Edição Especial | Agosto de 2011
Dizendo
SIM à Vida
1 | Revista do Hospital
Hospital de Clínicas da
Universidade Federal
do Paraná
2 | Revista do Hospital
50 anos
bem vividos
Editorial
Profª Drª Heda Maria Barska
dos Santos Amarante
Diretora Geral do Hospital
3 | Revista do Hospital
Neste ano em que o HC completa o seu cinquentenário, tenho a honra de conduzir o terceiro hospital
universitário do país, uma Instituição Pública Federal que prima pela qualidade no atendimento humanizado ao cidadão na área da saúde e da educação.
Como hospital-escola, formamos e preparamos profissionais para os desafios que essa área oferece,
mas que, também, encanta pelos seus resultados. Ser um hospital universitário propicia o campo para a
pesquisa, para os questionamentos e para as descobertas. Ser um hospital totalmente SUS, apesar das
dificuldades, traz a satisfação de ver tornar-se realidade o acesso aos serviços de saúde para toda a população.
As dificuldades são enfrentadas como desafios que nos trazem o crescimento e o aperfeiçoamento.
Resultado disso é a melhoria constante no processo de gestão. Chegamos aos 50 anos com a etapa final
do processo de implantação das Unidades Gerenciais, cuja gestão participativa com a determinação de
metas, nos levam, todos juntos, a buscarmos nossos objetivos de melhoria e crescimento.
Neste ano, tão especial, nossa meta maior é o aperfeiçoamento dos nossos processos de trabalho
através da capacitação permanente dos recursos humanos. Com isso, pretendemos receber o Certificado
de Hospital Acreditado pela ONA (Organização Nacional de Acreditação), sendo assim o primeiro hospital
totalmente público a receber esta certificação. Isso se refletirá na qualidade do ensino e do atendimento
ao cidadão paranaense.
Desafios, ainda temos e teremos muitos pelos próximos anos, mas, nós, comunidade HC, também
temos a coragem e a determinação de quem acredita no trabalho desenvolvido, que acredita nesta Instituição e que sabe como enfrentá-los para atingir e manter o sucesso conquistado nestes 50 anos de
existência.
Como a primeira diretora mulher do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, o maior
hospital público do estado do Paraná, tenho o orgulho e a satisfação de estar a frente desta Instituição na
comemoração dos seus 50 anos.
SUMÁRIO
50 ANOS
4 | Revista do Hospital
Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Paraná
3 Editorial da Direção Geral do Hospital
5 Editorial da Reitoria da UFPR
7 Editorial da Secretaria Estadual da Saúde
9 Editorial da Secretaria Municipal da Saúde
10 Histórico
16 Números do Hospital
17 Linha do Tempo
18 Entidades Parceiras e Trabalhos Desenvolvidos
20 Unidade de Urgência e Emergência Adulto
22 Unidade de Centro Cirúrgico
24 Unidade de Imagem e Radioterapia
26 Unidade de Apoio e Diagnóstico
28 Unidade de Farmácia Hospitalar
32 Unidade de Nutrição e Dietética
34 Unidade de Atend. Multiprofissional de Diagnóstico e Terapêutico
38 Unidade Cardiovascular e de Pneumologia
40 Unidade da Mulher e do Recém-Nascido
44 Unidade de Oftalmologia
46 Unidade de Neurologia, Neurocirurgia e Psiquiatria
50 Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia
52 Unidade de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial
54 Serviço de Ortopedia e Traumatologia
56 Serviço de Infectologia Adulto
58 Serviço de Endoscopia Digestiva
60 Serviço de Clínica Pediátrica
62 Serviço de Infectologia Pediátrica
63 Serviço de UTI Pediátrica
64 Serviço de Hemato Oncopediatria
66 Serviço de Cirurgia Plástica
68 Serviço de Endocrinologia e Metabologia
70 Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo
71 Serviço de Transplante Hepático
72 Serviço de Cirurgia Geral
74 Unidade de Ambulatórios
76 Assessoria de Marketing Institucional
79 Assessoria de Gestão da Qualidade
80 Unidade de Contabilidade e Finanças
82 Unidade de Informação
84 Unidade de Abastecimento
86 Unidade de Infra-Estrutura Hospitalar
88 Unidade de Administração de Pessoas
94 Ensino, Pesquisa e Extensão
96 Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
98 Serviço de Epidemiologia
100 Serviço de Voluntários
102 Serviço de Capelania Hospitalar
106 Serviço de Ouvidoria
108 Comitê de Humanização
110 Comissão de Gerenciamento de Resíduos
114 Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos
oRGULHO
PARANAENSE
Editorial
Prof. Dr. Rogério Andrade Mulinari
Vice-Reitor, no exercício da Reitoria
Universidade Federal do Paraná
5 | Revista do Hospital
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná é o terceiro maior hospital universitário do
Brasil e o maior programa de extensão da Universidade, além de representar a área da UFPR de maior
impacto imediato na comunidade paranaense. A sua inauguração, em 1961, foi instrumental para transformar a assistência à saúde no Estado do Paraná. O volume de atendimento prestado cresceu ao longo
dos anos e ultrapassou em muito os requisitos necessários para o ensino e a pesquisa na área da saúde. O
HC responde a demandas próprias da sociedade, que clama por atenção de alta complexidade e elevada
qualidade no Sistema Único de Saúde. Por outro lado, propicia assistência a curitibanos, paranaenses e
brasileiros de todos os extratos sociais, com equidade.
O Hospital tem passado por vários desafios ao longo de seus 50 anos, seja no seu financiamento, na
composição de sua força de trabalhadores da saúde e da educação, na constante necessidade de manutenção e de adaptação estrutural para ajustar-se à crescente incorporação de tecnologias em saúde, seja nas
atualizações dos processos administrativos. Os desafios têm sido enfrentados com participação colegiada
da comunidade interna, com provimento de um extenso programa de capacitação aos colaboradores, com
processos de humanização no atendimento, com a parceira efetiva entre Hospital e Universidade com a
comunidade externa, entre outras ações. Parcerias no executivo e no legislativo, nos níveis municipal, estadual e federal, e com associações do terceiro setor têm garantido uma inserção cada vez maior de agentes
públicos nas causas de interesse do Hospital.
A Universidade, pela sua Reitoria, agradece a toda comunidade do Hospital de Clínicas e felicita todos
aqueles que têm no HC a sua paixão. Pessoas que com seu amor e determinação, não apenas ensinam e
formam grande parte dos profissionais de saúde do Paraná, mas também prestam assistência àqueles que
não teriam outra oportunidade para a solução de seus agravos à saúde.
