Arquivos Catarinenses de Medicina
ISSN (impresso) 0004- 2773
ISSN (online) 1806-4280
ARTIGO ORIGINAL
Estudo comparativo do desempenho do WHOQoL-HIV-Bref e do
HIV/AIDS - target quality of life na avaliação de qualidade de vida de
indivíduos que vivem com HIV/AIDS
Comparative study of the performance of WHOQOL-HIV-Bref and HIV/AIDS-target quality
of life in the quality of life evaluation of individuals living with HIV/AIDS.
Karoline Bunn Borba1, Rochele Farioli Bertoni1, Kátia Regina de Bona Porton Fratoni2, Jane da Silva3, Jefferson Traebert4
Resumo
resultados semelhantes, sendo ambos os instrumentos
facilmente aplicáveis.
O objetivo deste estudo foi comparar qualidade de
vida obtida por intermédio de dois diferentes instrumentos, HAT-QoL e WHOQOL-HIV-Bref, em pacientes
do Ambulatório de DST/Aids de São José, SC, Brasil.
Realizou-se um estudo transversal. Os parâmetros utilizados para o tamanho amostral foram: erro tipo I de
5%, erro tipo II de 20%; diferença esperada do desfecho entre os grupos de 10%, resultando em uma amostra de 102 indivíduos selecionados por conveniência.
Os dados foram coletados aplicando-se questionários
contendo questões relacionadas ao perfil sociodemográfico, tempo de tratamento e tempo de infecção. Para
a observação da qualidade de vida foram utilizados os
instrumentos WHOQoL-HIV-Bref e HAT-QoL. Os dados
foram analisados descritivamente e os resultados dos
dois instrumentos foram comparados por meio da análise de correlação de Pearson. A taxa de resposta foi de
58,8%. Do total, 51,7% era do sexo masculino; a média
de idade era 41,5 anos. Metade dos pacientes afirmaram estar vivendo com companheiro(a). Cerca de 48%
dos pacientes avaliaram sua saúde como boa e 68,3%
não se consideravam doente. Os resultados mostraram
ainda que a forma mais comum de infecção foi sexo
realizado com parceiro masculino. Obteve-se um coeficiente de correlação positiva substancial (r=0,639) na
qualidade de vida observada por intermédio dos dois
instrumentos utilizados. Pôde-se concluir que os instrumentos HAT-QoL e WHOQOL-HIV-Bref apresentaram
Descritores: Qualidade de Vida. HIV. Síndrome da Imu­
nodeficiência Adquirida.
Abstract
The aim of this study was to compare the aspects
of quality of life measured through two instruments:
HAT-QoL and WHOQOL-HIV-Bref the patients of the
ambulatory of STD/AIDS of São José, SC, Brazil. A crosssectional study was conducted. Parameters for sample
size calculation were: error type I of 5%, error type II
of 20% and a difference in prevalence between groups
of 10% resulting in 102 individuals, selected by convenience. Quality of life data were collected through
WHOQoL-HIV-Bref and HAT-QoL questionnaires and
were analyzed descriptively and for comparison purposes the results of both instruments were analyzed using the Pearson’s correlation coefficient. The response
rate was 58.8%. Of the total, 51.7% of subjects were
male and the mean age was 41.5 years; half of patients
said they were living actually with a partner. About 48%
of patients rated their health as good and 68.3% did
not considered themselves as ill. The results showed
that the most common form of infection was performing sex with male partners. It was obtained a substantial
positive correlation coefficient (r = 0.639) in the quality of life observed by the two instruments. It could be
concluded that the instruments HAT-QoL and WHOQOL-HIV-Bref presented similar behavior in measuring
quality of life. Both instruments were easily applicable.
1. Acadêmicas do Curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL.
Keywords: Quality of life. HIV. Acquired Immunodefi­
ciency Syndrome.
2. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina.
3. Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da
Universidade do Sul de Santa Catarina.
4. Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da
Universidade do Sul de Santa Catarina.
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Estudo comparativo do desempenho do WHOQoL-HIV-Bref e do HIV/AIDS - target quality of life na avaliação de qualidade de vida de indivíduos que vivem com HIV/AIDS
Introdução
aspectos físicos, mas também aqueles relacionados às
dimensões psíquicas e sociais dos indivíduos afetados,
possibilitando à equipe de saúde planejar um cuidado
integral(10).
