OS FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO DE
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
OS FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO DE REDES
DE ATENÇÃO À SAÚDE
• Os princípios organizativos (economia de escala; grau de
escassez de recursos e acesso aos diferentes pontos de
atenção a saúde)
• Os territórios sanitários (população adscrita)
• As formas de integração (horizontal: fusão ou aliança
estratégica; vertical – unidades produtivas diferentes)
• As diretrizes clínicas (protocolos, linhas-guia)
Fonte: Mendes, E.V. As Redes de Atenção à Saúde.
Escola de Saúde Pública de Minas Gerais. 2009.
OS PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DAS REDES DE
ATENÇÃO À SAÚDE
E SUA DINÂMICA
• Economia de escala
• Disponibilidade de
recursos
• Qualidade
FONTE: MENDES (2001)
ACESSO
O CONCEITO DE ECONOMIA DE ESCALA
As economias de escala ocorrem quando os custos
médios de longo prazo diminuem, à medida em que
aumenta o volume das atividades e os custos fixos se
distribuem por um maior número dessas atividades,
sendo o longo prazo um período de tempo suficiente
para que todos os insumos sejam variáveis.
FONTE: ALETRAS, JOHNES & SHELDON (1997)
EFICIÊNCIA DOS HOSPITAIS
BRASILEIROS SEGUNDO TAMANHO
1,00
0,90
0,80
0,70
Internal
0,60
Scale
Total
0,50
0,40
0,30
0,20
0,10
0,00
0-24 beds
25-49 beds
FONTE: COUTTOLENC (2004)
50-99 beds
100-249 beds
250 + beds
O CONCEITO DE DISPONIBILIDADE DE RECURSOS
DE SAÚDE
• Há recursos humanos e materiais que são escassos
e/ou muito caros e que devem ser concentrados;
• Há recursos humanos e materiais que não são
escassos e/ou não muito caros e que devem ser
desconcentrados.
FONTE: MENDES
O CONCEITO DE QUALIDADE EM SAÚDE
•
Os serviços de saúde têm qualidade quando são efetivos; são
eficientes;
•
são submetidos a medidas de performance nos níveis da
estrutura, dos processos e dos resultados;
•
são seguros para os profissionais de saúde e para os usuários;
•
são ofertados para atender às necessidades dos usuários;
•
Fazem-se de forma humanizada;
•
e satisfazem àsFONTE:
expectativas
usuários
INISTITUTE dos
OF MEDICINE
(2000);
MENDES (2002); DLUGACZ, RESTIFO &
GREENWOOD (2004)
AS RELAÇÕES ENTRE ESCALA E QUALIDADE NOS
SERVIÇOS DE SAÚDE
Nos serviços de saúde há forte relação entre escala e
qualidade:
• Os
serviços
de maior escala
facilitam
comunicaçãoes interespecialistas;
• Fortalecem o trabalho multidisciplinar;
FONTE: MCKEE & HEALY (2000)
as
AS RELAÇÕES ENTRE ESCALA E QUALIDADE NOS
SERVIÇOS DE SAÚDE
• Asseguram o uso ótimo de equipamentos de
maior densidade tecnológica;
• Criam um clima propício à educação permanente ;
FONTE: MCKEE & HEALY (2000)
O vínculo entre escala e qualidade
Cirurgia de Revascularização Cardíaca
Brasil, 1995
Procedimentos
por Hospital
No. de
Hospitais
Total de
Procedimentos
Mortes
totais
Taxa de
Mortalidade
1-9
22
93
12
12.9
10-49
31
681
86
12.6
50-149
43
2947
264
10.0
150-299
23
8077
509
6.3
300+
5
4269
228
5.2
Source: Noronha, 2001 and 2003; WHO, 2003
O CONCEITO DE ACESSO
O acesso aos serviços de saúde está em função de quatro
variáveis
1- o custo de oportunidade da utilização dos serviços de
saúde;
2- a severidade percebida da condição que gera a
necessidade de busca dos serviços;
3- a efetividade esperada dos serviços de saúde;
4- a distância dos serviços de saúde.
FONTE:MENDES (2009), citando CARR-HILL,
PLACE & POSNETT, 1997
O CONCEITO DE ACESSO
“Quanto maior o custo de oportunidade, menor
a severidade da condição, menos clara a
percepção da efetividade e maior a distância,
menor será o acesso aos serviços de saúde”
FONTE:MENDES (2009), citando CARR-HILL,
PLACE & POSNETT, 1997
A REGIONALIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE
A regionalização é uma diretriz do sistema
único de saúde e um eixo estruturante do
pacto de gestão e deve orientar a
descentralização das ações e serviços de saúde
e os processos de negociação e pactuação
entre os gestores.
