O SETOR PESQUEIRO NO MARANHÃO: ASPECTOS DE INFRA-ESTRUTURA Parte II 1 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ2 TITO CARVALHO TSUJI3 INTRODUÇÃO Em junho de 2008 o Ministério da Educação – MEC – enviou correspondência aos Centros Federais de Educação Tecnológica para que respondessem um questionário sobre a situação do setor pesqueiro de seus respectivos estados. No CEFET-MA foi denominado, esse documento, de “Caderno de Encargos”, e teve como objetivo dar suporte para a tomada de decisão para a implantação de um “Centro de Referência de Navegação”, objeto de acordo de cooperação internacional entre o Governo brasileiro – Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República SEAP-PR e o MEC/SETEC - e a Agencia Espanhola para Cooperação Internacional para o Desenvolvimento – AECID. Buscaram-se informações sobre os seguintes aspectos: de infra-estrutura; de produção; sociais e de demanda; político-institucionais; orçamentários; legais; meteorológicos e oceanográficos. No presente estudo, procurou-se responder às seguintes questões: Presença de Porto Marítimo; Importância da Navegação de Cabotagem/Mercante; Presença de Porto Pesqueiro; Importância do Setor Pesqueiro; Importância da Construção Naval; Número de Estaleiros. O ESTADO DO MARANHÃO – LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA O Maranhão é o estado brasileiro com infra-estrutura portuária desenvolvida mais próxima de dois grandes mercados: o norte-americano e o europeu. Está próximo também do Canal do Panamá. 1 SUPORTE DE TOMADA DE DECISÃO - CENTRO DE REFERENCIA DE NAVEGAÇÃO - Ofício-Circular no. 38/CGPEPT/DFPEPT/SETEC/MEC, de 12 de junho de 2008 2 Licenciado em Educação Física, Especialista em Lazer e Recreação, Especialista em Metodologia do Ensino, Mestre em Ciência da Informação; Professor Especial DE do CEFET-MA/DCS. http://lattes.cnpq.br/2105898668356649 3 Engenheiro de Pesca; Professor de 1º. e 2º. Graus, CI. http://lattes.cnpq.br/8215953100456207 Figura 1 – Localização do Maranhão em relação aos mais importantes mercados do mundo. DISTÂNCIA ENTRE PORTOS Rio Itaqui Salvador Tubarão (MA) (BA) (ES) Rotterdam (Hol) 4.143 4.913 5.393 5.673 5.893 6.499 Hamburg (Ale) 4.419 5.189 5.669 5.949 6.169 6.775 N.Orleans (USA) 3.355 4.735 5.215 5.495 5.715 6.321 S.Francisco (USA) 5.767 7.147 7.626 7.906 8.126 8.732 Canal do Panamá 2.483 3.862 4.342 4.622 4.842 5.448 Tókio (Jap) 12.524 11.820 11.831 11.862 11.982 12.034 Rio (RJ) Santos (SP) Grande (RS) Tabela 1 – Distância comparativa (em milhas náuticas) entre os portos brasileiros e os principais portos do mundo. PRESENÇA DE PORTO MARÍTIMO – PORTOS DE SÃO LUÍS PORTO DO ITAQUI (Porto de carga geral) Estudos do Departamento Nacional de Portos e Navegação, do Ministério da Viação e Obras Públicas, realizados em 1939, indicaram a região de Itaqui para a implantação de um novo porto no Maranhão. Isso ocorreu após serem abandonadas as tentativas de construção de instalações para acostagem unidas ao centro comercial da cidade de São Luís, previstas no Decreto nº 13.133, de sete de agosto de 1918, e definidas na concessão outorgada pela União ao governo estadual, pelo Decreto nº 13.270, de 6 de novembro do mesmo ano. Tal construção, embora com a execução contratada à empresa C.H. Walker & Co. Ltda., não prosperou. Pelo Decreto nº 16.108, de 31 de julho de 1923, a aludida concessão foi extinta, surgindo, então, o desenvolvimento do projeto para Itaqui. F Figura 2 - Os portos públicos nacionais concentradores de cargas. As obras em Itaqui tiveram início em 1960, sob a gestão do Departamento Nacional de Portos Rios e Canais - DNPRC, transformado em autarquia em abril de 1963, com a denominação de Departamento de Portos e Vias Navegáveis - DNPVN que deu prosseguimento as obras de construção do porto. Em 28 de dezembro de 1973, foi então criada Companhia Docas do Maranhão – CODOMAR -, para administrar as novas instalações, isto é, um cais com 637 m de extensão, entregue ao tráfego em 04 de julho de 1974. Em 1976 foram concluídos os trechos dos berços 101 e 103. Em 1994, a extensão do cais foi ampliada com a construção dos berços 104 e 105. Em 1999, foram realizadas as obras do berço 106. Com 420 m de extensão, esse berço permite a atracação de navios de até 200.000 DWT. De 1973 até 2001, o Porto do Itaqui foi administrado pela Companhia Docas do Maranhão – CODOMAR subordinada ao governo federal. Finalmente, através do Convênio de Delegação entre a União e o Estado do Maranhão, com a interveniência da Companhia Docas do Maranhão - CODOMAR, de 30 de novembro de 2000, foi criada a Empresa Maranhense de Administração Portuária - EMAP, empresa estatal, para administrar e explorar o porto de Itaqui, o cais de São José do Ribamar e os terminais de Ferry-Boat, da Ponta da Espera e do Cujupe. Administração do Porto O porto é administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária – EMAP 4 e está situado entre os paralelos 02º34'S e 02º36'S e os meridianos 44º21'W e 44º24'W, localizando-se na baía de São Marcos, no município de São Luis, capital do Estado do Maranhão, a 11 km do centro da cidade e sua área de influência abrange os estados do Maranhão e Tocantins, sudoeste do Pará, norte de Goiás e nordeste de Mato Grosso. Área do Porto organizado A Portaria-MT nº 238, de 05/05/1994 (D.O.U. de 06/05/1994), determinou que a área do porto organizado de Itaqui, no estado do Maranhão é constituída: a) 4 pelas instalações portuárias terrestres, delimitadas pela poligonal definida pelos vértices AFG6HJLC de coordenadas UTM, a seguir relacionados, abrangendo todos os cais, docas, pontes e píeres de atracação e de acostagem, armazéns, edificações em geral e vias internas de circulação rodoviária e ferroviária, e ainda os terrenos ao longo dessas áreas e em suas adjacências pertencentes à União, incorporados ou não ao patrimônio do porto de Itaqui ou sob sua guarda e responsabilidade; Empresa Maranhense de Administração Portuária - Porto de Itaqui, s/n.- CEP: 65085-370 - São Luís – MA Tel.: (98) 216-6000/216-6002 - Telefax: (98) 216-6060 - E-mail: [email protected] - Web Site: www.portodoitaqui.ma.gov.br PONTO b) COORDENADA X COORDENADA Y A 569.463,723 9.716.244,655 F 570.804,613 9.716.841,685 G 571.437,291 9.715.973,294 6 570.689,926 9.715.165,913 H 571.460,874 9.710.563,814 J 570.859,257 9.710.463,028 L 570.034,806 9.715.384,435 C 569.719,675 9.715.669,811 pela infra-estrutura marítima, compreendida na poligonal ABCD definida pelos vértices de coordenadas geográficas indicados a seguir, abrangendo acessos aquaviários, as áreas de fundeio, bacia de evolução, canal de acesso principal e áreas adjacentes a esse, até às margens das instalações terrestres do porto organizado, conforme definido no item "a" anterior, existentes ou que venham a ser construídas e mantidas pela Administração do Porto ou por outro órgão do poder público. PONTO LATITUDE LONGITUDE A 2º 37’ 00’’ S 44º 23’ 00’’ W B 2º 34’ 15’’ S 44º 23’ 00’’ W C 2º 34’ 15’’ S 44º 22’ 00’’ W D 2º 37’ 00’’ S 44º 22’ 00’’ W Instalações e Equipamentos O Porto dispõe de 1.616 m de cais acostável com profundidade variando de 9 m e 21,5 m distribuídos em sete trechos distintos denominados berços 101, 102, 103, 104, 105, 106 e 107. As instalações de armazenagem existentes no porto são compreendidas por: • 01 armazém de 7.500 m² para carga geral; • 01 armazém (inflável) de 3.000 m² para granéis sólidos; • 04 pátios de armazenagem com área de 42.000 m²; • 04 silos verticais com capacidade de 12.000 toneladas de grãos; • 01 silo horizontal com capacidade de 8.000 toneladas de grãos; • 50 tanques para depósito de granéis líquidos com capacidade de 210.000 m³; • • • • • • • • • 08 silos verticais com capacidade de 7.200 toneladas; 02 esferas para armazenar 8.680 m³ de GLP. 02 empilhadeiras (reach stackers) para movimentação de contêineres; 01 guindaste sobre pneus LHM 250 com capacidade de 64 toneladas para operação de granéis sólidos, contêineres e carga geral; 04 guindastes sobre trilhos com capacidade de até 6.3 toneladas; 02 ship loaders; 40 tomadas para fornecimento de energia elétrica a contêineres reefers; 20 empilhadeiras; 01 sugador de grãos. Dados do Itaqui (Situação Atual): • Portos Abrigados; • Águas Profundas; • Marés Altas; Retroportos; • Canal Sinalizado; • Ramais Ferroviários; • Importa: combustíveis, GLP, fertilizantes, carga geral; • Exporta: alumínio, ferro gusa, minério de ferro, soja e minério de manganês; • Movimentação de carga total: 76.958.192 t/ano (ano 2004); • Profundidade máxima: 19 m; • Permite atracar navios tipo AFRAMAX(160.000 DWT); • 900 navios/ano Figura 3 – Vista aérea do porto do Itaqui com o novo projeto de ampliação. Movimentação de Cargas Tabela 2 – Movimentação de Cargas 1998-2004 Características Físicas do Porto O Porto Organizado do Itaqui compreende as áreas das instalações de atracação e acostagem, das instalações de armazenagem, as áreas e instalações portuárias diversas com contratos de arrendamento a várias empresas, e as de serviços Como chegar ao Porto do Itaqui: • Rodoviário - Pela rodovia BR-135 (acesso à cidade de São Luís), e daí, através de outras rodovias federais (BR 316, BR 322, BR 230, BR 226 e BR 010) e estaduais (MA 230) para todo o Norte e Sul do país. O acesso ao Porto do Itaqui conta com 8 Km duplicados e em estado de conservação regular. • Ferroviário - O sistema ferroviário do Maranhão é composto pela Estrada de Ferro Carajás com 809 km, Ferrovia Norte-Sul 215 km e Companhia Ferroviária do Nordeste - CFN. • Companhia Ferroviária do Nordeste - CFN opera a Malha Nordeste da Rede Ferroviária Federal AS – RFFSA ligando São Luís à Teresina, capital do estado do Piauí, seguindo até Altos (PI), para se estender até a cidade de Parnaíba (PI), trecho interditado pela mesma. Dispõe de 453 km de ferrovia. • Estrada de Ferro Carajás – EFC, administrada pela CVRD - Cia. Vale do Rio Doce, nascida do moderno conceito mina-ferrovia-porto, com seus 1.076 km e bitola de 1,60m, funciona dentro de elevados padrões internacionais. A ferrovia leva o minério de ferro para o terminal marítimo de Ponta da Madeira em São Luís fazendo a carga conectar-se com navios de até 360.000 t. Participa, ainda, do transporte de grãos agrícolas produzidos no sul do Estado, combustível, veículos e calcário. Em Açailândia, se conecta com um ramal da ferrovia Norte-Sul. • Ferrovia Norte-Sul - FNS liga Imperatriz e Açailândia à EFC num percurso total de 107 Km com linha singela em bitola larga. Atualmente, a ferrovia Norte-Sul vem sendo operada pela Superintendência da Estrada de Ferro Carajás. • Marítimo - O Porto do Itaqui está localizado no interior da Baía de São Marcos e seu acesso hidroviário não conta com a formação de barra. O canal acesso possui profundidade natural mínima de 27 metros e largura aproximada de 1,8 Km. • Fluvial - As ligações fluviais com o Porto do Itaqui ocorrem através dos principais rios navegáveis do Estado do Maranhão, e que são Grajaú, Pindaré, Mearim e dos Cachorros, limitados pelas pequenas profundidades de 1 m a 2,5 m próximo à foz. • Aeroviários - O Maranhão está interligado a todo o País através de vôos regulares e diários a partir do Aeroporto Marechal Cunha Machado. • Helipontos - O programa de segurança do Porto do Itaqui prevê a instalação de dois helipontos na área portuária. Atualmente, havendo uma emergência, os pátios podem ser utilizados para o pouso. Instalações de atracação e acostagem As instalações de atracação e acostagem do Porto do Itaqui compreendem cinco berços de cais acostável (Berços 101, 102, 103, 104 e 105) e um Píer Petroleiro com dois berços, sendo um no lado externo (Berço 106) que se encontra em operação, e outro no lado interno (Berço 107) que não se encontra em operação por motivos de profundidade limitada, dependendo de dragagem e derrocamento para possibilitar a sua operacionalidade. Fotos – Imagens aéreas dos berços de atracagem do porto do Itaqui.( Catalogo de fotografias do Porto do Itaqui disponível em http://www.portodoitaqui.ma.gov.br/galeria.asp). • Berço 101 e 102 - Estão mais a sul do cais acostável do Porto do Itaqui, denominados anteriormente por “Cais de Gabiões”, foram originalmente construídos sobre vinte e duas células circulares de estacas-pranchas metálicas de quinze metros de diâmetro, muro de acostagem em concreto armado apoiado nos gabiões e em estacas tubadas de 550 mm, ficando a linha de guindastes, também em concreto armado, apoiada em estacas metálicas. • Berço 103 - Na seqüência do Berço 102, encontra-se o Berço 103, também chamado de “Cais Norte”, com cerca de 237 metros de comprimento e 35 metros de largura, apresentando profundidades de 13 metros em toda a extensão, destinado à movimentação de derivados de petróleo, soda cáustica, sebo bovino e carga geral. • Berços 104 e 105 - No prolongamento do Berço 103, ao norte, encontra-se uma extensão do cais acostável para mais dois berços convencionais denominados Berços 104 e 105. As características destes compreendem uma estrutura com 480 m de extensão, por 23,20 m de largura, tendo o Berço 104 cerca de 200 metros de comprimento e profundidade de 14 metros e o Berço 105 cerca de 280 metros de comprimento e profundidade de 19 metros. • Píer Petroleiro (Berços 106 e 107) - No prolongamento do Berço 105 encontra-se o Píer Petroleiro, constituído por dois berços, sendo um na face externa chamado de Berço 106 e outro na face interna denominado de Berço 107 que se encontra inoperante. Áreas e Instalações Arrendadas A antiga CODOMAR e atualmente a EMAP deu seguimento ao Programa de Arrendamento de Áreas Portuárias prevista nos dispositivos anteriores, mas dada ênfase na Lei nº 8.630/93, possuindo, atualmente, contratos de arrendamentos com várias empresas5. A Comunidade Portuária é constituída por (a) Empresas e Sindicatos6; Agências de Navegação7; Operadores Portuários8; Consórcio de Rebocadores9; Despachantes10; Consulados e Representações Internacionais11 5 Petróleo Brasileiro S.A.; Petróleo Sabba S.A.; Texaco Brasil S.A.; Pedreiras Transportes Do Maranhão Ltda.; Granel Química Ltda.; Cbr – Apoio Portuário Ltda.; Cia. Nacional De Abastecimento - Conab.; P.C. Melo & Cia. Ltda.; Syngamar – Sind.Ag. Nav. Maritima Do Maranhão; D. Andrade Dos Santos; Navegação Pericumã Ltda.; Moinhos Cruzeiro Do Sul S.A.; Órgão Gestor De Mão-De-Obra Portuária - Ogmo.; Jacar Distribuidora De Petróleo Ltda.; Bunge Alimentos S.A.; Federal Distribuidora De Petróleo Ltda. 6 Sindicato Dos Agentes De Navegação Marítima Do Maranhão – Syngamar; Sindicato Dos Operadores Do Maranhão – Sindomar; Órgão Gestor De Mão De Obra – Ogmo; Petrobras – Transpetro; Consórcio Alumínio Do Maranhão - Alumar ; Companhia Ferroviária Do Nordeste – Cfn; Companhia Vale Do Rio Doce – Cvrd. 7 Agência Marítima Carajás Ltda.; Arrow Shipping Company Ltda.; Brazshipping Marítima Ltda.; Costa Norte Marítima Ltda.; Even Keel Ltda.; Harms & Cia. Ltda.; N. Magioli Agência Marítima Ltda.; Oceanus Agência Marítima S/A.; Orizon Marítima São Luís Ltda.; Pedreiras Transportes Do Maranhão Ltda.; Rodos Agência Marítima Ltda.; Trans-Overseas Do Brasil Ltda.; Williams Serviços Marítimos Ltda.; Wilson Sons Agência Marítima Ltda.; Muniz Agência Marítima Ltda. 8 Companhia Operadora Portuária Do Itaqui – Copi; Costa Norte Marítima Ltda.; Granel Química Ltda.; Pedreiras Transportes Do Maranhão Ltda.; Companhia Ferroviária Do Nordeste – Cfn; Daniel Transportes; Fertimport S.A.; Tug Brasil. 9 Consórcio de Rebocadores da Baía de S.Marcos; Draga Horham; São Marcos Transportes Marítimos – SMTM; Serviços de Praticagem da Baia de S.Marcos – SERVPRAT; Internacional Marítima Ltda (Lanchas/Rebocadores); 10 Mapa Comissionária de Despachantes Aduaneiros Ltda; TJ Assessoria e Despachos Aduaneiros Ltda.; 11 Portugal; França; Alemanha; Itália; México; Câmara de Comércio Brasil/China; Trinidad e Tobago. Tarifário - Movimentação de Longo Curso e Cabotagem – Porto Organizado do Itaqui: Base Legal: Lei Nº 8.630 de 25.02.93, CAP-Itaqui homologa os valores da Tarifa Portuária, conforme Resolução Nº003/97 de 17/10/97, alteração sob Resolução N.