A IMPORTÂNCIA DE UMA
BOA COMUNICAÇÃO
Há pessoas que tem grande facilidade para se comunicar bem.
Possuem um tom de voz agradável, uma articulação precisa, são eloqüentes,
aspectos considerados básicos para se falar bem, e dessa forma prendem a
atenção do ouvinte desde o primeiro instante.
Para a grande maioria não privilegiada neste sentido, há recursos
disponíveis para valorizar os aspectos que constituem a base da oratória: a
boa administração da voz, a clareza da articulação, falar sem cansaço vocal,
controle da respiração, postura corporal correta, uso de gestos, forma de
olhar, ou seja, todos os elementos fundamentais para o desenvolvimento da
comunicação. Uma alteração significativa em um desses aspectos acaba
desviando a atenção do ouvinte do conteúdo que se quer transmitir.
INIBIÇÃO E MEDO
Realizar uma auto-análise para desvendar os reais motivos que
bloqueiam as ações perante o público é o primeiro passo a ser dado. Além
disso, é importante:
Preparar-se: Focar os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias
para a excelência de uma apresentação. A organização e o planejamento
promovem maior autocontrole e autoconfiança.
Crie um plano de ação: Estabelecer os objetivos a serem atingidos e as
etapas de trabalho, bem como, sistematizar as idéias e estratégias pessoais
(automotivação constante, ensaios para aparar arestas, avaliação permanente
dos resultados).
Fortalecer a auto-estima: Se a comunicação é a essência do
comportamento humano e projeção da personalidade; se o quanto e como o
indivíduo gosta de si mesmo regem esse comportamento, a auto-estima
definirá a estrutura do “EU COMUNICADOR”. O ideal é partir da premissa
de que se merece respeito e crédito do público. Assim, quanto maior a autoaceitação, mais condições haverá de ser ativo perante as barreiras. A forma
como o orador atua é produto da auto-estima. O que a pessoa pensa de si
própria centraliza as chances de equilíbrio, ou não, perante as tensões.
Resgatar imagens mentais positivas: Antes de uma apresentação, é
importante sintonizar-se com fatos agradáveis e sentimentos de prazer.
Atitudes mentais positivas atraem ouvidos receptivos.
1
Responsabilizar-se pelo sucesso: Nascemos com capacidade para a
comunicação. A timidez pode funcionar como uma capa para evitar a
responsabilidade de ser bem sucedido. O processo de liderança exige avanços
que fazem parte da maturidade psicológica e da construção de uma carreira.
Por que não arriscar? Infeliz do profissional que não se permitir ousar e
romper limites, pois será companheiro da mediocridade e da solidão.
Permita-se errar: Só há um jeito de aprender a falar em público:
falando e lapidando as técnicas verbais e não-verbais, amalgamando-as à
naturalidade e simplicidade. Idéias na cabeça são idéias engarrafadas, e
devemos desarrolhá-las através de gestos, atos e palavras. Treinar, errar e
acertar, esta é a tríade que fundamenta o jogo das habilidades. Através do
ensaio e do erro, consegue-se maior qualidade e segurança nas apresentações.
Evitar a autocobrança excessiva, substituindo o gosto da impotência pelo da
ousadia das pequenas conquistas, promove a autoconfiança e a harmonia
interna.
Falar em público pode significar a chance de um mergulho
profundamente instigador. Fazer do medo um aliado é colocar-se em uma
cápsula sem aberturas para o mundo. A comunicação em grupo é uma janela
para a vida!
Expressão Corporal
“Se você quer falar comigo, defina suas palavras”.
(Voltaire)
Postura Corporal
Uma postura corporal correta, bem como uma musculatura relaxada,
permitem uma maior flexibilidade e expressividade do corpo, possibilitando o
desenvolvimento de uma linguagem corporal harmoniosa. A utilização de um
gesto, a forma de olhar, a sutileza de um sorriso, um leve movimento do
corpo constituem um conjunto de elementos pelo qual a linguagem corporal
se processa, constituindo a comunicação não-verbal, que completa o que não
foi transmitido pela palavra.
2
O seu corpo fala muito de você, podendo atuar positivamente ou não
nas suas apresentações: em palestras, reuniões, nas aulas que ministra,
discursos, no contato com clientes, ao reporta-se ao chefe ou até mesmo aos
subalternos, bem como na comunicação interpessoal do dia-a-dia.
A linguagem corporal deve passar a impressão de equilíbrio
emocional. Evite movimentos e gestos nervosos ou tensos. Movimentos como
balançar incessantemente o corpo bem como posturas desabadas atuam
negativamente nos momentos de comunicação.
Todo o nosso corpo fala quando estamos nos comunicando, os gestos
possuem um significado próprio.
GESTOS:
A gesticulação nunca poderá parecer ter sido treinada e programada
para a fala do orador. Isso evidenciaria artificialismo e provocaria resistência
na receptividade do ouvinte. O público não deseja ver uma máquina de falar,
e sim, um ser humano. O gesto deverá surgir de tal forma natural e
espontânea que trabalhará para complementar e conduzir a mensagem sem
que o público o perceba conscientemente.
É preciso buscar o autoconhecimento, aprender a sentir o próprio
corpo, saber do que ele é capaz, observar suas dimensões e seus limites, ter
consciência da sua força para identificar o pensamento e o sentimento e
descobrir suas possibilidades de expressão; verificar como ocorre o
movimento dos braços, das mãos, das pernas, da cabeça; enfim, sentir como
age e reage o próprio corpo e, aí sim, gesticular bem.
ERROS A SEREM EVITADOS:
⇒ Mãos nos bolsos;
⇒ Braços nas costas;
⇒ Braços cruzados ou apoiados constantemente sobre a tribuna, a mesa ou a
cadeira;
⇒ Postura do corpo indicando excesso de humildade, curvada para frente, ou
indicando arrogância e prepotência, com a cabeça levantada olhando por cima
do auditório.
Mesmo assim, o cuidado com essas recomendações precisa estar
presente, porque certos gestos considerados incorretos na maioria das
situações poderão ser os mais expressivos em alguns casos. Por exemplo,
recomenda-se cruzar os braços para indicar uma atitude desafiadora ou de
espera, embora seja um gesto desaconselhado para uma postura normal.
Posição das pernas:
A falta de experiência e de segurança faz com que o orador procure
refúgio através da movimentação desordenada das pernas. As pernas dão
3
sustentação ao corpo e podem, dependendo do posicionamento, tornar a
postura um elemento positivo na sua comunicação ou, ao contrário, ser um
fator desfavorável que poderá até mesmo destruir toda a sua apresentação.
Falta a palavra ou aumenta o nervosismo e está o principiante a recuar, a
afastar lateralmente as pernas, ou a apoiar o corpo, ora sobre a perna
esquerda, ora sobre a direita, procurando dessa forma algum tipo de amparo.
