Lubrificantes
Prof. Isaias Masiero
Referências:http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_Normalhttp://www.l
ubrificantes.net/lub-002.htm
http://www.interlubri.com.br/ups_manuallub4.htm
ALBUQUERQUE, Olavo A. L. Pires e. Lubrificação. 1 ed. São
Paulo: MacGraw-Hill do Brasil, 1977. 138 p. ;
ROUSSO, Jose. Manual de lubrificação industrial. 4 ed. Rio de
Janeiro: CNI,DAMPI, 1990. 125 p. ;
LUBRIFICAÇÃO
Lubrificar é aplicar uma substância lubrificante entre
duas superfícies em movimento relativo, formando uma
película que evita o contato direto entre as superfícies.
Os lubrificantes são geralmente aplicados entre duas
superfícies sólidas, na maioria dos casos metálicas.
Película lubrificante
Superfícies sólidas
Definição de lubrificante
• São substancias que aplicadas entre
duas superfícies moveis ou uma móvel e
outra fixa forma uma película protetora
que tem a função principal de reduzir o
atrito entre as mesmas.
• O que é atrito?
• Atrito é uma força natural que atua apenas quando um objeto está
em contato com outro e sobre ação de outra força que tende a
colocá-lo em movimento.
Funções da
Lubrificação
•
•
•
•
•
•
Redução do atrito;
Vedação;
Proteção Anticorrosiva;
Limpeza;
Refrigeração;
Transmissão de força;
Lubrificação
• Além de proporcionar a separação de dois
elementos de atrito, a lubrificação também
tem a tarefa de garantir o resfriamento do
local. Para que se conseguir isso, muitas
vezes o lubrificante é transportado ao
local sob condições de alta pressão para
garantir uma rápida circulação do mesmo.
Destilação do petróleo
• Petróleo é uma mistura de diversos hidrocarbonetos
com características diferentes por isso tem pouca
utilidade.
• Por destilação tem-se a separação dos hidrocarbonetos.
Os principais produtos da destilação são:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
* Asfalto
* Diesel / óleo diesel
* Nafta
* Óleo combustível
* Gasolina
* Querosene e querosene de aviação
* Gás liquefeito de petróleo
* Óleos lubrificantes
* Ceras de parafinas
* Coque
Especificação de lubrificantes
• A especificação descreve as exigências mínimas e métodos de
teste para produtos que foram determinados pelo fabricante de
maquinas.
A especificação mais conhecida para fabricantes de graxas e
óleos é por exemplo a especificação MIL do exército dos
Estados Unido.
Um outro exemplo são as especificações AGMA “AmericanGear-Manufactures-Assotiation” que incluem recomendações
para óleos de câmbios em 9 faixas de viscosidade.
A principal ferramenta para determinar estes exigências e
métodos de teste são as normas de ensaios, como por
exemplo normas DIN, ASTM, ISO, VG, etc.
Estas normas facilitam a escolha mais correto possível do
lubrificante a ser usado e assim pode ser obtida um bom
funcionamento do elemento de maquina durante a sua vida útil
esperada.
http://www.lubrificantes.net/esp-001.htm
Especificação de lubrificantes
• DIN é a norma Alemã de Industrias: Deutsche Industrie
Norm.
ASTM ( American Society for Testing Materials ) é a
associação de profissionais nos Estados Unidos para a
normatização de métodos de testes e determinações
para especificações de lubrificantes.
Para determinar a consistência de graxas usa-se na
maioria dos casos a especificação NLGI = National
Lubrication Grease Institute (USA). Exemplo: Molykote
BR-2 plus, onde o numero 2 indica a consistência da
graxa.
Tipos de lubrificantes
• De modo geral podemos escolher entre 4
tipos de lubrificantes:
- lubrificantes oleosos, líquidos e
fluidos lubro-refrigerantes (emulsões)
- lubrificantes graxosos
- lubrificante pastoso
- lubrificante seco (pó ou verniz)
Classificação dos lubrificantes
• SAE: Society of Automotive Engineers (Associação
dos Engenheiros Automotivos)- define a classificação do
lubrificante conforme a necessidade, normalmente está
relacionada a viscosidade do óleo.