º 002/98 de 15/09/98, alteração sob Resolução Nº004/99 de 02/07/99, alteração sob Resolução Nº006/2001 de 27/06/2001, alteração sob Resolução Nº 010/2001 de 27/07/2001, alteração sob Resolução Nº013 de 14/12/2001, alteração sob Resolução Nº 002/02 de 25/03/02, alteração sob Resolução nº003 de 28 de junho de 2002 e alteração sob resolução nº010/CAP/Itaqui de 22 de Novembro de 200712. • • • • • • • • • • Tabela I - UTILIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA DE PROTEÇÃO E ACESSO AQUAVIÁRIO - (Taxas devidas pelo Armador ou Agente) Tabela II - UTILIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE ACOSTAGEM (Taxas devidas pelo Armador ou Agente) Tabela III - UTILIZAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA TERRESTRE (Taxas devidas pelo Operador Portuário ou Dono de Mercadoria) Tabela IV - SERVIÇOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MERCADORIAS (Taxas devidas pelo Dono da Mercadoria ou Requisitante) Tabela V-D - SERVIÇOS DE ARMAZENAGEM TABELA “V-D” – ARMAZENAGEM DE MERCADORIAS DESEMBARCADAS EM NAVEGAÇÕES DE LONGO CURSO (IMPORTADAS) (Taxas devidas pelo Dono da Mercadoria ou Requisitante) Tabela “V-E” - ARMAZENAGEM DE MERCADORIAS EMBARCADAS EM NAVEGAÇÕES DE LONGO CURSO OU CABOTAGEM E DE MERCADORIAS DESEMBARCADAS EM NAVEGAÇÕES DE CABOTAGEM (Taxas devidas pelos Donos das Mercadorias ) Tabela VI - UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PORTUÁRIOS (Taxas Devidas pelo Requisitante) Tabela VII - SERVIÇOS DIVERSOS (Taxas Devidas Pelo Requisitante) Tabela VIII - UTILIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DE ABICAGEM DOS TERMINAIS DO CUJUPE E DA PONTA DA ESPERA (Taxas Devidas Pelo Proprietário ou Armador) Futuro do Porto do Itaqui (Ampliação) Além de sua modernização, se esta investindo em sua ampliação e na recuperação de berços, dotando-o de infra-estrutura para atender a demanda já existente e a que virá: Em breve, o porto terá mais um berço, • 12 Berço 100, com retroárea de 72 mil m², em construção; (Disponível em http://www.portodoitaqui.ma.gov.br/tarifario.asp) • • • • Berços 101 e 102 estão sendo recuperados, reforçados e ganharão equipamentos de alta tecnologia; Berços 99 e 98 estão em projeto, Berços 104 e 105 - construção da retroárea de 220 mil m²; Equipar o porto com a instalação de máquinas modernas. Figura 4 – Projeto de ampliação do Porto do Itaqui para um universo de trinta anos. Meio ambiente - Mapa de sensibilidade ambiental Mapas de sensibilidade ambiental apresentam informações essenciais aos envolvidos nas operações de resposta a derrames de hidrocarbonetos, permitindo a fácil identificação dos recursos costeiros e das áreas sensíveis. Os mapas devem apresentar informações dos recursos sensíveis (como, por exemplo, manguezais, fazendas marinhas e locais de reprodução), informações úteis às operações de combate (como, por exemplo, locais onde se podem aplicar dispersantes, acessos a pontos na costa, locais de colocação de barreiras, etc.) e informações úteis às operações de limpeza (como limpar areias, rochas, etc.). Os Mapas de Sensibilidade Ambiental devem normalmente conter as seguintes informações: • • • • • Tipo de costa: caracterização da linha costeira com utilização de índices de sensibilidade. Um mapa não deve conter somente esta informação, já que não apresenta os pontos de uso humano (turismo, indústria, coleta de água, etc.) nem os recursos animais. Áreas de exposição à variações de marés: apresentam rica variação de espécie e são, portanto, áreas de alta sensibilidade ambiental. Locais de preservação ambiental: parques, localização de espécies de preservação, etc. Locais de pesca e fazendas marinhas: tanto a pesca comercial, quanto a de subsistência devem ser consideradas. Fatores sócio-econômicos: incluem marinas, facilidades industriais, locais de recreação, e locais de importância histórica e turística. • O Governo do Estado do Maranhão desenvolveu no ano de 1996 uma versão preliminar de Mapa de Sensibilidade Ambiental da área de influência portuária da Baía de São Marcos. Áreas sensíveis Consideram-se áreas sensíveis, as áreas de grande atividade biológica ou de especial ocorrência de aves marinhas, praias de lazer, marinas, e às quais se devem dar prioridade na proteção e limpeza, em caso de derrame de hidrocarbonetos e outros produtos perigosos para o meio marinho, na área de influência do Porto do Itaqui. Da análise do Mapa de Sensibilidade da região e tendo em conta as informações contidas no parágrafo anterior, consideram-se como áreas sensíveis: • • Área de manguezal adjacente ao Porto do Itaqui; Estreito dos Coqueiros e Rio dos Cachorros. Além dessas instalações o complexo portuário de São Luís - MA, possui ainda dois terminais de uso privativo: TERMINAL PONTA DA MADEIRA C.A. nº 004/93 pertencente à empresa Vale, constituído de um pier de acostagem para navios de até 450.000 TPB, um pátio descoberto de 125.000 m2 para estoque de minério de ferro e manganês, e um silo horizontal para grãos com capacidade estática de 25.000 toneladas; Calado máximo dos navios: 23 m; Movimenta aprox. 45.000.000 toneladas/ano; Taxa nominal de embarque de minério: 16.000 toneladas/h; Possui pátios de minério, de ferro gusa e silos de soja; Exporta minério de ferro. TERMINAL ALUMAR C.A. nº 003/94 pertencente à Alcoa Alumínio S.A. – Billitan Metais e Alcan, localizado no Estreito dos Coqueiros, onde atracam navios graneleiros em um cais de 252 m de comprimento; Importa: bauxita, coque e soda cáustica; Exporta: alumina e alumínio; Movimentação de carga total: aprox. 4.000.000 toneladas/ano; Profundidade máxima: 10,50 m; Permite a tracar navios até 55.000 DWT (PANAMAX); Freqüência de navios média: 10/mês. PIER PETROLEIRO É o mais novo trecho de cais com 320 metros de extensão, correspondendo a dois berços de atracação, o 106 do lado externo que entrou em operação em 03/09/1999, e o 107 na face interna que depende de dragagem e derrocagem para possibilitar sua operacionalidade. TERMINAL DE SINALIZAÇÃO NÁUTICA DO NORTE NA PONTA DA ESPERA Para permitir a operação do Píer I do Complexo Portuário da Ponta da Madeira, da CVRD, considerando-se navios com cerca de 400.000 tpb e calados de 26,00 m, houve balizamento de extenso canal de acesso com 100 km de extensão, permitindo desse modo a aproximação segura dos navios até o Porto. Está localizado na Ponta da Espera, a noroeste da Ponta da Madeira, oferecendo suporte às atividades de polícia naval e de manutenção do sistema de balizamento, operado pelo serviço de sinalização náutica do norte, da Marinha Brasileira. Tabela 3 - Fluxo de cargas através doa terminais privados da Vale e Alumar, por natureza, Maranhão 2001-2004 TERMINAL DE GRÃOS DO MARANHÃO – TEGRAM Aprovado em 08 de abril de 2007 pela Agência Nacional de Transportes Aquaviário (ANTAQ) os estudos técnicos de viabilidade financeiro-econômica e técnico-jurídica do Edital e do Contrato de Arrendamento da nova modelagem do Terminal de Grãos do Maranhão (TEGRAM), uma infra-estrutura especial para garantir o armazenamento e movimentação de grãos no Porto do Itaqui. O TEGRAM ocupa área de 145.511 metros quadrados, terá grande impacto para o escoamento da produção de grãos, principalmente, da soja produzida no Maranhão, Piauí, Tocantins, Mato Grosso e sul do Pará. O TEGRAM será implantado em duas etapas. A primeira terá capacidade de armazenar 800 mil toneladas por ano e movimentar até 3 milhões de toneladas de grãos por ano e terá cinco silos verticais com capacidade estática de 112 mil toneladas. Quando todo o projeto estiver implantado, o TEGRAM movimentará 6,5 milhões de toneladas de grãos/ano, ofertando mais três silos de 60 mil toneladas, proporcionando a capacidade total para armazenar 292 mil toneladas. Nesta fase final, o sistema de transporte ferroviário estará operando com duas linhas paralelas no berço 103 do Porto do Itaqui, facilitando ainda mais o acesso dos grãos aos navios. O novo formato do TEGRAM contempla a cessão de cinco lotes, que serão implantados em duas etapas. Na primeira fase, serão licitados o lote II, destinado a soja e farelo de soja, com área total de 25.191,86 metros quadrados. Os indicadores da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) projetam uma produção na área vinculada ao porto maranhense de cerca de 7,2 milhões de toneladas até 2010, um dos mais fortes argumentos para a aprovação do Tegram pelo órgão regulador. O embarque do produto acontecerá pelo berço 103 do Porto do Itaqui, que será preparado para esta finalidade. A Emap fará investimentos em infra-estrutura. Já os investimentos em equipamentos e na infra-estrutura de movimentação, com a instalação de esteira com capacidade de 2.000 toneladas/hora de movimentação e carregador com a mesma capacidade, virão da iniciativa privada e chegam a R$ 77,2 milhões. Demanda em 2006/07 Capacidade atual em Itaqui