O processo de vulnerabilidade social a que a maioria da população brasileira está exposta e o consequente agravamento das diferenças sociais aumenta, cada
vez mais, a exposição das pessoas à infecção pelo HIV.
Vulnerabilidade significa não ter meios para se proteger; não ter acesso aos cuidados com a saúde, à educação, trabalho; não ter fonte de renda, moradia; não
ter liberdade para escolher ou propor. O conceito de
vulnerabilidade mostra, também, a relação crítica entre
discriminação social e risco para o HIV, resultante de
condições socioeconômicas e culturais(1,2). Salienta-se,
principalmente, a vulnerabilidade do jovem(3). Estima-se, atualmente, que cerca de 50% das novas infecções
pelo HIV no mundo estejam ocorrendo na adolescência.
Conforme dados do Ministério da Saúde, 70% dos casos estão na faixa de 20 aos 39 anos(1).
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em estudo
multicêntrico com o objetivo elaborar um instrumento
que avaliasse a QV em uma perspectiva internacional e
transcultural, englobou seis diferentes domínios: saúde
física, estado psicológico, níveis de dependência, relacionamento social, características ambientais e padrão
espiritual. Um dos instrumentos resultantes foi o WHOQoL-HIV-Bref para avaliar a QV em portadores de HIV/
Aids(11) validado no Brasil por Fleck et al(12).
Por sua vez, Holmes & Shea(13) propuseram o instrumento HIV/AIDS-Target Qualityof Life (HAT-QoL), baseado em nove domínios: funções gerais, funções sexuais,
problemas de comunicação, preocupações com a saúde, preocupações financeiras, aceitação sobre o HIV, satisfação com a vida, preocupações com medicamentos
e confiança no serviço de saúde. Esse instrumento foi
recentemente validado para uso no contexto brasileiro(14). Desconhece-se, até o momento, a existência de
estudos comparativos entre os dois instrumentos supracitados, o que justificaria a realização do presente
estudo. A hipótese conceitual desse estudo residiria na
comparação e evidenciação de eventuais discrepâncias
entre os resultados de avaliação da QV em função do
instrumento de pesquisa. Além disso, poderia ser um
estímulo a estudos sobre QV em outros serviços ou municípios, para avaliar qual o melhor questionário para
a situação local, buscando-se identificar diferenças
regionais das características da QV dos pacientes com
DST/Aids brasileiros.
O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a
adotar a política de distribuição gratuita e universal de
medicação antirretroviral (TARV), tanto pela alta prevalência da Aids quanto pelo grande investimento feito
pelo Estado brasileiro para lidar com esse problema(4).
Esse direito é assegurado pela lei nº 9.313/1996. Atualmente, cerca de 170 mil pacientes soropositivos recebem estes medicamentos no Brasil, gerando um gasto
anual de aproximadamente US$ 450 milhões(5). A produção nacional de medicamentos é apresentada como
estratégia fundamental para a manutenção do programa de distribuição(6).
No período de 1995-2000, com a administração da
TARV foi constatada uma redução de aproximadamente 54% do número de óbitos por Aids no município
de São Paulo e de 73% no Rio de Janeiro. No que diz
respeito à redução dos custos das internações hospitalares e diminuição dos custos com o tratamento das
infecções oportunistas, a estimativa é da ordem de US$
677 milhões para o período 1977-2000(7). Para gestantes e crianças expostas ao HIV, a adoção universal da
TARV evitou cerca de 6.000 novos casos em crianças
brasileiras nascidas no período de 1997 a 2001(8).
O objetivo dessa pesquisa é comparar os resultados
da avaliação da qualidade de vida de portadores HIV/
Aids mensurados por intermédio do Target Qualityof Life
(HAT-QoL) e o WHOQoL-HIV-Bref, bem como observar a
aplicabilidade de ambos os instrumentos.
Métodos
Apesar disso, de acordo com a Secretaria Estadual
de Saúde de Santa Catarina, a taxa de mortalidade por
Aids no município de São José, na região da Grande Florianópolis, é a terceira maior no Estado(9).
Foi realizado um estudo transversal no município de
São José, SC onde o Programa de DST/Aids conta com
aproximadamente 800 pacientes cadastrados atualmente. A autorização para sua realização foi obtida junto à coordenação do Programa.
