Actividade de Aprendizagem: ESTUDO DE CASO – Aplicação da Metodologia de Paulo Freire Depoimento de mulher vítima de violência doméstica: Maria estava casada há apenas 15 dias quando o marido a agrediu pela primeira vez. A partir daí a sua vida transformou-se num verdadeiro inferno. O advogado, que enquanto namorado era “uma excelente pessoa”, transformou-se, num verdadeiro monstro, que durante anos e anos me agredia. Muitas vezes dava-me cabeçadas e pontapés e dizia que eu era amante de todos os homens da cidade e violou-me vezes sem conta. Foi uma vida inteira de sofrimento, tudo em nome do amor pelos filhos e por vergonha, muita vergonha de contar a alguém o que ele me fazia. Mas em Abril de 2001, Maria decidiu dizer basta. “Eu já estava deitada e ele foi ter comigo ao quarto e bateu-me. Depois foi à cozinha buscar uma faca e encostou-a às minhas costas. Ele já me tinha dito muitas vezes que me matava e, naquele dia, se o meu filho não o segurasse eu agora estava morta”. Maria recorda ainda o dia em que se refugiou em casa da mãe, “para onde fui, convencida de que aí ele não me iria bater. Enganei-me! Um dia ele foi lá a casa e bateu-me a mim e à minha mãe, uma senhora com 87 anos, que foi levada para o hospital sem sentidos”, conta por entre soluções esta mulher que um dia ouviu o próprio filho dizer-lhe que “a porrada que o meu pai te dá ainda é pouca... só se perdem as que caem no chão. Se fosse eu ainda te batia mais”. Hoje, Maria, que só acedeu contar a sua própria história porque ela pode “servir para encorajar outras vítimas de violência doméstica”, é uma mulher angustiada mas com “esperança de um dia estar livre dele... porque nem morta, eu voltaria para ele”.