Edição número 2004 quarta-feira, 14 de março de 2012 Fechamento: 08h45 Veículos Pesquisados: Clipping CUT é um trabalho diário de captação de notícias realizado pela equipe da Secretaria Nacional de Comunicação da CUT. Críticas e sugestões com Leonardo Severo ([email protected]) Isaías Dalle ([email protected]) Paula Brandão ([email protected]) Luiz Carvalho ([email protected]) William Pedreira ([email protected]) Secretária de Comunicação: Rosane Bertotti ([email protected]) Estadão.com __________________________________________________________________ Dilma evita falar de crise, afaga Temer e afirma ter 'equipe coesa' Presidente esteve no Congresso em sessão de homenagem ao Dia da Mulher e aproveitou para prestigiar José Sarney Rafael Moraes Moura e Tânia Monteiro (Política) Confrontada com o descontentamento e a retaliação da base aliada, a presidente Dilma Rousseff evitou ontem dar recados diretos para o Congresso, mas disse que o Palácio do Planalto tem uma "equipe conjunta e coesa". A afirmação foi feita durante cerimônia no Senado que a homenageou pelo Dia Internacional da Mulher. Dilma também fez questão de se dirigir ao vice-presidente Michel Temer, um dos presentes à cerimônia, para se referir ao governo como "nosso". "Ao lado de mulheres tão fortes, cumprimento os ministros, porque nós somos um governo que tem uma equipe conjunta e coesa", discursou Dilma. Em um discurso morno, a presidente não fez referência aos aliados nem à atuação do Congresso, limitando-se a repetir trechos do pronunciamento feito na cadeia de rádio e TV na semana passada. A cerimônia de ontem foi prestigiada pelas dez ministras do governo. "Os ministros, homens do governo, defendem também a igualdade de gênero, a igualdade racial, como as mulheres defendem uma política de igualdade no que se refere a homens e mulheres, igualdade de oportunidades, de inclusão social e de desenvolvimento." Dilma foi uma das agraciadas com o diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, prêmio instituído para reconhecer mulheres que se destacaram na luta pela "transformação social" e "igualdade de gênero". 'Nosso governo'. Ao comentar uma fala da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que disse que Temer devia cuidar da presidente, Dilma afirmou: "Eu também vou cuidar do vice-presidente Temer". Em outro momento, pediu permissão para citar resultados da redução da desigualdade de renda. "(Resultados) que o nosso governo, não é, vice-presidente Temer, tem muito orgulho", continuou. A presidente não mencionou "aliados" nem "coalizão", ao contrário do discurso que fez no início deste mês na posse do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, quando defendeu uma "coalizão forte" para governar o País. Quando terminou a sessão, Dilma se reuniu com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e com Temer por 15 minutos. Na saída, não quis responder sobre as novas indicações para as lideranças nem sobre os problemas com a base aliada. __________________________________________________________________ Troca de líderes no Congresso incendeia PMDB e deixa alas da base descontentes (Política) Tiro no pé. Decisão da presidente Dilma de substituir Jucá (PMDB-RR) e Vaccarezza (PT-SP) não estanca crise nos partidos aliados do governo; para peemedebistas, escolha de Chinaglia ameaça sucessão na Câmara e nomeação de Braga exclui cúpula do partido Ao promover trocas nas lideranças do governo no Senado e na Câmara, a presidente Dilma Rousseff incendiou parte da cúpula peemedebista, deixou descontentes setores do PR e do PT e não conseguiu, por ora, atingir seu objetivo: o fim da crise com a base aliada. O PMDB entendeu as substituições como uma operação contra o partido. No Senado, ao trocar Romero Jucá (PMDB-RR) pelo correligionário Eduardo Braga (AM), Dilma criou uma interlocução paralela com o chamado grupo dos descontentes - conhecido por G8 -, sem passar pelo crivo do presidente da Casa, José Sarney (AP), e do líder da sigla, Renan Calheiros (AL). Na Câmara, a presidente escalou um concorrente do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), na corrida pela presidência da Casa. Nomeado ontem em substituição ao petista Cândido Vaccarezza, o novo líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), nunca escondeu a pretensão de retomar o comando da Casa. Embora tenha dito que respeitará o acordo de rodízio com o PMDB, Chinaglia não convenceu os partidários de Henrique Alves. Dilma avisou a ele que sua ida para a liderança excluía a volta do PT à presidência da Câmara, em 2013. "No ano que vem, a presidência da Câmara é do PMDB", afirmou Dilma (leia mais na página A6). O movimento de Dilma, porém, não tranquilizou o PMDB. "O Chinaglia sempre desejou voltar à presidência da Câmara. Se for essa a sinalização do governo, é uma declaração de guerra ao PMDB", resumiu o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). No Senado, Eduardo Braga (AM), o escolhido de Dilma, tentou, sem êxito, tomar a liderança de Renan Calheiros (AL), que também almeja a presidência da Casa em 2013. Especula-se que a escolha do Planalto possa ser uma estratégia política para descartar os dois e insuflar uma candidatura do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) à presidência do Senado, um nome contra o qual nem Sarney nem Renan podem se insurgir. Na tentativa de manter a união do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, chamou Eduardo Braga para catequizá-lo. "Agora você não é representante de um grupo. Você representa o governo e, nessa condição, terá de conversar com Renan e Sarney", disse Temer. Em seguida, convocou Jucá, aconselhando-o a se recompor com o substituto. Renan e Sarney ofereceram a Jucá o cargo de relator do Orçamento de 2013, um dos mais disputados no Congresso. "Esse espaço é do PMDB", justificou Renan. O novo papel de Jucá, na posição chave do Orçamento, preocupa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em conversa com Dilma, Lula a alertou: "Cuidado com o Jucá!". Apesar de ter aprovado a troca do líder do governo no Senado, Lula receia a revanche peemedebista e aconselhou a presidente a aparar todas as arestas antes da substituição. Desafeto. Além de desagradar ao PMDB, a escolha de Braga como líder no Senado também causou uma crise com o PR. Ele é desafeto do presidente da legenda, senador Alfredo Nascimento (AM), com o qual Dilma tenta fazer as pazes desde que o demitiu da pasta dos Transportes, em julho. Na vassourada, saíram ainda outros 26 apadrinhados do PR no setor. A operação de troca de líderes foi interpretada ainda como "estranha" e "desastrada" por líderes da base aliada. Estranha porque foi feita de supetão, como um castigo para a derrota de quarta-feira, quando a recondução de Bernardo Figueiredo à direção da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)foi vetada pelos senadores; desastrada porque os demitidos ficaram sabendo que sairiam não pela boca da presidente, mas por outras vozes. A maior mágoa de Vaccarezza foi ter tomado conhecimento da demissão pela mídia. Ele atribuiu a substituição a uma decisão política. Anteviu que pode haver algum "estremecimento" na base a curto prazo, por conta da "boa relação" que mantém com todos os aliados. Para o petista, estão em risco projetos importantes como a Lei da Copa, Código Florestal e royalties do petróleo. Chinaglia não foi a primeira opção de Dilma para a vaga de Vaccarezza. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, defendia o nome do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), mas a presidente pensou em chamar Ricardo Berzoini (PT-SP). Por fim, foi convencida de que Chinaglia poderia ser uma solução para evitar um embate entre PT e PMDB mais à frente. O deputado foi relator da proposta de Orçamento da União, no ano passado, e ganhou a simpatia de Dilma. __________________________________________________________________ Decisão sobre Bancoop ameaça petistas cotados para a campanha de Haddad Sentença abre espaço para que Ricardo Berzoini e João Vaccari Neto herdem dívidas de entidade Fausto Macedo (Política) Cotados para assumirem a coordenação-geral e a tesouraria na campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, dois quadros importantes do PT, Ricardo Berzoini e João Vaccari Neto, respectivamente, poderão ter de pagar do próprio bolso dívidas da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, o conhecido caso Bancoop. Por unanimidade, a 10.ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado decretou nesta terça-feira, 13, a desconsideração da personalidade jurídica da Bancoop, o que, na prática, impõe a seus dirigentes e ex-mandatários a obrigação de ressarcir cooperados que reclamam judicialmente valores relativos a danos que teriam sofrido. A decisão do TJ não cita nominalmente o deputado federal Berzoini, ex-presidente nacional do PT e fundador da Bancoop nos anos 90; Vaccari, ex-presidente da Bancoop; ou nenhum outro integrante da direção da cooperativa. Mas abre caminho para que os dois petistas tenham de assumir o desembolso se a Bancoop não honrar os pagamentos. “São dívidas antigas, a partir de um determinando momento a Bancoop parou de lançar empreendimentos”, anota o procurador de Justiça Rossini Lopes Jota. “Desse modo, devem responder todos aqueles que tinham poder decisório na Bancoop ou que de alguma forma tenham concorrido para gerar prejuízo aos cooperados.” Votaram pela desconsideração da personalidade jurídica da Bancoop os desembargadores Elcio Trujillo, relator; Mendes Coelho, revisor; e Roberto Maia. Eles julgaram apelação do Ministério Público contra decisão judicial de 1.º grau na qual o juiz homologou parcialmente acordo entre a promotoria e a Bancoop. “O Ministério Público recorreu (ao TJ) exclusivamente para o fim de ter o reconhecimento da aplicação do Código de Defesa do Consumidor com relação aos cooperados e a Bancoop e, consequentemente, para ver decretada a desconsideração da cooperativa para ressarcimento dos prejuízos suportados pelos cooperados”, observa Rossini Jota. “É importante o reconhecimento da relação de consumo porque justamente nesse caso o artigo 28, parágrafo 5.º do Código, impõe que essas pessoas (os ex-dirigentes da Bancoop) não precisam estar nesse instante na relação processual.” O procurador esclarece que a eventual participação dos ex-dirigentes será apurada na fase de execução. “Vai se apurar quem participou, quem tinha poder de mando. Pode ser individualmente ou coletivamente. No processo civil, não foram indicados os nomes (de Vaccari e Berzoini). Não posso antecipar quem a execução vai atingir, mas existe uma denúncia criminal e, a princípio, aqueles nomes (denunciados) devem figurar no polo passivo da execução.” A denúncia criminal, recebida pela 5.