Demanda reprimida 5 milhões/toneladas 2 milhões/toneladas 3 milhões/toneladas TEGRAM 5 blocos 11 milhões/toneladas Capacidade final 13 milhões/toneladas 2 anos safra Prazo de implantação R$ 300 milhões Investimento público R$ 110 milhões 1ª. Etapa - alocados – PAC 3 milhões/toneladas 1ª. Etapa capacidade Quadro 3 - Dados Do Projeto Tegram/Itaqui/São Luís Reflexos do projeto total • Redução de custos logísticos • Redução da demanda de subsídios federais • Alívio sobre o porto de santos • Aumento da renda rural DISTRITO INDUSTRIAL - SÃO LUÍS - DISAL Foi criado pelo Decreto Estadual 7.646 (06.06.80) objetivando atrair e ordenar a implantação de indústrias em São Luís, regulamentando o uso do solo da área do Distrito Industrial, reformulado pelo Decreto Estadual nº 18.842 de 17/07/2002, parte integrante da Lei Municipal nº 3.253 de 29/12/1992 que dispõe sobre o zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo. O grande Distrito Industrial compreendendo o de São Luís e Bacabeira, com área total disponível de 35.000 ha. Está programado em Módulos, para atender aos diversos tipos de empreendimentos industriais que poderão ser implantados de maneira a proporcionar uma ocupação industrial racional e harmônica com o meio ambiente, somando-se a uma infra-estrutura de transportes, energia, água, habitação, comunicação, etc. Este distrito oferece vários atrativos, entre os quais excelentes condições para instalações portuárias, a vizinhança das operações de embarque de minério do Projeto Carajás, bem como do complexo da Alumar e outras circunstâncias favoráveis diversas, entre as quais o Corredor Centro/Norte, compreendendo um conjunto multimodal de transportes, integrando o Brasil central ao Norte/Nordeste, através da hidrovia Araguaia – Tocantins, da Ferrovia Norte-Sul e da Estrada de Ferro Carajás, incluindo ainda o sistema rodoviário convencional e o sistema rodoviário da CFN – Companhia Ferroviária do Nordeste, estendendo-se desde o Planalto Central até São Luís do Maranhão. Módulos Industriais do DISAL Módulo “E” Localização: Ramal da BR-135, Pedrinhas/Itaqui–MA, variante da Vila Maranhão– Porto Grande. Infra-estrutura existente: Energia (13,8 kva), porto com 110 m de cais, água e telefone. Área: 556,09 hectares Situação atual: Estudo de cadastramento físico-jurídico. Taxa de ocupação: 30% (trinta por cento) Destinação: Distrito Industrial de beneficiamento de pescados e correlatos Módulo “G” Localização: À margem esquerda do ramal da BR-135, km 11, sentido PedrinhasItaqui. Infra-estrutura existente: Sistema viário, energia elétrica e telefone. Área: 1.054,53 hectares Taxa de ocupação: 5% (cinco por cento); Destinação: Destinado para as indústrias que utilizarão o Porto do Itaqui para importação e/ou exportação. Módulo “L” Localização: margem esquerda BR-135, km 14, sentido São Luís–Teresina. Infra-estrutura existente: energia (13,8 kva), telefone, acesso rodoviário (BR-135) e água (poço artesiano) Área: 123,91 hectares Situação atual: Distrito em implantação–cadastramento físico-jurídico e plano diretor realizado. Taxa de ocupação: 70% (setenta por cento) Destinação: indústrias de micro, pequeno e médio porte. INCENTIVOS ESTADUAIS O Governo do Estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Turismo - SINCT tem como ações prioritárias: atrair novos investimentos voltados para o desenvolvimento industrial, de agronegócios e comercial • Disponibilidade de áreas nos distritos industriais em várias regiões do estado com preços subsidiados em até 80% do valor de mercado. • Flexibilidade na forma de pagamento para aquisição das referidas áreas, sejam empresas de micro, pequeno, médio e grande porte em parcelas a combinar. • SINCOEX - Sistema de Apoio à Indústria e Comércio Exterior: financiamentos a empresas industriais e agroindustriais, em casos de implantação, ampliação e relocalização limitadas a 75% (setenta e cinco por cento) do produto resultante do recolhimento do ICMS devido por período de até doze anos e meio (12,5), com carência de três (03) anos. Estende-se também para empresas especializadas em comércio exterior, sediadas no Estado do Maranhão, nas operações internacionais de importação; o financiamento equivalera a 9% (nove por cento) do valor da saída de mercadorias tributadas do estabelecimento importador: período de dez (10) anos com carência de seis (06) meses. • Política de construção de galpões empreendimentos agroindustriais diversos. fabris para arrendamento a IMPORTÂNCIA DA NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM/MERCANTE O Porto do Itaqui, em São Luís, atualmente o segundo em profundidade no mundo, ficando atrás apenas do de Rotterdam, na Holanda, e um dos mais movimentados do país, serviu para escoar a produção industrial e de minério de ferro vinda de trem da Serra dos Carajás, atividade explorada pela Companhia Vale do Rio Doce. A estratégica proximidade com os mercados europeus e norte americanos fez do Porto uma atraente opção de exportação, mas padece de maior navegação de cabotagem13. O Porto movimenta na navegação de cabotagem minério de ferro, minério de manganês, bauxita, alumina e alumínio, tanto no cais público quanto nos terminais de Ponta da Madeira e no terminal da Alumar. A navegação de cabotagem foi retomada em 2005, após estudos de viabilidade do retorno das linhas realizados pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), administradora do porto, e pela Aliança Navegação. A operação chegou ser realizada em 2002, mas foi suspensa por falta de volume suficiente de cargas14. Várias operações então em estudo, entre elas, o transporte de cargas do Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar) e do sistema Norte da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), que compreende o Maranhão e o Pará. A idéia é atrair cargas de produtos de consumo alimentícios e industrializados. Com grandes possibilidades de o Itaqui retomar as linhas de cabotagem, a EMAP argumenta vantagens como o custo do frete da cabotagem, 30% menor do que o transporte rodoviário. De acordo com a empresa, o Itaqui tem potencial para atender a cabotagem. Falta garantir cargas para que os navios retornem carregados aos pontos de partida. De acordo com a EMAP, só a Alumar apresenta uma demanda potencial para movimentar em torno e seis mil toneladas de cargas por mês pelo sistema de cabotagem. As primeiras rotas a ser incluídas no sistema serão os portos de Recife, Santos e Rio de Janeiro. Além da Alumar, também a Vale tem possibilidades do transporte via cabotagem de máquinas e equipamentos importados, que atualmente chegam a portos do Ceará. De lá, os produtos são transportadas de caminhão para o sistema 13 http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Lu%C3%ADs_(Maranh%C3%A3o) http://www.tudook.com/brasil/maranhao.html, acessado em 26/07/2008 14 http://www.sindmar.org.br/CLIPPING.ASP?ID=2114 Norte (MA e PA). A idéia é que eles possam se trazidos para São Luís por meio de linhas de cabotagem. No Maranhão, quem aprova a cabotagem nos portos é a Aliança Navegação, que exige que cada navio utilize, no mínimo, 200 conteiners por escala, seja na subida ou descida do navio. “Hoje, graças à Alumar, nós estamos com matéria prima para subir com 120 conteiners. Mas o Porto do Itaqui já está buscando, por meio da Associação Comercial e da FIEMA, o suporte restante para atingirmos a meta obrigatória. Precisamos que os grandes comerciantes e produtores acreditem nesse tipo de navegação e queiram utilizá-la para o transporte de suas mercadorias”, explicou Márcio de Melo.15 A linha terá uma periodicidade de 15 em 15 dias, já que a regularidade da cabotagem é de dois navios por mês. Segundo o chefe da divisão de negócios do Porto do Itaqui, o próximo passo seria transformar o Itaqui em “feeder”, ou seja, possibilitar a vinda de grandes navios com grande quantidade de conteineres (20 e 40 pés) e distribuí-los em navios menores. PRINCIPAIS PORTOS BRASILEIROS - Toneladas movimentadas Fonte: SEP/PR – Secretaria Especial de Portos da Presidência da República 15 http://www.jornalpequeno.com.br/2005/6/7/Pagina16040.htm (Anuário Estatístico ANTAQ. 