Evitar:
! Cruzamento das pernas em forma de X;
! Cruzar e descruzar (quando falam sentados);
! Movimentação desordenada (movimentos para frente, para trás e para os
lados desordenadamente);
! Apoio incorreto (pés juntos por tempo prolongado, jogar o peso do corpo
totalmente sobre uma das pernas, abrir exageradamente as pernas);
! A gangorra (apoiar o todo o corpo nos calcanhares, levantando a ponta dos
pés e em seguida inclinar-se para frente, levantando os calcanhares);
! O pêndulo (inclinar o corpo para a esquerda e para a direita de maneira
ritmada);
! A rigidez (posição rígida das pernas);
! O vaivém (movimento das pernas para frente e para trás);
! Animal enjaulado (falar andando constantemente de um lado para o
outro);
! Espreguiçadeira (esticar o corpo todo para trás e as pernas para frente, na
posição sentada).
Sugerimos, que se fique em frente ao público, posicionado sobre as
duas pernas, possibilitando o bom equilíbrio do corpo. Quando apresentar
cansaço, ou até para evitá-lo, jogue o peso do corpo ora sobre uma perna, ora
sobre a outra, sem que os ouvintes percebam, para isso basta flexionar
levemente uma das pernas, sem perder a elegância da postura . A distância de
uma perna para outra é de aproximadamente um palmo. Colocando uma das
pernas um pouco mais a frente, o equilíbrio será maior. Você também poderá
falar caminhando no palco ou entre a platéia, dependendo da ocasião. Não
esqueça que o deslocamento das pernas precisa seguir a inflexão da voz, o
ritmo e a velocidade da fala (mas use o bom senso!) .
Quando você falar sentado, aconselhamos duas formas. Uma delas é
colocar os dois pés no chão, demonstrando firmeza na atitude e
permanecendo esteticamente correto. Senão, cruzar uma perna sobre a outra,
mas tenha cuidado com movimentos desordenados.
ATENÇÃO !
O visual é importante: calça, saias, sapatos e paletó.
4
Sentado X em Pé
Não existem regras para esse tipo de posicionamento. A posição
adequada é aquela que você se sentir melhor.
Posição dos Braços e das Mãos
Uma dúvida que surge com freqüência é sobre qual a posição inicial ou
de descanso para os braços e as mãos. O excesso ou a escassez dos gestos
pode corresponder a um erro.
OS ERROS MAIS COMUNS
" Mãos atrás das costas (maneira natural por períodos rápidos);
" Mãos nos bolsos (depende da circunstância do acontecimento);
" Braços cruzados (descanso ao longo de uma apresentação);
" Gestos abaixo da linha da cintura (demonstra incerteza, dúvida,
"
"
"
"
"
"
incompetência diante de uma situação);
Gestos acima da linha da cabeça (usar quando estiver falando para
multidões);
Apoiar-se sobre a mesa, a cadeira, a tribuna etc.;
Movimentar apenas o antebraço e manter o braço grudado no corpo;
Movimentos alheios à mensagem (mexer na pulseira, segurar uma caneta,
tirar e por uma aliança ou anel...);
Construtor do universo (movimenta as mãos como se estivesse desenhando
uma esfera no ar).
Detalhes que sobressaem (detalhes chamativos poderão desviar a atenção
dos ouvintes)
Postura correta para iniciar a fala
1- Braços ao longo do corpo
2- Mãos nas costas
3- Mãos fechadas em forma de concha
4- Apoio na tribuna
5- Início sem apoio
6- O truque da ficha de anotações
Gestos e suas funções
- Interpretar corretamente o sentimento, completar a mensagem transmitida
pelas palavras e auxiliar no seu transporte até os ouvintes.
- Corresponder ao tom de voz.
- Tomar o lugar de palavras não pronunciadas.
- Determinar dentro da frase uma maior importância.
5
Posição do tronco
A postura do tronco sofre influência do posicionamento das pernas.
Assim, quando as pernas se colocam de maneira recomendável, normalmente
todo o corpo se comporta corretamente, mantendo o equilíbrio natural. Se as
pernas se comportam de forma incorreta, com apoio exagerado em qualquer
uma delas, haverá um desequilíbrio em toda a postura do corpo,
principalmente do tronco, o qual se torna desagradável aos olhos do ouvinte.
Evite uma postura relaxada.
Postura da cabeça
O ideal é mantê-la com o queixo paralelo ao chão, pois, baixa, dá a
impressão de que o orador está com receio do público (exceto se você desejar
transmitir atitude de tristeza, sofrimento...), levantada excessivamente poderá
colocá-lo na defensiva (a não ser que queira ilustrar idéia de desafio, coragem,
insulto). Também não podemos deixá-la lateralizar para os outros lados do
corpo.
- Lembretes :
1. O semblante é a parte mais expressiva de todo o corpo.
2. A boca comunica tanto quanto fala como quando se cala.
3. O sorriso é bastante importante na apresentação. Quando a situação
permitir, poderá quebrar barreiras. É um elemento especial na
comunicação.
Comunicação Visual
Sabemos que os olhos são o espelho da alma, neles se refletem todos os
pensamentos. A linguagem é muito sutil e deve ser sincera para não parecer
estar dizendo uma coisa e pensando outra.
Serve também para receber o retorno do auditório e orientar a nossa
linha de atuação, e ainda valorizar a presença de cada elemento da platéia.
Cada maneira de olhar expressa um sentimento diferente. Por isso
preste atenção:
" Olhos muito abertos denotam: espanto, surpresa, medo e cólera.
" Olhos baixos: vergonha, insegurança, timidez e respeito.
" Sobrancelhas elevadas: surpresa e espanto.
" Sobrancelhas aproximadas: reflexão, raiva, dureza e pavor.
- Evitar :
1. Olhar desconfiado
2. Olhar perdido
3. Olhar limpador de pára-brisa
6
4. Fugir com os olhos
5. Olhar no ponto fixo
6. Óculos, só use se necessário
- Como Olhar :
1. Deverá olhar não apenas com os olhos, e sim com o corpo todo.
2. Quando for seguir algo na platéia, deverá voltar os olhos, virando a
cabeça e levantando o corpo(Comunicação visual eficiente e
participativa).
Como Ler em Público
1. Segurar o papel:
“Cuidado” → Para não esconder o seu rosto dos ouvintes.
Procure segurar o papel com uma mão e use a outra para
gesticular. Os gestos devem ser moderados e feitos para indicar as
mensagens mais significativas.
" falar em pé: segure o papel na parte superior do peito;
" falar sentado, atrás de uma mesa: levante um pouco a parte
superior do papel para facilitar a leitura;
" falar na tribuna: deslize suavemente as folhas para o lado;
" ler diante do microfone sem pedestal: evite segurar o
microfone. Deixe que outra pessoa o segure;
2. A Escrita do Discurso:
$
$
$
$
Letras maiúsculas, em espaços duplos;
Visualizar chavões para indicar pausas (/), e dar destaque
durante a leitura, para corresponder seu valor e expressividade;
O discurso deve ser escrito em linguagem coloquial (simples);
As informações importantes devem ser colocadas no início da
frase.