Temos todos o maior orgulho do nosso Hospital de Clínicas, patrimônio de todo o povo paranaense.
EXPEDIENTE
Diretor Executico e Publisher:
Júlio César Guerrero
[email protected]
Designer Gráfico:
Lucas Borges
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Diretor Comercial:
José Guerrero Neto
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Filipe Almeida Guerrero
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Diretora Financeira:
Patrícia Almeida Guerrero
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Jornalista Responsável:
Kelly de Souza - MTB 33.523
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Web Designers:
Rener Guanhari da Silva
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Leonardo Suardi do Nascimento
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Jéssica de Souza Antonino
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6 | Revista do Hospital
Executivos de Contas:
Débora Garcia
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Talentos Comunicações
Fone: (16)3235-1812 | 3235-1852
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história de
conquistas
Editorial
Michele Caputo Neto
Secretário Estadual da Saúde
7 | Revista do Hospital
O Hospital de Clínicas tem uma história de conquistas que extrapola os limites da Universidade Federal
do Paraná. Os avanços conquistados por meio dos estudos acadêmicos, da prática clínica e dos procedimentos de alta complexidade garantiram o reconhecimento público da qualidade de seu atendimento à
população paranaense.
Como hospital-escola, sua atuação é essencial à formação dos profissionais da área da saúde e a articulação dos projetos de ensino, pesquisa e extensão do HC tem sido fundamental para a ampliação do
atendimento das demandas da saúde para além das fronteiras do Paraná.
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná – SESA parabeniza a todos os profissionais e amigos do HC
que vem há 50 anos contribuindo para fortalecer o sistema de saúde de nosso estado, desejando a manutenção da parceria e dos esforços conjuntos na defesa da saúde e da qualidade de vida da nossa gente.
8 | Revista do Hospital
DESTAQUE NA
SAÚDE PÚBLICA
Editorial
Eliane Regina da Veiga Chomatas
Secretária Municipal da Saúde de Curitiba
9 | Revista do Hospital
Único hospital público federal no Estado, o HC consolida-se como parte importante da assistência à
saúde pública para Curitiba e também para o Paraná.
Ao longo de todas essas décadas, só fez aumentar sua responsabilidade nesse cenário, tornando-se
muito mais do que uma grande unidade hospitalar. Isso porque o HC do século XXI representa assistência
de qualidade, abrangendo linhas de cuidado de média e alta complexidade, além de ser um respeitável
centro formador de profissionais de saúde e pesquisadores.
Não só a parte técnica, porém, merece destaque nesse importante serviço de saúde pública. Atento
à evolução no setor na nossa cidade e ao seu papel no atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS), há
quase duas décadas funciona como hospital-retaguarda de duas grandes unidades municipais de urgências médicas e aí exercita sua experiência clínica e humana por meio de seus médicos que lá atendem.
A parceria não para por aí. Há quase 2 anos, ao eclodir da pandemia da gripe A / H1N1, foi o aliado
indispensável da Secretaria Municipal da Saúde no enfrentamento da nova doença. Mais recentemente,
ao lado das autoridades sanitárias, iniciou um amplo trabalho de controle da infecção hospitalar por bactérias multirresistentes.
O HC é fruto da dedicação de todos os profissionais que contribuíram e continuam contribuindo para que
ele se tornasse esse amplo complexo hospitalar. Faz parte, por isso, da história da saúde pública brasileira.
Histórico
10 | Revista do Hospital
Destaque nacional
conquistado em
cinco décadas
Contingências políticas marcaram o início da história do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, fazendo com que
o hospital tivesse duas inaugurações. A primeira foi em 26 de março
de 1960 com o descerramento da placa comemorativa pelo ministro da Educação e Cultura, Clovis Salgado da Gama, representante
do então presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira.
No ano seguinte, o Professor Dr. Milton de Macedo Munhoz
foi designado como Diretor de Instalação do Hospital. Veio então
a interferência política, conforme rememora Mônica C. Budni,
assessora de marketing institucional do HC: “ao assumir a Presidência da República, Jânio Quadros, em seu primeiro ato, baixou
decreto que proibia pelo prazo de um ou dois anos, qualquer
contratação de pessoal em âmbito Federal”. Com isso, em 28 de
fevereiro de 1961, os profissionais que já se encontravam em atividade no Hospital de Clínicas tiveram que retornar às suas anti-
gas lotações, e o HC fechou suas portas.
Quatro meses depois, em junho de 1961, o Hospital reabriu,
com 366 leitos autorizados pelo, então, Ministério da Educação e
Cultura. Os funcionários dispensados por decisão superior foram
reconduzidos ao trabalho. O presidente Jânio Quadros determinou
que todos os hospitais da União que estavam fechados iniciassem os
preparativos para a inauguração. “Só que ele não pôde comparecer
na reinauguração, e o HC começou a prestar atendimento mesmo
sem a cerimônia oficial”, conta Mônica. Essa cerimônia oficial, com
a presença do presidente Jânio Quadros, viria a acontecer somente
no dia 05 de agosto.
De 1961 a 1965, a Diretoria Geral do HC era assim composta
pelos seguintes profissionais: Diretor Geral: Prof. João Átila Rocha; Diretor da Divisão Técnica: Dr. Eloi Vicente Bettega; Diretor
da Divisão Administrativa: Engº Ewaldo Nickel Júnior; Diretor da
Já o Laboratório Clínico, cujas instalações eram localizadas no
2º andar do prédio central (ala posterior), por sugestão do Prof. Anchises Marques de Faria, teve como primeiro chefe o Prof. Hamilton
Lacerda Suplicy. E um dos primeiros colaboradores foi Edmundo
Reichmam. Entre os médicos que atuaram no início do seu funcionamento estão: Alberto Accioly Veiga, Paulo Barbosa da Costa,
Milton Carneiro Filho, Terezinha Hoffmann, Olívio Paulus Júnior e
Tredolin Schloegel.
A Anestesiologia era chefiada pelo Dr. Armando Obladen e os
primeiros anestesiologistas do Hospital foram Marlus Chesneon
Lens César, Ney Regattieri Nascimento, Carlos Henrique Jacob, Sebastião Tarayalla Bacila, Armando Lambade e Iram José Bittencourt.