ª Vara da Capital, indica prejuízo de R$ 100 milhões a cooperados e imputa a Vaccari os crimes de formação de quadrilha, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Vaccari Neto alega que não faz mais parte da diretoria João Vaccari Neto, secretário nacional de Finanças do PT e ex-presidente da Bancoop, não se manifestou sobre a decisão do Tribunal de Justiça. Por meio da assessoria de imprensa do PT, ele sugeriu à reportagem que entrasse em contato com a atual diretoria da Bancoop. Alegou que "não faz mais parte da diretoria". O deputado Ricardo Berzoini, fundador da Bancoop, não respondeu aos telefonemas do Estado. O advogado Pedro Dallari, que defende a Bancoop, disse que a decisão do TJ "foi excelente". "O relator deixou claro que não existe desconsideração de forma genérica. Ela tem que estar vinculada a alguma finalidade, no caso garantir a execução da sentença. Como (a sentença) se consubstanciou no acordo homologado em primeira instância, caso a Bancoop não satisfaça as obrigações aí os dirigentes respondem por isso. A desconsideração é associada, ela se destina a garantir a satisfação de um crédito apurado na ação em que ela se deu. Recairá essa obrigação aos dirigentes aquilo que a cooperativa deixar de pagar relativamente à ação civil pública em exame." Dallari anota que na ação, 847 cooperados pleiteavam devolução de valores. "Do total, 763 fizeram acordo e receberam integralmente seus créditos. Apenas 84 optaram por não fazer acordo." __________________________________________________________________ Mantega acena com juro de 6% e promete pacote para a indústria Mantega diz que o governo quer fazer a taxa de básica de juros (Selic), hoje em 9,75%, convergir para o nível da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de 6% ao ano Adriana Fernandes, Célia Froufe e Eduardo Cucolo (Economia) Pressionado por denúncias de irregularidades na Casa da Moeda e brigas políticas no Banco do Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, resolveu antecipar hoje aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) boa parte das medidas em estudo para socorrer a indústria, que estão sendo chamadas de Plano Brasil Maior 2, a segunda fase da política industrial. Mantega disse ainda que o governo quer fazer a taxa de básica de juros (Selic), hoje em 9,75%, convergir para o nível da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de 6% ao ano. O ministro prometeu uma estratégia ampla para proteger os setores mais prejudicados pela competição externa e garantiu dinheiro mais barato para as empresas nessa fase de grande "sofrimento". O BNDES e o Banco do Brasil vão liberar empréstimos para capital de giro com taxas de juros menores. A medida dará mais fôlego para as empresas nas suas operações do dia a dia. A última vez que isso aconteceu foi em 2009, quando a economia desacelerou por causa da crise internacional. "O Brasil não vai ficar sem indústria, não vamos abandoná-la. País que só tem commodities não é forte", disse Mantega, que tentou reverter as pressões, optando por apresentar uma "agenda positiva". Com o fantasma da desindustrialização rondando o Brasil, o ministro disse que a administração do câmbio é o principal instrumento de defesa do País. Embora tenha admitido que algumas das intervenções têm efeitos colaterais negativos, Mantega afirmou que as medidas vão continuar. "O tiro (no câmbio) é dado com uma carabina 12 e os estilhaços se espalham", disse. Segundo ele, o real estaria hoje em R$ 1,40 se o governo não tivesse adotado as medidas. A taxa Selic mais baixa, convergindo para o patamar da TJLP, também vai ajudar as empresas a aumentar os investimentos. Sem as medidas, o ministro acredita que "toda a indústria já estaria quebrada". Para amenizar os efeitos do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos externos, Mantega adiantou que o governo estuda um mecanismo de compensação do custo mais alto para os exportadores. Mantega foi cobrado pelos senadores e respondeu as críticas com uma nova medida: o barateamento de uma das linhas de financiamento mais usadas pelos exportadores, o Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC). Ele prometeu também a ampliação da desoneração da folha de pagamento para cinco novos setores da indústria. O IPI reduzido para produtos da linha branca, como geladeiras, poderá ser mantido, mas Mantega disse que terá que ter contrapartida de emprego. "Não podemos dar benefício de graça.". Até lá recomendou: "Quem tiver que comprar, que vá comprar, pois não sabemos como vai ficar". __________________________________________________________________ Montadoras freiam produção industrial Paralisações na fabricação de veículos em janeiro provocaram redução em 9 entre 14 locais pesquisados; produção nacional caiu 2,1% Cleide Silva e Daniela Amorim (Economia) As paralisações nas montadoras de veículos em janeiro foram responsáveis pela queda na produção industrial de regiões importantes na Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, houve também retração quase generalizada em parques industriais diversificados, como os que compõem a Região Sudeste, destacou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Na passagem de dezembro para janeiro, 9 entre 14 locais pesquisados registraram redução na produção. As três quedas que mais puxaram o resultado nacional - de 2,1% - foram Paraná (11,5%), São Paulo (1,7%) e Rio de Janeiro (5,9%), todas puxadas pela redução na produção de automóveis e caminhões. Em Minas Gerais, houve recuo de 1,3%, mas causado pelo freio na produção de minério de ferro. O Iedi ressalta que os Estados que integram a Região Sudeste têm apresentado uma trajetória consistente de queda. Em São Paulo, na comparação com janeiro de 2011, o recuo na fabricação de veículos automotores foi acompanhado pela redução na produção de outros 11 segmentos, entre os 20 pesquisados. No Rio, entre as 13 atividades apuradas, 9 tiveram queda. Em Minas, a retração ocorreu em 7 das 13 atividades pesquisadas. "Claro que as férias coletivas nas montadoras foram um fator pontual que puxou a queda na produção de vários locais. Mas, mesmo tirando esse fator, eu arrisco dizer que a produção permaneceria negativa", avaliou Rogério César de Souza, economista-chefe do Iedi. Na ótica de longo prazo, os vilões foram tecidos, roupas e sapatos. No acumulado dos 12 meses encerrados em janeiro, metade dos locais pesquisados apresentou queda na produção. De acordo com o IBGE, o excesso de importações de calçados, itens de vestuário e tecidos em 2011 explica os três maiores recuos: Ceará (11,4%), Santa Catarina (6,2%) e Nordeste (3,8%). No Ceará, o setor têxtil responde por cerca de 20% da produção local. Se somado aos setores de vestuário e de calçados, a fatia sobe para 45% da indústria cearense. Na Região Nordeste, as três atividades juntas respondem por 14% da produção local. Em Santa Catarina, o setor têxtil somado ao de vestuário chega a 20% da produção catarinense. "Isso significa que um quinto da estrutura industrial de Santa Catarina teve comportamento predominantemente negativo em 12 meses", calculou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. No acumulado de 12 meses, o setor têxtil teve queda de 14,5%. Na atividade de calçados e artigos de couro, as perdas foram de 9,9%, enquanto na de vestuário e acessórios o recuo foi de 6,1%. BMW pode desistir de fábrica A demora do governo em anunciar o novo regime automotivo - esperado desde o fim de 2011 - atrasa planos de novas montadoras no País. A última data prevista foi esta semana. Dependendo do conteúdo, o novo regime pode afugentar investimentos, ao contrário do que pretende o governo. Hoje o diretor de produção da BMW, Frank-Peter Arndt, disse na Alemanha que o grupo pode desistir de construir uma fábrica local, em Santa Catarina ou São Paulo. "Não iremos para o Brasil para termos prejuízo." A fábrica deveria ter sido anunciada em novembro. Foi postergada por causa da medida que aumentou o IPI em 30 pontos porcentuais para carros importados (que não tenham 65% de nacionalização). Na época, o governo avisou que empresas com planos de produção local teriam regime especial. "Estamos aguardando a divulgação do novo regime para avaliar todo o projeto, refazer as contas e ver se é viável ou não", disse o presidente da BMW do Brasil, Henning Dornbusch. Segundo ele, a fábrica "é muito interessante" para o grupo, mas a matriz está preocupada com as novas regras para o setor no País. A alta do IPI deve ser mantida além de 2012. Novas montadoras, segundo fontes, terão direito a um crédito presumido. Ainda não se sabe se será devolvido quando a fábrica iniciar operação ou se haverá agenda progressiva de acordo com o cumprimento de etapas da produção. A BMW vê com dificuldade a primeira opção, pois teme que nos três anos em que a fábrica estiver em construção terá de trabalhar com preços mais altos, o que pode dificultar a formação de caixa e ampliação da rede. No ano passado, a marca abriu 11 concessionárias, processo interrompido neste ano. Sobre o conteúdo regional, é possível que o governo estabeleça 45% para o primeiro ano, 55% para o segundo e 65% para o terceiro. Mesmo o índice menor é visto com relutância por algumas empresas, como o grupo Brasil Montadora de Veículos, que planeja fábrica no Espírito Santo para montar os modelos chineses Haima e Changan, e o coreano Ssangyong. O grupo avisou que o projeto só será confirmado se houver flexibilização do regime. As chinesas JAC e Chery informaram ontem que mantêm inalterados seus cronogramas de construção de fábricas no Brasil. Todos os projetos de novas montadoras já haviam sido anunciados, embora o governo tem dito que a medida do IPI atraiu novos fabricantes. Folha de S.Paulo __________________________________________________________________ Painel Vera Magalhães (Poder) Pratas da casa Com a nova configuração das lideranças no Congresso, o Planalto estimula a gênese de candidaturas ministeriais como opções à presidência da Câmara e do Senado em 2013, objeto do desejo dos peemedebistas. Ao afastar Romero Jucá (PMDB-RR) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), Dilma Rousseff diminui seu grau de comprometimento com os postulantes declarados Renan Calheiros (AL) e Henrique Alves (RN), que agiam em parceria com a dupla apeada da interlocução oficial. Além de Edison Lobão (Minas e Energia), senador licenciado, o governo estuda encorajar Mendes Ribeiro (Agricultura) como alternativa aos deputados. Falta combinar Congressistas do PMDB desdenham da tentativa palaciana de patrocinar adversário para Alves. Sustentam ainda que Mendes Ribeiro (RS) não teria respaldo da bancada. Flashback De um peemedebista que enxerga no revezamento de líderes na base governista a senha para o lançamento de nomes avulsos à Mesa da Câmara: "Dilma vai correr o risco de enfrentar um novo Severino". Semântica Na conversa que teve com a presidente, Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse não ter ouvido a expressão "rodízio" para delimitar o período em que comandará a base: "Não deu prazo". Gesto Jaques Wagner (BA) deve receber afagos de Dilma hoje na posse de Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário). O deputado petista substitui Afonso Florence, da cota do governador da Bahia. Sujeito oculto Até ontem favorito para o Ministério do Trabalho, Brizola Neto (PDT-RJ) submergiu. "A ordem do Planalto é se esconder num buraco até a nomeação", disse um pedetista. Holofotes Guido Mantega saiu ileso do depoimento de ontem ao Senado. Só se incomodou com o burburinho na entrada do novo líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), na comissão. Aprendiz Andrea Matarazzo avisou a aliados que deve deixar a Secretaria da Cultura em abril. Cuidará da campanha de José Serra, mantendo-se como curinga para a chapa tucana à Câmara de SP. Para seu lugar, um dos nomes cotados é o do empresário João Dória Júnior. Atalho Desenvolto operador da pré-campanha de José Serra, Gilberto Kassab agora age para afastar o PTB da órbita de Gabriel Chalita (PMDB). O prefeito paulistano reativou conexão direta com o líder petebista Campos Machado e tenta convencê-lo a fechar com o PSDB. Comitiva Dilma convidou ontem a senadora Marta Suplicy (PT-SP) para acompanhá-la na visita aos EUA, onde se encontrará com Barack Obama. A reunião está prevista para 9 de abril. Terceiros Preocupados com o substitutivo de Roberto Santiago (PSD-SP) ao projeto que regulamenta as terceirizações, sindicatos ligados à CUT e juízes do trabalho buscam hoje o apoio de Ricardo Berzoini (PT-SP). Querem evitar que o texto passe na CCJ, agora sob comando do petista. Domínio... O PMDB mineiro, que faz oposição a Antonio Anastasia (PSDB), usou em seu programa partidário discurso no qual Tancredo Neves, avô de Aécio, defende a liberdade. Em seguida, a inserção exalta a luta "pela imprensa livre e sem mordaça". ...público A propaganda também explora a imagem de Itamar Franco, morto no ano passado. O ex-presidente deixou a sigla em atrito com seus dirigentes em 2006. __________________________________________________________________ Dilma alimenta tensão no Congresso ao trocar líderes (Poder) Mudanças feitas pela presidente para pacificar base aliada criam focos de atrito Políticos temem que disputas partidárias aumentem riscos para votações de projetos de interesse do governo A presidente Dilma Rousseff tentou pacificar a base aliada ao Planalto trocando seus líderes no Congresso, mas acabou gerando tensão e incertezas no Legislativo. Políticos que apoiam