DE SÃO PAULO ^ INSTITUTO DE GEOCIENCIAS U N! VERSIDADE PROCESSOS DE CARSTIFICAçÃO E HIDROGEOLOGIA DO GRUPO BAMBUI NA REGIAO DE IRECÊ ARI BAH IA MEDEIROS GUERRA Orientodor: Prof. Dr. ALDO DA CUNHA REBOUçAS TESE DE DOUTORAMENTO Areo de Concentroçõo: GEOLOGIA GERAL E Sõo Poulo 1986 DE APLICAçAO äönoooouooo ¡\r /' q___u__ x__ LTSTA DE FTGUFÀS E Á__e_J___g. ÀNEXOS LISTA DE QUADROS RESUMO ABSTRACT l.: ì, !-r I \ f))?L/ . V Viii ix X ÇÀPlrulq-l INî RODUCÃO r-ru ¡- 2 4- 2 rocAt"IZAçÃ4._!À_ÁEEÀ 2 &9_!¡J¡A_Ia4oÐo!0GJÇo 4 AGBÀDEEJMENTqS 5 l qaP,:la!t4:II" EITEMENTOS F]SIOCL 1- 2 - ELEMENTOS CLIMÃTICOS I I.l - P luviometri a 1,2 - outros Dados Cfimáticos l. 3 - Os Tipos de Clima . I I T2 EJTLI9çBA:q.Þ L2 2.1 - A Rede de Drenagem 2,2 - Morf.ologia , L2 L4 I l CAPÍTULO II] OUADRO GEOLÓGICO 1 - 2- 15 çqllElqER4!çqEq cERArs 16 LT TO -ESTRAT IGRAF I A 16 2.1 - Grupo 16 Chapada Diamantina .1 - Fornaçào Tombador 2.1 .2 - FormaÇão Caboclo 2.1.3 - Formação Morro do Chapéu ... 2,1 2.2-OGrupoBambuÍ 19 19 20 )1 .2.1 - Caracterização ceral 2.2.2 - Feições paleográfrcas e pa_ I eoamb.ientai s ... 2.2.3 - O Grupo BambuÍ na Chapada Dl 2 amant i na 2.2.4 - Conslderações sobre a 21 ,q l I 26 l j : dos Depós l tos Carbonatados do crupo Bambuí na Chapada de I recê (ee) e seus Amb j.antes De 3CAPÍTULO .t 29 ESTRUTURAL 31 TV FUNDA¡4ENTOS DOS PROCESSOq DE CARSTIFICAçÃO 1- GÊNESE DOS CALCÁRTOS ...; ... I t Gênese posicionals I 36 iii 2 - os ao PROCESSOS DE CARST]FTCAçÃO 2.1 - Considerações Gerais 2.2 - Os ELementos Integrantes do processo . . . 2.3 - O Fenômeno da Dissol-ução ... 2.4 - As Formas de Absorção 2.5 - A Evolução Cárstica cAB4çTE8fSTrcAS HTDROGEOLóGrCAS - '----------_.__..:::-_ 38 38 39 4¿ DO SrSrE_ MA CA.RSTICO 3.1 - ,\spectos Gerais 3.2 - -nfluência dos Fatores Geológicos., 3.3 -.\s Formas de Circulação Cárstica .. 3.4 * ,ls Zonas Hidrodinâmicas e as Formas ,le Surgência nos Aqlliferos Cársti)os ... 3.5 - (lomportamento HidroquÍmico ..,..... 3.6 - ;rspectos do Balanco Hídrico no Sís--ema Cárstico ... CAPfTULO 44 45 47 49 50 V QUADRO r{ÌD]{OGEOLÕGICO DO BAlvlB IRECÊ U f NA REG IÃO DE . BAìIIA 1 - OS PRO(IESSOS DE CARSTIFTCAÇÃO 1.1 - r) Elemento Ã.gua . 1 .2 - t t El-e¡nento Rocha ()a .,. Cornposição euímÍ 53 iv .3 - Os Fatores Estruturais 1.4 - O Panorama Cárstico Resultante .... 1 2- CONDICIONÀMENTO HTDROGEOLóGICO 62 7I .. 72 2.1 - Aspectos cerai s 2.2 - Potenc iometria 2.3 - As Variações dos Niveis Potenciométricos e as Recargas .,. 2.4 - As Potencialidades Hidrogeol6gicas. 2.5 - Formas de Captação . . . 2.6 - Aspectos da Vul-nerabi I idade e Preservação do Aquífero Cárstico .... , 3- CARACTERTZACÃO HrMg4 3.1 - Comportamento ceral . 3.2 - A Influência dos Fatores Á.gua,Rocha e ELementos EsÈruturai s 3.3 - A Qualidade das Ãguas e suas Possibilidades de usos CAPITULO 72 75 79 86 95 99 I00 l0 rl t08 11, VI æ\çryÕE€=:_E_ jECAs!!q4Ç!ES: IIC' CA.PITULO VIT t REFERÊNCTAS BTBLIOGRÃFICAS L2! LISTA DE 1 tr4apa II. 1 Mapa de .l . :l i.L r1.l rl.r. l trt . IV, IV, IV. 3 Isoietas anuais Distribuição Pluviométrica em Irecê - BA . '. l'1àpa d.os ti,pos de climas do Estado da Bahia - CorLrparaçåo das colunas estratigráficas estabelecidas para a Chapada Diamantina Ãrea de ocorrência do Grupo Bambui nos Estados da BahÍa, Minas Get:ais e Goiás tiì r_r.r. ANEXOS de Situação da área em Estudo I. ì. FIGURAS 1 ito*estrat igrafia clo Grupo Banbui Coluna Estratlgráfica do Grupo BambuÍ na Bor da Leste da Chapacla de I recê - B.A . Diaqramas das Direções de Fraturas ... Gênese . .åt.rcão dos calcários ... 2 Evolução .das formas de absorção 4 5 3 L 13 17 22 23 ¿o 34 3'7 6 1 1 46 llctLurctLtcts 46 Fendas nas cristas dos anticlinais, com fechamento em profundidade . AnLiclinal com carst.if j.cação nos flancos ... 48 Mapa de isolinhas dos teores em CaO l . InfIuência das faÌhas ou grandes físsuras nos prÕcessos de carstificação, recarga e cirOcorrõncia d.e intensa carstificação em zonas IV v. 10 lj ---1-=^ cu'Lctçctu 't'J 9 48 nos caÌ- ^-a--:IU5 UC1! 60 Superfície de tendêncía de grau 4 dos teores de cao nos calcárÍos . .. Diagramas das Direções das Feições cársticas superficiais associadas a fatores estrutu rais . Foeos a, b - Form.rs de absorÇão prinárias . " 6l 64 65 \/I - Fotos a, b - Fendas ampLiadas por processos de dissolução ... 6 - Mapa de densidade de fraturas ... 7 - Mapa de frequência de fraturas .. I - Foto a - Campo de Lapiás: Foto b - fendas transversais e paralelas aos pJ-anos de estra 5 \/ v.9 v. l0 V. I1 T2 t1 t4 15 t-6 I7 18 v. v. 19 20 tificação Fotos a, b - .........: Exemplos de sumldouros . 66 68 69 1'' 74 Mapa Potenclométrl co 77 Superffcie de tendência de grau 4 da potenci omê tr ia 78 Fonte da Prat,lnha, em Iråguara a) - VlHtå da safda b) - Vteta do rl.acho formådo 80 Correlação entre vêrlações potenctomé tri oês e prêelpftåçõeg. A - poço de SaLobro. B - poço de Àahådo 82 €orrelação entrc var*açõee pot€nctom6trl eas e preelpdtações. À - Poço Få2. Boa gorte. B Poço de SuelmådåB 83 Correl"ação êntre vårlåções potenclomét rl cåc e precfpitaçõcB no poço de Varfante 84 entre vårIêções potenclomé tri prcclpitações. À - Poço São Rafåel, B CorreJ.ação cae e poqo Àmérlca Dourada 8Ii Correl-ação entre varlações potenclométricas preclpltações e evaporação classe A ......,. 8'1 de isollnhas de densldade de área cober ta por feições cársticas superficlals ... .. . 9i Mapa de zoneamento da capacidade especffica. Forma de locação de poços com base em estruMapa turas cársticas tipo dol lnas q) 9B vii V. 21 - Forma de captação subterrânea através de sumi douros de condutos penetráveis V. 22 - DÍagrama de piper das águas dos cársticos Bam buÍ . . V. 23 - Diagrama de piper das águas dos calcários (zo nas de contato) e dos quartzitos . V. 24 - Díagrama de piper - poço de Rj_acho V. 25 - Mapa de isolinhas dos teores em STD V. 26 - Diagrana de SAR - classificação das águas dos calcários para irrigação ,. V. 27 - Mapa de zoneamento da qualÍdade das águas para usÕ na irrigação ,,., ANEXO A - Mapa geológico da Chapada de Irecê ANEXO B- Mapa de feições cársticas de superfÍcie - Fo- fha de Irecê ANEXO C- Mapa de feições tha de Canarana ANEXO D- Mapa cárstÍcas de superfície - Fo- de feições cársticas de superfície - Fotha de Ïraquara 9g t-04 106 107 Il2 ll5 llg - viii LISTA TI. 1 - DE QUADROS Dados Climatológicos -"Estação Ctinatotógica de Trecê 11 Divisão Estrat.Ígráfica da Chapada Diamantina 1g V. 1 - Dados Químicos de Águas de Chuva 54 V. 2 - Dados QuÍmicos de Ãguas dos V. 3 - Análises Químicas das Rochas 5g V. 4 - Variação dos Níveis Potenc iomêtrico s . 76 V. 5 ' Dados de Evaporação de Irecê - BA . gg fII.1 - . euartzitos ..... 56 - Estação Climatológica V. 6 - Faixas de Persistência de pesticidas no Solo t_01 V. 7 - Val-ores Extremos e Médios dos Principais das Ãguas BambuÍ ).02 V. I - V. 9 V. 0 '1 Componentes Relações Iônicas das Ãguas Subterrâneas Bâm- buÍ - chapada de Irecê 1,03 Limites de Potabíl-idade segundo ABNT e Org. Mundial da Saúde - Quadro Resumo ll4 Definição das Categorias de Sódio e Salinida de do Gráfico do SAR r.f6 ----- - -'*r MO Neste trabtrlho é analisada a evolução dos processos de carstificação na secluência carbonática do crupo BambuÍ na chapa da de lrecê (BA) , c<¡m.vistas a sua aplicação na elucidação dc guadro hidrogreo Iógi(io resurtante, Nos processos de carstificação for:am analisados bar;icamente os parâmetros água, composição qrrí mica das rochas e e._ementos estruturais, como fatoïes fundamen_ tais na evolução do processo. como resurtado da integração destes fatores evldenc:ou-se um quadro cársÈico pouco desenvorvrdc em toda porção nort(., evol-uindo gradativamente para sul e zona, de contato leste conr o Grupo Chapada Diamantina, ond.e o carste se apresenta em fas( evoluida de de senvo l-v imento , Ajustado a , este quadro tem-se ( comportamento hidrogeorógico do sÍstema a qtlïfero, gue se apr€senta em toda porção norte como um aq{lÍfe_ ro cárstico/fissura., , passando a francamente cárstico na poï_ ção sul, e nas faixas de contato leste com os quartzitos do Gru po Chapada Diamantira. Utilizou-se como base na avaliação hi_ drogeológica, as fej ções mor fo-e s truturai s de superfície, cor_ relaclonadas com os dados de pluviometria, pj-ezometria, capa_ cidade específica dcs poços, variações sazonais de nÍveis hi_ drostáticos, e qual_jdade quÍmica das águas subterrâneas, Atra_ vés do m6todo estati stico de análise de tendência foram construÍdos mapas de isc linhas e superficies de tendência sendo possÍve1 o zoneamentc das âreas potencial_mente mais promisso _ ras, Nas zonas mais carstificadas tem_se as maiores disponibi_ l-idades de águas suLEerrâneas, facilitada naturalmente pelas melhores condições C3 armazenamento e recarga, A drenagem sub_ terrânea é francamenE.e subordinada aos fatores estruturais, co mo as falhas e grand3s fÌssuras, gue desenpenham papel impor _ tante no processo. A taxa mêdia de recarga foi estlmada em 3,9E das precÍpitações, 23,4 103m3 / ano/km2 , o gue representa 223.10"m3/ano para una årea de 9.5.1 0 km? de superflcie cársti_ ca" Qua litat ivamente não existem grandes restrições ao uso das águas subterrânees para o consumo humano, pecuário e na ir rigação, This work analyses karstification process evolution in the carbonate sequence of the Bambuí Group in chapada of Irece (BA) , vrith the basic objetíve of improving knowledge of the hydrogeologic system. In the karstification processes, the parameters water, rock chemical composition and structural efe ments have been analysed as fundamental agents in the evolutionary process. The integrated analysis of these factors aflowed the ldentification of several stâges in the eilótution of the karstic system: in the north of the study area it is Iittle developed and develops gradually to the south and to the east, in the contact zone with the Chapada D j.amantina Group, where the karst in more developed. The karstification process affects Èhe hydrogeologíc behavior of the aquifer system in all of the northern