○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ João Pinto J O G A D O R 104 João Pinto é um nome de referência do futebol português. Aos 34 anos representa, de novo, o clube que o viu nascer para a profissão. Depois de uma longa passagem por Lisboa, onde representou os dois clubes emblemáticos da capital, regressou ao Porto, a sua cidade de origem. Admirador do carácter portuense, João Pinto divide-se entre as duas principais cidades portuguesas. to, na zona de Campanhã. E nem os anos que passou longe da Invicta esfriaram o que sente por ela. “A relação que mantenho com a cidade do Porto é inata, é uma relação de infância que marca para o resto da vida”, refere. Para o jogador, a qualidade de vida no Porto é melhor do que em Lisboa. “Comparativamente vive-se com menos stress no Porto. O trânsito, apesar de intenso, é muito mais aceitável do que na capital. Aqui deslocamo-nos mais facilmente”, explica. Para João Pinto, os portuenses são muito afáveis e mais próximos uns dos outros. “Esta é uma característica dos nortenhos em geral, de que o Porto é um ex-libris”, diz. “Quando voltei à cidade, depois de longos anos passados fora, gem de marca da cidade. “Apesar de achar o centro da cidade muito bonito confesso que não tenho passado muito por lá”. Um factor que lhe desagrada é a falta de cuidados com as praias. “Temos praias lindíssimas na zona da Foz e é com imensa pena que 105 constato que não são cuidadas como deveriam. A qualidade da água deixa muito a desejar e a limpeza não é a melhor”, refere o jogador. Aos poucos está a entrar novamente no ritmo da cidade. “Depois de uma prolongada ausência estou a redescobrir o Porto”, confessa. A adaptação à vida na capital decorreu com normalidade até porque já conhecia bem Lisboa. “Quando era mais jovem passava muito Viva! Local Viva! Local O capitão do Bessa encontrei os meus amigos que já não via há muito e parecia que nem tinha estado 12 anos longe”, refere. Para o jogador, a união e um bairrismo mais acentuado são também características das gentes do Porto. Redescobrir o Porto Gosta da Ribeira e da Foz e na Torre dos Clérigos e Avenida dos Aliados vê a ima- Texto: Marta Almeida Carvalho Fotos: Virgínia Ferreira J oão Manuel Vieira Pinto, jogador do Boavista, é um portuense de gema. Toda a sua infância e adolescência foram passadas no Por- Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ João Pinto J O G A D O R 106 tempo lá por causa da selecção. Por isso a minha adaptação foi rápida”. Os dois filhos mais velhos do jogador, Tiago (18 anos) e Diana (15) estão a viver na capital e é deles que mais sente a falta. O novo rebento, João (8 meses), fruto da sua relação com Marisa Cruz e o resto da família estão no Porto o que ajuda a suportar a saudade. A gastronomia é mais variada no norte, apesar da sua opinião de que se come bem por todo o país. “Há excepção do Algarve que é necessário saber onde se come. Isto é, sem dúvida um grave defeito, já que pela sua natureza turística deveria oferecer uma maior qualidade gastronómica”, conta. Gosta dos “petiscos” portuenses, como as tripas e francesinhas, embora só os saboreie pontualmente. Mas confessa que não é esquisito. “Só não gosto de leite e de natas”. João Pinto começou a jogar desde muito jovem. “Cresci no Bairro do Falcão onde havia um rinque. Todos os dias jogava lá com os meus amigos e o gosto pelo futebol foi-se acentuando”. Aos doze anos chegou ao Boavista, onde iniciou o seu percurso profissional. Com dezassete foi sendo integrado na equipa principal para, logo no ano seguinte rumar a Espanha, onde se manteve durante ano e meio no Atlético de Madrid. Acabou por regressar ao Bessa, numa época em que ganhou a Taça de Portugal e conseguiu o terceiro lugar no campeonato. O Benfica foi o destino seguinte do jogador, onde se manteve durante vários anos. Antes do regresso ao Bessa, há duas épocas, passou ainda pelo Sporting. João Pinto demonstra um grande orgulho em ser capitão da equipa que o viu nascer para uma carreira invejável. “Voltar ao Boavista é como um regresso às origens”, explica. Com um percurso notável a nível de clubes e de selecção - onde foi por duas vezes campeão do mundo de sub20 (1989 e 1991) - João Pinto foi presença constante na equipa das Quinas e um nome já indissociável do futebol português. Viva! Local Viva! Local No mundo do futebol 107 Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local Local