3. Comunicação Visual:
Não é necessário olhar o tempo todo para a platéia, será
suficiente olhar durante as pausas e no final das frases.
4. Dicas:
%Inspire a cada pausa para facilitar a pontuação oral; para a
leitura de frases mais longas a quantidade de ar terá de ser maior;
%Aumente a intensidade da voz nos finais das frases, sem
exagero, para tornar a leitura mais expressiva; se a mensagem final
indicar tristeza, saudade etc., as últimas palavras deverão ser
pronunciadas com inflexão decrescente;
7
CRIE SEU PRÓPRIO ESTILO
“Toda dificuldade vem acompanhada de meios para solucionála”.
As apresentações são ferramentas de comunicação muito poderosas e
podem trabalhar para o seu sucesso ou para o seu fracasso. O estilo como
você apresenta tem grande importância no sucesso de sua apresentação. O
segredo é encontrar o estilo adequado à sua personalidade e que se encaixe
na situação. Se seu estilo é sempre formal, você pode achar difícil lidar com
um auditório informal. Seu estilo deve refletir sua personalidade tanto quanto
possível. Entretanto, às vezes, você precisa empregar certas técnicas para
adaptá-lo à situação e enviar sua mensagem com eficiência.
1 - NÍVEL DE COMUNICAÇÃO:
A maneira como você fala contribui, e muito, para o estilo de sua
apresentação. Embora deva ser você mesmo e falar como normalmente faz, há
uma tendência em ter um tom artificial ou comportar-se de determinada
maneira quando se está sob pressão. Ser você mesmo nestas condições é mais
fácil falar do que fazer.
Para alcançar um bom nível de confiança e tranqüilidade, é necessário
treinar e preparar-se antes de enfrentar o auditório.
O estilo de sua apresentação depende em grande parte da maneira
como você fala. Alguns oradores falam como se estivessem lendo um jornal,
sem ênfase, pausas ou movimentos corporais, tornando assim suas
apresentações monótonas. Porém, se formos para o outro extremo, também
não será adequado. Você precisa encontrar uma maneira de se comunicar que
agrade seu auditório e mantenha o equilíbrio entre os extremos.
Aqui estão algumas sugestões que o ajudarão a ganhar e manter o
interesse de seu auditório:
" Conte
como se fosse uma história: Apresentar suas idéias da
mesma forma como você contaria uma história a um amigo é muito
eficiente para ganhar inteiramente a atenção e confiança das pessoas.
Isto requer muito entusiasmo e um fluxo estruturado de fatos que
levam à uma conclusão.
" Fale em velocidade moderada: Se você fala muito rápido, pode
perder o ouvinte. Por outro lado, se você contar uma história muito
lentamente, vai aborrecê-lo demais. A moderação é a melhor opção.
" Evite qualquer sotaque artificial.
8
2 - SELECIONE O ESTILO
Há dois estilos principais de apresentação:
" Formal;
" Informal.
Variações e combinações de ambos são possíveis. Faça sua escolha de
acordo com a situação.
Em algumas situações, é necessário fazer um discurso formal a um
grupo de pessoas. Ocasiões como reuniões de vendas, discursos em
auditórios, etc., exigem preparação e um estilo formal.
DICAS:
" Vista-se adequadamente;
" Utilize a linguagem certa;
" Use desenhos ou gravuras em seus slides;
" Apresente-se e agradeça.
Apresentações informais vão desde uma reunião de acompanhamento
com um grupo de um projeto, a dois minutos de conversa com seu chefe.
Nessas situações a maioria das pessoas o conhece. Então lembre-se do
seguinte:
" Comunique-se com as pessoas normalmente, como se o fizesse
"
"
"
"
individualmente;
Seja breve, vá direto ao ponto e controle o tempo;
É muito provável que você conheça bem estas pessoas, portanto, use
exemplos nos quais eles possam se basear;
Não hesite em fazer uma apresentação interativa se quiser. Leve-a como
uma conversa e peça sugestões;
Quando for o caso, peça aos especialistas a confirmação de suas teorias e
pressuposições. Use isso para conseguir o apoio deles.
3 - MANTENHA O CONTROLE
Uma vez que esteja em total controle de suas atitudes e nervos, sentirá
mais segurança em interagir com o auditório. As idéias a seguir o ajudarão a
conseguir isso:
" Mostre interesse pelo assunto;
" Defina a estrutura de sua apresentação e não desvie muito nem com muita
freqüência;
9
" Envolva o auditório fazendo perguntas específicas e mostrando-lhes as
respostas logo depois.
" Seja seguro ao se apresentar.
FALA DE IMPROVISO
“A pessoa que não lê, mal fala, mal ouve, mal vê.”
COMO IMPROVISAR UM DISCURSO
Deixar a mente fabricar instantaneamente um pensamento, envolvê-lo
com as ricas roupagens das palavras articuladas ao som da musicalidade da
voz e adornadas por elegante gesticulação - aqui está o maior sonho de
qualquer orador. É o verbo surgindo do nada, tomando corpo, definindo
forma e transformando-se em mensagem, nascida do improviso, da
inteligência e da coragem. Este é um desejo que poucos conseguem
transformar em realidade.
A cultura, o automatismo da fala (fruto do treino e da experiência), o
vocabulário pronto, a presença de espírito, a capacidade de observação, a
memória, a confiança e a coragem são elementos essenciais para a
improvisação.
De posse do conhecimento, bastará ao comunicador estabelecer um
método para organizar sua linha de raciocínio e desenvolver o tema.
O improviso com o auxílio de assunto paralelo
Considera-se assunto paralelo àquele que pela sua natureza tenha
algum tipo de ligação com a matéria central a ser desenvolvida. Todo tema
possui sempre pelo menos um assunto paralelo.
Os assuntos paralelos podem ser próximos ou remotos:
" Próximos: Quando as idéias neles contidas se associam
imediatamente e sem esforço à mensagem principal. Ex: piano e
música, livro e cultura, avião e viagem ...
" Remotos: Quando as idéias neles contidas necessitam de explicações
e desenvolvimentos para se associarem à mensagem principal. Ex:
desemprego e fome, estradas e turismo, saudade e pátria...
10
Cuidados especiais
" Não desenvolver demasiadamente o assunto paralelo para evitar
que seja confundido ou suplante em importância a mensagem
principal.
" Não ser artificial, dando a impressão ao auditório que está
“ganhando tempo” ou tentando ludibriá-lo.
" Evitar o uso de muitos assuntos paralelos para que a atenção do
auditório não seja perturbada e, o que é muito pior, desviada da
mensagem principal.
