Número 1 – OUTUBRO MMXI
NEWSLETTER
Mensagem aos novos Cavaleiros
e Damas
Ficha Técnica
Aliquam
Director:
S.E Lugar Tenente Cav. Gr. Of.
Dr. Gonçalo Figueiredo de
Barros
Redacção:
Cav. Com. Dr. Francisco de
Mendia
SUMÁRIO
Novo Grão-Mestre………...2
Confirmação Conselho……2
Investidura em Évora……...3
A heráldica da Ordem…….4
S.S. Papa João Paulo II......9
O Grão-Magistério……….11
Agenda.............................13
A Cavalaria é definida como
auto-disciplina, generosidade e
coragem. Quem não tiver a firme
vontade de desenvolver e aprofundar estes compromissos na sua
vida nunca poderá tornar-se num
verdadeiro Cavaleiro ou Dama.
É nestes termos que se inicia o
Preâmbulo dos Estatutos da
Ordem de Cavalaria do Santo
Sepulcro de Jerusalém. É nestes
termos, também, que qualquer
membro da nossa Ordem, em
consciência, se deve colocar
perante os vínculos voluntariamente assumidos para com a
Ordem e perante Deus.
Foi há cerca de nove séculos que
a nossa Ordem foi fundada por
Godofredo de Bulhão, muitos
foram os Cavaleiros que, desde
aí, se bateram com denodo dando
a vida em defesa da sua Fé, dos
lugares santos e na ajuda
generosa aos fracos e aos que
precisavam de protecção.
Hoje, em circunstâncias diferentes, cabe aos membros da mesma
Ordem assumir com coragem, à
semelhança
dos
Cavaleiros
nossos antepassados, a luta por
eles iniciada na busca da justiça e
da paz. Sendo a Ordem do Santo
Sepulcro uma Ordem Pontifícia é
na obediência às regras da Igreja
Católica e na absoluta fidelidade
ao Santo Padre que assentará o
desenvolvimento deste compromisso.
Só assim será possível aprofundar
em cada Cavaleiro e Dama a
espiritualidade que lhes permitirá
ser exemplos e portadores de uma
sólida conduta moral e de sentimento cristão transformando-os
numa verdadeira milícia ao
serviço de Deus.
É na tradução prática e comsequente destes princípios de
aprofundamento da nossa vida
pessoal, fidelidade ao Papa e
generosidade no apoio aos nossos
irmãos da Terra Santa que
seremos dignos de honrar o nosso
vínculo a esta muito antiga
Ordem e seremos merecedores da
confiança que o Santo Padre em
todos nós deposita.
Gonçalo Figueiredo de Barros
Lugar-Tenente
Newsletter da Lugar-Tenência de Portugal
da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém
Número 1 – OUTUBRO MMXI
Novo Pró-Grão Mestre da Ordem
nomeado por Bento XVI
ACTUALIDADE
Celebrações em Fátima
As celebrações aniversárias
das aparições que se
realizaram no passado dia 12
de Outubro no Santuário de
Fátima contaram com uma
comitiva de 16 membros da
Ordem. Um total de 13
Cavaleiros e três Damas
estiveram presentes nas
cerimónias.
25 anos de ordenação
sacerdotal
Cumpriram-se 25 anos de
ordenação sacerdotal do nosso
Cerimoniário Eclesiástico Cav
Com. Pe. Gonçalo
Portocarrero de Almada no
passado dia 25 de Agosto. A
Ordem associou-se a esta
efeméride comparecendo com
muitos dos seus membros na
Basílica dos Mártires.
Sua Santidade o Papa Bento XVI
nomeou para o cargo de PróGrão Mestre da Ordem de
Cavalaria do Santo Sepulcro de
Jerusalém,
Sua
Excelência
Reverendíssima
Monsenhor
Edwin Frederick O'Brien.
A Lugar-tenência portuguesa
associa-se aos votos e compromissos que o Senhor GovernadorGeral e Sua Excelência Reverendíssima Monsenhor Giuseppe
de Andrea tão claramente
expressam
na
mensagem
desejando ao novo Pró-Grão
Mestre o maior sucesso no
desempenho da sua importante
missão.
