ANÁLISE DE RELEVO DE SUPERFÍCIES POR MEIO DE REGISTRO HOLOGRÁFICO EM CRISTAIS Bi12TiO20 COM LASERS DE DIODO. E. A. Barbosa *, A.A.V. Filho *, M.R.R. Gesualdi **, M. Muramatsu ** * Laboratório de Óptica Aplicada, Faculdade de Tecnologia de São Paulo, CEETEPS-UNESP, Pça Cel Fernando Prestes, 30, CEP 01124 060, São Paulo – SP, Brazil **b Instituto de Física, Universidade de São Paulo, CP 66318, CEP 05315-970, São Paulo – SP, Brazil E-mail: [email protected] Resumo Apresentamos o estudo sobre o uso de lasers emitindo em múltiplos comprimentos de onda para a técnica de perfilometria holográfica em cristais fotorrefrativos de Bi12TiO20 (BTO). Quando estes lasers são utilizados, a imagem holográfica aparece coberta de franjas de interferência, que correspondem às curvas de nível do objeto estudado. Fazendo-se uso das propriedades destas imagens holográficas, obtivemos interferogramas com dois feixes referência, o que permite uma inspeção visual mais detalhada e diminuição do ruído da medida perfilométrica. 1-Introdução A perfilometria ou análise de relevo de superfícies tem muitas aplicações de grande importância e pode ser aplicada em diversas áreas da indústria, como controle de qualidade, visão artificial, rugosimetria, avaliação de técnicas de soldagem, replicação de peças para CNC, etc . Os métodos ópticos de perfilometria e análise de relevo possuem a vantagem de serem processos não destrutivos e de alta precisão. A técnica de perfilometria por holografia é obtida usualmente quando se utilizam dois comprimentos de onda registrando os hologramas. Este método utiliza um laser que é sintonizado em duas diferentes freqüências de emissão através de uma variação de temperatura ou de corrente elétrica no laser. Isto torna possível sintonizar o comprimento de onda do laser e obriga a prática de um processo de dupla exposição [1,2]. É possível obter-se o mesmo efeito com um laser de diodo ou um laser de curta cavidade (ressonadores curtos) emitindo simultaneamente em vários comprimentos de onda, sem que seja preciso sintonizá-lo, já que o laser de diodo possui uma importante propriedade [3]: os lasers de curta cavidade emitem simultaneamente vários modos longitudinais, cada um com um comprimento de onda [4]. Mesmo que as condições de corrente elétrica no laser e temperatura permaneçam, o laser de curta cavidade possui uma emissão espontânea em multi-modos que geram diferentes comprimentos de onda dentro de uma certa faixa espectral. Conhecida essa propriedade nos lasers de diodo, foi possível agilizar o processo de aquisição dos interferogramas, já que a técnica de sintonizar o laser era mais trabalhosa e não fornecia imagens com boa resolução de imediato. Utilizando o laser de diodo e sua propriedade de emissão em multi-modos não era mais preciso controlar a temperatura ou a corrente elétrica no laser e a qualidade das imagens se mostrou superior assim como o tempo gasto para se gravar os hologramas era significativamente menor. Por estas razões foi adotada a montagem com o laser de diodo de multi-modos (ressonador curto), pelas vantagens apresentadas em relação ao laser sintonizável, além da praticidade e resultados imediatos. Para a conversão do padrão de franjas de interferência num mapa de fase, utilizamos a técnica de “Phase-stepping” (PST) [5], e obtivemos a reconstrução tridimensional do objeto através do método “ Cellular-automata” [6,7]. 