Portuguese version Tranlator: Baltazar Nunes, Instituto Nacional de Saúde Dr Ricardo Jorge, co‐author Estimativas da Efectividade da Vacina Pandémica na Europa, 2009‐2010: Resultados do Estudo Caso‐Controlo Multicêntrico Monitorização da Efectividade da Vacina da Gripe na Europa (I‐MOVE). Resumo Enquadramento Foi desenvolvido um estudo multicêntrico, caso‐controlo, baseado em redes sentinela de médicos de Clínica Geral de sete países europeus, com o objectivo de estimar a efectividade das vacinas, contra a gripe pandémica e sazonal, na época 2009‐2010, na prevenção de casos de síndroma gripal (SG) que recorreram a uma consulta médica e foram confirmados laboratorialmente como casos de gripe pandémica A (H1N1) (pH1N1). Métodos e Resultados Os doentes com SG foram seleccionados, de forma sistemática, pelos médicos participantes. A definição de caso de SG utilizada foi a da União Europeia. Foram incluídos no estudo os doentes com SG com mais de 14 dias entre o início da campanha de vacinação nacional e o início de sintomas de gripe. Os casos de pH1N1 foram comparados com os de SG cujo resultado laboratorial foi negativo para influenza. Considerou‐se que um doente estava vacinado se o tempo decorrido entre a data da administração da vacina e o início de sintomas tivesse sido superior a 14 dias. A estimativa conjunta da efectividade da vacina (EV) foi obtida por 1 menos o odds ratio, considerando o local do estudo como um efeito fixo. Recorrendo à regressão logística, a EV foi ajustada para eventuais factores de confundimento (grupo etário, sexo, mês do início dos sintomas, doenças crónicas e hospitalizações associadas, história tabágica, vacinações contra a gripe sazonal, número de consultas com o médico de clínica geral no último ano). Foi efectuada uma análise completa dos dados excluindo os doentes com informação omissa nalguma variável e outra análise com métodos de imputação múltipla multivariada, de forma a estimar os valores omissos. A estimativa ajustada da EV pandémica (EVP), recorrendo à imputação multivariada (n=2902), foi de 71,9% (intervalo de confiança a 95% [IC] 45,6‐85,5) na população geral; 78,4% (IC 95% 54,4‐89,8) nos doentes com <65 anos; e 72,9% (IC 95% 39,8‐87,8) nos indivíduos sem doenças crónicas. Os resultados da análise completa (n=1502) apresentaram uma estimativa ajustada da EVP de 66,0% (IC 95% 23,9‐84,8), 71,3% (CI 95% 29,1‐88,4), e 70,2% (CI 95% 19,4‐89,0), respectivamente. Para os indivíduos que receberam a vacina 8‐14 dias antes do início dos sintomas a EVP foi de 66,0% (CI 95% ‐69,9‐93,2). A efectividade da vacina sazonal 2009‐10 foi de 9,9% (CI 95% ‐65,2‐ 50,9). Conclusões Este estudo sugere uma boa protecção da vacina pandémica monovalente na prevenção de casos de pH1N1 que recorreram a uma consulta médica e a inexistência de efeito da vacina sazonal 2009‐10. No entanto, a disponibilidade tardia da vacina pandémica e a subsequente baixa cobertura não permitiram o estudo do benefício da vacina durante o período epidémico. No futuro, a efectividade da nova vacina trivalente para a época 2010/2011 irá ser alvo de estudo, e uma vez que a campanha começará antes da época gripal, considera‐se que estas preocupações estarão salvaguardadas. Estimates of Pandemic Influenza Vaccine Effectiveness in Europe, 20092010: Results of Influenza Monitoring Vaccine Effectiveness in Europe (IMOVE) Multicentre Case-Control Study Abstract Background A multicentre case-control study based on sentinel practitioner surveillance networks from seven European countries was undertaken to estimate the effectiveness of 2009–2010 pandemic and seasonal influenza vaccines against medically attended influenza-like illness (ILI) laboratory-confirmed as pandemic influenza A (H1N1) (pH1N1). Methods and Findings Sentinel practitioners swabbed ILI patients using systematic sampling. We included in the study patients meeting the European ILI case definition with onset of symptoms >14 days after the start of national pandemic vaccination campaigns. We compared pH1N1 cases to influenza laboratory-negative controls. A valid vaccination corresponded to >14 days between receiving a dose of vaccine and symptom onset. We estimated pooled vaccine effectiveness (VE) as 1 minus the odds ratio with the study site as a fixed effect. Using logistic regression, we adjusted VE for potential confounding factors (age group, sex, month of onset, chronic diseases and related hospitalizations, smoking history, seasonal influenza vaccinations, practitioner visits in previous year). We conducted a complete case analysis excluding individuals with missing values and a multiple multivariate imputation to estimate missing values. The multivariate imputation (n = 2902) adjusted pandemic VE (PIVE) were 71.9% (95% confidence interval [CI] 45.6–85.5) overall; 78.4% (95% CI 54.4– 89.8) in patients <65 years; and 72.9% (95% CI 39.8–87.8) in individuals without chronic disease. The complete case (n = 1,502) adjusted PIVE were 66.0% (95% CI 23.9–84.8), 71.3% (95% CI 29.1–88.4), and 70.2% (95% CI 19.4–89.0), respectively. Conclusions Our results suggest a good protection of the pandemic monovalent vaccine against medically-attended pH1N1 and no effect of the 2009-10 seasonal influenza vaccine. However, the late availability of the pandemic vaccine and subsequent limited coverage hampered our ability to study vaccine benefits during the outbreak period. In the future, extending our study to include effectiveness of the new trivalent vaccine in the upcoming 2010/11 season when vaccination will occur before the influenza period is anticipated to settle such outstanding concerns.