Improviso planejado com auxílio de roteiro escrito
O roteiro escrito é uma espécie de resumo do discurso, no qual são
transcritas as informações mais importantes que compõem o conteúdo, as
transições, as datas, as cifras, os dados percentuais, além da introdução e da
conclusão.
Com o roteiro escrito, o orador lê os trechos que selecionou e explica,
comenta, interpreta, critica ou amplia as informações lidas, em contato direto
com o público, falando de improviso.
Alguns cuidados:
◊ Não escrever demais;
◊ Escrever frases curtas;
◊ Usar apenas como consulta;
◊ Não dobrar ou enrolar o papel para não distrair a atenção dos
ouvintes;
◊ Não disfarçar sua leitura;
◊ Numerar as páginas.
Improviso planejado com auxílio de um esquema mental
Esse tipo de fala fascina os ouvintes, porque eles têm a impressão de
que os planos, análises e conclusões do assunto abordado, estão sendo criados
e improvisados, naquele momento.
Como o orador conta apenas com a sua memória, alguns critérios de
preparação devem ser considerados:
♦
♦
♦
♦
♦
Decorar a introdução e a conclusão da fala;
Contar qual é o assunto;
Fazer um histórico ou levantar um problema;
Dividir o assunto;
Desenvolver o assunto central de acordo com os métodos de
confirmação:
♦ Refutar possíveis objeções;
♦ Concluir.
11
Improviso inesperado
É um tipo de apresentação que não pressupõe a falta de conhecimento,
e sim, a ausência de planejamento do discurso.
Crie o hábito de planejar uma rápida apresentação em todas as
situações; mesmo que as chances de que você fale sejam remotas. Essa é uma
das melhores maneiras de se proteger contra o inesperado.
PREPARAÇÃO NO IMPROVISO INESPERADO
PROPOSIÇÃO
&
dizer sobre
o que vai falar
&
Fazer sempre
&
Só não fazer
quando o assunto
for contra o
interesse do público
NARRAÇÃO
DIVISÃO
&
&
Assunto
Dizer as partes
paralelo
que irá cumprir
&
&
Fazer sempre
Dispensável
&
&
Só não fazer
Só fazer quando
quando o assunto
tiver certeza
for muito conhecido das partes a
do orador ou requerer
cumprir
objetividade
Recomendações importantes:
⇒ Não peça desculpas;
⇒ Não tenha pressa para começar;
⇒ Fale mais baixo no início;
⇒ Seja breve;
⇒ Faça anotações;
⇒ Não recuse convites.
APRENDENDO O ESSENCIAL
PARA SUA APRESENTAÇÃO
“Faça o que pode, com o que tem, onde estiver”.
Theodore Raosevelt
Estabelecer seu objetivo principal é a parte mais importante da
preparação de um discurso. Surpreendentemente, também é a parte que, com
mais freqüência, é negligenciada. Primeiro você deve estar absolutamente
certo sobre porquê vai falar. Só então você pode começar a pensar no que vai
dizer e como vai fazê-lo.
12
1 - DETERMINE SEU OBJETIVO PRINCIPAL
Toda vez que você falar em público deve ter um único objetivo
dominante que pode ser:
" A transferência de experiências para o público;
" O começo de uma ação imediata;
" Provocar emoções em seus ouvintes;
" A interação entre eles;
" A apreciação do potencial de sua audiência.
Um objetivo não é o que você pretende dizer, mas o que pretende
realizar. Por exemplo, uma palestra sobre prática de gerenciamento do tempo
deve melhorar a produtividade. Uma palestra passando uma mensagem de
esperança deveria ajudar as pessoas a resolver seus próprios problemas.
Fazer um discurso sem levar em consideração como o mesmo
melhorará as condições de seu público, é o equivalente a um vendedor fazer
visitas aos clientes e achar que, com isso, seu trabalho está concluído. As
visitas aos clientes são apenas meios para um fim. O principal objetivo dos
vendedores deveria ser fazer novos negócios.
Se você não deixar o público numa condição melhor do que antes de
seu discurso, então não há motivo nenhum para ter discursado.
2 - CONHEÇA SEU PÚBLICO
A pertinência é a chave para falar em público eficientemente. Como
Ronald Reagan colocou de maneira tão habilidosa, referindo-se aos tempos
economicamente difíceis que caracterizaram sua presidência, “Recessão é
quando seu vizinho perde o emprego. Depressão é quando você perde o seu”.
A pertinência gera interesse e atenção; a irrelevância gera apatia e
tédio.
Se você está se dirigindo para um público de pescadores nordestinos,
eles não se entusiasmarão com uma história passada em uma boate gay do
Rio de Janeiro. No entanto, se você estiver falando para uma platéia de
jogadores de futebol amador, uma descrição detalhada, lance por lance de
gols marcados, vai deixá-los perplexos. A pertinência faz a diferença.
Aqui estão três maneiras úteis de descobrir tudo a respeito da
composição, conhecimento, expectativas e necessidades de um público:
" Pense cuidadosamente sobre tudo o que você já sabe a respeito desse
público em particular e dessa situação;
" Consulte outros indivíduos ou grupos que já tiveram contato com o
mesmo público;
" Fale diretamente com alguns membros selecionados do público ou
forme sua opinião consultando seus colegas.
13
3 - CONSIGA ALCANÇAR SEU OBJETIVO ATRAVÉS DE SEU
DISCURSO
O primeiro passo consiste em decidir exatamente qual o resultado que
você procura. O segundo é descobrir o quanto puder a respeito de seu
público. O terceiro passo vital é utilizar suas descobertas para focalizar
naquilo que tiver a maior probabilidade de mover esse público a fazer o que
você quer que ele faça.
Você não conseguirá motivar, informar, persuadir ou entreter um
público que se sente desconfortável. O que os cerca exteriormente é
importante, mas o fator crítico é como se sentem interiormente. Você pode
ajudar a fazer qualquer público se sentir a vontade e, desse modo, torná-lo
mais receptivo à sua mensagem, tomando quatro medidas:
" Trate seu público com respeito:
- Não inclua histórias ou exercícios simplesmente para se destacar;
- Não force a participação em qualquer atividade;
- Não se dirija à seu público “do alto de um pedestal”;
" Insira humor em seu discurso;
" Reconheça que existem diferentes estilos de apresentações;
" Não prolongue demais seu discurso.
Crie um bom final e um bom começo; e faça com que ambos estejam
bem próximos. Termine sempre antes que seu público deseje que você o faça.
O ponto de saturação é alcançado logo após o cume da popularidade.
IMPORTANTE:
'DICAS PARA VOCÊ CONSEGUIR PASSAR A SUA MENSAGEM:
I - MANTENHA O TOM DE CONVERSA
Quando você está sentado à toa, com a família, amigos ou colegas, sua
conversa será naturalmente relaxada, pois essa é a linguagem da comunicação
fácil. Quando você faz uma apresentação, as palavras e frases devem ser mais
pensadas, imaginativas, criativas e rítmicas do que no seu dia-a-dia. No
entanto, a maneira como você as diz e como apresenta seu discurso deve
permanecer inalterada, descontraída e em tom de bate-papo.