a presidente disseram ontem que a troca dos líderes do governo no Senado e na Câmara põe em risco votações de interesse do governo e antecipa o debate sobre a sucessão no comando das duas Casas. Segundo aliados, a troca não irá resolver a crise iniciada na semana passada com um manifesto da bancada do PMDB na Câmara se não houver mudanças na articulação política do Planalto. Os congressistas reclamam que Dilma não aceita receber demandas de parlamentares e apontam ineficiências no trabalho das interlocutoras do governo com o Congresso, as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Ontem, Dilma oficializou a substituição de Romero Jucá (PMDB-RR) por Eduardo Braga (PMDB-AM) na liderança do Senado e de Cândido Vaccarezza (PT-SP) por Arlindo Chinaglia (PT-SP) na Câmara. Dilma argumentou com a cúpula peemedebista que decidiu trocar seu líder no Senado para conquistar o apoio da ala dissidente do partido, que conta hoje com quase metade dos 18 senadores. A aliados a presidente disse que condicionou a escolha de Braga à garantia de que ele fará os dissidentes do PMDB votarem com o governo. O Planalto atribui à divisão na bancada do PMDB a derrota que sofreu na semana passada, quando a indicação de Bernardo Figueiredo para o comando da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) foi vetada. No caso da troca de líderes na Câmara, a justificativa é que Vaccarezza não estava seguindo orientação do governo. Na discussão do Código Florestal, por exemplo, ele estaria mais afinado com a bancada ruralista. Em discurso ontem no Senado em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, Dilma evitou falar da crise e disse que seu governo é uma "equipe conjunta e coesa". As mudanças feitas pela presidente foram consideradas, por aliados, de alto risco. No Senado, porque, ao tentar atrair os dissidentes peemedebistas, desagradou o comando do partido. O maior temor do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), é perder o controle diante de um fortalecimento de seu grupo adversário. Braga não esconde o desejo de substituir Sarney. Já a escolha de Chinaglia é vista por peemedebistas como fator de risco para o cumprimento do acordo de revezamento pelo qual o PT se comprometeu a entregar a presidência da Casa ao PMDB em 2013. Ele, que presidiu a Câmara de 2007 a 2009, indicou recentemente a intenção de concorrer ao cargo, mas ontem disse ter desistido. Pego de surpresa com a destituição do cargo, Jucá fez críticas a Dilma. "São indicações que não são feitas, ministros que não retornam. O governo, na máquina toda, precisa fazer política." De todo modo, ele ganhou como compensação a relatoria do Orçamento, com poder para influir na destinação de verbas federais. Vaccarezza disse não ter ressentimentos, mas que não sabe aonde a presidente "quer chegar" ao dizer que fará rodízio nas lideranças. O clima ruim, segundo senadores aliados, poderá se refletir nas próximas votações. Eles ameaçam dificultar a aprovação do Fundo de Previdência dos Servidores Públicos e medidas provisórias. Chinaglia, novo líder na Câmara, já convocou para hoje reunião com os líderes da base para tentar, de imediato, solucionar impasses nas votações do Código Florestal e da Lei Geral da Copa. Em meio à troca de líderes, a oposição conseguiu aprovar, na Comissão de Educação do Senado, convite para que a ministra Ana de Hollanda (Cultura) fale sobre suposto favorecimento da pasta ao ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).No momento da aprovação, não havia nenhuma liderança governista na comissão. __________________________________________________________________ Dilma quebra os mandamentos da articulação (Poder) 1 - Não demitir líder de governo no início da semana As trocas devem sempre ser feitas no fim da semana, ou seja, depois de concluída a pauta legislativa. Polêmicas em torno de demissões elevam a tensão na base aliada e estimulam traições 2 - Não demitir auxiliares pela imprensa O interlocutor "fritado" de hoje é o traidor de amanhã. Tanto Romero Jucá quanto Cândido Vaccarezza souberam de suas destituições pelos jornais 3 - Não convidar o substituto antes de demitir o antecessor Esse é um dos piores erros na troca de titulares. Apenas as sondagens são aceitáveis nessas ocasiões 4 - Não escolher como líder do governo político que queira disputar o comando da Câmara ou do Senado Não dá para defender os interesses do Executivo e, ao mesmo tempo, os interesses pessoais. O líder do governo não pode ser visto como uma ameaça pelos partidos que integram a base aliada __________________________________________________________________ Militar do Araguaia será denunciado por crimes na ditadura Ação criminal inédita acusa ex-oficial Sebastião Curió por sequestros de cinco integrantes da guerrilha Ministério Público diz que crimes não são cobertos pela Lei da Anistia, porque corpos não surgiram até hoje Nádia Guerlenda (Poder) O Ministério Público Federal deve ajuizar hoje uma ação contra o coronel do Exército Sebastião Curió, conhecido como Major Curió, pelo sequestro de militantes políticos durante a guerrilha do Araguaia (1972-1975), que ele ajudou a combater. É a primeira denúncia criminal apresentada contra um oficial por crimes cometidos durante a ditadura militar no país (1964-1985). Os procuradores da República que assinam o documento acusam Curió pelo desaparecimento de participantes da guerrilha, organizada pelo PC do B na Amazônia. São eles: Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Cordeira (Lia). Em 1979, foi editada a Lei de Anistia, que impediu o julgamento e a condenação pelos crimes cometidos durante a ditadura. A lei foi questionada em 2010 no Supremo Tribunal Federal, que reafirmou a sua validade. No mesmo ano, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil a apurar e punir os crimes. Os procuradores negam que a ação contrarie a decisão do Supremo. Eles consideram o crime de sequestro, pelo qual Curió é acusado, um crime permanente -ou seja, como até hoje não se sabe o paradeiro das vítimas, o crime continua acontecendo até que sejam encontrados os restos mortais. Por esse motivo, o Ministério Público argumenta que o crime não foi abrangido pela Lei da Anistia, pois o texto anistia atos cometidos até 15 de agosto de 1979. O julgamento do STF sobre a lei não poderia ser aplicado ao caso. De acordo com os procuradores, em dois casos de extradição de militares argentinos o STF adotou o mesmo entendimento quanto ao crime de sequestro, considerando-os permanente. O crime permanente também não está sujeito à prescrição (prazo máximo pelo qual um acusado pode ser processado), o que também autorizaria o processo atual. A Folha tentou ouvir o coronel Curió sobre as acusações, mas ele desligou o telefone após a reportagem se identificar e não atendeu mais as ligações. APOIO Ontem, a entidade Human Rights Watch afirmou que a decisão dos procuradores de ontem é um passo histórico para a responsabilização desses atos no Brasil. "Essa é uma grande notícia para as famílias que perderam seus entes queridos na onda de repressão que se seguiu ao golpe de 1964", afirmou José Miguel Vivanco, diretor-executivo da Divisão das Américas da Human Rights Watch. Os casos citados na denúncia contra Curió são alguns dos quais a Comissão da Verdade deve analisar. O grupo governamental investigará violações aos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988 e espera apenas a nomeação de seus sete membros pela presidente Dilma para poder começar a funcionar. __________________________________________________________________ Operários da usina de Jirau fazem greve (Poder) Operários de empresa terceirizada pelo consórcio responsável pela usina de Jirau, no rio Madeira (RO), paralisaram atividades na quinta-feira passada. Os 1.500 funcionários reivindicam, entre outros benefícios, adiantamento da database e aumento no valor da cesta básica. A obra tem, no total, 20 mil funcionários. Valor Econômico __________________________________________________________________ CUT tenta barrar terceirização na CCJ aprovação de regulamentação da Fernando Exman Dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) se reunirão nesta quarta-feira com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), num esforço para tentar impedir a aprovação do projeto de lei que regulamenta o trabalho terceirizado no Brasil. A Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) apoiam a proposta, que é costurada com deputados ligados ao empresariado, como Sandro Mabel (PMDBGO). O relator, por exemplo, é o deputado Roberto Santiago (PSD-SP), vicepresidente da UGT. Para a CUT, no entanto, o projeto vai precarizar as relações de trabalho. O parecer de Santiago já foi aprovado por uma comissão especial. Agora, deverá ser analisado pela CCJ. __________________________________________________________________ Sindicalistas vão se reunir com Dilma para pedir isenção de IR na PLR Carlos GIffoni Representantes de seis grandes centrais sindicais devem se reunir em Brasília nesta quarta-feira com a presidente Dilma Rousseff e com o secretário-geral da presidência, Gilberto Carvalho. O principal objetivo da conversa solicitada pelos sindicalistas é reforçar o pedido de isenção do Imposto de Renda na Participação sobre Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores. A movimentação das centrais a favor da isenção na PLR foi retomada com força em novembro do ano passado, quando elas reuniram milhares de trabalhadores em manifestação no ABC Paulista. O deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), protocolou no Senado, no início de fevereiro, proposta de emenda constitucional sobre a desoneração da PLR. Também no mês passado, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgou estudo mostrando que a PLR representa 14,5% da remuneração total anual de um caixa de banco. Participarão do encontro representantes de Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Nova Central. Além da PLR, está na pauta da conversa com a presidente o aumento para os aposentados que ganham valores acima do piso nacional, o fim do fator previdenciário, o reajuste para os servidores públicos e a queda nas taxas de juros. “A desoneração pode garantir cerca de R$ 1,8 bilhão no bolso dos trabalhadores, garantindo mais consumo e produção. Vou cobrar o governo da necessidade de reajustar as aposentadorias de quem ganha acima do salário mínimo. Não podemos mais permitir esta política de achatamento dos benefícios”, disse o presidente da Força Sindical. A reunião com Gilberto Carvalho está marcada para as 11h e, com a presidente Dilma, para as 16h30. No começo da tarde, as centrais também se reunirão com o relator da Medida Provisória 556, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), para tratar da emenda que isenta a PLR do Imposto de Renda. __________________________________________________________________ PDT resiste à indicação de Brizola Neto Fernando Exman Líderes do PDT asseguraram ontem aos articuladores políticos do Palácio do Planalto que o partido não rejeitará a nomeação de integrante algum da sigla para o comando do Ministério do Trabalho. Sinalizaram, entretanto, que o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), por ora considerado favorito para assumir o cargo por auxiliares da presidente Dilma Rousseff, ainda passa por dificuldades em suas tentativas de obter respaldo total da legenda para assumir o cargo. A mensagem foi dada durante uma reunião entre os líderes do PDT na Câmara e no Senado, respectivamente o deputado André Figueiredo (CE) e o senador Acir Gurgacz (RO), e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. No encontro, a ministra disse aos parlamentares que a presidente Dilma Rousseff definirá o substituto de Carlos Lupi no comando do Ministério do Trabalho antes de embarcar para sua viagem à Índia, a qual ocorrerá entre os dias 28 e 30. "Ela ainda está em processo de decisão e sabe que não temos vetos a nenhum nome. Mas, há nomes que agregam mais que outros", comentou o líder do PDT na Câmara. Brizola Neto já se reuniu com representantes da Força Sindical e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Obteve