtida” e desejo para um próximo desenvolvimento das competências adquiridas. Os oito cursos ministrados envolveram parcerias entre o Observatório da Imprensa e a Escola Superior de Gestão de Santarém e a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, que forneceram o apoio logístico. Os cursos foram financiados pelo PORLVT através do Eixo 2 – Medida 2.4 Formação e Empregabilidade. PROALGARVE cria emprego Os cerca de 120 participantes nos oito cursos de formação na área do Jornalismo e Comunicação realizados no Vale do Tejo apresentaram os trabalhos finais em Santarém, no Teatro Sá da Bandeira, em Janeiro passado. Estas acções de formação, promovidas pelo Observatório da Imprensa, foram co-financiadas pelo Fundo Social Europeu, no âmbito do Programa Operacional da Região de Lisboa e Vale do Tejo (PORLVT). “À volta do Tejo” foi o tema da sessão de apresentação, dominado pela exposição dos trabalhos dos formandos dos cursos Iniciação ao Jornalismo, Fotojornalismo, Técnicas de Paginação e Edição de Imagem, Rádio, Jornalismo Online (nível profissional), Jornalismo Online (iniciação), Infografia e Multimédia, Internet e Intranet. Os cursos foram dirigidos não só a jornalistas e outros profissionais dos media, empenhados em aprofundar conhecimentos em jornalismo e técnicas da comunicação, mas também a profissionais da comunicação institucional e a licenciados de outras áreas, interessados no desenvolvimento de competências em áreas do jornalismo. A formação, sob direcção pedagógica do Observatório da Imprensa, foi conduzida por jornalistas e profissionais com larga experiência docente como Jorge Silva, Luiz Carvalho, Francisco Sena Santos, Paulo Querido, Rui Paulo da Cruz ou Victor Higgs. O gestor do PORLVT, Fonseca Ferreira, observou a “excelência dos resultados alcançados” e alertou para que “se não invertermos o panorama da requalificação dos nossos recursos humanos nos próximos anos, designadamente no aproveitamento dos fundos comunitários, perderemos definitivamente o comboio do conhecimento na União Europeia nos próximos dez anos”. Fonseca Ferreira considera que “a sociedade portuguesa ainda não acordou para a importância decisiva da qualificação nesta era de mudança de uma sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento”, sendo estas acções decisivas para “inverter esta situação”. Por sua vez, António Marques, gestor do programa Valtejo, sublinhou que “a ligação ao território é fundamental, pois só assim se faz a eficaz 10 infoFSE Nos últimos cinco anos, o impacto dos projectos financiados pelo FSE é bem visível na região algarvia, de acordo com o Relatório final da actualização da Avaliação Intercalar do PROALGARVE. O Algarve é, no contexto nacional, a região onde o efeito multiplicador do investimento público dos PO Regionais é mais elevado (20% superior à média nacional). Cada milhão de euros investido no quadro do Programa gera de forma directa cinco novos postos de trabalho permanentes e de forma indirecta cerca de 50 postos de trabalho, 36 dos quais na região. No final de 2006 os projectos aprovados pelo PROAlgarve deverão ter criado cerca de 4 mil novos empregos permanentes e 13 mil empregos temporários. Os valores estimados para as taxas de colocação no mercado de trabalho variam consoante as várias Medidas, atingindo 60% a 70% para as Medidas 3.2 – Ensino Profissional e 3.3 – Promoção da Empregabilidade e do Emprego ao nível local. Um dos projectos que ilustram o alcance da medida 3.3 visa desenvolver o turismo de qualidade. O golfe tem despertado cada vez mais o interesse para a região algarvia. Gerar conhecimento e formar profissionais qualificados nesta área é um factor essencial para que se criem as condições económicas e sociais e se transforme este desporto numa importante indústria associada ao Turismo, captando novos fluxos turísticos geradores de emprego. Em Abril de 2005 iniciou-se a acção de formação de Manutenção de Campos de Golfe, promovida pelo Centro de Formação Profissional de Faro do IEFP. A importância desta iniciativa foi reconhecida pelas entidades regionais, culminando na assinatura de um Acordo de Cooperação entre o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a Direcção Regional de Agricultura do Algarve, a Câmara Municipal de Tavira e a Associação do Sotavento Algarvio, com o objectivo de satisfação dos postos de trabalho a criar a curto/médio prazo, na sequência dos investimentos em curso e a iniciar nesta actividade económica na zona do Sotavento Algarvio. NOTÍCIAS EQUAL lança Redes Temáticas da 2.ª fase As novas Redes Temáticas (RT) criadas pelo Gabinete de Gestão da EQUAL, no âmbito da 2.ª fase da Iniciativa Comunitária, surgem na sequência das desenvolvidas na 1.