Case Belly Shoe´s Dia claro, sol brilhando e muito trabalho pela frente. Isso era há dez anos, a mola propulsora que impulsionava Débora Dias a levantar-se e trabalhar arduamente, noite adentro, em sua pequena fábrica de sapatos, em Goianira, Goiás. Após 15 anos de Mercado e um crescimento vertiginoso, a fábrica de Débora, agora a marca Belly Shoe´s, estava consolidada. A fabricação de sapatos, bolsas e acessórios femininos que havia começado no quintal de sua casa, agora era uma indústria de médio porte, que empregava 58 funcionários, tinha duas lojas em shoppings de Goiânia, Portal e Banana Shopping, e já começava a exportar para Argentina e MERCOSUL. A marca Belly Shoe´s já era conhecida no Mercado Goiano e possuía credibilidade. Seu grande diferencial é exclusividade para o público C/D. A marca opera com designs exclusivos e foco em diversificação. A idéia é surpreender suas clientes, fazendo-as se apaixonar pelas peças e, consequentemente, pagar mais caro por elas. Débora também costuma participar online ou pessoalmente dos maiores eventos de moda do mundo e levar, em primeira mão, as últimas tendências da moda em Shoes para sua clientela. Essa estratégia tem dado certo há anos. Contudo, os problemas também parecem se multiplicar em proporção maior do que seu crescimento. Principalmente na área de gestão. O Governo do Estado de Goiás abriu subsídios para fabricantes de sapatos, objetivando formar um APL na região de Goianira e isso aumentou a concorrência que, além de trabalhar com menores preços, não prima muito pela qualidade em produtos ou serviços. Conseguem fazer um preço de venda cerca de 30% menor do que Débora está acostumada a trabalhar e entregar com um dia de antecedência em relação a ela. Também começaram a imitar seu design. Tudo o que ela lança é copiado imediatamente e sem nenhuma reserva ética. Depois, é colocado no mercado mais rapidamente e com preço menor do que o praticado por ela. Pesquisas feitas pelos Shoppings mostraram que as clientes não se atentam bem à marca, olham o design e beleza dos sapatos e o preço mais acessível e simplesmente levam. A deslealdade presente entre seus novos concorrentes é visível em tudo. Não são amigos e nem ajudam um ao outro, como era quando ela começou...nem se cumprimentam e Débora está sofrendo demais com tudo isso...para piorar, começaram a sondar seus colaboradores antigos, que tem as melhores técnicas de produção e know how. Aqueles que começaram com ela e se tornaram seus gerentes e coordenadores de produção. Ambos receberam proposta de ir para o concorrente com um salário 50% maior e benefícios e estão pensando seriamente no assunto. E pensar que Débora os tinha como parceiros, amigos, com que esteve nos bons e maus momentos! Internamente está com problema de produção. Seu melhor designer está afastado por doença e alcoolismo e ela percebeu o quanto está “nas mãos” de uma só pessoa e o risco disso. Não tem quem faça os desenhos de suas peças e está pagando uma Agencia de Publicidade para fazer isso. O resultado não é o mesmo, mas conseguem montar as peças piloto para produção. A isso tudo se somam a concorrência chinesa e coreana, com imitações idênticas às principais marcas mundiais, às compras de calçados via internet, já popularizada, a inflação, que aumentou seu custo fixo e variável em mais de 12% em relação ao mesmo período do ano passado e, é claro, uma intensa desmotivação em lidar com tudo isso, já que sua vida está estável, sua família tem independência financeira e, se vendesse a indústria, as lojas e a marca hoje teria um patrimônio melhor ainda. Enfim, nem tudo são flores, mas também não são espinhos! Ainda existe dentro dela um sonho de elevar sua indústria a tornar-se de grande porte, de buscar também o crescimento dos colaboradores, de tornar sua marca referência nacional em exclusividade. Por isso, pensou no que tem de melhor... Seu grande diferencial é exclusividade. A marca opera com designs exclusivos e foco em diversificação. A idéia é surpreender suas clientes, fazendo-as se apaixonar pelas peças e, consequentemente, pagar mais caro por elas. Também se preocupou em gerar fidelização buzzmarketing, considerando o perfil feminino de “comentar” com todos, a sua percepção. Aproveitando os canais de relacionamento próximos às suas clientes, como as lojas e redes sociais, Débora está sempre antenada e atualizada com o que elas querem e como gerar e agregar valor às peças. Apesar de ser indústria, sua percepção de