1 Convênio: Ministério da Saúde/Fundep – Universidade Federal de Minas Gerais Programa VIVA LEGAL/TV FUTURA Tema: Camada de ozônio – escudo que protege a vida sobre a Terra DEGRADAÇÃO AMBIENTAL - CAMADA DE OZÔNIO Como um escudo protetor, a camada de ozônio filtra os raios ultra-violeta provenientes do Sol que atingem a Terra. Embora hoje seja evidente sua importância para a manutenção da vida, a camada de ozônio vem sendo sistematicamente destruída pela imensa quantidade de gases poluentes que, dia após dia, são lançados na atmosfera. Em função da poluição, atualmente o planeta recebe, aproximadamente, 10% a mais de raios ultravioleta que há 15 anos. Em algumas regiões do Chile, por exemplo, o buraco na camada de ozônio tornou-se tão perigoso que as pessoas precisam refugiar-se dos raios solares entre as 10:00 e as 15:00 h. É tal a gravidade da situação por lá, que, nesse horário, o governo chileno alerta a população de que deve abrigar-se através de um toque de recolher. Mas, por que tanta preocupação? Ao atingir a Terra sem a filtragem da camada de ozônio, os raios ultra-violeta causam prejuízos de toda ordem. Para termos uma idéia, no que diz respeito à produção de alimentos, eles provocam a diminuição da capacidade de fotossíntese dos vegetais, dificultam seu crescimento, reduzem sua resistência a pragas e doenças e provocam, também, a redução do seu valor nutritivo. Desse modo, se o buraco na camada de ozônio continuar aumentando, poderemos ter que encarar a escassez de alimentos. Os raios ultra-violeta destroem o plâncton — animais e algas microscópicos que formam a base da cadeia alimentar dos oceanos —, deixando sem comida várias espécies de peixes e animais marinhos, afetando o seu crescimento. É importante salientar que plantas e algas marinhas têm um papel fundamental para a manutenção da vida na Terra, pois, como outros vegetais (mas em maior quantidade), retiram o gás carbônico do ar e produzem o oxigênio. Assim, como a radiação ultra-violeta atrapalha o crescimento de plantas e algas, a quantidade de gás carbônico na atmosfera tende a aumentar, e isto contribui para piorar o efeito estufa (aumento do gás carbônico — CO2 — na atmosfera). Quanto aos efeitos da maior incidência de raios ultravioleta sobre os seres humanos, é preciso informar a população que, nos últimos anos, registrou-se no mundo inteiro um aumento dos casos de catarata e de cegueira; além disso, cresceram muito os riscos de pessoas expostas ao sol sofrerem queimaduras que um dia poderão transformar-se em casos de câncer de pele. E contra esse tipo de radiação não bastam os filtros solares comuns, encontrados à venda no mercado. Um dos poluentes que mais contribuem para diminuir a camada de ozônio é o cloro, presente no clorofluorcarbono — o CFC. O clorofluorcarbono é usado principalmente nos sistemas de refrigeração (ar condicionado e geladeiras), mas é também utilizado em sprays (inseticidas e desodorantes), em produtos de limpeza e tintas, espuma de plástico, chips de computadores, formas e bandejas porosas para embalar ovos e alimentos, e em solventes utilizados pela indústria eletrônica. Quando um spray contendo clorofluorcarbono é utilizado, as moléculas do gás sobem com as correntes de ar até a estratosfera, onde combinam-se com o oxigênio e liberam os átomos de cloro. O cloro reage com o ozônio, provocando seu desaparecimento. Para piorar as coisas, os CFC’s podem permanecer muito tempo no ar, e cada molécula chega a destruir até 100.000 moléculas de ozônio. A camada de ozônio é ameaçada, também, por outras substâncias, como os halons, encontrados nos extintores de incêndio; e o brometo de metila, um inseticida 2 utilizado na agricultura: são as chamadas SDO – Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio. No Brasil, o Rio de Janeiro tem um dos maiores índices de poluição atmosférica do mundo; a maior emissão de gases poluentes ocorre na Baixada Fluminense, em função do complexo industrial lá existente. Mas, além do Rio, grandes centros, como Belo Horizonte e São Paulo, possuem índices muito elevados de poluição atmosférica. O que está em discussão Cada pessoa, individualmente, pode e deve colaborar para que os CFC’s deixem de ser produzidos no mundo — por exemplo, na hora de comprar equipamentos para nossas casas, devemos optar por produtos que não utilizem esses gases (deixando sobrar nas prateleiras aqueles que os utilizam, o que provocará sua desvalorização e a conseqüente retirada do mercado). Atualmente, em muitos eletrodomésticos — como geladeiras, freezers e ar-condicionados — é possível substituírem-se os gases clorofluorcarbonos por outras substâncias inócuas. As pessoas devem, ainda, ser esclarecidas quanto aos perigos reais da exposição aos raios solares, especialmente no caso de trabalharem ao ar livre ou de viverem em cidades litorâneas, onde uma das diversões mais comuns — e mais acessíveis — é ir à praia. A orientação será no sentido de as pessoas evitarem expor-se prolongadamente ao sol, principalmente entre as 10:00 e as 15:00 h, quando o perigo é maior. No caso de a exposição ser inevitável, é preciso usar chapéus, mangas compridas e óculos escuros, além de filtros solares. Quanto às indústrias, aquelas que ainda utilizem os CFC’s em larga escala (como no caso dos frigoríficos) devem fazer a conversão de seus equipamentos, para que eles funcionem com gases que não agridam a camada de ozônio. Em 1987, preocupados com os riscos representados pelo buraco na camada de ozônio, 130 países — entre eles 24 países desenvolvidos — assinaram o Protocolo de Montreal, um documento no qual assumiram o compromisso de, ao longo de alguns anos, não mais produzirem os CFC’s. O Brasil aderiu a este Protocolo em 1990. Entretanto, nem todos os países desenvolvidos assinaram o documento, e, além disso, até o momento não existem produtos que substituam todas as aplicações dos gases CFC’s. Estima-se que apenas em 2040 os gases clorofluorcarbonos sejam banidos da atmosfera, mas, para que isto ocorra, eles devem ser necessariamente substituídos por completo até o ano de 2010. Todas as pessoas precisam estar bem informadas sobre este assunto, não só por uma questão de consciência ecológica, como, principalmente, em função de engajarem-se em movimentos sociais e políticos que exijam dos governos a formulação de leis ambientais que regulamentem a produção dessas substâncias — e que as façam cumprir rigorosamente. Como em tantos outros assuntos de interesse geral, todos devem fazer a sua parte.