• API: American Petroleum Institute (Instituto
Americano de Petróleo)- desenvolve a linguagem para o
consumidor em termos de serviços dos óleos
lubrificantes.
• ASTM: American Society for Testing of Materials
(Associação Americana para Prova de Materiais)- Define
os métodos de ensaios e limites de desempenho do
lubrificante.
Classificação quanto a viscosidade
• Quando um fluido muda do estado de repouso para o de
movimento, ocorre uma resistência ao fluir, devido ao atrito interno
do mesmo. A viscosidade é uma medida desse atrito interno.
• Sua classificação se dá pela norma SAE seguido por números com
dois algarismos (para lubrificantes de motores a explosão). Quanto
maior for esse número, maior será a viscosidade do óleo. Em
termos mais vulgar, digamos "mais grosso". Assim temos: SAE 5,
SAE 10, SAE 20, SAE 30, SAE 40, etc. Esses lubrificantes também
são chamados de monograu ou monoviscoso, pois independente da
temperatura.
• Temos também os óleos multigrau ou multiviscosos. Esses óleos
possuem dois números, sendo o primeiro acompanhado pela letra
W (winter) que significa inverno em inglês, lembrando baixas
temperaturas. Sendo assim, sua viscosidade pode variar de acordo
com a temperatura, atendendo melhor o motor. Ex: SAE 20W 40,
SAE 20W 50, etc.
Classificação quanto ao serviço
•
•
•
•
A norma API classifica o óleo lubrificante quanto ao serviço prestado por
eles (motores que atendem). Sua classificação se dá sempre pela sigla API
seguida da letra S (service) e outra que vai de A até L atualmente. Quanto
mais avançado for a segundo letra, melhor é o lubrificante em termos de
serviço, ou seja, atendem a todos os motores fabricados até hoje. Ex: API
SA, SB, SC, SD, SE, SF, SG, SH, SI, SJ e SL.
Os óleos SA não possuem aditivação e atendem apenas aos motores muito
antigos, fabricados antes da década de 50. Os óleos SL são indicados a
todos os motores fabricados até hoje. Lembre-se, quanto maior o avanço
da segunda letra, mais caro é o óleo.
Se você tem um carro da década de 80 por exemplo, não necessita utilizar
óleos SJ ou SL. Logicamente não trarão problemas, mas seria como se
quisesse colocar uma tachinha com uma marreta. Veja abaixo algumas das
classificações:
SF: De 1980 a 1989;
SG: De 1989 a 1994;
SH: De 1994 a 1996;
SI: De 1996 a 1998;
SJ: De 1998 a 2000;
SL: De 2000 aos dias atuais.
ÓLEOS
• Já os velhos Egípcios usaram produtos para facilitar o
transporte de estatuas em 2400 a.C. Como naquela
época não eram conhecidos óleos minerais e nem
sintéticos, usava-se aceite de olivas.
Com o descobrimento de petróleo e o inicio da
revolução industrial começou o uso do óleo mineral
como lubrificante. O óleo mineral é hoje praticamente a
base de todos os tipos de lubrificantes, sejam
eles hidráulicos, de motores, de engrenagens, de
redutores ou graxas de diversos espessantes ( sabões
metálicos, bentonita, poliureia etc.) Os óleos sintéticos
como por exemplo glicóis, ésteres ou silicones tem a
mesma função como o óleo mineral, porém são
quimicamente mais estáveis e resistem melhor a
temperaturas elevadas ou muito baixas.
Óleos
• Devido as pesquisas e esforços da industria química, os
lubrificantes minerais tem aumentadas nos últimos anos
suas propriedades através de aditivos modernos e cada
vez mais eficientes.
Fora dos aditivos modernos usados nos fluidos minerais,
melhoraram também nos últimos anos os processos de
refinação e fabricação.