ª fase, inseridas na estratégia de disseminação de produtos e práticas de referência desenvolvidos pelas Parcerias de Desenvolvimento (PD). O Centro de Congressos de Lisboa foi o palco para o arranque oficial das RT, em Fevereiro passado, sendo indispensável que o objectivo da disseminação seja integrado nos projectos o mais cedo possível. As RT incidem sobre onze domínios de intervenção e são dinamizadas por especialistas, delas se esperando a sistematização de resultados bem sucedidos e recomendações para o desenvolvimento de novas abordagens, novas soluções para as políticas de âmbito nacional, regional e local para o emprego e inclusão. Na Conferência de Lançamento estiveram reunidos representantes da União Europeia, parceiros sociais e especialistas das diversas matérias em debate, além dos representantes dos projectos EQUAL. Para os participantes das Redes as vantagens do trabalho em parceria foram muito significativas, na medida em que puderam aceder em primeira mão ao conhecimento e experiência de outras pessoas; beneficiar do enquadramento técnico do Animador da Rede, debater questões relacionadas com o projecto e receber feed-back de pares e de outros especialistas; encontrar oportunidades de promover e difundir os resultados do seu trabalho e estabelecer novas parcerias. O Gabinete EQUAL convidou cada Parceria de Desenvolvimento a designar dois representantes de parceiros diferentes para participar na Rede Temática que enquadrasse a PD. A resposta não poderia ter sido melhor: 100%. IGFSE promove qualidade e excelência A cultura da qualidade como uma oportunidade de avaliação e melhoria contínuas foi uma referência constante na sessão de sensibilização sobre “Qualidade e Excelência” promovida pelo Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu, em Fevereiro passado, e dirigida aos seus colaboradores. Esta acção insere-se no projecto “Programa de qualidade e excelência do IGFSE”, que se iniciou este ano. Este programa está ser desenvolvido com base na Estrutura Comum de avaliação da qualidade das Administrações Públicas da União Europeia (Common Assesment Framework – CAF), proporcionando a auto-avaliação da organização e o desenvolvimento e implementação de um plano no sentido de melhorar o seu desempenho. “Na Estrutura Comum de Avaliação (CAF) avalia-se a forma como as actividades da organização são desenvolvidas e os resultados alcançados pela mesma, podendo a própria CAF ser alvo de novas versões sempre que houver necessidade de introduzir melhoramentos e simplificações à ferramenta”, referiu Teresa Antunes, directora-geral da Administração Pública, que, durante a sessão, abordou a aplicação da CAF na Administração Pública na Europa. Para partilhar experiências do desenvolvimento de projectos de qualidade e excelência nas suas estruturas, estiveram também presentes, na sessão, representantes do Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS) e do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS). PRIME apoia a "Formação Investimento" Conhecimento, Tecnologia e Inovação são os três pilares do Plano Tecnológico e estão na base da reorientação estratégica do PRIME. Este novo Programa compreende mais meios financeiros, procedimentos mais simples, concentração e selectividade, atendendo às áreas consideradas prioritárias, como são a inovação, a internacionalização e a qualificação dos recursos humanos. Neste contexto de mudança, decidiu-se incluir um conjunto de medidas com o objectivo de promover formação que acrescente valor aos processos de trabalho e às tecnologias utilizadas e desenvolver as competências para as áreas económicas e sociais relevantes para o país. Essas medidas culminaram na publicação da Portaria n.º 1318/2005, de 26 de Dezembro, que respondeu aos seguintes objectivos: desburocratização, através da simplificação das condições de acesso, respondendo desta forma às expectativas das empresas; sensibilização para a adopção de metodologias activas de formação, nomeadamente a formação-acção e a formação à distância, considerando que estas se revelam mais eficazes quando se pretendem alcançar objectivos ao nível da inovação organizacional e da mudança; adequação de valores de referência às condições reais de mercado, designadamente no que concerne ao limite hora aplicável aos formadores estrangeiros e aos formadores envolvidos em acções de formação-acção. As candidaturas, recebidas nos primeiros 45 dias de 2006, representam 27% do total de candidaturas recebidas no ano anterior e 28% do investimento total FSE de 2005. Acresce que o valor médio por projecto é superior em 8000 euros relativamente ao ano anterior, correspondendo a um número médio de formandos envolvidos em formação 1,9 vezes superior ao de 2005. Este redimensionamento dos projectos apresentados pelas empresas, sobretudo as PME que representam 78% das candidaturas de 2006, ganha uma relevância significativa, já que o PRIME se concentra na esfera da procura, sublinhando-se