Expressamos nesta altura, a nossa
profunda amizade e reconhecimento a Sua Eminência o
Cardeal John Patrick Foley,
nosso Grão-Mestre Emérito, por
tudo quanto deu à Ordem e pelo
sacrifício pessoal com que o fez.
Monsenhor Edwin Frederick
O'Brien nasceu, em Bronx (New
York), a 8 de Abril de 1939 (72
anos), foi o décimo quinto
Arcebispo de Baltimore, serviu,
anteriormente, como Arcebispo
para os Serviços Militares Norte
Americanos, entre 1997-200 e foi
o Coordenador, em 1979, da
Visita Apostólica do Santo Padre
João Paulo II a Nova Iorque .
Sobre o perfil de Mons. O’Brien,
o "The Baltimore Sun" referiu:
"Ele saltou de aviões militares,
serviu em selvas durante a Guerra
do
Vietname
e
viajou
extensivamente para zonas de
batalha actual no Afeganistão e
no Iraque.
Em resposta ao nosso LugarTenente, o novo Pró-Grão Mestre
agradece a carta de felicitações
recebida e refere que, “sem
dúvida que estou ansioso por
agarrar os desafios que me
esperam. Tenho expectativa para
trabalhar no futuro com os
Cavaleiros e Damas da Ordem
Equestre.
Grão-Magistério da Ordem confirma
novo Conselho da Lugar-Tenência
Sua Excelência Reverendíssima
Giuseppe de Andrea, Arcebispo
Assessor da Ordem do Santo
Sepulcro, após conselho da
presidência do Grão-Magistério
aprovou o novo Conselho da
Lugar-Tenência portuguesa.
Desta forma, o novo Conselho
que apoiará S.E. o Lugar-Tenente
Cav. Gr. Of. Dr. Gonçalo
Figueiredo de Barros, fica
composto pelo novo Chanceler
Cav. D. Nuno de Bragança van
Uden, pelo Secretário Cav Gr.
Cr. Eng. António de Mattos e
Silva, pelo Tesoureiro Cav. Com.
Dr. Francisco de Mendia, pelo
Revmo.
Cerimoniário
Eclesiástico Cav. Com. Pe. Gonçalo
Portocarrero de Almada e pelo
novo Cerimoniário Leigo o Cav.
D. Miguel de Bragança van
Uden.
Foram ainda nomeados três
Conselheiros, o Cav. Gr. Cr. Eng.
Luiz Folhadela de Oliveira,
presidente da Delegação Norte, o
Cav. Com. Eng. José Paulo de
Barahona,
presidente
da
Delegação Sul e o Revmo.
Cónego Cav. Com. Doutor João
Seabra.
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Número 1 – OUTUBRO MMXI
Lugar-Tenência investe 19 novos
Cavaleiros e Damas em Évora
ACTUALIDADE
Reunião de candidatos
no CEQ
Realizou-se no passado dia 24
de Setembro uma reunião
com palestras para preparação
dos candidatos à ordem. Entre
os temas foi abordada a Terra
Santa, a sua importância e
significado, a história da
ordem, a sua organização e
estatutos e o uso das insígnias.
No final houve um jantar e
uma noite de fados.
Novo Prior no Sul
Sua Excelência
Reverendíssima D. José
Alves, Arcebispo de Évora é o
novo Prior da Delegação Sul.
Esta delegação foi revitalizada
sob a presidência do Cav.
Com. Eng. José Paulo de
Barahona.
A Lugar-Tenência portuguesa da
Ordem de Cavalaria do Santo
Sepulcro de Jerusalém vai investir
mais 19 novos Cavaleiro e
Damas no próximo dia 23 de
Outubro na cidade de Évora.
A organização da investidura vai
ser responsabilidade da Delegação Sul da Lugar-Tenência e
do seu presidente, o Cav. Com.
Eng. José Paulo de Barahona.
As cerimónias iniciam-se no dia
22 no Convento dos Lóios com
uma reunião do Capítulo com os
novos Cavaleiros e Damas e com
a presença de S.E. o ViceGovernador Geral da Ordem, o
Eng. Adolfo Rinaldi e do
membro do Grão-Magistério,
S.E. o Lugar-Tenente Honorário
Conde de Rezende.