sector as a karstic fissural aquifer. In the south and in the east the cdntact zone with Chapada Diamantina quart zite becomes entirely karstÍc. The hydrogeologic evolution has been supported by morfostructural physiognomy of the surface , the specific yiel-d of \reIIs, seasonal- variations of hidraulic head and groundwater chemicai quality. through Lhe use of statistical methods of tendency ana.lyses \^rere generated isol-ine maps and tendency surfaces vrhich allo\^¡ed the deternination of the potentially bettex areas for groundwater expl-oration.In Lhe more karstíc areas exist the highest groundr^/ater volumes facilitated by better condítions for storing and recharge. The underground drainage is completely subordinated to structural. factors such as flaw and large fissures, which pLay a very important rol-e in the process, The average rate of recharge has been estimated as 3,9? from precipitation, ot 23,4 x 103 m3/year/kn'?, representin g 223 x 106 m'/year in an area of 9.510 km'? of karstic surface. Additionall-y, the authors conclude that quali ùatively there aren't significant restritions to groundwater use for human supply, cattle or irrigation in the study area. I CAPÍTULO I INÏRODUÇAO 1- OBJETIVOS Constitui objetivo central deste trabaLho o estudo do modeÌo de funcionamento hidrogeológÌco dos carstes da Chapada de frecê à Luz do entendimento dos processos de carstificação rseus efeitos e estágios evolut.ivos atuais. Os carstes, em decorrência de suas formas particula_ res de recargâ, circulação e armazenamento, se distinguem dos de mais sistemas aq'úíferos, sendo, orovavelmenÈe, de todos os mais complexos. Além disto, os calcários de consistência compacta e/ ou com certo grau de metamorfismo, como é o caso do Bambui, pro piciam o desenvolvimento de uma rede fissural, orj_ginando, mui_ tas vezes, um aqúÍfero de comportamento misto, fissural/cársti_ co¿ como no caso específico da Chapada de Irecê. O estudo hidro geológico em tais circunstâncias, util-izando uma metodologj-a a_ propriada, é relativamente recente. Assim sendo, constitui obje tivo subsidiário a contribuição para o aprimoramento desta meto do l-ogia . 2- LQCêLIZÀçÃO !a ÃÀEA A seqìiência carbonátlca do crupo BambuÍ, na Chäpadè de frecê, região Central da Bahia, cobre uma á.rea aproximada de 15.000 km,. A área objeto desta pesquisa é de aproximad.amente 9.510 km'2, sendo limitada peJ,as seguintes coordenadas geográfi_ cas: Lat. Sul Long.W.cR. 11ooo'oo' 4'1 12o20 t o}n 42o15'OOn o2o'oo" o acesso à ârea é feito basicamenÈe por 2 rcdovias pri:rcipais, â BA-052 que liga Feira de Santana a Xique-Xique,passan do por Morro do Chapéu e Irecê e a BR-z 42, Salvador-Brasí Ìia, que dá acesso à parte sul. (Ver fig. I _ ¡r. PA S.Luis RA Forlclezo l{no \ H AO Torez CE ARA, )/ ./ -\ ,' "")Y- // '¿' Y-yj/ \-þ)/ q,^ i .-- t I ,l^ 'u,ylr),;, t_ \Vr ipnnnraÃ'' GRANDE ,r.t*') ! '1 , *- p)'/-/ P r o¡n <1ll q'\ :f .ry yt v: o :f ,l i77 no .2" . -* \, \ oo .{s¡l+N¡otot I I I l- ,' / + \\ */ l{i oi (. /,/ r/ +r /,'- --r- --- . , q Senhor do doñflm t .. Jocobino o M rguel Co lmon (,.. c Eorrè iros \ BA \. ( \ GOIAS r CAPITAL o Cl0A0Ê t .. trM¡TE lNTEResraorJaL ll) tnea DE ESrtlDo IOO ts a I FIG T 1 î l0O ESCALA MAPA IIË SITUAÇÁO DT\ AREA DE ESTUDO ¿OO {ro 4OOKm 3- ROTEIRO METODOI,ÓGICO Considerando-se os objetivos propostos neste trabalho de promover um estudo hidrogeológico de âmbito regional , desenvolveu-se uma metodologia seq{lenciäda em tres fases distintas, ajustada à nossa realidade: Primeira fase: - Levantamento e análise do materÍal bi bliográfico, inclusj-ve o cartográfico existente e de ínteresse para o desenvolvimento da pesquisa. Com base nos trabalhos rela tivos à geologia da área e das demais ocorrências BambuÍ no Bra sil , estabel-eceu-se o quadro geológico. Da bibliografia especia lizada em carste, foi feita uma síntese como fundamentação teórica básica. A partir do acervo de dados hidrogeológicos direta mente relacionados com a área, foi possívef o es tabel- ecimento do primeiro model-o conceitual , ponto de partida para o planejamento das fases subseqllentes. fase: - Esta fase constou da foto-interpretação e das atividades de campo, destinadas às observações e gera ção dos d.ados necessários à complementação do acervo. Segunda base em fotos aéreas na escala 1 : 40, 000 e 1 : 60.000, construiu-se os mapas das principais feições cársticgfde superfície, que serviram de base inÈerpretativa dos dados morfo-estruCom turai s. Os trabalhos de campo constaram basicamente das seguin tes atividades: . Cadastro de poços destinado à obtenção de informações seguras, sobre o níve- de utilj-zação das águas subterrâneas, a cg pacidade especí.fl i a dos poÇos, profundidades, nedidas de niveis e sel-eção de poços para compor a base do nÍvelamento baro¡nétrico destinado à confecção do mapa de equipotenciais, . Monitoramento de l ma rede de poços para a mediçåo das varía* ções do nivel hidr ostático do aq{lífero e cofeta de amostras d'água para análir e química. . CoIeta de anost-rar de rocha e análises químicas, destinadas a avaliar as relações com os processos de carstificação, . Coleta de amostras de água de chuva e anáIises químicas para avalj-ar sua contribuição nos processos hidrogeológicos e d.e carstificação. . Controle dos elementos foto-interpretados . Terceira fase: - Nesta fase, realizou-se a análise e integração dos resultados. Através do método estatÍstico tridi_ mensional de aná1ise de tendência, foram preparados mapas dos da dos mor fo-e struturai s , de composição quÍmica da rocha e da água, da capacidade especÍfica e potenciometrìa do agififero. Mapas de densidade e freqü'ência de fraturas, além dos gráficos de variações de niveisf precipitações e evapotransp iração potenciaf I e os dÍagramas hidroquímicos, completaram a base interpletatlva ù) sistema aqüí fero 4- . AGBADEEI¡{ENTOg O presente trabalho tornou-se real-idade graças ã vaIÌ osa colaboração, nas diferentes etapas de seu desenvofvimento prestada por pessoas e entidades, às quais manifestamos profunda gratÍdão. especial, ao prof. Dr, Aldo da Cunha Rebouças, ¡ quem, pela orientação segura r constante estÍmuIo e desprendimer to, devemos o êxito deste trabalho. Em A Cia, de Engenharia RLlraI da Bahia, nas pessoas do seu então president': e partlcul-ar amigo, prof" OvídioValadão Ne, to e do at.ual- Diret()r Técnìco, GeóIogo Amaury Mauro de O.Iiveireç pelo incentivo e ap,lio recebidos. Ao Instit lto de Geociências da Universidade l¡ederal d. Bahia, Departamento de ceologia e Geofisica Apticada, por tel tornâdo possível no;so afastamento " Ao fnstit rto de Geoclências cìa Universidade de São pa 1o, peJ-a acol-hida e franquia de suas insùal,ações e laboratórios 6 de Capacitação de Docentes PICD/CAPES, pela ajuda financeira oferecida. Ao Programa Institucional À Nilson cuiguer Júnior que através do laboratório de computação do Centro de Pesquisas 'de .Ãguas Subterrâneas - CEPAS USP, possibilitou o processamento dos dados, Ao Prof. Dr. Olivar Lima de Lima, do Departamento de Geologìa e Geofísica ApLicada do IGUFBA, pelas crÍtì-cas e suges tões. A Profe Rutildes Moreira da Fonseca, pela revisão do tex t-o . Aos colegas da CERB, hidró1ogo Jairo Éverton lvloreira Correia lìibeiro, Bernardino VÍeira Ma.. tos, l¡rancisco Inácio Negrão, Paulo Penalva, José de Cästro Me Lo e Tec. Eduardo Magalhães, pela ajuda e incentivo oferecidos em todas as fases de desenvofvimento deste. trabal-ho. Cunhà., geólogos; Arnaldo A todos agueles que, direta ou indiretamente, conLribuiram para a materialização desta pesquisa, a certeza do nossc, reconhecimento, C A P f T U L O II ELEMENÏOS FISIOCLIMATICOS 1-@ 1 .1 - P luvlometria Para caracterização da p|uvionetria da área em quesÈão foram utilÍzados dados do Banco de Daclos llídroc limát tco s do Nor deste - SUDENE e do Instituto de Meteorologla - INMÐT - 49 DÍs- tr ito . , fLg" TI - 1, foi construído utilizando-se dos dados das Estaçõt's Climatológicas de IrecÇ Morro do Chapéu e de mais 12 postos Irluv:lométricos espalhados pe 1a área, período de observação de 1964 a 1977. Através deste ma pa, vemos que as precipitações decrescem de sul para o centronorte da área, com a precipitação média na Chapada Calcária, si tuando-se em torno dos 600nm anuais. O mapa de isoietas anuaj-s As chuvas na área são sempre mal- distribuídas, com o período chuvoso Çoncentrando-se de novembro a abrí1, quando cho ve cerca de 88t do total prectpitado. A fig. Ir - 2' mostra o histograma de distribuição das precipitações na estaÇão de Irecê. A ocorrência de estiagens mais prolongadas são freq'úentes e produzem sempre grandes calarnidades na região. Especificamente para a estação climatológica de IrecÇ a precipitação média anual no perÍodo de 1945 a 1970 foi de 585, nm, conforme mostrado no Quadro II - 1 ' A média máxima mensal foi de 121,9mm em novenbro, e a mínima 0,4mm em julho e agosto' 1 1.2 - Oqtros Dados Climatológicos Temperaturas e Insolação - A temperatura média anual medida na estação cl-imatológica de Irecê, período de 1971 a 198i' foi de 23,4oC, con a média das minÍmas em 16,9oc e a média das máximas 29,goc. A insolação média anual para esse mesmo período foi de 3.0 37 ,3 horas. Vellos e gn+gggg Relativa -A velocidade dos ventos me dida na estação de lrecê, Periodo de 1971 a 1981, foi de 3,7m/s, para a média ênual. A ulBidade relativa do ar, médÍa anual, foi I L E ,600.ñr¡-, tsolgTA G EN DA ?46 aNUAL.(mm) coNfato oEouhrco o C ÞcB Þca GruDo BAMBUí lñdivrso o VILÀS @ POSTÒ PLUVÌOMÉÍRICO FlG, IOADES Ekh o I NÉË-*Ê:f::] lo r¡ ?ol(h Grupo cHAPADA DLAIVIAN.rlNA lòd¡rí8o E NP DE ORDENI l1-l - MAPA DË ISOIETAS ANUAIS - PerÍodo 1964 - 1977 ,a-*¡ FlG. tr-2 DrsTRtBUrçÄO PLUVTOMETRTCA EM IRECE.BA, zoo I r60 r40 Ê d ,ir Suasro II - 1 - D¡oos CLrilRrol-ósrcss fsrAçÃo Ctlmlroléelce or lnecÊ ANI.,AIS kecip:itacão {mr) Periodo (1945 - 19701 Jan 585.1 1O8,2 FEV 67,3 ftlsn 1 Iong. 41952 1920 too" | 1O l9eNsAtrs î4EÐTAS illËDrÀs $n¡-unezg oos D*oos I-ãt. AsR lvlnr JUN 101 ,2 38,3 3 15 t3 24,! 