2000) TRANSPORTE AQUAVIÁRIO 16 BACIA DO NORDESTE 17 Hidrovias Consideradas: Parnaíba Rios Estaduais (Gurupi, Turiaçu, Pindaré, Mearim, Itapecuru, Periá, Maracaçumé, Pericumã, e rios da Baixada Ocidental Maranhense) Considerações sobre os dados referentes às Hidrovias do Nordeste Apesar de abranger considerável extensão territorial, a Bacia do Nordeste apresenta modesta hidrografia, com a maioria dos rios classificados como temporários, à exceção dos rios maranhenses, que são quase todos perenes. Esses rios, quase sempre constituem cada um deles, uma bacia própria e ao conjunto dessas bacias convencionou-se chamar Bacia do Nordeste. O transporte hidroviário na bacia caracteriza-se pela pequena monta e considerável volume, com transporte de mercadorias destinadas, essencialmente, à economia de subsistência. Assim, não existe uma coleta sistemática de dados de movimentação nessas hidrovias e por esse motivo procedeu-se o levantamento amostral em alguns pontos de embarque e desembarque dos principais rios, durante o ano de 2000. Foram coletados e processados dados nos rios a seguir relacionados: Parnaíba, Pindaré, Mearim e Itapecuru (dados de janeiro/2000 em diante), Periá, Turiaçu, Gurupi, Pericumã, Maracaçumé e rios e lagos da Baixada Ocidental Maranhense (dados de abril/2000 em diante). 16 http://www.transportes.gov.br/ 17 Administração das Hidrovias do Nordeste - AHINOR Superintendente: JOSÉ OSCAR FRASÃO FROTA Endereço: Rua da Paz nº 561 – Centro 65020-450 São Luís – MA Telefones: (98) 231 5122 / 231 5305 Fax: (98) 232 6707 E-mail:[email protected] Bacia do Parnaíba Características: Área aproximada em km²: 327.107 Estados Abrangidos: Maranhão e Piauí. Principais Rios: Parnaíba, Parnaibinha, Uruçui, Vermelho, Balsas, Uruçui Preto, Gurguéia, Riachão, Bacuri, Canindé, Poti e Longá. Rios Considerados: Parnaíba. Características Gerais do Transporte na Bacia: A navegação no rio Parnaíba, atualmente, é praticada por aproximadamente 140 embarcações autopropulsadas, de pequeno e médio porte, com capacidade de carga variando entre 1,0 e 12,0 toneladas. Outras Considerações: O Rio Parnaíba tem um curso total de aproximadamente 1.334 km, sendo navegável em dois trechos compreendidos entre: a sua foz no Oceano Atlântico e a Barragem de Boa Esperança, no km 749, e a Barragem de Boa Esperança e a cidade de Santa Filomena, no km 1.240. A navegação no Parnaíba é praticada por embarcações de madeira autopropulsadas, de pequeno e médio porte, com capacidade de carga variando entre 1,0 e 12,0 toneladas, no transporte de carga geral como: arroz, milho, feijão, babaçu, carnaúba, cana de açúcar, algodão, mandioca, farinha de mandioca, pescados, crustáceos e gêneros diversos, para abastecimento das populações ribeirinhas e passageiros entre as cidades e os diversos povoados ao longo da via. O Parnaíba é navegável desde sua foz até as cidades de Santa Filomena/Alto Parnaíba, num percurso de 1.240 Km, onde os maiores obstáculos são constituídos por bancos de areia e alguns afloramentos rochosos. No trecho da hidrovia, entre Santa Filomena e Teresina, a navegação encontra-se interrompida na localidade de Guadalupe, onde foi implantada a Barragem de Boa Esperança no km 743, para fins de geração de energia elétrica, com um desnível de 47 m, os quais somente poderão ser vencidos quando concluídas as obras do Sistema de Eclusas de Boa Esperança, paralisadas desde 1982. A Barragem de Boa Esperança eliminou parte desses obstáculos e tornou possível a navegação a montante. O Parnaíba é navegado em corrente livre e no seu estado natural, entre as cidades de Uruçui e Santa Filomena e no trecho a jusante, da barragem até a sua foz. As saídas naturais para o Atlântico de modo a alcançar os portos marítimos exportadores, como o Porto do Itaqui (MA), o Porto de Mucuripe (CE) e o Porto de Pecém (CE), das cargas com escoamento previsto pelo "Corredor do Nordeste" terão como ponto principal de conexão, a cidade de Teresina (PI), onde serão executados os transbordos do modal hidroviário interior para os modais ferroviários e rodoviários, buscando-se o atingimento dos portos marítimos exportadores citados, já em operação. Sobre o curso navegável do Parnaíba, existem 05 pontes rodoviárias e pequenos atracadouros hidroviários do tipo rampa de acostagem e cais em muro de arrimo nas cidades de Parnaíba, Luzilândia, Barão do Grajaú, Timon, Amarante, União, São Francisco do Maranhão, Palmeirais, Tasso Fragoso, Parnarama, Floriano, Teresina, Alto Parnaiba, Ribeiro Gonçalves, Santa Filomena e no rio das Balsas, Balsas e Loreto. O rio das Balsas nasce no ponto de encontro da Chapada das Mangabeiras com a Serra do Penitente, em altitudes superiores a 700 m, no Estado do Maranhão, numa extensão total de 525 km, aproximadamente, surgindo como a principal via de integração com o rio Parnaíba no escoamento dos grãos oriundos da cidade de Balsas. Bacia do Itapecurú Características Área aproximada em km²: 52.700 Estados Abrangidos: Maranhão Principais Rios: Itapecurú, Alpercatas, Pucumã, Correntes, Santo Amaro e Itapecuruzinho Rios Considerados: Itapecurú Características Gerais do Transporte na Bacia: O transporte hidroviário na bacia do Itapecurú é praticado por pequenas embarcações de madeira, autopropulsadas, com capacidade de carga variando de 2,5 a 7,0 toneladas, transportando a produção agrícola da região; carga geral e passageiros. Outras considerações: O rio Itapecurú tem suas nascentes nas serras da Croeira e do Itapecurú, percorrendo uma extensão navegável de 565 km, desde Colinas até sua foz. Tomando-se como critério de divisão a navegabilidade, o rio Itapecurú divide-se em dois trechos nitidamente diferentes: • Alto Itapecurú - das nascentes até as proximidades da cidade de Caxias, numa extensão de 537 km aproximadamente, desnível de cerca de 345 m, e declividade média no trecho de aproximadamente 64 cm/km. Devido à existência de inúmeras corredeiras, que é outro obstáculo para a navegação o alto Itapecurú, no período da estiagem não pode ser navegado com segurança, necessitando de obras de canalização. As mais importantes, estão localizadas na parte inferior do trecho, poucas a montante da barra do Itapecuruzinho. • Baixo Itapecurú - da cidade de Caxias até a barra, com cerca de 360 km de percurso, pode ser considerado navegável o ano todo. Nas estiagens surgem dificuldades devidas às pequenas profundidades provocadas pelos depósitos aluvionais denominados "secos ou razeiros". Nas águas altas, os tirantes de ar livres sob algumas pontes tornam-se um empecilho à navegação, acarretando, inclusive, transbordamentos. Da cidade de Caxias até a foz o desnível total é de 55 metros, apresentando, portanto, uma declividade média de 15 cm/km, com profundidade média variando entre 2 e 3 metros, na maior parte do trecho. O Governo do Estado do Maranhão, através da Gerência de Qualidade de Vida está desenvolvendo estudos visando a elaboração do "Plano Diretor" da Bacia do Itapecurú. Bacia do Mearim Características Área aproximada em km²: 94.710 Estados Abrangidos: Maranhão Principais Rios: Mearim, Pindaré, Grajaú, Das Flores e Corda. Rios Considerados: Mearim e Grajaú. Características Gerais do Transporte na Bacia: Pequenas embarcações de madeira autopropulsadas, com capacidade de carga variando de 2,0 a 10,0 toneladas. Outras considerações: O rio Mearim tem suas nascentes nas encostas setentrionais da Serra da Menina, em altitudes de 400 a 500 m aproximadamente, e numa latitude de 06º 59' S, com curso total de aproximadamente 930 km, sendo navegável somente em parte do alto Mearim e nos trechos médio e baixo do rio, compreendido entre a sua foz na Baia de São Marcos e a cidade de Barra do Corda no km 645. A navegação no Mearim, atualmente, é praticada por embarcações de madeira, autopropelidas (lanchas), com capacidade de carga variando entre 4 e 10 toneladas, no transporte de carga geral (arroz, milho, feijão, babaçu, farinha de mandioca, pescado, gêneros diversos, etc.) e passageiros entre os diversos povoados e cidades existentes ao longo da via. Por suas características físicas, o rio Mearim está dividido em três trechos principais: • Alto Mearim - compreende o trecho entre as cabeceiras e a barra do rio das Flores, e a extensão do trecho é de aproximadamente 400 km. O desnível total do trecho é de cerca de 400 m, sendo a declividade bastante variável devido ao elevado número de corredeiras, que em muitos casos obstruem o leito. A declividade média do trecho é de aproximadamente 