De seguida realiza-se a Velada de
Armas na Igreja do Carmo, sendo
o dia finalizado com um jantar no
Palácio dos Duques de Cadaval.
No dia seguinte, tem lugar pelas
11h na Sé Catedral de Évora, a
cerimónia de investidura presidida por Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Arcebispo de
Évora e terá a presença do
Senhor Núncio Apostólico D.
Rino Passigato, e do Senhor
Arcebispo Emérito de Évora, D.
Maurílio de Gouveia, membro da
Ordem.
Os investidos são o Senhor
Arcebispo de Évora, D. José
Alves, S.A. a Infanta D. Maria
Adelaide de Bragança, Dr.
António Ricardo Bravo Mexia
Chaves Costa, Eng. Francisco
Fernando de Queiroz Pinto Leite,
Dr. Frederico José Alarcão de
Albuquerque Perry Vidal, Dr.
Guilherme Frederico Baptista da
Costa de Abreu Loureiro, Dra.
D. Joana de Melo Correia
Coelho de Campos de Melo
Ramos, Dr. João Bernardo
Cassola de Sousa Galvão Teles,
Dr. D. João Neto de Saldanha de
Oliveira e Sousa, Conde de Rio
Maior, Emb. Dr. Jorge Alberto
Nogueira de Lemos Godinho,
José Luís Cabral da Gama Lobo
Salema, Eng. Luís Frederico
Grases Santos Silva Rauter, Dr.
Manuel Rebelo Teixeira de Melo
Ramos, Dra. D. Maria da Luz
Novaes Pimenta Teixeira de
Carvalho Perry Vidal, Dra. D.
Maria
Matilde
Pessoa
de
Magalhães Figueiredo de Sousa
Franco, Dr. Miguel Dias de
Castro Mendonça, Dra. D.
Sandra Emanuel Nunes dos
Santos Martins de Matos Chaves
Costa, Dra. Teresa do Rosário
Pinheiro Saramago de Carvalho
Marques dos Santos e General
Vasco Joaquim Rocha Vieira.
Durante a cerimónia serão ainda
comferidas as insígnias da Cruz
de Mérito à Sra. D. Isabel
Simões, secretária da Ordem.
Recebem promoções, o Prof.
Doutor Pedro Mário Soares
Martinez a Cavaleiro Grã-Cruz, a
Dra. D. Maria Margarida
Monteiro Galvão Teles Ferreira
da Fonseca a Dama de Comenda,
o Dr. José Paulo de Barahona
Cruz e Silva, o Dr. Nuno da
Câmara Pina de Sousa Mendes e
o Revmo. Pe. Gonçalo Nuno Ary
Portocarrero
de
Almada,
Cerimoniário Eclesiástico da
Ordem, a Cavaleiros Comendadores.
A esta cerimónia assistirão
SS.AA.RR. os Duques de
Bragança, os membros do GrãoMagistério anteriormente referidos, bem como representantes
da Ordem Soberana e Militar de
Malta, Real Ordem de Nossa
Senhora da Conceição de Vila
Viçosa e da Ordem Real de Santa
3
Isabel.
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Número 1 – OUTUBRO MMXI
OPINIÃO
Cav. Dr. Lourenço Correia de Matos
A representação da insígnia da Ordem da Cavalaria
do Santo Sepulcro de Jerusalém na heráldica
dos seus membros
O regulamento para o uso das insígnias da Ordem de Cavalaria do Santo
Sepulcro de Jerusalém na heráldica dos seus membros encontra-se
consignado no título I, artigo 3.º do II Apêndice à Constituição da
Ordem1. Sendo este documento aprovado por Sua Santidade o Papa
Paulo VI a 8 de Julho de 1977, a regulamentação heráldica existe, pelo
menos, desde esta data, podendo no entanto ter sido estabelecida muito
anteriormente.
Pretende-se, com este regulamento, disciplinar a representação das
insígnias dos membros desta milícia na heráldica, familiar ou pessoal,
consoante o grau que o titular do brasão possui na Ordem. A correcta
aplicação destas regras permite que, da simples observação de uma
composição heráldica onde figure a pentacruz de Jerusalém, se infira o
grau que o seu utente tem na Ordem.