Toda comunicação é pessoal, de pessoa-a-pessoa. Também pode ser
multipessoal, mas nunca é de “massa”. Fale com seu público da mesma forma
que falaria com Marta e Paulo, seus amigos. O que vem a ser um público,
afinal, a não ser uma coleção de Martas e Paulos?
Sem dúvida, você terá que falar um pouco mais alto ou fazer outros
tipos de concessões para acomodar as necessidades do seu público, mas, em
essência, nada em seu estilo de conversação deve mudar. Você deve ser você
mesmo aumentado.
II - PROJETE SUA PERSONALIDADE
14
Sua personalidade é o seu maior bem - É a química pessoal que leva
uma pessoa a querer fazer negócios com outra pessoa. Dificilmente,
gostaríamos de trabalhar com pessoas que não gostamos ou confiamos.
Como ouvinte, a pior sensação que se pode ter é a de sentir-se
embaraçado pela pessoa que está discursando. Se você conseguir projetar sua
personalidade, vai se sentir confortável e à vontade. Sentindo-se confortável,
seu público também se sentirá assim, permanecendo aberto, concentrado e
receptivo à sua mensagem.
Não tente ser nenhum dos grandes oradores que você conhece. Seja
você mesmo!
Pense com cuidado em como você é bem-sucedido quando se
comunica sem nenhum esforço em suas conversas do dia-a-dia.
Provavelmente você nunca pensou nisso antes. É um exercício muito útil, pois
faz com que você pense no que deve fazer durante seus discursos. Quando
estiver só, pense em duas coisas:
A maneira como você se comporta - Quando uma pessoa fala
informalmente, ela provavelmente se senta ou fica em pé de uma maneira
descontraída. Respirando normalmente, mantendo um nível apropriado de
contato visual, gesticulando de vez em quando para reforçar suas palavras e
sorrindo às vezes para estabelecer e manter a harmonia. Entretanto, no
momento em que essa mesma pessoa tem que se dirigir ao público, torna-se
nervosa, duvida de seus poderes inatos de comunicação e confia em uma série
de técnicas de apresentação artificiais.
Como você parece - A aparência pessoal tem um grande impacto na
maneira como você é visto pelo público. Portanto, procure se apresentar de
maneira adequada.
%NÃO ESQUEÇA!
Se houver aparelhagem de som disponível, descubra como tudo
funciona, teste, pratique bastante, depois coloque-a em uso. Faça o possível
para evitar situações desagradáveis durante a sua apresentação. Se não
houver aparelhagem de som, fale o mais claramente possível e num volume
suficientemente alto para ser ouvido. Seu público deve poder ouvi-lo, se isso
não for possível, tudo estará perdido.
15
Começando e terminando o discurso
“Uma única palavra posta fora do lugar estraga o
pensamento mais bonito”
(Voltaire)
É muito conhecida a assertiva de que o poeta nasce e o orador faz-se. O
suor frio, a tremedeira, o silêncio constrangedor, vão aos poucos
desaparecendo, quando nos usamos os princípios gerais da oratória. Claro
que não basta isso para chegarmos ao apogeu da palavra falada. Mas se temos
potencialidades de seres normais, se possuímos em ordem o aparelho
fonador, se temos inteligência, vontade, sentimentos, poderemos falar bem.
A formação do orador não obedece a fórmulas mágicas, mas a estudos
e exercícios repetidos. Metodizando o trabalho, afastando o pessimismo,
aproveitando o tempo, alcançaremos progressos consideráveis. Já se disse
com razão, que o que um homem faz o outro pode fazer.
Os defeitos corrigem-se. Veja o exemplo de Demóstenes, que tinha a
voz fraca, a pronúncia penosa e a respiração curta. Com trabalho e
persistência, venceu os empecilhos e tornou-se o orador máximo da Grécia e
de seu tempo.
A oratória exige o aperfeiçoamento cultural, lendo e aprendendo o
orador recolhe um precioso material para o aprimoramento da expressão oral.
Além do conteúdo, não podemos esquecer a forma da apresentação.
Ao trabalhar o conteúdo, consideramos todo o conhecimento que a
pessoa possui em relação ao tópico a ser apresentado. Numa apresentação o
embasamento das idéias é essencial para despertar a confiabilidade do
ouvinte e para aumentar a autoconfiança.
Estabelecer um propósito bem definido é fundamental para podermos
persuadir o outro. Ao falar, escolha um assunto que domine, determine
objetivos, procure conhecer os ouvintes, verifique o local e as circunstâncias
da apresentação e faça a pesquisa e a escolha das informações.
Na estruturação da apresentação devemos considerar principalmente
três aspectos: a preparação, a linguagem a ser utilizada e os aspectos físicos da
comunicação.
Partes de uma apresentação:
16
Uma apresentação ordenada de forma correta possui quatro partes
principais:
♦ Introdução
♦ Preparação
♦ Assunto central
♦ Conclusão
1 - Introdução
É a parte do discurso em que nos dedicamos a :
◊ Conquistar a atenção dos ouvintes;
◊ Romper sua resistência;
◊ Cativar sua disposição favorável.
Faz parte da introdução o vocativo, que é o cumprimento ao público,
uma forma educada de nos dirigirmos à platéia, chamando sua atenção para
nossa presença. A escolha correta da introdução deverá levar em conta o
público e as circunstâncias que cercam a apresentação. Todas as informações
que forem colocadas na introdução precisam estar sempre relacionadas com o
corpo do discurso e a conclusão.
Duração:
Tempo da Apresentação
acima de 15 minutos
até 10 minutos
Tempo da Introdução
10% do total
20% do total
Os recursos mais usados como introduções são:
a) Para todos os tipos de circunstâncias:
" Aludir à ocasião (breve comentário sobre a presença dos ouvintes no
ambiente e o tema que será abordado);
" Elogiar ou valorizar a platéia;
b) Para a conquista dos ouvintes indiferentes:
A forma como se veste, a postura, nem humilde em excesso nem arrogante, a
elegância dos gestos, o timbre da voz, a inteligência, o vocabulário adequado,
a emoção, a bondade, a retidão, o prestígio, a sinceridade, a simpatia e a
humildade natural são atributos próprios do orador na conquista da
benevolência.
Outras sugestões:
" Frase ou informação que provoque impacto (a frase deve ser preparada
como se tivéssemos que colocar uma manchete na capa de um jornal);
" A promessa de brevidade;
" O conhecimento da matéria a ser tratada;
" Fato bem-humorado ligado ao assunto;
" História ou narrativa interessante;
" Levantamento de uma reflexão;
17
" Apresentação da utilidade, das vantagens e dos benefícios do assunto.