2.1-Registro holográfico com laser de multi-modo com um feixe referência Para hologramas com um feixe referência consideramos a incidência dos feixes referência (R) e objeto (S) no cristal fotorrefrativo BTO. Desde que os dois feixes partam originalmente de um mesmo laser multi-modo, as amplitudes R e S no cristal BTO são dadas por [3]: R N (0) = R0 n=( N −1) 2 {i[(k + n∆k )ΓR + ∑ An exp n =−( N −1) 2 } n] (1) S N (0) = S 0 n =( N −1) 2 ∑ {i[(k + n∆k )ΓS + An exp n=−( N −1) 2 } n] onde N é o número de modos de oscilação, k ≡ 2π λ é a variação de comprimento de onda entre dois modos adjacentes, ΓS and ΓR são os caminhos ópticos dos feixes referência e objeto respectivamente, e n é a fase do enésimo modo da saída do laser. O coeficiente An é real. Se o cristal é cortado na configuração eletro-óptica transversa (110) e se o processo de leitura de saída é realizado por auto-difração, então a intensidade ID da reconstrução da onda do objeto é dado como função da eficiência de difração η : Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer R* S N N I D = ηI R ∝ m 2 I R = 2 R 2 + S N N I 2 R (2) onde m é a visibilidade do padrão de interferência e IR é a intensidade do feixe referência. Como não há nenhuma coerência mútua entre modos diferentes, a diferença de fase n − m entre tais modos depende randomicamente do tempo. Por isto, a intensidade da reconstrução holográfica do feixe objeto pode ser escrita pela equação (1) e (2) como: 2 sin[ N∆k (ΓS − ΓR ) 2] I D ∝ 2m0 IR sin[∆k (ΓS − ΓR ) 2] (3) onde m0 ≡ 2 R0 S0 /( R02 + S 02 ) e An =1 na equação (1) para simplificação. Da equação acima a formação de franjas claras e escuras na imagem holográfica na gravação por exposição simples se torna clara. Como o valor do caminho óptico para o feixe referência ΓR depende exclusivamente da geometria da montagem óptica, conclui-se que a franja de interferência é uma região de isodistância do objeto em relativamente a face dianteira do meio holográfico. Considerando dois pontos A e B cada um franjas claras adjacentes, obtém-se da equação (3) a diferença de caminho óptico entre os pontos A eB: ΓS , B − ΓS , A = 2π λ = ≡ λS ∆k ∆λ 2 (4) onde λS é o comprimento de onda sintético [2] e ∆λ é o intervalo de comprimento de onda entre modos adjacentes. O termo λ2 ∆λ é relacionado ao FSR para modos longitudinais devido aos processos de “hole burning” [4] pela expressão λ2 ∆λ = c ∆ = 2 L , onde L é o comprimento do ressonador do laser. Assim, quanto mais curta a cavidade do laser, maior é o seu FSR, e menor será a diferença de profundidade entre franjas adjacentes. Pelas razões expostas acima, as cavidades tipicamente curtas dos laser de diodo fazem deles uma fonte luminosa muito interessante para os propósitos de perfilometria por holografia. Como a incidência do feixe que ilumina o objeto é quase normal, pode-se escrever a relação para a diferença de profundidade ∆z entre duas franjas vizinhas como ∆z ≈ (ΓS ,B − ΓS , A ) 2 = L . 2.2– Perfilometria de superfície pela técnica de Phase-Stepping com um feixe referência A emissão do laser de diodo em múltiplos modos longitudinais permite o emprego da técnica de “Phase-stepping” para a análise quantitativa das franjas obtidas Considerando os três modos oscilantes, essa técnica de avaliação das franjas está baseada na mudança de intensidade devido a uma mudança de fase provocada em um dos feixes na montagem experimental, assim é feito um avanço de fase no feixe referência na seqüência: 0-, π/2-, π- e 3π/2. Desta forma, a equação (3) pode ser escrita como : 2 sin[ N (∆kΓS ( x, y ) + lπ 2) / 2] I D ,l ( x, y ) ∝ 2m0 IR sin[(∆kΓS ( x, y ) / 2 + lπ 2) / 2] (5) onde l=0,1,2 and 3. Considerando-se N=3 como o número de modos oscilantes, obtém-se, por manipulação matemática a fase relativa S ( x, y ) ≡ ∆kΓS ( x, y ) 2 da superfície como função das intensidades ID0, ID1, ID2 e ID3 do interferograma: S ( x, y ) I D1 − I D3 1 = arctan I − I 2 D0 D2 (6) Da equação acima obtém-se um mapa de fase em tonalidades de cinza com valores no faixa de -π < S < π, correspondendo a 256 tons, do preto ( S = -π) ao branco ( S = π). 