Edição número 1873 quinta-feira, 28 de julho de 2011 Fechamento: 08h30 Veículos Pesquisados: Clipping CUT é um trabalho diário de captação de notícias realizado pela equipe da Secretaria Nacional de Comunicação da CUT. Críticas e sugestões com Leonardo Severo ([email protected]) Isaías Dalle ([email protected]) Paula Brandão ([email protected]) Luiz Carvalho ([email protected]) William Pedreira ([email protected]) Secretária de Comunicação: Rosane Bertotti ([email protected]) Estadão __________________________________________________________________ Direção do PT age para mudar estatuto em congresso e esvaziar as prévias Ministro Gilberto Carvalho afirma ao 'Estado' que seria um 'desastre' uma disputa interna para escolher o nome do candidato à Prefeitura de São Paulo Vera Rosa (Política) Acostumado a enfrentar polêmica tanto no PT como no governo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que "seria um desastre" o partido promover uma prévia para a escolha do candidato à Prefeitura de São Paulo. Carvalho cobrou "maturidade política" do PT no momento em que o partido começa a debater as alianças para as eleições de 2012 e a reforma de seu estatuto. A tendência do 4.º Congresso do PT, marcado para setembro, é dificultar as prévias. "Seria um desastre ter prévia no PT em São Paulo", afirmou Carvalho ao Estado. "As prévias acabaram se transformando em trauma para nós porque, toda vez em que foram realizadas, houve enorme dificuldade para juntar o partido e reunificar a base. Com a disputa no nosso campo, as prévias oferecem munição para o adversário." O diagnóstico de Carvalho, um dos mais respeitados quadros do PT, coincide com avaliações reservadas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela presidente Dilma Rousseff. Embora desvie do assunto publicamente, sob o argumento de que foi ele quem instituiu no PT o voto dos filiados para a escolha de candidatos a presidente, governador e prefeito, Lula se movimenta para convencer o partido a enterrar as prévias, conforme revelou o Estado na segunda-feira. O alvo são as cidades estratégicas para o projeto de poder petista, como São Paulo e Belo Horizonte. O assunto promete agitar o 4.º Congresso do PT, de 2 a 4 de setembro, em Brasília. Convocado para mudar o estatuto do PT, o Congresso vai repaginar o sistema de consulta aos filiados para definição de candidatos a cargos majoritários. Propostas em discussão preveem, ainda, o aumento do dízimo petista para saldar a dívida do partido, na casa dos R$ 35 milhões, e a possibilidade de "recall" para troca de direção, antes do fim do mandato. De todos os temas, porém, o que mais tem causado desconforto é a defesa do fim das prévias. Na capital paulista, Lula prega a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), à sucessão do prefeito Gilberto Kassab. Para abençoar o calouro Haddad, ele recorreu a cálculo político semelhante ao utilizado em 2010, quando bateu o martelo sobre o nome da então desconhecida ministra Dilma, sem ouvir o PT. Na sua avaliação, Haddad é um nome sem desgaste, que pode atrair a classe média em São Paulo. A preferência do ex-presidente constrange a senadora Marta Suplicy, que quer entrar novamente no páreo pela Prefeitura e já está em campanha. Os deputados Carlos Zarattini e Jilmar Tatto, secretários de Marta quando ela foi prefeita (20012004), também estão de olho na vaga. Em um cenário no qual o PSDB poderá bancar a candidatura do ex-governador José Serra, o PMDB põe à prova o deputado Gabriel Chalita e o PSD de Kassab ensaia o apoio ao secretário Eduardo Jorge (PV), Lula terá dificuldade para enquadrar a cúpula do PT, que não se entusiasma com Haddad. Além de Marta e de dois integrantes de seu antigo grupo, hoje rachado, o senador Eduardo Suplicy (PT) já avisou que, se o acordo for inviável, não desistirá de disputar a indicação para concorrer a prefeito. Mesmo que seja com Marta, sua exmulher. Obama. "Voltar atrás nas prévias, ou mesmo esvaziá-las, seria uma incongruência", comentou Suplicy. "No ano passado, a direção do PT fez um apelo para que eu abrisse mão da candidatura ao governo para Aloizio Mercadante, mas agora é diferente. Assim como Barack Obama e Hillary Clinton se deram tão bem em 21 debates, eu, Marta e todos os demais podemos interagir com os filiados", emendou o senador, numa referência à eleição nos EUA, em 2008. Ministro da Ciência e Tecnologia, Mercadante está mais interessado, hoje, na eleição para o governo paulista, em 2014. Ele não quer deixar a Esplanada. "Não se sabe quem vai ser o candidato em São Paulo, mas espero que prevaleça o bom senso no PT e haja acordo", insistiu o ministro Carvalho. Na sua opinião, as prévias só se justificam quando se trata de uma "disputa simbólica", como a que ocorreu entre Lula e o próprio Suplicy, sete meses antes da eleição presidencial de 2002. Coordenador da comissão encarregada de preparar a reforma do estatuto do PT, o deputado Ricardo Berzoini (SP) foi na mesma linha. "O novo estatuto do partido tem de traduzir o debate político, e não uma visão burocrática de que qualquer pessoa pode disputar prévia apenas para marcar posição", argumentou Berzoini, ex-presidente do PT. "Existe a preocupação de evitar o desgaste, mas ninguém quer fazer disso um FlaFlu", completou ele. __________________________________________________________________ Desconhecido, Haddad estreia em pesquisa com 3% Sondagem feita pelo Vox Populi mostra que o candidato preferido de Lula tem melhor desempenho na zona oeste, região de alta renda e escolaridade Julia Duailibi (Política) Pesquisa Vox Populi sobre a corrida eleitoral para a Prefeitura de São Paulo em 2012 coloca o ministro da Educação, Fernando Haddad, com 3% de intenção de voto, no cenário mais favorável ao petista, no qual o candidato do PSDB é o senador Aloysio Nunes Ferreira – o tucano aparece com 6%. Incentivado pelo ex-presidente Lula para aumentar a inserção petista junto à classe média paulistana, Haddad tem o melhor desempenho na zona oeste, onde 7% disseram que votariam nele. A região é a formada por bairros com alta renda e escolaridade. Encomendada pela Força Sindical, a pesquisa entrevistou 1.000 pessoas e foi realizada entre 9 e 13 de julho. A margem de erro é de 3,1 pontos porcentuais. No cenário em que o nome do PSDB é o do ex-governador José Serra, Haddad tem 2% das intenções de voto. Serra lidera com 26%. Em terceiro, está o deputado Celso Russomanno (14%), do PP, seguido do vereador Netinho de Paula (8%), do PC do B. Depois estão o presidente da Força, o deputado Paulinho (7%), do PDT, e Soninha Francine (5%), do PPS. Neste cenário, Haddad está empatado com o deputado Gabriel Chalita (PMDB) e na frente do secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV), e do vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), ambos com 1% – os dois são opções do prefeito Gilberto Kassab para a sua sucessão. Liderança. Embora apresente a maior rejeição entre todos os nomes colocados (18%), a senadora Marta Suplicy (PT) lidera os cinco cenários em que é citada como candidata. Com Serra no páreo, tem 29% das intenções de voto contra 24% do tucano. Na pesquisa espontânea, em que o nome do candidato não é apresentado, Marta lidera com 9%, na frente de Kassab (6%). Serra vem em terceiro com 3% das menções – o mesmo porcentual do deputado Paulo Maluf (PP). Depois de Marta, o nome petista com o melhor desempenho é o do ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), que tem 10% das intenções de voto em dois cenários. No primeiro, Serra lidera com 26%. No que o candidato tucano é o deputado Ricardo Tripoli, Russomanno fica na frente com 17%. __________________________________________________________________ Ustra dirigia tortura, afirmam testemunhas Em audiência em fórum de SP, Vannuchi relata agonia de Merlino, após suplício nos porões do DOI-Codi; ex-comandante não comparece e será ouvido em Brasília Fausto Macedo (Política) Em audiência na 20.ª Vara Cível do Fórum João Mendes, no coração de São Paulo, cinco testemunhas arroladas pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino relataram ontem atos de tortura a que ele foi submetido há 40 anos nas dependências do DOI-Codi – unidade do antigo II Exército – e atribuíram a violência ao coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra, então major e comandante daquela unidade militar. Declarou a testemunha Paulo Vannuchi, ex-ministro de Direitos Humanos do governo Lula, que naquele ano, 1971, também foi capturado e encontrou Merlino agonizante nos porões. "Na porta da cela 3, um jovem foi trazido e colocado em uma mesa escrivaninha para receber massagem de um enfermeiro que usava calça verde-oliva, que tinha um nome boliviano, traços indígenas. Essa massagem foi na porta da minha cela. Eu perguntei ao rapaz o seu nome, ele respondeu com uma fala muito enfraquecida, eu não entendi, achei que era Merlin. Eu era estudante de Medicina, notei que a massagem era feita em uma das pernas com um quadro de cor escura, cianose, risco de gangrena." Enquanto fazia seu relato, Vannuchi desenhou um croquis da carceragem e entregou-o à juíza Claudia de Lima Menge, que conduziu os trabalhos de forma objetiva. Ela indagou aos depoentes se foram torturados ou se testemunharam agressões. "Ele (Ustra) comandou todas as sessões de tortura", afirmou Vannuchi. A praça do fórum recebeu manifestantes que empunhavam cartazes, faixas e fotos de Merlino e de muitas dezenas de desaparecidos políticos. "Cadeia para o Ustra, Justiça para Merlino", pediam. Disse a testemunha Joel Rufino, professor de 70 anos: "Fui preso um ano depois da morte do Merlino. Ouvi do carcereiro Oberdan que ele tinha sido barbarizado, as pernas ficaram gangrenadas e a única forma de salvá-lo era a amputação". Merlino estaria com 63 anos. Integrante do Partido Operário Comunista (POC), ele foi preso em Santos, na noite de 15 de julho de 1971. No dia 19, seu corpo foi levado para o Instituto Médico Legal. A versão oficial: tentou fugir de uma escolta e foi atropelado na estrada. A ação contra Ustra, de 78 anos, busca reparação por danos morais. Ele não foi ao fórum. Será ouvido em Brasília, onde mora. "Quero saber por que ele não veio. Se não torturou, deveria vir à Justiça. Ele não tem coragem?", protestou Clara Charf, companheira de Carlos Marighella, morto em 1969. "Ele me torturou pessoalmente, atiçava os outros torturadores", afirmou a paisagista Leane Ferreira de Almeida. "Eu ouvi um enfermeiro no DOI falar que não tinha mais jeito, que as pernas (de Merlino) estavam necrosadas. Eles colocaram o Merlino no porta malas de um carro, o corpo inerte. Não sei se ele estava vivo", disse Leane. "Ustra nega tudo, diz que jamais participou de tortura", afirma o advogado Paulo Esteves, defensor do ex-chefe do DOI. "Os antecedentes dele não são os de pessoa violenta. Ustra comandou o DOI, mas não comandou torturas. Nunca se envolveu em absolutamente nada que pudesse ferir a dignidade de seu semelhante. Violência é contra os princípios religiosos dele." __________________________________________________________________ No Araguaia, ministra apoia indenizações Camponeses teriam sofrido tortura durante a Guerrilha do Araguaia Célia Bretas Tahan (Política) A ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse nesta quarta-feira, 27, em Xambioá (TO), que fará o possível para garantir a 44 camponeses o direito à indenização por terem sofrido torturas durante a Guerrilha do Araguaia. Segundo a ministra, que acompanhou o reinício das atividades do Grupo de Trabalho Araguaia (GTA), a decisão final depende da Justiça, e o governo federal é parte atuante no processo, por meio da Advocacia-Geral da União. Os camponeses, anistiados em junho de 2009, teriam direito a indenizações entre R$ 80 mil e R$ 142 mil e a pensões de dois salários mínimos. Em maio de 2010, o juiz substituto José Carlos Zebulum, da 27.ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, concedeu liminar impedindo o recebimento das indenizações. O conflito armado entre aqueles que se opunham à ditadura e integrantes do Exército ocorreu entre 1972 e 1975. A busca por corpos na região de Xambioá e no sul do Pará localizou dez ossadas, mas apenas duas foram identificadas: Bergson Gurjão Farias e Maria Lúcia Petit. As demais ainda passam por perícia. __________________________________________________________________ Governo vai 'proteger a economia nacional', diz Marco Aurélio Garcia Assessor internacional do Planalto explica que medidas estão sendo tomadas em relação a valorização do real diante ao dólar Tânia Monteiro (Política) O assessor internacional do Planalto, Marco Aurélio Garcia, disse, ao desembarcar em Lima, onde participa ao lado da presidente Dilma Rousseff, da posse do novo presidente peruano Ollanta Humana, que o governo adotará ―todas as mudanças necessárias para proteger a economia nacional‖. Segundo Marco Aurélio, embora alguns digam que parte das medidas adotadas para conter a queda do dólar não foram suficientes, ―se elas não tivessem sido tomadas os efeitos teriam sido muito mais deletérios porque não são problemas que estão ligados exclusivamente à economia brasileira, são problema de âmbito internacional‖. Marco Aurélio Garcia explicou que ―o problema do dólar não é um problema só da relação dólar-real‖. E emendou: ―é um problema da relação do dólar com o conjunto das moedas e é por isto que estamos preocupados, entre outras coisas, com as medidas de política econômica que estão sendo discutidas no momento atual com os Estados Unidos‖. O assessor de Dilma lembrou que com as medidas adotadas nesta quarta feira, o dólar cedeu suspendendo a queda de cotação dos últimos dias, que levou ao menor índice dos últimos anos. ―Nós conseguimos dobrar esta tendência inflacionista, e nós estamos agora enfrentando os temas cambiais com muita coragem‖, declarou ele, acentuando que ―esta decisão do governo de taxar os derivativos vai ter um impacto muito