Quatro dias antes da inauguração oficial do HC, em 1º de agosto
de 1961, o Serviço de Patologia, situado no anexo C, iniciou suas atividades, sendo seu primeiro encarregado o Prof. Augusto Colle, que
contou com a colaboração do Prof. Rui Leal e da Dra. Gilda Kesting.
A Eletrocardiografia contava com os serviços profissionais do Dr.
Hélio Germiniani. Os quadros funcionais do HC tiveram uma ampla expansão em 1963, quando foi realizado concurso para preenchimento
de vagas para todas as categorias profissionais. Naquele mesmo ano,
deu início à Residência Médica. O Hospital tinha então 200 médicos, 600
estudantes e 600 funcionários, composto por um Departamento de Clínica médica e 12 clínicas.
origem da Enfermagem
Outro capítulo interessante na história do HC foi a instauração de seus serviços de enfermagem. O objetivo inicial de
um grupo de médicos era o de trazer enfermeiras suecas para
organizar o Serviço de Enfermagem do Hospital, o que não
foi possível. Foi feito, então, um contato pelo Prof. Dr. Milton
Munhoz, Diretor de Instalação do HC, com a Congregação das
Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo. A partir daí, foram
escolhidas a Irmã Verônica Tartas, para a chefia da Seção de
Enfermagem, Irmã Regina Magrin, para organizar e chefiar o
Centro Cirúrgico e a Irmã Lídia Kokult, para organizar o Serviço de Nutrição. As quatro enfermeiras iniciaram suas atividades no dia 26 de dezembro de 1960. No dia 06 de janeiro de
1961, mas quatro enfermeiras vieram juntar-se às pioneiras,
11 | Revista do Hospital
Divisão Médica: Dr. Haroldo Trevisani Beltrão; e Chefe do Corpo
Clínico: Prof. Heinz Rucker.
A partir de 1962, teve início a obrigatoriedade de estágio no
HC-UFPR para o 6º período do Curso de Medicina e o convênio
para outros estudantes do país. Naquele mesmo ano, foi instalado
o Serviço de Emergência no 2º andar. “Uma das preocupações que
marcaram o início do funcionamento do Hospital foi a contratação
de pessoal qualificado para coordenar os serviços complementares médicos, em especial o Serviço de Emergência”, ressalta Mônica. Para resolver a questão, a primeira providência foi nomear o
Professor Almir Cordeiro Cortes como coordenador da Emergência
e, como plantonistas os médicos, José Carlos Ross, Egas Penteado
Izique, Antonio Carlos Rocha Sprenger, Antonio Luiz Pelissois, José
Maria Del Claro, Luiz Carlos Sobania, Roberto Mario Clausi, Taufik
Arrata, Hélio Germiniani, Amadeu Cassilha, Dinart José Giraldi, Leide Parolin Marinoni e Sérgio Brenner.
A partir da inauguração, outros serviços foram sendo instalados no Hospital, como o Serviço de Radiologia, então coordenado pelo Dr. Roaldo Cornelsen Koeller, que tinha a colaboração dos médicos: Dirceu Rodrigues, Carlos Norberto Cunha
Pacheco e Milton Munhoz Filho.
O Serviço de Hemodinâmica, localizado no 2º andar do prédio
central, iniciou suas atividades tendo como coordenadores os médicos Paulo Franco de Oliveira e Flavio Suplicy de Lacerda Filho. O de
Transfusão teve como primeiro chefe o Dr. Airton Russo, auxiliado
pelo Dr. Mauro A. Russo.
Histórico
12 | Revista do Hospital
que foram: Irmã Fagundes, Leonida Devegili, Josefa Lourenço
Meira e Yoshie Hayashi. Mais tarde, novos funcionários foram
admitidos destacando-se as enfermeiras Rita Batista e Clonite.
“Naquela época, o expediente das enfermeiras tinha início às
7 horas, sem horário para saída”, ressalta Mônica Budni.
Honra ao mérito
Das centenas de pessoas que contribuíram e até hoje contribuem de diversas formas com as atividades do HC, algumas merecem destaque, por marcarem a instituição com a relevância dos
serviços prestados.
O Dr. Milton de Macedo Munhoz (22/12/1901 - 9/7/1977), médico e professor da UFPR, em 1935, foi designado como secretário
da Faculdade de Medicina, função na qual desenvolveu importantes
iniciativas para a melhoria do ensino -“sentindo então a necessidade
da construção de um hospital-modelo, para complementar o ensino dos médicos”. Em 1946, Milton foi nomeado diretor geral da Saúde Pública do Paraná, escolhido pelo general Mário Gomes da Silva,
que, por poucos meses, exerceu a interventoria do Estado.
Em outubro de 1947, apresentava a Lupion um projeto do hospital que, originalmente, deveria servir a Faculdade de Medicina, mas
com administração do Estado. O ato nº 4.007/48, publicado no Diário
Oficial do Estado, desapropriava uma área de 2.687 metros quadrados
de um terreno de propriedade de Agostinho de Leão Júnior, onde, em
princípios de 1949, era lançada a pedra fundamental. As obras tiveram
início e em 1950 já atingiam o último pavimento quando foram paralisadas devido a falta de verbas.
Em outubro de 1953, por força da Lei nº 1.212/53, foi realizada a
transferência do Hospital de Clínicas para a Reitoria da Universidade do Paraná e sete meses depois, em maio de 1954, era procedida
uma revisão da atualização do projeto original, com a orientação do
Professor Odair Pacheco Pedroso, que já havia feito projetos do
Hospital de Clínicas de São Paulo e da Santa Casa de Santos.
Em 1959, era constituída a Comissão de Equipamento do HC,
presidida por Milton Munhoz e com a participação dos Srs. Ewaldo
Nickel, Vicente Bettega e Haroldo Beltrão. Coube a estes homens a
planificação de utilização de um hospital de dimensões inéditas para
o Paraná na época 42 mil metros quadrados e cujo equipamento cirúrgico foi importado diretamente dos fornecedores, permitindo uma
grande economia. Finalmente, em 26 de março de 1960 poucos dias
antes de deixar o governo, Moyses Lupion que havia iniciado a obra
inaugurava o HC, numa cerimônia em que o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira não pôde comparecer, sendo representado pelo
seu ministro da Educação e Cultura, o gaúcho Clovis Salgado. Naquela
primeira inauguração, o general Benjamin B. Galhardo comandava a
5ª Região Militar, o general Iberê de Mattos era prefeito de Curitiba e
Dom Manoel Silveira Délboux era o arcebispo da cidade.