1,0 m / km. A largura média é de 40 m, que se reduz à medida que se sobe o rio. Apresenta grande sinuosidade e profundidade média nos estirões de 1,50 a 2,00 m. A profundidade mínima no trecho situa-se em torno de 1,00 m. • Médio Mearim - compreende o trecho entre a barra do rio das Flores e o Seco das Almas, com extensão de aproximadamente 180 km. O desnível total é de cerca de 20 metros, sendo a declividade média de aproximadamente de 11 cm/km. A largura situa-se entre 50 e 100 metros. Neste trecho encontram-se diversos alargamentos do rio onde os depósitos aluvionais tornam muito difícil a navegação, com profundidades da ordem de 0,80 metros em águas baixas. • Baixo Mearim - compreende o trecho entre o Seco das Almas e a foz na baía de São Marcos. A sua extensão é de aproximadamente 170 km. O desnível total é de cerca de 12 m, e declividade média, aproximada de 7 cm/km, apresentando características de um rio de baixada, com grandes meandros. O curso d'água é lento e as profundidades constantes, com a mínima em torno de 1,50 m, localizadas nos trechos de depósitos de aluvião denominados "secos" e em algumas corredeiras, que se constituem no principal obstáculo à navegação. O rio Grajaú, afluente do rio Mearim pela margem esquerda, tem bacia hidrográfica com área de aproximadamente 21.830 km². Tem um curso total de aproximadamente 770 km, sendo atualmente navegado por pequenas embarcações no trecho entre o povoado Mandail e sua barra no rio Mearim, numa extensão de aproximadamente 330 km. Bacia do Pindaré Características Área aproximada em km²: 36.680 Estados Abrangidos: Maranhão. Principais Rios: Pindaré, Caru, Santa Rita, Maracu, Buriticupu e Zutiua. Rios Considerados: Pindaré e Caru. Características Gerais do Transporte na Bacia: O Transporte Hidroviário na bacia do Pindaré é praticado por pequenas embarcações de madeira, autopropulsadas, com capacidade de carga variando de 3,0 a 15,0 toneladas, transportando a produção agrícola da região; carga geral e passageiros. Outras Considerações: O rio Pindaré principal afluente do rio Mearim nasce nas elevações que formam o divisor entre as bacias hidrográficas dos rios Mearim e Tocantins, nas proximidades da cidade de Amarante em cotas da ordem de 300 m. Seu percurso total é de aproximadamente 686 km, sendo navegável no trecho compreendido entre a sua foz no km 41 do rio Mearim até a foz do rio Buriticupu no km 456. Tomando-se como critério de divisão a navegabilidade, a Bacia do Pindaré divide-se em três trechos nitidamente diferentes: • Alto Pindaré - das nascentes até a foz do rio Buriticupu, com uma extensão de 230 km, aproximadamente. Devido a existência de baixas profundidades (secos ou razeiros), pela pouca largura do rio e pela grande sinuosidade, com raios de curvatura bastante reduzidos, o alto Pindaré, não pode ser navegado com segurança. • Médio Pindaré - da barra do rio Buriticupu no km 456 até a cidade de Pindaré Mirim no km 178, numa extensão de 278 km aproximadamente, existe uma pequena corredeira, logo a montante da foz do rio Caru, com declividade de 68 cm/km, e com velocidade das águas um pouco maior, que não compromete a segurança da navegação. • Baixo Pindaré - da cidade de Pindaré Mirim até sua desembocadura no rio Mearim, numa extensão aproximada de 178 km, a declividade é consideravelmente reduzida, com a influência das marés. A profundidade mínima é de 2,30 m e a largura que no inicio do trecho varia entre 50 a 80 m, chega nos últimos quilômetros a atingir 220 m. As margens do rio no trecho a jusante de Pindaré-Mirim são baixas, planas e sujeitas a inundações, existindo também muitas lagoas marginais, que no período das cheias se interligam com os rios e lagos da Baixada Ocidental Maranhense. A sinuosidade continua intercalada, de vez em quando, por curtos estirões, que se transforma neste trecho em amplos meandros, típicos de rio de baixada. A navegação no rio Pindaré e seus afluentes, atualmente é praticada por embarcações de madeira, autopropelidas (lanchas), com capacidade de carga variando entre 3 e 15 toneladas, no transporte de carga geral (arroz, milho, feijão, babaçu, madeira, mandioca, farinha de mandioca, gêneros diversos para abastecimento das populações ribeirinhas, etc.) e passageiros entre as cidades e os diversos povoados ao longo da via. RIOS ESTADUAIS - MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS – 2000 18 Período de Referência: Ano de 2000 Terminal de Origem RIO GURUPI RIO ITAPECURU Terminal de Destino Principais Distância Quantidade Produção de Produtos Empresas de (km) (t) Transporte(tku) Movimentados Navegação Carutapera 47 4.776 224.457 Viseu 53 2.805 148.667 Boa Vista do Gurupi 40 6.952 278.092 Das Pedras (Caxias) (MA) 99 1.653 163.691 Galeana 47 1.424 66.925 Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Codó 34 1.962 66.696 Maracaçumé 13 364 4.734 Cândido Mendes 14 3.486 48.801 Vitória do Mearim (MA) 54 3.650 197.098 Bacabal (MA) 39 1.865 72.724 Pedreiras (MA) 141 2.163 305.048 Conceição do Lago Açu (MA) 18 3.186 57.354 RIO PERIÁ Humberto de Campos 41 16.655 682.860 Carga Geral Diversas RIO PERICUMÃ Ponte Sarney 13 1.596 20.742 Carga Geral Diversas Monção (MA) 44 10.833 476.668 Pindaré Mirim (MA) 52 19.258 1.001.424 Santa Luz (MA) 121 13.759 1.664.824 Carga Geral Diversas São Joâo do Caru (MA) 85 7.925 673.600 589.716 Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas RIO MARACAÇUMÉ RIO MEARIM RIO PINDARÉ RIO TURIAÇÚ Santarém (MA) 116 5.084 Araguanã 42 495 20.783 Três Furos 31 3.329 103.208 Santa Helena (Rota Turiaçú) 37 4.679 173.108 Santa Helena (Rota Paruá) 33 5.719 188.722 8.214 156.067 RIOS E LAGOS DA BAIXADA Viana OCIDENTAL MARANHENSE Penalva TOTAIS 19 21 10.179 213.760 142.011 7.599.770 18 Fonte: Administração das Hidrovias do Nordeste – AHINOR, disponível em http://www.transportes.gov.br/, acessado em 26/07/2008 HIDROVIA DO PARNAÍBA - MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS - 2000 Período de Referência: Ano de 2000 Terminal de Origem Terminal de Destino Luzilandia (MA) Conceição (Araioses) (MA) Carnaubeira (Araioses) (MA) 22 185 4.072 27 184 4.975 Tucuns 32 369 11.823 Catingueiro 46 860 39.558 Saco 46 982 45.195 55 975 53.643 55 739 40.635 Morrinho 65 800 51.594 Santa Bárbara 89 615 54.771 Ribeiro Gonçalves 105 491 51.555 Barra do Gurgueia 47 215 10.082 53 322 16.880 74 535 39.619 Parnarama 91 313 28.355 União 70 190 13.311 Milagres 75 216 16.219 Miguel Alves 71 425 30.157 Parnaíba 120 934 112.390 Milagres 49 143 7.028 Magalhães de Almeida 26 258 6.710 Carnaubeira 17 9.754 160.933 Tatus 17 1.263 21.471 Canárias 17 1.217 20.689 Torto 26 620 16.116 Morro do Meio 27 540 14.586 Cajú 27 497 13.431 Carrapato 33 537 17.716 Parnaíba 21 870 18.523 Conceição 17 1.293 21.333 Água Doce 21 889 18.667 Tatus 30 1.996 59.870 Tutoia 49 1.711 82.961 Parnaíba 39 1.740 68.363 94 302 28.460 120 469 56.470 39 1.708 67.122 94 1.623 153.008 17 1.015 17.263 Magalhães de Tucuns (Parnaíba Almeida PI) Luzilândia Carnaubeira Salgado (Parnaíba Tutoia - PI) Luiz Correia Tatus (Morro da Mariana - PI) Produção de Transporte(tku) Espinhas Floriano / Barão do Salina Grajaú (MA) Barrag. Boa Esperança Repartição (MA) Quantidade (t) Curimatã Uruçui / Benedito Surubim Leite (MA) Olho D'Água Timon (MA) Distância (km) Conceição 17 1.282 21.792 Carnaubeira 30 1.969 59.057 Torto 33 1.152 38.000 Produtos Movimentados Principais Empresas de Navegação Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Carga Geral Diversas Morro do Meio 45 994 44.730 Tutoia 64 1.976 126.432 45.169 1.785.564 TOTAIS PRESENÇA DE PORTO PESQUEIRO TERMINAL DE PESCA DE PORTO GRANDE Obra financiada pelo Banco de Desenvolvimento Interamericano, através da antiga SUDEPE, fica localizada no lado oeste da Ilha de São Luis, ou ao sul do Porto do Itaqui, e a aproximadamente a 27 km e São Luis por estrada, sendo concluída em 1989. O terminal originalmente teria as seguintes funções: • • • • Prover infra-estrutura adequada para embarcações que coletam e transportam a captura das comunidades pesqueiras espalhadas ao longo da costa norte e para os barcos pesqueiros que operam da Ilha de São Luis; Centralizar as desembarques do pescado no Maranhão com vistas a formar um mercado atacadista responsável pelo abastecimento local e pela exportação para outros Estados e Países; Prover