HORMÔNIOS: DA PRESCRIÇÃO MÉDICA À TERAPIA INDIVIDUALIZADA Autores: Adriane Paula Albernaz Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia Resumo Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica da literatura abordando a importância dos hormônios bioidênticos na reposição hormonal, bem como a importância da terapia individualizada para a reposição de hormônios. Métodos: O trabalho foi realizado através de revisão bibliográfica em artigos científicos, bases de dados Scientific Electronic Library Online – Scielo e a base de dados do Centro de Pesquisa e Tecnologia Farmacêutica da Farmácia Artesanal. Desenvolvimento e Discussão: Envelhecer com saúde é, com certeza, o desejo da maioria das pessoas, que, com o avanço da medicina, buscam mais qualidade de vida para viver mais e melhor. Nas últimas décadas a expectativa de vida da população aumentou e continua aumentando. O envelhecimento é um processo natural, caracterizado por várias alterações biológicas, dentre elas e digna de destaque, a queda nos níveis hormonais em homens e mulheres a partir dos 40 anos. Esse processo é inevitável, porém, existem práticas que permitem retardá-lo, sendo uma delas a reposição hormonal, que busca eliminar os sintomas da queda de hormônios através do uso de hormônios bioidênticos, cujas estruturas moleculares são idênticas às dos equivalentes encontrados no organismo. O uso de hormônios bioidênticos na reposição hormonal diminui a ocorrência de efeitos colaterais na terapia de reposição hormonal. Hormônios bioidenticos são substâncias de efeito diário que permitem o monitoramento de dosagem individual, pois cada organismo é diferente do outro, não sendo possível a padronização de qualquer tratamento utilizado, evitando doses de depósito ou o uso de concentrações comuns a todos os pacientes. Os médicos sempre devem decidir sobre as indicações terapêuticas de seus pacientes com base nos riscos e benefícios individuais de cada paciente, garantindo a responsabilidade de promover condições de tratamento ou prevenção com o foco na qualidade de vida de cada paciente. Conclusão: A reposição hormonal visa o equilíbrio orgânico e restabelecendo os níveis hormonais em cada indivíduo através da reposição dos mesmos com hormônios bioidênticos. A eficácia deste tratamento deve ser associada a uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas. A reposição com Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] hormônios visa garantir vitalidade, força e energia e não tem função de parar o tempo, mas pode atrasar o relógio biológico, reduzindo a velocidade com que as pessoas envelhecem, minimizando as possibilidades de patologias. Descritores: Envelhecimento, Hormônios Bioidênticos, Reposição hormonal. Abstract Objective: Conduct a literature review addressing the importance of bioidentical hormones in hormone replacement, as well as the importance of individualized therapy for hormone replacement. Methods: The study was conducted through literature review papers, Scielo databases, Database Research Center of Pharmacy and Pharmaceutical Technology Craft. Development and Discussion: Healthy aging is certainly the desire of most people, that with the advancement of medicine, seek a better quality of life to live longer and better. In recent decades the life expectancy of the population has increased and continues to increase. Aging is a natural process, characterized by several biological changes, among them prominent and worthy, the drop in hormone levels in men and women from the age of 40. This process is inevitable, but there are practices to slow it down, one of HRT, which seeks to eliminate the symptoms of the decline of hormones through the use of bioidentical hormones, whose molecular structures are identical to the values found in the body. The use of bioidentical hormones in hormone replacement decreases the occurrence of side effects on hormone replacement therapy. Bioidentical Hormones are substances having a diary that allow monitoring of individual dosage because everybody is different from another, it is not possible to standardize any treatment used, avoiding doses of deposit or the use of concentrations common to all patients. Doctors should always decide on the therapeutic indications of their patients based on the risks and benefits of each individual patient, ensuring a responsibility to promote conditions of treatment or prevention with the focus on quality of life of each patient. Conclusion: Hormones Replacement Therapy aims to balance organic and restoring hormone levels in each individual by replacing the same with bioidentical hormones. The effectiveness of this treatment should be coupled with a healthy diet and physical activity. Replacement with hormones aims to ensure vitality, strength and energy and has no function to stop time, but it may delay the biological clock, reducing the rate at which people age, minimizing the chances of pathologies. Keywords: Aging, bioidentical hormones, hormone replacement. Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] Introdução O mundo moderno está ficando cada dia mais “grisalho”. Nunca antes na história, tantos indivíduos puderam atingir uma idade tão avançada quanto atualmente. A expectativa de vida aumentou, e continua aumentando, em todo o mundo. Isto se deve à melhora das condições socioeconômicas, que permite à população buscar qualidade de vida, ao progresso da medicina moderna, que se preocupa e traz inovações para todos os segmentos relacionados à saúde, à conscientização ecológica, à preocupação com o meio ambiente atual e futuro, e ao estilo de vida saudável, buscado por famílias de todo o mundo, preocupadas com a saúde de todos1. Para conquistar uma vida longa, ou seja, um envelhecimento saudável, é necessário não somente acrescentar anos à vida, mas também acrescentar vida aos anos. O envelhecimento bem sucedido é multidimensional, abrangendo vários fatores como a prevenção de doenças e deficiências, a manutenção da função física e cognitiva elevada e a presença do indivíduo em atividades sociais e produtivas. Porém, além dessas situações mencionadas, o indivíduo deve se preocupar com seu estilo de vida2. O envelhecimento é um processo natural, caraterizado por alterações biológicas que ocorrem durante a vida e que resultam em uma progressiva redução da resistência ao estresse e no aumento da vulnerabilidade a doenças. Uma das alterações biológicas do envelhecimento é a queda na produção de hormônios sendo que, para melhorar a qualidade de vida, é necessário começar um tratamento de reposição hormonal3. Por volta dos 45 anos de idade a mulher começa a apresentar uma deficiência na produção de hormônios e começa a sentir diversos sintomas indesejáveis, sendo este processo denominado climatério, representando a fase da vida na qual as gônadas femininas cessam sua função 4. Já nos homens esse processo é denominado andropausa, e é caracterizado pela deficiência na produção de testosterona5. A terapia de reposição hormonal, embora não seja totalmente desprovida de riscos, surgiu com o propósito de aliviar os sintomas apresentados pela queda dos hormônios em ambos os sexos e de agir preventivamente, reduzindo o aparecimento de doenças4. Atualmente, os estudos mostram que há uma maior preocupação tanto por parte de médicos como de pacientes, em relação aos efeitos colaterais apresentados pela reposição hormonal. Na busca por alternativas para a diminuição destes efeitos colaterais, surgiu a reposição hormonal com hormônios bioidênticos, que se baseia na administração de Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] hormônios que sejam bem aceitos pelo corpo, por serem iguais aos hormônios que produzimos, sendo assim possível obter uma resposta integral do organismo6. Metodologia O trabalho foi realizado no período de março de 2012 a outubro de 2012, as fontes utilizadas foram artigos científicos, bases de dados Scientific Electronic Library Online – Scielo (www.scielo.org) e a base de dados do Centro de Pesquisa e Tecnologia Farmacêutica da Farmácia Artesanal. Desenvolvimento Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, a população mundial vem envelhecendo de uma maneira rápida, com uma expectativa de vida crescente. De acordo com o IBGE, a expectativa de vida aumentou 25,4 anos entre 1960 e 2010. A idade passou de 48,0 anos para 73,4 anos. Esse crescimento provoca várias adequações à nossa realidade, e é natural que a população se interesse por esse assunto, e assim busque novas informações e descobertas apresentadas pela prática de Longevidade Saudável, que procura envelhecer com saúde, porém com dignidade e liberdade para escolher entre curar doenças ou prevenir patologias7. É fato que o processo de envelhecimento é inevitável e ainda não existe mágica para evitá-lo, porém atualmente existem várias práticas que permitem retardá-lo, e uma delas é a reposição hormonal. Para saber mais sobre essa prática, é necessário conceituar hormônios, sua produção e sua ação 7. Hormônios são substâncias químicas secretadas para o sangue por células especializadas que regulam funções metabólicas em todo o organismo. Também conhecidos como “mensageiros químicos” os hormônios regulam o crescimento e o desenvolvimento de várias células e tecidos. Eles afetam somente um tipo específico de tecido, o tecido alvo, pois este possui os receptores celulares aonde os hormônios irão se ligar para iniciar sua ação8. Dentre as suas várias ações, podemos destacar: auxiliar na regulação da disponibilidade energética, na reprodução, no crescimento e desenvolvimento, manutenção de processos no organismo, no comportamento do indivíduo, na metabologia, enfim, os hormônios influenciam na homeostase de todo o organismo8. A partir da adolescência, a produção hormonal assume características diferentes para Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] ambos os sexos e é nessa idade onde os níveis hormonais começam a expressar características marcantes em cada indivíduo. Homens e mulheres têm os mesmos hormônios, porém em concentrações diferentes. A variação hormonal também acontece em um mesmo indivíduo, que pode ter variações hormonais em diferentes fases da vida, sendo que a deficiência ou o excesso de um hormônio pode desencadear um desequilíbrio nos outros10. A partir dos 30 anos, perdemos de 10 a 15% dos hormônios do corpo a cada 10 anos. Aos 50 anos, os seres humanos apresentam apenas 70% dos hormônios que tinham aos 30 anos, e aos 70, apenas 40%. Sendo assim, questiona-se: é possível retardar essa queda hormonal ou repor esses hormônios quando o indivíduo atinge essa idade avançada?10 Estudos apresentam que os fenômenos degenerativos que ocorrem no envelhecimento são causados, fundamentalmente, pelo desequilíbrio hormonal, com isso podemos afirmar que a produção de hormônios não cai porque envelhecemos, pelo contrário, envelhecemos porque a produção de hormônios cai10. A reposição hormonal busca eliminar os sintomas dessa queda hormonal. O primeiro e ainda hoje o motivo mais frequente para iniciar a prescrição ou a terapia de reposição hormonal é o alívio dos sintomas do climatério, nas mulheres, e da andropausa, nos homens. A reposição não tem função de parar o tempo, mas pode atrasar o relógio biológico, reduzindo a velocidade com que envelhecemos, minimizando as possibilidades de patologias. Tem por objetivo elevar o nível da taxa hormonal até que seja compatível com aqueles de adultos jovens, entre 25 e 30 anos10. Além disso, estudos mostram durante o processo de envelhecimento, o organismo promove diversas alterações na produção e equilíbrio dos níveis no sangue de hormônios, e acredita-se que esses hormônios tenha participação em diversas funções psíquicas, promovendo alterações no humor e na cognição, até favorecendo o surgimento de queixas depressivas. Identificar tais quadros depressivos durante a menopausa, em mulheres, é importante à medida que a população mundial vem envelhecendo. O uso terapêutico de hormônios pode promover o alívio desses sintomas10. No mercado, atualmente, são encontradas três classes de hormônios: naturais, cuja fonte é a natureza não sofrendo nenhuma modificação artificial; sintético, produzido artificialmente em laboratório; e o bioidêntico, cuja estrutura molecular é idêntica à do equivalente encontrado no organismo humano, sendo que podem ter origem sintética ou natural e quando utilizados nas dosagens adequadas carecem de efeitos colaterais. Atualmente Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] os hormônios bioidênticos são os mais utilizados na reposição hormonal11. Nos últimos anos pacientes e médicos têm descoberto a maravilha do uso dos hormônios bioidênticos para o tratamento das quedas hormonais em homens e mulheres. Nesse estágio de evolução da humanidade, os hormônios bioidênticos são a forma mais segura de se restabelecer os níveis hormonais de cada indivíduo. Saímos da era dos hormônios convencionais, sintéticos, que foram uma evolução para a sua época, só que com efeitos colaterais que causaram e ainda causam danos aos seres humanos. Desde que surgiu, então, a terapia com o uso de hormônios bioidênticos, não há motivos para continuar a utilizar os sintéticos12. Os hormônios bioidênticos foram introduzidos no Brasil há cerca de 10 anos. Eles são substâncias de efeito diário e permitem o monitoramento da dosagem individual, diferentemente dos hormônios de origem química ou sintéticos, onde normalmente as doses são de depósito, ou seja, feitos para durarem no corpo por períodos prolongados e em concentrações comuns a todos os pacientes. Os hormônios bioidênticos se renovam a cada 24h no organismo, já os sintéticos podem permanecer por até 180 dias no organismo, o que pode levar ao acúmulo de metabólitos ou toxinas13. A atividade de um hormônio é determinada, em parte, por sua estrutura química, que facilita a ligação deste no que chamados de sítio de ação específico dentro do organismo. Ao utilizar substâncias quimicamente diferentes, esta ligação será prejudicada, podendo nem ocorrer, e essas substâncias podem não exercer o efeito esperado. Ao utilizarmos hormônios quimicamente iguais que por variados motivos o organismo humano deixou de produzir ou reduziu a produção, a chance desta ligação ocorrer aumenta consideravelmente, e assim, aumenta também o efeito hormonal13. A utilização de hormônios totalmente bioidênticos, quando acompanhada e prescrita por um médico capacitado, a reposição ou modulação hormonal proporciona ao paciente maior eficácia e segurança, com menor incidência de efeitos colaterais13. Nas mulheres, os sintomas do climatério variam significativamente para cada mulher, podendo algumas permanecer assintomáticas. Os sintomas mais prevalentes são fogachos, vasomotores e sudorese excessiva, o que compromete a qualidade de vida de cerca de 50% das mulheres pós-menopáusicas. Está bem estabelecido que os sintomas do climatério estão diretamente relacionados à redução dos níveis de estrogênios e que a reposição hormonal alivia acentuadamente esses sintomas num número expressivos de pacientes. Os hormônios Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] femininos são responsáveis pelas características físicas da mulher, como o crescimento dos seios, alterações do humor, ovulação, entre outros. Estudos apontam que é possível prever que a população feminina possa viver cerca de um terço de suas vidas após a menopausa. Em 1990 havia cerca de 467 milhões de mulheres com idade igual ou superior a 50 anos, sendo que para o ano de 2030, a estimativa é que esse grupo atinja os 1200 milhões de mulheres. Os principais hormônios femininos são: Estradiol, Estriol, também classificados como estrógenos, e a progesterona14. Sintetizado nos ovários e metabolizado no fígado, o estradiol é a forma mais ativa de estrogênio, sua principal função é provocar a proliferação celular e o crescimento dos tecidos nos órgãos sexuais e outros tecidos relacionados com a reprodução. Os estrogênios promovem o desenvolvimento do tecido conjuntivo e depósito de gorduras nas mamas. Também são fundamentais na manutenção da função cognitiva da mulher12. Estriol é considerado o estrogênio menos potente, apresentando uma ação cuja duração é mais curta que a do estradiol. Dependendo do seu uso, o estriol pode alcançar ótimo efeito estrogênico em tecidos-alvo tais como a mucosa vaginal12. O progestogênio tem como objetivo principal proteger o endométrio do aparecimento de hiperplasias e neoplasias, sendo então a progesterona um hormônio esteroidal produzido nos ovários a partir da pregnenolona, e está envolvida no desenvolvimento da glândula mamaria, na gravidez, no ciclo menstrual e na reposição. Durante todo o período de fluxo hormonal na mulher, os níveis de estrogênio e progesterona sempre atuam em perfeito equilíbrio, num quadro de atuação interdependente12. Os hormônios bioidênticos são seguros e eficazes, não apenas na prevenção dos fogachos (ondas de calor) e de outros sinais de deficiência estrogênica, mas também na proteção contra a doença cardíaca, osteoporose, câncer e declínio mental. As mulheres devem receber suplementação de estrogênio associada a progesterona bioidêntica12. Durante a meia-idade a mulher passa por um processo longo e gradual de declínio na produção dos hormônios, e esse processo é denominado de climatério, sendo a menopausa um dos fatores que ocorrem dentro deste período. Esse processo acarreta diversas consequências e sintomas como: nervosismo, diminuição da memória, fadiga, fogachos e alterações vasomotoras à mulher que passa por essa etapa. É nesse período onde a maioria das mulheres busca por orientação médica para dosar as taxas hormonais e iniciam a reposição ou modulação hormonal desses hormônios que entraram em queda15. A reposição hormonal Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] beneficia amplamente as pacientes que sofrem a síndrome climatérica e que contribui para a melhoria da qualidade de vida dessas mulheres. A terapia de modulação hormonal é utilizada, então, como o tratamento mais indicado para o alívio desses sintomas, e pode até atuar no declínio cognitivo associado ao envelhecimento nessas mulheres. Nessa fase da vida as gônadas femininas cessam a produção de estrogênio e ocorre o último sangramento cíclico. Esta diminuição dos níveis hormonais pode gerar alterações ginecológicas e não ginecológicas, sendo que uma das maneiras mais comuns utilizadas atualmente para o controle dessa oscilação hormonal é a reposição hormonal com hormônios bioidênticos15. Cada organismo é diferente do outro, dessa forma, essa terapia deve ser individualizada, como também são necessárias diferentes doses para cada tipo de mulher. Não é possível padronizar qualquer tratamento utilizado. O tratamento deve ser recomendado após avaliação por um prescritor capacitado para o tal e de forma individual. Dessa forma, os benefícios superam os riscos e o tratamento deve ser recomendado14. Com o avançar da idade, o homem diminui a produção de vários hormônios, principalmente os esteróides sexuais, onde a testosterona é o principal hormônio em queda. A redução dos níveis de testosterona é natural após os 40 anos de idade. Os testículos são os principais responsáveis pela produção de androgênios, como também a próstata é um importante alvo dos hormônios e sua maturidade funcional e seu desenvolvimento são influenciados pelos níveis de esteroides. A glândula prostática de um homem é muito sensível às mudanças hormonais que acontecem ao redor da meia-idade. A testosterona é o androgênio mais abundante e responsável pela maioria dos efeitos hormonais masculinizantes16. A testosterona é o nosso hormônio anabolizante mais importante, o que significa que ela ajuda as células a gerar energia a partir do que comemos, constrói ossos e músculos mais fortes, sendo necessária para o bom funcionamento do cérebro. A manutenção dos níveis desse hormônio pode reduzir o colesterol LDL, o hormônio do crescimento, reduz a pressão sanguínea e normaliza os ritmos anormais do coração, entre outros benefícios17. Acima dos 40 anos de idade, a testosterona vai se reduzindo em torno de um por cento por ano. A reposição com testosterona bioidêntica em homens não apenas melhora a libido e a sexualidade, mas também propicia bem estar global, melhorando o humor e dos níveis de energia, ganho de massa óssea e muscular, como também melhor a da saúde cardiovascular e cognitiva12. Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] Recentemente o conselho federal de medicina publicou a resolução nº 1999/2012 resolvendo que a reposição de deficiências hormonais se fará em caso de deficiência específica comprovada, ou de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra evidências de benefícios cientificamente comprovados. Essa resolução apresenta a importância do acompanhamento médico para os pacientes que fazem uso dessa terapia de reposição hormonal e mostra ainda mais a importância desse profissional para a prescrição dessas substâncias18. Se houver deficiências no organismo, e que essas sejam comprovadas, como no caso da menopausa na mulher, o médico pode sugerir a reposição hormonal, e somente nesses casos ela é indicada. A reposição hormonal busca o equilíbrio dessas substâncias no indivíduo, busca repor o hormônio que está em baixa, devido a diversos fatores, proporcionando uma melhora em diversos processos no organismo do individuo19. Os hormônios são medicamentos legalizados e importantes para tratamentos de reposição. Quando falta hormônio é possível repor, o problema envolvido é que eles são usados sem critério por algumas pessoas. Ainda não há estudos que comprovem a eficácia dessas substâncias a pacientes que buscam retardar o envelhecimento. O uso de hormônios é recomendado, conforme o conselho federal de medicina, a pacientes que comprovem diminuição de suas concentrações para a faixa etária. Vários estudos apontam que o uso de hormônios em pacientes onde não há a queda dos mesmos pode trazer vários efeitos inesperados, além de causar reações adversas ao organismo19. Se iniciado nos primeiros anos pós-menopausa ou no período de transição, o uso da terapia hormonal para o tratamento dos sintomas do climatério é seguro, embora exista uma contraindicação à terapia hormonal a presença de doença cardiovascular. A terapia de ser evitada para pacientes que já apresentaram eventos arteriais ou aquelas com fatores de risco cardiovascular, principalmente se pertencem a faixas etárias mais elevadas ou já apresentado período pós menopáusico com mais de 10 anos. A individualização do esquema terapêutico e o livre arbítrio do médico e da paciente são fundamentais para a obtenção dos benefícios e minimização de efeitos adversos19. Ainda de acordo com a resolução, o médico que descumprir essa resolução pode sofrer penalidades, podendo até ter seu registro profissional cassado. Fica claro que essa terapia de reposição deve ter um acompanhamento rigoroso entre paciente e médico, onde o paciente será beneficiado com a terapia quando necessária, até o momento em que for comprovada a Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] necessidade, como também da parte médica, que a cada consulta, a cada retorno do paciente poderá solicitar exames e provas de quão eficaz está a terapia de reposição hormonal. Os médicos devem sempre fazer suas decisões terapêuticas com base nos riscos e benefícios individuais de cada paciente tendo a responsabilidade e o dever de promover esse período com qualidade de vida18. Discussão A modulação hormonal, conforme o que já foi apresentado, visa o equilíbrio entre hormônios e processos internos em mulheres e homens estabelecendo os níveis hormonais no organismo de cada individuo. Porém, essa prática é ainda hoje questionada em relação à sua eficácia, benefícios e possíveis efeitos colaterais10. A indústria farmacêutica bem como vários médicos geriatas, endocrinologistas condenam essa prática, alegando que os hormônios bioidênticos já eram encontrados no mercado, na sua forma industrializada, criticam a afirmação de que esses hormônios são encontrados apenas em farmácias magistrais. De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, ainda não existem evidências científicas de que o processo do envelhecimento seja causado pela redução da produção hormonal. Ela diz ainda, que não deve ser indicada a prescrição de hormônios conhecidos como bioidênticos para o tratamento antienvelhecimento, para prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento e/ou longevidade saudável20. A .Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia afirma que o termo usado para hormônios bioidênticos vem sendo usado indevidamente, designando apenas hormônios manipulados, como se fossem novas opções de tratamento, sendo que muitos hormônios são produzidos pela indústria farmacêutica e estão disponíveis nas farmácias. Afirma ainda que com a reposição hormonal com hormônios industrializados, é mais fácil a individualização da reposição hormonal, uma vez que, de acordo com a Sociedade, não existem oscilações nem inconsistência na quantidade de substâncias21. Além disso, o conselho federal de medicina publicou recentemente a resolução nº 1999/2012 que restringe o uso de hormônios apenas para pacientes com deficiência comprovada, tendo então o médico total responsabilidade sobre a prescrição dessas substâncias a quem realmente apresenta deficiência, quem descumprir essa resolução poderá sofrer penalidades e até ter seu registro cassado 18. Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] Porém, conforme já foi apresentada, a reposição hormonal é utilizada após avaliação de cada paciente. Cada indivíduo é diferente do outro, sendo assim, a terapia hormonal é terapia individualizada, e os hormônios, na maioria das vezes, são manipulados em farmácias magistrais, visando a exclusividade nas doses, já que os industrializados não oferecem esse leque de possibilidades15. Apresentações, associações, dosagens e vias de administração são amplamente discutidas e sempre necessitam da avaliação do prescritor com o paciente para obter os benefícios, minimizando os efeitos adversos e a adesão ao tratamento. A opção é considerada a critério do quadro clínico e da experiência de cada médico. Da mesma forma se diz quanto a duração do tratamento, que está vinculada aos objetivos vinculados pelos prescritor a cada paciente, bem como tudo que envolve o produto, como tipo de reposição, se há associações, doses e a via de administração15. Várias vias de administração são usadas na terapia hormonal, sendo elas; oral, gel ou bases transdérmicas e adesivos transdérmicos. Sendo a via transdérmica a mais segura e também aquela em que podemos modular um produto ou dose de maneira indivualizada a cada paciente. Na via transdérmica a dose do hormônio é menor que na via oral, pois por via oral o medicamento passa por metabolização hepática, transformando em vários metabólitos e diminuindo a sua biodisponibilidade, em comparativo a via transdérmica, que, além disso, ainda consegue retardar a absorção, garantindo uma dose eficaz por um período maior de tempo no sangue e ainda pode conter a associação de dois ou mais hormônios15. Para o médico Lair Ribeiro, a grande polêmica é que os laboratórios produzem hormônios “parecidos” e não iguais aos produzidos pelo organismo humano. Porém o “parecido” não é igual. O médico ainda compara os hormônios como um esquema de chavefechadura: se existe uma chave parecida, é até possível abrir, porém, a fechadura vai estragando, até chegar a um momento em que nem a chave certa vai abrir, da mesma forma acontece com os hormônios. O hormônio parecido ocupa o lugar do endógeno, prejudica o organismo e acaba, até mesmo impedindo que o endógeno desempenhe suas funções. Os hormônios bioidênticos são idênticos aos produzidos pelo organismo, e são também produzidos em laboratório, e isso não significa que sejam ruins. O que caracteriza a sua bioidentidade é a estrutura molecular idêntica à do hormônio produzido pelo organismo humano. Para o nosso organismo, não interessa onde o hormônio foi produzido, desde que ele seja idêntico ao original22. Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] Para Edson Peracchi , presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento a resolução é positiva, até mesmo para evitar exageros, e ressalta que a medicina antienvelhecimento não tem objetivo de transformar pessoas em super-homens e sim evitar doenças e sintomas tidos como inevitáveis19. Já para Ítalo Rachid, presidente da Sobraf, existem pontos que estão corretos e colaboram para as boas práticas médicas, outras são incompatíveis com a própria fisiologia humana, para ele o conselho federal de medicina atinge especialidades que utilizam os hormônios para redução das comorbidades do envelhecimento19. A sociedade tende então a envelhecer saudável, com disposição, a tomar medicamentos ou mudar práticas de vida a fim de prevenir doenças, deixando assim de lado aquela antiga prática em que o indivíduo a partir dos 40 anos começa a sentir várias dores, retardo do metabolismo e com isso, predispor a mais doenças, a tomar medicamentos para as doenças já instaladas. A reposição hormonal busca, então o envelhecimento saudável, através da prescrição e acompanhamento correto. Conclusões Após os 30 anos, após ter atingido a fase pós-reprodutiva o organismo começa a não aproveitar, e de certa forma até destruir células ou compostos que não são mais atrativos para o mesmo. A partir de então, o organismo começa a reduzir a sua produção de hormônios que exercem funções anabólicas de renovação e reparo, e por isso, começa a envelhecer de uma maneira rápida e intensa, conforme avança na idade. A terapia de reposição hormonal beneficia amplamente os pacientes na menopausa ou na andropausa, e contribui para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, e que além disso atua na prevenção de outras doenças como a osteoporose e doença cardiovasculares. Sendo assim, podemos afirmar que as concentrações hormonais não diminuem porque nós envelhecemos, pelo contrário, nós envelhecemos porque as concentrações de nossos hormônios caem. A modulação hormonal visa, então, repor esses hormônios a partir do momento em que eles começam a diminuir. Dessa forma, o envelhecimento é retardado. Repor ao organismo aquilo que está em baixa, e ainda repor com hormônios bioidênticos, garante eficácia ao tratamento, e um resultado esperado pelo paciente e pelo prescritor que acompanha cada paciente que adere à prática de modulação hormonal, garantindo uma longevidade saudável. Adriane Paula Albernaz email: [email protected] Orientadora: Yara Lúcia Marques Maia email: [email protected] Referências 1. LEHR U. A revolução da longevidade: impacto na sociedade, na família e no indivíduo. Trad Marli Rosa. Ver Johannes Doll. Congresso Mundial da Internacional Association of Gerontology. Singapura.1(1): 7-36,1999. 2. ROWE J.W., KAHN R.L. Successful aging. Pantenon Books. Reimpressão. New York. Editora Dell Pub. 162-80, 1998. 3. CARDOSO F.M.O. Nutrição e Longevidade. Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. Universidade do Porto. Portugal. [acesso 20 mar 2012]. Disponível em <http://hdl.handle.net/10216/54775> 2009. 4. FERREIA J.A.S. 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