Outra personalidade ligada à inauguração do HC merece ser
destacada, inclusive pelo tempo de vida dedicado à instituição: Flávio Suplicy de Lacerda. Filho de Manoel José Correia de Lacerda e
Alice Maria Suplicy de Lacerda, o paranaense assumiu o cargo de
reitor da Universidade do Paraná em julho de 1950, a qual por seu
grande empenho foi federalizada, passando a chamar-se Universidade Federal do Paraná. Além desses ícones, outras pessoas foram
fundamentais nos 50 anos de história do HC.
Em 1961, o Professor Dr. Milton de Macedo Munhoz foi designado como Diretor de instalação do Hospital. De 1961 a 65 o cargo
de Diretor Geral é ocupado por João Átila Rocha. Em 1965, assume como Diretor Geral, o Prof. Hernani S. Alves que permaneceu
até 1967. Em meados do mesmo ano, a direção do HC mudou novamente e assumiu o Prof. Heinz Rucher que esteve no posto até
1968. No ano seguinte, assumiu o Prof. Orlando O. Mello, que permaneceu até 1971. Durante estas gestões, o HC teve como Diretor
Geral interino o Prof. Eloi Vicente Bettega que assumiu a direção
nos períodos de 1965, 1968 e 1971.
Enquanto a dance music fazia sucesso nas pistas, no HC, em
1970, a Direção Geral do Hospital era ocupada pelo Prof. Reginaldo
Werneck Lopes.
Três anos depois, foi realizado o primeiro transplante renal e a direção passou novamente por mudanças, com a nomeação do Prof.
Alberto Accioly Veiga que exerceu as funções até 1984, ficando
como diretor interino o Prof. José Carlos Ross.
Em 1974, o Hospital de Clínicas inicia as atividades na Unidade
de Terapia Intensiva – UTI, e no 5º andar é aberto o Isolamento. Já
em 1976, a UTI foi transferida para o 6º andar com uma melhora significativa no atendimento. Em 1979, foi realizado o primeiro Transplante de Medula Óssea, realizado pelos médicos hematologistas
Eurípedes Ferreira e Ricardo Pasquini, colocando o Hospital em
evidência internacional. O ano de 1981 foi marcado pela criação da
Fundação da Universidade Federal do Paraná (FUNPAR) para o Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura.
Três anos depois, o Diretor Interino era o Dr. Luiz Renato Teixeira de Freitas e, ainda em 1983, assumiu como Diretor o Administrador Valdir Ribeiro Borba, no cargo até 1985, quando foi nomeado outro diretor para o HC, Dr. Paulo Franco de Oliveira.
Em 1986, pela primeira vez, o Diretor Geral foi escolhido pelo
voto direto dos funcionários. Começou, então, a administração do
Prof. Ricardo Akel, que trouxe muitas transformações ao hospital,
entre elas a reformulação administrativa e o início da profissionalização da administração hospitalar. Na gestão do Prof. Akel, ainda
foi estruturada a Direção de Recursos Humanos (atual Unidade de
Administração de Pessoas) e inaugurada a Creche do HC, em 1988,
mesmo ano da criação da Assessoria de Comunicação Social (atual
Assessoria de Marketing Institucional). Em 1989, passou a operar a
Assessoria de Informática (atualmente Serviço de Informática e integrante da Unidade de Informação), que em conjunto com a IBM
informatizou o Hospital.
Em março de 1990, o Prof. Ricardo Akel foi indicado para o cargo
de Secretário de Assistência Médica do Ministério da Saúde. Por isso,
assumiu a Direção do HC o Prof. Ehrenfried O. Wittig, que ficou
Desde o início, Giovanni Loddo priorizou uma administração
mais participativa e, também com um gerenciamento mais eficaz
e, para isso, adotou um novo modelo administrativo chamado de
Unidades Funcionais (hoje denominado Unidades Gerenciais) sendo que até o término da gestão, 14 unidades foram implantadas
seguindo este modelo. Entre as principais obras estão reformas dos
serviços de UTI Neonatal, Ortopedia, Alas pediátricas dos Anexos C e
B, Serviços de Clínica Médica Feminina e Masculina, Lavanderia, Serviço de Cardiologia, Ambulatórios do Anexo B e Implantação da ala
pediátrica do Serviço de Transplante de Medula Óssea. Além dessas
obras, a construção do prédio destinado à Unidade de Urgência e
Emergência, com 5.780 m2, que custou R$ 3,8 milhões, em recursos
advindos de uma emenda da bancada federal do Paraná, o Anexo G,
com 2.184 m2, com investimentos do governo do Estado do Paraná
que totalizaram R$ 2,4 milhões e que recebeu o Serviço de Coleta
do Laboratório e também está preparado para receber o Serviço
de Radioterapia; e a restauração de toda fachada do Hospital foram
marcantes para a Instituição. Aliado às reformas física a gestão também enfocou a melhoria da qualidade dando início ao processo pela
busca da Acreditação Hospitalar com a implantação da Comissão de
Acreditação do HC.
Giovanni Loddo deixou a direção do Hospital em fevereiro de
2009, quando foi designada, pelo atual Reitor da UFPR Prof. Zaki
Akel Sobrinho, a professora e médica gastroenterologia Heda Maria Barska dos Santos Amarante, a primeira mulher a assumir o
cargo, com o desafio de administrar um orçamento que gira em torno de R$ 90 milhões por ano.
13 | Revista do Hospital
pouco tempo, deixando o cargo em junho do mesmo ano, ocasião
em que foi eleito o Dr. Osmar Martins.
Na gestão de Martins, destacaram-se a aquisição do terreno situado no lado esquerdo do Hospital, onde hoje é o prédio da Unidade de Urgência e Emergência Adulto, assim como realização do
primeiro transplante de fígado intervivos em adultos do Paraná e
transplante intervivos duplo de fígado e rim 2º do Brasil (1991), pela
equipe chefiada pelo Prof. Julio Coelho. Apoio à expansão da então Assessoria de Informática com a criação do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) em 1993 e que passa a servir de modelo para
vários outros hospitais do País e a reincorporação do Hospital Vitor
do Amaral ao patrimônio da UFPR.
Em 1994, durante a preparação para nova eleição do Diretor,
assumiu temporariamente o Prof. Edson Matos Novak. Em 26 de
agosto do mesmo ano, a direção foi entregue ao Prof. Mário Sérgio
Julio Cerci, que permaneceu até 1997. No período, o HC recebeu o
título de Hospital Amigo da Criança, pelo UNICEF.