positivo‖. __________________________________________________________________ Crédito cresce 20% em 12 meses Na comparação de junho com maio, o estoque de crédito no sistema financeiro nacional cresceu 1,6% e chegou a R$ 1,834 trilhão Eduardo Rodrigues (Economia) O Banco Central (BC) informou nessa quarta-feira que a relação entre o crédito e o PIB do País é recorde. De acordo com dados divulgados nessa quarta-feira, em junho, essa relação chegou a 47,2%. O chefe do Departamento Econômico da autoridade monetária, Túlio Maciel, explicou que em junho do ano passado, essa proporção estava em 44,6%. Segundo Maciel, a expectativa do BC é de que a relação crédito/PIB chegue a 48% até o fim de 2011. Dados do BC mostram ainda que o volume de concessões de crédito no ano já cresceu 7,5% e em 12 meses encerrados em junho, a expansão atinge 20%. Até maio, a evolução do crédito em 12 meses acumulava alta de 20,4%. Nos últimos três meses (junho, maio e abril), o saldo de operações registrou alta de 4,6% ante o período imediatamente anterior. O BC apontou ainda que o estoque de crédito no sistema financeiro nacional cresceu 1,6% em junho, na comparação com maio, e chegou a R$ 1,834 trilhão. Com isso, a relação crédito/Produto Interno Bruto passou de 46,9% para 47,2% no mês de junho. Maciel avaliou que o ritmo de expansão do crédito no primeiro semestre de 2011 já mostra um arrefecimento em relação à segunda metade de 2010. "Verificamos um crescimento moderado, consistente com o ritmo de expansão da economia", afirmou. Para Maciel, os impactos das medidas macroprudenciais tomadas pelo governo e do aumento da taxa básica de juros, a Selic, devem fazer com que o crédito na segunda metade deste ano não tenha a mesma força observada em igual período do ano passado. "A ampliação do crédito se dará em condições mais restritivas", completou. Juros Ainda segundo os dados do Banco Central, os juros cobrados nas operações de crédito livre no País caíram de 40% em maio para 39,5% em junho. Da mesma forma, as taxas cobradas nos empréstimos à pessoa física recuaram de 46,8% para 46,1% ao ano, bem como os juros incidentes nas concessões às empresas, que passaram de 31,1% ao ano para 30,8% ao ano. O mesmo ocorreu com o spread médio cobrado nas operações de crédito livre, que recuou de 27,9 pontos porcentuais para 27,3 pontos porcentuais. No crédito às famílias, o spread caiu de 34,3 pp para 33,6 pp. Nas concessões às pessoas jurídicas, o spread caiu de 19,4pp para 18,9pp. A inadimplência se manteve estável em 5,1% no total do crédito livre, refletindo a inexistência de mudança nos níveis de atraso de pessoas físicas (6,4%) e jurídicas (3,8%). Já o prazo médio das operações de crédito de pessoas físicas chegou a 575 dias em junho, o maior da série histórica do Banco Central iniciada em junho de 2000. No entanto, o resultado inédito não representa uma melhora nas condições das operações, mas sim uma migração maior dos tomadores de modalidades de prazos mais curtos para modalidades com prazos mais alongados. "Podemos verificar um processo de alongamento dos prazos desde dezembro de 2009, que foi interrompido no começo deste ano pelo efeito das medidas macroprudenciais tomadas pelo governo", afirmou Maciel. "Em junho foi observado um retorno do aumento dos prazos na média do sistema, mas isso reflete mudanças na composição das operações, e não nas condições", concluiu. Folha de S.Paulo __________________________________________________________________ Petistas reagem a Jobim, e Planalto tenta conter crise (Poder) Deputados fazem críticas ao ministro da Defesa, que declarou ter votado em Serra contra Dilma em 2010 Para secretário do PT, aliado se acha a "última bolacha do pacotinho'; tucano agradece e diz que também o nomearia A revelação feita ontem pelo ministro Nelson Jobim (Defesa) de que votou em José Serra (PSDB) na última eleição presidencial gerou críticas de petistas e mal-estar no governo. O tucano foi o principal adversário de Dilma Rousseff (PT) em 2010. Por orientação de Dilma, integrantes do Planalto se esforçaram em minimizar as declarações para não alimentar a crise. Para petistas, porém, as manifestações do ministro indicam que ele não terá vida longa no governo. Jobim deu entrevista anteontem ao programa "Poder e Política", realizado em Brasília pela Folha e pelo portal UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha. Segundo ele, que é filiado ao PMDB, Dilma já sabia de sua preferência. O deputado federal André Vargas (PT-PR), secretário de Comunicação do partido, disse no Twitter que Jobim deve se achar a "última bolacha do pacotinho": "Deve achar que não há outro ministro de Defesa possível". Líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP) disse "estranhar" a declaração de Jobim logo depois de o ministro ter dito, em uma homenagem a Fernando Henrique Cardoso, que hoje "os idiotas perderam a modéstia". Isso incomodou o Planalto, que procurou esfriar o caso. "Com tanta coisa para cuidar, estranho a declaração dele querendo pautar em quem votou." E finalizou: "Ele não faz de graça". Ministro de FHC e Lula, Jobim perdeu espaço na gestão Dilma e já confidenciou que não pretende ficar até 2014. A mais recente declaração do ministro coloca não só Dilma numa saia justa. Constrange também o vice-presidente Michel Temer (PMDB). Ontem Temer disse em São Paulo que "todo mundo sabe que no PMDB houve divergências durante a campanha. A grade maioria votou na chapa Dilma/Temer, mas alguns tiveram dificuldades e foram compreendidos". A afirmação de Jobim foi ironizada por peemedebistas como o deputado Eduardo Cunha (RJ): "Descobriram o grande segredo da politica brasileira: Jobim votou no Serra e não na Dilma. Daqui a pouco vão descobrir que o Aécio [Neves] votou na Dilma e não no Serra". O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), disse que Jobim está no seu direito de eleitor e que uma parte do partido apoiou Serra: "Apenas lamentamos". Serra agradeceu e comemorou o apoio: "Gostei de saber. Eu nunca havia perguntado a ele se iria votar ou se havia votado em mim", disse. "Se eu tivesse sido eleito, o teria convidado para participar do governo." __________________________________________________________________ MEC banca propaganda em defesa de Haddad Pasta libera R$ 396 mil para rebater críticas que desgastaram ministro Petista quer disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012; MEC diz que anúncios não visam a promover imagem dele João Carlos Magalhães e Larissa Guimarães (Poder) O Ministério da Educação decidiu veicular duas campanhas publicitárias de rádio e TV, ao custo total de R$ 396,9 mil, para rebater críticas recentes à pasta. Os episódios tiveram origem em duas reportagens da TV Globo e atingiram a imagem do ministro Fernando Haddad, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PT. O MEC diz que as peças não têm o objetivo de promovê-lo politicamente. A primeira propaganda defende a distribuição de um livro didático que ensina que, em determinados contextos, é aceitável não se usar a norma culta do português. O noticiário sobre o livro desgastou a imagem do ministério, e Haddad chegou a ser obrigado a ir ao Senado para dar explicações. A peça, que custou R$ 223,5 mil, diz que a escolha dos livros didáticos não cabe ao MEC, e sim a universidades e professores. Um locutor diz ainda que "o Programa Nacional do Livro Didático é o maior e mais respeitado em todo o mundo". Em outra propaganda, a pasta rebate reportagem que mostrou escolas públicas oferecendo merenda estragada aos alunos. O anúncio do Ministério da Educação sugere que os pais devem monitorar a merenda da escola de seus filhos por meio da participação nos conselhos escolares. "É obrigação de toda escola oferecer alimentação de qualidade para seus alunos, mas é importante que os pais fiscalizem", diz o locutor do vídeo, pelo qual o ministério pagou R$ 173,4 mil. DATAS O anúncio sobre os livros didáticos começou a ser transmitido dia 18, cerca de uma semana depois de o ministro afirmar publicamente que pretende disputar a prefeitura. Deve ficar no ar até o dia 31 deste mês. O vídeo que trata da merenda foi divulgado em 17 de junho. No mesmo dia, a Folha revelou que o ministro havia manifestado a dirigentes petistas a intenção de se candidatar. A campanha saiu do ar depois de um mês. As peças foram divulgadas gratuitamente por emissoras ligadas à Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). O MEC tem direito a cinco minutos diários nos veículos, sendo um em horário nobre. A assessoria de Haddad definiu o teor das propagandas. Segundo o MEC, o objetivo foi responder às críticas à pasta, mas sem promover o ministro politicamente. "Tanto um filme como outro estavam programados desde o início do ano. [...] As reportagens [...] apenas apontaram o enfoque que deveria ser utilizado", informou a assessoria do MEC. __________________________________________________________________ Temer sinaliza aliança com Alckmin em SP Depois de lançar Chalita pelo PMDB, vice de Dilma faz elogios a governador tucano Daniela Lima (Poder) Defensor da pré-candidatura do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) à Prefeitura de São Paulo, o vice-presidente Michel Temer disse ontem que vê espaço para aliança entre PMDB e oposição na disputa municipal. Ele fez a declaração após participar de solenidade ao lado do governador Geraldo Alckmin, do PSDB. "Não quero avançar nada, adiantar nada, mas em política tudo é possível, especialmente com o governador Geraldo Alckmin, que tem essas qualidades", disse Temer. O vice da presidente Dilma Rousseff viajou a São Paulo para participar da inauguração da nova ponte estaiada sobre o rio Tietê. Alckmin batizou a ponte de Governador Orestes Quércia, em homenagem ao antecessor peemedebista que morreu no ano passado. Em discurso, Temer descreveu o tucano como um líder "capaz de unir diversas correntes" políticas, insinuando uma possível composição entre PMDB e PSDB. Chalita estava no palco ao lado de dois pré-candidatos tucanos à prefeitura: o exgovernador José Serra (que nega interesse na disputa, apesar de ter apoio no partido) e o secretário estadual de Energia, José Aníbal. Alckmin e Chalita são amigos. Foi o governador quem alavancou a carreira política do deputado, ao nomeá-lo secretário de Educação em sua gestão anterior. A entrada de Chalita na lista de pré-candidatos despertou rumores de que ele seria uma espécie de plano B do governador, que poderia, ao menos em um eventual segundo turno, apoiá-lo. SABEDORIA Temer abriu seu discurso com elogios a Alckmin pela iniciativa de homenagear Quércia com a obra. "Vossa Excelência teve a sabedoria de não designar uma pequena rua, uma pequena avenida para o nome do Quércia. Isso vulneraria a grandiosidade dele", disse. Logo depois, o vice-presidente elogiou a habilidade política de Alckmin e insinuou que será ele o responsável por fazer a ligação entre "várias lideranças do país". "Essa ponte, grandiosa como é, fará não apenas a ligação de bairros com a marginal, mas fará politicamente a ligação entre várias lideranças do nosso país", afirmou. Questionado sobre o significado do discurso de Temer, Alckmin desconversou. "A ponte diminui distâncias, supera obstáculos. E nós relacionamos essa obra ao governador Quércia por seu papel importante na redemocratização do país." Apesar da simpatia com Alckmin, Chalita é desafeto de Serra e está longe de ser unanimidade no PSDB. Outros tucanos reclamam da proximidade que ele cultivou com o PT ao longo da última campanha presidencial, quando disputou mandato pelo PSDB e apoiou a candidatura de Dilma. __________________________________________________________________ Promotoria denuncia 3 por morte de casal no Pará Acusado é dono de terra em assentamento Felipe Luchete (Poder) O Ministério Público do Pará denunciou ontem os suspeitos de matar, em maio, o casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo. Eles foram mortos a tiros no assentamento onde moravam em Nova Ipixuna, no sudoeste do Pará. O inquérito policial sobre o crime, entregue à Justiça na semana passada, aponta como mandante José Rodrigues Moreira, 42, dono de terras no assentamento onde o casal morava. O irmão do mandante, Lindonjonson Silva Rocha, 29, é suspeito da execução, com ajuda de Alberto Lopes do Nascimento, 29. A promotora Amanda Luciana Lobato denunciou Rodrigues sob acusação de homicídio duplamente qualificado. Os outros dois foram acusados de cometer homicídio triplamente qualificado. Segundo a polícia, eles não têm advogado. A Promotoria também pediu a prisão preventiva dos suspeitos, "pois, soltos, (...) poderão sumir com provas e ameaçar testemunhas". O processo será encaminhado ao juiz Murilo Lemos Simão, de Marabá. Durante as investigações, a polícia já havia feito dois pedidos de prisão, ambos negados pelo juiz. Nesta semana, a família dos extrativistas e movimentos sociais divulgaram nota criticando a atitude dele. Ontem, a Associação dos Magistrados do Pará disse em nota que Simão, "magistrado sem qualquer mácula", conhece os conflitos agrários da região. Valor Econômico __________________________________________________________________ CUT ameaça ir à Justiça contra leilão de aeroportos Fernando Exman Diante da determinação do governo federal de conceder à iniciativa privada os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) ameaçou ontem recorrer à Justiça para tentar frear os leilões. A iniciativa deve ter dificuldades de prosperar no Judiciário, mas pode atrapalhar os planos do governo de realizar as licitações ainda este ano. O alerta foi feito pelo presidente da CUT, Artur Henrique da Silva, que participou ontem da terceira reunião entre representantes dos trabalhadores e do governo para discutir as concessões. Ele ponderou que insistirá nas negociações para tentar demover o governo Dilma Rousseff da ideia de reduzir a 49% a participação da Infraero nos três empreendimentos. Caso não tenha sucesso, a CUT passará a centrar seus esforços