23,8 22,7 253,6 244,8 239,1 ,3 68,1 71 219 .}UL 014 Aeo 014 Srr 0ur 1,7 Nov 25,! DEz ,9 113r€ 24,9 2411 121 SgIq)eratura (€) Periù (1971 - 1981 ) 23,4 24,7 - 1981 ) 3.037 ,3 276,4 230,'7 65,4 66,3 69,0 3,7 3,5 312 219 137,5 150 .5 164 1415 24 ,6 20,6 234,2 ,3 2r8 107 .€ 140 ,7 23,5 266,8 282,8 274,9 246,6 229,6 68,4 65,3 59,6 59,: 56,l 65,7 415 4rO 416 4 4,1 3,Í 3.1 126 .2 153,'l 144,4 221 226,( 257 119 105 119 134 170 21 21 )À. f¡osolação (hs) E¿eriodo (1971 257 ìt tfiialade nelativa tBì Perioao (fl971 - 1981t Il.eloc. ¿los Ventos { m/s Þeriado (197i - 1981) ãæX¡oracão Ctasse æríado {n980 - A - 64,t } {¡m} '! 19821 @po-A"ansp:.ra$o P.otenrciËi:I .Srn, 70 ær.ggæõres * -Þ€r¡ea¡es _ 179 ( 236 .Í 249 .f. 1.613 {19?!ll 165 bntes Ils|ET - 49 Distríto. 92 9-1 17.1 157 12 de 65,48, para esse mesmo perÍodo. Evaporação e Evapo-transpiração - A evaporação em tan que classe A, medida na estação de frecê, perfodo de t9g0a 19g2, fol de 1.179nun para a médla anuaJ-.' A evapo-transpiração poÈenci al determlnada pelo método de Hargreaves, in Hargreaves (1gj4l , foi de 1.613mm anuals. As médias mensais encontram-se no euadro II - 1. O mês de outubro apresenta o rnáximo mensal , 257 ,9mm, fi cand.o em março o mÍnimo mensal, 107,grun. 1.3 - Os tipos de Clina Conforme mostrado na figura Ir _ 3, os t-ipos cllmáti_ cos influenÈes na área, segundo a cLassÍflcação de Koppen, são os seguintes: , Avr-Tropical quente-úmfdo - ocorre na parte suÌ da área e é ca racterizado por precipitações superiores a 750mm anuais com chuvas de novembro a abri1. . Bsh - EstéÌrico semi-árldo, guente, com precipitações inferio_ res a 730mm anuais, chuvâs de novembro a abril_ . Cfa e Cfb - Subtroplcais - ocorrem na porção centro oelêntal da área, sendo o Cfb restrito à região circunvizlnha a Morro do Chapéu. Se caracterizam por verões frescos e 6ern est6ção seca. As maiores prectpitações se verificam nos meees de de_ zembro e j aneiro. 2- EåSTOEB.âEIA 2.1 - A Rede de Drenaqem A área situa-se nos domfnios das bacias hidrográflcas dos rios São Francisoo, em sua rna ior extensão, q do rio paråEua çu no extremo sul. A drenagem superficial se fau, beOlcament,e,q través dos rios Verde e utacarê, af luent,e6 do rÍo $ñg Franoisco pela margem dlrelta. Nos domÍnios dos caLcários a rede de dtrçngggm é extr:g mamçnt* tr&FÊfFitê, reFtringindo-Fß, bBsiaåmonÞßr ßp FÍo {aEarÄ. FtG.tr-3-TrP0s DE CLtùtA DA BAHlA c lo s sificogõo d€ 13 Koppen 4u Ctr¡hñ E] E kf Eil ÞÐ aùÊnt€ Ê úñido coo esióço-o ¡cco ¡o vo¡óo con iuo¡ dóxiño3 o c¡u\,os no outôho. rropicol quonlo-úmldo 06 procipitoç-o.r srj'o ¡upc¡toro¿ o 75Omñ onúoi! c0.ocl.rlzôø por 2 .tloç6â¡: .8co dô moío o olrtoñô . chú66 d. ¡ov.ñbro Cl¡úo do6 salvo6, quañtå o r¡ú¡dÒ itm r.toçõo ..co dg Þrecþitoç-oôs oÔ ho¡ço o ooc'3io, o ¡lrvrô3t&& . su4ñôr ô looôñh óñ;.rs Dororê! Cliho os bo¡quå chuvoco, qJlnta s Jmrdo, coh s¡toçõo 6cco conÞanso& o0106 E9lsþ{co ! lolôr¡ sl¡vodoß. ds ¡ogotoçóo Tromñ o¡Joi¡ ¡.óliro r€r¡i.(ilrlo, qlant , côrn preciortoçoôs ,Þl€roro. o i{tor.. J¡lårlo.s6 o SOOmF.cNvoG & Nr€FD¡o o obr € sm òhùñÊ E cllño loñpsrodo úrido chullro í¡roro?mico ørões quubr ta'j c,,ño ñe¡ôràii¡co v!ró.s tr.tcor m o ! e rem astoç60 eeco a.lll.¡10ç6-0 Eoco íne¡ oe e sruoo aN0RË4, R. - Chuvd. nó Boh16, DNOCS, Solvodor.Bo ES CALA I :5.OOO.0OO \l - 14 ',: Este rio nasce nas proximidades da cidade d.e Barra do Mend.es e corre ínlciarmente de sw para NE, cortando os carcários d.a borda oeÊte para a leste de ond.e toma a direção norte, correndo na faixa de contato entre os carcários e os quartzitos chàpada Dr.a. mantina, desembocando no rio São Francisco. Trata-se de um rio de regine caract.erfstico de enxurradas, com seu telto bem definido, permanecendo seco durante quase todo ano, cons ervando,quan do muito, Èrechos com águas estagnadas. ÀIém do rio Jacaré ou Ve reda do Romão cramacho, apenas o riacho Gabrler, afruente do rio Verde, merece algum destague. Esse riacho nasce no Chapadão Cal cárlo, próximo à localidade de Gabriel e percorre grande parte da ri-nha de conlato oeste com os quartzitos chapada Diamantina lndo desembocar no rio Verde. 2.2 - Molfolog!.a O *plateau,' calcário de frecê é uma unidade geomorfo_ Iógica bem caracterlzada por seu rer.evo taburar suaveme.nte ond.u lado oscilando em torno da cota média de 700m. decorrência d.a dissolução cárstica, são comuns fei ções tÍpicas como a ausência da rede de drenagem superficial , I ub s tiÈ\¡lda peì.a drenagem subterrânea e o aparecimento de estrrrÈuras de desabamento e acomodação como os vales cegosrdolina6 etc Essas feições são tão mais pronuncladas e exibem formas mals ma duras à medida que se avança em direção sul da área, bem cemo, nas faÍxas de contato com os quartzitoE. Ao norte, as doJ-lnas tor nam-se mais esparBas e de nenor porte. paredões abruptos são viç tos ao rongo do rio .facaré, única drenagem de porte exi'tente na Em área. Contrastando com esta unidade, aparecem 06 ehapadões guartzfticos do Grupo chapada Diamantina formando escalîtr)ês fngremes ao longo doe contatos ]este, sul e oe$te, em ootêÞ que Ba dem se elevar à casa dos 1.100m. C A P I T U L O III OUADRO GHOLOGICO 16 1- CONSIÐERACÕES GERATS As rochas do Grupo Bambuí na Chapada de Irecê repougam, dl-scordantemente, sobre os metassedimentos do Grupo Chapa da Dfamantina, conforme mostra o mãpa geológico, (Anexo A) . Sobre os calcários Bambuí ocorrem, em afloramentos esparsos e rg cobrindo toda área norte, calcários da Formação Caatinga, de å dade ouaternária. Abordaremos, neste capítulo, as formações do crupo Bambuí, objeto central desse trabalho, e secundarlamente, os metassedimentos do Grupo Chapada Diamantina, que aparecem nos l"imites leste, oeste e sul- da área, pelas posslveis interações hldrogeológicas entre estes e os calcários Bambuf sobrejacentes, os Grupos Chapada Diamantina e Bambui representam a parùe superior da coluna estratigráfica da região fisloErâflca denomlnada Chapada Diamantina, cuja bibliografia geológica é b¡g tanÈe ampIa. Será apresentada, também neste capítulo, uma s.fnte se, com base nos princlpais trabalhos publicados, e estudos osa real-lzados, abordando-se e,st,ritamente a part,e superlar da goh¡na. 22.1 - crupq cqêpq4+,DiamRntlna Este grupo f oi prlnelro descr iÈo tr)or Þenby (1,'90 6 ) , dg nom¿nandq-o de l¡avras , Kegel (19'591 , 9 denomf nou dc L¡:evree Su* pcrior, Brlt.o Neve.s (1967), de Grupo chapada ÐtamantÍna, e F.edreira et alii (19"151 , Grupo Superlor. o Rome Lavras der lva dae IJavras Dlamantinas, garlmpos de diamantes, assocfâdos Be qÞng.Xg mesadQ basal, especlalmente, Sua I ito-estrati graf fa tem sido obJeto de mùåtap sontros¡érs1as, conforme ilustram os elenentos apresentades na ffg. III - 1, Adotaremas a divisão propostê por Br j"to Neve.$ 11967l , ppr nos parecer a mais conçistente em relegão aa BanAf,e¡0A gbse[ vaêq na área. Este gruFa ÇomprFende tF6F fsrmaçfieg, (e,l¡Adfç Tm.C) aFFiim dßFqriþas de hâãe patra a çatr¡or E _1_ COMPARAçAO OÁS COLUNAS ESTRATÍGRAFICAS ESTABELECIDA5 PARA A CHAPADA DIAMANTINA COLLINA ESTRATIGRAFICA ESOUEMÁTICA HmffiErdE .iP LENçd's I r e.¡çrírs ?õ t9 F = 3 ã t^-,) ;J €? ¡l' bTÄicüRi' oesenvnções: @ -a m For.nocõo llcnoobeirc e¡b' -:0o inclul o 1e D^1'r FonÌe: Pedreiro et ol¡ì (1975) DencaniñoÇõe5 irsoda! c¡ ra l.r iô 12" OO' Deio¡¡r¡oções !50tcs - o. o\ela iL?. at(\' ; ûuA¡Ro GRUPo - III - 1 - DrvrsÃo ESTRATTGRÁFIcA DA CHRpRoR-DInMANTINA F0Rr,l ACÃO LIToLOGIA Calcários claros fragirnentãrios,maciço,s, nivel conglomerático basal-. Caat.irìga Cal-cãríos microcristalinos cinza es- cllros, cinza azulados, calcário dolc mítico e ilolomitos , c inza claros a Salitre Ba¡nbuÍ róseos , Ardósias, metarenj.tos, metassiltitos e metaconglomerados na basé. Bebedour.o tilorro do Chapéu Metarenitos, metassiltitos e metaconglomerados . ûhapada Caboclo Ivletassiltitos, metargilitos nitos avermelhaclos ?ombaclor Metarenitos, metassiltitos e metacon- metare Diamantifla glomeraclos Fonte: Brito Neves (i 967) . lo 2.1.1 - Pormação Tombador Esta sequêncÌa foi denominada por Branner (1910)' cona serra do mesmo nome, entre Jacobina e Ta mo. arenlto Tonbador ' jes do Batata. Seus afloramentos constituem as escarpas oríentais da Chapada Diamantina. Na região de Andaraí e Lençóis, for ma cristas proeminentes na topografia, com muitos exemplos de re fevo rulniforme. A" parte basal desta formação foi também denomi nada de formação São eedro, por otávio Barbosa ' em 1965, (ín Bri to Neves , 1967 | . sua lftologia predominam os metareniÈos, bem classlficados, boa estraÈificação em bancos uniformes, colorações cl-a ras entre o branco e o róseo. Presença de estratificação cruzada e marcas de onda. Sua espessura pode variar entre 80 a 400m. Em Na seção entre Jacobina e Lajes do Bata¿a, borda oriental- da Chapada, a base da seqlüência repousa discordantemente sobre as rochas do Pré-Espinhaço. Já na seção exposta ao l"ongo da BR-242, trecho compreendido entre Lençóis e Pai Inácio, a ba se da seqtlêncla repousa sobre o Grupo Paraguaçu conocrdanteÍEnte. En toda a seqü€ncia, são observadas estruÈuras prímárias como estratificação plano-paralela, estratificação cruzada planar, marcas de ondas e correntes, o que, associados aos t1po6 de sedímentos, indicam um ambiente deposicional continental de ãgua rasa, segundo Pedreira et alií (1975). Em estudos sobre a cobertura do Cráton do São Francisco, Montes et alii (1981)ad voEam para esta seqifência um ambiente de deposição fluviaI, com urn slstema de rios anastomosados de largos canais e grande migração LateraL. os estudos das estratifÍcações cruzadas e de ta manho de Feixos, índicando um sentido geral de para SVl. Ainda do estudo comparativo dos tlpos correntes de NE tiÈológicos dos seixos, concluem os autores que a Serra de Jacobina e suas vizi nhanças gçriarn o paleorelevo que provisionava de material esta fornação. Ä,t.revés de rios que fluindo no sentido NE/sW terla si do depoçitada todê segir'êncía cIástica da chapada Diamantina. 