o apoio das centrais sindicais, que veem na nomeação do parlamentar uma oportunidade para aumentar a influência sobre o Ministério do Trabalho. Nas articulações, a Força Sindical sinalizou que a CUT poderia nomear o secretárioexecutivo do ministério e sugeriu o nome de José Lopez Feijóo, ex-dirigente da CUT e hoje no posto de assessor do ministro Gilberto Carvalho na Secretaria-Geral da Presidência da República. Apesar de agradar à CUT a ideia de ocupar tal cargo, a manutenção de Feijóo no Palácio do Planalto é considerada estratégica pela central. A movimentação de Brizola Neto, entretanto, irritou a cúpula do PDT, que se reuniu ontem em Brasília para tratar do assunto. "Se a CUT e a Força tiverem condições de nomear um ministro, é da cota deles", afirmou o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, outro candidato a assumir a função. Além de Brizola Neto e Dias, outro cotado para a vaga é o deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). O parlamentar já foi considerado favorito, mas não conseguiu reunir apoios suficientes e votou contra o projeto que muda o regime previdenciário dos servidores públicos. A proposta é uma das prioridades do Executivo no Congresso. __________________________________________________________________ Ascensão de Chinaglia consolida enfraquecimento de grupo lulista Caio Junqueira A destituição do líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e nomeação em seu lugar do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), consolida o enfraquecimento do grupo da bancada mais próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e a ascensão de um novo grupo petista no poder da Casa, que ameaça a aliança com o PMDB. Logo após o anúncio oficial da troca do líder, petistas e pemedebistas fizeram uma força-tarefa para garantir publicamente que o acordo de revezamento na presidência está mantido. Sob reserva, porém, a avaliação era diferente: não se pode antecipar uma eleição que ocorrerá apenas em fevereiro de 2013. A nomeação de Chinaglia é considerada um freio às pretensões do PMDB de tomar conta da agenda legislativa da Câmara dos Deputados em um momento em que há muita polêmica sobre duas das principais votações na Câmara neste ano: o Código Florestal e o projeto de lei que redistribui os royalties do petróleo. Em ambas, o líder do PMDB e candidato à sucessão de Marco Maia (PT-RS), Henrique Eduardo Alves (RN), tem papel de destaque e forte influência no plenário sobre os rumos a serem tomados. Para o Código, ele manifestou na semana passada ao vice-presidente da República, Michel Temer, que não seria possível "segurar a base" e que a anistia a desmatadores ilegais, ao contrário do que pretende Dilma, seria retomada seja no relatório do correligionário Paulo Piau (MG), seja via uma emenda suprapartidária subscrita por PMDB, PSD, PR, PP, PTB, DEM e PSDB. Nos royalties, foi Alves quem liderou a derrota do relatório apoiado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vaccarezza vinha apoiando o acordo com o PMDB. A decisão da presidente de nomear Chinaglia estava vinculada também ao receio de que o PMDB ficasse com a presidência das duas Casas. Pelo menos no que se refere à Câmara, foi uma jogada de risco, conforme avaliam deputados. Chinaglia é considerado duro para negociar com quem quer que seja e sua passagem pela presidência da Câmara entre 2007 e 2008 deixou uma leva de desafetos, principalmente no chamado baixo clero, determinante em qualquer votação e eleição interna. O que torna arriscada a hipótese de rompimento do acordo. Sem o apoio do PMDB, uma candidatura petista é igualmente inviável, pode configurar uma derrota ao governo e abre espaço para candidatos mais desalinhados com o Planalto. Roteiro parecido ao que elegeu Severino Cavalcanti (PP-PE) em 2005. Dilma, contudo, aproveitou a derrota na semana passada no Senado, na recondução de Bernardo Figueiredo para diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para impor sua marca e colocar seus escolhidos na articulação direta com os parlamentares. Desvencilhou-se, assim, de nomes que foram próximos a Lula no Legislativo durante o mandato do ex-presidente. Também enfraqueceu a corrente majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB). Agora, os principais cargos estão com outros grupos e os dissidentes da CNB. O maior expoente dessa corrente, João Paulo Cunha (SP), primeiro presidente da Câmara da era Lula, está fora da articulação política da Casa e trabalha mais pela sua candidatura a prefeito de Osasco. Chinaglia é do Movimento PT, foi presidente da Câmara contra a vontade de Lula e substitui Vaccarezza, da CNB e último líder do governo dessa corrente. O líder da bancada, Jilmar Tatto, é da PT de Lutas e Massas e desbancou José Guimarães (CE) no embate em fevereiro. Ricardo Berzoini (SP) foi eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça, é um dissidente da CNB. Assim como o presidente da Câmara, Marco Maia (RS), outro dissidente da CNB que em dezembro de 2010 venceu Vaccarezza no duelo pela indicação do partido ao presidente da Câmara. __________________________________________________________________ Saída de Vaccarezza adia votação de Código Florestal A queda do líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PTSP), acabou tendo um efeito colateral positivo para o Palácio do Planalto: o adiamento da votação final do Código Florestal na Casa, prevista inicialmente para a tarde de ontem. "O problema para não votar agora é político, não técnico. Não há líder do governo para comandar a votação nem clima para que ela ocorra", disse o relator do Código Florestal, Paulo Piau (PMDB-MG), antes da confirmação de Arlindo Chinaglia (PT-SP) como o novo líder. Piau defendeu, porém, que o projeto seja votado ainda neste mês. "Espero que se resolva logo. Se deixar para depois da conferência, a tensão pode ser alta demais." No governo já se fala em adiar para depois da conferência ambiental Rio+20, em junho. A troca do líder também teve outro efeito: a substituição da estratégia dos ruralistas para a votação. Até então, se Piau não contemplasse a reivindicação do setor de retomar o texto dos deputados no que se refere à anistia a desmatamentos ilegais, uma frente de sete partidos (PMDB, PP, PSD, DEM, PSDB, PR e PTB) iria apoiar uma emenda que incluísse o dispositivo no texto final. Mas, segundo Piau, essa reivindicação foi parcialmente contemplada em seu relatório final. Trata-se da supressão de alguns parágrafos do artigo 62 do projeto aprovado pelo Senado que determinam metragens específicas para recomposição das Áreas de Preservação Permanentes (APPs). O trecho do artigo que prevê a recomposição em 15 metros das áreas próximas a rios com largura de até 10 metros, contudo, não será possível excluir. "Pelo regimento, não posso sacá-lo", disse Piau. Resta saber se isso irá satisfazer os ruralistas. Antes de definir uma nova posição, a maior preocupação é levar o texto a voto logo. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Moreira Mendes (PSD-RO), afirmou ontem que a estratégia é obstruir toda votação do governo até que o projeto seja votado. __________________________________________________________________ PR reclama de indefinição petista e ameaça fechar acordo com o PSDB Raphael Di Cunto Até então mais próximo da candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo, o PR ameaça mudar de lado e apoiar o exgovernador José Serra (PSDB) na disputa. "O PT demorou demais e o cenário mudou com a entrada do Serra, ele passou a ser o candidato favorito enquanto o Haddad fica dependendo do Lula", diz um integrante da cúpula do partido. O PR tinha acordo com o PT até o fim do ano passado, em que indicaria o vice da chapa, mas rompeu quando os petistas começaram a discutir dar a vaga para o PMDB. O presidente estadual do PR, o vereador de São Paulo Antônio Carlos Rodrigues, conversou com Serra na semana passada, segundo este integrante, e sinalizou que o diálogo está aberto. "Tem havido [sondagens], mas eu pessoalmente não conversei", afirmou Serra ontem. "Deixa passar esse processo de prévias [no dia 25]", desconversou. A coligação com Serra agrada os cinco vereadores do PR, que enxergam maiores chances de reeleição em uma chapa com o tucano, desde que indiquem o vice. A vaga, porém, é disputada também pelo DEM, PV, o PSD do prefeito Gilberto Kassab e até o PSDB. Entretanto, o PR não fechará posição até saber se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá condições de participar da campanha depois de se recuperar de um tratamento de câncer na laringe. O petista é o maior puxador de votos desta eleição, capaz de atrair o apoio de 44% dos eleitores, segundo pesquisa Datafolha. Entretanto, Haddad ainda não é identificado com o ex-presidente e é desconhecido da maioria da população, o que o deixa com apenas 3% das intenções de voto, contra 30% de Serra. A lanterna nas pesquisas tem dificultado a conquista de apoios. Aliados tradicionais, como PDT e PCdoB, defendem candidaturas próprias e têm se aproximado do PSDB. Outro potencial parceiro, o PSB, também está em cima do muro. Enquanto os diretórios municipal e estadual querem apoiar o tucano, o nacional pretende ficar do lado do PT para não desagradar Lula. Os partidos aliados também estão insatisfeitos com a relação com o governo federal. O PR não se sente representado pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e quer indicar um nome da direção do partido para o cargo. __________________________________________________________________ Fim do fator previdenciário? Por que? Fabio Giambiagi O fator previdenciário é a Geni da política brasileira, a ponto de o próprio ministro da Previdência se manifestar contra ele. Parte da rejeição decorre do fato de que ele não tem sido bem explicado pelos sucessivos governos. Proponho ao leitor os seguintes pontos para reflexão: a) Considere uma pessoa A, que começa a contribuir aos 20 anos e contribui ao longo de 35 anos, chegando aos 55 anos com a perspectiva de viver - pela expectativa de vida do IBGE - mais 25 anos, até os 80. Considere também uma pessoa B que tenha contribuído por 35 anos, mas por ter começado a contribuir mais tarde, se aposente aos 60, quando sua expectativa (pelo IBGE) será de viver até os 81 anos. Apesar de ambas terem contribuído pelo mesmo tempo, o INSS pagará benefícios a A durante 25 anos e a B durante 21. O fator previdenciário leva em conta não apenas o período contributivo, mas também o tempo esperado de aposentadoria, ajustando o benefício em função da expectativa de duração do mesmo. Qual é a injustiça disso? b) Se valesse a idade mínima de 60 anos, sem fator previdenciário, com a exigência de 35 anos de contribuição para o homem, teríamos a seguinte situação: quem começou a contribuir aos 15 anos, com 45 de contribuição e quem começou aos 25, com 35 de contribuição, iriam receber, aos 60 anos, a mesma aposentadoria. Seria justo? c) No Brasil, quem tem 35 anos de contribuição e menos de 60 anos de idade, aposenta-se com um fator inferior à unidade, ou seja, com um desconto em relação ao salário de contribuição. Já na Europa, em tais circunstâncias, a pessoa simplesmente não poderia se aposentar, por não respeitar a idade mínima - que em vários países começa a ser elevada acima de 60 anos - e/ou o tempo de contribuição - por vezes, de 40 anos. O fator previdenciário aparece na tabela. Consideremos 3 situações diferentes, todas para um homem (para as mulheres, há algumas diferenças): Um indivíduo começa a contribuir com 15 anos e se aposenta com 55 (40 de contribuição): o fator é de 0,82 (18% de desconto em relação à média). Pagando 31% do seu salário por 40 anos, receberá 82% dele por 23 anos, pela expectativa do IBGE. Um indivíduo começa a contribuir com 20 anos e se aposenta com 55 anos (35 de contribuição): o fator é de 0,71. Pagando 31% do seu salário por 35 anos, receberá 71% dele pelos mesmos 23 anos do caso anterior. Um indivíduo começa a contribuir com 20 anos e se aposenta com 60 anos (40 de contribuição): o fator é 1,00. Pagando 31% do seu salário por 40 anos, receberá 100% dele por 20 anos, face à expectativa