ARTIGO muitos paratletas de destaque e que representam nosso município em importantes competições, sejam em nível regional, estadual, nacional ou até mesmo internacional. Seria até injusto citar alguns deles neste artigo, pois mesmo os que não se destacam em termos de resultados no paradesporto de alto rendimento, são exemplos vivos e recordistas de sua auto-superação, o que de fato é o mais importante e emocionante na história de cada um. Por meio do Projeto Clarear e do trabalho no Paradesporto, desenvolvido e apoiado pela Prefeitura Municipal de Piracicaba através da Secretaria de Esportes, Lazer e Atividades Motoras – SELAM e com apoio das demais secretarias, essas pessoas podem praticar um esporte ou uma atividade física, seja como forma de buscar uma melhor qualidade de vida, ou mesmo buscar sua superação por meio do paradesporto competitivo. Em ação conjunta das entidades, associações, a sensibilidade do poder público nas políticas públicas implantadas e desenvolvidas pela administração municipal, ação constante do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência – Comdef, entre tantos outros que contribuem e colaboram com esses trabalhos destinados a esse segmento da sociedade, temos alcançado excelentes resultados em Piracicaba, colocando nossa cidade como referência nos trabalhos para esse segmento. No esporte, área que atuamos, podemos destacar a ação da Selam no paradesporto, juntamente com nossos parceiros como a Associação dos Amigos e Paradesportistas de Piracicaba - AAPP, a Fran TT, a Associação Avistar, o Espaço Pipa/Associação Síndrome de Down, o Centro de Reabilitação Piracicaba-CRP, a APAE, a AUMA, a Associação dos Surdos, a Escola Passo a Passo, a Apaspi, o Projeto Crescer, a Associação de Canoagem de Piracicaba - Ascapi, o Projeto Talentos do Tênis de Mesa, entre outras entidades e associações que desenvolvem trabalhos e/ou participam das atividades do Projeto Clarear e das Olimpíadas Especiais. Temos destacados paratletas no basquete sobre rodas, no rugby e no handebol em cadeiras de rodas, no atletismo e na natação. A Fran TT em parceria com a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa e a Selam formam atualmente o Centro de Excelência Paralímpico Nacional na modalidade de tênis de mesa para andantes, e os melhores atletas do país treinam aqui na cidade e viajam o mundo todo em busca de medalhas para nosso país. O Projeto Talentos que desenvolve o tênis de mesa adaptado também é um desses importantes trabalhos. A Ascapi com a canoagem adaptada, o CRP que possui destacado trabalho no paradesporto para os DI’s (Deficientes Intelectuais), tanto no tênis de mesa quanto na ginástica rítmica, inclusive com atletas que já participaram de competições internacionais. A Associação Avistar na participação nas corridas de rua, o Projeto Clarear, todos com excelentes profissionais de educação fí- sica e técnicos que fazem um trabalho exemplar com o paradesporto e a atividade motora adaptada. Ficaríamos horas aqui detalhando cada uma dessas atividades e programas, ou falando dos exemplos de superação de cada um de nossos alunos ou paratletas. Além é claro dos equipamentos e espaços importantes como os veículos adaptados do Projeto Elevar da Semuttran que transportam muitos deficientes físicos, a nossa piscina adaptada e aquecida localizada no Complexo Aquático Municipal (equipamento raro no setor público), o Centro de Excelência Olímpico e Paralímpico de Piracicaba, a Academia Adaptada no Parque da Rua do Porto, entre tantos outros. Mas, o que mais importa em tudo isso que sucintamente abordamos aqui, é que todas essas atividades, em sua essência, buscam e contribuem de maneira muito especial com a interação e inclusão social de nossos cidadãos com deficiência, e isso realmente é o que importa e o que fica na vida de cada um. Seja a inclusão no trabalho, na vida cotidiana, no esporte, na vida pessoal e sentimental, enfim, na plena existência de cada um e nas suas possibilidades de convivência e vivências em nossa sociedade. Foto Arquivo Pessoal Há alguns anos atrás, uma parcela pequena da população poderia afirmar já ter visto uma pessoa com deficiência praticando uma modalidade esportiva, talvez alguns até mesmo duvidassem dessa possibilidade. Num esforço conjunto de associações, órgãos governamentais, federações e confederações, patrocinadores, clubes, outras instituições, e em especial, dos nossos paratletas de todo país, isso já não é mais realidade. Hoje, em todo país, atividades paradesportivas são praticadas por pessoas com deficiência, e muitos inclusive estão participando de competições regulares em várias modalidades, as chamadas modalidades paralímpicas. Em pleno horário nobre das emissoras de televisão, podemos assistir propagandas de alguns patrocinadores, com nossos paratletas em plena atividade, verdadeiros exemplos de superação e determinação. Num país que ainda tem muito a trilhar no esporte olímpico, para se tornar uma grande potência, o paradesporto, suas entidades e os nossos heróis paralímpicos mostram e dão exemplo de como fazer o paradesporto de rendimento e nosso país, brilharem. Só para o leitor comparar, nas últimas Olimpíadas na cidade de Londres, o Brasil posicionouse num melancólico 22º lugar, conquistando apenas 3 medalhas de ouro e 17 no total, enquanto nas Paraolimpíadas, que ocorrem logo após as Olimpíadas, somos uma das 10 maiores potências paradesportivas do mundo, tendo ficado em 7º lugar, com 21 medalhas de ouro e 43 no total. Mas esse sucesso vem do trabalho de todos que atuam no paradesporto, e da incansável determinação de nossos paratletas. Sejam amputados, cadeirantes, paraplégicos e tetraplégicos, deficientes visuais, deficientes intelectuais, atletas com múltiplas deficiências, enfim, superando as barreiras de todos os tipos: das arquitetônicas às de cunho social, e do preconceito e da falta de conhecimento que ainda rondam esse segmento. Muitas são as modalidades paralímpicas, citamos algumas para ilustrar esta matéria para o amigo leitor: basquete sobre rodas, voleibol sentado, natação, atletismo, bocha, futebol de sete para atletas com paralisia cerebral, futebol de cinco para deficientes visuais, halterofilismo, judô para cegos, tênis de mesa, canoagem, entre muitas outras. Antes de cada pessoa com deficiência se tornar um paratleta, certamente ocorreram muitos momentos que exigiram superações de cada um e de seus familiares. Sempre uma história marcante, comovente e que exigiu de cada um e de seus próximos, muita vontade de viver, superar, vencer as barreiras, aprender a “reviver” com alegria, energia, e com as limitações impostas por cada deficiência. Em nosso país, o maior paratleta é o nadador Daniel Dias, um verdadeiro Michael Phelps da natação paralímpica, dono de muitas medalhas e recordes mundiais, e é considerado atualmente o maior paratleta do mundo. Aqui em nossa cidade também temos Prof. Me. João Francisco Rodrigues de Godoy - Johnny Profissional de Educação Física – CREF Nº 013873-G/SP Mestre em Educação Motora Ex-Coordenador do Projeto Clarear e das Modalidades Paralímpicas da SELAM Ex-Conselheiro do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência-Comdef Secretário Municipal de Esportes, Lazer e Atividades Motoras Junho 2014 - APM - Regional Piracicaba 13