A partir de 1997 vários diretores se sucederam à frente da Instituição:
Prof. Antonio Carlos L. Campos (1998); Prof. Mitsuru Miyaki (abril/98
a agosto/99); Prof. Julio César Wiederkehr (agosto/99 a março/00); e
Prof. Luiz Carlos Sobânia (março/00 a 2001).
No final de 2001, com saída do então diretor Prof. Luiz Carlos Sobânia, convidado a assumir a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, assumiu como Diretor o Prof. Giovanni Loddo.
No ano seguinte, foi reconduzido ao cargo pelo reitor Carlos
Augusto Moreira Jr. e, em 2006, permaneceu em sua segunda
gestão até fevereiro de 2009.
Histórico
14 | Revista do Hospital
O primeiro desafio de sua gestão foi o enfretamento da Gripe
H1N1, em julho de 2009, quando o HC foi definido pela Secretaria
Municipal da Saúde de Curitiba como hospital referência para receber os pacientes em estado grave da gripe influenza H1N1. Este fato
gerou a mobilização da instituição praticamente em sua totalidade
com destaque nacional por sua atuação.
Na área administrativa, a atual diretora deu continuidade à implantação do modelo administrativo adotado pelo Hospital, encerrando o ano de 2010 com oficialização de 20 unidades gerenciais
e previsão para 2011 da implantação das últimas unidades (Clínicas
Médica, Pediátrica e Cirúrgica). Além disso, houve a criação da Assessoria de Gestão da Qualidade e o HC passou pela primeira fase
do processo para aquisição do certificado de Acreditação Hospitalar.
Esta gestão tem se caracterizado pela preocupação com a capacitação e valorização do corpo funcional do HC e na busca pela melhoria da qualidade dos serviços prestados, tanto no atendimento aos
pacientes quanto na melhoria das condições para a realização do
ensino e da pesquisa, concretizando a missão do HC, estabelecida
no Planejamento Estratégico 2007-2011: “Prestar assistência hospitalar acreditada à comunidade, garantindo campo apropriado para
o ensino, a pesquisa e a extensão”.
Evoluindo com a cidade
Fundada em 1693, Curitiba, a capital do estado do Paraná, no
sul do Brasil é hoje considerada uma das mais avançadas cidades da
América Latina. Famosa por seu planejamento urbano, seu sistema de
transporte público e pelos resultados da política ambiental, a gestão
urbana de Curitiba é considerada como um “modelo a seguir”, não só
no Brasil e na América Latina toda, mas também para centros urbanos
no mundo inteiro. E atualmente, a cidade possui uma população de
1.851.215 habitantes (IBGE/2009).
Informações da Prefeitura Municipal de Curitiba e da Secretaria Municipal de Curitiba apontam que já na década de 1960
o crescimento urbano da cidade, causado principalmente pela
migração do campo, chamou a atenção dos órgãos de planejamento urbano (entre os anos 1940 e 1960, a população de
Curitiba passou de 140 mil para mais de 350 mil habitantes). O
Plano Diretor de 1966, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas
e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) é até hoje a base
do planejamento municipal. Diferentemente de outras cidades
brasileiras, Curitiba não só elaborou um plano diretor como
também o colocou em prática.
Atualmente, a rede própria municipal é composta por 47 Unidades Básicas de Saúde, 48 Unidades Básicas com Estratégia de Saúde
da Família, 11 Unidades de Saúde Complexas, sete Centros de Atendimento Psicossocial - CAPS, oito Centros Municipais de Urgências
Médicas - CMUMs, sendo dois deles portas de entrada para urgências e emergências no HC, um Hospital Geral e Maternidade e um
Laboratório de Análises Clínicas.
“O Hospital de Clínicas da UFPR acompanhou o desenvolvimen-
to não só da cidade de Curitiba como do Estado. Sempre manteve
forte parceria com a Secretaria Municipal e Estadual da Saúde”, frisa a
assessora de marketing institucional do HC.
Superando dificuldades
O Hospital de Clínicas da UFPR, como um hospital universitário federal e totalmente público, durante toda a sua história sofreu com problemas de custeio. Os recursos recebidos são destinados, praticamente em sua totalidade, para a
aquisição de materiais de insumo (medicamentos, materiais
médicos, etc) e pagamento de prestadores de serviço, não
restando para investimento em infraestrutura e equipamentos. Porém, graças ao apoio da sociedade organizada em
associações e dos políticos paranaenses conseguiu, ao longo dos anos, repasse para sua estruturação física e parque
técnológico. “Claro que ainda temos muito que conseguir
e o que manter nesta área, fazendo com que a busca deste
apoio seja constante”, destaca Monica.
Porém, o grande problema que aflige o HC, também desde a sua criação, é necessidade contínua de reposição de pessoal. Como um hospital que funciona 24 h ininterruptamente e, atualmente, com o atendimento de pacientes de maior
complexidade, a necessidade de profissionais capacitados é
primordial para o pleno funcionamento da instituição. Porém,
isso nem sempre é possível. Como hospital federal a contratação de funcionários depende da realização de concursos
públicos, uma vez é impedido de realizar contratações via
Fundação de Apoio, desde 1996, sendo que a liberação para
realização de concurso depende de decisão do governo federal. A falta de reposição de servidores obriga o Hospital a
restringir atendimentos, não atingindo a sua capacidade total.
Além disso, impede a criação de novos serviços e a expansão
dos já existentes e, consequentemente, afeta o ensino dos
alunos que atuam na instituição. A situação, entretanto, não é
particular do HC/UFPR, enfrentam o mesmo problema todos
os Hospitais Universitários do país, e reunidos na Associação
Brasileira dos Hospitais Universitários e de Ensino buscam,
juntamente com os respectivos Reitores das Universidades,
solução junto aos Ministérios do Governo Federal.
Em 2010, o governo federal lançou o REHUF, Plano de Reestruturação dos Hospitais Universitários, no qual o HC deposita grandes aspirações para a sua renovação tecnológica e
questões relacionadas à reposição de Pessoal.
Nestes cinquenta anos, o Hospital de Clínicas enfrentou
suas dificuldades como desafios, seus profissionais não desistiram do ideal de salvar vidas, formando profissionais competentes de alto nível para continuarem a sua história. Desta maneira
se tornou o que é hoje: o maior hospital público do Paraná e o
terceiro hospital universitário do País. Motivo de orgulho para
todos que fizeram, fazem e farão parte desta história.