do IBGE. Não é claro onde está a injustiça, especialmente considerando que em geral a viúva do indivíduo herda uma pensão que é paga ainda por vários anos. Tenho recebido críticas dos leitores quando trato do tema e os questionamentos estão associados a três casos: I) Os injustiçados. São pessoas que contribuíram sobre um teto de 20 salários mínimos (SM) e que foram prejudicadas pela mudança de regras. Aprendi no diálogo com os leitores que muitos têm razão em suas queixas, mas chamo a atenção para o fato de que a perda sofrida quando o teto caiu para 10 SM é independente do fator previdenciário. O ponto é que na opinião dessas pessoas a média está sendo mal calculada, mas o problema nesse caso é o cálculo da média e não o fator previdenciário em si; II) Os que fizeram uma opção. São pessoas que escolheram se aposentar cedo, pela possibilidade de ter uma renda garantida, à qual passaram a somar a renda de uma atividade à qual começaram a se dedicar ao se aposentar. Anos depois, já inativos, tornam-se dependentes da renda do INSS, afetada pelo fator. É um problema sério, mas trata-se de uma realidade que era conhecida no momento da aposentadoria, uma vez que as pessoas já sabiam que a sua aposentadoria sofreria o desconto do fator; e III) Os revoltados com o país. São indivíduos com alto grau de informação, indignados não pelo fato de terem que se submeter ao fator previdenciário, mas por isso acontecer ao mesmo tempo em que assistem a escândalos associados a políticos corruptos. Compreendo e compartilho a indignação cívica, mas não faz sentido que as regras de aposentadoria dependam do grau de corrupção do país. Por essas razões, vale o mesmo que Churchill disse sobre a democracia: "É o pior dos regimes - excetuados todos os outros". O fator é amargo, mas necessário. Sem ele, o país teria virado uma Grécia. Fabio Giambiagi, economista, Contemporânea: 1945/2010" co-organizador do livro "Economia Brasileira Correio Braziliense __________________________________________________________________ GDF promete continuidade em estudos para plano de carreira de professores Roberta Abreu Representantes do GDF e do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) se reuniram na noite desta terça-feira (13) para uma conversa, em que o governo reiterou a impossibilidade de conceder reajustes salariais em 2012, em respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). No entanto, prometeu dar continuidade aos estudos para a reestruturação do plano de carreira, principal reivindicação da categoria, e a possível implantação de plano de saúde no segundo semestre deste ano. Sem esconder a insatisfação, os professores afirmaram que a greve continua e se encontram às 9h desta quarta-feira (14/03), em frente à casa oficial do governador Agnelo Queiroz, em Águas Claras, para uma manifestação. No próximo dia 20 haverá assembleia, na Praça do Buriti, para definir os rumos da greve. Apesar da paralisação, que começou na segunda-feira, a maioria das 649 escolas do DF continua de portas abertas. Mesmo sem um dado oficial, a Secretaria de Educação acredita que de 30% a 40% dos professores tenham aderido à greve. Gazeta do Povo __________________________________________________________________ Professores e servidores de escolas municipais confirmam greve nesta quarta-feira Os sindicatos esperam a adesão dos cerca de 10,5 mil profissionais da cidade. Professores farão uma passeata na quarta-feira da Praça Santos Andrade até a prefeitura Denise Drechsel Professores e servidores de escolas municipais de Curitiba entram em greve nesta quarta-feira (14) por tempo indeterminado. Os sindicatos esperam a adesão dos cerca de 10,5 mil profissionais da rede municipal de ensino, 181 de escolas de ensino fundamental e 183 de educação infantil. A decisão foi confirmada nesta terça-feira (13), depois de uma tentativa frustrada de acordo em uma reunião realizada entre representantes da Secretaria Municipal da Educação com o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc). Os professores querem que o piso salarial de R$1.199,64 pago pela prefeitura a docentes com curso superior em uma jornada de 20 horas seja aumentado para R$ 1.800. A prefeitura anunciou em 29 de fevereiro que vai aumentar esse valor para R$ 1.319,90, mas os sindicalistas consideram o reajuste insuficiente. A interpretação feita pelo Sismmac é a de que, se o piso nacional sugerido pelo Ministério da Educação (MEC) para um professor com ensino médio para uma jornada de 20 horas é de R$ 725,50, um professor com curso superior deve receber no mínimo R$ 1.800 para a mesma carga horária de trabalho no início de carreira. Os sindicatos consideram ainda que a quantia divulgada pelo MEC serve apenas de orientação para cidades mais pobres, o que não é o caso de Curitiba. “É claro que a gente não consegue dar um salto R$ 1199,64 para R$ 1.800”, afirmou a secretária municipal da Educação, Liliane Sabbag. Segundo ela, com o reajuste de 10% e o pagamento de uma gratificação de pelo menos R$ 275 mensais do Programa de Produtividade e Qualidade (PPQ), o salário dos professores para 20 horas de trabalho chegará a R$ 1594,90. Os sindicalistas, no entanto, alegam perdas salariais acumuladas e insistem no aumento do piso para R$ 1.800. Segundo o Sismmac, como a Secretaria Municipal da Educação não apresentou novas propostas, a categoria não teve outra alternativa além da greve. Além do acréscimo nos salários, os professores querem que a prefeitura melhore as condições de trabalho, reformule o plano de carreira e que o órgão responsável pelo atendimento de saúde dos servidores municipais não seja privatizado. “Entre tantas coisas, a prefeitura não cumpre a Lei [Nacional do Piso do Magistério, N.º 11.738 de 2008] que determinou que 33% da jornada de trabalho seja dedicada à hora-atividade [tempo extraclasse para capacitação e preparo das aulas]. Hoje, em Curitiba, apenas 20% do tempo é destinado a esse fim. Também não há o respeito pelo número reduzido de alunos, as classes estão lotadas, o que compromete as atividades”, afirmou Silmara Carvalho, uma das diretoras do Sismmac. Na reunião desta manhã, a Secretaria Municipal da Educação prometeu ampliar o quadro de professores para conseguir implantar a hora-atividade de 33,33%. “Hoje, muitos professores têm garantido 20% para a hora-atividade e alguns chegam a 24%. Isso significa que para chegar ao patamar previsto pela lei está faltando de 9% a 13%, dependendo do profissional, e, por isso, estamos contratando professores que acabam de participar de um concurso e programamos outro ainda para esse ano”, informou Liliane. Agência Brasil __________________________________________________________________ Nível de emprego na indústria paulista tem leve queda em fevereiro Marli Moreira São Paulo – A indústria de transformação paulista registrou leve queda de 0,1% no nível de emprego em fevereiro, na série com ajuste sazonal, na comparação com janeiro deste ano. Em relação a fevereiro do ano passado, houve redução de 1,24%. No acumulado do bimestre, foi registrado ligeiro aumento de 0,18%, que se deve ao bom desempenho do setor sucroalcooleiro. Os dados foram divulgados ontem (13) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Dos 22 setores pesquisados, dez fecharam postos de trabalho, nove ampliaram as vagas e três permaneceram com o mesmo número de empregados em fevereiro, ante janeiro. Entre os setores que fizeram cortes está a indústria automobilística, com uma redução no nível de emprego de 0,5% no período. __________________________________________________________________ Diminuição da desigualdade no Brasil espelha mudanças ocorridas com a renda em todo o mundo, aponta FGV Gilberto Costa Brasília – A diminuição da desigualdade de renda na última década no Brasil se assemelha ao movimento verificado no conjunto de todos os países. De acordo com análise em andamento no Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV), o índice de Gini (que mede a desigualdade socioeconômica) caiu de 0,596 em 2001 para 0,519 em janeiro de 2012 no Brasil. O mesmo indicador agregado para o mundo todo caiu de 0,5448 para 0,52 no mesmo período. “Aqui, no Brasil, a desigualdade cai porque a renda cresce no Nordeste; e cresce mais entre analfabetos, negros, moradores de favelas, campesinos e trabalhadores da construção. E no mundo? A desigualdade cai porque a China e a Índia estão crescendo muito”, explica o economista Marcelo Neri, chefe do CPS/FGV. Na opinião dele, a comparação dos índices mostra que “o Brasil é uma maquete muito próxima do mundo”. Semelhanças à parte, Neri chama a atenção para a diferença de dinâmicas entre o Brasil, a China e a Índia. Segundo ele, na última década, o Brasil diminuiu a desigualdade interna ao mesmo tempo em que registrou crescimento econômico. Na China e na Índia (que concentram metade dos pobres do mundo e onde o crescimento do Produto Interno Bruto é maior que o crescimento do PIB brasileiro), a desigualdade “está explodindo”. Segundo Marcelo Neri, o Brasil espelha a desigualdade existente no mundo porque “os mais pobres do Brasil são tão pobres quanto os mais pobres da Índia; e os mais ricos brasileiros não são menos ricos do que os mais ricos americanos. O Brasil está em todas as partes e ainda tem muita desigualdade”, disse em entrevista à Agência Brasil, destacando que o país tem muitos problemas para atacar. Para Neri, a desigualdade persistente faz com que o Brasil continue a ser chamado, “por um bom tempo”, de “Belíndia” - termo criado pelo economista Edmar Bacha na década de 1970 para dizer que o Brasil tinha um pedaço rico e desenvolvido como a Bélgica e um pedaço pobre e subdesenvolvido como a Índia. Marcelo Neri acrescenta que a “Belíndia continua atual” porque hoje “o lado pobre do Brasil cresce tanto quanto a economia da Índia; e o lado belga [rico] está tão estagnado quanto os países europeus. A Bélgica hoje é um país desenvolvido, mas estagnado. Ela é predominantemente católica como o Brasil”, compara. Segundo a análise feita pelo CPS/FGV, a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu quase seis vezes (580%) mais rápido do que a renda dos 10% mais ricos na década passada. A ascensão desse contingente, chamado por Neri de “nova classe média”, explica em parte o crescimento econômico recente. A economia cresce à medida que a desigualdade acumulada diminui. “Boa parte dessa ascensão da classe média vem da recuperação de atrasos históricos que ainda estão presentes, mas estão passando”, aponta. Na opinião do economista, os dados mostram que o Brasil “está ficando um país normal”. Ele lembra que “em 1990, a gente tinha 17% das crianças fora da escola; e em 2000, passou para 4%; e agora, o percentual é menos de 2%”. Segundo ele, além da expansão do acesso à escola, o país está entre as três nações que mais se destacam na melhoria dos indicadores de aprendizagem. A melhora do desempenho escolar ilumina “o lado brilhante da base da pirâmide”, descrito por Neri em seu novo livro A Nova Classe Média, lançado na semana passada no Rio de Janeiro. De acordo com o economista, a educação, juntamente com a redução da fecundidade das brasileiras e a chegada de mais pessoas ao mercado de trabalho com carteira assinada, explicam melhor a ascensão da classe média (classe C) do que a dependência de políticas sociais e do crédito facilitado. Uma das teses defendidas pelo economista é que o crescimento da nova classe média “não é apenas sonho de uma noite de verão” e se a educação continuar melhorando diminuirá ainda mais desigualdade. “Se fizermos o dever de casa com a educação vai ser possível o Brasil continuar dando salto”, avalia. __________________________________________________________________ Entidades cobram políticas públicas para pessoas prejudicadas pela construção de barragens Pedro Peduzzi Brasília – Começaram ontem (13) e será intensificada hoje, Dia Internacional de Luta contra as Barragens, uma série de manifestações promovidas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em diversos estados. Entre as reivindicações, o MAB pede a criação de uma política específica para a área, alegando não haver, no