na tentativa de influenciar a redação do modelo dos leilões de concessão. Insistirá que o Executivo precisa garantir a segurança e a qualidade do serviço, além do emprego e das condições de trabalho no setor. "Se nada disso der certo e o governo mantiver a decisão de dar à Infraero 49%, e ao setor privado 51%, cabe ao movimento sindical analisar as medidas jurídicas cabíveis", disse. Eletricitário de Campinas (SP), Artur Henrique tem experiência no tema. Na gestão de Fernando Henrique Cardoso, apresentou diversas ações judiciais questionando as privatizações do setor elétrico. Não obteve nenhuma vitória nos tribunais, mas sua postura não deixou de render dores de cabeça ao governo. "Não gostaria que chegasse nisso." Além do presidente da CUT, participaram da reunião o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Francisco Lemos, e representantes da SecretariaGeral e da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República. No encontro, o governo revelou aos trabalhadores alguns detalhes do modelo de concessão que está em elaboração. Os editais teriam como premissa evitar aumentos tarifários e demissões. Além disso, como a Infraero passaria a ser minoritária, os consórcios que vencerem os leilões não devem sofrer com as amarras da Lei de Licitações e os controles do Tribunal de Contas da União (TCU) e dos tribunais de contas estaduais. "O governo alega que a proposta vai na linha de que é preciso mais liberdade, rapidez e celeridade na condução e execução do que precisa ser feito nos aeroportos", comentou Artur Henrique. O modelo em estudo pelo governo também prevê o estabelecimento de metas de qualidade e conforto dos passageiros nos contratos de concessão. Mas o presidente da CUT lembrou que o mesmo foi feito no setor elétrico e hoje os consumidores sofrem com frequentes falhas no fornecimento de energia. A próxima reunião do grupo foi agendada para o dia 11 de agosto. O encontro será ampliado: deverá contar com a presença de representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Infraero, Polícia Federal, Receita Federal e dos sindicatos dos aeronautas e aeroviários. O governo pretende realizar a licitação dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília ainda neste ano. Para tanto, quer promover uma audiência pública em setembro ou outubro sobre o modelo de concessão e publicar os editais dos leilões em novembro. Procuradas pela reportagem, a Secretaria-Geral e a Secretaria de Aviação Civil não comentaram o assunto. ___________________________________________________________ Sinal verde para a previdência complementar Ribamar Oliveira A presidente Dilma Rousseff deu sinal verde para o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, tocar o projeto de lei que cria a previdência complementar do servidor público federal. O governo está negociando um substitutivo ao projeto que tramita no Congresso Nacional desde 2007. A ideia é acolher algumas emendas ao texto original que foram apresentadas pelos deputados e que não alteram a essência da proposta. O substitutivo será apresentado pelo próprio relator do projeto na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara, deputado Silvio Costa (PTB-PE). O governo resistiu às pressões e descartou a proposta de criação de um fundo só para o Judiciário, como estava sendo reivindicado pelos juízes. Haverá apenas um fundo para todos os servidores civis da União (os militares ficarão fora, pois terão suas próprias regras). Mas o governo flexibilizou a proposta, que admitirá a existência de vários planos de aposentadoria complementar geridos pelo mesmo fundo. A pedido da presidente Dilma, o Ministério da Previdência está preparando, junto com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), uma série de simulações de como ficará a aposentadoria dos servidores com o fundo de pensão vis-à-vis a situação atual. As simulações serão apresentadas na próxima semana à ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Proposta prevê um único fundo com vários planos Os cálculos preliminares feitos pelos técnicos da Previdência mostraram que quem optar pelo Fundo poderá até mesmo ter um valor da aposentadoria maior do que se ficasse com as regras atuais. As simulações foram feitas com base em variáveis conservadoras para a rentabilidade das aplicações do Fundo, para a revisão salarial do servidor ao longo do período de contribuição e com base na tábua atuarial AT 2000, mais condizente com a realidade demográfica que está se desenhando para o futuro. Político experiente, o ministro Garibaldi quer reduzir o conteúdo emocional do debate em torno da criação da previdência complementar dos servidores. Por isso, ele orientou sua equipe a preparar argumentos técnicos e números que mostrem as vantagens do novo sistema para os futuros participantes. A estratégia do ministro é ganhar o apoio dos servidores para a proposta pela força dos argumentos. Mesmo com a oposição manifestada pelas entidades representativas dos magistrados ao fundo de pensão, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou, recentemente, uma comissão encarregada de discutir o assunto. Essa comissão é coordenada pelo conselheiro Jefferson Luis Kravchychyn. O governo quer aproveitar esse espaço de discussão aberto no Judiciário para apresentar os dados e os argumentos técnicos em defesa do novo sistema. Os juízes desejam preservar a aposentadoria integral, ou seja, receber na inatividade um valor que corresponda aos proventos no exercício do cargo. Os técnicos do Ministério da Previdência lembram, no entanto, que a aposentadoria integral não existe mais para aqueles que ingressaram no serviço público depois da emenda constitucional 41, de 2003. Essa questão não pode ser alterada pelo projeto de lei que está no Congresso. A criação de um fundo de pensão para o servidor fez parte da reforma previdenciária proposta pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa reforma, aprovada pelo Congresso Nacional em 2003, prevê que as pessoas que ingressarem no serviço público após a criação da aposentadoria complementar passarão a ter as mesmas regras dos trabalhadores da iniciativa privada. Ou seja, contribuirão para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e receberão aposentadoria até o valor de R$ 3.672,00 - o teto atual do INSS. Além disso, poderão contribuir para o fundo de pensão dos servidores e complementar a aposentadoria. As novas regras só valerão, portanto, para quem ingressar no serviço público após a aprovação da previdência complementar. Os atuais servidores só optarão pelo fundo de pensão se assim o desejarem. Não serão obrigados a isso. Essa regra da Constituição preserva não apenas os direitos adquiridos, mas também as expectativas de direito. Mesmo que as mudanças tenham impacto sobre as contas públicas apenas no longo prazo, o governo considera indispensável enfrentar essa questão porque o déficit do regime próprio dos servidores públicos federais está crescendo 10% ao ano, de acordo com dados do Ministério da Previdência. Ele é maior do que o déficit do RGPS. Em 2010, o déficit do regime próprio, que beneficia 950 mil servidores aposentados e pensionistas, ficou em R$ 51,2 bilhões, enquanto que o déficit do RGPS, que beneficia 28 milhões de trabalhadores, foi de R$ 42,9 bilhões. Esse quadro não mudará muito este ano, de acordo com as previsões oficiais. Para agravar a situação, dados do Ministério do Planejamento mostram que, nos próximos quatro anos, cerca de 40% dos atuais 1.111.000 funcionários públicos federais estarão em condições de requerer a aposentadoria. Ou seja, se o fundo de pensão não for criado logo, os substitutos desses servidores ingressarão no serviço público com as regras atuais de aposentadoria, adiando a solução do problema. Ribamar Oliveira é repórter especial em Brasília e escreve às quintas-feiras __________________________________________________________________ CNI defende desleal medidas mais severas contra concorrência Claudia Safatle e Sergio Leo As medidas adotadas pelo governo para conter a especulação com dólar poderão ter efeito positivo para desvalorizar o real, mas logo a atratividade do mercado brasileiro forçará o dólar para baixo, acredita o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. O Brasil, diz, precisa pensar seriamente em impor limites quantitativos à entrada de capital estrangeiro no país - como a quarentena para ingresso de divisas imposta pelo Chile no passado recente - e tem de apressar a adoção de medidas para fortalecer a produção industrial. Aumentar a severidade das medidas antidumping, contra importações desleais, deve ser um dos principais pontos da nova política industrial, a ser divulgada na próxima semana, acredita o empresário. Ele argumenta que, hoje, os importadores aceleram a compra de produtos estrangeiros sujeitos a processos antidumping, para formar estoques e vender no mercado interno. A CNI sugeriu ao governo - e, segundo Andrade, teve boa receptividade - a adoção de "antidumping provisório": a partir da abertura de investigação por dumping, já começaria a valer o prazo de aplicação das tarifas de importação punitivas, sobre os produtos acusados de competição desleal. "Hoje, um processo desses pode levar até dois anos", diz. "Com essa medida, o importador teria de pagar tarifa punitiva relativa a todo esse período, se constatado o dumping". Andrade acredita que a adoção desse mecanismo desencorajaria a importação de mercadorias com preços artificialmente baixos. "Tributos, câmbio, custo-Brasil não explicam certas diferenças de preço", afirma. "Embalagens de cosméticos e pastas de dente, que são fabricadas aqui por R$ 38 o milheiro, podem ser importadas da China por R$ 3,5. Estão vendendo a qualquer preço, para quebrar a concorrência." Otimista em relação às medidas que devem ser anunciadas no âmbito de uma nova política industrial, no dia 2, o presidente da CNI cobra, porém, a inclusão de mecanismos para reduzir a tributação sobre as exportações e antecipar créditos pagos pelos exportadores por impostos embutidos nas matérias-primas e insumos. As empresas só podem abater em 12 meses o PIS e a Cofins embutidos nos preços de máquinas e equipamentos destinados à produção, exemplifica Andrade. "Propusemos ao governo que a recuperação do imposto pago ocorra no mês da compra." Segundo o presidente da CNI, o setor privado não conseguiu apresentar ao governo uma proposta de compensação para uma possível desoneração das folhas de pagamentos (o fim da contribuição previdenciária das empresas). "Qualquer proposta implicaria aumento de carga para o setor de serviços, ou o industrial ou o agrícola", disse. "O ideal seria não criar compensação, e vincular o ritmo de desoneração ao crescimento da receita da Previdência." A intenção do governo de aumentar as exigências de conteúdo nacional das empresas beneficiadas por incentivos oficiais é aplaudida pela CNI. Andrade defende que se estenda o programa de prioridade a fornecedores nacionais adotado pela Petrobras a outras estatais, como Eletrobras, Correios, o setor de saúde e aeroportos, por exemplo. Financiamentos do BNDES a hidrelétricas, por exemplo, teriam cláusulas de conteúdo nacional mínimo. __________________________________________________________________ Frente Parlamentar da Saúde descarta CSS Raphael Di Cunto A defesa de uma nova forma de financiamento para a Saúde feita por governadores do Nordeste alinhados com o governo federal não encontra respaldo na Câmara, diz o presidente da Frente Parlamentar Mista de Saúde, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). "Não há clima no momento para criar novo imposto", afirmou ontem ao Valor. Além das diversas crises no governo, a proximidade com as eleições municipais faz com que os parlamentares evitem medidas impopulares, com o aumentar a carga tributária para a população. Em evento com a presidente Dilma Rousseff (PT) na segunda-feira, o governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), colocou-se na linha de frente da defesa pela volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta em 2007. "Registro aqui a minha preocupação, que é a mesma do governo federal. Precisamos fazer muito mais e sabemos que não temos Orçamento", disse o petista. A Câmara discute implantar a Contribuição Social da Saúde (CSS), com a mesma finalidade da CPMF. O imposto está na regulamentação da Emenda Constitucional 29, que estabelece o valor mínimo que os governos precisam gastar com a Saúde e o que pode ser incluído nas despesas do setor. O projeto, já aprovado no Senado, voltará para a Casa depois da aprovação na Câmara - falta apenas votar emenda do DEM que exclui o imposto do texto. A CSS nunca foi defendida abertamente pela presidente Dima, embora aliados próximos, a exemplo dos governadores, sempre falem da "necessidade de acabar com o subfinanciamento" da área. Segundo o deputado federal Amauri Teixeira (PT-BA), ex-secretário adjunto de Saúde do governo Wagner, o ministro da Saúde Alexandre Padilha disse a ele que é preciso uma "fonte estável de recursos". "Apesar de ele não defender o imposto, é óbvio que essas fonte é a CSS", afirmou. O petista ressalta, no entanto, que Dilma ficou neutra nesse assunto. "A presidente, desde a campanha, assumiu postura em relação a esse tema de não tomar iniciativa. Ela nem defende nem estimula, mas também não se coloca contra", completou Teixeira. O governo trabalha, entretanto, para evitar a volta de emenda do ex-senador Tião Viana (PT-AC), que obriga a União a gastar pelo menos 10% da receita com o setor - Estados tem o piso de 12% e municípios de 15%. O texto iria a plenário na última semana antes do recesso parlamentar, mas o governo manobrou para evitar a votação na Câmara. Segundo o vice-presidente da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Eleuses Paiva (DEM-SP), todos os partidos se comprometeram a aprovar a emenda e deixar a discussão a cargo do Senado, onde o governo teme que seja retomado o texto