Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad – INTO Título do Trabalho: Substituição dos Dispositivos Hospitalares Contendo Mercúrio Profissional Responsável: Robson Carlos Monteiro Tel. (21) 2134-5270 / (21) 7821-2545 E-mail: [email protected] Prêmio “Amigo do Meio Ambiente 2013” INTRODUÇÃO O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad-INTO, órgão do Ministério da Saúde, é um centro de grande porte e referência nacional no tratamento de doenças e traumas 2 ortopédicos de médias e altas complexidades. Instalado no RJ, em uma área de 70.000 m , possui 321 leitos; 38 consultórios; 24 salas Cirúrgicas com um quadro efetivo de 4000 funcionários. A contaminação por mercúrio representa um grave problema para a saúde pública e ambiental causando uma variedade de efeitos negativos em todo o mundo. Apesar da razão que leva à implementação de iniciativas baseadas em “boas práticas” para a substituição de insumos com mercúrio ser contundente, tanto desde a perspectiva ocupacional como ambiental, as considerações financeiras podem, em última instância, chegar a motivar os hospitais a implementar um programa de substituição dos mesmos. O custo de limpeza e tratamento de resíduos perigosos, os requisitos para documentar os derrames, as interrupções dos serviços e a capacitação do pessoal são tarefas custosas. O custo de limpar uma contaminação significativa pode chegar a ser substancialmente superior que a devida substituição por alternativas livres de mercúrio. Mesmo o custo com o termômetro digital sendo maior, a relação custo x benefício mostra que o valor final é inferior, pois os dispositivos tem uma durabilidade maior e somente as baterias são trocadas quando necessário. OBJETIVO Minimizar o impacto ambiental; Reduzir risco de exposição aos pacientes, profissionais e população em geral; Mensuração de dados mais precisos e confiáveis. DESENVOLVIMENTO A substituição dos termômetros e medidores de pressão arterial contendo mercúrio proporcionou a 1.150 profissionais da equipe de enfermagem, dentre outros, inclusive pacientes, o beneficio de proteção ocupacional ao funcionário e segurança ao cliente quanto à exposição ao mercúrio, sem contar com a redução significativa no impacto ambiental. Antes era utilizado em toda a unidade, termômetros e esfigmomanômetros contendo mercúrio, possibilitando assim, por falta de controle, exposição da força de trabalho e pacientes assistidos a agentes tóxicos prejudiciais a saúde. O resíduo não recebia destinação adequada, sendo descartado em rede de esgoto como resíduos comuns, biológicos ou muitas vezes descartados como químicos. Estratégia de Sustentabilidade Em 2001 o Conselho das Nações Unidas recomendou aos países implantar medidas de redução/eliminação do uso de mercúrio, visto que o mesmo é um elemento cumulativo e não se desfaz na natureza. A maioria das lesões produzidas pelo mercúrio é irreversível e incurável. A meta do trabalho foi eliminar o mercúrio em todas as situações nas quais existam produtos ou tecnologias substitutivas e economicamente acessíveis. Na área da saúde assistencial houve a substituição de termômetros e esfigmomanômetros com coluna de mercúrio. A metodologia usada foi a conscientização e sensibilização, visto que não há legislação proibitiva quanto o uso de dispositivos contendo mercúrio em nosso país. Processo de Implementação Durante o „I Encontro Saúde Livre de Mercúrio no Rio de Janeiro‟ em 2009 no Instituto Nacional de Cardiologia, foi apresentado à proposta de substituição dos dispositivos contendo mercúrio nos hospitais brasileiros. Após estudos dos impactos sócio-econômico-ambientais, oriundos do uso diário destes dispositivos, foi apresentado ao corpo Diretor o projeto com objetivo de substituir em toda a unidade hospitalar os mesmos, levando em consideração os ganhos financeiros e a redução nos riscos ocupacionais e impactos ambientais. Após aprovação do corpo Diretor a Gerência de Resíduos fez um levantamento quanto aos tipos de aparelhos contendo mercúrio existente no Instituto (Medidores de Pressão Arterial, Termômetros Clínicos, Termômetros de Banho Maria, Termômetros de Geladeira), onde foi observado que só possuíamos os termômetros clínicos e esfigmomanômetro contendo mercúrio, pois os demais tinham acabados de serem substituídos por dispositivos sem mercúrio. Daí em seguida foi solicitado à coordenação autorização para dar seguimento ao processo de substituição. Após uma longa espera e muitas justificativas com base nas normas de boas práticas, conseguimos autorização para iniciar o processo de licitação, que ocorreu em junho de 2010. Após os tramites supracitados, iniciou-se novo empreendimento, primeiramente à Padronização, pois é rotina da Instituição todo produto médico-hospitalar deve ser padronizado. O que deveria levar em consideração: Registro no INMETRO, ser de fácil higienização e resistente, principalmente quanto à queda. Após essa fase, houve a Licitação e posteriormente a compra. Em abril de 2011 foi realizada a distribuição dos novos termômetros digitais e concomitantemente realizado treinamento da equipe assistencial. Os esfigmomanômetros foram substituídos por aneroides a partir de setembro de 2011, e o último trocado foi em janeiro de 2012. Monitoramento do Processo Foi criada uma lista de conferência para controle de materiais permanentes na qual é utilizado na área assistencial, evitando assim que o mesmo seja extraviado. Monitoramento de não conformidade (uso irregular de equipamento próprio) Desafios e lições aprendidas Encontramos diversas dificuldades, dentre elas, a resistência dos profissionais assistenciais, pois relutaram à adesão aos termômetros digitais, por falta de confiabilidade nos resultados mensurados pelos novos dispositivos e a posteriori, por agregar mais uma responsabilidade à equipe, pois se criou uma nova ferramenta de controle de material. Processo Licitatório e Compras realizadas em longo prazo, sendo dessa forma, um gargalo na implantação do projeto. Incentivar o setor de divulgação a participar desse processo com a confecção de cartazes e informação na intranet. RESULTADOS OBTIDOS Atualmente (desde início de 2012), na esfera assistencial, não há nenhum dispositivo contendo mercúrio sendo utilizado. Tivemos redução do custo com compras de termômetros, antes gastávamos em torno de 1700 termômetros de mercúrio por ano, e desde a implantação em 2011 só gastamos 250 unidades de termômetros digitais (ver quadro comparativo em anexo). Essa ação foi o início para que hoje pudéssemos fazer parte da rede dos Hospitais Verdes e Saudáveis. COMPOSIÇÃO DA EQUIPE - Robson Carlos Monteiro – Gerente de Resíduos, - Cantinilia Maria Bezerra Pinheiro– Enfermeira - Valéria Canejo Camara - Enfermeira - Carla Marques Ribeiro – Agente Administrativo - Margareth Moore Lima Avila - Agente Administrativo - Vanessa Valverde Lisboa - Agente Administrativo REFERÊNCIAS agenciabrasil.ebc.com.br www.saudesemdano.org www.epa.gov www.anvisa.gov.br www.noharm.org planetasustentavel.abril.com.br ANEXOS Divulgação na Intranet: Quadro Comparativo: Período Média Custo unitário Custo final Termômetro Mercúrio Março/2010 a Março/2011 1700 R$ 1,32 R$ 2.244,00 Termômetro Digital 250 R$ 6,00 R$ 1.500,00 Abril/2011 a Abril/2012 Modelo de dispositivo antigo Modelo de dispositivo novo