• ÓLEOS com hidro-craqueamento
• Um destes processos é o hidro-craqueamento. Com
este processo
consegue-se tirar todos os hidrocarbonetos nãosaturados dos óleos minerais,
deixando-os assim mais estável e resistente ao
envelhecimento (oxidação), menos vulnerável a
formação de emulsão em caso de influencia de umidade
ou água e a formação de vernizes em temperaturas
mais elevadas.
Óleos Minerais
• Os óleos minerais se dividem em:
Parafínicos
Naftênicos
Óleos Minerais
• Óleo mineral de base Parafinicos
• Enquanto os hidrocarbonetos parafínicos formam em sua estrutura
molecular linear, os naftênicos formam em sua maioria ciclos.
• Óleo minerais de base naftênicos
• Os naftênicos em geral são usados para produzir lubrificantes para
baixas temperaturas.
Desvantagem dos naftênicos é sua incompatibilidade com materiais
sintéticos e elastômeros.
• Óleo mineral de base misto
• Para atender as características de lubrificantes conforme
necessidade e campo de aplicação a maioria dos óleos minerais é
misturada com base naftêncio ou parafínico em quantidades
variados.
Naftênicos X Parafínicos
Naftênicos
Parafínicos
• Cadeia fechada;
• Incompatibilidade com
materiais sintéticos e
elastômeros;
• Utilizado para baixas
temperaturas.
• Cadeia aberta;
• Resistentes a oxidação;
• Utilizado para altas
temperaturas.
Óleos sintéticos
•
•
•
•
•
São, ao contrário dos óleos minerais, produzidos artificialmente. Eles
possuem, na maioria das vezes, um bom comportamento de
viscosidade-temperatura com pouca tendência de coqueificação em
temperaturas elevadas, baixo ponto de solidificação em baixas
temperaturas, alta resistência contra temperatura e influências
químicas. Quando falamos em óleos sintéticos temos de distinguir
cinco tipos diferentes:
1. Hidrocarbonetos sintéticos
Entre os hidrocarbonetos sintéticos destacam-se hoje com maior
importância de um lado os polialfaoleofinas (PAO) e os óleos
hidrocraqueados. Estes óleos são fabricados a partir de óleos
minerais, porém levam um processo de sintetização, o qual elimina os
radicais livres e impurezas, deixando-os assim mais estável a
oxidação. Também consegue-se através desde processo um
comportamento excelente em ralação a viscosidade-temperatura.
Estes hidrocarbonetos ¨semi-sintéticos¨ atingem IV (Indices de
Viscosidade) até 150.
2. Poliol ésteres
Para a fabricação de lubrificantes especiais, fluidos de freios, óleos
hidraúlicos e fluidos de corte
os poli-alquileno-glicois, miscível ou não miscível em água tem hoje
cada vez mais importância.
Óleos sintéticos
•
•
•
•
•
•
3. Diésteres
São ligações entre ácidos e álcoois através da perda de água. Certos
grupos formam óleos de ésteres que são usados para a lubrificação e,
também, fabricação de graxas lubrificantes.Os di ésteres estão hoje
aplicados em grande escala em todas as turbinas da aviação civil por
resistir melhor a altas e baixas temperaturas e rotações
elevadíssimas. Dos óleos sintéticos eles tem o maior consumo
mundial
4. Óleos de silicone
Os silicones destacam-se pela altíssima resistência contra
temperaturas baixas, altas e envelhecimento, como também pelo seu
comportamento favorável quanto ao índice de viscosidade. Para a
produção de lubrificantes destacam-se os Fenil-polisiloxanes e Methilpolisiloxanes.Grande importância tem os Fluorsilicones na elaboração
de lubrificantes resistentes à produtos químicos, tais como solventes,
ácidos, etc.
5. Poliésteres Perfluorados
Óleos de flúor- e flúor-cloro-carbonos tem uma estabilidade
extraordinária contra influência química. Eles são quimicamente
inertes, porém em temperaturas acima de 260°C tendem a craquear e
liberar vapores tóxicos.
