ZOOLOGIA GERAL 2° Período de Agronomia e Veterinária UNIPAC – Uberlândia / MG Laurisley Marques de Araújo A designação deste filo revela o aspecto mais distintivo destes animais (l. mollis = mole). O filo dos moluscos é o segundo maior filo animal com mais de 100000 espécies vivas e é um importante filo na linha evolutiva dos invertebrados protostômios (blástoporo dá origem a boca) Os moluscos são animais invertebrados, de corpo mole, viscoso; às vezes com concha calcária; presença de rádula (Gastrópodos e Cefalópodos); pluricelulares; protostômio, Tribblásticos e celomados. Apesar da maioria ser marinha, caracóis e lesmas invadiram os meios de água doce e terrestre. A maioria dos moluscos é de vida livre, movendo-se lentamente e em relação íntima com o substrato. os Apesar da enorme variedade de formas, moluscos possuem um conjunto de características básicas comuns: Simetria bilateral – em alguns casos a simetria é alterada durante o desenvolvimento embrionário, por fenómenos de torção; Corpo mole – geralmente coberto por uma concha calcária, produzida pelo manto. O corpo pode ser dividido nas seguintes partes: Cabeça, Massa Visceral e Pé. O Pé - órgão musculoso utilizado na locomoção, captura de presas, natação, etc., pelo que pode ser extremamente modificado; Massa Visceral Cabeça Pé Sistema Digestivo – completo, com boca e ânus, e com órgãos diferenciados (faringe, esófago, estômago, intestino e glândulas digestivas anexas); Sistema Circulatório - exceto nos cefalópodes, o sistema circulatório é aberto, ou seja, parte do trajeto do sangue é feito fora de vasos sanguíneos, em espaços designados lagunas, o que para animais de movimento lento será suficiente. O coração localiza-se dorsalmente; Reprodução – a grande maioria dos moluscos apresenta os sexos separados, com fecundação externa nos animais aquáticos. Algumas espécies, no entanto, apresentam fecundação interna ou metamorfoses. Os gastrópodes (gr. gaster = ventre + podos = pé) são o grupo de moluscos mais numeroso e diversificado, representando mais de 4/5 das espécies do filo. São gastrópodes, além dos caracóis, as lesmas, lebres do mar (também conhecidas por tintureiras), lapas e búzios. Apesar de algumas espécies serem terrestres, a maioria á aquática, principalmente marinha. O seu tamanho é muito variado, desde minúsculos caracóis aquáticos com 1 mm a uma espécie australiana com 70 cm de comprimento. A maioria dos gastrópodes apresenta uma concha univalve, achatada ou espiralada, no interior da qual se aloja a massa visceral. Algumas espécies têm um opérculo, que tapa a entrada da concha quando o animal se recolhe. O pé ventral é largo e em forma de palmilha, coberto por numerosas glândulas mucosas. Todos os gastrópodes, herbívoros ou predadores, apresentam rádula. Os gastrópodes marinhos respiram por brânquias localizadas na cavidade paleal, enquanto os terrestres não as apresentam. Neste caso, as trocas gasosas são realizadas pelo manto, que se encontra muito vascularizado na cavidade paleal, que funciona como um pulmão. A maioria dos gastrópodes são hermafroditas (caracóis, por exemplo), mas existem formas que apresenta os sexos separados, (dióicos) Os bivalves são todos aquáticos e em grande parte marinhos. O seu tamanho é muito variável, desde 1 cm até animais tropicais com 1,5 m de diâmetro e 250 Kg de peso. São organismos filtradores; dióicos. Exemplos: Mexilhões e Ostras O corpo encontra-se comprimido lateralmente, alojado numa concha bivalve, pelo que não apresentam cabeça distinta. O pé tem forma de machado, sendo usado para cavar no lodo e na areia. As valvas da concha articulam-se na charneira e são fechadas por acção de fortes músculos a ela associados. Os sexos são separados mas sem diferenciação morfológica, a fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto. Estes animais alimentam -se por filtração, não possuindo rádula. Entre os cefalópodes encontram-se os maiores, mais rápidos e mais inteligentes de todos os invertebrados. Podem apresentar tamanho relativamente reduzido, cerca de 2 a 3 cm de comprimento, ou atingir os 16 metros (dos quais 10 correspondem aos tentáculos) ou mesmo mais, das lulas gigantes. Os cefalópodes (gr. kephale = cabeça + podos = pé) apresentam o pé transformado em tentáculos, oito ou dez, providos de ventosas e que rodeiam a boca. Nos chocos, além dos oito tentáculos vulgares, como nos polvos, existem dois com que capturam as presas, que podem ser projetados com grande rapidez. Nas lulas também existem dois especializados na captura de presas. tentáculos A cabeça destes animais é distinta e apresenta olhos muito eficientes, semelhantes aos dos vertebrados, bem como órgãos dos sentidos químicos e tácteis muito desenvolvidos. Todos são predadores eficientes, possuindo fortes mandíbulas córneas em forma de bico de papagaio e rádula. O sistema circulatório é fechado, ocorrendo toda a circulação sanguínea no interior de vasos. Além do habitual coração dorsal, estes animais apresentam um segundo conjunto de pequenos corações junto das brânquias, o que aumenta grandemente a velocidade de circulação sanguínea nos órgãos respiratórios e, consequentemente, a taxa metabólica. Além de excelentes predadores, são igualmente eficientes na fuga e na camuflagem, devido á sua capacidade de mudar a cor e a textura do seu revestimento, bem como devido à bolsa do ferrado, que produz uma tinta negra que perturba um possível atacante. A mudança de cor e mesmo de textura do corpo pode ser extremamente rápida e está intimamente associada ao sistema nervoso dos cefalópodes. A inervação selectiva de células especiais da pele cromatóforos - origina um padrão de manchas, que ao olho humano resulta em alterações bruscas de pigmentação. Os cefalópodes têm os sexos separados, a fecundação é interna e formam ovos ricos em vitelo, dos quais emergem jovens por desenvolvimento direto. Os machos apresentam um braço especializado - hectocótilo - na transferência de um saco de esperma - espermatóforo - para o corpo da fêmea. O hectocótilo é facilmente identificado pois não tem ventosas na extremidade. Após a transferência de esperma o casal separa-se e a fêmea irá, então, fecundar os seus óvulos quando mais lhe convier. Em polvos a fêmea pode armazenar o espermatóforo no interior da cavidade paleal durante dois meses, até encontrar um local adequado para depositar os ovos. Geralmente existe algum grau de cuidados parentais, especialmente entre os polvos. As fêmeas colocam os ovos numa pequena cova, que guardam durante desde algumas semanas até 8 meses, dependendo da temperatura da água. Não se alimentam durante esse período, morrendo pouco depois que os jovens nascem. Em lulas é igualmente frequente os progenitores morrerem imediatamente após o acasalamento, deixando os ovos envoltos em finas membranas ancorados no fundo arenosos do oceano. Hospedeiros de Doenças. (Esquistossomose ou Barriga d´água O caramujo é o hospedeiro intermediário do Miracídio) Destruição de lavouras Biólogo Especialista em Biologia Forense. Professor de Zoologia – UNIPAC. Laurisley Marques de Araújo Uberlândia , MG [email protected] [email protected]