A inexistência de cura para doenças crônicas, dentre elas o HIV/Aids, tem evidenciado a mensuração da
qualidade de vida (QV) como imprescindível para a avaliação de estratégias de tratamento e custo/benefício.
É ferramenta importante para direcionar a distribuição
de recursos e a implementação de programas de saúde, os quais por sua vez, podem privilegiar não só os
Para o cálculo do tamanho da amostra, foi considerada a seguinte hipótese a ser testada: há diferenças significativas na QV em função do instrumento de mensuração utilizado? Os parâmetros utilizados para cálculo
do tamanho amostral foram os seguintes: erro tipo I de
5%, erro tipo II de 20%; diferença esperada do des27
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Estudo comparativo do desempenho do WHOQoL-HIV-Bref e do HIV/AIDS - target quality of life na avaliação de qualidade de vida de indivíduos que vivem com HIV/AIDS
fecho entre os grupos de 10%. Isso resultou em uma
amostra de 102 indivíduos.
aplicadas entrevistas a 60 indivíduos, proporcionando
uma taxa de resposta de 58,8%. Do total, 51,7% dos
indivíduos eram do sexo masculino e a média de idade
foi 41,5 anos (DP=11,6 anos), sendo que metade dos
pacientes afirmaram estar vivendo com companheiro(a)
(Tabela 1).
A técnica para seleção da amostra foi não probabilística por conveniência na qual foram convidados a participar os indivíduos que foram ao ambulatório durante
a semana em ambos os turnos em um período de um
mês, para consulta médica de controle e/ou para busca
de medicamentos antirretrovirais. Foram incluídos no
estudo, pacientes adultos com idade igual ou superior
a 18 anos, com Termo de Consentimento e Esclarecido
assinado. Todos os participantes tinham diagnóstico de
HIV confirmado e em acompanhamento ambulatorial
há pelo menos quatro meses. Este período corresponde ao primeiro atendimento dos pacientes, seguido da
realização do teste sorológico que faz conhecer o diagnóstico. Foram excluídos da pesquisa pacientes com
estado clínico que impedisse a realização da entrevista
e pacientes que não quiseram participar do estudo ou
que não assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
No que diz respeito à avaliação geral da qualidade
de vida e a percepção de saúde (questões 1 e 2 do
WHOQoL-HIV-Bref, respectivamente) 48,3% dos pacientes avaliaram sua saúde como boa e 68,3% não
se consideravam doentes. Os resultados mostraram,
ainda, que a maioria dos indivíduos realizou o primeiro
teste de HIV a partir do ano 2000 e a forma mais comum de infecção foi sexo realizado com parceiro masculino (Tabela 2).
Encontraram-se valores médios da avaliação da
qualidade de vida de 43,40 (DP=11,35) utilizando-se o
HAT-QoL e de14,11 (DP=2,36) utilizando-se o WHOQoL-HIV-Bref. Outras informações descritivas são observadas nas Tabelas 3 e 4, respectivamente.
Os dados foram coletados por intermédio da aplicação de questionários estruturados mediante entrevista por dois entrevistadores previamente capacitados,
contendo questões relacionadas ao perfil sócio-demográfico. Para a observação da QV foram utilizados os
questionários WHOQoL-HIV-Bref e HAT-QoL.O tempo de
tratamento e tempo de infecção pelo HIV foram obtidos
no prontuário médico.
Ambas as distribuições dos resultados dos instrumentos aplicados mostraram-se normais e sua correlação, por intermédio do coeficiente de Pearson, foi considerada positiva substancial (r=0,639) (Figura 1).
Discussão
Houve um discreto predomínio de questionários
respondidos por indivíduos do sexo masculino (51,7%),
assim como em estudos anteriores(9,15). Em estudo realizado em Itajaí, SC, a diferença entre homens e mulheres
entrevistados também foi muito pequena(16). Embora
esse não seja um estudo de investigação epidemiológica e sim sobre demanda de atendimento, é possível
que essa pouca diferença ocorra devido a uma queda
na taxa de incidência da epidemia nos homens e à estabilização nas mulheres.