Características dos
óleos lubrificantes
•
•
•
•
•
•
•
Viscosidade;
Densidade;
Ponto de fulgor e inflamação;
Ponto de fluidez;
Propriedades antidesgaste;
Acidez e alcalinidade;
Demulsibilidade e emulsibilidade.
Viscosidade
• É a resistência de um fluido ao
escoamento.
Principal influenciador: temperatura
Óleos multiviscosos X
monoviscosos
Índice de viscosidade
• Expressão numérica da variação da
viscosidade com a variação da temperatura.
Densidade
• É a relação da massa de um óleo e o volume por ele
ocupado.
Densidade 20/4° C= Densidade do óleo a 20° C
Densidade da água a 4° C
Densidade 60/60° F= Densidade do óleo a 60° F
Densidade da água a 60° F
• Densidade API:
ºAPI =
141,5
Densidade 60/60º F
131,5
Ponto de fulgor e
inflamação
• Ponto de Fulgor: É a
temperatura a que o produto
deve ser aquecido, sob
condições do método, para
produzir suficiente vapor,
para formar, com o ar, uma
mistura capaz de se inflamar
momentaneamente pela
presença de uma chama
piloto;
• Ponto de inflamação: quase
idêntico ao ponto de
fulgor,mas a diferença e que
a inflamação é continua.
Ponto de fluidez
• É a mais baixa temperatura na qual o
óleo ainda flui, nas condições normais do
teste.
Ponto de névoaé a temperatura na qual
começa ser formado os cristais, tornando o
óleo turvo.
Propriedades
antidesgaste
• Extrema pressão: Evitar contato metálico entre as
superfícies, especialmente quando as pressões são
extremamente elevadas.
Propriedades
antidesgaste
Acidez e alcalinidade
Aditivos
Principais funções
dos aditivos
• Aprimorar uma característica já existente
no óleo
Ex: Aumento da resistência à oxidação e do
Índice de Viscosidade.
• Fornecer ao lubrificante nova característica
não existente naturalmente
Ex: Reserva alcalina e proteção antimicrobiana.
Principais aditivos
•
•
•
•
•
Aditivos de Extrema Pressão;
Aditivos Detergentes e Dispersantes;
Aditivos de Adesividade;
Aumentadores do Índice de Viscosidade;
Inibidores de Oxidação e Corrosão.
Aditivos de Extrema
Pressão e Antidesgaste
• Sua função básica é reduzir o desgaste das partes
lubrificadas e protegê-las contra pressões elevadas
decorrentes da operação dos equipamentos.
• As principais substâncias utilizadas para tal fim são:








Carbonato de Cálcio;
Óxido de Zinco;
Betonita(mica);
Grafite;
Parafinas cloradas;
Diesteres sulfurados;
Bissulfeto de Molibdênio;
Naftenatos metálicos (chumbo e alumínio).
Aditivos Detergentes
e Dispersantes
• A principal função destes aditivos é manter
limpas as superfícies metálicas que estão
sendo lubrificadas.
• Compostos orgânicos de alto peso
molecular.
Aditivos de
Adesividade
• Destinam-se a melhorar as características de
adesividade de um óleo ou graxa lubrificante.
• Muito desejada em lubrificantes destinados a
engrenagens abertas, peças sujeitas à força
centrípeta, etc.
• Destacam-se as seguintes substâncias:
 Polímeros de hidrocarbonetos de alto peso molecular;
 Sabões de alumínio;
 Estereato de potássio;
 Ceras de origem animal ou vegetal. (abelha, carnaúba,
etc.)
Aumentadores do
Índice de Viscosidade
• Têm como finalidade principal fornecer aos
óleos lubrificantes características tais, que
a variação de temperatura não acarrete
acentuadas variações na sua viscosidade.