serviços de congelamento e armazenagem a frio para a industria de processamento do pescado; Polarizar o desenvolvimento das indústrias relacionadas com a pesca na área do terminal. O Terminal consiste nos seguintes elementos: • • • • • • • • • • • • • • • Fábrica de gelo em escamas; Sala de recepção de peixes; Câmara frigorífica para 60 toneladas Sala de processamento; Congeladores por túnel e placas (-380 C); Sala de embalagem (-100 C); Câmara frigorífica para 160 toneladas (-250 C) Cais de desembarque; Sala para venda/exposição; Casa de máquinas; Sub-estação de eletricidade; Almoxarifado; Administração; Refeitório e sanitários; Estacionamento para caminhões Foi previsto que a organização da produção e comercialização deveria ser baseada na formação de cooperativas regionais. Estas cooperativas de produção deveriam ter sido associadas a uma cooperativa central que iria transportar e comercializar o peixe. Havia sido concebido que o peixe seria comprado do terminal por comerciantes de São Luís, compradores de outros Estados e outros compradores locais que tencionassem processar o peixe para exportação no próprio terminal. Concebeu-se também que os barcos de transporte do peixe assumiriam o papel de transportadores de mercadorias gerais para as comunidades pesqueiras e que estas mercadorias seriam disponíveis no terminal. Vinte e dois pontos de produção foram selecionados na costa norte. Estes deveriam ser subordinados às instalações das quatro cooperativas localizadas em Guimarães, Cururupu, Turiaçú e Cândido Mendes, todas sedes de municípios com rede elétrica e abastecimento de água adequado, embora inconvenientemente situadas para as comunidades pesqueiras. Raposa e São José de Ribamar deveriam trabalhar diretamente com o terminal principal. O estudo preparado para a SUDEPE por Engevix S.A. estimou que a quantidade do peixe desembarcado no terminal iria eventualmente alcançar 25.000 toneladas/ano e concluiu que o terminal deveria ter uma capacidade nominal de 20.000 toneladas/ano. Esta capacidade seria facilmente aumentada com um ajuste da força de trabalho e horário de funcionamento. Segundo a SUDEPE os desembarques no terminal iriam aumentar em 10% por ano, nos quatro primeiros anos, com a pretensa desativação do Portinho, redução do tempo de abastecimento de barcos de transporte e novas embarcações e investimentos na forma de crédito, através do programa PROPESCA (SUDEFE/Engevix). Deste mesmo relatório foram extraídos os seguintes dados: Descrição dos dados Quantidades Movimento do pescado 20.000 t. por ano (56 t/dia) Dias em operação 360 dias por ano Composição dos desembarques 80% de peixe, 20% de camarão Horário de desembarques Entre 5:00h e 10:00h 64% da produção para ser vendida em São Destinação do pescado Luís PORTINHO SÃO JOSÉ DE RIBAMAR DEMAIS PORTOS PESQUEIROS A maioria das sedes dos municípios costeiros possui algum tipo de cais acessível na maré alta. Em outras comunidades as embarcações são encalhadas para descarregar ou as mercadorias são trazidas à praia de canoa. A PESCA NO MARANHÃO 19 INFORMAÇÕES GERAIS O Estado do Maranhão possui o segundo maior litoral do Brasil, com 640 km de extensão, compreendidos entre o Delta do rio Parnaíba, na fronteira com o Piauí, até a foz do rio Gurupi, fronteira com o Pará. A costa maranhense está dividida em três partes: • A costa ocidental, compreendendo a área entre a foz do rio Gurupi até o Golfão Maranhense; • A área central, onde se encontra o Golfo do Maranhão ou Golfão Maranhense, no qual se situa a ilha de São Luís; • A costa oriental que se estende do Golfão até o Delta do Parnaíba, formada por uma área coberta por dunas de areia e uma costa mais regular, denominada Lençóis Maranhenses. O Estado possui grandes bacias hidrográficas, favorecendo uma grande produção de pescado de água doce, como também despejando no litoral uma enorme carga de nutrientes. 19 www.pecnordeste.com.br/.../AQUICULTURA%20E%20PESCA/A%20PESCA%20NO%20ESTADO%20DO%2 0MARANHÃO.pdf in PECNORDESTE, 23 a 28 de junho de 2008, Fortaleza- Ceará DIAGNÓSTICO DA REALIDADE PESQUEIRA MARANHENSE • • • • • • • • • • • • • Manguezais em uma faixa de 550 km com largura de até 40 km; Existência de aproximadamente 150 Ilhas Litorâneas; Existência de aproximadamente 300 comunidades pesqueiras; Existência de cerca de 200.000 pescadores artesanais; Estação chuvosa entre janeiro a julho com 90% de precipitação pluviométrica; Média da temperatura máxima de 31ºC e da mínima de 25ºC; O Maranhão é a única área do Nordeste com potencial para aumento da produção; Plataforma continental larga, vasta e rasa, com alta produção primária devido a nutrientes trazidos pelos rios; Orla marítima de manguezais; Comunidades pesqueiras próximas as áreas de capturas; A biomassa de caranguejo-uçá foi estimada em 169.600 t; Águas costeiras com evidências consideráveis de estoques de camarão; Existência em quase todo litoral de enormes áreas propícias ao cultivo do camarão marinho que anteriormente eram utilizados para produção de sal; Produção pesqueira ano 2005. Modalidade Pesca extrativa Marinha Pesca extrativa Continental Aqüicultura Marinha Aqüicultura continental TOTAL PRODUÇÃO 40.027,00 22.505,50 246,00 764,00 63.542,50 (%) 63 35,4 1,2 1,2 100 Espécies Identificou-se 87 espécies de pescado, 33 de maior importância em termo de volume de produção e valor comercial, destacam-se: • • • • • • Pescada amarela; Corvina; Pescada-gó; Caranguejo-uçá; Cangatã; Camarão branco. Estas espécies representam 60% da produção total. Embarcações/frota Segundo a ESTATPESCA, a frota pesqueira marítima e estuarina, é composta por 9.000 unidades. A embarcação a remo representa 42,3%; Veleiras, 31,0% e motorizadas, 25,3% Aparelho de pesca Foram identificados 23 tipos diferentes, sendo as de rede de emalhar (malhadeira, pescadeira, gozeira, serreira, tainheira) com aproximadamente 50% da produção total; seguido das armadilhas, 18,4%, coleta manual 10,7% e as linhas/espinhéis, com 10% da produção. Comercialização Espécies com maior volume de comercialização: • • • • • Pescada amarela com 15,3%; Camarão branco com 13,7%; Corvina, 6,7%; Carangejo-uçá, 5,1%; e a Pescada-gó, 4,6%. Piscicultura O Estado do Maranhão é reconhecidamente um dos estados brasileiros com maior potencial para exploração racional da piscicultura, pois dispõe em abundância, de quase todos os requisitos essenciais desenvolvidos nesta atividade, como água em abundância e temperatura tropical durante o ano. Política estadual Lei da Pesca nº 8.089 de 25 de fevereiro de 2004, que dispõe da política pesqueira estadual, seus objetivos, diretrizes e regula as atividades de Pesca e Aqüicultura. Zoneamento costeiro do maranhão Identificou os locais mais propícios a novos investimentos geradores de emprego e renda, levando em conta os princípios da conservação e preservação ambiental, onde permitirá a definição de políticas voltadas para estimular os investimentos e a produção de pescada e camarão. Dentre os 640 km de extensão, temos aproximadamente 134.000 km² de área para zona costeira estadual. Áreas propícias ao cultivo de Camarão Classe Potencial muito alto Alto potencial Médio potencial Baixo potencial Área (km2) 343,67 1244,59 5893,71 9710,08 % 1,52 5,53 26,17 43,13 Estrutura da pesca no estado Atualmente dentro da estrutura do Governo do Estado existe uma Coordenação de Pesquisa Pesqueira, dentro da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão – AGERP/MA, que além da realizar pesquisas aplicadas à Pesca e Aqüicultura, deve prestar assistência técnica á pescadores artesanais e aqüicultores familiares. Recentemente foi criada uma superintendência de Pesca e Aqüicultura dentro da estrutura da Secretaria de Indústria e Comércio e terá a incumbência de ordenar a cadeia produtiva da pesca artesanal e aqüicultura com vistas a melhoria da comercialização, processamento e insumos de produção. IMPORTÂNCIA DA CONSTRUÇÃO NAVAL ESTALEIRO MEARIM O Governo do Estado assinou no dia 27 de junho de 2008 o protocolo de intenções com a empresa Eisa Estaleiro S/A, empresa do grupo Synergy, também proprietária do Estaleiro Mauá, para instalação de um estaleiro de construção naval destinado à produção, montagem, instalação e reparo de navios e plataformas de petróleo. Este novo empreendimento estimado em R$ 340 milhões que