lojista e foco nas clientes vem de sua experiência como feirante, desde os 12 anos, quando ajudava os pais a venderem roupas na feira Hippye, em Goiânia. Ela amava e ainda ama o comercio, a troca e o fato de ver nos olhos das clientes uma expressão de gratidão, pois sua marca e acessórios ajudam-nas a ficarem mais bonitas! Por isso, está tão confusa: deixar tudo ou investir? Trocar de ramo ou melhorar internamente? O que fazer? Quando olha para seu estoque, Débora vê uma confusão de peças que se acumulam na prateleira, sem que saiba o que fazer com elas, ao mesmo tempo em que não consegue atender a demanda de algumas peças em específico. As vendas pela internet, que começaram ano passado, aumentaram em mais de 40% e Débora não está conseguindo conciliar varejo e atacado. Ela também percebeu uma queda acentuada nas vendas de alguns artigos femininos e aumento em vendas de artigos masculinos, em relação ao ano de 2013, contudo, após breve contato com seus revendedores, observou que os homens compram sua marca pela qualidade, mesmo sem conhecêla e que acham o nome um tanto “feminino” demais, mas optam por qualidade. O que é sua marca registrada. Também ouviu que o público masculino tem real interesse em linha de sapatos e outros itens que tenham o mesmo padrão de qualidade e comercialização, outra característica de Débora, cujo lema é sempre estar onde o cliente quer que ela esteja. Apesar da rapidez da concorrência, ela ainda tem Know How e Felling o suficiente para conseguir aumentar seu tempo de ingresso no mercado. Isso não seria problema para ela. Seu portfólio é dividido da seguinte forma: Bolsas femininas – crescimento de 23% e participação de 28% Carteiras femininas – crescimento de 15% e participação de 18% Carteiras masculinas – crescimento de 42% e participação de 8% Cintos femininos – crescimento de 12% e participação de 6% Cintos masculinos – crescimento de 45% e participação de 13% Sandálias femininas – crescimento de 33% e participação de 12,5% Sapatos femininos – crescimento de 9% e participação de 7,8% Precisa saber quais mercados buscar, como avaliar seu portfólio de produtos, como e onde investir, quais produtos deve manter, quais criar e quais abandonar, enfim, ela precisa de ajuda. A primeira proposta foi a analise interna. Quem era a Belly Shoe´s, qual sua visão de mundo, qual sua missão na terra, quais valores norteavam suas decisões? Que choque! Débora queria que lhe dissessem o que fazer e vieram com perguntas? Você, consultor ALFA, deve ajudar Débora a tomar decisões sobre sua empresa. Decisões de Marketing – todos os períodos: Quais produtos devem abandonar e quais investir? Elabore a matriz BCG para fazer essa análise e coloque sua matriz na resposta. Qual seu posicionamento atual e qual deve ser? Quem é e quem deve ser seu público-alvo? Deve pensar em novas linhas? Quais praças devem atuar? Qual o perfil do consumidor com quem Débora está atuando? Como trabalhar com esse perfil? Deve mantê-lo ou modificá-lo? Trace algumas opções em comunicação que Débora poderia usar para criar ou manter a comunicação eficaz com seu público – alvo. Decisões de Pessoas – todos os períodos: Qual perfil de pessoas Débora deve ter? Como atrair e reter talentos em um segmento tão competitivo? Qual sistema de remuneração ela poderia adotar? Como pensar em reter e substituir pessoas quando necessário, para não ficar “refém“ de nenhum funcionário? Decisões estratégicas – 5º ao 8º período: Escreva a visão, missão, valores, três objetivos estratégicos para Débora (um de curto, um de médio e um de longo prazo). Análise estratégica – 5º ao 8º período: Faça análise SWOT , monte a matriz BCG e a Matriz de Porter (cinco forças) para Débora e faça a análise de sua situação atual, tendências futuras e possíveis oportunidades de negócios. Informações e inteligência em negócios – 5º ao 8º período: Como Débora pode pensar em aproximação de seus concorrentes? Existem modelos colaborativos que ela pode adotar? Quais? Como fazer para que as informações sejam coletadas, tratadas, disseminadas e usadas de forma a obter vantagens competitivas? Logística e produção - 5º ao 8º período: Considerando que Débora decida ingressar no mercado internacional (MERCOSUL), quais ou qual modal de transporte seria mais adequado para que ela conseguisse atender a seu novo público? Qual INCOTERM deveria usar e por quê? Como ela poderia montar sua estrutura de T.I. para atender aos pedidos que chegam por várias vias em sua indústria?