Inibidores de
Oxidação e Corrosão
• A principal função destes aditivos é minimizar a
formação de vernizes e borras, protegendo as
superfícies metálicas contra a corrosão e
oxidação, evitando, por outro lado, a formação de
substâncias ácidas que acarretam a deterioração
do lubrificante, através de sua oxidação.
• Os principais aditivos são:
 Substâncias Fenólicas;
 Aminas Aromáticas;
 Sulfetos Orgânicos;
 Fosfitos.
Oxidação de óleos
Graxas
• São lubrificantes com propriedades de redução de atrito
e desgaste, com consistência graxosa, compostos de
óleo, engrossadas através de espessantes.
Os espessantes das graxas são, sabões metálicos ou
agentes orgânicos ou inorgânicos.
Os principais objetivos são:
- redução de desgaste
- redução de atrito
- proteção contra corrosão
- diminuir ruídos
- reduzir as vibrações
Graxas
• Menos : Eliminar o calor gerado
Mais : Vedação contra o meio ambiente (poeira, água,
etc.).
Evitar fugas do lubrificante (do óleo).
A maioria dos mancais de rolamentos é lubrificada com
graxa, especialmente devido aos problemas de
vedação dos rolamentos.
Graxas com lubrificantes sólidos são, na sua maioria,
previstas para condições de atritos mistos em baixas
velocidades ou elevadas cargas. Estas massas com
lubrificantes sólidos, como por exemplo graxas
grafitadas ou com bissulfêto de molibdênio, podem
aumentar a vida útil dos rolamentos consideravelmente.
Consistência das graxas
• O primeiro passo para escolher a graxa adequada é a informação
da velocidade (rpm) e o diâmetro médio do rolamento para poder
calcular o fator DN que é um fator de rotação calculado
multiplicando o diâmetro médio do rolamento pelo numero de
rotações por minuto.
Tendo esta informação podemos indicar a consistência adequada:
Consistência de Graxa
• Classe- NLGI
Descrição
DN (mm/min)
00
graxa fluida
1 até 1,2 x 106 (Max. 1,5 x
106)
0a1
rotação elevada
até Max. 1x 106
2
normal
até Max. 800.000
3
normal
até Max. 400.000
4
graxa vedante
até Max. 50.000
Penetração (ASTM D217 / IP 50)
Consistência é uma medida de qualidade de graxas lubrificantes. O aparelho de
ensaio para medir a consistência de uma graxa é o penômetro.
Para medir a consistência usa-se um cone, um copo com o material a ser analisada e uma escala em
1/10 mm. O ensaio é feito com 25°C e mede-se, quantos mm o cone penetra na massa.
Consistência da graxa
• A consistência é indicada conforme tabela NLGI ( National
Lubricating Grease Institute ).
A classificação mais simples de consistência de graxa lubrificante é
dividida em 9 classes e medida como penetração trabalhada ( 60
ciclos ) como por exemplo:
• Consistência de graxas
• Classe de consistência
Penetração trabalhada
(1/10 mm)
00
400 – 430
0
355 – 385
1
310 – 340
2
265 – 295
3
235 – 255
• Responsável pelo grau de consistência é mais a quantidade de
espessante usado na fabricação do que a viscosidade do óleo
básico.
http://www.lubrificantes.net/esp-002.htm
Graxas com sabão de cálcio
•
As graxas fabricadas com sabão de cálcio, óleo mineral e aditivos são
lubrificantes cada vez menos encontrados nas linhas de produtos
ofertadas pelos fabricantes. Em geral estes produtos estão hoje sendo
substituídos na maioria dos casos pela graxa a base de sabão de lítio.
A grande vantagem da graxa com sabão de cálcio é a sua facilidade
de fabricação e seu custo final ao usuário.
As vezes estes lubrificantes ainda encontram campos de aplicação
onde podemos lubrificar freqüentemente e onde queremos uma boa
resistência à água.
Um destes pontos de aplicação são cabos de aço, chassis e molas de
veículos pesados.