chega ao Maranhão vai gerar quatro mil empregos diretos e 12 mil indiretos. O Estaleiro Mearim, como será chamado, deverá entrar em operação em dois anos e terá capacidade nominal suficiente para produzir navios com capacidade de carga de 185 mil tdw e será instalado em uma área de 60 hectares, já liberada, localizada nas proximidades do Porto do Itaqui. A instalação do estaleiro vai se dar em três fases: 1 - Construção das instalações administrativas em um prazo de 14 meses; 2 - Operação do dique seco dentro do prazo de 20 meses; e 3 - Finalização das obras e operacionalização plena do estaleiro, em 38 meses. CENTRO VOCACIONAL TECNOLÓGICO ESTALEIRO ESCOLA DO MARANHÃO 20 O Estaleiro-Escola funciona como uma unidade de ensino profissionalizante, e visa o resgate das técnicas de produção de embarcações tipicamente maranhenses, através da carpintaria naval tradicional, oferece o Curso Técnico de Embarcações Artesanais. Além da promoção de cursos para a produção naval, o CVT Estaleiro Escola também oferta cursos na área de Informática, Educação Ambiental, Turismo e Eletrotécnica. O Estaleiro-Escola foi inaugurado em 15 de dezembro de 2006, está ligado à Universidade Virtual do Estado do Maranhão – UNIVIMA. Único no Brasil a trabalhar com técnica de construção naval artesanal, o Estaleiro-Escola do Maranhão aproveitou todo o conhecimento existente dos Mestres Carpinteiros que estão na ativa hoje no estado. 20 ANDRES, Luiz Phelipe. Embarcações do Maranhão e o Projeto Estaleiro Escola. http://web3.cefetcampos.br/aquicultura/eventos/eventos-de-julho/Microsoft%20Photo%20Editor%20%20convite%20pesca.pdf/view In O Curso nasceu em virtude das más condições encontradas para o desenvolvimento deste tipo de atividade no Maranhão. Hoje, a produção existente ainda acontece, em sua maior parte, em estaleiros artesanais que não dão condições de trabalho adequadas a estes profissionais. Com o conhecimento técnico, os novos profissionais serão capazes de dominar todas as etapas, desde a construção até a manutenção das embarcações, utilizando conceitos modernos de materiais e segurança. No curso são ministradas disciplinas como: ecologia, materiais e geografia, entre outras específicas da área de construção. NÚMERO DE ESTALEIROS Estaleiros artesanais 21 O conceito de estaleiro artesanal pode ser definido como um espaço coberto de uso permanente ou temporário, localizado em praias ou às margens de rios e lagos, com acesso facilitado para as embarcações. Em muitos casos é uma extensão da residência do carpinteiro, possibilitando a transferência de conhecimento no universo familiar. Estaleiros mais bem estruturados possuem equipamentos modernos e melhores condições de trabalho, mas o processo de encomenda é semelhante, feito sem o uso de desenhos; o cliente expõe ao mestre sua necessidade e o modelo encomendado é muitas vezes baseado em algum já existente ou proposto pelo carpinteiro naval. A atividade envolve também o reparo e a manutenção das embarcações. São Luís • Centro Vocacional Tecnológico Estaleiro-Escola do Maranhão 22. São José de Ribamar • Mestre Jonas (João dos Reis Calisto), o mestre Jonas é, aos 78 anos um dos mais antigos construtores navais de São José de Ribamar, na Ilha de São Luís. Foi o responsável pela introdução da Biana na região, modelo originário do Ceará e hoje largamente utilizado na pesca artesanal. 21 http://www.embarcacoesdobrasil.com.br/estaleiros.htm 22 ANDRES, Luiz Phelipe. Embarcações do Maranhão e o Projeto Estaleiro Escola. http://web3.cefetcampos.br/aquicultura/eventos/eventos-de-julho/Microsoft%20Photo%20Editor%20%20convite%20pesca.pdf/view In Modelo de embarcação que fabrica: Biana Localização: Praia do Vieira, São José de Ribamar – MA Cururupu • Mestre Enídio (José Enídio Borges) e Irmãos. Modelo de embarcação que fabrica: Iate (escuna), bote (8 a 26m) e casquinho. Localização: Rua Gaspar Viana, nº 20. Tel: 3391 2829/3391 2524 Bairro Jaearé Cururupu – MA • Estaleiro J. B. Pereira Comércio Modelo de embarcação que fabrica: Biana, canoa e casquinho. Praça do Mercado, nº 1. Areia Branca Tel: 3391 2893 Nova Iorque • Liduíno Inácio da Silva Modelo de embarcação que fabrica: canoa. Rua Dr. Otávio Assumpção, s/n. Nova Iorque – MA Tel: 557 1193 REFERÊNCIAS BUBLIOGRÁFICAS A PESCA NO MARANHÃO. in PECNORDESTE, 23 a 28 de junho de 2008, FortalezaCeará, disponível em www.pecnordeste.com.br/.../AQUICULTURA%20E%20PESCA/A%20PESCA%20NO %20ESTADO%20DO%20MARANHÃO.pdf , capturado em 27/07/2008; ALMEIDA, Zafira da Silva de; FERREIRA, Dayanne Suele Chaves; NAHUM, Victoria Judith Isaac. CLASSIFICAÇÃO E EVOLUÇÃO DAS EMBARCAÇÕES MARANHENSES. In BOLETIM DO LABORATÓRIO DE HIDROBIOLOGIA, 19:31-40. 2006; ASSIMP - SESH - Governo do Estado do Maranhão, 28/05/2005, capturado em 26/07/2008. BARROS JÚNIOR, Feliciano. Informações prestadas aos autores. Navegações Pericumã, 2008 BERNARDI, Cristina Costa. CONFLITOS SÓCIO-AMBIENTAIS DECORRENTES DA BUBALINOCULTURA EM TERRITÓRIOS PESQUEIROS ARTESANAIS: O CASO OLINDA NOVA DO MARANHÃO.. Dissertação de Mestrado. UCB, 2005. Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Planejamento e Gestão Ambiental, p. 87, disponível em http://www.iica.org.br/Docs/PublicaçoesIICA_ConflitosSociaisAmbientais.pdf, capturado em 27/07/2008; BOLETIM DO LABORATÓRIO DE HIDROBIOLOGIA, 19:31-40. 2006; COQUEIRO, Ivaldo. Informações prestadas por Sr. Ivaldo Coqueiro [email protected] ao Secretário Adjunto de Industria e Comércio Fernando Duailibe Mendonça, via correio eletrônico, em 15 de julho de 2008 D.O. ANO CII Nº 071 SÃO LUÍS, SEXTA-FEIRA, 11 DE ABRIL DE 2008 ESTADO DO MARANHÃO. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAN. GT – PESCA E AQUACULTURA. RELATÓRIO TÉCNICO FINAL. São Luís: GEPLAN, novembro de 2007. GT – Grupo de Trabalho de Pesca e Aqüicultura, instituído no âmbito da Secretaria de Estado do Planejamento CEFET-MA/COPLAN. CEFET-MA/IFET-MA. PROPOSTA DE CONSTITUIÇÃO. São Luís, 2008 ESTADO DO MARANHÃO. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAN. GT – PESCA E AQUACULTURA. RELATÓRIO TÉCNICO FINAL. São Luís: GEPLAN, novembro de 2007. GT – Grupo de Trabalho de Pesca e Aqüicultura, instituído no âmbito da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento, pelo Decreto nº 22.063, de 02 de maio de 2007 IABS/SEBRAE. PROJETO DE FORTALECIMENTO DO SETOR PESQUEIRO E AQUÍCOLA MARANHENSE, documento produzido pelo Instituto Ambiental Brasil Sustentável – IABS – para o SEBRAE-MA, 2008; INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Boletim Estatístico da Pesca Marítima e Estuarina do Nordeste do Brasil - 2003, Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, CEPENE, 2004, 191p. In ALMEIDA; FERREIRA; NAHUM, CLASSIFICAÇÃO E EVOLUÇÃO DAS EMBARCAÇÕES MARANHENSES. In BOLETIM DO LABORATÓRIO DE HIDROBIOLOGIA, 19:31-40. 2006; MARANHAO. ASPECTOS DO PLANEJAMENTO ESTADUAL. São Luís: SEPLAN. [http://www.ma.gov.br/governo/desenvolvimento_p.htm]. Mai, 1999. PESCA E AQÜICULTURA: EMBRAPA TENTA REDUZIR PERDAS NA CAPTURA DE CARANGUEJOS. Disponível em http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=5518, capturado em 27/07/2008; PESSOA NETO, Wenceslau Almada; GUIMARÃES, Luzia Lima. DIAGNÓSTICO DA PESCA ARTESANAL DO ESTADO DO MARANHÃO: UM ESTUDO SOBRE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS - (Universidade Estadual do Maranhão) - ANAIS DA 58ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006; STRIDE, R. K. 1992. Diagnóstico da pesca Artesanal Marinha do Estado do Maranhão. São Luís: CORSUP/EDUFMA, v. 2, 205 p; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; e Outros. CURSOS DE EXTENSÃO: PROPOSTA DE CURSOS DE FORMAÇÃO BÁSICA NAS ÁREAS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E RECURSOS PESQUEIROS. Acordo de Cooperação Técnica SEAP e MEC/SETEC. Plano de Valorização do Profissional da Pesca da Lagosta. São Luís: CEFET-MA/DEN/DCS, 2007; Sítios da Internet. http://www.portalbrasil.net/estados_ma.htm http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&rlz=1T4ADBS_ptBRBR260BR262&q=carta+nautica+%2B+porto+do+itaqui&btnG=Pesquisar&meta= http://www.mda.gov.br/portal/index/show/index/cod/1867/codInterno/17550 http://web3.cefetcampos.br/aquicultura/noticias/nordeste-04-e-criado-no-maranhao http://www.portodoitaqui.ma.gov.br/galeria.asp ttp://www.transportes.gov.br/bit/ferro/efc/inf-efc.htm