2.1 .2 - Fotrmação caboclo A fermeção Ceboclo foi de$çrfta lniclalmente por QtrRnnFr 20 (19'1.0), nÈ encosta ocÍdental da Serra do Tombador, na Andaraf, eomo Formação Lavras Média. região de êapessura médÌa é de 300m e tem como seções típi_ c€.g as o.bservadas na Serra do Tombador, nas imediações de Len_ çó1s e AndaraÍ. E constituída, essencialmente, de metarenitos fi nos de cores predominantemente vermel-has ou roxas, bastante re_ Su.a sfstenÈes, intêrcalados com metassittitos e folhelhos de colora ção violácea. Os merguÌhos são fracos e as camadas argilosas apresentam microdobramentos. Em superfície apresenta uma morfolo gia constituida de morros abaulados e uma rede d.e drenagem de pa drão dendrÍtico, o que facilita a marcação d.e seus contatos. Es ta formação apresenta-se mais argilosa ao norte na regÍão de Mor ro do Chapéu. sendo cons ide rave lmente mais arenosa na região de Andaral e Lençóis. As estruturas primárias mais comuns são estratificações plano-paralelas, laminações, marcas de onda e es tratificação eruzada, Montes et alii (1981) consideram esses se dimentos juntamente com os metarenitos da Formação Morro do Cha pêu, eomo pertencentes a um mesmo ambiente deposicional tipo deI Laico, onde a Formação Caboclo representaria a fração mais fina Uma tra,n.sgressão marinha, ocorrida ao fÍnat da deposição dos se dlmenÈos Tombador, com o mar ent.rand.o de Sü¡ para NE, propiciou a instalação do sistema f lúvio-de lta ico-mar inho , dando origem à deposiçáo desses sedimentos. 2,1.3 - Formação Morro do Chapéu E,sta Formação foi inicÍalmente descrita por Brito Nevçs (1967), na oldade de Morro do Chapéu. Trata-se da mesma For rnação d.es.erita por Mascarenhas (19691 , com o nome de Forimação lençóis, e por Schobbenhaus et alii (19711 , como Formação Guari ba, en losais dlferentes. E correl-acionada ao Lavras Superior de I(egel (1959), ou Série Lavras d.e Branner (1910). Essa formação encontra-se em contato normal e gradacf onal- sobre a !'.(}rmação Caboclo e e¡n dlseordância com a Formação Bebedouro qne a sobrepõe. tfco LlÈologieamente ó constituÍdâ de um nivel conglomerábapRl, d€ seixos þem rolados de até Sem, seguido de bancoa 21 de netarenitos róseos, médios a finos e curminand.o com metarenl tos brancos com argumas intercaraçðes argirosas. sua espessura é estimada em 390m. São comuns a presença de estruturas primá_ rias, tais como estratificações cruzadas e marcas d.e ondas. Os sedimenÈos Morro do Chapéu foram consid.erados por Montes et alii (1981), juntamente com a Formação Caboclo, como pertencentes a um mesmo sistema deposj_cional f l_úv io_de lta ico_ma r inho . 2.2 - O Grupo BambuÍ 2.2.1 - Caracterização GeraI O nome BanbuÍ provém da cidade homônima, sit.uada ao suL de Mlnas Geraís, quando Rimann (1917) atribuiu este nome às se_ qùências carbonáticas ari ocorrentes. A partir daí, a denominação passou a fazer parte da. literatura geológica brasileira, ¡ie signando uma das mais polêmicas e controvertidas unidades estra tigráficas do Bras il-. Assim, com o nome de crupo Bambuí (s.1.), ê hoje deslg nada uma extensa seq'uência de sedimentos crásticos e carbonáticos que ocorrem na porção centro-leste do Brasir nos domÍnios da bacia hidrográfica do Rio são Francisco, ocupando urna srperfí cie estimada em cerca de 400.000 kmr, nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia, (Fig. III - 2). Apesar deesa seq'ùência sedimentar ser conhecida desde o século passado, soment.e a partir da década de sessenta vem sen do efetivamente esÈudad.a, em função do interesse econômico despertado peLo seu potencial netarogenétlco. o trabal"ho d.e Branco e costa (1961) marca o início da regionarização dos estudos des te grupo, surgindo daÍ, a primeira tentativa de divisão estrati gráfica a niver- regiona.I . Em razão das grandes variações facroléglcas e da amplitude geográfica ocupada por esta seqTência, a aplicação de uma estratigrafia grobar- foi rogo sent.idar 9€rêndo uma int.ensa proliferação de nomes eonforme mostram os elementos da Fig. III - 3. A partir da segunda metêde da década de seçBenta e no Fie.rrr-z-Ánee DE ocoRRÊNctA DosRupo DE tût BAIEUíños EsrADos NAS cËRAts, Gotas z-\ / t- \ll E -\- BAHTA -/ -nlà ^.-- GOIAS L \ ,.-2 Ç1=: (-'-- --,- llz ¿ PAUL. ¡ coNVElçörs FEF F-+l -- --1 ^ gdrnbu þrUOO ¡ Divis6o Êstoduo I 50 aio Fonfe r Dordenne. 1979 0 -FH e sco lo 50 + too t50 rm | Fig TIT-f, - LIIOESTRATIGRAF|A Do GRUpO BAMBU¡ Exlroído e n]odificodo de Dordenne (t978) ¿4 tadamente a década de setenta caracÈerizou:se per.o interesse nag áreas de rninera J-Íza ções de pb, zn e F. destacando-se desta fase os trabal-hos de Cassedanne (1966, 1969), pf J.ug e Renger (19731 , Misi (1973, 1976, 1979), Mlsi e Souto (1g7il t Dardenne (1978). como conseqüêncla, novos conceitos e esquemas estratigráficos fo ram introduzidos. Um del-es foi, sem dúvida, a excl_usão do crupo Paranoâ do Grupo BambuÍ, por oÕupar esta seqtiência, uma posição eçtratlgráfica inferlor a do crupo Bambuí (s.s.), Dardenne (197g) E gue este grupo inicia-se sempre com uma formação detrftica ba sal tlda como de origem glaclal ou paraeonglomerado basal, (Dar denne et ar-ii 1978a1 , recebend.o diferentes nomes regionais, cono! J.equitaÍ, Sanburá, CarandaÍ, Macaûbas, Bebedouro etc. Repou s ar,rdo sempre , discord.antemente, sobre uni.dades nais antigas. O posiclona.mento Grupo Bâmbuf, ent.re estratígráfico das rochas que constl tuem o o embasanento pré-cambriano e formações ben mais recente.f têm sido apontado como um dos fatores a difÍcultar a determinação de sua ldade, tendo çido, inclusJ.ve, aþribuído-]he idades as mais variadas ao Jongo doE anos, por dl versos pesquisadores, A descoberÈa de corais do gênero Favosltes e Cheatet.eB por Derby (1880), in Misi (19761 , em cal-cários de Bqn .]esus da LaI)â, na Bahia, revou aquele autor a atribuir idade silurlanasu perlor å Devoniana para o BambuÍ. Beurfen e Cassedane ('l 963), Cassedane (19641 , com ba_ se na descoberta de cor-lenia em calcários do Bqmbuf, na região de carapa, a NI/¡ de Morro do Chapéu - Bâ., admitlram idade bem mais antiga, Pré-Cambriano s uper ior . Datações radj-ornétrlcas pelo mét.odo de Rb/Sr levadas a efeito por Amaral e Kawashita (19761 , em fol_hel_hos da região de Vqzante - MG, indicaram idade de 600 1Som.a, Idade esta,q!¡e tem sido cantestada por alguns auÈore$ em função de eventos tectônl eas de grande envergadura, ocorridos após a çedfmentação Bambuí PoÊterlorment.e, C1oud e Dardenne (1973), com hase em estudp de estruturas estromato lft icac algais do tlpe ConoFh:¡ton da reqd,ãe de VaãantÊ, corre leÇ ianendo-aF com eFtrut,ureF do mes¡no 25 tlpo, presentes na plataforma Russa, propuseram idades bem mals antigas para o Bambui, 950 a 1.350 m.a. '. Mals reeentemente, Macedo e Bonhomrne (1984), real-j-zan do daÈações radlomêtrlcas pelo méËodo Rb/Sr e K/Ar, em calcários salitre, provenientes de l,ajes do Batata, na Chapada Dlamantina, prepuseram idades d.e 767 I 18 *..,, Rlfeano Superj-or. 2,2.2 - Felções Paleográficas e Paleoambientais A origem dos sedimentos Bambui com seus paleoambientes deposfcionaís, tem sido objeto de investigações por vårios auto res em åreas especfficas de suas principais zonas de ocorrência nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia. A grande área de ocorrência, estimada em torno de 400.000 kn'¿, pode ser apont,ada cono um dos fatores a dificulEar a reconstituição do quadro paleoambiental. Entret.anto, existe entre os vários autoreE que estu.la ra¡n o BambuÍ (s.s.), uma clara concordâncÍa de que sua deposlção se deu numa bacla do tÍpo pl-ataforma, sobre uma crost.a co! tinental coberta por um mar epicontinental transgressivo,em con dições de c1i¡na quente. Os sediment.os resultantes foram depositados em condições de águas rasas ou pouco profundas, com um am plo desenvolvimento de rochas carbonáticas, especialnent,e nas fai xas de intramarés e inframarés. base em caracteríÊticas litofaciológÍcas e em estruturas sedimentares estudadas nos Estados de Mina$ Gerals e Golás, Mêrchese (1974) conclui por um ambiente marÍnho de águas rasas ou pouco profundas, com variações cÍclicas de energla,eorn pondo um quadro deposicional- l-entamente regressivo com al-gumas pulsações transgressivas. SchoIl- (1976) estudando a parte sudes te da BacÍa do São Francisco no Estado de Minas Gerais, con base em dados sedimento fógicos e geoquímicos, eEpecialmente de e Iementos menores como o Sr e a relação Sr/Ca, estabeleceu duas seqUênclas cerbonáticqs dlstintas para o BambuÍ naguela årea.Des tacou a influência do relevo pré-Banbuf e os altoç estruùur.ais na $ed¡ência basal. A depoeição terla oeorrido em aandlçõeF de a"mþ¿sürù.,r evaForf tlse e uma Frof undidade máximâ de 100 meùre6,Ne Com 26 val"e do Rio paranã,em Goiás, Dardenne et alil (197gh) ressaltam a lmportância dos aftos fundos nas variações de espessura das forrnações e na ocorrência dos dofomitos, que estariam também re l-acionados aos altos estruturais e-à presença de falhamentos,gue po ss 1bi ]-lt,aram uma sedtmentação litorânea. A sediment.ação reglo na1 tipicamente eÞicontinental, seria d.esenvolvida em uma bacla alongada no sentído norte/sul-, Mô.dafosso e Veronese (197g) ao a valiarem a evolução paleoambiental na recrião de .A,rcos, paj.ns e Lagoa do Prata, no ext.remo suf da Bacia, reconheceram aí fases transgressivas no contexto d.e uma ampla e lenla regressão. fden tificam uma fase emêrsa onde teria havido processos de carstlfi cação representad.os por pequenas brechas de colapso e por cavi_ dades preenchidas por caLcita espática. 2.2.3 - O Grupo BambuÍ na Chapada Diamantinã Suas principais áreas de ocorrência encontram_se nas bacias dos rios Verde, Jacaré, Sal_ltre e Utinga, Nesta áreao no me calcário Una fot, primeiramente, utiLizado por Derby (1905, 1906). posterlormente Branner (1911) utillzou o nome de calcãrlo Salitre para a seqüência carbonática do Val_e do Rio salitre. o es tabe lec Ì¡nento de co'unas rito-estratigráficas detarhadas, somente surgiu a partir da década de setenta com os trabalhos do Prof. A,roldo Mísi e col_aboradores,despertados pelo potencJ,al ne t.alogenético da sequência carbonática. Aqui,como nos Estados de Minas GeraiÊ e coiás, o Grupo Bambuí (s.s.