Nestes casos ainda encontramos graxa grafitada com sabão de cálcio.
Graxas com sabão de cálcio
• A grande desvantagem das massas com sabão
de cálcio é o seu baixo ponto de gota: estas
graxas tem uma faixa de uso muito limitada com
relação a temperaturas mais elevadas.
Com temperaturas acima de 80 °C o sabão de
cálcio começa a se fundir e sendo assim
o óleo básico começa a sair do ponto de
lubrificação.
Faria por exemplo pouco sentido fabricar uma
graxa com sabão de cálcio e óleo básico
sintético.
Graxas de sabão de lítio
•
Os lubrificantes mais usadas são as graxas de sabão de lítio. São
massas lubrificantes de óleo mineral ou sintético que foram
espessadas através de sabão de lítio e ácido orgânico (resistente a
água).
O ponto de fusão do sabão de lítio é de 180 °C, o que permite usar o
produto até uma faixa de temperatura de 140 °C por curtos períodos.
A maioria das graxas de sabão de lítio são aditivadas com
antioxidantes, aditivos EP (Extrema Pressão), anticorrosivos,
melhoradores de índice de viscosidade e aditivos de adesividade
(tacking agent). Além destes aditivos existem massas de sabão de lítio
com aditivação de lubrificantes sólidos como Bissulfêto de Molibdênio
grafite ou lubrificantes sólidos brancos como PTFE
(Politetrafluoretileno).
Graxas de sabão de lítio
• Óleos sintéticos, como alquilenoglicoís ou ésteres são
usados em graxa de sabão de lítio semi-fluido para a
lubrificação de pequenos moto-redutores.
Polialphaoleofinas (PAO) são usadas como óleo básico
para graxa especialmente desenvolvida para a
lubrificação de materiais plásticos ou sintéticos.
Em casos para temperaturas extremamente baixas
existem graxas de sabão de lítio com óleo de silicone ( 75 °C). Graxas de lítio com óleos sintéticos a base de
ésteres podem ser usadas até – 60 °C.
Graxa de silicone
• Devido a ampla faixa de temperatura de uso, a graxa de
silicone destaca-se das outras graxas sintéticas. Dependendo
do tipo de graxa de silicone, esta faixa de temperatura de uso
pode variar de -75ºC até +290ºC
Enquanto as graxas para baixas temperaturas até -75ºC usam
em geral sabão de lítio como espessante os produtos até
+290ºC são espessados com fuligem, Azul Indanthren,
Phthalocyanine(pigmento azul), sabão complexo de alumínio
ou Aril ureias.
Graças à sua inércia química, o silicone esta sendo usado cada
vez mais na indústria de alimentos. Existem hoje Compostos
de silicone que possuem liberação FDA e NSF, órgãos
regulamentares de uso de produtos em contato com alimentos.
Graxa de silicone
• Em estufas de secagem de pinturas, aonde também temos altas
temperaturas, a graxa de silicone não está sendo mais
recomendada, devido ao fato que o silicone pode impedir a fixação
da tinta.
Neste caso recomenda-se de usar produtos com base de outros
óleos sintéticos indicados para altas temperaturas.
Graxa de silicone
• Demais vantagens de graxa de silicone:
- Excelente estabilidade a oxidação
- Resistência a produtos químicos
- Resistente a radiação
- Não ataca ou incha elastômeros, materiais
plásticos(recomendamos testar antes!)
- Em alguns casos serve como lubrificante permanente
Graxas grafitadas
• A graxa grafitada com lubrificantes sólidos , na sua
maioria,é prevista para condições de atritos mistos em
baixas velocidades ou elevadas cargas. Estes produtos
com lubrificantes sólidos, como por exemplo graxas
grafitadas ou com bissulfêto de molibdênio, podem
aumentar a vida útil dos rolamentos consideravelmente.
Geralmente a graxa com bissulfêto de molidênio é
indicada para mancais lisos e mancais de rolamentos,
enquanto a com grafite é mais indicada para a
lubrificação de cabos de aço e engrenagens abertas.