a aposta na “formação investimento”: a que acrescenta valor aos processos de trabalho e às tecnologias utilizadas. infoFSE 11 LEGISLAÇÃO INTERNET PLANO TECNOLÓGICO E ESTRATÉGIA DE LISBOA – 2 EM 1 Partindo da imprescindibilidade da concretização das medidas do Plano Tecnológico para a consecução das metas de Lisboa, foi decidido que o coordenador nacional da Estratégia de Lisboa passaria também a coordenar o Plano Tecnológico. Consequentemente, por motivos de coerência e eficiência, os sites do CNEL e do Plano Tecnológico foram fundidos num portal comum (acessível através do endereço www.cnel.gov.pt bem como www.planotecnologico.pt), que comporta conteúdos comuns à Estratégia de Lisboa e ao Plano Tecnológico e conteúdos específicos relacionados a cada uma dessas agendas. BOLETIM BIBLIOGRÁFICO TEMÁTICO PARA CONSULTA O Centro de Documentação do Instituto de Gestão do FSE elabora Boletins Bibliográficos Temáticos sobre vários assuntos, tendo sido já dedicado à Estratégia de Lisboa, reunindo um conjunto de publicações relevantes e classificadas nestas matérias. Recentemente saiu o n.º 1/2006 do Boletim Bibliográfico Temático, sobre as temáticas da Livre Circulação de Trabalhadores, Mobilidade Profissional, Imigração e Integração de Migrantes. As publicações estão disponíveis ao utilizador interessado na sua consulta, através do acesso ao Catálogo Bibliográfico da área "Gabinete de Documentação" do site do IGFSE, http://biblioteca.igfse.pt/, permitindo a leitura integral e o download de grande parte dos documentos. O boletim temático pode ser consultado através do site do IGFSE (www.igfse.pt), no menú Destaques. REPERTÓRIO DE REFERENCIAIS PROFISSIONAIS E DE FORMAÇÃO Já se encontra disponível no Portal do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) o Repertório de Referenciais Profissionais e de Formação (RRPF). Trata-se de um conjunto organizado e relacionado de dados informativos, validado pela Comissão Permanente de Certificação, que integra, por áreas profissionais, referenciais profissionais (perfis) e de formação (percursos formativos), além de outra informação relacionada com a certificação e com os sectores de actividade. Para mais informações consulte o site: www.iefp.pt ou contacte o Departamento de Certificação do IEFP, através de e-mail: [email protected] ou pelo telefone: 218 614 230. Ficha técnica infoFSE GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA LEGISLAÇÃO NACIONAL – FSE Regulamentação Específica PO AGRO Despacho n.º 26683/2005, de 26 de Dezembro – DR n.º 246, Série II Para efeitos de aprovação dos pedidos de financiamento a apresentar no período de 15 a 31 de Outubro de 2006 no âmbito das acções n.os 7.1 e 7.2 da medida n.º 7 "Formação profissional", do Programa AGRO, com execução exclusiva no ano de 2006, e tendo em conta as restrições orçamentais, procede-se à definição das prioridades. POEFDS Despacho n.º 6741/2006, de 24 de Março – DR n.º 60, Série II Regulamento específico da tipologia de projecto n.º 4.2.5, “Reconhecimento, validação e certificação de competências”, da medida n.º 4.2,“Desenvolvimento e modernização das estruturas e serviços de apoio às políticas de emprego e formação”, do eixo n.º 4, “Promover a equidade das políticas de emprego e formação”, do POEFDS. PRIME Portaria n.º 1318/2005, de 26 de Dezembro – DR n.º 246, Série IB Altera o Regulamento Específico dos Apoios à Qualificação dos Recursos Humanos, aprovado pela Portaria n.º 1285/2003, de 17 de Novembro. Portaria n.º 130-A/2006, de 14 de Fevereiro – DR n.º 32, Série IB Suplemento Aprova o novo Regulamento de Execução do Sistema de Incentivos à Modernização Empresarial (SIME). POR Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve Despacho Conjunto n.º 289/2006, de 27 de Março DR n.º 61 Série II Regulamento específico da intervenção do FSE na tipologia de projecto “Estudos de apoio à formação para a administração local” no âmbito das medidas do eixo prioritário n.º 1, “Apoio a investimentos de interesse municipal e intermunicipal”, dos PO Regionais do Norte, do Centro, de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve. A legislação de apoio também está disponível em: www.igfse.pt/LP/legislacao.asp N.º 17 – 2006 Distribuição Gratuita Edição | Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu Coordenação Técnica | Unidade de Comunicação Produção e Design | Oficina Criativa Jornalistas | Fátima Azevedo e Susana Branco Fotógrafos | Eduardo Martins e Rui Pinheiro Pré-Impressão e Impressão | Estúdios Fernando Jorge Propriedade | Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu, Rua Castilho, n.º 5 - 6.º/7.º/8.º – 1250-066 Lisboa | Tel.: 213 591 600 | Fax: 213 591 603 Tiragem | 15 000 exemplares Depósito Legal | 176612/02 ISSN | 1645-3581 Projecto apoiado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica ao QCA III - Eixo FSE