Figura 1 - Cavaleiro (desenho
de José Bénard Guedes)
O regulamento estabelece o seguinte: os cavaleiros usam a cruz da
Ordem, simples – sem os troféus militares que encimam as insígnias de
todos os graus – pendente de um nó de negro (figura 1); os cavaleiros
comendadores a mesma cruz simples, mas pendente de uma fita de
negro que sai da base do escudo (figura 2); os cavaleiros grandes-oficiais
usam a cruz encimada pelos troféus, pendente de uma fita negra saindo
dos flancos do escudo (figura 3); os cavaleiros grã-cruzes usam a mesma
insígnia que os grandes-oficiais – cruz e troféus –, igualmente pendente
de uma fita negra mas saindo esta do chefe do escudo (figura 4).
Figura 2 - Cavaleiro
comendador (desenho de José
Bénard Guedes)
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Número 1 – OUTUBRO MMXI
Segundo o mesmo regulamento os cavaleiros de colar, os membros do
Grão-Magistério, os Lugares-Tenentes e os Grão-Priores usam as armas
da Ordem – a pentacruz de vermelho em campo de prata –, partidas
com as suas, ocupando a cruz de Jerusalém a primeira pala do escudo.
Os Prelados que sejam membros da Ordem podem esquartelar as suas
armas com as da Ordem, ocupando estas o 1.º e 4.º quartéis. Por sua
vez, o Patriarca Latino de Jerusalém, Grão Prior da Ordem, e o
Assessor do Grão-Magistério – a segunda e terceira figuras na hierarquia
da Ordem e na respectiva lista de precedências –, usam um chefe de
prata com a pentacruz de vermelho (figura 5).
O regulamento prevê ainda, para aqueles a quem a Ordem reconhece o
uso de um título de nobreza – os membros da Ordem titulares nos seus
respectivos países –, uma forma de representação particular,
materializada no uso da pentacruz sob o escudo (figura 6). Esta
figuração é também usada por alguns prelados que optam por não
esquartelar as suas armas (figura 7).
Figura 3 - Cavaleiro grande-oficial
(desenho de José Bénard Guedes)
Figura 4 - Cavaleiro grã-cruz
(desenho de José Bénard Guedes)
Figura 5 - Armas de Sua Beatitude o Patriarca
Fouad Twal, Patriarca Latino de Jerusalém
(desenho de Marco Foppoli –
http://www.marcofoppoli.com)
Figura 6 - Membro da Ordem
detentor de título nobiliárquico
(desenho de José Bénard
Guedes)
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As armas do Cardeal Grão-Mestre são tratadas à parte, no artigo 2.º do
mesmo título I do Apêndice II. Como os restantes Prelados, esquartelam
as suas armas com as do Santo Sepulcro, mas deverão usar o elmo e a
coroa de espinhos que figuram nas armas da Ordem, de onde sai o
paquife (ou manto) que não vem descrito. O escudo é rodeado pelo colar
da Ordem. Não conheço qualquer representação das armas dos GrãoMestres com todos estes atributos. O três últimos Grão-Mestres, Cardeal
Giuseppe Caprio, Cardeal Carlo Furno e Cardeal John Patrick Foley,
usavam apenas os quartéis com as armas da Ordem (figuras 8, 9 e 10),
para além, naturalmente, dos elementos próprios da sua dignidade
cardinalícia – o Cardeal Foley colocava ainda a pentacruz sob o escudo
(figura 10).
Como se infere do que acima escrevemos, a distinção entre os diversos
graus da Ordem nas representações heráldicas é determinada
essencialmente pela forma de figuração da insígnia no escudo. Sistema
semelhante tem a Ordem de São Maurício e São Lázaro, da Casa Real
de Sabóia (figura 11), onde é igualmente a forma de colocação da
insígnia que determina o grau, relegando-se a representação da mesma –
sem coroa, com coroa, placa – para segundo plano. A Ordem Soberana e
Militar de Malta e a Ordem Constantiniana de São Jorge, da Casa Real
das Duas-Sicílias, por exemplo, têm na própria insígnia o principal
elemento diferenciador dos graus, representando-se esta sempre pendente
de fita partindo do chefe do escudo (figuras 12, 13 e 14).