¡, inicia-se com uma formação detritica basal de origem glacial ou til-ito basa1, Io_ cal.¡nente denominada Formação Bebedouro, segulda de u¡na sequên_ cla carbonática: a) I'ormação Bebedouro A Formação Bebedouro é caracterlzada pela presença de netassedimentos síftico_argilosos, aos quais se associam lentes contfnuas de metagrauvacas congl_omeráticas, com seixos de for_ mas angulares, tananhos variáveis e de diversos t.iFosr esparsâ_ mente distribuidos na matriz s i l_Èico-argi l-oE a . Sua eFpessura pç de variar bastante, até um máximo de 70m. Sua prlnqipal earaeÈe rÍstica é e presença d.e un nfvel cong lomerát ico , oonglomerado Le jeç (Kegel 1959). "T:rata'se de um çonglomerad.o porrgênleo,de mg .,1 : I 27 trlEì, coloração e granulometria variáveis, com seixos polfêdri- dç até 1m de comprimento, de guartzitos verdes, arenitos,bJ. otita gnaÌsse, granitos, pegmatitos, argílitos, siltitos e caIsárlog e.scuros", Brito Neves (1967,1 . É considerado de origem gIa cial , Montes et alii (1981), e correlacionável às formações Jequitai, Macaúbas e carrancas, (Dardenne 1978\ . Ços b) For¡nac4o SalÍ!,re Caracterizada por uma seqtlência de calcários clnz.arml crocristal-inos , bem esÈratificados, níveis dolomlticos, lnterca lações de ardósias. Acha-se superposta concordantemente à Forma ção Bebedouro e di scordantemente sotoposta à Formação Caatinga, que ocortre, capeando toda parte norte da Chapada de Irecê. Sua espessura ainda não foi bem definida, devendo ser bastante vari áveL. Perfuração estratigráfica realizada pela CFRM em 1972, em Central, atingiu a profundidade de '1 ,000m sem, contudo, atinglr oç nÍveJ.S basais. A Fig. IIf - 4 mostra a coluna estrattgráfica Bambuí na borda leste da Chapada de rrecê, segundo Mlsl (1976). Em (1 979) , esse mesmo autor subdividtu essa formação ern seis nÍvels distlntos, descritos a segulr, do topo para a baÞe,conÞ A,, A1 , A, 8., r B e c. No mapa geológico do Anexo-A, estão representados apenas os nÍveis A1 , A, 81 e B. Essa subdivisão tende aser provlséria, em função dos est.udos em andamento através da CPRM para a Seçreearia de Minas ê Energiâ do Estado da Bahla. - Ocorre apenas na parte norte da Chapada de frecê. São rnetargiJ.itos, metassiltitos e margas co¡n f nt,ereaIações de qafcilutitos cinza * eseuros na base. Não aparece no Unidade Ar æ¿ mapa geolágico do Anexo A. Unidade An - É a unidade nais bem representada em toda região. Conposta de calcilutitos maciços, pretos, ealeáfios oolíticos e pisolftieoÊ que se caracterlzam pelo odor de €O2 Suel do percutldos. FreguenteF intçrcal,açõeç de metargflitos, esFçci almenLe ne t.epo e nfl þase. Na þorda le$be, aparecem cal.cárlas cl$ ze-êãUlÊdçs. ffnos, frç vezes, laminadaF e qon eFtratlftaêç.ãg sru ãadê. Fqå ç6Ile$6ura ppde atingir a nais de 150 Íìetroe. Un*dadç û.!!r'"?ææ-'r A - Estê unidêde é meiç repreçÊntaÈfvana.þor 2,8 DESCRTçÃO COLU¡CA Colcdrio cinzo - esôJÌo o prsto. odo roso 4 lntercoloçöss de.níveis dolomílicos c¡nzo-cloræ o roseo s min0ro l¡zoções de Pb, Zn,F,Bo o Co lcdn cin zo-cloro muilo frno bem l¿ dolo m ític o m¡n o e do 2 Dolomides vermelhos orgilos. com n íveis de orgilito. I Quorlzito feldsp dl ico q ó Metõ-slltitos verdes e vermelhos com lentes de metcgrouvocc cong lom erd t ico. ã o I 1< äz Èt c! MetoBsiltìÎos e me torgilitos intercolodcs com ccmodos de silex e de colcório cinzo-clcro 650 Quartzito bronco, feldspdlico É, a i Fiq. E -4. COLUNA ESTRATIGRÁFICA DO GRUPO BAITIBUi NA BORDA LESTE DA CHAPADA DE IRECÊ FoDln i ülSl ( 1976 ) )a da oesÈe da Chapada. Sua ocorrência é esporádica na borda l-este e ao sul. Caracteriza-se pel-a presenÇa de metargiJ.itos calcíferos de coforação cinza-escura. sua espessura é variável,pode at cançar' 100m ou simplesmente não exístir. Unidade B. - Esta unidade é caracterizada pela presen ça de hortzontes descontinuos, porém persistentes de doloarenltos e dololutitos silicosos com níveis individua I f z ados de si1ex. Os dolomitos que caracterj-zam esta unidade são de coloraç ão cinza-clara ou rosad.a. Estes dolomitos mostram-se na borda Ieste com espessuras da ordem de 1 a 2m, intercal-ados com calc6rios cinza-azulados a pretos. Na borda oeste, estes dol-omltos e silex alcênçam espessuras de até 30m. Estruturas algais são comuns nos doÌomitos. Uma das príncipais caracterÍsticas desta unfdade é a presença de mineralizações de fluorita, barita e gefena nos doIomitos. Unldade B - Unidade bem representada em toda área,Fr.e domÌnância de calcárfos cinzarclaros, finos e bem lamlnados, re fletindo a existêncj"a de finÍssinas lntercalaç:oes argilosa6 que se espessan em direção ao topo da unidade. os calcários são prç dominantemente dolomÍticos, aumentando o grrau de dolomltização para o topo, culminand.o com as fácies dolomÍticas da unldade se gulnte. U{¡idpde c - Constituída de dolomitos e calcários dolornltlcos vermel-hos I argilosos, com finas intercalações de netar gilitos vermelhos ou verdes. Lentes de dolomiÈos rosadog na bg se são somuns. Espessura variável de 0 a 60m. Não representado no mape. geológico do Anexo A por não apresentar nenhuma expressão de af l-oramento compatÍve1 com a escala usada. 2.2.4 - Considerações sobre a gênese dog depó.qltoç cp5 C4eqada.4e .Igpeê bona.tados do Grupo Bembuf na (Bê) e sgB.s åmbi"çnt.e.p DqpoFiciori,gls Ao estudar as seqtr'ôncias Ba¡nbui no Estado da Bahla rcor reLacipnando-âs corn as oeorr6ncias de Minas GeraiF e Gaiås,U.fsi (1976, 1979) evidencia o caráter fundamenta lmente ¡egionaI, rnê¡ oadÊ X¡ÊIa persisÈênci-a de dçterminadae fáclec For e¡rtensõe$ qen 30 tinentais, sugeríndo r,rm modelo deposicional a partir de um mar eplcontínental de águas extremamente rasas que cobrirfa no pas_ sado geoJ.ógico toda área de ocorrência Bambuí. Efeitos de ocor rênclas localizadas como barreÍra de recifes, paLeoalt.os, etc. serviriam para acentuar características particuLares rocarizadas. Alternância de movimentos transgressivos e regressivos do mar terla provocado as migraçôes raterâis dos vários sub-ambien tes e litofácies correspondente s . Montes et alli ('l 981) consideram os sed.imentos do gru po Chapada Diamantina que 1hes servem de embasamento na Chapada de Irecê, como sedimentos d.e cobertura de platäforma. O grupo chapada Diamantina teria sido depositado em bacias intraeratônl cas geradas por grandes faLhamentos na crosta, de direção apro_ xinada NNW/SEE. Após a deposiçåo desteg sedÍment.os, teria havÅ do uma tectônica de blocos, seguindo-se a depos.i-ção da seqtr.ênc ia Bambuí. Assim, a dÍscordância verificad.a em campo, entre o gru_ po Bambul e o grupo Chapada Diamäntina, seria puramente eroslo naJ.. A deposição da seql-lênc Ía carbonática teria ocorrid.o em con dições de plataforma estável após o que, teria ocorrldo os am plos dobramentos em sincl_inais e anticl-inais, existentes na te_ gião. verdade, conforme frisado por Jardim de Sá (197g), no comportamento da seqü'ência Ba¡nbuÍ, é marcante os efeitos do regi¡ne tectônico que governou a sedimentação na chapada Dianantina, com sua subdivisão em um mosaico de bl-ocos, de movlmentos predomlnantemente verti.cais e a lternante s , pos itivo_negat ivo, Des sa forma, o rebalxamento do Bloco de lrecê propicLou o avanço do mar BambuÍ, possibilÌtando a deposição de toda seql)ência earbo_ nática a ele adaptada e com sua intrincada varlação de fáclee e ambientes, aJ.ternando condições contlnçntals - co6telrâs - tnarl Em nhas - Resumindo-se o quadro geral, após a depoeição da For_ mação Morro do Chapéu, uma ampla glaclação proporcionou a depg sição da Formação Bebedouro. A elevação geral do nÍvel dos ma- reF gue invade as regiões mais balxa$ do contlnÊnte, ineÈala um çfctÊmß låFugfre ende foi depositedo a seqîr"ênola tnlçiet da Eor 3t nação sal-itre, constituÍda de sed.imentos finos bem laminados,com postos de dolomitos, calcários dolomÍticos, carcários dofomitf. cos argilosos e argilitos. A ausência de algase a cororação dos sedimentos em corês craras de tons r:óseos e vermerhos sugerem a exposição destes à oxidação oor longos períodos. Na seqilência,a pareceria sedimentos de ambiente transicional, reoresentados pe la al-ternância de fácies, constituídas de carcários cloromíticos cltrza, com nÍveis argilosos, laminados, indlcando osciJ_ações de maré, num ambiente de baixa energia e de condições red.utoras. E fÍnalmente, um ambiente nitidamente marj-nho, de águas pouco pro fundas a rasas, representado pelos calcários cinza_escuros, odo rosos, Ìaminados, contendo estromatóIitos, comporia o quad.ro ge raI. Àl_ualmente, movidos pelo interesse econômlco desperta do pera recente descoberta de ocorrências de depósiLos fosfáticos, novas pesquisas estão sendo realizadas através da secreta rla de Minas e Energia do Estado da Bahia e CPRM, com ênfase em estudos l1to fac io lógicos e de seus respectivos ambientes deposi cionais. 3- ESTRUTURAL A bacia da Chapada Diamantina representa coberl_uras dcr Proterozoico do craton do são Francisco e é constitulda de uma série de bLocos separad.os entre si através de grandes lineamentos longftudinals e de um conjunto de farhas transversais de i dades pré e slnsedimentar, (Jardim de Sá, 197g). À área objt:to d.esse estudo interessa o bloco de lrecê" Este bLoco é Limitad<¡ a lesce com o bfoco de Morro do Chapeu a_ través de uma escaïpa de fa.l-hamento normal , de direção aproxima_ da norte-suf e mergu"'"ho para oeste, (faÌha de Sâo Rafael) .A oes te, pelo fineamento Barra do ¡4endes,/Joåo CorreÍa, de direção a* proximada N 300w, corn mergurho para nordeste. Estes dois rineamentos se cruzam no -imlte sul de btoco. Como limite norte é es tabelecido o prolongarmento da falha de Upamirim. 