DISPOSITIVOS MÓVEIS NO CONTEXTO ESCOLAR DA REDE PÚBLICA: O QUE PENSAM PROFESSORES E ALUNOS SOBRE O USO DE TABLETS? Dayse Rodríguez Oliveira Introdução Com a introdução de novos recursos tecnológicos na vida cotidiana, o interesse de entender os processos sociais e psicossociais envolvidos com essas tecnologias tornam-se recorrentes. São diferentes perspectivas que dão crescente atenção, às inovações tecnológicas, como o computador, a internet e os dispositivos móveis, por sua rápida difusão e integração na vida cotidiana. Diante da força e do impacto da cultura digital e da cibercultura na conduta dos indivíduos e grupos, Mazzotti e Campos (2011) explicitam a necessidade de reflexão dos fenômenos das representações que permeiam o imaginário social. Neste novo cenário tão complexo, eles alertam também para o fato de que a cibercultura e as tecnologias são formas de conhecimento e cultura humanas que compartilham crenças, valores, ideologias, significados e padrões de comportamento. A presença dos dispositivos móveis no cotidiano social tem suscitado estudos que visam investigar o uso desses dispositivos no campo educacional (MOURA; CARVALHO, 2009; COSTA, 2013). Esse campo de pesquisa conhecido como Mobile Learning, embora ainda recente, já aponta mudanças significativas no modo como os estudantes traçam os seus percursos de aprendizagem. Os dispositivos móveis transcendem limites espaço-temporais ainda presentes em paradigmas pedagógicos tradicionais. Dessa forma, a chegada da tecnologia em algumas escolas, bem como o protagonismo estudantil proporcionado por elas, coloca em choque estruturas verticais de ensino e aprendizagem. A velocidade do desenvolvimento tecnológico em especial das tecnologias móveis (celular, tablets, smartphones, notebooks), e a consequente demanda da sociedade pela incorporação dessas tecnologias no contexto educativo, nos leva a uma série de questionamentos, dentre eles: de que forma essas tecnologias são percebidas pelos atores que compõem o cenário educacional? Os diferentes atores percebem de modo diferente a presença dos dispositivos móveis no contexto escolar? Como essas percepções podem influenciar nos processos de ensino e aprendizagem? Sabendo da complexidade destes questionamentos, tivemos por objetivo neste trabalho, investigar o que pensam estudantes e professores sobre o uso de tablets no contexto educacional de escolas municipais e estaduais da cidade do Recife. Para tanto desenhamos metodologicamente nosso estudo, em uma perspectiva qualitativa, que coletou por meio de entrevistas semiestruturadas os discursos de grupos de professores e alunos da rede pública da cidade do Recife. O presente artigo está organizado em quatro partes: na primeira delas apresentaremos o percurso metodológico adotado para realização do estudo. Em seguida, discutiremos a presença de dispositivos móveis no contexto educacional, buscando situar nosso campo de pesquisa. Na terceira parte, analisaremos os achados da pesquisa, subdividindo-os por categorias temáticas (BARDIN, 2011), buscando discutir as aproximações e distanciamentos presentes no imaginário dos sujeitos. Por fim, teceremos algumas considerações a respeito daquilo que acreditamos fazer parte do imaginário simbólico, dos sujeitos investigados. 1. Metodologia e base teórica do estudo realizado Para garantir o acesso aos conhecimentos espontâneos produzidos pelos sujeitos, escolhemos como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada, uma vez que, de acordo com Gaskell (2008), ela permite analisar os principais elementos constitutivos das relações sociais, possibilitando uma maior elaboração de conceitos e ideias, por parte do entrevistado. As entrevistas foram realizadas com 15 (quinze) estudantes e 13 (treze) professores oriundos de 7 (sete) escolas das redes municipal e estadual de ensino na cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, Brasil. Todas as entrevistas foram gravadas em áudio e depois transcritas, respeitando o tempo e o modo de fala dos sujeitos. Seguindo as indicações da análise de conteúdo, mais especificamente a análise categorial temática, buscamos elaborar um quadro de categorias empíricas visando encontrar os ‘núcleos de sentido’ que compõem a comunicação e que devido à frequência ou aparição podem expressar algo sobre o objetivo analítico, conforme nos orienta Bardin (2011). Traçadas as categorias temáticas e as unidades de registro, procedemos então à identificação dos campos semânticos presentes nas falas de ambos os sujeitos, decompondo o texto em temas elencados como principais. A partir desse exercício de categorização das falas dos participantes de cada grupo (aluno e professor) tivemos a intenção de buscar possíveis aproximações ou distanciamentos presentes nas evocações dos sujeitos. 2. Uso de dispositivos móveis no contexto educacional O movimento global de modificação da sociedade por meio da incorporação das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) fomentou à necessidade de se buscar a inclusão digital dos cidadãos e a modificação da realidade educacional. Para isso, ações governamentais foram implementadas, visando introduzir as novas tecnologias no contexto escolar. Por meio de programas e projetos, a população de forma geral se insere neste contexto, recebendo laptops educacionais, tablets, kits multimídia, softwares educativos, entre outros. Ressaltamos que a presença desses recursos não ocorre apenas por ações do governo, sendo também objetivo de iniciativas privadas (LEITE et al., 2003). Nesse sentido, é indiscutível que as tecnologias estão, cada vez mais, fazendo parte da escola, afetando ações e relações humanas. Não queremos expressar uma visão determinista da tecnologia, mas não podemos negar a sua influência e, necessariamente hoje, a sua presença na escola. Visando situar o contexto do qual partimos, consideramos importante apresentar o cenário atual do nosso campo de pesquisa. Na cidade do Recife, foram distribuídos tablets pelos governos municipal e estadual, aos estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do 2º e 3º anos do Ensino Médio. Desse modo, entendemos a necessidade de proceder a uma investigação a respeito de como esse novo fenômeno (o uso dos tablets na escola) é apreendido pelos diferentes atores sociais, professores e alunos. Os sujeitos que compõem este cenário educacional, marcado pela ruptura do tradicional paradigma de ensino e aprendizagem, são levados a repensar práticas já arraigadas neste ambiente, visando não apenas aceitar a presença desses recursos, mas fazer com que eles tragam benefícios para a aprendizagem. Alguns estudos têm sido desenvolvidos, neste campo em crescente expansão, a respeito do uso de dispositivos móveis no contexto educacional, denominado de mobile learning (aprendizagem móvel). O principal objetivo desses estudos é, muito mais do que viabilizar o fortalecimento de materiais pedagógicos através de dispositivos, mas antes, auxiliar o uso consciente dos espaços do cotidiano como locais de aprendizagem (PACHLER et al., 2010). No contexto de crescimento das ações em aprendizagem móvel, as possibilidades invadem as salas de aula (ou ao menos tentam adentrar esse espaço) buscando superar algumas limitações como a distância geográfica ou espacial e os “tempos mortos” do dia a dia - aqueles em que existem lacunas de tempo, viagens ou fila de espera (TRAXLER, 2009). Como vimos, a introdução das TIC’s na escola, em especial dos tablets, foco deste estudo, trouxe um novo desafio não só para os professores que são instigados a modificar a sua ação pedagógica, com vistas ao uso dos mesmos em sala. Mas também, ao aluno que é levado a se adaptar a novos instrumentos que não trazem apenas os conteúdos escolares, mas diversas possibilidades para além do seu uso específico na aprendizagem. Portanto, a multifuncionalidade presente neste recurso demandará ao aluno fazer escolhas para seu uso produtivo em sala de aula. 3. Resultados e discussões Apresentamos abaixo, as categorias empíricas construídas a partir da fala dos sujeitos, considerando aqueles sentidos que se aproximavam ou se distanciavam nas produções orais de ambos. 3.1 Infraestrutura Um dos pontos centrais nas discussões a respeito do uso de tecnologias educacionais se relaciona à falta de infraestrutura em grande parte das escolas. Problemas que vão desde a ausência de rede wireless, até a quantidade insuficiente de tomadas para o número de alunos. Vale salientar, que parte das escolas foi construída muito antes da chegada das tecnologias que dependem, por exemplo, de energia elétrica, e por esse motivo, ainda enfrentam dificuldades estruturais para atender a nova demanda. De todo modo, a chegada dos tablets exigiu uma emergente adequação física no ambiente escolar. Professores e alunos apontam essa dimensão como uma questão chave para a não utilização dos dispositivos móveis no contexto escolar: “O não uso dos tablets, eu acredito que não seja só culpa dos professores é uma culpa também da direção do colégio, pelo fato de não oferecer o Wi-fi. (A31)” A expansão da internet sem fio nas escolas do Recife ainda ocorre lentamente, e sem grande poder de conectividade. Desse modo, a rede está 1 A (Aluno) sempre congestionada ou inoperante. Em duas das escolas pesquisadas não existe a disponibilidade de rede wireless e em outra é estritamente proibido carregar o tablet nas tomadas da escola. “Um implicativo para o não uso seria o descarregamento dos tablets, como não é permitido fazê-lo na escola (pois foi proibido), muitas vezes preparo a aula e quando chego na sala, os tablets estão descarregados pois existem outros professores que usam muito” (P82). Assim, é possível analisar que muito mais do que enviar tecnologias de última geração para o espaço escolar, é preciso garantir que a escola possua condições estruturais básicas capazes de oferecer experiências multimídias aos atores escolares. 3.2 Mobilidade e ubiquidade Na visão de Moura e Carvalho (2009a, p. 22), “as tecnologias móveis estão a proporcionar um novo tipo de ambiente de aprendizagem, alcançável pelas amplas capacidades oferecidas por uma nova geração de dispositivos móveis que darão forma ao ensino e aprendizagem do século XXI”. Para os alunos as vantagens da utilização do mobile learning dizem respeito à quebra dos limites de espaço e tempo. Não há mais porque esperar até o dia seguinte para ter acesso a uma informação, consultar o professor ou aprender determinado assunto. Quinn (2000) assegura que a aprendizagem móvel é a possibilidade de aprender em qualquer lugar a qualquer hora através de dispositivos móveis. Essa afirmação pode ser encontrada no extrato da fala de um aluno apresentada a seguir “Porque a gente não precisa estar pessoalmente com o professor, para tirar uma dúvida. Nem todo professor tem tempo disponível para o aluno”. (A9) Percebemos que os professores não mencionaram a respeito dessas novas formas ubíquas de comunicação e aprendizagem. O sentido de mobilidade 2 P (Professor) foi compartilhado apenas pelos estudantes. Acreditamos que o uso constante dessas tecnologias para busca e compartilhamento de informações, ainda esteja mais presente na vida dos estudantes e por esse sentido, essa foi dimensão presente apenas no discurso desses sujeitos. Há que se considerar, que os estudantes dessa década, denominados por alguns autores como nativos digitais, utilizam seus dispositivos fora do espaço escolar para experiências diversas, em seu dia a dia, que vão desde jogos digitais em seu tempo livre, até mesmo a formação de complexas redes de interação e socialização (OLIVEIRA; MAIA, 2014). 3.4 Controle e monitoramento O uso da internet, e até mesmo do próprio tablet nas escolas ainda é acompanhado do receio de perda do controle das atividades que estão sendo executadas. Professores e, curiosamente, alunos apontam a ausência de monitoramento das ações como um problema a ser enfrentado. Em outro estudo, Moura e Carvalho (2009b, p. 51), afirmam que em Portugal o uso de dispositivos móveis (em especial o telemóvel) está proibido nas salas de aula. “As causas que estão na origem dessa proibição prendem-se, no dizer dos professores, com a falta de atenção e dispersão dos alunos, provocadas pelos aparelhos.” Para os professores participantes de nossa pesquisa, a necessidade de estabelecer uma vigilância dos percursos individuais dos estudantes tem relação direta com uma possível perda de autoridade da sua ação. Aí é que tem que ser uma liberdade vigiada, controlada e muito orientada não é? Orientada no sentido de mostrar pra ele, que ele tem que pelo menos naquele momento, procurar aproveitar o tempo né? Que ele não desperdice o tempo, que o tempo não volta. [...] Eu sempre digo a ele, não é pra mim, agora tem que ser uma liberdade vigiada, controlada. Afinal de contas, a gente lida com adolescentes né (P 03). Pouco utilizo o recurso porque não consigo acompanhar quem está trabalhando ou não na atividade. Em função de não ter recebido ainda o recurso de acompanhamento da atividade (P 08). O pensamento dos professores parece ser ratificado pelos estudantes, quando afirmam que precisam de uma forte vigilância por parte do professor, por acreditarem que a tecnologia dispersa muito a turma. Para os estudantes, somente se o professor adotar mecanismos de controle sobre os alunos conseguirá um uso eficaz do recurso. “Mas o tablet desvirtua muito a atenção do aluno, do conteúdo que está sendo passado. Se tivesse algum meio do professor vigiar... Só o fato do professor vigiar e controlar isso em sala de aula, eu acho que seria legal para todos os alunos” (A2). Analisando os sentidos presentes nas falas dos sujeitos, acreditamos que eles esperam certo controle por ainda não conseguirem lidar com o fato de serem responsáveis e participantes de sua aprendizagem. Possivelmente guardam aspectos de uma visão mais tradicional de ensino em que o aluno é aquele que recebe o conhecimento do professor e a aproximação entre os papéis gera certo conflito. Esse fato parece evidenciar que ainda predomina no imaginário que o ‘aluno’ é um sujeito passivo no processo. 3.3 Usabilidade Os alunos e professores foram questionados sobre o modo como o tablet era normalmente utilizado em sala e quais as suas impressões a respeito. Duas formas se destacaram predominantemente na fala dos sujeitos. Embora outros modos tenham sido mencionados, nos atemos aqui a discutir especificamente aqueles em que houve aproximações naquilo que foi partilhado por ambos os grupos de sujeitos, quais sejam: 3.3.1 Fonte de pesquisa A principal forma de uso aparece com o tablet como fonte de pesquisa e busca de informações sobre os conteúdos trabalhados. Alguns professores apresentaram certo cuidado com relação à busca de conteúdo seguro na web, pelos estudantes. Sentimos na fala dos alunos, que eles buscam as informações e as levam para sala do modo como as encontram. Não procuram selecionar os conteúdos confiáveis, ou realizar alguma produção em cima do que foi encontrado. Isso demonstra que parte das tarefas feitas em sala, tem muita reprodução e pouca produção, nesse sentido, a autoria, ainda é uma possibilidade distante dos usos convencionais. “Eles mandam a gente ler. A maioria das vezes é pesquisa. Pra pesquisar o assunto da aula.” (A1) “[...] qualquer assunto que você colocar ali, você tem uma fonte de pesquisa muito importante, embora às vezes seja duvidosa né, porque existem sites que não são oficiais, mas eu acho que sim, eu acho que ajuda sim, como todos os outros recursos, facilitam, depende do uso que você faz (P 12).” Pode-se perceber que o tablet ainda é utilizado como um repositório de informações que deve ser acessado quando houver a necessidade de encontrar materiais. Os professores precisam estar junto aos estudantes orientando sobre o uso de materiais da internet e o que pode ser feito a partir deles numa perspectiva colaborativa, além de proporcionar-lhes autonomia para serem autores e produtores de conteúdos. 3.3.2 Substituição do caderno Nesse ponto da análise, encontramos um elemento muito interessante. Embora ambos os grupos de sujeitos, evocassem a mesma unidade de sentido, o contexto que permeava cada fala, era diferente. Quando os professores afirmavam que os alunos usavam o tablet para substituir o caderno, faziam isso como se esse fato ocorresse porque assim o aluno queria. Já quando os alunos falavam dessa forma de uso, se justificavam dizendo que uma vez que o professor não utilizava o tablet de nenhuma outra maneira que ao menos como substituição do caderno eles iriam utilizar, evitando de copiar manualmente o conteúdo da aula. Os alunos não querem mais copiar no caderno, só querem digitar no tablet (P 8); Eu geralmente uso o tablet, em casa pra fazer trabalho, porque aqui na escola ele não tem utilidade nenhuma. Utilidade ele pode até ter para eu usar o Word pra ficar digitando os assuntos que tão no quadro e arquivando, só pra não ficar copiando no caderno. (A2) Essas formas individualizadas e um tanto “analógicas” são como certo refúgio e talvez uma das únicas possibilidades que os sujeitos encontraram para garantir o uso do equipamento, considerando as questões de infraestrutura discutidas acima. Ainda prevalecem práticas que não exploram as múltiplas potencialidades interativas e colaborativas do tablet. Considerações Os elementos discutidos evidenciam um caráter ainda ambíguo em relação a presença dos tablets na escola. Situamos que são diferentes atores se posicionando e, que cada um, carrega a marca do que historicamente se construiu enquanto função típica do aluno e do professor. Percebemos que de certa forma determinadas concepções se enraízam na prática, como por exemplo, pela pouca utilização do tablet nos processos de ensino e aprendizagem, os estudantes acabam por limitar-se a usá-lo como substituto do caderno. Deixando assim, de explorar as diversas possibilidades comunicacionais, midiáticas, interativas e educacionais presentes no dispositivo. Por outro lado, vemos a prática do professor refletir os seus sentidos construídos sobre o uso do tablet. Entendendo que o controle é elemento necessário para o trabalho com tecnologias móveis e internet, em muitos momentos, os professores optam por não utilizar o equipamento, já que a ausência de mecanismos de vigilância inviabiliza as suas práticas de ensino. De algum modo, quaisquer dos sujeitos apresentam fortes indícios de uma prática pedagógica ainda hierarquizada. A liberdade, nesse contexto, é permanentemente questionada, pois ela coloca em cheque posturas e funções sociais tradicionalmente aceitas. Nesse sentido, professores e alunos esforçam-se para adaptarem-se às quebras de paradigmas e rupturas no cenário escolar. Buscamos nesse estudo investigar o que pensam professores e alunos sobre o uso de tablets no contexto educacional e nos deparamos com um mundo cheio de sentidos complexos e ainda em construção. Parte dos elementos encontrados na fala dos sujeitos integra um universo consensual dos grupos sociais. Isso nos permite pensar que a apreensão desse objeto social, pelos diferentes agentes, sofre influencia de seu meio, ao mesmo tempo em que guarda características individuais referentes à própria relação estabelecida com este objeto. Percebemos que muitas vezes o não uso, vai para além das questões relacionadas à infraestrutura, também presente nos discursos, e que talvez seja uma maneira de justificar a ausência de determinadas ações que visem uma forma inovadora do recurso. A presença de tablets no contexto escolar, traz subjacente a proposta de que o aluno se transforme em construtor e participante do processo de ensino e de aprendizagem, ao mesmo tempo em que exige do professor novas habilidades e proposições didáticas. No entanto, essa premissa ainda parece se apresentar como um dos maiores desafios, que é o de alunos e professores se integrarem em rede. Temos consciência de que há muito que se investigar e explicar sobre as contradições no uso de dispositivos móveis na escola, mas começamos a avançar quando direcionamos o olhar para as vivências, dificuldades e sentidos que justificam as práticas. Por meio de suas explicações, mesmo que de forma incipiente, começam a surgir transformações importantes no ambiente educativo e nas relações que ali se estabelecem. Referências BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. COSTA, G. S. 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