Figura 8 - Armas de Sua Eminência o Cardeal
Giuseppe Caprio, Grão-Mestre da Ordem
entre 1988 e 1995 (NOONAN, Jr., JamesCharles - The Church Visible – The Ceremonial
Life and Protocol of the Roman Catholic Church.
S.l.: Viking / Penguin, 1996, figura 64
[extratexto] e p. 526 [legenda])
Figura 7 - Armas do Arcebispo
Filippo Bernardini, antigo
Núncio Apostólico na Suíça e
membro da Ordem do Santo
Sepulcro (desenho de
Monsenhor Bruno Heim, s.d.
HEIM, Bruno Bernard L’araldica nella Chiesa Cattolica –
Origini, usi, legislazione. Città del
Vaticano: Libreria Editrice
Vaticana, 2000, p. 74)
Figura 9 - Armas de Sua Eminência o
Cardeal Carlo Furno, Grão-Mestre da
Ordem entre 1995 e 2007 (Pentacruz –
Órgão da Lugar-Tenência de Portugal. n.º
1, s.l.: Ordem de Cavalaria do Santo
Sepulcro de Jerusalém, 2005, p. 23)
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Número 1 – OUTUBRO MMXI
O regulamento heráldico da nossa Ordem merece, no
entanto, alguns comentários. Começamos por registar
que é absolutamente omisso em relação às damas –
como aliás os das outras Ordens que acima referimos –,
pelo que, a ser aceite a representação de insígnias na
heráldica das senhoras, deve resultar da adaptação do
regulamento estabelecido para os cavaleiros, o que nem
sempre se revelará fácil.
Figura 10 - Armas de Sua Eminência
o Cardeal John Patrick Foley, GrãoMestre da Ordem entre 2007 e 2011
(http://en.wikipedia.org/wiki/John_
Patrick_Foley)
Figura 11 - Representação da cruz da
Ordem de São Maurício e São Lázaro
na heráldica consoante os graus:
cavaleiro, cavaleiro oficial,
comendador, grande-oficial e grã-cruz
Figura 12- Armas do Prof. Doutor
Martim Corte-Real de Albuquerque,
com a insígnia de grã-cruz de Honra e
Devoção da Ordem de Malta(José
Bénard Guedes – Obra Heráldica.
(Coordenação editorial). Lisboa:
DisLivro Histórica, 2005, p. 82)
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Número 1 – OUTUBRO MMXI
De registar também que o regulamento prevê que os
titulares, ou seja, os detentores de um título nobiliárquico,
possam usar a pentacruz sob o escudo. No entanto, esta
figuração não permite determinar o grau que o utente tem
na Ordem, salvo se for representada em simultâneo com
aquilo que as regras estabelecem para os não titulares,
figurando deste modo duas cruzes, uma sob o escudo e
outra pendente, de forma diversa consoante o grau.
Terminamos estas breves linhas apresentando um exemplo
de representação da cruz da nossa Ordem na heráldica de
um cavaleiro (figura 15), o único correcto que
encontrámos nas fontes disponíveis.
1)
Constitution of the Equestrian Order of the Holy Sepulchre
of Jerusalem. Roma: s.n., s.d., p. 41 (traduzido do original,
em italiano, em 1978; esta edição é certamente posterior a
1996 pois publica uma carta do Cardeal Secretário de
Estado de 13 de Fevereiro desse ano). SILVA, Eduardo
Norte Santos - Uma Ordem de Cavalaria – A Ordem
Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém (das origens à
actualidade). Lisboa: s.n., 1988, pp. 141-142.
Figura 13 - Armas de David Alejandro
de Olivera, cavaleiro de Graça e
Devoção da Ordem de Malta (desenho
de Daniel de Bruin.
http://www.heraldicermine.com/)
Figura 14 - Armas de um cavaleiro
de Justiça da Ordem
Constantiniana de São
Jorge(desenho de Marco Foppoli.