Pioneirismo
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1º do Brasil a criar o Diagnóstico de Doenças Neuromusculares (1972)
1º Hospital da América Latina a realizar Transplante de Medula Óssea (1979). Trinta anos
depois, é referência mundial com a realização de quase 2.000 transplantes
1º do Paraná a realizar transplante de fígado intervivos em adultos (1991)
2º no Brasil a realizar duplo intervivos de fígado e rim e um dos cinco casos citados na
literatura mundial (1991)
1º centro de referência credenciado pelo Ministério da Saúde para tratamento do Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria de crianças, detectados pelo “Teste do Pezinho”
(1996)
1º Centro da América Latina a possuir um Ambulatório de atendimento exclusivo à Síndrome de Down. Referência Nacional desde 1997
1º do Brasil, a possuir um Banco de Ossos e Tecidos Músculo-Esqueléticos cadastrado
pelo Ministério da Saúde (1998)
O Hospital de Clínicas da UFPR foi o primeiro hospital universitário a ser reconhecido
como “Hospital Amigo da Criança”, em 1995. O título é concedido pelo Ministério da
Saúde, Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas (UNICEF), para a
instituição que cumpre os 10 passos para o sucesso do Aleitamento Materno
Progama de Excelência para Laboratórios – PELM - O Serviço de Análises Clínicas recebeu
o certificado de excelência em 2000, concedido pela Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica (SBPC).
CONCURSO NA GESTÃO PÚBLICA FEDERAL - O Serviço de Análises Clínicas do Hospital
foi premiado neste concurso promovido pela Escola Nacional de Gestão Pública do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão que busca valorizar a iniciativa de dirigentes,
gerentes e servidores, certificando a efetividade no setor público e a sua capacidade em
responder e gerar resultados para a sociedade.
CERTIFICADO PELO MEC E MINISTÉRIO DA SAÚDE COMO HOSPITAL DE ENSINO - Um
dos primeiros hospitais certificados pelo Ministério da Educação e Cultura e Ministério da
Saúde, como Hospital de Ensino em 2004, e um dos primeiros de Curitiba/Paraná.
CERTIFICATE OF ACHIEVEMENT AWARD TO UFPR - Em 2007, o Serviço de Transplante de
Medula Óssea foi o primeiro do Brasil a receber o Certificado Internacional do Programa.
15 | Revista do Hospital
Premiações/certificações recebidas pelo HC:
Números do Hospital
HC
16 | Revista do Hospital
EM NÚMEROS
O Hospital de Clínicas, uma “cidade” com 63 mil m² de área construída, é um organismo vivo que existe e funciona em razão da vontade e do trabalho das pessoas, por onde circulam cerca de 11 mil pessoas diariamente, a quantidade de habitantes do município de São
Luiz do Paraitinga (São Paulo).
Cresce e se desenvolve pela garra e ousadia de professores,
médicos, profissionais, funcionários, voluntários e colaboradores,
que trabalham incansavelmente e contribuem de forma essencial
para a busca da saúde, da vida e do aperfeiçoamento deste grande
complexo hospitalar.
Para garantir assistência à comunidade o HC, conta com 510 leitos
e 261 consultórios, além de uma força de trabalho composta por mais
de 2.900 funcionários que trabalham para manter uma assistência de
24 horas por dia, 365 dias por ano.
Ou seja, desde 1961, em 50 anos, foram 18.250 dias, ininterruptos,
num total de 438 mil horas. Uma empresa normal, trabalhando 8 horas por dia, levaria 150 anos, isto é, três vezes mais.
A média de pacientes atendidos no Hospital, mensalmente, é de
60.920, com 1.464 internações e 837 cirurgias.
Para esses atendimentos, são utilizadas 1, 923.500 milhão de
compressas de gaze, 2,246 milhões de agulhas descartáveis e
2,735 milhões seringas, que daria vacinar toda a população de Kabul no Afeganistão.
Em 2010, foram utilizados cerca de 23 mil m³ de oxigênio líquido
e 780 m³ de óxido nitroso (anestesia utilizada em cirurgias), além de
aproximadamente 420 mil unidades medicamentosas. A cada cinco
meses, a quantidade de medicação empregada no tratamento dos
pacientes do HC ultrapassa o número de habitantes de Curitiba.
Para manter o funcionamento do Hospital são gastos por mês
cerca de 291 mil Kwh de energia , o mesmo que Paranaguá gastou
em 2001, e 12 mil m³ de água, a mesma capacidade tratada pelo município de Limeira, São Paulo.
Para o aquecimento da água utilizada, o HC possui duas caldeiras
que consomem, por mês, 60 mil quilos de óleo de xisto. Ainda são necessários, em média, 265 quilos de alvejante, 182 de amaciante e 646
de detergente para lavar aproximadamente seis toneladas de roupas
por dia, 180 por mês.
Na preparação das refeições, na cozinha do HC, são utilizados, mensalmente, 540 quilos de gás natural. Por dia, são servidas
quase 2.100 refeições, 63 mil por mês e 756 mil por ano. Para tanto, utiliza, por dia, 54 quilos de arroz, 15 de feijão, 115 de carne,
231 de verduras, 210 litros de leite, 14 litros de óleo e, em torno
de mil unidades de pão.
Para atender todas as despesas de custeio e capital, o Hospital de
Clínicas conta com um orçamento de 100 milhões ao ano, o equivalente ao do município de Paranavaí, da região noroeste do Paraná,
com 83 mil habitantes. No entanto, 97% de seus atendimentos são
realizados em pacientes advindos de várias regiões do estado inteiro,
sendo 84% deles provenientes de Curitiba e região metropolitana.
Todos esses dados mostram a grandiosidade e a representatividade dentro do Estado, para o Sistema de Saúde e Educacional do Brasil
de um hospital-escola, universitário ligado a Universidade Federal do
Paraná, o maior do Paraná e o terceiro hospital universitário do país.
LINHA DO TEMPO
Criação da Universidade do ParanáCurso de medicina tinha aprendizado
prático na Sta. Casa, Hosp. N. S. da Luz,
Cruz Vermelha e Osvaldo Cruz
1918
Gripe Espanhola - Curso de medicina teve fundamental importância no
combate a gripe espanhola no estado
do PR. Surge a ideia de se construir um
grande hospital geral para ser utilizado pelos estudantes de medicina.
1918
1950
Terreno do HC - Desapropriação de área
do Sr. Agostinho de Leão Jr. no Alto da
Glória e início da construção do HC
UFPR -04/12 - Universidade passa para
o governo federal como Universidade
Federal do Paraná.