FONTE: MINSTÉRIO DA SAÚDE –
PPORTARIA 399-GM (2006)
OBJETIVOS DA REGIONALIZAÇÃO DA ATENÇÃO
À SAÚDE
1- garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e
serviços de saúde cuja complexidade e contingente populacional
transcenda a escala local/municipal.
2- garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e
territoriais e promover a eqüidade.
3- garantir a integralidade na atenção a saúde através da
organização de redes de ações e serviços de saúde integradas.
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE –
PORTARIA 399-GM (2006)
OBJETIVOS DA REGIONALIZAÇÃO DA ATENÇÃO
À SAÚDE
4-
Potencializar
o
processo
de
descentralização,
fortalecendo estados e municípios para exercerem papel de
gestores e organizando as demandas nas diferentes regiões.
5- Racionalizar os gastos e otimizar os recursos,
possibilitando ganhos em escala nas ações e serviços de
saúde de abrangência regional.
FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE –
PORTARIA 399-GM (2006)
OS TERRITÓRIOS DA ATENÇÃO À SAÚDE
• Os
territórios
político-administrativos:
os
territórios
de
desconcentração das secretarias estaduais e municipais de saúde.
Por exemplo, as gerências regionais de saúde da secretaria de estado de
saúde de Minas Gerais.
• Os territórios sanitários: os territórios de distribuição espacial ótima das
unidades de saúde para a conformação de redes de atenção à saúde que
se expressam nos planos diretores de regionalização .
FONTE: MENDES (2001)
AS ESCALAS MÍNIMAS DOS TERRITÓRIOS
SANITÁRIOS
• A macrorregião sanitária: mínimo de 500
mil habitantes.
• A microrregião sanitária: mínimo de 100
mil habitantes.
FONTE: KRONICK et al. (1993); BENGOA (2001)
OS CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DOS PDR’s
• A contigüidade intermunicipal;
• A subsidiaridade econômica e social;
• A escala adequada (compatibilização de economia de escala e
eqüidade no acesso);
• A escala como proxy da qualidade;
• A identidade social, econômica e cultural;
• Os fluxos viários
comunicação social);
• Os fluxos assistenciais
(infra-estrutura
FONTE: MENDES (2001)
de
transportes
e
OS PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS NA CONSTRUÇÃO DAS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
O desenho de redes de atenção à saúde faz-se
combinando, dinamicamente, de um lado, economia de
escala, disponibilidade de serviços e qualidade e, de
outro, o acesso aos serviços de saúde.
FONTE: MENDES
OS PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS NA CONSTRUÇÃO DAS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
• A situação ótima é dada pela concomitância de economias de
escala e disponibilidade de serviços de qualidade, acessíveis aos
cidadãos.
• Quando se der
“como em regiões de baixa densidade
demográfica”, o conflito entre escala e acesso, prevalece o critério
do acesso .
FONTE: MENDES
A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS SERVIÇOS NAS REDES
DE ATENÇÃO À SAÚDE
 SERVIÇOS A SEREM DESCONCENTRADOS
• Os que não se beneficiam de economia de escala;
• Não há escassez de recursos;
• O acesso é muito suscetível à distância.
 SERVIÇOS A SEREM CONCENTRADOS:
• Os que se beneficiam de economia de escala;
• Há escassez de recursos;
• O acesso não é muito suscetível à distância.
FONTE: FERGUSON, SHELDON &
POSNETT (1997); MENDES (NO
PRELO)
AS DIRETRIZES CLÍNICAS
 AS LINHAS-GUIA
 OS PROTOCOLOS CLÍNICOS
FONTE: MENDES (2005)
A LINHA-GUIA E O DESENHO DA
REDE VIVA VIDA
Laboratório
Centro Viva
Especialidades
Vida
UAPS
Casa da
Gestante
Maternidade
risco habitual
Maternidade
Alto Risco
AS FORMAS DE INTEGRAÇÃO NAS REDES DE
ATENÇÃO À SAÚDE
• A INTEGRAÇÃO HORIZONTAL
• A INTEGRAÇÃO VERTICAL
FONTE: MENDES
O CONCEITO DE INTEGRAÇÃO HORIZONTAL
A integração horizontal se dá quando se faz
a fusão ou aliança estratégica entre duas ou
mais unidades de saúde semelhantes, com
objetivo de ganhar escala .
FONTE: McKEE & HEALY (2000)
O CONCEITO DE INTEGRAÇÃO VERTICAL
A integração vertical se dá quando se
comunicam diferentes unidades de saúde
através de sistemas logísticos potentes .
FONTE: SHORTELL (1996)
“A grande revolução nos sistemas de
Saúde só será possível quando o cerne
da discussão for o valor gerado para o
usuário”
Fonte: Michael Porter, 2007. Repensando
a Saúde – Estratégias para melhorar a
qualidade e reduzir os custos.
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