A variável dependente deste estudo foi percepção
da QV nos dois grupos estudados (WHOQoL-HIV-Bref e
HAT-QoL) considerando o tercil inferior da distribuição
dos valores das distribuições obtidas. As variáveis independentes foram: idade, gênero, condição marital, escolaridade, renda familiar, tempo de infeção e tempo de
tratamento. Os dados coletados foram analisados com
a ajuda do software SPSS 16.0. Primeiramente foi realizada a análise descritiva dos dados. Utilizou-se, para
a observação da normalidade das variáveis o teste de
Kolmogorov-Smirnov. Para análise de correlação entre
os resultados obtidos por ambos os instrumentos foi
utilizado os coeficiente de correlação de Pearson.
Em relação à autopercepção sobre a QV a maioria
dos pacientes classificou-a como sendo muito boa ou
boa (66,6%) e 68,3% não se consideravam doentes.
Esses dados corroboram os obtidos no estudo realizado em Itajaí, que aponta que as pessoas que se sentem saudáveis referem melhor qualidade de vida(16). Em
estudo de avaliação entre pacientes em diferentes estágios da doença, realizado no Brasil, aqueles sintomáticos ou com Aids referiram pior qualidade de vida no
domínio psicológico. Isto denota que a progressão da
doença, ou seja, maior severidade e pior percepção de
saúde podem estar relacionadas com a pior percepção
de QV quando comparada aos pacientes assintomáticos(17,18). Além disso, a maior parte dos pacientes realizou o primeiro teste de HIV após o ano 2000. Sabe-se
Todos os pacientes foram informados sobre os objetivos do estudo e assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, redigido de acordo com exigências
da Resolução nº196/1996 do Conselho Nacional de
Saúde. Este projeto de pesquisa foi aprovado pelo CEP/
UNISUL nº 09.028.4.01.III.
Resultados
Foram convidados a participar da pesquisa 102 pacientes. Deste total, 42 se recusaram a participar. Foram
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Estudo comparativo do desempenho do WHOQoL-HIV-Bref e do HIV/AIDS - target quality of life na avaliação de qualidade de vida de indivíduos que vivem com HIV/AIDS
Referências
que a terapia antiretroviral (TARV) foi assegurada por
lei e campanhas para controlar a epidemia ocorreram a
partir de 1996. Também, através da TARV, proporcionada pelo Ministério da Saúde, os pacientes têm maiores
chances de controlar a doença e manterem-se assintomáticos.
1. Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional
de DST e Aids. A AIDS nas fronteiras do Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
2. Saldanha AAW. Vulnerabilidade e construções de
enfrentamento da soropositividade ao HIV por mulheres infectadas em relacionamento estável [Tese
de Doutorado]. São Paulo: USP; 2003.
Percebeu-se que a grande maioria dos pacientes
adquiriu o vírus em relações sexuais (81,7%) tanto
homossexuais quanto heterossexuais e apenas 6,7%
dos pacientes tiveram contágio através do uso de drogas injetáveis. De acordo com a Secretaria Estadual de
Saúde de Santa Catarina, o estado já apresentou o mais
elevado percentual de casos de Aids entre usuários de
drogas injetáveis no país(9).
3. Jeolas LS, Ferrari RAP. Oficinas de prevenção em um
serviço de saúde para adolescentes: espaço de reflexão e de conhecimento compartilhado. Ciên Saúde Coletiva 2003; 8(2): 611-20.
4. Nemes MIB, Souza MFM, Kalichman AO, Grangeiro
A, Souza RA, Lopes JF. Avaliação da aderência ao
tratamento por anti-retrovirais em usuários de ambulatórios do sistema público de assistência à AIDS
no Estado de São Paulo, Brasil. Brasília: Coordenação Nacional DST/AIDS, 2000. Disponível em: URL:
http://www.aids.gov.br/avalia1/relatfin.htm.
Os resultados apresentados pelos instrumentos utilizados nesse estudo, ao serem submetidos a teste de
correlação, mostraram uma correlação positiva substancial (r=0,639). Esse índice de correlação elevado
demonstra que ambos comportaram-se de maneira semelhante na avaliação da QV dos pacientes. Em estudo
para validar a versão brasileira do instrumento HAT-QoL,
o índice de correlação com o instrumento WHOQOL-HIV-Bref foi ainda mais forte (r=0,824)(14).
5. Portela MC, Lotrowska M. Assistência aos pacientes
com HIV/Aids no Brasil. Rev Saúde Pública 2006;
40: 70-9.