1953
HC da UFPR- Ainda em construção governo do estado transfere HC para o
patrimônio da UFPR
1959
1961
HC construído
1961
1ª Inauguração:Inaugura o HC com
a presença do Ministro da Educação
Clóvis Salgado da Gama na época do
Pres.Juscelino Kubitschek
é informatizado.
1980
O Centro Cirúrgico tem novas instalações no 5º andar do Prédio Central.
1983
Implantação do Alojamento Conjunto
da Maternidade
1986
Cria-se o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.É criada a Associação
dos Amigos do HC
1990
Recebe do Ministério da Saúde o título de Hospital Padrão em controle de
infecção hospitalar. SIH - Sistema de
Informações hospitalares exportou
tecnologia para outras instituições
1991
Primeiro hospital do Paraná a realizar
transplante de fígado intervivos em
adultos e o segundo no Brasil a realizar transplante duplo de fígado e rim
intervivos. Um dos cinco casos citados
na literatura médica mundial.
1992
No HC, acontece a realização dos primeiros transplantes de córnea e de coração e são utilizadas pela primeira vez
células de sangue do cordão umbilical
em transplante de medula óssea.
Inauguração do HC, pelo presidente
Jânio Quadros. O primeiro hospital
universitário do estado, o maior do Paraná até hoje.
1995
1962
Estágio em Medicina - Iniciou a
obrigatoriedade de estágio do 6ª
período de medicina da UFPR no
HC com convênio com outros estudantes do país.
1996
1972
Primeiro do país a criar um Centro de
Diagnóstico de Doenças Neuromusculares.
Primeiro centro de referência credenciado pelo Ministério da Saúde para
tratamento do Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria em crianças.
Diagnosticados pelo “Teste do Pezinho”. Foi realizada a primeira cirurgia
de epilepsia pelo Programa de Atendimento Integral de Epilepsias.
1973
É realizado pelo transplante renal no
Hospital.
1997
1978
É inaugurado o Banco de Leite Humano. Hoje, é o maior em volume
do país. Inaugurado o Serviço de
Hematopediatria.
Criação do Ambulátorio de Síndrome de Down, o primeiro da América
Latina. É inaugurada a UTI Neonatal
do Hospital, umas das primeiras do
estado e referência para este tipo de
atendimento.
1979
Primeiro transplante de Medula Óssea
da América Latina. Em 2009, o Serviço de Transplante de Medula Óssea
completou 30 anos com mais de 2 mil
transplantes desse tipo realizados. HC
1998
1999
UNICEF concede o título de “Hospital
Amigo da Criança” e ocorre o primeiro
transplante de ossos do Serviço de Ortopedia e Traumatologia.
2000
Acontece o primeiro transplante duplo de pâncreas. O HC torna-se consultor técnico do Ministério da Saúde
para a Qualidade da Gestão e Assistência. Inauguração do Laboratório
de Função Pulmonar do Serviço de
Pneumologia.
2001
O Hospital passa a fazer parte da Rede
Nacional de Humanização da Saúde.
Inauguração das novas instalações do
Biobanco (Banco de Sangue e do Banco de Cordão Umbilical).
2002
Primeiro transplante duplo intervivos de fígado e rim. Início da Implantação do Projeto de Unidades
Gerenciais. Inaugurado o Centro da
Visão (Novas instalações do Serviço
de Oftalmologia)
2003
Inauguração do prédio da Unidade de
Urgência e Emergência Adulto, com
5.689,75m2 e sete pavimentos.
2006
Implantação do Centro de Distúrbio
de Deglutição e Voz
2007
É inaugurado o Centro de Pesquisas
em Células-Tronco Cardíacas.
2009
HC é referenciado para atender a pandemia de gripe A H1N1 e faz atendimento prioritário durante seu ápice.
Inaugura-se a Enfermaria Mãe Canguru, a primeira do estado e se torna
referência do Ministério da Saúde para
multiplicar o método no Paraná. É
inaugurado o ambulatório de Medicina Fetal. Pela primeira na sua história,
uma mulher assume a direção geral:
Heda Amarante.
2010
Primeira Residência Multiprofissional. O Ambulatório de Medicina Fetal faz transfusão sanguínea inédita
no Hospital e a primeira cirurgia no
Brasil com o procedimento EXIT/
OOPS para traqueostomia. O projeto de gestão ambiental do HC é considerado pelo MEC como exemplo
para a área da saúde.
2011
HC é o primeiro hospital a realizar o
implante coclear pelo SUS no Paraná.
São inaugurados o Banco de Olhos e
o Banco de Ossos e Tecidos MúsculoEsqueléticos.
Implantação do Programa de Parto
Humanizado. Inauguração do Centro
de Neuropediatria(CENEP).
17 | Revista do Hospital
1912
Entidades Parceiras e Trabalhos Desenvolvidos
Associações
e Fundação
que Apoiam o
HC de Curitiba
AAHC - Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas
Fundada em 18 de setembro de 1986 pela senhora Hoda Salamuni, tem como objetivo mobilizar a comunidade paranaense,
atuando de maneira transparente, em ampla ação de solidariedade para a melhoria e modernização do HC nos campos de ensino, pesquisa e extensão, assistência ao paciente. Para viabilizar
o trabalho da Associação junto ao Hospital, foram constituídas
comissões dos Amigos do HC que são grupos de colaboradores,
formados por pessoas da comunidade, que arrecadam recursos
para apoiar os diversos setores do Hospital de Clínicas.
Essas comissões são separadas por setores e arrecadam recursos de diversas formas, como eventos, contatos com empresários
e venda de produtos. A renda adquirida com o trabalho voluntário
das comissões é destinada à aquisição de equipamentos, melhorias,
instalação e serviços no Hospital. Trata-se de um exemplo de ação
voluntária que beneficia milhares de pacientes por ano. A AAHC tem
sede localizada à rua Agostinho de Leão Jr., 336, fones: (41) 30911000 e 0800-6011010, e-mail: [email protected] e
site: www.amigosdohc.org.br
18 | Revista do Hospital
APACN - Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia
A APACN foi fundada em outubro de 1983 por um grupo de
casais com filhos portadores de algum tipo de neoplasia, que perceberam a existência de outras famílias com o mesmo problema,
mas sem condições financeiras para arcar com as despesas de longos tratamentos. Com o apoio de médicos, o grupo decidiu criar
uma instituição que prestasse apoio integral às famílias carentes.