32 Recentemente, equipes da CPRM, trabal_hando para o pro jet.o Bacia de Irecê, mapearam nas proxlmidades de Jussara, loca lldade de Morro da Fome, uma falha de alto ângulo, 80o para nor te, Seria uma falha inversa com bloco baixo a sul., (pedreir:a et alii, 1985). TerÍamos aí o timite norLe do bloco de frecê, Regionalmente, temos nos domínios deste bl-oco ponro fei ção estrutural- mais evidenciad.a, <lois estilos de dnbramentos l:as tante distintos: ao sul, o grande sinclinal de palmeiras de ei " xo norte-suf. concordante com a estrutura regj.onaJ- da Clrapada Di amantinai e ao norte, os dobramentos de eixo le ste-oesùe ¡ conì do bras de forte mergulho e planos axÍals sub-verticais ou com forte nergulho para norte ou para sul em uma sequôncj.a de anticfinals e sincf inais. Estas estruturas são conpletâmente discrepan tes do estilo r:egional da Chapada Diamantina. para rìu]. os dol:r-a mentos vão se tornando suaves até se confundir com o est.-ilo apre sentado no sul da área, concordante com o estilo regionaì, ria Cha pada DLamantina. Dentre as justÍficativas para ta1 comportamento ra maj.s aç-g1ta, é defendida por Pedrelra et alii (1985), em que o es{-ilo de dobramentos dj-screpantes leste-oeste é justif icad.o como o pÈoduto de uma Èectônica de desLizamento gravitacionaL, segundo o modelo proposto por De Sitter (1956), combinado com ìfma compressáo lateral produzida pela falha de Morro da Fome. Como jus tlficativa para a adoçåo de ta1 modelo, såo indicadas várjas e vidênclas, como: a) A existência de unr substrato d.e caracterís* ticag h,brificantes, sobre o qual a massa deslrzasse. Esse subs trato seria a Formação Bebedouro, devrdo ao seu alto teor argi* loso; b) Que o substrato apresent.a uma superficie inclìlada, guas dando uma prolJorção inversa com a nìassa deslizante. A própria a t ivldade de-. fa-[]ra de Morro da Fome com bl.oco balxo ao sul parece justifrcar cssa lnclinação. Em verdade através da aplicação <le métodos geolislcos na árca tem-se confirmado esLa afirmação; c ) À preservaçàr..r dos f lancosi invertldos das do}¡ras e a ex j.stência de estrul-ut as caóticas com dobras de eixos em várjas djreções, alguns ¡-.,reservanLlo o sentido da primeira def ormação,comÐl,etaria o quadro de ¡ustrf icatj-vas. Çom referência à aplicaçâo de métodos geofÍsicos,o ge 33 ó1ogo Antôn.Ío Carlos Mobta, (comunÍcado verbal-) , utÍLizando dos dados de gïavinetria e e letrores istÍv idade do Èrabalho de ¡4arinho (1977), combinados com levantamentos aeromagnetométricos,con firmou o acentuado mergulho do sub-strato da formação Salitre pa ra norte, realçando ainda outras feições como o seu formato em degraus ou compart j-mentos, cujos mergulhos se acentuam em díreçãq geraì- paralela à falha de Morro da Fome que coincide também com o traçado do rio ,Jacaré em sua passagem de Barra do Mendes para América Dourada, sugerindo o controle deste rio por esse ti po de anomalia. Outras anomalias também mapeadas, foram os allnhamentos norÈe-sul, responsáveìs por irregularidades de fundo capaz de refletir na espessura do pacote carbonátj-co que apresentaria assim grandes oscilações de espessura. Ao norte de lre cê, foram estimadas espessuras de até 3.500 metros. Falhas e Fraturas - não foram mapeados grandes falhamentos dentro dos limites da área em estudo, exceto agueles li mítrofes do chamado bloco de Irecê, já referidos. Pequenas faIhas e fraturas são comuns por toda área e sâo muitas vezes re f l-etidos em superfÍcie pelo al-inhamenÈo de feições cársticas.Na Fig, III - 5, é mostrado um diagrama de freqÌfêncÌa das pri¡cipais direções de fraturas em três diferentes situações da área. Uma nitida varj.ação de norte para sul- pode ser observada. Ao norte e na região intermedÍária onde o pacote é.ro brado no sentido geral E - W, sobressaem ao norte as direções N 70 - 90 E e N 70 - 90 Íl , que são direções de controle nitidamente longitudinal, adaptadas ao estilo mais lntensamenÈe dobra do dos calcários. Secundariamente aparecem bem representad.as as direções adaptadas ao sentido diagonal de cisalhamento e tra'nsversal-. Este úttimo representado pelas direções N 0 - 20 E e N 0 - 20 lg. Na zona int-ermediária, por ser o pacote menos int.ensamente dobrado, obserrva-se uma certa uniformidade na distribui ção das freqLrências <las fraturas adaptadas aos estilos longitu- dinal, diagonal e transversal-. Ao sul da ârea a distribuição das frequências apresen tam-se bastante diferenciadas dae áreas norte e intermediáría, destêcando-ee as direçõBç ¡l l0 - 20 W concordante com a dlreçåo o) - Regiõo Norle de lrecé N f b ) - Regiõo lnfermedidrio _( ì_ n', c) Fig - Reqiõo - Regiõo Itr.5 - - Umbuzeiro do Morro b Irecê TJ rroló :l ^ ,Jt Sul - Souto Soores / lroqudrõ DTAGRAMAS DAS DrREçöES DH FRATURAS 35 geral de acamamento do pacote nesta área. As prjncipais direções secundárl-as aparecem tambêm no mesmo quad.rante, N 20 _ 40 W e N 60 - 80 l^I. CAPITULO Fu¡'tuAMeNros Dos PRocESSos CensrrplcaçÃo IV DE I - GENESE pOE cAr_,CÁRros Os calcários são rochas fundament,almente organógenas, se desénvoLveram paralel-amente ã evolução biológÍca sobre a Ter ra. classificadas em sua origem como sedimentar, de precipitação química, e bfoqufmica ou bioclástica. É re sul-tado da combinação de Íons Ca2+ e COrH- disseminad.os na super ffcie Èerrestre, em ambiente marinho, lacustre ou mesmo continen tal, (Fiq. IV - I). São rochas CoCO¡ NA DISSEMINADO LITOSFERA p¡ecrprr¡cÃo I ouínrcl c CALCÁRIO5 E DOLOMITOS AUTOCTONES CALC. METAMdRFICOS CALC. ALOTTONES CALC. OU cÂLcaiEt{ t108, CALCTLUTTTOS EÎC. METASSOMÁTICOS EPGENÉTICOS oo Lo MrToS FIG-tv-t - GENEsE E EvoLUçÃo Dos cALcÁRtos Fonte: CuslcÍdio o Llomos ( l976 ) Os grandes depósitos calcários, conhecidos hoje no rnun do, são de ambientes marinhos litorâneos ou de águas rasas a sub Iitorâneas ou transicionaj-s. Os depósitos de águas profundasrem bora cobrj-ndo extensas áreas de fundos oceânicos, não chegam a formar grandeÊ corpoE rochosos. Inexistindo mesmo a partir da pro i t I ...] 38 fuÎltlldâde de 400m. EEte fato está relacionado com o aumento da pressão hldrostátlca e a queda de temperatura. Fatores controfa dores do CO2 presente na água, reaponsável pela solubll-ização d.os carbonatos. OS PROCESSOS DE CARS 2.1 - Considerações Ger,als A paLavra "karst" que em lugoslavo slgnlfica câmpo d.e pedras calcárias, provém da reglão do Karst situada ao nolte do Adrlátlco, no Contlnente Europeu. O termo foi internacional lzado ê é ugado na llnguagem clentffica de quase todos os idl.o¡nas. O lnteresse do homem pelo carste surgÍu da próprla curi osidade humana pelo mundo desconhecldo e misterloeo das eavernas, gurglndo no sécul-o passado uma nova ciência a [email protected]+ gUe é o estudo das cavernas. Mais recentemente, em função ,q+. sjg nlficatlvas áreas de ocorrência dos c.alcários na superfície dos Contfnentes e da Íntlma correlação entre os fenômenos de carsti flcação e a presença da água, surgiu a Hidrogeologta Cárstlca, como ramo da Hldrogeologla gue est.uda, inclusj-ve, todos os proceEEos de carstlficação, voltados para a pesquisa de água 6ubterrânea. Assim, o assunto tem sldo tratado nos majs recentes con pêndlos de Hidrogeologia como urn capltuto especiaf. 2.2 - Os EÌemen.Èos Integrantes do processo O resultado da ação dos fenômenos fÍsico-qufmicos da água sobre as rochas carbonatadas resulta na própria fornação e evolução do carste. Esses processos se inician exatamente em su perffcie pelas águas de chuva. Isso não quer dizer gue as águas de orj-gem f .l-uvra]., de fusão de neve ou gelo ou mesmo de contribulção subterrânea, não tenham sua ação nos processos de carstí ficação. Ass.irn, temos que reconhecer, em primeÍro p1ano, dois g lenentog fundamentais e gue se integram no procegso: a água e a rocha, A água atua através dos processos de dissolução, çp¡t 39 rosão, transporte e deposlção. Temos de considerar loglcamente sua qualidade quÍmica e sobretudo seu volume. Com referência ao volumersegundo Lladó (1970), podemos estabelecer as seguintesas sertÍvâs a) Nas regiões calcárias sujeltas a precipitações superiores a 1.000 nm/anor os fenômenos cárstlcos são de elevada atividade. b) Precipitações de 600 a 400 mm/ano, a circulação hÍdrica torna-se deflclente ou tntermitente e os fenômenos cárstÍcos são de ativfdade reduzida. c) as precipitações são lnferiores a 200 mm,/ano, a clrcu Iação hldrica é praticamente nula. Os fenômenos cãrstíiosreual do existentes, são mortos ou desenvolvidos em outras épocas. Quando relação ao elemento rocha, temos a consj-derar inicialmente sua composlção química que allada aos elementos de or dem estrut,ural se constituem em fatores declsivos no processo de carstlficação. Um calcárío dfficllmente ê puro, o percentual em CorCa varla em média de 60 a 988 em relação ao (CO3), CaMg mais resÍduos insolúveis, (argilas, sílica, fosfatos, feldspatos, óxidos etc. ) . Em Foi observado nos carstes da Europa que naqueles bem desenvolvidos, a percentagern de COrCa era sempre superior a 908 e gue naqueles pouco desenvolvidos, este percentual não passava de 603 (Castany, L97L) . Conclul-se dai, que quanto mais puro for o calcário malor a sua solubilidade e vice-versa. Os elementos estruturals, por sua ação¡nodiflcadorada permo-porosidade das rochas, facilitam a penetração da ãgua no corpo rochoso aumentando a superfÍcie de contato ãgua/rocha e consequentemente sua solubillzação. 