inicial, o que aumentaria os gastos da União. __________________________________________________________________ Temer e Moreira Franco dizem que PMDB não está imune a investigações Vandson Lima Dois caciques do PMDB defenderam o tratamento implacável que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem adotado em denúncias de corrupção nas diversas esferas do governo federal. O vice-presidente Michel Temer e o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, observaram que o PMDB não está imune à "faxina" imposta pela presidente. As declarações dos pemedebistas foram dadas ontem, mesmo dia em que o Diário Oficial da União publicou a exoneração de Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Jucá Neto pediu para deixar a diretoria da Companhia Nacional de Abastecimento após denúncias de que teria liberado irregularmente um pagamento de R$ 8 milhões para a empresa de armazenagem Renascença. Segundo reportagem da revista "Veja", a empresa está em nome de dois laranjas. Também foram publicadas ontem as demissões do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, e do diretor de Infraestrutura Rodoviária do órgão, Hideraldo Caron (PT). Para Temer, "o PMDB, assim como todos os partidos, tem que se submeter aos regimes normais de controle". Na mesma linha, Moreira Franco observou: "Não estamos nos protegendo e não temos o menor receio de que as apurações devam ser feitas com rigor pela Polícia Federal e pela CGU [Corregedoria-Geral da União]. Apurado qualquer ilícito e qualquer desvio de conduta, tem que ser rigorosamente punido, seja companheiro do partido ou não". Reportagem do Valor na última segunda-feira mostrou que as mudanças em Furnas, tradicional feudo do PMDB e alvo de denúncias por parte dos funcionários de carreira da instituição, restringiram-se à troca do presidente da empresa. Temer, que compareceu à inauguração da ponte estaiada Governador Orestes Quércia minimizou as declarações do ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), em entrevista à 'Folha de S.Paulo', de que na última eleição presidencial votou em José Serra (PSDB). "Todo mundo sabe que no PMDB houve divergências durante a campanha. A grande maioria votou na chapa [presidencial] Dilma/Temer, mas alguns tiveram dificuldades e foram compreendidos pelo partido", disse o vicepresidente, que defendeu ainda o trabalho de seu correligionário e ministro. "Quero registrar que o Jobim faz um grande trabalho, organizou o setor da defesa no país e é fundamental para o governo", afirmou. Jobim foi ministro da Justiça do governo de Fernando Henrique Cardoso. Assumiu a Defesa em 2007 e foi no cargo pela atual presidente. Nem todos os governistas viram com a mesma tranquilidade as declarações. O deputado Federal André Vargas (PT-PR) manifestou seu descontentamento no Twitter: "Para dar uma declaração destas Jobim deve se achar a ultima bolacha do pacotinho. Deve achar que não há outro ministro de Defesa possível". Correio Braziliense __________________________________________________________________ Acordo divide rodoviários do Entorno e greve continua nesta quinta-feira Adriana Bernardes Os rodoviários de Águas Lindas e Santo Antonio do Descoberto decidiram manter a greve por tempo indeterminado. A categoria esteve reunida em assembleia na noite desta quarta-feira (27/7) e, apesar de os representantes oficiais terem entrado em acordo com os patrões, decidiu manter a paralisação. A proposta aceita é de 8% de reajuste a partir do dia 1º de agosto. O acordo coletivo foi homologado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) durante a audiência do processo de dissídio que definiu também o aumento para o próximo ano: reposição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor INPC, mais 1% de ganho real. Os rodoviários de Valparaíso, que aderiram à paralisação nesta quarta, realizam uma assembleia às 4h da manhã desta quinta-feira (28/7) para definir os rumos do movimento. A assinatura do acordo de dissídio durou mais de três horas. Na mesma sala estavam os representantes dos dois sindicatos — do oficial e do que representa os "dissidentes" — das empresas de ônibus, além do Procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Januário Justino Ferreira, e o presidente do TRT da 18 Região, o desembargador Mário Sérgio Bottazzo, o mesmo que decretou a "abusividade" da greve na noite da última terça-feira (26/7). Dois sindicatos eram réus na ação, mas apenas um foi punido, o Sindtrans -AL, que não tem autorização da Justiça para funcionar. O desembargador Botazzo estipulou multa no valor de R$ 20 mil por dia de suspensão total ou parcial da prestação de serviço por parte dos integrantes da categoria de Águas Lindas. Os motivos apresentados para a decisão judicial de ilegalidade teriam sido as infrações cometidas como, por exemplo, o fato de não terem observado os preceitos legais de avisar com antecedência de 72h o início da paralisação aos empresários e usuários. Divergências Diante da existência de dois grupos de trabalhadores, o presidente da Assetransp, Carlos Alberto Medeiros, alegou não saber com quem negociar. ―Temos um sindicato constituído e outro que não tem respaldo da Justiça nem sequer apresentou uma proposta por escrito, mas deflagrou a greve. Enquanto não voltarem ao trabalho, não negociamos‖, decretou. A CUT, acusada pelo Sittrinde de insuflar os grevistas, não só admitiu o apoio aos trabalhadores de Águas Lindas e de Santo Antônio do Descoberto como se identificou como porta-voz do grupo. ―Quem fala por eles somos nós ou o advogado." Enquanto a população do Entorno sofre com as consequências da falta de ônibus, patrões e empregados trocam acusações e tornam imprevisível o fim do impasse. Para o sindicato dos rodoviários, a greve de motoristas e cobradores de Águas Lindas e de Santo Antônio do Descoberto tem interesses políticos. A entidade acusa a CUT no Distrito Federal de apoiar financeiramente e juridicamente os ―dissidentes‖ da categoria, com a intenção de ampliar a base sindical na região vizinha à capital do país. Para os representantes das empresas, a paralisação é consequência da disputa entre dois sindicatos por território. Agência Brasil __________________________________________________________________ Sindicalistas querem que controle acionário de aeroportos permaneça com a Infraero Pedro Peduzzi Brasília - O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, garantiu que a entidade não medirá esforços para manter com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) o controle acionário dos aeroportos que adotarem o modelo de concessão à iniciativa privada. O governo pretende implantar esse modelo nos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo; Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília; e Viracopos, em Campinas (SP). Segundo o presidente da CUT, o problema do modelo apresentado pelo governo ―está na origem‖. ―Somos contrários à decisão de limitar em 49% a participação acionária da Infraero. Não há acordo nesse ponto porque, com ele, o governo abrirá mão do controle e da gestão dos aeroportos. O modelo precisa ter, no mínimo, 51% das ações nas mãos da estatal‖, destacou Arthur Henrique manifestou durante a terceira reunião com representantes da Secretaria de Aviação Civil (SAC). O encontro teve também a participação de membros da Infraero e da SecretariaGeral da Presidência da República e do presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos. Para os representantes do governo, essa limitação tem como objetivo flexibilizar e garantir liberdade para a tomada de decisões rápidas de investimentos nos aeroportos. ―A solução apresentada não dará certo da mesma forma como não deu nos setores elétrico e de telecomunicações‖, argumenta o representante da CUT. Ele explica que, caso o modelo apresentado seja o adotado, haverá o risco de as empresas aeroportuárias seguirem o exemplo da Light, empresa do setor elétrico que atua no Rio de Janeiro, e "atuarem apenas corretivamente, ao invés de preventivamente". ―Só que se o problema acontecer no setor aéreo, as consequências serão desastrosas‖, avalia. ―Todos sabemos que essas terceirizações acabam servindo como jogo de empurra das responsabilidades, a exemplo do que vimos recentemente nas denúncias de atraso na entrega de malas nos aeroportos‖, ressaltou. A CUT sugere que os financiamentos previstos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devam ser dirigidos à estatal. ―Parte dos recursos continuarão a cargo do BNDES. Por que então não emprestá-los à Infraero?‖, questionou o sindicalista. Artur Henrique elogiou a iniciativa de o governo sentar à mesa para ouvir o que os trabalhadores representantes dos setores aeroportuário, aeroviário e aeronáutico têm a dizer. ―No próximo dia 11, haverá nova reunião. Manteremos nossa posição crítica a esse modelo concebido, e se continuar dessa forma usaremos todos os recursos necessários para fazer com que a Infraero seja a operadora exclusiva, detendo pelo menos 51% das ações‖. A Secretaria de Aviação Civil informou que não irá se pronunciar, neste momento, sobre o assunto. __________________________________________________________________ Desemprego fica praticamente estável metropolitanas em junho, indica pesquisa em sete regiões Flávia Albuquerque São Paulo - A taxa de desemprego ficou praticamente estável pelo terceiro mês consecutivo nas sete regiões metropolitanas pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema de Análise de Dados (Seade), ao passar de 10,9% em maio para 11% em junho. Segundo os dados divulgados ontem (27), o total de desempregados chegou a 2,4 milhões, 17 mil a mais do que no mês anterior. Em junho, foram gerados 8 mil postos, enquanto passaram a fazer parte da população economicamente ativa (PEA) 26 mil pessoas. Com isso o total de ocupados nas sete regiões ficou em 19,7 milhões de pessoas e a PEA, em 22,1 milhões. __________________________________________________________________ Entidades pedem mais treinamento no trabalho para evitar acidentes Roberta Lopes Brasília – No Dia Nacional de Prevenção ao Acidente de Trabalho comemorado ontem (27), entidades chamam a atenção para os acidentes no trabalho. Elas lembram que a melhor maneira de prevenir acidentes de trabalho é o treinamento. Segundo dados da Previdência Social de 2009, grande parte dos acidentes ocorreu no setor da construção civil (45%) de um total de 723,5 mil naquele ano. Para o vice-presidente de Relações entre Capital e Trabalho, do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Haruo Ishikawa, o treinamento é essencial para que não ocorram acidentes nas obras. ―O trabalhador tem que receber treinamento da empresa para saber como deve se comportar nas atividades do trabalho. Ele tem que usar equipamento de proteção individual e a empresa tem que cuidar dos equipamentos de proteção coletiva‖. Ishikawa disse ainda que o fornecimento de equipamentos de proteção individual é obrigação da empresa e, caso não tenha fornecido, é preciso procurar o sindicato para reclamar. Para o presidente da Comissão de Políticas de Relações Trabalhistas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Antônio Carlos Gomes, o aumento de 1,5 milhão de trabalhadores na construção civil nos últimos seis anos, vêm exigindo das empresas um esforço para treinar e educar essas pessoas em relação à prevenção de acidentes. ―Isso difere da indústria de transformação na qual há uma linha de produção e todas as atividades são repetitivas. Na construção civil é o oposto. A cada dia há mudanças e com elas necessidades de novos cuidados. Por isso, é importante o treinamento que tem que ser diário e permanente‖. Segundo dados do Ministério do Trabalho, 57 mil empresas foram autuadas no ano passado por descumprir normas de segurança no trabalho e até junho deste ano foram autuadas 30 mil empresas pelo mesmo motivo. O Ministério do Trabalho orienta os trabalhadores e as empresas que observem as normas que regulamentam a segurança no trabalho, como o uso correto dos equipamentos nos casos em que eles sejam necessários (capacetes, botas, protetores auriculares). O ministério também disse que os trabalhadores devem denunciar quando essas regras não forem cumpridas por meio dos telefones do ministério, 158, ou nas superintendências regionais do Trabalho. __________________________________________________________________ Paraná é o quarto estado no ranking nacional de acidentes de trabalho Lúcia Nórcio Curitiba – O Paraná registrou 5.486 acidentes de trabalho com óbitos nos últimos 20 anos. De acordo com dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego no Paraná (SRTE/PR), na década de 1990 a média era de 32 óbitos para cada 100 mil trabalhadores. Em 2009, último levantamento, a taxa caiu para 8 óbitos. O Paraná é o quarto estado no ranking nacional de acidentes de trabalho. Segundo o chefe do Setor de Segurança e Saúde do Trabalhador do Ministério do Trabalho e Emprego, Enio Bezerra Soares, a Previdência Social modificou, em 2007, a forma como são caracterizados os acidentes e as doenças ocupacionais. Com isso, ―não dá para olhar apenas se aumentou ou diminuiu o número total de acidentes e doenças relativas ao trabalho nos últimos anos". A partir dessa mudança, passou a ser utilizado um critério de avaliação denominado Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), que é a associação entre as doenças e as atividades de trabalho, que resultou em uma matriz de correspondências entre CNAE (atividade econômica) e o CID (a doença). ―Com todos estes critérios, as empresas estão mais preocupadas em cumprir a legislação em relação à segurança do trabalho‖, afirmou, lembrando que há penalidades regressivas. ―Ao pagar a pensão por invalidez, se a Previdência Social constatar que foi por negligência da empresa, ela vai arcar com pagamentos retroativos‖, explicou. Segundo a assessoria da Previdência Social no Paraná, em 2010, foram concedidos 22.301 benefícios relativos a auxilio doença por acidente de trabalho. Desse total, 837 foram aposentados por invalidez. Até o mês de junho deste ano já foram concedidos 11.540 benefícios, que resultaram em 493 aposentadorias. Estão em andamento no Ministério Público do Trabalho do Paraná 470 processos. Desse total, 197 já têm termos de ajustamento de conduta (TACs) firmados com as empresas que apresentavam irregularidades na área de segurança. O diretor do Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest), José Lúcio dos Santos, ressalta a importância da notificação dos acidentes de trabalho, obrigatória no Sistema Único de Saúde. ―Apenas com essas informações poderemos traçar um panorama da real situação da saúde dos trabalhadores no estado.