2.3- Registro holográfico com laser multi-modo com dois feixes referência. A emissão do laser de diodo em múltiplos modos também permite a análise de franjas através de inspeção visual. Da equação (3) observa-se que a largura da franja clara e o número de modos oscilantes são inversamente proporcionais [3]. A figura 1 mostra o contorno de uma franja clara para N=2 (curva pontilhada), N=5 (curva tracejada) e N=8 (curva contínua) modos para 1.18 rd/mm ao redor de λ=670nm. Figura 1: largura da franja de interferência para N=2 (linha pontilhada), N=5 (linha tracejada) e N=8 modos laser. Pode-se obter vantagem de tal propriedade empregando-se um laser que emite com mais de dois modos e uma montagem óptica com um feixe objeto e com dois feixes referência para aumentar a Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer sensibilidade da técnica por análise qualitativa e quantitativa. Considerando-se a incidência de dois feixes referência 1 e 2 com intensidade IR1 e IR2, tal que I R1 = I R 2 = I R 2 . Neste caso, a reconstrução holográfica do objeto é a superposição de duas imagens holográficas, cada um gerado pela interação da onda de objeto com uma das ondas de referência. Assim, o interferograma na imagem holográfica tem a seguinte distribuição de intensidades: I D' sin[ N∆k (Γ − Γ ) 2] 2 S R1 ∝ 2m0 + sin [ ∆ k ( Γ − Γ S R 1 ) 2] 2 sin[ N∆k (ΓS − ΓR 2 ) 2] sin[∆k (ΓS − ΓR 2 ) 2] Neste caso, ambos feixes referência são defasados simultaneamente de 0, π/2, π e 3π/2 (relativos a λSeff ), resultando em quatros interferogramas cuja intensidade é determinada por : { [( )] } I D' ,l ∝ 4 m 0 I R 4 cos 2 ∆k eff ΓS + l π 2 2 +1 , (9) onde l=0,1,2,3. (7) I R onde ΓR1 and ΓR2 são os caminhos ópticos dos feixes referência 1 e 2, respectivamente. No caso, cada feixe referência contribui para a formação de um padrão de franjas na superfície do objeto cuja intensidade depende da diferença ΓS − ΓRi . A imagem holográfica resulta da distribuição de intensidade de luz dada pela equação (7), assim, ajustando os caminhos ópticos tal que ΓR 2 − ΓR1 = q λ2 ( 2∆λ )= qλS / 2 (q=1,3,5...), a equação se reduz a: I D' ∝ 4 m0 I R {4 cos 2 [∆k eff (ΓS − ΓR1 ) 2] +1} (8) Por conveniência, é definida pela relação acima o comprimento de onda sintético efetivo como λSeff = λ2 (2 ∆λ) = λS 2 e o intervalo de comprimento de onda efetivo como ∆k eff ≡ 2π λeff . A figura 2a mostra a distribuição de intensidade do interferograma gerado por um único feixe referência para N=3 modos de laser como função da profundidade ∆z de acordo com a equação (3), enquanto a figura 2b mostra o padrão de franjas gerados por dois feixes referência da equação (8) quando a condição ΓR 2 − ΓR1 = qλSeff é obedecida. Ambas as figuras têm a mesma escala em z . Fica claro nas figuras 2a e 2b e pela equação (9) que o segundo interferograma (2b) tem duas vezes a frequência espacial do primeiro. Conseqüentemente, apesar da visibilidade da franja diminuir no segundo caso, a sensibilidade de perfilometria é dobrada quando os caminhos ópticos com dois feixes referência são devidamente ajustados. Além disso como demonstrado na referência em [2], diminuindo-se o comprimento de onda sintético, o ruído nas medidas de perfil é diminuído. 2(a) 2(b) Figura 2 padrões de interferência gerado por a – um feixe referência e b- por dois feixes referência, para N=3 modos laser Procedendo-se da mesma analogamente à secção 2.2 obtém-se a fase S' ( x, y ) : ' S ( x, y ) I' −I' 1 = arctan− 'D1 D' 3 I −I 4 D0 D 2 (10) As figuras a seguir mostram os gráficos de ' S ( x, y ) e S ( x, y ) em função da profundidade ∆z, para ∆k eff = 2∆k = 2.36 rd/mm e um comprimento de onda de 670 nm. As duas figuras possuem a mesma escala ∆z, e observa-se que quando são empregados dois feixes referência (fig 3-b) a frequência é duas vezes maior que com um feixe referência (fig 3-a). Os resultados das figuras acima são obtidos pelas equações (10) e (6) , esse procedimento é necessário para obtenção do mapa de fase do objeto mostrado na seção 4. 