Nas introduções devemos evitar:
" Contar piadas;
" Fazer perguntas quando não desejamos resposta;
" Pedir desculpas ao auditório;
" Tomar partido sobre assuntos polêmicos ou controvertidos (divórcio,
aborto, pena de morte, política);
" Começar com palavras inconsistentes (bem, bom, aí então);
" Usar chavões ou frases feitas (“Quem não se comunica, se trumbica”);
" Criar expectativas que não possam ser cumpridas;
" Mencionar acontecimentos que incomodam o público, sem condições de
resolvermos o problema;
" Mostrar-nos muito humildes diante de ouvintes importantes;
" Explicar a falta de tempo para expor o que desejamos;
" Ser muito previsíveis.
Abaixo, você vai encontrar uma seleção de aberturas testadas e
aprovadas que o ajudarão a alcançar seu objetivo:
Promessa de Benefício Inicial (PBI) - É uma técnica clássica para
prender a atenção do público. Enfatiza vantagem máxima com o mínimo
esforço. Diga a eles o que os espera: “Você gostaria de ganhar dez anos em
qualidade de vida? Então, pense duas vezes antes de apanhar o saleiro. Meu
nome é Paulo de Oliveira e vou contar a vocês alguns pequenos segredos que
podem ajudar a acrescentar esses anos às suas vidas”.
Apenas Três Pontos - A maioria dos discursos são compridos demais.
Qualquer público fica grato ao orador que informa, nas primeiras frases, que
o seu discurso não consiste de mais de três pontos importantes. Ex.: “Inovar
consiste em apenas três partes: definir o problema, procurar idéias e
implementar na prática.”
História ou citação - Uma história ou citação que ilustre o propósito e,
se possível, seu ponto inicial. Ex.: “Oscar Wilde disse que existe apenas uma
coisa no mundo pior do que falarem a seu respeito - é não falarem a seu
respeito. Hoje estamos lançando uma campanha de RP da qual Oscar Wilde
se orgulharia”.
Uma imagem surpreendente - Crie um quadro mental
das
implicações de sua mensagem, no seu público. Ex.: “Apenas imaginem...
pensem nas pessoas que trabalham na empresa mais especializada do século
XXI. Elas são ativas, ágeis e conscientes. Sabem como formar as melhores
equipes, técnicas e tecnologias. Elas compartilham de uma visão. Têm uma
nova missão para o Milênio. Agora, ... imaginem competir com essa
empresa”.
Afirmações controversas - Se você quer obter atenção, especialmente
em uma reunião com muitos participantes, deve se impor. A maioria desses
18
inícios tira vantagem de um toque dramático. Uma afirmação provocativa
focaliza a atenção e estimula o apetite do público da mesma forma que uma
manchete em um jornal. Concordem, ou não, eles certamente ouvirão:
“Nossos tênis são manufaturados por crianças desnutridas da Índia e
promovidos por esportistas norte-americanos que recebem cachês
milionários”.
2 - Preparação
Depois de termos motivado o ânimo da platéia, chegou o momento de
nos preocuparmos com a mensagem e como facilitar o entendimento dos
ouvintes.
A preparação é constituída dos seguintes elementos:
a) A proposição é o próprio discurso resumido em uma ou duas frases, em
que informamos aos ouvintes qual é o nosso assunto, e aonde pretendemos
chegar com ele. Poderá ser suprimida:
⇒ Quando o assunto contrariar o interesse do público;
⇒ Quando os ouvintes já souberem qual é o assunto e qual é o objetivo;
⇒ Quando o assunto for controvertido.
b) A narração é a parte em que expomos os motivos e os fatos que sustentam
o desenvolvimento do assunto central.
Os principais tipos são:
⇒ Histórico (comentar um pouco do passado até o momento atual);
⇒ Levantamento de problemas;
⇒ Solução de problemas (dar resposta a um problema e depois explicá-lo).
c) A divisão é a parte em que informamos que segmentos do assunto serão
desenvolvidos. Convém que seja muito breve, de poucas partes, e o orador
deve abordar apenas um assunto de cada vez. Deve ser suprimida:
⇒ Quando o assunto tiver apenas uma parte;
⇒ Quando a apresentação for muito curta;
⇒ Quando as partes forem facilmente compreendidas durante a apresentação
do assunto central;
⇒ Quando for interessante não revelar qual a seqüência da apresentação.
3 - Assunto central
O assunto central é a parte do discurso na qual estão incluídas todas as
informações que norteiam a linha de argumentos de nossa mensagem e
estabelecem a base de defesa das idéias contra as possíveis objeções dos
ouvintes.
São elementos do assunto central:
a) A confirmação é onde iremos utilizar todos os argumentos de que
dispomos como apoio ao desenvolvimento do raciocínio para darmos uma
seqüência lógica e concatenada ao assunto. São métodos de confirmação:
• Ordenação no tempo (indica quando os fatos ocorreram e utiliza
informações no passado, presente e futuro);
19
• Ordenação no espaço (indica onde os fatos ocorreram e possibilita
relacionar os fatos com a história, a cultura e os acontecimentos periféricos
do local onde estão sendo considerados);
• Ordenação de natureza intrínseca (diversas partes do tema);
• Ordenação de causa e efeito (motivos que ocasionaram um determinado
acontecimento);
• Ordenação pelos prós e contras (analisa os dois lados de uma idéia, para
tomar ou não partido por um deles);
• Ordenação pela experiência (ter vivido uma experiência semelhante ou já
ter tido o mesmo ponto de vista);
• Ordenação pela solução de problemas (resolver questões levantadas na
narração);
• Ordenação crescente (expor a mensagem partindo de informações básicas
até chegar nas complexas).
b) A refutação, que consiste na defesa de possíveis objeções expressas ou não
pelos ouvintes depois de termos desenvolvido toda a linha de
argumentação.
O momento de refutar será:
• Imediatamente, se a objeção for para um argumento específico;
• Logo após a idéia ser apresentada, se a objeção for para todos os
argumentos ou um grande número deles;
• Desde o princípio do discurso, se soubermos que inevitavelmente haverá
objeções.
As formas de refutar são:
• Pela negativa das afirmações feitas sem provas e baseadas apenas em
hipóteses;
• Pela defesa dos argumentos, contestando as provas contrárias.
4 - Conclusão
A conclusão é o coroamento da qualidade do discurso, instante em que
fazemos a platéia refletir ou agir de acordo com as nossas propostas.
Caracteriza-se pelos seguintes aspectos:
∗ Deve ser breve (menor ainda que a introdução);
∗ É a única parte da apresentação que deve ser anunciada, fazendo com que
os ouvintes fiquem mais atentos;
∗ Junta as pessoas - Produz o sentimento de que tiveram uma experiência em
comum;
∗ Reforça sua mensagem central - Cria a imagem ou pensamento que você
quer gravar nas mentes dos seus ouvintes;
∗ É um incentivo à ação - Motiva seus ouvintes a pensarem ou fazerem algo
diferente, ou melhor, como requer o resultado desejado.