‖ Segundo Santos, o profissional de saúde deve estar atento aos trabalhadores que chegarem aos seus consultórios com indícios de lesões causadas por acidente de trabalho e sempre entrevistar o paciente para identificar se a lesão ou doença está relacionada ao seu trabalho. G1 __________________________________________________________________ CUT pode entrar na Justiça contra modelo de concessão de aeroportos Entidade é contra limite de 49% de participação da Infraero nos aeroportos. Edital do leilão de Guarulhos, Viracopos e Brasília deve sair até dezembro. Fábio Amato O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, disse nesta quarta-feira (27) que a entidade pode entrar na Justiça caso o governo mantenha o modelo de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Brasília e Viracopos (Campinas). O modelo prevê limite de 49% de participação da Infraero e controle dos aeroportos por empresas privadas, que teriam 51% ou mais. ―Todas as medidas necessárias para impedir que o estado perca o controle dos aeroportos serão tomadas, desde a mobilização dos trabalhadores e a pressão, até ação judicial‖, disse Henrique após reunião com técnicos da Secretaria de Aviação Civil (SAC), em Brasília. De acordo com o presidente da CUT, a alegação dada por representantes do governo durante a reunião foi de que o modelo permite mais agilidade na tomada de decisões e realização de investimentos nos aeroportos, já que desobriga a nova administração a seguir regras do setor público, como a lei 8.666, que rege as licitações. O governo tem pressa para realizar melhorias nos aeroportos, que já operam no limite da capacidade. Os investimentos são necessários para atender ao aumento da demanda por voos e visam preparar os aeroportos nacionais para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O edital do leilão de concessão dos três aeroportos deve ser publicado até dezembro. Henrique afirmou que o controle privado não deu certo no setor elétrico, e apontou problemas no Rio de Janeiro, com a explosão de bueiros, e em São Paulo, com apagões, como prova dos problemas do modelo. Segundo ele, a entidade teme que o modelo, aplicado aos aeroportos, resulte em queda na qualidade do serviço, aumento de preço para os passageiros e na terceirização dos serviços, o que prejudica os trabalhadores. Ele disse que a CUT vai continuar negociando com o governo. E apresentou como alternativa ao modelo de controle privado uma proposta de abertura de capital da Infraero, a exemplo do que foi feito com a Petrobras. Terra ___________________________________________________________ CUT: controle de aeroportos deve permanecer com a Infraero O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, garantiu que a entidade não medirá esforços para manter com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) o controle acionário dos aeroportos que adotarem o modelo de concessão à iniciativa privada. O governo pretende implantar esse modelo nos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo; Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília; e Viracopos, em Campinas (SP). Segundo o presidente da CUT, o problema do modelo apresentado pelo governo ―está na origem‖. ―Somos contrários à decisão de limitar em 49% a participação acionária da Infraero. Não há acordo nesse ponto porque, com ele, o governo abrirá mão do controle e da gestão dos aeroportos. O modelo precisa ter, no mínimo, 51% das ações nas mãos da estatal‖, destacou Arthur Henrique manifestou durante a terceira reunião com representantes da Secretaria de Aviação Civil (SAC). O encontro teve também a participação de membros da Infraero e da SecretariaGeral da Presidência da República e do presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos. Para os representantes do governo, essa limitação tem como objetivo flexibilizar e garantir liberdade para a tomada de decisões rápidas de investimentos nos aeroportos. ―A solução apresentada não dará certo da mesma forma como não deu nos setores elétrico e de telecomunicações‖, argumenta o representante da CUT. Ele explica que, caso o modelo apresentado seja o adotado, haverá o risco de as empresas aeroportuárias seguirem o exemplo da Light, empresa do setor elétrico que atua no Rio de Janeiro, e "atuarem apenas corretivamente, ao invés de preventivamente". ―Só que se o problema acontecer no setor aéreo, as consequências serão desastrosas‖, avalia. ―Todos sabemos que essas terceirizações acabam servindo como jogo de empurra das responsabilidades, a exemplo do que vimos recentemente nas denúncias de atraso na entrega de malas nos aeroportos‖, ressaltou. A CUT sugere que os financiamentos previstos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devam ser dirigidos à estatal. ―Parte dos recursos continuarão a cargo do BNDES. Por que então não emprestá-los à Infraero?‖, questionou o sindicalista. Artur Henrique elogiou a iniciativa de o governo sentar à mesa para ouvir o que os trabalhadores representantes dos setores aeroportuário, aeroviário e aeronáutico têm a dizer. ―No próximo dia 11, haverá nova reunião. Manteremos nossa posição crítica a esse modelo concebido, e se continuar dessa forma usaremos todos os recursos necessários para fazer com que a Infraero seja a operadora exclusiva, detendo pelo menos 51% das ações‖. A Secretaria de Aviação Civil informou que não irá se pronunciar, neste momento, sobre o assunto. Agência Brasil Revista Exame __________________________________________________________________ Infraero deve defende CUT manter controle acionário de aeroportos, Presidente garantiu que central vai trabalhar para que o governo mantenha no mínimo 51% de participação nos aeroportos que terão concessão para a iniciativa privada Pedro Peduzzi - Agência Brasil O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, garantiu que a entidade não medirá esforços para manter com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) o controle acionário dos aeroportos que adotarem o modelo de concessão à iniciativa privada. O governo pretende implantar esse modelo nos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo; Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília; e Viracopos, em Campinas (SP). Segundo o presidente da CUT, o problema do modelo apresentado pelo governo ―está na origem‖. ―Somos contrários à decisão de limitar em 49% a participação acionária da Infraero. Não há acordo nesse ponto porque, com ele, o governo abrirá mão do controle e da gestão dos aeroportos. O modelo precisa ter, no mínimo, 51% das ações nas mãos da estatal‖, destacou Arthur Henrique manifestou durante a terceira reunião com representantes da Secretaria de Aviação Civil (SAC). O encontro teve também a participação de membros da Infraero e da SecretariaGeral da Presidência da República e do presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos. Para os representantes do governo, essa limitação tem como objetivo flexibilizar e garantir liberdade para a tomada de decisões rápidas de investimentos nos aeroportos. ―A solução apresentada não dará certo da mesma forma como não deu nos setores elétrico e de telecomunicações‖, argumenta o representante da CUT. Ele explica que, caso o modelo apresentado seja o adotado, haverá o risco de as empresas aeroportuárias seguirem o exemplo da Light, empresa do setor elétrico que atua no Rio de Janeiro, e "atuarem apenas corretivamente, ao invés de preventivamente". ―Só que se o problema acontecer no setor aéreo, as consequências serão desastrosas‖, avalia. ―Todos sabemos que essas terceirizações acabam servindo como jogo de empurra das responsabilidades, a exemplo do que vimos recentemente nas denúncias de atraso na entrega de malas nos aeroportos‖, ressaltou. A CUT sugere que os financiamentos previstos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devam ser dirigidos à estatal. ―Parte dos recursos continuarão a cargo do BNDES. Por que então não emprestá-los à Infraero?‖, questionou o sindicalista. Artur Henrique elogiou a iniciativa de o governo sentar à mesa para ouvir o que os trabalhadores representantes dos setores aeroportuário, aeroviário e aeronáutico têm a dizer. ―No próximo dia 11, haverá nova reunião. Manteremos nossa posição crítica a esse modelo concebido, e se continuar dessa forma usaremos todos os recursos necessários para fazer com que a Infraero seja a operadora exclusiva, detendo pelo menos 51% das ações‖. A Secretaria de Aviação Civil informou que não irá se pronunciar, neste momento, sobre o assunto. Carta Maior __________________________________________________________________ Ativistas agredidos por policiais em frente ao Congresso espanhol Integrantes do movimento 15-M de toda a Espanha, reunidos em Madri, pretendiam entregar aos deputados um documento com queixas e propostas políticas recolhidas em mais de 300 diferentes comunidades, na maioria núcleos rurais e pequenas cidades. No entanto, antes do horário previsto para essa ação, na manhã desta quarta-feira, quando os parlamentares chegariam ao Congresso, os ativistas acampados no Passeio do Prado e em frente ao Parlamento foram desalojados com violência pela Polícia. Fabíola Munhoz - Direto de Madri, Especial para a Carta Maior Integrantes do movimento 15-M de toda a Espanha, que estão reunidos durante esta semana em Madri, pretendiam hoje (27) entregar aos deputados federais, em ato frente a uma das entradas do Congresso Nacional, um documento intitulado "Problemática de los Pueblos", que contém queixas e propostas políticas recolhidas em mais de 300 diferentes povos espanhois, na maioria núcleos rurais e pequenas cidades, pelos participantes da Marcha Popular Indignada realizada durante 29 dias desde seis diferentes pontos do país, com o objetivo de expandir a luta por democracia real, iniciada na capital, a todo o território nacional. No entanto, antes do horário previsto para essa ação - por volta das 10h00 -, quando os parlamentares chegariam ao local para participar de um Pleno, os ativistas acampados no Passeio do Prado e frente ao Congresso foram desalojados com violência pela Polícia. Por volta das 7h00, dezenas de guardas munidos de cassetetes ocuparam os espaços das duas acampadas, despertando alguns dos jovens que ainda dormiam, com a ordem de que recolhessem suas tendas e demais pertences. Uma garota, que trazia um hematoma no braço esquerdo e era vigiada por dois policiais, enquanto guardava sua bagagem num carro, contou que ela e outros companheiros foram arrastados pelo chão com violência por braços e cabelo, sem que tivessem tempo de reagir ou se preparar para a coação que sofriam. "Nos tiraram do caminho como se fôssemos objetos", contava a manifestante, comprovando o que dizia com imagens gravadas por celular. Ao mesmo tempo, outro guarda devolvia os registros de identidade de dois jovens, indicando que muitos haviam sido fichados. Quando cheguei ao local, próximo à Praça Neptuno, na hora marcada para o início da mobilização que acompanharia a divulgação do documento resultante da Marcha, a situação de conflito já havia passado do embate direto a uma guerra fria, que pairava entre os militantes do 15-M e diversas furgonetas da Guarda Urbana, bem como cordões de policiais formados em torno do Passeio do Prado e frente às quatro entradas para o Parlamento. Alguns dos integrantes da Polícia cercaram os ativistas próximos à entrada principal do Congresso numa calçada estreita, utilizando grades de ferro, enquanto outros rodearam o Passeio do Prado, para impedir que os acampados pudessem se aproximar da zona de acesso ao edifício oficial, participando dos protestos. O curioso é que tais policiais decidiam quem poderia ou não atravessar a avenida julgando pela aparência de cada cidadão. Se fosse um jovem e trouxesse dreads, tatuagens, cuturno de punk, roupas simples, ou qualquer apetrecho típico de "indignado", era impedido de passar pela barreira de segurança. Quando observei que um garoto bem vestido havia sido liberado por um dos policiais, não pude conter minha inquietação, e perguntei: "Como e com base em que vocês decidem quem pode ou não atravessar o passeio?" O sujeito com expressão de mau-humor me respondeu de maneira ríspida: "Você quer passar? Se quer, vai logo". Logo em seguida, percebeu-se uma movimentação do outro lado da rua, indicando que um grupo de quatro integrantes do 15-M usando vestes formais havia conseguido entregar o documento com a problemática dos povos espanhois a um representante do Congresso. Nesse instante, o mesmo policial já não permitiu que eu e outros jovens nos movimentássemos para ver de perto o que sucedia ali. Percebendo que nada mais conseguiriam dos parlamentares e que tampouco poderiam realizar uma ação com suficiente visibilidade para que fosse registrada pelos poucos veículos de comunicação presentes no local, os indignados localizados na porta do Congresso rumaram de volta ao Passeio do Prado, onde se somaram aos demais militantes para comemorar a entrega do manifesto popular a um encarregado do Parlamento. É verdade, porém, que ninguém pode ter certeza sobre se, de fato, algum deputado fará questão de ler o conteúdo daquele documento. Enquanto isso, a barreira policial prosseguia para determinados transeuntes, enquanto a outros era permitida