PROCESSOS DE INGRESSO NACIONAL NA RECC
A RECC é uma corrente do Movimento Estudantil (ME) que pretende tornar-se de massas, guiada pelos
princípios intransponíveis do anti-governismo, da democracia de base, da autonomia frente a partidos e
governos, da combatividade, do anti-reformismo, da ação direta e do classismo - pois compreendemos o ME
como uma fração da classe trabalhadora.
Sobre o caráter de corrente de massas da RECC e sua relação com organizações políticas e entidades
de base
Entendido então como uma corrente que se pretende de massas, a RECC não realiza ingresso de
organizações, coletivos ou partidos que façam corte teórico-ideológico especifico dentro do pensamento
socialista - como anarquista ou comunista. Militantes de tais organizações, coletivos ou partidos, no entanto,
possuem integral direito de participarem da RECC como qualquer outro estudante de base, conquanto se
organize em uma agremiação estudantil de base: é única e exclusivamente através da organização estudantil de
base que qualquer militante terá voz e voto na RECC. A única exceção principista de não-ingresso se faz perante
militantes de organizações, coletivos ou partidos políticos que realizem a disputa eleitoral burguesa.
Por organizar-se como corrente (a única representação no interior da RECC é de seus próprios
coletivos/oposições e militantes orgânicos) e não como entidade de representação estudantil, não serĆŽ
necessariamente filiados à RECC entidades como DCEs, Grêmios, CAs ou DAs, entendidos enquanto órgãos de
representação de uma base determinada, ainda que sua gestão ou uma minoria de sua gestão seja filiada.
Sobre o processo de ingresso propriamente dito
Buscando a coerência entre o processo de ingresso com o norte estratégico e as táticas de reorganização
do ME adotados pela RECC, não ocorrerá efetivação de ingressos individuais nas localidades onde ainda não
possuam núcleos locais orgânicos - o ingresso individual se realiza apenas nos próprios coletivos/oposições de
base. Núcleos locais orgânicos da RECC são agrupamentos, normalmente por cidade ou por facilidade de se
realizar reunião, que tenha no mínimo um coletivo/oposição de base constituído, sendo este o espaço que
congrega todos os coletivos/oposições de tal local e militantes/estudantes apoiadores. A despeito disso, casos de
indivíduos que pretendam realizar ingresso construindo um núcleo da RECC em sua localidade terão também
acompanhamento e orientação da RECC (Coordenação Nacional - CN ou Comissão de Ingresso - CI).
Onde não há núcleo local orgânico da RECC, portanto, realizar-se-á ingresso apenas de organizações de
base, entendidas aqui enquanto agremiações por local de estudo (escola, curso ou universidade), como oposições
a Grêmios, DCEs, CAs e DAs, coletivos estudantis de cursos nas universidades, coletivos pró-Grêmios nas escolas
secundaristas e técnicas etc. Estas organizações de base devem possuir, no mínimo, no instante de seu ingresso,
três militantes orgânicos. Considera-se tal quantidade mínima de militantes por entender que isso concretiza, em
parte, (1) a compreensão da necessidade de crescimento de nossa corrente e, principalmente, (2) a capacidade
de organização para conduzir de forma harmônica as tarefas militantes quase universais às quais todo grupo deve
cumprir para manter vida política, como propaganda, organização, agitação, relações, finanças etc. O crescimento
quantitativo da RECC não deve se realizar de forma oportunista, tal como através do coleguismo ou da entrada de
laranjas, práticas nefasta ao Movimento Estudantil e condenada pela RECC, portanto a ocorrência disso apenas
demonstra que não se compreendeu o que a RECC se propõe.
Para garantir que o crescimento quantitativo tenha expressão qualitativa, o processo de formação e
discussão política é indispensável. O documento base deste processo de formação/discussão política é as “Teses
de Construção” (disponível AQUI), podendo a CN ou CI recomendar leituras e discussão de outros documentos ou
mesmo documentos/textos propostos pelos ingressantes. Tal tarefa visa esclarecer sobre os posicionamentos da
RECC perante a luta de classes, sua linha política, sua forma organizativa, seus nortes programáticos, suas pautas
reivindicativas, sua conduta e ética militante etc.; assim como visa conhecer melhor as/os camaradas e
organizações de base que pretendem construir a RECC, buscando garantir que as próprias atuações locais estejam
em consonância com uma linha política nacional, coordenadamente empregada e democraticamente deliberada
pelas instâncias nacionais da RECC. Deverá dar-se peso especial para este processo de formação e discussões, pois
é aí que se verificarão acordos e desacordos, não fazendo nenhum sentido o ingresso numa corrente a qual não
se compreenda bem sua proposta e muito menos se houver abismos de divergência.
A formação e discussão política poderão ocorrer virtual ou presencialmente. No entanto, ocorrerá
necessariamente, no mínimo, uma reunião presencial, podendo haver tantas outras quantas forem necessárias
ou sempre que houver condições (materiais e de pessoal etc.).
Para fechar o processo de formação e discussão política, ou mesmo como dinâmica de sua realização, a
organização de base ingressante deve produzir um manifesto ou carta de adesão – ou mais de um, nesse caso
apenas se a dinâmica de relação o exigir. Sua função é evidenciar as compreensões ou incompreensões, acordos
ou desacordos entre a RECC e os ingressantes. Além disso, podem constar em tal carta/manifesto: análise
conjuntura local, nacional e internacional, propostas para a RECC e etc. Este será um documento de circulação
interna aos demais membros da RECC que não estejam em contato ou envolvidos diretamente na formação
política, para que estas/es camaradas possam estar a par e orientarem democraticamente sobre o ingresso.
Para tanto, a formalização do ingresso se realizará mediante consulta e aprovação dos demais núcleos
locais da RECC, expresso através da Coordenação Nacional – instância executiva da RECC.
Sintetizando as tarefas essenciais para efetivar o processo de ingresso, são elas:

Realizar processo de formação e discussão política;

Formalizar a construção de uma organização (coletivo ou oposição) de base com no mínimo três
militantes;

Realizar, no mínimo, uma reunião presencial;

Produzir um documento, carta ou manifesto de adesão.
O ingresso na RECC, portanto, não se realiza mediante mero acúmulo de tarefas cumpridas nem mesmo
mediante um espaço de tempo determinado. Realiza-se mediante um acúmulo político qualitativo, exposto pela
declaração clara de compreensão e acordo com as principais teses da RECC, evidenciadas em seus princípios,
programa e estratégia de reorganização. Isto significa dizer que determinadas tarefas que devem ser cumpridas
poderão ter desdobramentos diferentes pelas diferentes respostas políticas e organizativas mais ou menos
avançadas deste ou daquele núcleo/coletivo/oposição em processo de ingresso. Assim como o ingresso não se
dará mediante uma data arbitrariamente escolhida, que não acompanhe o nível político e organizativo do
núcleo/coletivo/oposição ingressante. A RECC reserva-se o direito, inclusive, de não efetivar ingresso quando não
houver compreensão nem acordo sobre as principais teses da RECC.
Depois de efetivado o ingresso, todos os militantes, organizações de base e núcleos locais passam a ter,
inviolavelmente, os mesmos direitos e os mesmos deveres de qualquer outro militante, organização de base ou
núcleo local, independente da diferença temporal a qual estão ingressos.
Sobre os Comitês de Propaganda
O Comitê de Propaganda (CP) é um comitê de apoio à RECC e por isso não responde enquanto RECC. Os
CPs poderão ocorrer, basicamente, nas seguintes situações: 1) quando uma organização de base (coletivo ou
oposição) ainda esteja em processo de ingresso junto à RECC, realizando então as discussões de formação
política, possuindo ou não três militantes orgânicos; 2) quando um grupo de estudantes ainda não esteja
organizado na base (por coletivo ou oposição), mesmo que ocorrido um processo de formação e discussão
política com resultado positivo; 3) ou quando indivíduo(s) esteja(m) de acordo com a linha política da RECC, mas
não há condições de comprometer-se com as tarefas organizativas, somente as de propaganda.
Para finalizar
O presente documento explica apenas minimamente a forma organizativa e conteúdo político da RECC, e
por isso jamais deve ser entendido como exposição conclusiva sobre tais temas. Sua pretensão é, essencialmente,
esclarecer sobre os passos formais aos quais deverá percorrer as organizações de base e militantes que se
propõem ingressar na RECC.
A organização, a democracia e a responsabilidade são parceiras dos estudantes do povo e por isso não
deverá assustar-nos. A desorganização, a burocracia e a indisciplina são inimigas dos sinceros lutadores e
lutadoras que reconhecem a grandiosa tarefa a qual estão submetidos: lutar por uma educação que esteja a
serviço da classe trabalhadora. A independência não é sinônimo de corporativismo. Aqueles que, sob o desígnio
de “independentes”, não pretendem se organizar nem aliarem sua luta a luta dos demais estudantes classistas e
combativos de outras escolas e cidades atestam, ao contrário, um sectarismo, uma política infértil, um isolamento
que conduzirá nossos objetivos estratégicos ao fracasso. Aqueles que não se organizam serão fácil e rapidamente
consumidos ou atropelados pelas organizações e partidos hegemônicos na cena política nacional de caráter
reformista, legalista e pacifista. União e Organização é força! Nós Venceremos!
Engrossar as fileiras do Movimento Estudantil Classista e Combativo!
Avante companheiros, essa luta é minha e sua!
Unidos venceremos e a RECC continua!
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