http://www.marcofoppoli.com)
Figura 15 - Ex-libris de António de Assis Teixeira de
Magalhães e Meneses, 2.º Conde de Felgueiras (18861931), com a insígnia de cavaleiro da Ordem do Santo
Sepulcro em que foi admitido em 1926 (desenho de
António Lima; DUARTE, Sérgio Avelar - Ex-libris
Portugueses Heráldicos. Porto: Livraria Civilização Editora,
1990, p. 37, n.º 110)
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OPINIÃO
Dama Dra. D. Aura Miguel
Sua Santidade o Papa João Paulo II
“Crer e amar: este é o programa do seu pontificado. Incansavelmente, Vossa Santidade
mostra-nos o rosto de Cristo, o rosto de Deus misericordioso”. Estas palavras, proferidas a
18 de Maio de 2003 pelo cardeal decano Joseph Ratzinger quando João Paulo II fez 83 anos,
definem bem a pessoa do Papa polaco. Com efeito, Wojtyla era dotado de uma estatura
humana que o aproximava de todos, sem excepção, interessando-se por cada um com quem
se cruzava, ao ponto de nos sentirmos exclusivos. Quem teve a graça de se cruzar com o seu
olhar garante isso mesmo: naquele instante, só contava a pessoa que tinha à sua frente; era
como se nos quisesse transmitir, com o olhar, a certeza da sua vida: “Não tenhais medo.
Abri, melhor, escancarai as portas do vosso coração a Cristo!”
João Paulo II gastou-se inteiramente para anunciar esta certeza. Percorreu o mundo várias
vezes e foi ao encontro das realidades mais variadas, movido pelo desejo (como revelou no
livro-entrevista “Atravessar o Limiar da Esperança”) de poder entrar em casa de cada um
para comunicar pessoalmente esta certeza. Incansável, mesmo quando fragilizado pela
doença, nunca deixou de testemunhar de forma inabalável que “só Cristo conhece
verdadeiramente o coração do homem”. Viveu permanentemente enamorado por Cristo, a
quem se abandonava diariamente. Por isso manteve sempre uma tão grande frescura de fé,
cheia de rasgo e criatividade.
Entre tantas e tão variadas facetas pelas quais João Paulo II deve ser valorizado sublinho
apenas mais uma: a sua profunda ligação aos mistérios de Fátima – uma experiência que
implicou o derramamento do seu próprio sangue, a 13 de Maio de 1981. Desde então,
Wojtyla viveu na certeza de ter sido salvo por milagre de Nossa Senhora de Fátima, ao ponto
de afirmar que a vida lhe foi “dada de novo” e que o seu pontificado durou “apenas três
anos” (1978-1981), porque tudo o resto foram anos de milagre. O seu antigo secretário
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pessoal, actual cardeal Stanislaw Dziwisz, viria a explicar mais tarde: “Graças a tal dedicação
(Totus tuus, Maria), tornou-se protagonista no cumprimento da mensagem que Maria deu aos
Pastorinhos. Na verdade, depois do atentado de 13 de Maio de 1981, ele próprio pediu o
envelope que continha a terceira parte do «segredo». Como se sabe, logo pensou na
consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria. Não podemos deixar de agradecer ao
Senhor a realização da promessa de Maria. E agradecidos estamos a João Paulo II pela sua
sabedoria, docilidade e coragem” (Homilia em Fátima, 13.05.2006)
O cardeal Tarcisio Bertone, actual secretário de Estado do Vaticano - que na altura da
revelação do 3º Segredo trabalhava directamente com o cardeal Ratzinger na Congregação
para a Doutrina da Fé - encontrou-se várias vezes com o próprio Papa e também testemunha a
convicção que João Paulo II tinha da sua “ligação de sangue” com Fátima: “Fiquei arrebatado
com as poucas palavras do Santo Padre que se convenceu, de forma ainda mais profunda, da
missão de sofrimento a que tinha sido chamado. A sua maior encíclica não terá sido talvez o
mistério do seu sofrimento? Não morrera devido ao atentado mas, de qualquer forma, morria
dia-a-dia na oblação da sua vida consumada pelo bem da Igreja. Foi o atentado que, de certa
maneira, o fez morrer dia-a-dia. Mesmo a doença de Parkinson deve-se muito provavelmente
àquele acontecimento criminoso. Wojtyla sentiu-se ainda mais ligado a Nossa Senhora, a
Fátima. A bala foi encastrada na coroa da Virgem da Cova da Iria e o anel, presente do primaz
da Polónia, cardeal Stefan Wyszynski, foi deposto pelo Papa aos pés da Imagem de Maria”. (in
“A última vidente de Fátima”)
Se ainda houvesse dúvidas e fosse necessário mais algum sinal destas ligações, a Providência
encarregou-se de o revelar com a data da morte e suas coincidências. Foi uma espécie de
fenómeno dois-em-um...! João Paulo II morreu no primeiro sábado de Abril. E também nas
vésperas litúrgicas da Festa da Divina Misericórdia: O Papa mariano do Totus Tuus e, ao
mesmo tempo, o grande apóstolo da Misericórdia de Deus, o Papa do “Não tenhais medo, abri
as portas a Cristo!”, foi levado para o Céu numa extraordinária coincidência de datas. O seu
dies natalis – 2 de Abril de 2005 - foi duplamente abençoado, por Maria e Jesus. Um abraço
final que selou o envolvimento do pontificado de João Paulo II com Fátima e Cracóvia. Isso
mesmo também sublinhou, durante as exéquias, o cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa:
“Divina Misericórdia: O Santo Padre encontrou o reflexo mais puro da misericórdia de Deus
na Mãe de Deus. Ele, que tinha perdido a mãe na tenra idade, amou ainda mais a Mãe divina.