a passagem com tranquilidade. "Você aí que tem boa aparência, dinheiro e que não pensa, pode passar. Já para você aí que pensa, a passagem está proibida", dizia um jovem indignado que se passava por integrante da Polícia para fazer piada com a situação, causando riso nos demais manifestantes sob olhares impacientes dos guardas. Depois disso, sem outra escolha, os participantes da mobilização se reuniram no Passeio do Prado para realizar uma Assembleia Geral improvisada, em que decidiriam as próximas estratégias de divulgação do conteúdo do manifesto da Marcha, conforme promessa feita a cada um dos povos por onde passou a Marcha Indignada. Iniciou-se assim um longo processo de discussão, onde muitas ideias e opiniões foram apresentadas, sem que se pudesse chegar a um consenso. As principais propostas de ação eram: a entrega do documento ao coordenador da Esquerda Unida no Congresso Nacional, Gaspar Llamazares, com o qual alguns dos militantes do 15-M têm contato, para que ele lesse seu conteúdo ao Pleno do Congresso, e a tentativa de divulgar as reivindicações populares diretamente à sociedade, por meio de um trabalho de conscientização em diferentes bairros de Madri e também contato com meios de comunicação. Quanto a essa última sugestão, embora todos estivessem de acordo, poucos propuseram formas de organização para que a estratégia fosse levada a cabo. Com relação à primeira hipótese, a discussão foi muito mais acirrada. "Permitir que um político leia as propostas feitas pelo povo é algo contraditório à ideia defendida pelo 15-M até agora de que nenhum político nos representa", discordou um jovem. "O que devemos entender é que o importante é fazer o documento da Marcha ser ouvido pelos parlamentares. Não importa quem lerá o manifesto porque essa pessoa não será representante do povo, mas apenas um porta-voz, que é necessário agora para que as reivindicações coletadas na Marcha sejam ouvidas pelos deputados", rebateu outro garoto. Um receio de muitos dos presentes com relação a essa ajuda do coordenador da Esquerda Unida diz respeito à possibilidade, sempre existente, de que um político que se habilite a ser porta-voz da Marcha nesse momento, aproveite a oportunidade para exaltar interesses eleitorais, ou o poder de seu partido, assimilando as propostas populares como plataforma de campanha. Foram também levantadas as hipóteses de que não se deixaria um eventual porta-voz do povo falar no Pleno de hoje, ou que, caso sua intervenção fosse permitida, esse parlamentar poderia ler o documento da maneira como bem quisesse, ocultando ou modificando trechos do texto. Com tantas diferentes linhas de pensamento, o debate se tornou pesado e sem perspectivas de alcançar um consenso antes do término da reunião dos congressistas, prevista para as 13h30. Por volta das 13h00, um dos integrantes do 15-M pediu pressa, ao mesmo tempo em que um grupo de quatro representantes da Marcha Popular Indignada defendeu que participantes das diversas rotas da jornada se unissem novamente frente à entrada para o Parlamento, para tentar ler o documento aos deputados, ou ao menos divulgar mais uma vez seu conteúdo aos poucos jornalistas que ainda permaneciam diante do Congresso. E assim fizeram. Posicionaram-se frente à barreira policial, tentando convencer os seguranças a permitir sua passagem. Porém, sem êxito nesse diálogo, fizeram o que podiam, dando uma entrevista a dois repórteres sobre o conteúdo da Marcha e o desrespeito à liberdade de expressão que estavam sofrendo. Nesse mesmo instante, dois senhores bem vestidos, com uma mala, puderam passar pelo bloqueio policial. Perguntei a um jovem quem eram, e ele disse: "Não sei, deixam passar quem aparenta ter dinheiro. Acho que você passaria. Se quiser, pode tentar". Essa foi minha resposta. E sobre ela ainda fiquei pensando algum tempo, comparando minha aparência com a dos manifestantes que me circundavam. Talvez o que me diferenciasse estivesse em que eu trazia roupa limpa e havia tomado banho, por ter passado a última noite num hostel, depois de dois dias dormindo em barracas do Passeio do Prado, compartilhadas comigo gentilmente por alguns dos acampados. Os militantes mais engajados, dos quais eu estava acompanhada, tinham um esgotamento fìsico visível e podia-se notar que já levavam dias com o mesmo vestuário, sem duchar-se ou banhando-se em fontes públicas. Voltei a perceber em mim um sentimento de auto-reprovação que tem sido comum nos últimos dias, à medida que conheço a força de vontade dos peregrinos da Marcha, e confronto minhas próprias fraquezas. Despertei-me desses pensamentos quando os indignados que tentavam ultrapassar a barreira policial começaram a ler em voz alta o artigo 19 da Constituição espanhola. O dispositivo legal, que diz: "Los españoles tienen derecho a elegir libremente su residencia y a circular por el territorio nacional. Asimismo, tienen derecho a entrar y salir libremente de España en los términos que la Ley establezca. Este derecho no podrá ser limitado por motivos políticos o ideológicos". O texto foi lido diversas vezes aos policiais, com diferentes vozes, bocas e entonações. Entre homens, mulheres, jovens e idosos, uma garota expressou o conteúdo da norma na linguagem dos sinais, para que fosse entendida por deficientes auditivos. Essas várias leituras eram gravadas por comunicadores, que pareciam independentes por estarem sem credenciais, ou logotipos de empresas de comunicação, quando um dos policiais rebateu. "A Lei Orgânica contraria o que vocês estão dizendo", argumentou, mencionando uma norma que proibe manifestações no Congresso durante a realização de Plenos. Diante disso, percebendo que os porta-vozes populares do documento da Marcha insistiam em vão, voltei ao Passeio do Prado, que continua tomado em parte pelas barracas não retiradas pelos policiais. Ali, a conversa dos integrantes do 15-M era sobre a organização de protestos para a noite de hoje, com o propósito de chamar a atenção da sociedade à repressão policial e às agressões sofridas por ativistas nesta manhã. Além disso, um comunicado no blog da Acampada de Madri dá todas as coordenadas para que os lesionados por policiais possam fazer suas denúncias. Enquanto alguns dos "indignados" vindos de outras partes da Espanha pensam em voltar para seus locais de origem antes de domingo, data inicialmente prevista para o fim do acampamento estabelecido com a chegada da Marcha a Madri, um calendário de reuniões de comissões temáticas do 15-M na capital espanhola foi divulgado, com encontros previstos para a começo da noite de hoje, e outros dias desta semana. Parece inteligente a ideia de, frente à atual opressão das forças policiais, aproveitar o momento para recuar com o objetivo de pensar sobre os objetivos do movimento e suas futuras ações. Estou de acordo com os militantes que avaliam como frente mais poderosa de luta a comunicação. O grande desafio vai ser superar a grande imprensa que cala sobre esses acontecimentos, criando e utilizando formas de livre expressão alternativas. Rede Brasil Atual ___________________________________________________________ Dieese rebate Fiesp: encargos sociais são apenas 25,1% do salário do trabalhador Industriais paulistas divulgaram cálculo para defender que direitos trabalhistas encarecem mão de obra São Paulo – Em nota técnica divulgada nesta terça-feira (26), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sustenta que os encargos sociais no país representam 25,1% da remuneração total do trabalhador. A informação rebate levantamento norte-americano divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que coloca o Brasil entre os países com um dos encargos mais caros do mundo. Dados do Departamento de Estatística do Trabalho dos Estados Unidos, divulgados pela Fiesp, colocam os encargos sobre a folha salarial no Brasil à frente de Taiwan, Argentina, Coreia do Sul e México. No país, o total de encargos chegaria a 32,4% dos gastos com pessoal da indústria em 2009. Outro dado corrente, contestado pela Dieese, é que esses custos poderiam chegar a 102% do salário do trabalhador. A diferença entre os percentuais justifica-se pelos itens que entram em cada cálculo. Nessa polêmica, existem duas interpretações principais. A versão mais comum entre empresários leva em conta um "conceito restrito de salário" que considera apenas a remuneração do tempo efetivamente trabalhado. Por essa visão, um trabalhador contratado por R$ 1.000 poderia custar R$ 2.020 por mês para a empresa. Para isso, são "convertidos" em encargos direitos como a remuneração relativa ao repouso semanal, férias mais o adicional de um terço, feriados, 13º salário e aviso prévio em caso de demissão sem justa causa, por exemplo. Outras despesas, também obrigatórias, são ainda contabilizadas, como contribuição à Previdência Social; salário-educação; seguro de acidentes do trabalho; assistência social e formação profissional mantida pelo Sistema S; reforma agrária promovida pela Incra; e incentivos às micro e pequenas empresas, por intermédio do Sebrae. A visão adotada pelo Dieese inclui – além do salário contratual mensal – férias, 13º salário e um terço de férias e salário recebido eventualmente como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outras verbas rescisórias. "Todas essas partes constituem aquilo que o trabalhador põe no bolso, seja em dinheiro vivo, seja na forma de uma espécie de conta-poupança aberta em seu nome pelo empregador (o FGTS)." Outros itens nada têm a ver com o trabalhador. Questionável O custo em dólar da mão de obra brasileira desmentiria a afirmação da Fiesp, sobre o impacto dos encargos sociais, indica o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique. Ele considera que a remuneração no Brasil ainda é baixa em comparação com outros países. "O Brasil tem o mais baixo valor de encargos trabalhistas entre 34 países pesquisados pelo Departamento de Estatística do Trabalho dos Estados Unidos. Em dólares, a média brasileira é de US$ 2,70 a hora, enquanto a média das outras 33 nações avaliadas é de US$ 5,80 por hora", relata. Artur defende que, se a carga brasileira é percentualmente maior como sustenta o setor industrial, em valores absolutos é menor. "Por serem reduzidos (os salários), acabam por exigir complementos como o FGTS e o 13º salário e, ainda assim, a média em dólar perde de longe para os países que a Fiesp usa como referência", acredita o presidente da CUT. Desoneração A análise do Dieese é de que o estudo divulgado pela Fiesp serviria para engrossar o discurso de que é preciso desonerar a folha de pagamentos dos encargos sociais que incidem sobre ela. Entretanto, o órgão faz ressalvas às pretensões de entidades patronais. "Aquilo que se pretende é a redução dos encargos sociais propriamente ditos, ou é a eliminação pura e simples de itens que compõem a remuneração dos trabalhadores, disfarçada sob o rótulo de redução dos encargos sociais incidentes sobre os salários", indaga o departamento. Discussões sobre desoneração da folha de pagamento devem passar pela avaliação de fontes alternativas para o financiamento da Previdência Social e de programas educacionais e garantir a criação de emprego decente e apropriação dos benefícios por toda a sociedade, não apenas pelo meio empresarial, propõe o Dieese. _____________________________________________________________________________________ Seis estados pagam menos que o proposto por lei aos professores A maioria aguarda a publicação do acórdão pelo STF para o cumprimento da lei do piso Leticia Cruz São Paulo – Professores da rede pública estadual de seis estados ainda recebem menos do que determina a lei do piso do magistério. A norma nacional estabelece que os docentes de nível médio que trabalham em jornada de até 40 horas semanais devem receber pelo menos R$ 1.187,97. Ceará, Bahia, Amapá, Goiás, Pará e Rio Grande do Sul ainda não equipararam a remuneração ao piso. Os estados resistem ao cumprimento da medida alegando não possuir recursos para arcar com a despesa. Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional a lei 11.738/08, considerando o piso como remuneração básica, calculado de acordo com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A lei foi questionada pelos governadores do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará, que citaram as restrições orçamentárias que alguns municípios têm com a medida. O relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, declarou que as declarações não o "comovem" nem "sensibilizam". No Ceará, o salário-base do professor de nível médio é de R$ 739,84 para 40 horas semanais. O Sindicato dos Professores e Servidores (Apeoc) publicou na última semana pesquisa comparativa em que o estado figura em posição desfavorável no ranking das piores remunerações no país. Eles reivindicam agilidade na implantação do piso ao governador Cid Gomes (PSB). Os dados são da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). O governo do Ceará alega já pagar o piso de formação média desde 2009, mas não apresentou o valor salarial. Declarou também, em nota, que a maioria dos professores recebe o piso de nível superior, com média de R$ 2.240,30 para 40 horas semanais, e que somente cerca de 150 profissionais possem o nível médio. Segundo a nota, a remuneração inicial do professor com licenciatura plena é de R$ 1.461, acrescido de vale-alimentação. A Secretaria de Educação estaria em processo de estudo para plano de cargos e carreiras fundamentado em lei aos 16 mil professores efetivos no estado. Os profissionais da Bahia têm salário-base de R$ 1.004,96 e os do Amapá, R$ 1.053,83. Os profissionais amapaenses realizaram greve durante um mês pela aplicação do piso nacional. Em nota, o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação (Sinsepeap) declarou que o final da greve veio com o compromisso do governador Camilo Capiberibe (PSB) de analisar o aumento para o piso com o acórdão do STF. De acordo com o governo de Goiás, 1.109 professores recebem salário-base de R$ 1.006,25. Porém, o argumento é de que a maior parte do quadro de professores recebe mais do que o piso, com o salário de nível superior (R$ 1.525,18). No Pará, com a mesma promessa de aguardar o acórdão, os professores ganham R$ 1.023,00 para 40 horas. No nível superior, o valor do salário-base não aumenta muito: R$ 1.026,02. Um dos estados que entraram com ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no STF, o Rio Grande do Sul paga R$ 868,90. O governador Tarso Genro (PT) retirou a assinatura da Adin e sinaliza que pretende adequar o pagamento ao que exige a lei. Procurada pela Rede Brasil Atual, a Secretaria de Educação do estado também afirmou que irá implementar a lei assim que o acórdão for publicado. O acórdão, que tem previsão de publicação para o segundo semestre, é o texto que dispõe a discussão e a decisão final do STF sobre a lei do magistério. É nele que se encontram as especificações como a fundamentação da lei e a parte dispositiva. Em outros dois estados, greves deflagradas pela categoria resultaram em aumentos imediatos no piso salarial. No Rio Grande do Norte (R$ 620) e em Santa Catarina (R$ 609,10) professores realizaram paralisação de aproximadamente dois meses, entre negociações. O governo catarinense implementou o piso integral para jornada de 40 horas e 75% para 30 horas. Já no RN, a equiparação do nível médio ocorreu a partir de junho e, dos outros níveis, escalonado em 34% até dezembro. As secretarias de Educação do Amapá, Goiás, Bahia e Pará não foram localizadas para comentar o levantamento. Para a CNTE, a jurisprudência do Supremo dispensa a publicação do acórdão para o cumprimento pleno da aplicação da lei do piso pelos estados. O não cumprimento da lei implicaria em reclamação perante o STF. Porém, a orientação é para que os sindicatos locais se mobilizem para fiscalizar o andamento do piso e acionar o Judiciário local, caso seja preciso. Ajuda do MEC Após o julgamento sobre a constitucionalidade da lei, o Ministério da Educação (MEC) declarou reservar R$ 1 bilhão para ajuda dos governos estaduais e prefeituras para o pagamento do piso nacional. O ministro Fernando Haddad solicitou que todos os estados apresentassem estudo preliminar sobre o impacto dos custos nas contas das unidades. "Nós temos que ter cautela porque se trata de uma novidade no Brasil. Temos que compreender que cada estado tem sua situação e o acórdão sequer foi publicado. A grande maioria dos estados cumpre o piso hoje, com ligeiras adaptações que precisam ser feitas ainda. O Brasil já expressou sua vontade de dar melhores condições de trabalhos aos professores", declarou Haddad. Ainda segundo o ministro, que o valor do Fundeb é destinado ao auxílio aos municípios das regiões Norte e Nordeste. "Tenho pedido tanto a prefeitos quanto aos sindicatos para abrir as contas e façamos compactuação. Ninguém em sã consciência vai imaginar que a qualidade da educação vai melhorar com o salário inferior do que o fixado por lei federal." Brasil de Fato __________________________________________________________________ A educação em estado de greve Greves de profissionais da educação surgem em diversos pontos do país. Avanços no setor seriam de natureza apenas quantitativa Leandro Uchoas É consenso entre todas as pessoas, nos mais variados campos ideológicos. Não se constrói um país, com economia sólida, nem se conquista a emancipação das grandes massas, sem um padrão educacional de qualidade. Está no discurso de qualquer pessoa pública. Embora existam diferentes concepções do que seria ―educação de qualidade‖, ninguém questiona a sua centralidade em qualquer programa de governo. Torna-se, portanto, vergonhoso que o Brasil ainda apresente desempenho tão ruim no setor, e ainda ocupe, frequentemente, as piores posições em rankings. Há de se considerar alguns avanços nos últimos anos, especialmente a partir de 2008. Entretanto, muito aquém do que se supõe num setor que, por quase unanimidade, é considerado o mais estratégico de qualquer país. Nas últimas semanas, a educação brasileira tem chamado especial atenção dos movimentos sociais. Em um momento de sutil ressurgimento de mobilizações populares, aparece uma série de greves no setor. Os servidores das universidades federais foram um dos primeiros a decretar a paralisação. Pelo menos três estados também vivem situações de greve: Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. O Espírito Santo acaba de sair de uma. Por que surgiram agora? O cenário teria mudado nos novos governos, federal ou estaduais? Seria fruto do natural reordenamento político que um novo quadro eleitoral gera? Para o educador da UERJ, Gaudêncio Frigotto, as causas das recentes greves seriam: ―a situação salarial que obriga (alguns) professores a três jornadas de trabalho; as condições das escolas onde atuam, que têm se agravado nas duas últimas décadas com o avassalador avanço do pensamento mercantil na organização dos conteúdos; e métodos de ensino, avaliação e de férreo controle sobre os professores‖. Segundo ele, a declaração recente à imprensa de Wilson Risolia, secretário estadual de Educação do Rio, ajuda a explicar o problema. ―Penso na educação como um negócio. A vida é assim, premia quem é melhor. Vamos fazer avaliações periódicas, que servirão de base para um sistema de bonificação‖, disse Risolia. A mobilização no Rio Grande do Norte talvez seja a mais expressiva, atualmente. Há dois meses, o país conheceu Amanda Gurgel. Em audiência pública na Assembleia Legislativa, as corajosas denúncias da professora potiguar alcançaram mais de dois milhões de acessos no youtube. Tomando por base seu exemplo pessoal, denunciou o caos na educação do Estado. ―Em nenhum momento, em nenhum governo, a educação foi uma prioridade aqui. Estamos aceitando o caos educacional como uma fatalidade?‖, perguntou. Avanço quantitativo Josivan Barbosa Menezes, reitor da Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa), de Mossoró (RN), considera as greves pontuais. Para ele, o governo federal mantém a política da gestão anterior, que seria de estímulo às educações superior e tecnológica. ―Durante o governo Lula, o Ministério da Educação (MEC) passou a ter uma visão mais sistêmica. Lula criou 14 universidades, fez concursos. Mas os ensinos básico e médio são, em geral, atribuições de municípios e estados. Essa greve dos servidores teve adesão de menos de 10% aqui no Rio Grande do Norte‖, defendeu. Para Frigotto, realmente houve avanços nos últimos anos. O problema, no entanto, seria a concepção de Educação. Como exemplo, ele cita o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). ―O Fundeb tem o mérito de ampliar o universo do atendimento, atendendo a educação infantil e o ensino médio. Mas o aumento de recursos não é suficiente para que tenham impacto efetivo sobre as condições de trabalho, salário e infraestrutura necessárias. Aumentou-se os recursos, mas o número de alunos atendidos aumentou mais, proporcionalmente‖, diz. Para ele, os avanços recentes são apenas quantitativos. Desde a década de 1990, a concepção pedagógica que orienta a política educacional teria piorado de forma crescente. ―O ideário produtivista e mercantil dominou o pensamento educacional contrapondo-se à concepção histórica crítica de educação‖, afirma. No Congresso Nacional, uma série de projetos com forte apoio de certas bancadas preocupam os movimentos sociais. O PL 549, por exemplo, congelaria salários por dez anos. Também há o PL 248, que estabelece regras de demissão de servidores, e o PL 1749, que regulamenta a privatização dos hospitais. Dci.com.br ___________________________________________________________ Plano de Voo - Esquenta crise no Piauí Liliana Lavoratti Esquenta crise no Piauí As investigações da Política Federal à suspeita de desvio de R$ 150 milhões no Legislativo do Piauí esquentou depois que o deputado estadual e ex-secretário de Segurança Pública, Robert Rios Magalhães, acusou o delegado da PF Janderlyer Gomes de Lima de forjar documentos para acusar os deputados. Janderlyer, que também foi responsável por investigar o Legislativo de Alagoas e de Rondônia, disse, em resposta, que não irá se intimidar, e lembrou que nos outros estados bens foram apreendidos, e deputados, afastados do mandato. Remake das origens petistas De olho nas eleições municipais de 2012, o Partido dos Trabalhadores quer um remake de sua origem. Tanto que o presidente nacional do partido, Rui Falcão, tem feito, este mês, encontros com dirigentes de movimentos sociais, entre os quais Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). É que a direção nacional do PT traçou prioridade para este ano: o estreitamento das relações com o movimento social e popular. Soros desiste de fundos A nova regulamentação financeira instaurada pelo governo norte-americano fez com que o investidor George Soros anunciasse a sua aposentadoria. Ele deixará a indústria de fundos de hedge para administrar seu patrimônio pessoal. O primeiro passo do bilionário será repassar US$ 1 bilhão aos investidores, e depois transformar o Soros Fund Management em escritório familiar. Keith Anderson, desde 2008 líder do setor de investimentos do grupo, deixará o cargo. Mundo do trabalho ―Transformações no Mundo do Trabalho‖ é tema de debate hoje no Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, em Osasco (SP). A discussão marca o aniversário de 48 anos da entidade. ―Discutir as transformações no mundo do trabalho, que afetam a categoria, é crucial para nossa compreensão da conjuntura e dos rumos que o nosso sindicato e a nossa categoria vão tomar nos próximos anos‖, explica o presidente da entidade, Jorge Nazareno. Arte e conforto O SESC Belenzinho, em São Paulo, foi eleito Destaque do Ano na modalidade Obra Nova/Conforto pela Smacna e pela Abrava, entidades que representam o setor de ar-condicionado nos EUA e Brasil, respectivamente. A instalação foi feita pela Ductbusters Engenharia, com equipamentos Hitachi e projeto assinado pela Thermoplan. Arysta e Devidayal A Arysta LifeScience, maior player global do mercado de proteção de plantas e ciências da vida, e há 40 anos no Brasil, adquiriu o controle majoritário da indiana Devidayal Sales Limited (DSL), que formula e comercializa defensivos agrícolas. A Arysta possui atualmente posições importantes nos mercados da cana-de-açúcar brasileira. Planos da Petrobras O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, apresenta hoje em São Paulo o Plano de Negócios da estatal para o período 2011-2015. Acompanhado pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores Almir Barbassa, depois da apresentação Gabrielli concederá entrevista. Biodiesel A partir de hoje, acontece em São Paulo o 7º Biodiesel Congress, que contará, entre outros palestrantes, com Johannes Ruwwe, da Evonik, que fará apresentação sobre experiências e panorama europeu. Paulo Mendes, da B100 Energy, falará sobre B20 – Biodiesel Metropolitano. Plástico O superintendente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Paulo Teixeira, participa de encontro amanhã em Joinville (SC). Seculodiario.com.br __________________________________________________________________ CUT pede explicações ao Consema sobre multa aplicada à Samarco e retida no Iema Flavia Bernardes A Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Espírito Santo enviou ofício ao Conselho Estadual de Meio Ambiente, pedindo esclarecimentos sobre a multa aplicada à Samarco Mineração S/A, em Anchieta, sul do Estado, após derramamento de minério que chegou a mudar a cor do mar de azul para vermelho, mas que ainda não foi enviada à mineradora. A informação é que o diretor do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Aladin Cerqueira, está retendo as multas aplicadas à Samarco Mineração S/A, em Anchieta, sul do Estado, ocorrida no dia 10 de fevereiro deste ano. Após quatro meses dos acidentes, os autos de infração continuavam na mesa da diretoria do órgão sem qualquer providência. O auto de infração diz respeito ao lançamento de pó de minério na Praia do Além, pela Samarco Mineração S/A, ato que impactou o meio ambiente e a qualidade de vida de banhistas e praticantes de surf ao lado da empresa. Na ocasião, a mineradora foi multada em R$ 5.420.000,00, após constatação do setor de fiscalização do Iema. O valor é compatível com a infração praticada pela empresa, que é reincidente no crime ambiental, mas ainda não foi quitado. A Samarco, deveria ter recebido o auto de multa da equipe de fiscalização há pelo menos dois meses, mas isso não ocorreu. Neste contexto, a CUT cobra junto o Consema as cópias dos autos, as datas e os valores das multas aplicadas à empresa, visto que a ampliação da mineradora foi aprovada por este colegiado em 2010. A CUT cobra, ainda, informações sobre os encaminhamentos dados para apurar o procedimento do diretor do Iema Aladin Cerqueira em relação aos autos de infração. A informação é que os autos da multa emitidos pela equipe de fiscalização são assinados pela gerente de Fiscalização do Iema, Rosa Eurídice, e deveriam ter sido encaminhados à empresa pelo próprio setor de fiscalização do órgão. Entretanto, os autos foram encaminhados para apreciação da diretoria do Iema, mesmo não sendo atribuição do diretor Aladin Cerqueira despachá-los. Até o momento, a informação é que a empresa não pagou nem pelo crime ambiental flagrado em fevereiro deste ano e nem a multa de R$1.320.000,00, aplicada em março deste ano após constatação de mais um acidente. A omissão da Samarco e do Iema sobre as multas foi questionada primeiramente pelo Sindipúblicos no dia 6 de maio através do protocolo n°10.421/11. O Iema foi procurado para falar sobre o assunto, mas não se pronunciou. Giro pelos blogs Arturcut.wordpress.com ___________________________________________________________ Entrevista no Valor: CUT quer que o governo debata antes com os trabalhadores projeto de desoneração da folha Como já estamos dizendo desde o início