Outros estudos correlacionaram o instrumento HAT-QoL com o Medical Outcomes Study HIV Health Survey
(MOS-HIV) e com o Medical Outcomes Study 36-Item
Short-Form Health Study (SF-36)(13,19). Contudo, ambos
mostraram correlação entre os domínios dos instrumentos e não entre os instrumentos como um todo.
6. Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST e Aids. Nota informativa:Painel da OMC
questiona a lei de patentes brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2001a.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico
AIDS.nº 1. Ano XIV. Brasília, 2001b.
A principal limitação desse estudo reside na baixa
taxa de resposta, o que pode induzir a vieses. Sabe-se
que os dados dos não-respondentes podem ser diferentes dos respondentes o que poderia interferir no
comportamento do desfecho estudado. Assim, os resultados do presente estudo devem ser considerados
com cautela e não devem ser extrapolados para outras
populações. Assim recomenda-se a realização de outros
estudos com amostras maiores e representativas com
o intuito de confirmar os resultados encontrados neste
estudo. Além disso, outros estudos comparativos relacionados à qualidade de vida devem ser realizados em
diferentes locais para possibilitar o conhecimento sobre a percepção dos pacientes que vivem com HIV/Aids.
8. Brito AM, Sousa JL, Luna CF, Dourado I. Tendência
da transmissão vertical de Aids após terapia anti-retroviral no Brasil. Rev Saúde Pública 2006; 40(4):
18-22.
9. Santa Catarina. Secretaria de Estado da Saúde. Gerência de Planejamento do SUS. Plano Estadual de
Saúde. Florianópolis: IOESC, 2007.
10.Canini SRMS, Reis RB, Pereira LA, Gir E, Pelá NTR.
Qualidade de vida de indivíduos com HIV/aids: uma
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o b = A r t i c l e U R L & _ u d i = B 6 V B F - 3 YS 8 D 3 J - S & _
user=10&_coverDate=11%2F30%2F1995&_
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docanchor=&view=c&_acct=C000050221&_
Conclusão
Pôde-se concluir que os instrumentos HAT-QoL e
WHOQOL-HIV-Bref comportaram-se de forma semelhante na avaliação da qualidade de vida dos pacientes com
HIV/Aids do Ambulatório de DST/Aids de São José, SC,
sendo ambos os instrumentos facilmente aplicáveis.
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VARIÁVEL
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validação de Questionário HAT-QoL para avaliação
da qualidade de vida em pacientes com HIV/AIDS.
Ciên Saúde Coletiva. No prelo 2011.
n
%
GRAU DE ESCOLARIDADE
Nenhum
1º Grau Completo
2º Grau Completo
3º Grau Completo
11
31
15
3
18,3
33,3
25,0
5,0
ESTADO CIVIL
Solteiro
Casado
Vivendo como casado
Separado
Divorciado
Viúvo
20
11
19
3
4
3
33,3
18,3
31,7
5,0
6,7
5,0
*Perda de informação.
Tabela 2: Auto-avaliação de saúde dos indivíduos
e aspectos relacionados à infecção dos pacientes.
Ambulatório de DST/Aids de
São José, SC, 2009/2010 (n=60).
15.Campos LN, César CC, Guimarães MDC. Quality of
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Tabelas e figura
n
%
QUALIDADE DE VIDA GERAL
Nem ruim, nem boa
Boa
Muito Boa
20
29
11
33,3
48,3
18,3
PERCEPÇÃO GERAL DE SAÚDE*
Percebe-se como doente
Não se percebe como doente
18
41
30,0
68,3
ESTÁGIO DO HIV*
Assintomático
Aids
40
15
66,7
33,3
ANO DO PRIMEIRO TESTE DE HIV
1990 – 1995
1996 – 2000
2001 – 2005
2006 – 2010
7
14
22
17
11,7
23,4
36,7
28,4
FORMA DE INFECÇÃO
Sexo com parceiro masculino
Sexo com parceira feminino
Injetando drogas
Derivados de sangue
Outro
Não sabe
31
18
4
2
1
4
51,7
30,0
6,7
3,3
1,7
6,7
*Perda de informação.
Tabela 1: Distribuição dos indivíduos segundo
variáveis sócio-demográficas. Ambulatório de DST/Aids
de São José, SC, 2009/2010 (n=60).