(...) Podemos estar certos de que o nosso amado Papa está agora à janela da casa do Pai, a vernos e a abençoar-nos. Sim, abençoa-nos Santo Padre. Nós confiamos a tua querida alma à Mãe
de Deus, tua Mãe que te conduziu todos os dias e te conduzirá agora à glória eterna do Seu
Filho, Jesus Cristo nosso Senhor” (Homilia, 08.04.2005)
Assim, a data escolhida para a sua beatificação, não podia ser melhor: João Paulo II será
elevado aos altares no primeiro dia do mês de Maria que, neste ano, é também o Domingo da
Divina Misericórdia.
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OPINIÃO
S. E. o Lugar-Tenente Honorário Cav Gr. Cruz D. João de Castro de
Mendia,Conde de Rezende, Membro do Grão-Magistério
O Grão-Magistério
A razão de existir da Ordem de Cavalaria de Santo Sepulcro de Jerusalém,
independentemente das adaptações da sua estrutura ao longo de nove séculos, sempre
foi a defesa e preservação da Fé Católica, dos seus Lugares Santos na Terra Santa e
serviço incondicionalmente a Cristo e ao chefe da Sua Igreja em Roma.
A partir de 1847, S. S. o Papa Pio IX, moderniza a Ordem com uma constituição, e S.
S. o Papa João Paulo II enobrece-a tornando-a numa Associação pública de fieis com
personalidade jurídica canónica constituída pela Santa Sé com a incumbência de ser
este o único órgão pontifício através do qual se canalizam as ajudas espirituais e
materiais para a Terá Santa. Desta Terra Santa fazem parte a Palestina, a Síria a
Jordânia.
A ajuda da Ordem tem assim um único destinatário, o igualmente criado Patriarcado
Latino de Jerusalém, cujo chefe é o Grão Prior da Ordem e a que se deu a dignidade de
Patriarca. Sua Beatitude o Patriarca tem, pois, a inteira responsabilidade de definir as
prioridades e os destinos das ajudas, cujo orçamento é, em cerca de 80%, da
responsabilidade da nossa Ordem.
A Ordem, na sua estrutura, é supervisionada por um Grão Magistério, que tem a sua
nomenclatura submetida a um Grão Mestre nomeado por Sua Santidade o Papa.
Aquele, por sua vez, nomeia um Governador, vice Governadores e um número variável
de membros.
Este órgão, obrigatoriamente, reúne duas vezes por ano no palácio da sede da Ordem
no Vaticano, e superintende à comissão da Terra Santa criada para acompanhar as
prioridades e o ritmo a que estas se desenvolvem.
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OPINIÃO
Se a midea em geral mostra, hoje, a tragédia que é o ambiente na zona de influência da
nossa Ordem, a realidade religiosa e política das instituições e das comunidades Cristãs é
bem pior e problemática. A vida dos Cristãos em geral, e dos Católicos muito em especial,
que não recorrem a “entifadas” nem possui os inesgotáveis petrodolares ou engenhos
nucleares, (só têm razão), é particularmente difícil por variadíssimas razões, incluindo essa:
terem razão.