deste ano – a exemplo do que fizemos em todas as ocasiões em que essa pauta vem à tona – a proposta de desoneração da folha de salários não é a panaceia para a criação de mais empregos e, além disso, vem calçada em uma série de premissas falsas, como a de que o trabalhador brasileiro custa caro. Advertimos o governo sobre isso e, ao que tudo indica, a presidenta Dilma, ao afirmar que a proposta não entra em vigor junto com as medidas que ela vai anunciar no dia 2 de agosto, compreendeu a necessidade de conversar antes com os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras. Este foi um dos principais temas da entrevista que concedi ao Valor Econômico. Leia a entrevista completa clicando em entrevista_no_valor. __________________________________________________________________ Força Sindical cai de vez nos braços do PSDB Já tinha cantado essa bola aqui neste blog. Mas agora virou notícia. Segundo o jornal Valor Econômico de hoje, o senador e ex-governador mineiro Aécio Neves vai filiar 150 dirigentes da Força Sindical ao PSDB. Em São Paulo, o também tucano Geraldo Alckmin, cuja candidatura foi apoiada por parte da Força, flerta com a central. Leia a reportagem de hoje publicado pelo Valor clicando em aecio_forcasindical. Relembre também o que profetizou este blog a respeito clicando aqui. Viomundo.com.br __________________________________________________________________ “Milagres” de Minas: Escolas estaduais diminuem, despesas crescem por Bia Cerqueira* Os problemas da rede estadual de Minas Gerais vão além dos baixos salários enfrentados pelos profissionais da educação. Uma breve análise do Censo Escolar revela uma situação pouco discutida, mas preocupante. Embora a rede estadual seja responsável por 48% das matrículas na educação básica, está em curso uma política de diminuição sistemática do funcionamento das escolas estaduais. Analisando o período de 2005 a 2011, o Censo Escolar aponta um decréscimo do número de escolas estaduais em atividade de 4%. Já a rede particular é a que mais expandiu em Minas Gerais com uma taxa de 8% de crescimento no mesmo período. O interessante é que enquanto a rede estadual diminuiu, o número de pagamentos vinculados à Secretaria de Estado de Educação aumentou. A rede estadual diminuiu o número de escolas, não houve concurso público, mas analisando o Demonstrativo de Despesa com Pessoal do primeiro trimestre de 2011, constatamos que o número de pagamentos aumentou. Isso significa que o Governo pagou mais pessoas mesmo não aumentando a oferta de vagas na educação básica. Em janeiro de 2010 o número de pagamentos foi de 361.873. Em janeiro de 2011 o número de pagamentos foi de 414.952. Analisando todo o 1º trimestre o Governo do Estado aumentou em 6,9% o número de pagamentos em 2011 comparando o mesmo período de 2010. Outro dado interessante é o acréscimo de despesas que não existiam em 2010 e passaram a existir em 2011 como os exemplos abaixo: Casa Civil e Relações institucionais Secretaria de Trabalho e Emprego Escritório de Prioridades Estratégicas Contratos Administrativos na Defesa Social Contratos Administrativos na Seplag Contratos Administrativos na Saúde R$607.538,46 R$206.346,03 R$158.085,69 R$728.842,65 R$662.785,58 R$656.013,24 Além de criar novas despesas, o governo mineiro investiu mais em alguns setores como é o caso da Advocacia Geral do Estado. Comparando o mesmo período de 2010 e 2011, a despesa desta pasta aumentou 41,2% e a da Auditoria Geral do Estado 21,5%. O Gabinete Militar do Governo aumentou suas despesas em 15,7%. A análise destes números indica que o Governo de Minas priorizou pagamentos de profissionais que não trabalham em unidades escolares, criou novas despesas e investiu recursos em setores que não respondem por políticas públicas. Enquanto isso, os profissionais da educação em greve desde o dia 08 de junho recebem vencimentos básicos de R$369,00 para formação em Magistério e R$550,00 para formação em licenciatura plena. Minas cresce mas o bolo continua concentrado, impondo o empobrecimento a uma categoria essencial ao desenvolvimento de uma sociedade, o professor. Fontes: Censo Escolar, Jornal Minas Gerais, Dieese Subseção. Bia Cerqueira (Beatriz da Silva Cerqueira) é professora e coordenadora Geral do Sind-UTE MG (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais) Blog do Renato Rovai __________________________________________________________________ Idec lança campanha contra o AI-5 Digital O Idec lançou ontem uma campanha contra o PL do deputado Eduardo Azeredo com a seguinte palavra de ordem: Proteção SIM, Violação de Privacidade NÃO. A intenção do entidade que defende o direito do consumidor é reunir o maior número de assinaturas para entregar ao presidente da Câmara, Marco Maia. Segue o texto da mobilização. Quem quiser aderir, faça-o aqui. O projeto de lei, apelidado de AI-5 Digital, traz sérios riscos de violação de privacidade e restrições na rede, limitando a nossa liberdade de compartilhamento, expressão, criação e acesso. Provedores de Internet se tornarão a ―polícia‖ da rede, vigiando os internautas. O PL Azeredo está tramitando em caráter de urgência e poderá ser votado em breve. Precisamos barrá-lo antes que seja tarde. É preciso regulamentar a Internet sim, mas antes precisamos definir os princípios, direitos e responsabilidades na rede, com o Marco Civil da Internet e a Lei de Proteção de Dados Pessoais, ambos debatidos abertamente com a sociedade. Assine a petição para impedir a votação prematura do PL Azeredo, colocando-a na Comissão de Defesa do Consumidor. Ela será entregue pelo Idec na Câmara dos Deputados. Assine agora! Pela liberdade e privacidade na rede, consumidores contra o PL Azeredo. Advivo.com.br/blog/luisnassif __________________________________________________________________ O Brasil e as privatizações de Portugal Portugal convoca o Brasil para as privatizações Governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho antecipou a venda de estatais; a Petrobrás tem interesse na Galp, a estatal lusa do Rui Nogueira e Lisandra Paraguassu / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo O governo português decidiu antecipar o programa de privatizações e está convocando as empresas brasileiras, privadas e estatais, a participarem dos primeiros leilões que serão realizados "ainda no terceiro trimestre" deste ano. Até o fim de setembro, o governo de centro-direita, que tomou posse em junho no rastro de uma grave crise financeira, quer privatizar pelo menos as empresas EDP (geração de energia), REN (rede de distribuição de energia) e Galp (petróleo). A Galp, pela qual a Petrobrás tem interesse, já é sócia da estatal brasileira com 10% do poço de Tupi, um dos maiores campos do pré-sal. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, desembarcou ontem em Brasília e deixou claro que, entre outras missões, "o sentido da viagem" é a "diplomacia econômica". Depois do primeiro pacote de privatizações, o governo já tem agendada para o ano que vem a venda de empresas como a TAP (transportes aéreos), ANA (administradora de infraestrutura aeroportuária), CTT (correios, telégrafos e serviços postais de encomendas), Águas de Portugal e setor de estaleiros. A TAP deve abrir o calendário de privatizações do ano que vem. A empresa é hoje 100% estatal e tem a brasileira TAM entre as interessadas no negócio. Esta privatização vai ter uma condução especial porque o Brasil é a maior fonte de renda da companhia aérea portuguesa - ano passado a TAP transportou 1,4 milhão de passageiros entre o Brasil e a Europa. O chanceler português vem ao Brasil como porta-voz desse processo porque, entre outras razões, tem experiência no assunto: foi ele quem, como ministro da Defesa, entre 2002 e 2005, privatizou a Ogma-Indústria Aeronáutica de Portugal, uma empresa vendida à Embraer. A audiência do ministro português com o chanceler brasileiro, Antonio de Aguiar Patriota, hoje, pode ser também com a presidente Dilma Rousseff - mas se houver problemas de agenda, em Brasília, para uma reunião com a presidente, Portas e Dilma devem se encontrar em Lima, amanhã, durante a posse no novo presidente do Peru, Ollanta Humala. Confiança. O discurso do chanceler português é recheado de garantias de segurança jurídica e política para os investidores brasileiros. O país recebeu um empréstimo de 78 bilhões e se comprometeu com os fiadores dessa ajuda - o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia - a fazer privatizações e a adotar um programa de equilíbrio fiscal. Portas disse ontem, em um almoço com a imprensa, que o Brasil tem uma "importância vital" para a economia de Portugal e que isso não depende mais do partido que está no poder ou do governo de plantão em Lisboa. "A relação entre os dois países não depende mais dos ciclos políticos", resumiu. Blogcidadania.com.br __________________________________________________________________ As duas faces de Dilma É bem menos simples do que parece decidir se foi boa ou ruim para a presidente Dilma Rousseff a declaração do ministro Nelson Jobim de que votou em José Serra na eleição do ano passado. Há pelo menos duas formas de entender o fato e nenhuma delas pode ser considerada tão melhor ou tão pior do que a outra. O primeiro e previsível entendimento é o de que foi ruim para a presidente que ministro de pasta tão sensível tenha achado Serra mais competente do que a candidata do governo que ele integrava. Jobim teria sido imposto a Dilma pelo PMDB, o que faz dela uma líder fraca. Essa visão está sendo inflada pela mídia, pela oposição e por parte da militância petista. O segundo entendimento é o de que foi bom para Dilma, pois tendo a prerrogativa de escolher qualquer um escolheu alguém com quem não tem afinidades políticas, priorizando supostas melhores condições que Jobim teria para exercer o cargo. Esse ponto de vista, por sua vez, agrada à parcela mais contente da militância petista. É o mesmo tipo de situação em que a presidente está por conta da crise no Ministério dos Transportes. O governo seria um antro de corrupção e Dilma o estaria ―limpando‖, mas a mesma Dilma participou ativamente do governo anterior, que tinha o mesmo ministro recém-demitido, e nada fez. Isso apesar do cargo de chefe dos ministros. Em ambos os casos, Dilma se equilibra entre a imagem de líder sem liderança e a de gestora corajosa e sóbria que prioriza sempre a decisão técnica mais adequada em detrimento das injunções políticas. A grande questão, porém, é: como o povo está vendo tudo isso? A mídia diz que o povo está gostando da ―limpeza‖ de Dilma. Enquanto isso, nas entrelinhas, vai dizendo que ela está limpando a própria sujeira. Contudo, ontem o Estadão publicou editorial que dizia que, neste governo, é proibido roubar, mas que no anterior era permitido. A intenção de jogar Dilma contra Lula é mais do que evidente, apesar de que, sempre nas entrelinhas, a própria mídia considera remota a chance de a presidente romper com o padrinho político. Mas então por que está sempre colocando os dois em campos opostos? Parece óbvio que os alvos desse discurso são justamente aqueles que o estão comprando, a militância ou os simpatizantes do PT mais descontentes com o atual governo. A relação conturbada de Dilma com setores do próprio partido e até da base aliada é que são os alvos. Fica difícil imaginar, no entanto, que o povão esteja dando bola para isso. O diabo é que a militância é a caixa de ressonância na sociedade. No curto prazo, não deve haver maior problema. Mas essa militância que foi tão requerida durante o governo Lula pode ser de novo lá na frente e, então, pode ter se dividido profunda e irremediavelmente. A economia terá que continuar bem forte, pois. Amigosdopresidentelula.blogspot ___________________________________________________________ Prefeito do RN desviou ajuda humanitária a hospital do irmão O Ministério Público Federal (MPF) em Caicó, a 221 km de Natal, entrou na Justiça com uma ação de improbidade administrativa contra o atual prefeito do município, Rivaldo Costa (PR). Bibi Costa, como é conhecido, é acusado de doar ao hospital do próprio irmão material disponibilizado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil para cidadãos afetados por fortes chuvas em 2008. A ação foi protocolada na terça-feira. Segundo a investigação da procuradoria da República, Caicó decretou estado de emergência em 2008 por causa de fortes chuvas na região. Em virtude dos prejuízos causados pela precipitação, a Defesa Civil enviou à prefeitura mais de 900 itens de ajuda humanitária, como colchões, cobertores, toalhas de banho, travesseiros e mosquiteiros. Em resposta enviada à procuradoria, o presidente da Comissão Municipal de Defesa Civil na cidade, Edno Lopes dos Santos, informou que alguns dos objetos repassados pelo governo federal foram doados à Fundação Hospitalar Doutor Carlindo Dantas. Popularmente conhecida como Hospital do Seridó, a instituição é dirigida pelo deputado estadual Vivaldo Silvino da Costa (PR), irmão do prefeito. Como argumento para a doação, a prefeitura afirmou que o governo enviou a ajuda com atraso, e que as famílias não residiriam mais nos locais informados à administração municipal. Mosquiteiros e travesseiros teriam sido incinerados por terem se tornado impróprios para uso. Segundo o MPF, a ajuda humanitária foi enviada em dezembro do mesmo ano. O órgão foi ouvir algumas famílias atingidas pelas chuvas e foi informado de que elas nunca haviam se mudado. Além disso, os depoimentos colhidos evidenciaram que os moradores da região não receberam qualquer material encaminhado pela Defesa Civil e que sequer foram procurados pela prefeitura. A procuradora da República Clarisier Azevedo Cavalcante de Morais, que assina a ação, afirmou no texto que, constatada a fraude, "revela-se inafastável a aplicação das penas de improbidade administrativa correspondentes. Assim, o envolvido na malversação dos bens públicos, seja na doação ou na deterioração, deve ser responsabilizado".