VARIÁVEL
n
%
SEXO*
Masculino
Feminino
31
28
51,7
46,7
IDADE (anos)
20 – 30
31 – 40
41 – 50
51 – 60
61 – 70
> 80
11
16
23
6
3
1
18,3
26,8
38,3
10,1
5,1
1,7
Arq Catarin Med. 2014 jul-set; 43(3): 26-31
Tabela 3: Valores descritivos dos domínios da escala
de qualidade de vida HAT-QoL. Ambulatório de DST/
Aids de São José, SC, 2009/2010.
Domínios
30
Itens
n*
Média
DP
Mínimo
Atividades gerais
7
59
62,65
22,29
3,57
Atividade sexual
3
57
51,90
21,88
0,00
Preocupação com
o sigilo
5
58
52,24
29,52
0,00
Preocupação com
a saúde
5
56
54,11
31,34
0,00
Preocupação
financeira
4
60
48,64
26,69
0,00
Conscientização
sobre o HIV
3
60
54,58
24,47
0,00
Estudo comparativo do desempenho do WHOQoL-HIV-Bref e do HIV/AIDS - target quality of life na avaliação de qualidade de vida de indivíduos que vivem com HIV/AIDS
Domínios
Itens
n*
Média
DP
Mínimo
Satisfação com a
vida
8
59
25,05
25,52
0,00
Questões relativas
à medicação
4
52
45,07
45,07
0,00
Confiança no
médico
3
60
4,86
12,11
0,00
HAT-QoL médio
42
43
43,40
11,35
23,45
Domínios
P25
Mediana
P75
P25
Mediana
P75
Máximo
Espiritualidade/
Religião/Crenças
Pessoais
13,00
15,00
18,00
22,00
WHOQoL-HIV-Bref médio
12,51
14,30
16,03
19,08
* Número de pacientes.
DP = Desvio padrão.
P25 = Percentil 25.
P75 = Percentil 75.
Máximo
Atividades gerais
42,86
67,86
82,14
100,0
Atividade sexual
33,33
50,00
66,67
100,0
Preocupação com
o sigilo
25,00
57,50
75,00
100,0
Preocupação com
a saúde
26,25
57,50
80,00
100,0
Preocupação
financeira
25,00
50,00
68,75
100,0
Conscientização
sobre o HIV
33,33
58,33
66,67
100,0
Satisfação com a
vida
3,12
18,75
37,50
93,75
Questões relativas
à medicação
37,50
50,00
50,00
100,0
Confiança no
médico
0,00
0,00
0,00
58,33
35,25
44,56
51,67
69,74
HAT-QoL médio
Domínios
Figura 1: Correlação entre os resultados dos
instrumentos de avaliação de qualidade de vida em
pacientes com HIV/Aids HAT-QoL e WHOQoL-HIV-Bref.
Ambulatório de DST/Aids de São José, SC, 2009/2010.
* Número de pacientes.
DP = Desvio padrão.
P25 = Percentil 25.
P75 = Percentil 75.
Tabela 4: Valores descritivos dos domínios da escala
de qualidade de vida WHOQoL-HIV-Bref. Ambulatório
de DST/Aids de São José, SC, 2009/2010.
Itens
n*
Média
DP
Físico
Domínios
4
59
14,03
3,07
Mínimo
8,00
Psicológico
5
60
17,17
28,37
5,60
Nível de
Independência
4
60
14,40
5,47
5,00
Relações Sociais
4
59
14,49
2,94
7,00
Meio Ambiente
8
60
13,50
2,15
9,00
Espiritualidade/
Religião/Crenças
Pessoais
4
59
15,00
3,46
7,00
29
58
14,11
2,36
8,85
WHOQoL-HIV-Bref
médio
Domínios
P25
Mediana
P75
Físico
12,00
14,00
16,00
20,00
Psicológico
12,00
13,60
16,00
232,00
Nível de Independência
11,25
14,00
16,00
47,00
Relações Sociais
13,00
15,00
16,00
22,00
Meio Ambiente
12,00
13,50
15,00
18,50
Endereço para correspondência:
Prof. Dr. Jefferson Traebert
Universidade do Sul de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Av. José Acácio Moreira, 787
Tubarão, SC
CEP 88704-900
E-mail: [email protected]
Máximo
31
Arq Catarin Med. 2014 jul-set; 43(3): 26-31
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