Sua Santidade o Papa, para que o diálogo se mantenha e possa haver alguém que lembre
que o amor é a razão de ser de uma das Religiões, a nossa, nomeou os dois últimos
Patriarcas Latinos, personalidades de origem árabe: o penúltimo, Palestiniano, e o actual
Jordano. Lucidamente, como sempre, Sua Santidade mostrou assim que a Religião
Católica é a Religião universal que, quando reclama o que reclama, fá-lo com o
mesmíssimo direito de uma delas e bastante mais do que a outra.
Embora Sua Eminência Reverendíssima o Cardeal Grão Mestre seja a entidade de quem
depende a orientação e o controlo de toda a Ordem, é nas reuniões do seu Grão
Magistério, onde tem assento sua Beatitude o Grão Prior, que se adquire a sensibilidade
para se saber até, e por onde se deve evoluir e progredir nas propostas de índole religiosa,
social e política. Ora, este trabalho de uma diplomacia verdadeiramente filigrânica, é de
uma enorme importância, tanto para se poder facilitar ao máximo a vida aos Católicos da
Terra Santa, como aos que o não são, ainda, mas vivem das nossas ajudas. O trabalho do
Grão Magistério tem, assim, a maior importância, dado ser a estrutura que tem mais razão
mas menos força, no caldo de interesses e de enormes contradições em eu se tornou o sítio
onde nasceu, viveu e foi crucificado o Verbo.
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Newsletter da Lugar-Tenência de Portugal
da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém
Número 1 – OUTUBRO MMXI
AGENDA
Eventos e Datas
22 e 23 de Outubro
Cerimónia de Velada de Armas e
Investidura de Novos Cavaleiros e
Damas na Sé de Évora. A cerimónia
será presidida pelo Senhor Arcebispo
de Évora, D. José Alves, Prior da
Delegação Sul.
30 de Outubro
Festa de Nossa Senhora da Palestina
e homenagem aos Cavaleiros e
Damas que já foram chamados a
Deus. Umas das principais festividades
da Ordem do Santo Sepulcro.
Celebração da Santa Missa na Igreja
da Encarnação, às 12h30, presidida
pelo Revmo. Com. Pe. Gonçalo
Portocarrero de Almada, com coro e
fanfarra militar. A concentração realizase às 12h00 na Sacristia, com capa,
barrete, luvas e insígnias.
Cav Gr. Cr. Professor Doutor Pedro
Soares Martinez tem início às 20h00.
2 de Dezembro
Missa da 1.ª quinta feira do mês às
19h00 na Igreja da Encarnação,
presidida pelo Revmo. Com. Pe.
Gonçalo Portocarrero de Almada,
Cerimoniário Eclesiástico da Ordem.
Será seguida de Palestra.
14 de Dezembro
Missa de vésperas na Igreja do Bom
Sucesso, em Pedrouços, às 19h.
Às 20h realiza-se um jantar no
Restaurante Commenda (Centro
Cultural de Belém). No decorrer do
jantar, S.E. o Lugar-Tenente vai
apresentar o Relatório de Actividades
de 2011 e as grandes linhas para
2012.
12 de Novembro
Bazar de Natal e jantar-conferência no
Círculo Eça de Queiroz. O bazar de
Natal tem início às 14h00 e prolongase até ao jantar. Quem quiser
participar com produtos deve contactar
o secretariado da Ordem. A receita
reverte para as obras na Terra Santa.
O jantar-conferência com o tema “As
cruzadas na actualidade”, a cargo do
DESTAQUE DE AGENDA
Realiza-se este ano pela primeira vez
o Bazar de Natal da Ordem do Santo
Sepulcro. Da responsabilidade da
Dama Gr. Cr. D. Maria Helena
Folhadela e das Senhoras D. Maria do
Rosário van Uden e D. Maria Teresa
Figueiredo de Barros, o bazar vai ter
várias bancas com produtos e artigos.
Quem quiser participar com
contribuições ou apoio pessoal deve
contactar a Senhora D. Isabel Simões,
secretária da Ordem. Haverá mesas
com produtos regionais, pelo que se
convida a participação dos nossos
confrades e amigos que tenham
produtos adequados para o efeito.
A receita gerada reverte na totalidade
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para a ajuda à Terra Santa.
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