2.3 O Fenômeno da oi$E"g Já vimos que a carstificação resulta da ação de um e le¡nento ativo, a água, sobre a rocha, dissolvendo-a e transportando os produtos solubilizados. O efeito imediato é a corrosão 40 ou erosão da roçha. A lntensidade deste processo depende funda* mentalmente do vo lu¡ne e qualidade da água, (maior ou menor acidez) ¡ da conposíÇão quimica da rocha (maior ou menor solubil-ida de) e de fatores Eeotógicos estruturaís. ?qa11{ade da Ãqua - Ouanto maior a acid.ez, maior será o p.oder, dç ação da água. Normalmente a acidez é dada pelo conteúdo em CO" presente na água. Sabe-se que este está presente no ar, Ra água e no bicarbonato dissolvido, guardando uma relação de equltÍbrio, conforme mostrad.o a seguir: co2 (s) I co, (aq. co2(ag.) + nro I )Ì co, {s) Hrco, HrCo, + Caco, ? ca (co3H)2 desequilíbrio na eadela do Corr cqmq pa,r exornplo, a diminuição no co, (áøua) ou do Co, (ar) prç vocania a decomposição do ca(Co3H)r, Iiberando CO2 + HZo e prectpit,ando CaCO3. Est.e desegullíbrlo, por consegufnte, é sempre provocado pela oscilação no volume do cO2 na áqua ou no ar.O bi ca¡?bonêto formado é o component.e solúveI que ê transportadp peIa água, a CaCo3 é pouco solúveI em âgua. Desça forma, gualquer o ácido carbônieo, outros å.ci. dos tamþém podem estar presentes em menor escala 4¿ água. São eles¡ o ácido nítrico (No3H) , formado durante as tormentas na at Além do co2r que produz mosfera e os ácidos orgânicos, formados pela aeão orgânioa. a temperatura, pressão þaromé* trÍca e a presença de reações orgânicas. o conteúdo do co, na i gua varia con a temperatura da âgua, a pressão hidrostática e a atlvidade orgânica. ou seja, a quantidade do co2 presente nas á guas está na razão inversa da temperatura e na raaão díreÈa das presñõe6 hldroståticas. O CO2 do ar varia com Ngs processos de carçtificação, o parâmet.ro ffsico ÍRiç irnporta,nte qontrorador do cO2r pFFFÇnbe na áEua, é, sem dúvida, a tempçraûura. A relêção Co, (ã.øue)/Ç0, (ar) decresse, quêndp ê tçr[pçrågure aumenta. AFcfm, å pre*nâo de ume êtmaFfçFê. 1 lttre 4L de ågrra pode dissotver - Ã, 25oc ¡ - 0,80 lltros de Ce2 -Ã15oc-1,0 - à oc'c _ 2, 15 Ii tro d"e CO2 litros de ÇQ, Estas conslderações nos levariam a pensar gue os fenô menos de dissoJ_ução e evolução da carstificação, geriam atenua_ dos em cLlmas guent.es. Entretanto/um outro fator é aFsociado ao preÇesso, a solubilidade do bicarbonato de cálcio, (CO3!I)2Ca,que é aumentada cons iderave rmente com a elevação da tempeiatira, o blcarbonato é exatamente o produto que é dissolvldo e transpor_ tada peJ.a ågua. Esta propriedade é suficiente parê compen$ar a dimfnuiç{p do coz per-o aumento de temperatura. o gue se concrur.: o desenvolvimento dos carsÈes. se processa mais r_ap1d?mente -nos ' As condiçôes de solubilidade de um caleãrfo dependern de sua composlção qufmlca ou mÌneralógica. TeoriÇamente um caIcári'o puro, constituÍdo totar-mente de co3ca.Fodçria Fer in.egrar mente dÍssol_vido pela água. Ocorref entretanto,gue ps calcárlos nunqa são totaÌmente puros, um maior ou mener teor en magnésio, pode est.ar presente, além do6 componentes considerados insorú_ veis como argilas, silica, feldspatos, fosfatoËróxidq dç ferro¡ ¡natéria opgânica etc. o dolomito é consrderado cersa de 20vezes mençs sol.úvel que o CO3Ca, (Castany, 1g7 1l " o processo de dÍssoJ-ução e transporÈe dos çarbonatos provoca na rocha o fenômeno chamado deseal-cificação,restando co mo resfduo os materiais insolúvels, Estes materials, quando de_ poslÈados nos condut.os cársticos, dificultam clreulêçâo a e ação da ågua e con se{rlentemente a intensidade de evolução do proces_ so de cêrstificação. As condições de dissolução da rocha é afetada também por fatores geológicos, em especiaL os estruturais, Esses fato_ res conferen una maior ou menor permeêbilidade à rocha, êIteran do asgim sua condição de solubilidade. podem ser de origem pri* mária como os planos de e6tratlficaçâo, juntaç e diáelasçç de t 42 contração que em geraf estão sujeitos aos processos diagenêticos, modlficando as condlções iniciais de permeabil"idade e solubllidade da rocha. Podem ser também de orlgem secundária ou tectogê nica. Nesse caso, agrupam-se aqui .todas as deformações sofrldas pela massa rochosa, destacando-se as dobras e em especiaJ. as rup turas que condiclonam a chamada perneabilidade adqulrida ou secund.ária. Al-lerando-se as condições iniciais de permeabiliclade alteram-se também a solubÍlidade da rocha. 2.4 - hs Formas de Absor ao A superfÍcIe da formação calcárÍa ê a zona onde ge de senvolven as formas de absorção da água. Ao se considerar um carste em fase embrionáriaf verifica-se que as primelras formaF de absorção são formas não cársticas resultantes da própria for mação da rocha e de suas alterações secundárias, pe.Ios processo F tectônfcos e diagenéticos, Dessa forma, tratando-se de um calcá rio muÍto compacto ou metamorfisado, suas formas de absorção pri márlas seriam as mesmas d.e uma rocha cristalina qualquer, ou se ja, absorção através das zonas de fraqueza como diáclases, juntas, falhas etc. Daf, pela ação agressiva da ågua, começaria$ a ser esboçadas as primeiras formas cársticas propriamente dit.as, evoJ.ulndo gradativamente, conforme mogtrado na Fig. IV - 2. LAPIÀZ \ Ftç -IV.E- EVOLUçÃO DAS FORMAS DE AFSORçÃO Fonter L lodd ( l97O ) "oruÉ 43 As formas cársticas de absorção, a depender d.a maneira c9me a áEúa penetra na formação pod,em ser classificadas em for mas abertas .pu feçhadas. Algumas deno¡ninações foram adaptadas do Espanhþ1 po¡ ¡ão ex{st.ir termo correspandente no português. Entre as formas fechadas destacam-se as lapiás que são formas emb¡ionárias, as dolinas, úvalas, potjés e os vales cegoç. A dolina é a forma mais clássica de un carsÈe e resulta da aconod'ação da massa rochosa provocada pela dissol_ução do cal"cário. Sua forma interna e externa varia em função de fatores clÍ máticos e geológicos. Os vales cegos são va.les que interrompem bruscanente na palsagem cárstica. Geralmente denotam a presença da drenagem subterrânea. As formas abertas são aguelas que pogsibilltam ê pene tração l-ivre da água, passando da superfÍcie para a suhsuperfíçie, bruscamente. Entre estas os cimas e os su¡nidouros. 2.5 - å Htagluq,êa-ç4tsglc,a A lntensidade qom gue se desenvolve¡n os proqessog de carctffiçêção eçtá sujelta a determinados fatoreF fundamentais já feferidosr eelrro a composiçfro guirnica da recha, a agressivida de da águe, aF sandlções climatalóEicas, a eË-trutura da fqrmêçãç eùc. formação carcária totalmente Çaberta por roçhêF nãe carbpnatadas não se desenvoLvem plenamenbe os procegsoF de carstif iqêção. No caso de forrnações parcialmen.l_e cobertas r rìê Em uma pafte .aflçrante, há sempre a pos$ibili<lade de desenvolvjnento normaL da çaFstlflçação, ao passo que, na parte encoþertar q.pêFacê rä êpenßF aF fprmag de condução subterrânea. o clcl-o evolutlvo de um oarste é normafmente subdivi* dldo çn guatro perlodos ou fasçs dletintas a saber: ç,n¡f f qngg*lg, j.grc*åå, Jnq$ura e sepll. (r,lêdõ, 1g7O',, Em qualquer uma das f,a. ge$, A clç1o pode interfomper*se tenporariêmçnte aq mesmo feçsl liffar-Fe, semprç eom a posFibilldade de uma rçaçivaçãp" PßFÍ'FqÞfloÌgf¡q - neçta fêFÊ çe inisism pç prasepgae ¡ 44 de carstificação. As formas cárstj-cas ainda não existem. As fo5 mas de absorção são primárias ou simplesmente embrionárias.A ro cha ou formação, a depender do seu grau de compactação ou mesmo metamoffismo r s€ comporta como uma rocha fissurada qualquer. A drenagem superficial está sempre presente. Fase Juvenif -- é caracterizada pelo aparecimento das primeiras formas cársticas superficiais: dissolução superficj.al, campos de lapiás e processos de dolinização. presença de for:mas primárias de absorção e circr-rração, a formação ainda se compor- ta parcj-almente como uma rocha fissurada. Fase Madura é caracterizada pelo desenvolvimento ple no das formas cársticas. Aparecimento das formas matrs evoluíclas como as úvalas, campos de lapiás profundos, ausência de drenagem superficial, o processo de dolinização torna-se in'benso,âpâ recem os primeiros s j-nais de desabamentos. {ase Senil - é a fase de degradação das formas superficiafs ctássicas. Dolinas e úvalas substituídas por poljés, dg mÍnj-o das formas de desabamen'to, "canions" e trincheiras, aflorament,o do nivel de base, r€levo ruiniforme. 3.1 - Aspectos Ge-rais Por definição, um aqüifero é todo corÐo rochoso ou fo¡ mação capaz de armazenar e transmitir água. Esta capacidade é próprla de cada tipo litológico, ou seja, a capacidade de arma* zenar (porosj-dade), e transmitir água (permeabilidade), resulta do da interação de fatores geológicos com o corpo rochosordesde a sua formação. Dessa maneira, cad.a tipo litológico Lraz r ë!o se formar, sua própria caracteristica hidrogeológicare por sua vez, reagem de maneira própria aos fatores atuantes. Assim sendo, os sedimentos c1ásticos formam os meios de porosidade j-ntergranular ou meios contínuos, em contraposição, as rochas crj.stalinas for mam os meios de porosidade fissural ou descontÍnuos. Nos primei ros, a porosidade é dita primária, e nos dem.ris, secundária ou 45 adqudrlda. Alnda dentro dessa divisão formal em dois grandes grupes, destaeam-se, por força dos seus comportamentos particulares, as roehas extrusivas e os calcários. Nas rochas carbonatadas'a maior ou menolr pred'eif.ça da porosldade t)rtmária depende dos processos d1ägenéticos. or-l dp mg tamorflsrno a que a rocha fol- submetida. Sua principaì, caÈaÇterfstica, entretanto, é a presença dominante da porosidade gecun dárla, orlgtnária dos processos de carstificação, Esses processos, aJ.J.adoE à porosldade ffssural, guando presente, fazem deg te grupo o de comport.amento hidrogeológlco mals espeo.ial e mäls complexo. 3.2 - I[qluêLc{e gos qs!!o{_eg*qeo+éq_19o.:s AE caracterfstlcas hfdrogeotóglcas doe aqtlfferos eårs tlcos Eão afeÈadaË por fatores geolögfcos, jå gue estes lnfluen cIa¡[ noB processos de ears.|:lficação e, conaeqUentemente , nas for InaE de absorção, armåãenåmento e clrculåção daË 6guas subterrâ* neåE¡f oonformo tretado no ftem 2.3 deste eapftulo. São natural.menee os fåtores €struturalB aE de malar Importâncla. A dapender do cornportameRt,o estruturêI, t,e¡n-6e diferen t€E rgEpostes ao Çemportamenba hldrogeolôglço. DêF çhamådaÊ eFtruturee seçund6rles, es fieFurâñ desempenham o papel rnai.s inpor tente tant,o noË proÇegso6 de eêrstlflcação proprlamente eomo RoÊ proc@€Fo6 de recarga, clrculação e armazenamento da água. Ae fa thag e qrandeB ffEËurås Ee t,ran6forman nog grandeË canals de clr culação, ampllados naturalmonte atravós da dlssolução. Sua ação pode êtfngfr a grandes profundtdades. Al"ém do male, a prõprla mo virnentação estrutural quer atravês de falhamentoÊ quer at.ravés de dobramentos, favorecem ao deslocamento das juntas e planos de estratlflcação. NormahnenÈe, as falhas e fraturas, são refJ-et,l* das na morfologla da euperffcle do terreno através de felções tf picas do carsÈe, cono o allnhåmento de dolinas e vales cegos. O ponto de cruzamento destes allnhamentos são sempre zona6 preferenciais de intenËa carstíficação. Figs. IV - 3 e IV - 4" referêncla aog dobramentos, seus efeltos ainda eão basÈante dlecutlveis e dçpendenteF dê presença dos de¡neiç fatg_ Com i/%.,.