país, órgão responsável ou política pública para pessoas que tenham sido prejudicadas pela construção de barragens no país. Centenas de manifestantes do MAB fizeram protestos na manhã de ontem (13) em frente à sede da Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), em Brasília, acompanhados de militantes do Movimento dos Sem Terra (MST). “Estamos lutando pelo direito de indenização, saúde, moradia e terra”, disse o coordenador do movimento, Agenor Costa. O MAB denuncia que a dívida do Estado brasileiro com os atingidos por barragens não foi paga e, por isso, cobra uma resposta do governo. Segundo a entidade há, nos últimos 30 anos, mais de um milhão de pessoas que tiveram as vidas transformadas devido à construção de barragens. De acordo com a entidade, 70% dos atingidos não receberam qualquer tipo de compensação e, por isso, pede a criação, com aporte de recursos, de um órgão voltado especificamente para efetivar os direitos dos atingidos por barragens. Para a integrante da Coordenação Nacional do MAB, Joceli Andrioli, o Estado planeja hidrelétricas, concede as licenças ambientais, libera financiamentos públicos para construir as obras, “sem dispor sequer de uma política de tratamento às populações atingidas”. Dentro das ações previstas para a Jornada Nacional de Lutas do MAB está um ato político programado para hoje (14), na Câmara dos Deputados. Os manifestantes denunciarão, a parlamentares, supostas violações de direitos praticadas pelas empresas do setor energético. A Eletronorte informou à Agência Brasil que recebeu a pauta de reivindicações do movimentos. Ela será analisada e discutida em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME) e com outras empresas do setor. O MME foi contatado ao longo do dia, pela Agência Brasil, mas não quis comentar a manifestação. __________________________________________________________________ Professores fazem paralisação nacional até sexta para cobrar cumprimento do piso Amanda Cieglinski Brasília – De hoje (14) até sexta-feira (16), professores de escolas públicas municipais e estaduais prepararam diversas mobilizações para cobrar o cumprimento do piso nacional do magistério. Criada em 2008, a lei determina um valor mínimo que deve ser pago a professores com formação de nível médio e jornada de 40 horas semanais. Para 2012 esse valor foi definido em R$ 1.451, mas alguns estados e municípios pagam menos do que determina a regra. A Confederação Nacional das Trabalhadores em Educação (CNTE) sugere que durante os três dias as atividades nas escolas sejam suspensas, mas cada sindicato está organizando a mobilização de acordo com a pauta de reivindicação local. Em algumas redes de ensino, a paralisação será parcial. Em outras, os professores promoverão passeatas, assembleias e atos públicos. No Distrito Federal, os professores já estão em greve em função das negociações de reajuste salarial com o governo. Além de cobrar o cumprimento da Lei do Piso, a paralisação nacional também defende o aumento dos investimentos públicos em educação. A CNTE quer que o Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita na Câmara dos Deputados, inclua em seu texto uma meta de investimento mínimo na área, equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), a ser atingida em um prazo de dez anos. Carta Maior __________________________________________________________________ MAB pede política para famílias atingidas por barragens Organizados pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), protesto em Brasília cobra uma política de direitos para as famílias atingidas e também a renovação das concessões do setor elétrico que estão para vencer até 2015. Segundo Andréia Silva Neiva, coordenadora do MAB, nos últimos 30 anos, mais de 1 milhão de pessoas foram afetadas devido à construção de barragens e 70% delas não receberam qualquer tipo de compensação. Vinicius Mansur Aproximadamente 500 pessoas ocuparam o pátio da sede da Eletronorte, em Brasília (DF), na manhã desta terça-feira (13). Organizados pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o protesto cobra uma política de direitos para as famílias atingidas e também a renovação das concessões do setor elétrico que estão para vencer até 2015. Segundo Andréia Silva Neiva, coordenadora do MAB, nos últimos 30 anos, mais de 1 milhão de pessoas foram afetadas devido à construção de barragens e 70% delas não receberam quaisquer tipos de compensação. Por isso, o movimento reivindica recursos e a criação de um órgão específico junto à Eletrobrás para pagar esta dívida histórica. “O Estado brasileiro planeja as hidrelétricas, concede as licenças ambientais, libera financiamentos públicos para construir as obras, mas até hoje o Estado não tem uma política de tratamento às populações atingidas. Estamos cansados de conversar”, cobrou. A outra reivindicação dos manifestantes, que aglutina também os trabalhadores eletricitários, pede a renovação das concessões do setor elétrico e a mudança do marco regulatório do sistema de energia. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas no Distrito Federal (Stiu-DF), José Daldegan, até 2015 vencem as concessões de praticamente 20% do parque gerador brasileiro, assim como 80% das linhas de transmissão e de 49 empresas distribuidoras, o que representa 35% do total da energia comercializada no país. “A atual lei não prevê a possibilidade de renovação das concessões para essas empresas. Um processo de licitação ativos levaria a paralisia dos investimentos no setor e a uma nova onda de privatizações que podem trazer desemprego, má qualidade dos serviços, precarização do trabalho, terceirizações e preços elevados”, explicou. Os protestos devem se estender por Brasília até quinta-feira (15) e os manifestantes pretendem ser recebidos, ao menos, pelo Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelos presidentes das principais empresas estatais do setor, como Chesf, Cemig e Eletronorte. O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, irá receber o movimento na tarde desta terça. A manifestação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MAB, realizada em torno do dia 14 de março, considerado o Dia Internacional de Luta contra as Barragens, pelos Rios, pela Água e pela Vida. Já foram registradas ações em Recife, onde 1,5 mil pessoas ocuparam a sede da Chesf, em Altamira (PA), Rio de Janeiro, Porto Velho, Florianópolis e Belém. __________________________________________________________________ O tamanho do nosso atraso O registro do que se passa hoje na Inglaterra, berço do liberalismo e de referências clássicas sobre liberdade de expressão e liberdade da imprensa, nos ajuda a entender o atraso secular em que nos encontramos quando se trata de regulação (ou autorregulação) no campo das comunicações. Venício Lima (*) Artigo publicado originalmente na revista Teoria e Debate, nº 98. “O povo inglês merece uma imprensa que assuma suas responsabilidades seriamente e exerça os padrões profissionais reconhecendo que a liberdade preciosa de que desfruta é um privilégio, não um direito divino.” Lord David Hunt, chairman da Press Complaints Commission (cf. The Guardian, em 9/3/2012) A Comissão de Reclamações sobre a Imprensa (Press Complaints Commission, ou PCC, na sigla em inglês), criada por empresários de jornais e revistas, é a agência autorreguladora da imprensa no Reino Unido, em funcionamento desde 1991. Na arquitetura institucional para o setor de comunicações naquele país, além da PCC, existe a OFCOM, autoridade independente e reguladora para as indústrias de comunicações. O escândalo relativo ao comportamento criminoso do tabloide News of the World, do grupo News Corporation, revelado em novembro de 2011, provocou não só a instalação de uma comissão judicial para apurar e sugerir medidas para evitar a repetição dos fatos como também uma indignação generalizada quanto à ineficiência da agência autorreguladora. Antecipando-se às recomendações da comissão judicial, a PCC anunciou no dia 8 de fevereiro sua descontinuidade, para dar lugar a outra agência com poderes de interferência mais eficazes. Nas palavras do chairman da PCC, o Reino Unido terá “pela primeira vez um órgão regulatório da imprensa com dentes", embora não tenha divulgado os poderes e o mandato da nova agência. Na verdade, a promessa de uma agência autorreguladora “com dentes” responde à acusação feita em depoimento à comissão judicial pela escritora J.K. Rowling, autora de Harry Potter. Ela afirmou ser a PCC uma agência “sem dentes”, isto é, sem poder efetivo de ação para coibir os desvios profissionais e éticos da imprensa. E o Brasil? O registro do que se passa hoje na Inglaterra, berço do liberalismo e de algumas das referências clássicas sobre a liberdade de expressão e a liberdade da imprensa, nos ajuda a entender o atraso secular em que nos encontramos quando se trata de regulação (ou autorregulação) no campo das comunicações. Três exemplos: 1. À exceção do Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) – “organização não governamental que visa impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ao consumidor ou a empresas” –, não existe órgão autorregulador para nenhum setor da mídia no Brasil. Mesmo assim, recente recurso ao Conar feito pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (aliás, não acolhido) provocou irados e violentos editoriais e artigos na grande mídia, sob acusação de interferência estatal, censura e fundamentalismo conservador [cf. “Caso Gisele Bündchen: Onde está a censura?”]. 2. A Lei nº 12.485/2011, que muito timidamente estabeleceu cotas para a produção nacional na televisão paga, foi recentemente objeto de campanha publicitária do grupo SKY – leia-se Direct TV e Globo –, que utilizou o falso argumento de que a Agência Nacional de Cinema (Ancine) estaria querendo tomar das mãos dos assinantes o controle remoto e decidir por ele qual a programação a ser vista. Além de um desrespeito à inteligência do assinante, uma operadora estrangeira, associada ao maior grupo de mídia brasileiro, se rebela publicamente contra uma lei cujo projeto tramitou por mais de quatro anos no Congresso Nacional. Tudo porque são estabelecidas normas de proteção ao conteúdo nacional, aliás, existentes nas democracias contemporâneas que supostamente servem de modelo para a nossa. 3. E, por fim, a impossibilidade da imensa maioria dos brasileiros de acompanhar as partidas de seus times na Copa Libertadores da América, o principal torneio de futebol da América Latina. O oligopólio no setor de TV paga e os interesses de seus poucos grupos dominantes – exatamente a SKY e a NET (ambas associadas à Globo) – continuam a contrariar a conhecida máxima do juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Byron White, estabelecida 43 anos atrás: “É o direito dos espectadores e ouvintes, não o direito dos controladores da radiodifusão, que é soberano”. Por favor, leitor(a), julgue você mesmo(a) o tamanho do nosso atraso. Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) Rede Brasil Atual ___________________________________________________________ Desindustrialização sindicais e Dilma será tema de reunião entre centrais Segundo o presidente da CUT, queda da participação da indústria no PIB exige medidas mais ousadas na macroeconomia, sobretudo em torno de juros e câmbio Vanessa Ramos São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff se reunirá amanhã (14) com representantes das centrais sindicais, no Palácio do Planalto. Será o terceiro encontro entre Dilma e representantes do movimento sindical em bloco. Em reunião preparatória ontem (13), as centrais buscaram pontos em comum a ser abordados. “Falaremos sobre política macroeconômica, desindustrialização, o fim do fator previdenciário, o reajuste das aposentadorias, a Convenção 151 da OIT (que trata das negociações coletivas no setor público) e o tema da terceirização”, relatou o presidente da CUT, Artur Henrique. Os sindicalistas estão preocupados com o enfraquecimento da indústria nacional, em grande parte devido à falta de competitividade dos produtos domésticos no exterior em função da guerra cambial. O próprio governo identifica em vários países uma desvalorização artificial das moedas locais em relação ao dólar, enquanto internamente o Brasil luta para conter uma valorização excessiva do real – que tem dificultado negócios para o setor exportador. "Vamos debater na reunião o risco da desindustrialização. O Brasil cada vez mais está se tornando um exportador de matéria-prima, como soja, petróleo, café, açúcar e cana. Na outra ponta, não estamos agregando valor à nossa indústria com a exportação de manufaturados", avalia o presidente da CUT. "A queda da participação da indústria no PIB demonstra que são necessárias medidas mais ousadas na política macroeconômica. Isso envolve medidas relacionadas com os juros e com o câmbio." O dirigente defende uma tributação maior para quem aposta mais na ciranda financeira do que a praticada para empresários que "queiram investir na compra de máquinas, ampliar o seu negócio, gerar mais emprego e mais renda". E alertou ainda sobre os "perigos" de os ajustes financeiros em socorro à crise bancária na Europa estimularem a migração de capital especulativo para o Brasil: "Temos de tomar cuidado para que os recursos não venham apenas para o investimento em títulos do governo". O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, concordou: “A nossa indústria é fundamental, não podemos ser um país de exportação de commodities em detrimento da possibilidade de vendermos mercadoria com valor agregado”, disse. Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, “a retomada de conversa direta com Dilma será um momento importante”. As centrais pretendem dar continuidade aos temas que veem sendo discutidos com a Secretaria Geral da Presidência da República. “São vários assuntos já debatidos, como o protocolo que prevê garantias para os trabalhadores da construção civil, assinado na semana passada, e a questão dos aeroportos”, lembra Artur. Terceirização Ele destaca a criação do Fórum Nacional dos Trabalhadores Ameaçados pela Terceirização, no ano passado, com o objetivo de pressionar o Congresso Nacional. As diversas entidades que compõem o fórum veem como prejudiciais aos trabalhadores projetos em tramitação no Legislativo, por considerar que facilitam a precarização dos empregos por meio do uso indiscriminado de mão de obra terceirizada. O projeto em estágio mais avançado na Casa é de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), relatado por Roberto Santiago (PSD-SP) e apoiado por Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força. "Esse projeto é frontalmente contrário aos interesses da classe trabalhadora. Queremos avançar numa regulamentação da terceirização que não permita a deterioração das condições de trabalho", afirma Artur. IR da PLR O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e representantes de várias entidades sindicais reúnem-se amanhã, às 14h, na Câmara dos Deputados, com o relator da MP 556, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), para discutir a emenda que isenta os trabalhadores do pagamento do Imposto de Renda (IR) sobre a Participação dos Lucros e Resultados (PLR). A presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, disse que esse é um assunto prioritário para a categoria. “Essa isenção é mais uma medida que vai favorecer o crescimento da economia. Com mais renda, o consumo aumenta e melhora a geração de emprego, beneficiando a toda a sociedade. Quando recebem os dividendos, os acionistas são isentos do imposto de renda. Os trabalhadores também exigem o mesmo tratamento”, afirmou Juvandia. __________________________________________________________________ Centrais divulgam 1º de Maio e esperam por novo ministro do Trabalho Segundo presidente da Força Sindical, faltam "detalhes" para definição do nome Vitor Nuzzi São Paulo – Enquanto se preparam para o 1° de Maio e para um ato contra a desindustrialização, as centrais sindicais vivem a expectativa do anúncio do novo ministro do Trabalho. O cargo é ocupado por um interino (Paulo Pinto) desde a queda de Carlos Lupi, em dezembro. O nome da vez é o do deputado Brizola Neto (PDT-RJ). Durante ato de lançamento das atividades do Dia do Trabalho, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que tudo estava praticamente encaminhado para a nomeação. O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) em São Paulo, Onofre Gonçalves de Jesus, já destacava o fato de as centrais voltarem a ter um interlocutor no ministério. No entanto, segundo o presidente nacional da Força, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT), faltam "uns detalhezinhos" para serem resolvidos. Haveria ainda uma reunião entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente do partido, justamente o ex-ministro Lupi. Amanhã (14), Dilma recebe líderes das centrais para discutir uma pauta que inclui defesa da indústria, fator previdenciário, reajuste para aposentados e aumento para o setor público. Dessa reunião pode sair o nome do novo ministro. Das 10h às 11h30 de ontem (13), representantes de cinco centrais estiveram na praça Ramos de Azevedo, região central de São Paulo, distribuindo cupons para o sorteio de prêmios que será realizado no 1º de Maio, na praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital. O evento volta para o local após interrupção em 2011, por causa da corrida de Fórmula Indy. Os sindicalistas esperam pela presença de 1,5 milhão a 2 milhões de pessoas. A CUT fará sua atividade à parte. Antes disso, em 4 de abril, está prevista manifestação diante da Assembleia Legislativa paulista contra a desindustrialização. No final deste mês, estão programados atos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No caso de São Paulo, a CUT estadual também participará da atividade. Giro pelos blogs Arturcut.wordpress.com __________________________________________________________________ Através do Enem, idoso de 86 anos, ex-pedreiro, chega ao curso de matemática em universidade federal Saiu no G1 de hoje, escrito por Alexandre Cabral Aos 86 anos e com força de vontade para encarar os estudos, o aposentado Bartolomeu Queiroz começou a cursar matemática na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). As aulas tiveram início na semana passada, no campus de Aquidauana, a 143 km de Campo Grande. Durante a vida profissional, Queiroz foi pedreiro, carpinteiro, mestre de obras e motorista de caminhão. A dificuldade para conciliar trabalho e estudo e a necessidade de sustentar a família fizeram com que ele abandonasse a escola cinco vezes, ao longo da vida. “Parei de estudar porque eu fazia viagens com o caminhão e não tinha tempo”, disse. A volta aos estudos foi a realização de um sonho, segundo o aposentado. Para conseguir a vaga na universidade, Queiroz cursou o Ensino de Jovens e Adultos (Enseja) em uma escola pública em frente à casa dele, em Anastácio, cidade vizinha a Aquidauana. Depois de obter o certificado, fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e conseguiu a aprovação para o ensino superior. O aposentado diz que escolheu a matemática pela facilidade que tem com números. O aposentado conta que sempre incentivou seus 12 filhos a estudar, tanto que dez já têm formação em ensino superior. Ele busca preservar em si mesmo a dedicação transmitida aos descendentes. “Sempre estudo e todos os dias estou praticando, procuro saber cada vez mais”, disse Queiroz. O acadêmico mais velho do primeiro semestre do curso de matemática é também inspiração para os mais jovens. Adão Freitas, de 17 anos, disse que admira a determinação do colega. “Muitos jovens da minha idade não têm a força de vontade do Bartolomeu”, explica. Os responsáveis por ensinar uma pessoa tão experiente na vida encararam uma missão. “Ter um aluno com uma idade tão avançada é um desafio para qualquer professor. Fazer compreender e saber a matéria é a vitória”, disse o coordenador do curso de matemática da UFMS, Jader Otavio Dalto. Para conhecer o Bartolomeu e ouvir uma entrevista com ele, clique aqui. __________________________________________________________________ Teixeira e o mundo paralelo do Jornal Nacional Alguém não habituado ficaria escandalizado. Ontem, Jornal Nacional e Jornal da Record repercutiram no mesmo momento a renúncia de Ricardo Teixeira na CBF. Com o controle remoto na mão, quem ficasse transitando entre os dois canais perceberia Tino Marcos, de um lado, apontando as realizações de Teixeira como dirigente: quantos títulos a Seleção ganhou, a mudança para pontos corridos no Brasileirão, bla, bla, bla. Do outro lado, Luiz Carlos Azenha remomorando, com detalhes, as várias denúncias (graves) de corrupção que pesam contra o ex-presidente da CBF. Voltando à Globo, outro trecho da “reportagem” mostrava o novo presidente da entidade garantindo que nada vai mudar, tudo estará pronto para a Copa, ou seja, anunciantes, fiquem tranquilos, o investimento de vocês será remunerado convenientemente. Porém, na Globo, é importante dizer, o Globo Esporte e seu Tiago Leifert, na hora do almoço, destacaram as acusações que pesam contra Teixeira, ainda que rapidamente, porque, ficou evidente, a direção entendeu não caber àquele programa e àquele jornalista fazer o detalhamento da notícia – não sabemos se por falta de tempo no meio da grade. Talvez não, pois havia um link ao vivo diante da CBF, mas o profissional que lá estava limitou-se a repetir que Ricardo Teixeira havia renunciado (o que todo mundo já sabia) Advivo.com.br/luisnassif __________________________________________________________________ Dois anos decisivos para o Brasil Na semana passada a FGV-RJ divulgou um trabalho sobre o mercado de consumo brasileiro em 2020. Estimou a quantidade de brasileiros nas classes C e A/B sem considerar minimamente os cenários macroeconômicos do período. É como se pegasse os últimos 8 anos e projetasse para os próximos 8, Não entenderam que o ciclo do governo Lula já se completou e um novo começa agora, com novos desafios. Os próximos dois anos serão decisivos para consolidar (ou não) a sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro. A entrevista de Dilma Roussef (http://migre.me/8h0ID) anunciando sua disposição em defender a produção nacional demonstra que tem plena consciência do papel que lhe cabe na atual etapa do desenvolvimento brasileiro. A Fernando Henrique Cardoso coube o desafio da estabilidade e o desenvolvimento de um modelo de governabilidade político – nesse complicadíssimo presidencialismo de coalizão. A Lula, as políticas de inclusão social, que tiveram como desfecho a formação de um robusto mercado de consumo interno. Daqui para frente, o trabalho será de fortalecer esse modelo de combate à miséria. Mas não apenas isso. O mercado interno é condição necessária, mas não suficiente, para a explosão sustentada do desenvolvimento. Aumenta-se o mercado interno. Se não houver produção doméstica, esse aumento será ocupado por produtos importados. No curto prazo, criará constrangimentos nas contas externas. No médio prazo, tirará o dinamismo da economia brasileira e sua capacidade de continuar gerando empregos e aumento de renda. Nas últimas décadas, o discurso econômico hegemônico procurou levantar qualquer argumento que justificasse a manutenção dos juros altos e do câmbio apreciado. Um deles é que em uma economia como a brasileira poderia prescindir do papel da indústria como agente dinâmico da economia, substituindo-a pelo setor de serviços. Ora, a pátria da nova sociedade do conhecimento, os Estados Unidos, talvez tenha cometido o maior erro estratégico da era moderna ao supor que poderia abrir mão de indústrias intensivas em mão de obra e se concentrar apenas em tecnologia da informação, sistema espacial e setor financeiro. Transformou a China no chão de fábrica do mundo e tirou a capacidade do país de gerar empregos e manter o dinamismo do mercado interno. Não há como substituir a indústria como motor do crescimento. É o setor com maior cadeia produtiva – isto é, com maior número de fornecedores e fornecedores de fornecedores – e, portanto, com maior capacidade de irrigar a economia. Além disso, é grande demandadora de serviços, de pesquisas, inovação. A Inglaterra tornou-se a maior potência