2.4- Perfilometria de superfícies pela técnica de Phase-Stepping com dois feixes referência. Da equação (8) o método de PST é novamente empregado, com quatro interferogramas. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer 3(a) 3(b) Figura 3: perfil do mapa de fase para a – um feixe referência e b – dois feixes referência 3 - Procedimento Experimental: A montagem experimental é mostrada na figura 4 com dois feixes referência, o que promove uma melhor análise do estudo de superfícies. É usado um laser de diodo com comprimento de onda de 670 nm com FSR de ∆ = 53GHz, que corresponde a um ∆k de aproximadamente de 1.18 rd/mm e ∆z =2.66 mm , e potência de 30mW. São usados dois divisores de feixe BS1 e BS2, o primeiro divide os feixes referência e objeto e o segundo divide o feixe referência nos feixes referência 1 e 2. direcionados pelos espelhos M1, M4 e M3 até atingirem os prismas PR1 e PR2 ( prismas de 90o), onde por reflexão interna são direcionados para o cristal e acabam por interferir com o feixe objeto registrando o holograma. Como o cristal BTO possui atividade óptica, a polarização da luz é girada ao incidir no cristal, que está cortado com o eixo [001] ortogonal ao plano de incidência. A luz deve entrar em uma determinada polarização, selecionada pelo polarizador P1, para que o feixe difratado seja ortogonalmente polarizado em relação ao feixe transmitido. A luz que sai do cristal passa pelo polarizador P2 que é ajustado de forma a garantir somente a passagem do feixe difratado, que fornece a reconstrução holográfica do objeto em estudo. O feixe resultante passa então pela lente L3 e é focalizado em uma câmera CCD, que é ligada a um microcomputador onde as imagens são digitalizadas e analisadas. São também utilizados micrômetros para movimentar os prismas PR1 e PR2. Esses micrômetros é que fazem o avanço transversal nos dois prismas mudando o caminho óptico nos feixes referência (técnica de PST). A fase a ser avançada é calculada em milímetros e o avanço é feito no tambor de leitura dos micrômetros. O avanço utilizado é de ∆z 4 = 0.66 mm para dois feixes referência que são ajustados para que as franjas resultantes de cada feixe referência fiquem intercaladas em cada avanço. A diferença de caminho óptico entre os dois feixes referência deve ser um múltiplo inteiro ímpar do comprimento de onda efetivo, isso faz com que os dois padrões de franja produzidos por cada feixe referência se intercalem e gerem um maior número de franjas a ser observado. O mapa de fase é feito após a obtenção das imagens digitalizadas adquiridas pela câmera CCD ligada a um PC. Para cada objeto em estudo são recolhidas 4 imagens de interferogramas. Com programa em linguagem C foi desenvolvido a partir de um programa de interferometria que torna possível o tratamento das imagens pixel a pixel calculando o mapa de fase e fornecendo imagens tridimensionais dos objetos estudados. 4 - Resultados Obtidos. 4.1 – Com um feixe referência Figura 4: montagem óptica utilizada. BS, divisores de feixe; L, lentes, PR, prismas de 90o, M, espelhos, BTO, cristal fotorrefrativo A lente L1 é usada para divergir o feixe objeto que provém do laser. Depois de expandido, o feixe ilumina o objeto através do espelho M2 e então passa pela lente L2, que focaliza a imagem do objeto no cristal BTO. Os dois feixes referência são O feixe referência 1 foi bloqueado, e foram estudados objetos como uma placa de metal, um cilindro de metal e um auto falante. A imagem 5a mostra o interferograma da placa metálica posicionada a um ângulo de 30o em relação à face frontal do cristal BTO. A figura 5b mostra o mapa de fase, enquanto que a figura 5c mostra a reconstrução tridimensional do objeto. O mesmo foi realizado na análise do cilindro, conforme mostram as figuras 6a, 6b e 6c, e na análise da superfície do alto-falante, mostrada seqüencialmente nas figuras 7a, 7b e 7c. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer 6(c) Figura 6: estudo do cilindro. a – interferograma (padrão de franjas); b – mapa de fase e creconstrução 3-D 5(a) 5(b) 7(a) 7(b) 5(c) Figura 5: estudo da placa metálica. a – interferograma (padrão de franjas); b – mapa de fase e c- reconstrução 3-D 7(c) Figura 7: estudo análogo às figuras 5 e 6, para a superfície de um alto-falante 4.2 – Com dois feixes referência 6(a) 6(b) O feixe referência 1 é desbloqueado, e procedeu-se de forma análoga para a análise de relevo da placa de vidro posicionada a aproximadamente 22o em relação a face frontal do BTO. A diferença de caminho óptico entre os dois feixes referência foi ajustada para ser um múltiplo ímpar de λSeff e o registro holográfico com dois feixes referência foi realizado. O tempo de escrita do holograma foi de cerca de 15 s. A figura 8a mostra o interferograma da placa metálica obtido por este procedimento. A técnica de “phase stepping” foi aplicada conforme descrito nas seções anteriores, e o deslocamento aplicado entre passo foi de 0,33 mm. As figuras 8b e 8c mostram o mapa de fase e a reconstrução tridimensional da placa, respectivamente. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer 5 – Conclusões 8(a) 8(b) 8(c) Figura 8: levantamento tridimensional da As figuras 9 e 10 mostram as imagens holográficas cobertas de franjas de interferência da superfície cilíndrica e do alto falante, estudados na seção 3, agora com dois feixes referência. Nota-se, neste caso, que as imagens holográficas obtidas mostram interferogramas com maior freqüência espacial, o que possibilita uma melhor visualização dos detalhes do relevo da superfície. Figura 9: interferograma do cilindro obtido com dois feixes referência. Note que a concentração de franjas é o dobro da mostrada na figura 6a Figura 10: interferograma do alto-falante com dois feixes referência Demonstramos a análise do relevo de superfícies por holografia em cristais fotorrefrativos de Bi12TiO20 através de lasers de diodo operando em múltiplos modos. As reconstruções tridimensionais obtidas através dos interferogramas e com o auxílio das técnicas PST e Cellular-automata reproduziram as superfícies estudadas com boa fidelidade, tanto no que se refere à sua geometria, quanto no que diz respeito à textura destas superfícies. As eventuais discrepâncias devem-se a problemas de ruído eletrônico da câmera CCD utilizada e de ruído óptico, gerado pelo espalhamento de luz nas faces do cristal fotorrefrativo. Esta última classe de ruídos pode porém ser minimizada, possibilitando a reconstruções tridimensionais de melhor qualidade. A utilização de dois feixes referência para a análise de superfícies permite a obtenção de imagens de menor ruído óptico, além de fornecer uma análise qualitativa mais detalhada. O uso de lasers multimodo favorece a realização de ensaios com muito maior rapidez e simplicidade do que as técnicas holográficas convencionais, já que os interferogramas podem ser obtidos através de uma única exposição. Agradecimentos Os autores são gratos ao Prof. Jaime Frejlich, da Unicamp, pelo cristal BTO utilizado. Este trabalho foi parcialmente financiado pela Fundação de Apoio à Tecnologia. Referências [1] P. Hariharan, Optical holography: Principles, techniques and applications, Cambridge University Press, 1984; [2] J.E. Millerd, N.J. Brock, Holographic profilometry with a rhodium-doped barium titanate crystal and a diode laser, Appl. Opt .Vol. 36, pp. 2427-2431, 1997; [3] E.A. Barbosa, Holographic Imaging with multimode, large free spectral range lasers in photorefractive sillenite crystals, Appl. 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