Em 1988, através de um convênio com o Hospital de Clínicas da
UFPR e o apoio da comunidade, foi aberto o Ambulatório Menino
Jesus com o objetivo de prestar um atendimento ainda melhor e
mais completo às crianças com esta doença. Em média, trinta crianças são atendidas diariamente no Ambulatório, mas, o seu principal
trabalho está localizado na Casa de Apoio, que hospeda cerca de
120 pessoas (pacientes e acompanhantes) vindas de outras cidades
e outros estados. Além da hospedagem, a entidade também oferece alimentação, transporte, medicamentos, assistência social e atendimento odontológico e psicológico. A sede da APACN está localizada à rua Oscar Schrappe Senior, 250, no bairro Tarumã - fone: (41)
3024 7475, e-mail: [email protected] e site: www.apacn.org.br.
Associação Alírio Pfiffer
A Associação Alírio Pfiffer, fundada em 1986 por um grupo de
empresários paranaenses, tem por finalidade única apoiar técnica,
material e financeiramente o Serviço de Transplante de Medula
Óssea do HC. A entidade tem contribuído de forma decisiva para o
aprimoramento técnico e científico deste Serviço. Sua arrecadação
provém principalmente de subvenções de entidades públicas ou
privadas, contribuições dos sócios, doações, legados e rendimentos
de aplicações. O nome da entidade é uma homenagem ao primeiro
transplantado do Serviço. A sede da Associação está localizada à rua
Barão do Cerro Azul, nº 288 – 10º andar, apto 1001 – Centro – Curitiba/PR –fone (41)3016-9663, e-mail: [email protected], site:
www.aliriopfiffer.org.br.
AMALICE - Associação Mara Lígia Cercal
A AMALICE foi criada em junho de 2000 por um grupo de funcionários e familiares de pacientes com a finalidade de dar apoio aos
pacientes do Serviço de Transplante de Medula Óssea do Hospital
e seus familiares. Mantém uma Casa de Repouso que acomoda pacientes pré-transplante, transplantados adultos acima de um ano
da realização do procedimento, demais pacientes que estão em
tratamento nos diversos Ambulatórios do STMO e seus familiares,
que recebem, além da acomodação, alimentação e itens de limpeza e higiene. Seus diretores, em trabalho incansável, objetivam ad-
quirir uma sede própria com ampliação de vagas, visando atender
a demanda reprimida. A entidade tem no nome a homenagem “in
memoriam” à assistente social do Serviço de Transplante de Medula
Óssea, Mara Lígia Cercal, e seus recursos advêm de contribuições,
doações e promoções. A Sede e Casa de Repouso (cedida temporariamente pela Sra. Nercy Pereira) está localizada à rua Mauá, 193,
Centro - CEP 80030-200 em Curitiba. Contatos pelo fone: (41) 33601061, (41)3360-1060, (41) 9119-6408, e-mail: amalice_tmo@yahoo.
com.br e site: www.amalice.org.
Fundação de Apoio
hospitais de ensino, particularmente à manutenção do Hospital de Clínicas. Em 2001, a FUNPAR, juntamente com a Reitoria
da UFPR, elaborou e implantou o programa “O HC Conta com
Você”, uma importante contribuição na linha complementar de
captação de recursos para o hospital em que o contribuinte realiza doação mensal em conta de luz. Os telefones de contato
do programa são (41) 3222-1200, (41) 3222-1202, email: [email protected] e o site: www.projetohc.ufpr.br.
A Fundação está localizada à rua João Negrão, 280 - Centro,
em Curitiba, fone (41) 3360-7400, e-mail: [email protected].
br e site: www.funpar.ufpr.br.
19 | Revista do Hospital
FUNPAR - Fundação da Universidade Federal do Paraná
para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Cultura
Com sua história iniciada em abril de 1979, a FUNPAR atua
ativamente na viabilização de recursos, apoiando projetos de
pesquisa, de ensino, de extensão e de desenvolvimento institucional. Ela é um instrumento facilitador das relações do HC
com a sociedade nas mais diversas dimensões - setor popular,
setor produtivo e área governamental - viabilizando projetos
e contribuindo para o desenvolvimento do hospital. Sua atuação no setor de saúde tem sido motivo de destaque sendo de
conhecimento público os esforços que ela vem dedicando aos
Unidade de Urgência e Emergência Adulto (UUEA)
20 | Revista do Hospital
Esforço à altura para
os casos mais complexos
Constituída como unidade funcional em 2004, a Unidade de Urgência e Emergência Adulto (UUEA), desde então,
tem a missão de prestar assistência hospitalar de forma
humanizada às urgências e emergências, não resultantes
de trauma, (como AVE (Acidente Vascular Encefálico), IAM
(Infarto Agudo do Miocárdio), SEPSE (Infecção generalizada) e choque, bem como as intercorrências e agudizações
de pacientes crônicos em acompanhamento no HC. O serviço atende pacientes críticos terciários e referendados e
agregou as atividades de Pronto Atendimento Adulto, UTI
Adulto e Emergência Adulto.
Suas ações, segundo a supervisora administrativa da
UUEA, Márcia Regina Antoniacomi, centralizam-se em uma
linha de cuidados, em níveis crescentes de complexidade, a
qual se inicia nos Centros Municipais de Urgências Médicas
(CMUMS) dos bairros Boa Vista e Fazendinha, para os quais
o hospital é referência acordada em convênio estabelecido entre a Secretaria Municipal da Saúde e a UFPR. No HC/
UFPR, pacientes são referenciados ao PA-Emergência, com
atendimento humanizado segundo os critérios de estratificação de risco, sendo encaminhados ao Centro de Terapia
Semi-Intensiva ou ao Centro de Terapia Intensiva, segundo
a gravidade do caso e necessidade de assistência ventilatória, drogas vasoativas em bomba infusora e outros recursos
de alta complexidade.
Convidada a retomar a história do serviço de Pronto
Atendimento do HC, Márcia Regina é ajudada por Rejane
Maestri Nobre Albini, gerente da UUEA, que conta que desde meados de 1964, o PA funcionava já com a triagem feita
no local onde hoje é o estacionamento da direção, com as
consultas sendo realizadas na atual radiologia, no 2º andar.
No começo dos anos 70, passou ao andar térreo do anexo
B (atual PA da pediatria) e, desde março de 2004, passou ao
seu local atual, no térreo do prédio da UUEA. “No início, o
PA tinha plantonistas noturnos e aos finais de semana, ficando os atendimentos divididos nos dias úteis a cargo dos
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Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná