IMAGEM Ana Cândida Marques Monteiro IPG, Instituto Politécnico da Guarda – Escola Superior de Tecnologia e Gestão Sumário Neste documento apresentam-se alguns conceitos relacionados com imagem, para a cadeira de Multimédia. São descritas as características principais de um mapa de bits e um gráfico vectorial, de modo a que um utilizador possa optar conscientemente por um ou outro tipo de representação. São ainda enumerados os vários tipos de formatos de ficheiros e compactação. Por último alguns aspectos importantes sobre aquisição de imagem por meio de processos digitais. 0. Introdução Dar uma definição da palavra IMAGEM é difícil, talvez porque, como dizia um antigo provérbio chinês: "Uma imagem contém mais de mil palavras...". Este trabalho pretende ser uma abordagem, bastante genérica, a alguns dos muitos conceitos relacionados com a Imagem. Foi, pensando no trabalho a realizar sobre a ferramenta PHOTOSHOP, que abordei estes, e não outros assuntos. 1. Mapa Bits vs. Vectorial As imagens podem ser classificadas, relativamente à sua codificação, em: mapa de bits e vectoriais. Então como podemos identificá-las, e qual o tipo de codificação a usar para um determinado efeito? Não podemos dizer que uma das duas codificações de imagens seja melhor do que a outra. Cada uma delas foi concebida para se adaptar melhor a um tipo de situação. As imagens de mapa de bits oferecem melhores prestações quando se trabalha com imagens fotográficas, enquanto que os gráficos vectoriais são adequados para as imagens designadas de gestão (apresentações, estatísticas, etc.) ou desenhos simples, que serão denominadas neste trabalho como gráficos. As imagens fotográficas têm habitualmente uma grande quantidade de cores diferentes e tonalidades muito variadas. Se se utilizarem mapas de bits as características de uma imagem fotográfica podem ser representadas perfeitamente, contudo, é impossível conseguir um resultado semelhante se tentarmos representar uma fotografia através de um gráfico. Com os gráficos isto não sucede. Os gráficos são em si muito mais simples do que as imagens fotográficas e podem representar-se fielmente tanto através de uma imagem de mapa de bits como através de vectores. A escolha de uma codificação ou de outra dependerá do tratamento que a imagem irá sofrer. O desenho de um gráfico permite uma grande liberdade no momento de modificar os atributos das formas, como a cor ou o tamanho, ao passo que os mapas de bits são muito mais limitados e as alterações podem requerer um trabalho laborioso. Fig. 1- Imagem criada com um programa de desenho vectorial Na figura 1 podemos ver uma imagem criada com um programa de desenho vectorial. Este gráfico pode ser decomposto nos várias objectos que o compõem (Fig2): Fig.2 – Decomposição de um gráfico vectorial O tamanho da imagem é outro aspecto importante no momento de optar por um tipo de codificação ou outro. Por exemplo, uma imagem pequena, como um ícone, deveria ser trabalhado como um mapa de bits e não como vector porque os gráficos vectoriais perdem a precisão quando sofrem uma redução tão grande. Ao mesmo tempo que as imagens têm uma visualização mais rápida, mas ocupam muito mais espaço, necessitando mesmo de processos de compressão. 2. Gráficos Vectoriais Um gráfico vectorial é uma representação de imagens digitais através de uma sequência de comandos ou declarações matemáticas, que colocam linhas e imagens num dado espaço de duas ou três dimensões. Na física, um vector é a representação de uma quantidade e direcção simultaneamente. Nos gráficos vectoriais, o ficheiro que resulta de um artista gráfico é criado e salvo como uma sequência de declarações de vectores. Por exemplo, em vez de conter um bit no ficheiro por cada bit de uma linha desenhada, um ficheiro de gráficos vectoriais descreve uma série de pontos a serem ligados. Daqui resulta um ficheiro muito mais pequeno.1 A maioria dos gráficos vectoriais são formatos proprietários e necessitam das suas próprias aplicações. A escolha de um formato ou de outro deve fazer-se conhecendo as possibilidades que oferecem as aplicações correspondentes. É verdade que a maioria dos programas podem importar e exportar formatos vectoriais e que, portanto, um programa que os crie poderá exportá-los sem dificuldade, contudo não é aconselhável mover os referidos ficheiros, porque durante o processo de conversão se perde, definitivamente, informação. Normalmente a perda de informação não afecta o aspecto da imagem, mas afecta os parâmetros desta, e pode afectar a maneira de a manipular. Nos gráficos vectoriais não é necessário preocupar-se demasiado com a qualidade da imagem ou com o espaço que ocupa. A qualidade é a mesma em todos os formatos conhecidos e as diferenças de espaço, ainda que variem bastante em função da aplicação e do tipo de imagem, não constituem um ponto problemático, porque em qualquer caso o espaço que ocupa uma imagem vectorial é sempre pequeno. O que é importante é a qualidade do programa com que se trabalham os gráficos vectoriais e para que tipo de imagem está orientado. Pode tratar-se de um programa concebido para criar apresentações, desenho gráfico, estatísticas, organigramas,... 3. Mapas de Bits As imagens que nos chegam através dos ecrãs dos nossos computadores, menus, ícones, botões, controlos, ..., estão codificadas como mapas de bits. São utilizados nos sistemas operativos, nas barras de ferramentas das aplicações, nas janelas de informação e em qualquer local onde a imagem torne o ecrã mais agradável visualmente. Face a esta avalanche de imagens, é lógico que exista uma grande quantidade de formatos para as representar. A diversidade de formatos, que em princípio pode parecer vantajosa 1 Adaptado de http://www.whatis.com/bitmap.htm para os utilizadores, no momento da verdade provocam uma grande confusão, porque muitos formatos são equivalentes e não apresentam vantagens relativamente a outros. A figura 3 representa uma imagem criada com um programa de mapa de bits: Fig. 3 – Imagem criada com um programa de mapa de bits Para poder distinguir um mapa de bits é necessário compreender dois conceitos básicos: a paleta de cores e a compactação. 3.1 Paleta de Cores A melhor maneira de compreender um mapa de bits consiste em imaginar o processo utilizado por um explorador. Para começar, divide a imagem numa pequena grelha, e assim a escala dispõe de várias quadrículas com pequenos pedaços de imagem. A maior parte destas quadrículas serão todas de uma única cor, mas também haverá algumas que tenham duas, três ou mais cores. Recorre-se à desfocagem da lente para obter uma só cor de cada quadrícula (dithering). No final obtemos uma imagem com o aspecto de um mosaico. Em seguida o explorador converte estas cores num número que o computador possa compreender. Para isso existem diferentes métodos de codificação de cor: CMYK, HSB, YUV, ... mas o que se utiliza mais frequentemente, e que identifica as cores luz primárias, sendo este o processo usado pelo monitor de qualquer computador, é o RGB (Red, Green, Blue). O método consiste em dividir a cor nos seus três componentes básicos e atribuir a cada uma valores ou faixas de intensidade. Se se substituírem todas as cores de cada quadrícula pelas respectivas codificações RGB e se se lerem da direita para a esquerda e de cima para baixo, obtém-se o mapa de bits. O resultado final é uma cadeia de números que representa uma imagem. Cada uma das cores básicas (vermelho, verde e azul) contém uma faixa que vai desde 0 a 255, pelo que é necessário um byte para cada cor base (8 bits) e um total de 3 bytes para codificar a cor completa de cada quadrícula com qualidade fotográfica (24 bits). Esta codificação permite visualizar de cada vez 16 milhões de cores diferentes; isto pressupõe que uma imagem VGA de 640 por 480 pontos ocupa 900 Kb. Para minimizar este problema de espaço existem as paletas de cores. Assim, uma paleta de cores é uma tabela de 256 cores que se incluem dentro do mapa de bits. Nesta tabela estão codificadas todas as cores que se irão utilizar simultaneamente. Dependendo do número de cores da paleta, o número de bits que é necessário para codificar cada quadrícula será de 1, 4 ou 8, e o espaço que ocupará o mapa de bits variará proporcionalmente. Através da paleta o espaço que ocupa a imagem de mapas de bits fica reduzido, ainda que frequentemente esta redução não seja suficiente para manusear os ficheiros. Para uma redução eficaz existem técnicas de compactação. 3.2 Compactação A palavra compactação associa-se ao acto de “encolher” e leva a acreditar que as informações se encolhem fisicamente num dispositivo de armazenamento. Deve referir-se que em tempos existiam placas de compactação de discos rígidos que utilizavam este método, contudo o tempo demonstrou que esta metodologia não era interessante, nem do ponto de vista do rendimento nem do económico. Hoje em dia, a compactação evoluiu muito e já não é considerada de um ponto de vista físico mas lógico. A compactação lógica consiste em representar os dados da forma mais pequena possível, eliminando as redundâncias. Existem muitos algoritmos de compactação diferentes e normalmente cada uma deles está concebido para um tipo de dados concreto. Não convém utilizar um algoritmo de redução num ficheiro para o qual o utilitário de compactação não foi concebido, porque não só pode acontecer que a compactação não seja efectuada, como inclusivamente pode suceder que o ficheiro ainda ocupe mais espaço. As técnicas de compactação aplicadas a mapas de bits conseguem compactações de 10:1 e 2:1, dependendo do tipo de imagem que está a ser tratada. A dupla redução de ocupação em mapas de bits com paletas é bastante aceitável, contudo nos mapas de bits True Color a redução, normalmente, é muito pequena. Para solucionar este problema existem os algoritmos de compactação com perda que implicam perda de informação. Nos mapas de bits, esta técnica de compactação com perda só se utiliza para as codificações True Color, visto que este tipo de imagens contém muitíssima informação e, ainda que se perca parte dela, a imagem pode compreender-se perfeitamente à vista desarmada. Este tipo de utilitários de compactação costuma poder ser graduado pelo utilizador, ou seja, este pode escolher se deseja perder mais informação com o objectivo de reduzir o tamanho de uma imagem até um determinado ponto, ou se a perda não vale a pena. Os rácios de compactação que se conseguem podem atingir 1:30 sem que isso pressuponha uma perda de qualidade de imagem para a vista. 4. Formatos de Ficheiros e de Compactação Como sabemos, quando trabalhamos com programas de desenho ou com qualquer outro tipo de programas: folhas de cálculo, processadores de texto, software de vídeo ou áudio, ..., cada aplicação tem normalmente a sua respectiva extensão de ficheiro junto do nome que desejamos atribuir ao documento. Chamamos-lhe extensão e tem a função de facilitar o acesso directo à aplicação com a qual criámos o referido documento ou com a qual poderemos executá-lo de forma mais eficaz. Geralmente, guardamos os documentos num formato ou noutro, dependendo da utilização que venhamos a fazer deles. Podemos estar a trabalhar na composição de um documento numa aplicação de desenho como o CorelDraw e, por sua vez, este documento conter elementos que anteriormente desenvolvemos noutras aplicações, como por exemplo, uma imagem digitalizada ou um texto escrito num processador de texto. Deste modo, o nosso documento terá uma extensão “ .CDR” que indicará o programa em que o realizámos, mas por sua vez incluirá imagens “ .TIF” e textos “ .TXT”, cujas extensões permitiram que fossem executados no CorelDraw. Este processo continua a ser o mesmo para qualquer documento que estejamos a criar. Se se tratar da realização de um CD-Rom vamos ter de manipular sons, gráficos, vídeos e convém que os classifiquemos com uma extensão adequada. 4.1 Extensões mais usuais no formato de imagem EPS: Encapsulated PostScript é o único formato de ficheiro fiável para transferir informação vectorial de uma plataforma para outra (por exemplo de Macintosh para PC). Quando guardamos um ficheiro em EPS, o computador pergunta se queremos guardar em codificação binária, que ocupa quase metade do espaço do que se o guardarmos em codificação ASCII. A base desta diferença está no facto de existirem muitos programas que não interpretam bem os dados guardados em codificação ASCII. Outra das opções ao exportar uma imagem em formato EPS é a possibilidade de incluir especificações sobre as tramas de meios tons que tenhamos atribuído à imagem. PICT: este é um formato gráfico capaz de armazenar tanto elementos de pintura como de desenho. Se dois objectos são agrupados num programa e se abrem num outro continua a ser possível desagrupá-los e editá-los em separado, uma vez que a descrição deste formato é constituída por dados matemáticos. Não obstante, este formato não é tão sofisticado como o EPS uma vez que pode perder -se alguma informação. Como este formato é muito comum, ele é suportado por quase todos os programas. O formato PICT1 é a preto e branco, embora actualmente o mais utilizado seja o PICT2, a cores. Um dado importante que devemos ter em consideração quando utilizamos este formato é o facto de não podermos guardar as imagens a cores em CMYK, só podemos guardá -las em RGB. TIFF: A sua descrição em inglês é Tagged Image Format. Este é um formato de mapa de bits utilizado muito frequentemente com imagens digitalizadas. Quando utilizamos este formato para as imagens digitalizadas por um scanner a informação de cor de cada pixel do ficheiro mantém-se com uma alta definição. Assim, um ficheiro capturado com uma resolução de milhões de cores pode chegar a ter um tamanho grande e tornar muito lenta a sua manipulação. Um ficheiro em formato TIFF pode descrever as imagens em RGB ou CMYK. Praticamente todas as aplicações suportam o formato TIFF, sendo portanto um tipo de ficheiro muito corrente BMP: formato de ficheiro muito utilizado por computadores PC compatíveis. Guarda as imagens em mapa de bits. Os ficheiros windows bitmap são guardados no f ormato deviceindependent bitmap (DIB) - dispositivo independente de bitmap, que permite ao windows mostrar o bitmap em qualquer dispositivo de visualização. O termo “ device independent” dispositivo independente - significa que o bitmap especifica a cor do pixel de forma independente do método usado pa ra visualização da cor. A extensão por defeito de um DIB de windows é .BMP. Photo CD: introduzido no ano de 1992, o sistema Kodac PhotoCD facilita o processo de introdução de imagens de alta resolução provenientes de películas fotográficas com qualidade digital e suporte CD. Para poder visualiza -las é necessár io um dispositivo de leitura de CDs compatível, no entanto hoje em dia, praticamente todos os que existem o são. O formato Photo CD também se pode visualizar na televisão através de um dispositivo de leitura de imagens Cdi. Os ficheiros PhtoCD não podem co mpactar-se. Actualmente, qualquer pessoa pode levar o seu rolo de 35mm a um estúdio fotográfico e pedir que ponham as fotografias em CD. A capacidade de um CD é consideravelmente elevada, sendo possível armazenar umas 100 imagens com este formato num único CD. DXF: Este é um formato 3D muito comum para a transferência de imagens entre programas 3D e outro tipo de software. É o formato que necessitamos para guardar imagens 3D se quisermos importá -las especificamente para um programa de rendering. 4.2 Formatos de Compactação A compactação de dados possui uma grande importância nos sistemas computacionais nos dias actuais. Isto deve -se essencialmente à crescente utilização de sistemas conectados em redes e à necessidade de transmitir cada vez mais informação atravé s de uma rede. JPEG: Joint Photographic Experts Group , é o grupo que desenvolveu este formato de compactação para fotografias digitalizadas por scanner. O objectivo deste formato consiste em reduzir substancialmente o tamanho das digitalizações através de técnicas de compactação. É evidente que durante este processo perdemos alguma informação de cor, mas em teoria a vista humana é incapaz de percebe -lo. Conseguem-se relações de compactação desde 20:1. Este formato, só pode ser utilizado em imagens estática s. GIF: Compuserve Graphics Interchance Format . Trata-se de um formato que compacta as imagens para poder minimizar o tempo de transferência de ficheiros através de uma linha telefónica. É o formato mais utilizado na Internet para transferir imagens. Quand o guardamos uma imagem neste formato é conveniente que, com uma aplicação de retoque fotográfico, guardemos a imagem em modo de cor indexada e com uma paleta de cores o mais reduzida possível. Frequentemente trabalhamos com uma combinação de cores reduzida e é melhor limitar a paleta às cores necessárias para a leitura da nossa composição. Deste modo o ficheiro ocupará o mínimo espaço possível. O formato GIF, ao contrário do JPEG, é sem perdas. O arquivo GIF está dividido em duas partes, um cabeçalho com informações sobre a imagem e o conjunto de dados codificados. Em 1989 a Compuserve acrescentou algumas novas características ao formato, como a transparência e forma animada do formato ( Aminated gif). Um dos principais defeitos deste formato é ter sido projectado para um número pequeno de cores (máximo 256). Quando mais cores são aplicadas, mais indicado é a utilização de outros formatos específicos para fotografia, como o JPEG e o TIFF. PNG: Portable Network Graphics , foi desenhado para ser o sucessor do t ão popular formato .GIF, pronuncia -se “PING” e é um formato de compactação de imagens. As características principais deste formato são: 2 ?? Múltiplos CRC (bit de controlo de erros) - a integridade do ficheiro é garantida ?? Melhor compressão do que o formato GIF, tipicamente 5% a 25% ( mas frequentemente 40 ou mesmo 50%) ?? Suporte de paletas de 1 -2-4 e 8 bits (como o GIF) ?? Suporte de 1-2-4 e 8 bits de escala de cinzas ?? Canal de transparências de 8 e 16 bits (não simplesmente existe ou não existe como no formato GIF , podendo ser controlado o grau da transpar ência). ?? Paletas de 8 e 16 bits por amostra (isto é, 24 e 48 bits) suporte TrueColor 2 in http://www.cdrom.com/pub/png/ 5. Obtenção de Imagem Os avanços tecnológicos da fotografia permitem registar, de forma económica, cenas da realidade para serem vistas por outras pessoas. Não há duvida que a reprodução de imagens através de película ou papel sensível à luz requer muito tem po e técnicas de processamento precisas. A realização de múltiplas cópias fotográficas é dispendiosa e, com frequência, a cor resultante difere muito da cena original. Os processos de impressão baseados em tintas, como o offset , permitem a reprodução em grandes quantidades, por um preço reduzido. Estes processos requerem a separação das imagens nos respectivos componentes ciano, magenta, amarelo e preto (CMYK), as quatro tintas de quadricromia utilizadas na impressão. No passado, os métodos de separação CMYK utilizavam máquinas de reprografia de formato grande, equipadas com filtros de cor. Os operadores das máquinas de reprografia utilizavam filtros RGB para registar componentes vermelho, verde e azul da imagem em películas a preto e branco. Era necessário fazer muitas películas intermédias positivas e negativas antes de obterem as separações CMYK. Assim eram obtidas as películas de separação de cor a partir das quais se executavam as tábuas de impressão. Os novos métodos digitais de exploração e registo ecl ipsaram estes sistemas complexos, que requeriam uma grande especialização, e abriram o mundo do processamento de imagens a muito mais pessoas. 5.1 Introdução ao Processo Digital As técnicas modernas de introdução digital permitem manipular e retocar as imagens num computador com um controlo preciso e uma grande flexibilidade. Os resultados finais podem reproduzir -se facilmente o número de vezes que se pretenda sem perda de qualidade. O armazenamento das cópias digitais em discos magnéticos ou outros suportes digitais assegura a integridade dos dados. As imagens digitais são formadas por uma grelha de pequenos quadrados denominados pixeis. Os dispositivos de introdução RGB reduzem a gama de cor visível a uma paleta limitada. A cada pixel é atribuída a cor da pale ta que mais se assemelhe à da imagem original. Quanto maior for a paleta, maior a precisão com que se poderá digitalizar o original. 5.2 Dispositivos de Introdução de Imagem Os diferentes desenhos de captura de imagens tornam alguns deles mais adequados para certas tarefas do que outros. Uma boa maneira de decidir qual o dispositivo se adapta melhor às nossas necessidades, consiste em determinar o tipo de original que vamos trabalhar e a forma como iremos utilizar os dados capturados. Para introduzirmos texto impresso num programa de processamento de texto pode ser adequado um scanner manual com um programa de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR). Para captar imagens em tons de cinzento ou trabalhos de linha, pode ser suficiente um scanner sensível, de mesa , a preto e branco. Se necessitarmos de ampliar muito imagens de cor com muitos detalhes e não quisermos perder qualidade , os scanners de mesa ou de tambor profissionais proporcionar -nos-ão a elevada resolução necessária para este tipo de digitalizações. 5.2.1 Scanners de Mesa Os scanners de mesa são os dispositivos de captura de imagem mais utilizados na edição automática e na pré -impressão profissional. Normalmente podem utilizar -se como programas de manipulação de imagens padrão. Os programas de interface mais avançados que podem ser controlados pelos scanners de mesa não exigem operadores especializados, porque o equilíbrio óptimo da cor e a densidade correcta da imagem são determinados automaticamente. Existe um ampla variedade de scanners de mesa, des de económicos, a preto e branco, até scanners a cor, profissionais, de alta qualidade. Os scanners de gama alta digitalizam não só originais opacos como transparentes. 5.2.2 Scanners de Tambor Os tubos fotomultiplicadores utilizados no sacnners de tambor para detecção dos valores das cores RGB permitem resultados de elevada qualidade. O scanner de tambor utiliza três amplificadores de sinal RGB para ler os valores de cor do original, colocado num tambor giratório. Estes valores são convertidos nas separações de c or CMYK, que são expostas directamente sobre uma película monocromática colocada sobre um segundo tambor giratório. Nos scanners de tambor só podem montar -se originais flexíveis sobre os cilindros de acrílico transparente. Podem explorar -se, sem qualquer p roblema, originais opacos ou transparentes, negativos ou positivos. 5.2.3 Scanners Manuais Estes dispositivos, muito mais económicos, passam manualmente sobre originais planos a cor ou a preto e branco. Não foram concebidos para digitalizar transparências e a su a largura máxima costuma ser inferior à do formato A4. Embora alguns scanners manuais tenham resoluções consideravelmente altas, a sua capacidade para produzir resultados aceitáveis é bastante limitada. Estes scanners podem utilizar-se como dispositivos OC R e de captura rápida de imagens de tonalidade contínua . 5.2.4 Máquinas Digitais Recentemente apareceram no mercado máquinas digitais, especialmente conce bidas para registar dados digitais e não aceitam ser carregadas com as películas tradicionais. As máquinas digitais registam os dados em discos, que podem ser extraídos. A capacidade destes discos costuma ser um factor determinante na resolução das imagens captadas. Geralmente, as máquinas digitais transmitem os dados através de um cabo ligado a um disco rígido, quando se torna importante conseguir uma maior resolução. Os dados de RGB são digitalizados simultaneamente, ou em 3 passos. Embora as máquinas dig itais sejam as mais adequadas para captar cenas ou objectos tridimensionais, também podem utilizar -se como alternativa aos scanners de mesa. 5.2.5 Câmaras de Vídeo A partir de câmara de vídeo, ou de fitas de vídeo gravadas é possível captar directamente sequências de imagens em movimento ou fotogramas fixos individuais através de sistemas de captura de fotogramas. Os programas de apresentações multimédia podem utilizar e modificar fragmentos destas imagens em movimento, embora a grande quantidade de informação di gital limite a qualidade da imagem, o tamanho e a duração. Quando o vídeo é o único registo de um acontecimento importante, é possível aumentar a resolução de alguns fotogramas através de um processo de nova amostragem da imagem que permite optimizar a qua lidade. 5.3 Avaliação dos Originais Antes de iniciar a digitalização de um original, é importante verificar as características do mesmo com a finalidade de escolher o sistema de digitalização mais adequado ao projecto que vamos desenvolver. 5.3.1 Trabalhos de Linha Quando uma imagem original é constituída por linhas e zonas uniformas a preto ou com tonalidades escuras, pode ser digitalizada como trabalho de linha. Se tiver alguma cor ou tonalidades de cinzento, estas serão convertidas em preto e branco puros, criando uma imagem com duas tonalidades. Os desenhos a bolígrafo e lápis digitalizados como trabalhos de linha podem converter -se em contornos, que serão tratados posteriormente com programas de vectores. Os objectos desenhados com uma só cor simples, como alguns logotipos, também se denominam trabalhos de linha. Quando se digitalizam imagens em tonalidades de cinzento para a reprodução de textura devemos ter em consideração a linearidade da textura, o factor de ampliação entre o original e o formato de saída, a g ama de tonalidades correcta e a nitidez. A imagem digitalizada deve conter toda a gama de tonalidade presente no original e assegurar um bom contraste e uma boa luminosidade. Estes aspectos podem ser controlados em programas de tratamento de imagens atravé s de alterações nos histogramas, curvas de tonalidade e controladores de densidade. 5.3.2 Cor Quando digitalizamos imagens a cor, para além de termos em consideração o factor de ampliação, a nitidez e a gama de tonalidades correcta relativamente ao original, não devemos esquecer que as imagens a cor são digitalizadas em modo RGB, mas s erão convertidas em separações CMYK para posterior impressão. Os ficheiros que contêm imagens RGB costumam ocupar um espaço de armazenamento três vezes superior ao de um ficheiro em tonalidades de cinzento. Não esquecendo que uma imagem em RGB é constituída por três espectros de luz (vermelho, verde e azul) que, misturados, oferecem a gama de tonalidades completa da imagem. Do mesmo modo, quando convertemos uma imagem a cor em CMYK p ara posterior impressão, o espaço que este ficheiro irá ocupar será quatro vezes maior do que o de tonalidades de cinzento. Quando se digitalizam imagens a cor, é conveniente obter o melhor resultado durante a digitalização. As operações destinadas a mante r uma gama de tonalidades bem distribuída e um correcto equilíbrio cromático relativamente ao original, podem realizar -se posteriormente em programas de tratamento de imagem. Contudo, pode acontecer que a imagem digitalizada não contenha informação sufici ente e estes retoques apareçam falsamente corrigidos, razão pela qual é mais eficaz realizar estes ajustamentos durante o processo de digitalização. 5.3.3 Mapa de bits Uma imagem digitalizada é constituída por um mapa de bits, pixéis adjacentes, que são pequenos quadrados pretos, brancos, cinzentos ou de cores uniformes. Todas as imagens de mapas de bits têm uma resolu ção específica ao número de pixé is por polegada. Se ampliarmo s uma imagem sem ampliarmos pixé is adicionais, o tamanho de cada pixel também aumentará. Isto significa que haverá menos pixé is por polegada, portanto a resolução será menor, ainda que o tamanho do ficheiro seja o mesmo. Quando as imagens são demasiado ampliadas, os pixé is poderão ver -se perfeitamente à vista desarmada produzindo os típicos dentes de serra nas linha diagonais. Quando se reduz o tamanho de uma imagem sem eliminar pixéis sucede precisamente o contrário. Os pixéis tornam -se mais pequenos, portanto a resolução aumenta. Visualmente, não constitui um problema, mas a resolução pode chegar a ser desnecessariamente elevada quando comparada com os requisitos de saída. Manter a resolução da imagem na relação correcta com o dispositivo de saída previsto, permite utilizar sempre o tamanho mais adequado do ficheiro e assegura um processame nto e impressão eficientes. Se for necessário mudar o tamanho de um original, a resolução de digitalização deverá adaptar -se ao novo tamanho. Por exemplo, uma fotografia de 5x5 cm que tenha de ser digitalizada e ampliada para 20x20 cm terá um factor de amp liação de 4, o que significa que a resolução da digitalização adequada deverá ser 4 vezes superior à resolução final pretendida para a imagem. Se for necessária uma resolução final de 200ppi o original deverá ser digitalizado com 800ppi. 5.4 Regras de Resoluçã o Quando digitalizamos uma imagem no modo de trabalho de linha, é aconselhável ter em consideração esta regra para conseguirmos uma resolução coerente entre o tamanho de entrada e de saída. A resolução da digitalização é igual à resolução do dispositivo de saída multiplicado pelo factor de ampliação. Quando digitalizamos imagens em tonalidades de cinzento ou a cores, para além deste factor de ampliação não devemos esquecer que a resolução deve ajustar -se às texturas utilizadas para a impressão dos valores d as tonalidades. Assim, devemos utilizar a regra seguinte para assegurarmos uma relação óptima: a resolução da digitalização é igual à linearidade da textura multiplicada pelo factor de qualidade multiplicado por sua vez pelo factor de ampliação. Entendemos com factores de qualidade óptimos 1,5 para linearidade de texturas superiores a 133 lpi (linhas por polegada) e costuma recomendar -se um factor de 2 para texturas inferiores a 133 lpi. Por exemplo uma imagem filmada a 85lpi em 50% do seu tamanho original deve digitalizarse a 85ppi (85lpi x 2 x 0,50 = 85ppi) 6. Conclusão Espera-se que este documento possa contribuir para um melhor uso da imagem e das potencialidades que, quando bem usada, ela pode oferecer . Que possa servir ainda de motivação e apoio, para o conhecime nto das inúmeras ferr amentas de tratamento de imagem. Referências Design Gráfico por Computador , Salvat Multimédia. http://www.wco.com/~png/ http://www.whatis.com/bitmap.htm http://www.geocities.com/SiliconValley/Program/4527/Textos/Bitmap.htm http://www.dcs.ed.ac.uk/~mxr/gfx/2d -hi.html http://www.cdrom.com/pub/png/