Graxas grafitadas
• Desvantagem dos dois lubrificantes sólidos acima
citados é sua cor preta e sendo assim eles tem sua
aplicação restrita em diversos segmentos da indústria
como por exemplo na indústria têxtil, alimentícia,
farmacêutica etc.
Para estes casos de aplicação foram desenvolvidos
produtos com lubrificantes sólidos brancos a base de
PTFE (politetrafluoretileno), oxido de zinco etc.
Quando encontramos massas com cobre, alumínio,
zinco ou outros lubrificantes sólidos em geral não são
graxas, mas sim pastas de montagem.
Graxas alimentícias
• Todos os lubrificantes alimentícios são produtos que podem entrar,
acidentalmente,em contato com alimentos, medicamentos ou
produtos cosméticos. Essencial para as graxas alimentícias é que
elas não tenham influência sobre o sabor, cheiro ou cor dos
alimentos ou produtos médicos e que igualmente não haja ameaça
à saúde do consumidor.
Consequentemente, a fabricação e distribuição de graxas atóxicas
precisa estar de acordo com os regulamentos adequados, e
procedimentos aprovados.
Nos E.U.A. dois órgãos regulamentadores estão envolvidos nesta
área:
1. FDA (Food and Drug Administration - Administração de alimentos
e medicamentos)
2. NSF (National Science Foundation - Fundação Nacional de
Ciencias) A marca de NSF é mundialmente reconhecida para a
identificação de produtos.
No Brasil o órgão regulamentador é o DIPOA(Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Animal) subordinado ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Graxas alimentícias
• A maioria das graxas alimentícias é fabricada com óleo mineral
branco e aditivos aprovados pelos órgãos regulamentadores.
Outras exigências para graxa alimentícia:
- sem odor ou gosto
- grande resistência à lavagem por água
- excelente adesividade
- resistência a grandes cargas
- repelir a umidade
Como o sabão de lítio é um sabão metálico, este espessante não
pode ser usado em lubrificantes para a industria alimentícia. Neste
caso são indicadas graxas a base de sabão de alumínio ou
alumínio-complexo.
Natureza de Espessante
Lítio
Cálcio
Sódio
Aluminio
Temp. Fusão
Ponto de gota
180 - 260
90 - 110
150 - 200
110 - 120
Temp. Máx.
aplicação
140-180
70
120
60
Estabilidade
mecânica
Boa
Má a
excelente
Má a
boa
Má a
boa
Resistência
à água
Boa
Excelente
Má
Excelente
Adesividade
Boa
Má
Excelente
Excelente
Exercício
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
No que consiste a lubrificação?
Qual a definição de lubrificante?
O que é atrito?
Qual a função de um lubrificante?
Quais são os tipos de lubrificantes?
Como se classificam os lubrificantes?
Qual aplicação é mais indicada para lubrificantes parafínicos? E
naftênicos?
Quanto à origem, como se classificam os lubrificantes?
O que é viscosidade?
O que são graxas?
Um mancal de deslizamento que opera sob alta pressão e em
baixa rotação deve ser lubrificado com óleo ou graxa? Justifique.
O que é ponto de viscosidade do óleo lubrificante?
Exercícios
13. Como se dividem os lubrificantes minerais?
14. Como se dividem os lubrificantes sintéticos?
15. Quais são as exigências de uma graxa alimentícia?
16. Como se mede a consistência de uma graxa?
17. Quais são as diferenças entre óleos naftenicos e parafinicos?
18. Para que servem as graxas a base de silicone?
19. Quais as características dos óleos lubrificantes?
20. Que é um óleos monoviscoso e um multiviscoso?
21. Qual é a diferença entre o ponto de fulgor e o ponto de inflamação?
22. Quais são as conseqüências da oxidação dos óleos lubrificantes?
23. Qual é o objetivo de agregar lubrificantes sólidos (grafita, bissulfeto
de molibidênio) nas graxas?
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