Possui dois elementos essenciais:
∗ recapitulação
∗ epílogo
20
Na recapitulação, contamos numa única frase ou em duas, a essência
do conteúdo que acabamos de apresentar.
Poderá ser suprimida se a linha de argumentação for simples e curta.
No epílogo, as palavras devem ser dirigidas mais para o sentido que
para a razão. É o momento mais apropriado para o uso da emoção.
Podemos encerrar as apresentações de duas maneiras:
∗ Aumentando a velocidade e a intensidade da fala;
∗ Diminuindo a velocidade e intensidade da fala.
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
∗
Algumas formas de concluir:
Levantar uma reflexão;
Usar uma citação ou frase poética;
Pedir ação;
Elogiar o auditório;
Aproveitar um fato bem-humorado;
Aludir à ocasião;
Contar um fato histórico;
Utilizar uma circunstância de tempo, lugar ou pessoa.
Alguns cuidados especiais devem ser tomados na conclusão:
Decore o final de seu discurso;
Repita seus pontos-chave, mas dê a eles uma dimensão maior;
Mude seu estilo de apresentação (opcional);
Desafie seu público;
Evitar palavras hesitantes ou frases inconsistentes, como por exemplo: “Era
isso o que eu tinha para dizer. Muito obrigado”.
Não ficar parado diante do público esperando que os aplausos cessem;
Não revelar seus sentimentos negativos sobre a sua performance;
Programar a sua saída para não ficar parado na frente do público, sem
saber para onde ir;
Utilizar expressões como “Assim sendo...”, “Desta forma...”, se a conclusão
foi fraca e sem vibração, pois darão abertura para um novo encerramento
com condições de resgatar a emoção não aproveitada.
Oradores convincentes mantém uma grande quantidade de energia e
preocupação reservadas ao seu público até o final, e conseguem fazer a
conclusão parecer com uma sobremesa, algo delicioso que deixa um gosto
doce na boca.
Apresentação Pessoal:
Não é tudo, porém auxilia. Iniciemos, pois, com higiene pessoal
perfeita: barba, cabelo, roupa, sapatos limpos... Em muitos casos, um bom
comunicador é afetado por uma crítica simples. Um terno dá maior seriedade
e credibilidade ao comunicador, ao passo que uma roupa esporte muito
21
extravagante dá uma aparência descontraída (ponto positivo), porém, ao
mesmo tempo, não muito séria (ponto negativo).
Nossa posição perante o público:
Nos diagramas abaixo você encontra as sugestões:
Sala com cadeiras
Sala com mesa e
Mesa redonda,
enfileiradas
participantes em volta
qualquer lugar
X
x
x
x
x
x
x
X
x
x
x
Sala com cadeiras
em círculo
x
x
x
x
x
x
x
x x
x
x
x
x
Sala com auditório em fila
e mesa de convidados
X
x
x
x
x
x
x
x
X X X
x
x
x
x
x
x
x
x x x
x x x
x x x
Preparo de falas:
A preparação é essencial ao êxito de qualquer fala. A presente apostila,
porém, não trata de falas de improviso.
Ao assumir o compromisso de falar, organize-se, programando seu
computador ou munindo-se de fichas.
Faça um mapeamento mental do seu discurso: A mente não funciona
tão bem de maneira linear, pois funciona por um sistema de disparo que
estimula novos pensamentos - seu cérebro pensa lateralmente e não
verticalmente. Em vez de começar pelo alto de uma página e continuar
escrevendo linha após linha em frases convencionais, comece a partir do
centro, com sua mensagem e vai expandindo conforme as submensagens,
idéias associadas e evidências (fatos de apoio).
Para preparar sua fala, siga esses passos:
22
1- Escreva, em frases curtas, todas as idéias que tiver sobre o assunto.
Cada ficha leva um assunto.
2- Leia um ou vários livros sobre o assunto, fazendo a ficha referente
às frases ou idéias que deverão ser aproveitadas no discurso.
3- Não se preocupe em ordenar as fichas, por enquanto.
% Ordenação
Terminada a coleta de dados, ordene as fichas ou os apontamentos no
computador de acordo com a fórmula borden.
% Redução
Procure a seguir, reduzir seu discurso em fichas. Com essas fichas,
pronuncie-o para si ou perante outras pessoas, dispensando o texto completo.
% Ensaio
a) Pratique muito com auxílio das fichas de redução;
b) Pratique falando diante de um espelho;
c) Cronometre seu discurso;
d) Ensaie diante de parentes, amigos e outras pessoas que possam
auxiliar a corrigir os erros e aperfeiçoar a dicção e os gestos; após
várias apresentações, isto não será mais necessário;
e) O tempo é essencial para a preparação.
Uso de Notas
Você pode consultar discretamente suas fichas durante uma fala, mas
faça-o elegante e discretamente. Estas anotações lhe darão autoconfiança e
poderão ser usadas, até que você domine completamente sua mente durante o
discurso. Porém, nunca use folhas grandes e soltas, que possam se misturar e
atrapalhar a sua apresentação, causando assim uma má impressão aos
ouvintes. Outra opção prática e elegante é ler o discurso.
Medite suas idéias
1- Imagine-se discursando. Presuma que o auditório gosta de você. Fantasie
que você é comunicativo, que seu conteúdo agrada pela simplicidade,
profundidade, beleza e autenticidade, que estas pessoas estão ligadas em
você.
2- Vá até o local de seu discurso (se possível), entre no auditório vazio e
conceba todos os detalhes. Pense nas coisas que estão na parede, nas
janelas: o ambiente, enfim - no que você poderia usar como improviso
“preparado”.
23
USANDO A FÓRMULA AICA
Uma boa apresentação no início de qualquer relacionamento humano
ou nas negociações é meio caminho andado para o alcance dos objetivos a que
nos propomos. Quando se trata de apresentar um palestrante, a fórmula que
recomendamos é a AICA. Esta técnica consiste em falar seguindo a seqüência:
A-ASSUNTO - fale da importância do assunto ou tema, usando uma
frase curta e específica.
I-IMPORTÂNCIA - descreva porque este assunto é importante, dando
uma ou duas razões positivas.
C-CREDENCIAIS - indique quais as credenciais do orador ou
oradores. Mencione apenas as mais importantes.
A-APRESENTAÇÃO - aponte quem ou como será apresentado o tema.
EXEMPLOS:
Saudação: Boa noite, senhoras e senhores!
Assunto: O tema sobre o qual ouvirão hoje é “Qualidade Total para pequenas
Empresas”.
Importância: O assunto está bastante em destaque; é uma necessidade discutilo em todas as empresas.
Credenciais: O nosso palestrante é engenheiro, com especialização em
Qualidade Total, inclusive com curso na Inglaterra.
Apresentação: Conosco, o engenheiro eletricista Sr. José Francisco.