do século 19, a China será a maior do século 21 porque souberam montar um modelo que ampliou enormemente seu mercado consumidor – as empresas inglesas exportando para América do Sul e Ásia; a China, para o mundo e para seu próprio mercado interno. Se conseguir completar esse ciclo, ampliar efetivamente o mercado para os produtos brasileiros, se poderá dizer que o crescimento brasileiro será, de fato, irreversível. Conversaafiada.com.br __________________________________________________________________ Comparato/Erundina: para que Pinheirinho não se repita ! O Conversa Afiada reproduz e-mail que recebeu do professor Fábio Comparato: Caro Paulo Henrique: Os escândalos do tipo Pinheirinho continuarão a ocorrer em grande número, caso não mudemos o sistema jurídico que permite a sua ocorrência em toda impunidade. Na tradição multissecular brasileira, contra a propriedade dos graúdos a posse dos pobres diabos de nada vale. É isto que se fixou na mentalidade coletiva e, por via de consequência, nas normas do nosso direito positivo. Para tentar contribuir no sentido de mudar esse triste estado de coisas, que a opinião pública já começa, felizmente, a regurgitar, redigi sob forma de projeto de lei a proposta que segue abaixo, e confiei-a aos cuidados da zelosa Deputada Luiza Erundina. Penso que vale a pena divulgar a idéia, quando mais não seja para receber aperfeiçoamentos. Grande abraço, Fábio Konder Comparato Projeto de lei Altera a redação dos artigos 928 e 930 do Código de Processo Civil, relativos às ações de manutenção e de reintegração de posse Art. 1º Os artigos 928 e 930 do Código de Processo Civil passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz designará desde logo audiência para a justificação do pedido de manutenção ou reintegração liminar da posse, citando-se o réu. § 1º Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. § 2º Não haverá reintegração liminar de posse contra moradores já instalados no imóvel. Art. 930. O juiz que ordenar, mediante força policial, a execução de sentença de reintegração de posse de imóvel ocupado por moradores acompanhará pessoalmente a operação, e responderá pelos abusos eventualmente praticados pelos agentes policiais. Justificação O litígio ocorrido em fevereiro de 2012, na área denominada Pinheirinho, na comarca de São José dos Campos (SP), veio trazer à luz a inadequação de alguns dispositivos do Código de Processo Civil, relativos às ações de manutenção e reintegração de posse. Como fartamente noticiado nos meios de comunicação de massa, em ação de reintegração de posse movida por credores de uma massa falida, relativamente a um imóvel urbano onde estavam instaladas há oito anos cerca de 1.500 (um mil e quinhentas) famílias, a Juíza de Direito ordenou a expedição de mandado liminar reintegratório, mediante força policial. De madrugada, e em questão de algumas horas, todas as famílias instaladas no imóvel foram expulsas da área, iniciando-se desde logo a demolição de suas casas, com a apreensão de todos os seus pertences deixados no local. Duas graves aberrações resultaram dessa medida judicial. Em primeiro lugar, o direito fundamental à moradia, declarado e protegido em nossa Constituição (art. 6º), foi desconsiderado diante de um direito ordinário de crédito. Em segundo lugar, a expulsão das famílias moradoras e a destruição de seus pertences representaram uma medida judicialmente irretornável, pois a eventual cassação da medida liminar na sentença de mérito obviamente não reporá os antigos moradores na situação anterior àquela decisão liminar. Tais aberrações, na verdade, decorreram da determinação constante do art. 928 do Código de Processo Civil, segundo a qual, “estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração”. Tal disposição, que retomada do anterior Código de Processo Civil, apresenta-se hoje, sem a menor sombra de dúvida, como flagrantemente inconstitucional, pois dentre as normas de direitos fundamentais constantes do art. 5º da Constituição Federal encontra-se a de que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (inciso LV). Além disso, no processo da ação de reintegração de posse acima referido, verificou-se outra grave irregularidade, qual seja o descumprimento, por parte da Juíza de Direito, do seu dever de controlar e fiscalizar a regularidade dos atos de procedimento. Com efeito, expedido o mandado de força policial para a reintegração de posse, a Polícia Militar atuou como absoluta e abusiva independência, como se tivesse recebido uma autorização para proceder de acordo com o seu livre arbítrio. Violou-se, com isso, a norma constante do art. 125, inciso III do Código de Processo Civil, segundo a qual compete o juiz de direito “prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça”. Torna-se, pois, hoje mais do nunca indispensável enunciar em nossa lei processual uma norma de responsabilidade do magistrado, a propósito dos abusos praticados pelo órgão policial, quando do cumprimento de mandados de reintegração de posse. Estas as razões do presente projeto de lei. Viomundo.com.br __________________________________________________________________ Juíz@s Brasileir@s pela Comissão da Verdade MANIFESTO DE JUIZ@S BRASILEIR@S PELA COMISSÃO DA VERDADE Nós, juízas e juízes brasileiros, exigimos que o país quite a enorme dívida que possui com o seu povo e com a comunidade internacional, no que diz respeito à verdade e justiça dos fatos praticados pela ditadura militar, que teve início com o golpe de 1964. A Comissão da Verdade, criada por lei, é mecanismo que deve contribuir para melhorar o acesso à informação e dar visibilidade às estruturas da repressão, reconstruindo o contexto histórico das graves violações humanas cometidas pela ditadura militar e promover o esclarecimento dos casos de tortura, mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres. Estamos certos, como decidido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que “as atividades e informações que, eventualmente, recolha (a Comissão de Verdade), não substituem a obrigação do Estado de estabelecer a verdade e assegurar a determinação judicial de responsabilidades“. Manifestações que buscam cobrir as violações cometidas sob o manto da ignorância são um golpe para os direitos humanos e afrontam o patamar da dignidade humana estabelecido na Constituição Federal e normativa internacional. Todos e todas têm o direito de saber o que ocorreu em nosso país, tarefa que compete à Comissão da Verdade, a ser composta por pessoas comprometidas com a democracia, institucionalidade constitucional e direitos humanos. Aguardamos que a Comissão da Verdade seja constituída o quanto antes, devidamente fortalecida e com condições reais para efetivação do seu mister. Altamiroborges.blogspot.com ___________________________________________________________ Ecad suspende cobrança de blogues Por Felipe Rousselet, na revista Fórum: O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) reconheceu, por meio de nota, que a cobrança de direitos autorais sobre blogues que exibem vídeos do You Tube foi um “erro de interpretação operacional” e está suspensa. O Ecad ainda afirma que a cobrança foi um fato isolado e que “nunca teve a intenção de cercear a liberdade na internet, reconhecidamente um espaço voltado à informação, à difusão de músicas e demais obras criativas e à propagação de idéias”. De acordo com o comunicado, a carta de intenções firmada entre o Google (empresa que controla o YouTube) e Ecad permite que o órgão realize este tipo de cobrança, desde que haja notificação prévia ao Google. Segundo o órgão, como tal notificação não foi enviada ao Google, fica claro que este tipo de cobrança não está entre seus objetivos. Na última sexta-feira (9), o diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil, Marcelo Leonardi, se manifestou contrário à cobrança. Em comunicado publicado no blog do YouTube Brasil, Leonardi afirmou que “o Ecad não pode cobrar por vídeos do YouTube inseridos em sites de terceiros. Na prática, esses sites não hospedam nem transmitem qualquer conteúdo quando associam um vídeo do YouTube em seu site e, por isso, o ato de inserir vídeos oriundos do YouTube não pode ser tratado como retransmissão”. O comunicado ainda esclarece que nas negociações entre Google e Ecad sempre foi tomado o cuidado de assegurar que o internauta tenha o direito de inserir vídeos do YouTube em seus sites, sem interferência ou intimidação por parte do escritório de arrecadação. A cobrança também não agradou um dos setores com maior interesse na arrecadação de direito autorais, as gravadoras. Em entrevista ao jornal O Globo, a superintendente executiva do Ecad, Glória Braga, afirmou que pretende se reunir com as gravadoras para discutir as estratégias de cobrança na internet. Entenda o caso No dia 2 de março, o Ecad enviou um comunicado ao Caligrafitti (blogue sem fins lucrativos sobre arte e design), afirmando que o site havia sido enquadrado na categoria “webcasting" (transmissão de programas originários da própria internet), devendo pagar R$ 352,59 mensais ao Ecad. A cobrança teve grande repercussão durante a semana passada e o assunto chegou a liderar o ranking dos assuntos mais comentados por usuários brasileiros no Twitter. O caso também foi destaque no site da revista americana Forbes, onde foi noticiado como escândalo. Osamigosdopresidentelula.blogspot ___________________________________________________________ Financiamento privado de campanha complica Eduardo Paes Deu no Jornal do Brasil: Doadora da campanha de Paes ganha contrato de R$ 16 milhões sem licitação A empresa Nielsen Engenharia, uma das principais doadoras da campanha eleitoral do prefeito Eduardo Paes (PMDB) em 2008, foi contratada pela Secretaria Municipal de Saúde para construção de um hospital na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. No total, o contrato tem o valor de R$ 16,797 milhões. Fundamentada no artigo 4º da Lei das Licitações, a Prefeitura dispensou a licitação do contrato alegando que a obra é emergencial... ...No mês passado, a prefeitura pagou R$ 20 milhões por um terreno da empresa Tibouchina Empreendimentos, cujos donos contribuíram com R$ 245 mil para a campanha eleitoral de Eduardo Paes. A compra foi cancelada após a divulgação da negociação na imprensa.. É nisso que dá o PMDB empacar a reforma política, ao lado dos tucanos. Há muito tempo já deveriam pelo menos acabar com essa história de empreiteiras, bancos e empresas patrocinarem campanhas eleitorais. Qualquer conversa sobre ética na política e combate à corrupção, sem cortar o mal pela raiz desses financiamentos privados, não passa de cinismo. É conversa pra boi dormir. __________________________________________________________________ Merval Pereira trata Ricardo Plim-plim Teixeira como um "herói" injustiçado Como dizia Paulo Preto a José Serra: ""Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada". Coube ao colunista da Globo, Merval Pereira, não largar Ricardo Teixeira ferido na estrada, escalado para comentar o assunto na Globonews. Merval mostrou-se condoído com a "angústia" de Teixeira por porque o "sonho" de chegar à presidência da Fifa, acabou. Para quem passou o ano passado falando em faxina, Merval mudou o discurso, quando se trata do amigo e aliado da Globo, Ricardo Plim-Plim Teixeira. Disse que as acusações de corrupção na CBF e FIFA eram pouco relevantes, pois Teixeira já enfrentou diversas e sempre "tirou de letra" (*). O colunista praticamente disse que Teixeira saiu "injustiçado" por "perseguição política", sobretudo da presidenta Dilma, que não o recebia. (*) Também a Globo sempre protegeu Teixeira, não publicando ou esvaziando as denúnicias no noticiário. Em recente entrevista, Teixeira disse coisas como: "Caguei. Caguei de montão" (sobre as acusações que recebe) "Quanto mais tomo pau da Record, fico com mais crédito na Globo" "Só vou ficar preocupado quando as acusações saírem no Jornal Nacional" Leia também "Siga o dinheiro em Liechtenstein, pago pela TV Globo", e entenda como o escândalo das propinas da ISL para cartolas FIFA está ligado aos direitos de transmissão pagos pela Globo na Copa de 2002.