POSTURA DO APRESENTADOR
Para auxiliá-lo na tarefa de apresentar um orador, relacionamos a
seguir algumas sugestões úteis:
Seja breve - Em um minuto, você pode apresentar o orador.
Fale de maneira informal - Com isso você descontrai o ambiente e o orador.
Fale com entusiasmo e animação - Não tente, porém, prolongar-se. Às vezes
roubando o “filé mignon” do orador.
Seja cordial e sincero - No início ou no final da apresentação, comece você a
aplaudir, pois do contrário, a platéia se mostrará indiferente.
Nunca se apoie - Em mesa ou cadeira.
Leve anotações - Para não errar nos dados.
Nunca decore - Uma palestra de apresentação.
Humor - Só use se você tiver certeza de que tem habilidade para isso.
OBSERVAÇÕES
1- Nas atividades formais, ou quando houver composição de uma mesa
diretiva, a apresentação começa em ordem decrescente de importância.
24
2- Quando se trata de homenagem, o último a compor a mesa é o
homenageado. Tenha cuidado com este item.
3- Modelos de apresentações fáceis e usuais: “Boa noite a todos” ou
“Senhoras e senhores, boa noite”.
4- Fazendo devidas adaptações, você pode usar as técnicas acima para:
apresentações pessoais, apresentação de um novo funcionário, dar
indicações de livros, discos, espetáculos teatrais entre outros.
Recursos Auxiliares
Os recursos visuais são muito importantes na comunicação. Basta dizer
que, se transmitirmos uma mensagem apenas verbalmente, depois de três
dias os ouvintes se lembrarão somente de 10% do que falamos; se, entretanto,
transmitirmos a mensagem verbalmente, mas com o auxílio de recursos
visuais, a platéia se lembrará de 65% do que foi comunicado.
Para saber se a mensagem deve ser transmitida com auxílio de recursos
visuais, reflita se eles atenderão a pelo menos três objetivos fundamentais:
a) Destacar as informações importantes;
b) Facilitar o acompanhamento do raciocínio por parte dos ouvintes;
c) Aumentar a capacidade de memorização da platéia.
Desta forma, não use um visual apenas por ser bonito, por todo mundo
está usando, ou para que sirva de apoio para você se lembrar dos pontos que
irá falar. Se a utilidade fosse apenas a de permitir que você leia os tópicos,
seria melhor que usasse um roteiro escrito numa folha de papel. Por que usar
as informações num visual para a platéia se só servirá para a sua orientação?
Ao produzir um visual tome as seguintes precauções:
∗ Utilize letras com tamanho que todos na platéia possam ler;
∗ Coloque apenas a essência da mensagem (crie frases curtas);
∗ Transforme todos os números que puder em gráficos;
∗ Use cores, sem exagero;
∗ Deve ser apropriado para a circunstância;
∗ Use poucas linhas;
∗ Apresente apenas uma idéia e uma ilustração em cada visual.
Ao usá-lo posicione-o em lugar que possibilite a visualização de todos,
sem atrapalhar sua exposição, de tal forma que você possa olhar para a
platéia, mostrar as informações no visual e ter liberdade para se movimentar
diante do público.
25
Atenção - Use qualquer tipo de visual que desejar, principalmente os
que puderem ser projetados com auxílio do computador, mas tome cuidado
para não exagerar. Não deixe que o recurso que deveria servir como apoio
acabe sendo tão espetacular que desvie o interesse do público de sua
apresentação.
Uso correto do microfone para ler e para discursar
(Microfone de pedestal:
Inicialmente, acerte a altura do microfone, procurando não deixá-lo na
frente do rosto, para permitir que o auditório veja seu semblante.
Deixe-o a mais ou menos cinco centímetros abaixo do queixo, a não ser
que a capacidade de ganho (sensibilidade de captar o som) seja muito grande,
o que permite que ele fique mais afastado. No discurso, a distância pode ser
maior que na leitura, se o orador usa uma voz mais elevada. Ao falar, evite
segurar a haste e posicione o microfone de maneira que ele fique olhando
para você.
Quando falar com pessoas colocadas lateralmente, ao se virar,
movimente o corpo de maneira que o microfone não deixe de captar o som da
voz.
(Segurando o microfone com a mão:
Caso seja necessário segurá-lo com a mão, o cuidado deverá ser igual
ao anterior, mas nesse caso não movimente a mão que segurando o
microfone, deixando-o sempre na mesma distância do rosto. Faça os gestos
com a outra mão.
(Microfone de mesa:
Requer os mesmos cuidados já mencionados. Sempre se apoia sobre
uma haste flexível. Ao acertar a altura, não vacile, faça-o com firmeza, e só
comece a falar quando o tiver posicionado de maneira desejada.
(Microfone de lapela:
É preso na roupa por uma presilha, de fácil manuseio. É muito útil
quando se quer ter liberdade de movimentos na tribuna. Atente-se aos itens
seguintes, para sua boa utilização:
a) Ao colocá-lo na lapela, na gravata ou na blusa, procure deixá-lo na
altura da parte superior do peito, pois ele possui boa sensibilidade e
a essa altura (e distância), poderá captar a voz com perfeição.
b) Enquanto estiver falando, não mexa no fio.
c) Não bata as mãos ou toque no peito com força.
d) Cuidado com os comentários alheios aos temas tratados, porque
sempre poderão ser ouvidos devido a alta sensibilidade desse tipo
de microfone. Não se esqueça: ele está preso à sua roupa e sempre o
acompanhará.
e) Ao terminar a fala, antes de sair da tribuna ou da mesa, retire-o.
26
Conselhos úteis:
Se o microfone apresentar problemas e você perceber que eles
persistirão, desligue-o e fale sem microfone. Não peça opinião a ninguém
sobre essa atitude. A apresentação é sua e você é o responsável pelo seu bom
desempenho. O microfone deve ajudar a exposição. Se, ao contrário,
prejudicar é preferível ficar sem ele.
' Objeto como Instrumento auxiliar na sua palestra
Dê vida à sua palestra exibindo um objeto relacionado ao tema. Um
objeto serve como auxílio para desviar o seu pensamento de si e,
consequentemente, colocá-lo mais a vontade, diminuindo sua tensão inicial.
Também torna sua palestra mais clara e mais viva, ajudando a cativar e
manter a atenção do público. Um objeto, muitas vezes, vale por mil palavras
descritivas.
' Regras para o uso de objetos
1-Tome o objeto na mão somente quando tiver chegado o momento de usá-lo
e ao terminar ponha-o de lado;
2- Segure-o a uma altura que todos possam vê-lo;
3- Segure-o de modo que não lhe cubra a face;
4- Fale dirigindo-se ao auditório, e não ao objeto;
5- Leia inscrições ou manuseie o objeto, se necessário;
6- Lembre-se de que todos os recursos audiovisuais funcionam como objetos;
7- Nunca passe o objeto para que o público manuseie.
27
Download

A IMPORTÂNCIA DE UMA - CRC-CE