ØllìIl\) '7/'Lz"ù\/: FIG - lV - FIG - 3 - tnllu6ncio do6 tothos ou Orondos fi8!u.08 nos proce ssos dè corstificoçõo . rccorgõ e circuloçõo. Fonle: Milq novic ( l98l ) lV- 4 * Ocorrôncio de ¡nlenso corsliticoçôo om zonos fro. lurqdö6 lntôrseçõo de - froluro! com crile'rio locoçó.o fovoróvel. Fonte: Froszs { 1979 ) d€ .' 4"1 res fntervenÍentes Ro processo cárstico. Os dobramentoE em ant,l clinais, por exempl-o, são relacionados pela naioria dos autores como zonas de concentração de fraturas e carstificação ao longo das cristas destes. Freeze e Cherry (1979\, Sidiqui e Parizek 119711. Esta Ëltuação pode ser verdadeira para dobras de merguthos maig suaves ou grandes anticlinais. No caso de se verj-flcar anticlinals com mergulhos acentuados, embora haja uma concentra ção de fraturas ao longo das cristas, estas tenden a se fechar rapidanente em profundidade, e a depender do poslcionamento topográfico, eLas se constituem em uma área de recarga multo res triÈa. (Ver Fig. fV * 5). Nesses casos, pode-se desenvolver zonas rnais favorãveis ao longo dos flancos, pela dissolução atra vés doe planos de estratificação, (Fig. IV - 6). Essa tendêncía tem sido observada em nossa experiêncÍa prática nos cárÊtlcos da regÍão de Irecê - Ea. Com relação aos slncllnais, conparativamente com os anticlinais, as opiniões dos autores se divergem quanto às reais possibilidades hidrogeológicas destes ou daqueIes, o que estari.a mai6 na dependência da interveniência dos de mais fatore6 atuantes no processo 3.3 - As Lormas de Circufação Cárstica A$ formas de circufação em um sistema cárstieo podem ser consideradas também como primárias e secundárias. Seriam for mas primárias todas aquelas que ainda não sofreram nenhum processo d.e earstificação. A maioria das formas de circulação nos carstes pouco desenvolvidos são formas prirnárias. A água, ao iniciar sua circulação através das formas prfmárfas, vai esculpindo as feições caracterÍstlcas do carste. São, na. maiorÍa, formas controladas pela estrutura da rocha e a elas adapÈadäs. Representam os condutos de circulação cárstlca ou gal-erias. Nas proximldades da superficie, esses condutos são verticallzados ou lncl-Ínados, tendendo a horlzonÈa11zação, à me dida qu6 se aprofundan ou atingem a zona de saturação. rsso é ex plicado çm funçâo dos fluxos, na zona não saturada, ocerreren sem pre na verùical, pela ação da gravidade em movlmeRtoo descenden tes. Ap atingirem a zona de saturaçäo tendem à hprlçontallzagão con fluxge }aterêls. ¡ l ii FIG - lV - 5 - Fondos noE crist0s dos Anticlinois fschomsnto em Profundidode, (Ertro¡do s mod¡ficodo d6 Dovis ê De-wio FIG-lV-6 - 6t 1967 ) Ànticlinol com corstificoçõo f lon cos. nos 49 A rede de drenagem subterrânea em un cárstlco ê constitufda dos canais de dissolução e demais formas prinárlas não carstlficadas. As galerias ou condutos cársticos, quando conduzem água, são chamados formas ativas, quando não mais conduzem água, formas mortas. As formas mortas poderão estar ou não prêenehidas (formas fósseis), em qualque¡ hipótese hâ sempre a pos sibllldade de um re j uvenesc imento . As cavernas, como forma morta, têm pouco interesse hidrogeológico, são estudadas pela Espe leoJ-ogía e possuem terminologia própria. 3.4 - As Zonas Hidrodinâmicas e as FornqP,_dF qurgqncia, nos Aqblf,eros Cársticos Muitas são as tentativas de estabelecimento de eequemas e coRcepções explicativas da circulação hfdrica nos aqltÍ fe ros cårsticos. Todas elas estabelecendo divlsôes formais em zonae hidrodinâmicas. Uma delas, se deve a Sokolov (1967\, in LLa dó (1970), que esÈabeleceu quatro zonas distintas. Esta concepção nos pareceu a mais adequada aos nos$os cárotieqs. São elas: zona de aeração, movlmentos descendentes, águas de infiltração subsaturadas em CO.i zona de flutuação sazonal, sua amplitude de pende sempre de determinados fatores como: prec lp itações , co¡npor tamento e desenvolvimento da drenagem subterrânea, estágio de de senvolvlmento cárstico, perdas aloctones etc.t zgn*. de saFuraÇãe, eirculação constante e imposta pela rede de drenagem subterrãnea, fluxos sub-horizontais nas parÈes maig superficials, t.endendo a sub-vertlcais nas proximidades das surEêncÍas, águas agressfvas devido à sua constante renovação e sub-saturação em CQr. Os limites desta zona são sempre compl-exoË. O llmite superlor ê uma superflcie piezomêtrica de caracÈerfEtica virtual,si milar e das rochas fissuradas, pois liga os pontos mais altos de fissuras ou zonas independentes; zona de,circuliçåq profunda,não tem nenhwna relação direta com a drenagem sqperflcial, âguas de circulação e renovação lenta e controle estrlÈaûìentg e$trutural, grandes transformações químicas. De qualquer sorte, as característfaas da dinâmíoa de circulação em um carste guard.a estreita correl-açãp qom determinados fatores como: estrutura da formação, eatáQflo evelutivo do 50 sistema eárst!.ee¡ dee f.atores çLináticos, de condf,çõÇ.e.ou.tnas eg. pecfflcas locals. O desenvoh¡*mento dos espaços vaãlgs em profundldade (p.ex.) est.á muito rlelacionado com o faÈer êsürt¡tura]. As expêriênclas dp campo nos demonstram que as flssuras, cavernas e canals de clreul-ação existem a grandes profundldades; eg tretanto, como nas rochas cristal-inas, estas fissuraË tendem a se fechar à medida que se avança em profundidade. Este fato, 1n terfere no pJ-eno desenvol-vlmento da carstificação en pnofundj_da de. Dessa forma, os canals de circulação e caverna$ exfstentes a maiores profundidades estariam sempre associad,os ê egtruturas maj-ores, como as grandes falhas. Quanto às formae de surgência, verlflca-FF nas çársti cos formas pecullares e se fazem sob a forma de exUdAgões, fontes sub-aéreas ou sub-aquátlcas. As fontes de grandeç descargas pontuais são comuns. Um tipo especj-al são as sifonênteg gu6 fun cionam de manelra intermitente. 3.5 - ComÞortamento Hidroauímico A qualldade das águas nos terrenos cárstlspc depende baslcamente da composição quimica da rocha, dos fatereg cllmatp lógÍcos e egtruturals, aIêm das atividades humanas, jf, que os cárstlcos são conslderados de alta vulneraþÍ I idade . As6im, os lons c^*2 , Mq*z, co2H- e son-2 ref Letern mals a com¡rosÍção da rocha, enquanto os demais, as condfçõgg elfmátÍ cas e de atividade humana. eulmicamentê¡ êspêra-se de uma água de a{ùffero cárstico um teor elevado de dufeza t.otaf , aparecendg comg fgne domi nantes os cations ca*z, Mg*2 e os anions CorH- e SO*-P ou Cl-; obedeeendo às reJ-ações abaixo: rCO3H > rSO4 ou reL > rcl rMg ou rNa ÇertoÊ caFo6, o aqtÍfero pode receber BÊçasgê. prg venienùo do mananeiafs supFrfieiais ou meÊmo ËuþterfânFpç quja Em 5t composlção qufmiea venha alterar as relaqões lndloadas¡ ou on cl-imas ârldos onde se pode encontrar relações do tlr¿o rcl > r!@, > rSO.. 4 3.6 - AsÞectos do BalanÇo Eidrr"o no slstema Cârstico O estabe l_ecfmento do balanço hfdrlco nos t€Erenos oãrg ticos não é uma t.arefa simples. A apricacão das chamadas fórtnulas empfrlcas, normalmente usad.as para a deterrnlnação da taxa de evapotranspiração, como é o caso da fórmula de TURC, Thornthrrêiq B.Ianey etc., quando aplicadas isoLadamente, tornam-se lnef1clen tes. É que as caracterfstlcas da inflltração, recarga e o escoa mento superflclal noe cal-cários aDresent,am comÞorta¡nento Þartf- curares. A lnfil-tração se faz através das forma€ dê absorção cLásslcas das rochas carbonatadas que são as doli¡as, úvalas, sumldouros e cimas, além da rede fissuraL. Temos uma in bas.icamenÈe filtração rápida com o aqllffero respond.enrlo à recarqa, de manei ra rmedlata às pnecípitaçõee. Ast.as oaraot.erÍ s ticas , ênt.retanto, varj.am grandemente de uma reglão cãrstlca Þara outra a deÞender do estágio evorutivo da carstifioação. sesundo custód1o et aJ.l1 (1976) | pode-se t€n fnftttrações em carstes bem de s en\rÞXvldoe de até 10 ¡rr¡n./hora. A pr6pria dÍstribulção temporal- das chuvae cqncorre para varfar aE taxas de infiltração, além, êvidontenentç do porte das bacias. O escoamento superficiaL é na mêiorfa dog casos balxo. Nas bacias de pequeno porte, (at,é 1.000 km2), aB eËtl mativas de varlação d.as reservas baseiam-se comumente nas medidas de oscltação dos nfveÍs hidrostáticos e nos volumes exÞLora dos. São estimativas delicadas, especial_mente em se tratando de bacias abertas. As bacias abertas seriam aguer.a6 que recebem ou <¡ferecem oontribuições externas, superficiais ou subterrâneas, atravðs de suas front.eiras. As grandes bacias eão na maroria do6 casos abertas, o que torna ainda mais complioada aÊ estlmatlvas. observando-Eê 06 casos hist.óricos apresentadoÊ na blbrioqrafla especÍfica, verifica-se não existir nenhum método gu féfnufqe pa drqnlzada6, eão sempre adaptadaË a cada oaËo. 53 CAPiTULO V CIunpno Hrnnoqeolóorco Do Beunuf NA REGIÃO DE IREÇE . BA¡{II 53 1- OS PROCESSOS DE CARSTIFICACÃO A evolução dos processos de carstifícaçãg Eamhuf nR rg, gião de rrecê pode ser avaLiada com base nos três faüo.fg.Ê fUn{å ment.aÍs que são: a água, a rocha (comoosição quÍmioe) .e oE eiément.os estrutqrais. A água é representada fundament,afmente FeIBS precipitações ptuvioméÈrica.s direÈas sobre a superffcie cárstfca e pela contribuição atravõs dos quartzitos Chapada Dlamanbl na, restrlta às zonas de contat.o. Dos fatores estrutural"g, og C lementos fissurais, é, sen dúvida, os de maior lmpo¡tâ¡gl¿, oaìg forme abordaremos a seguir. 1. J- - O El"e¡nento Água A âEua ê o cha¡nado Blemenùo a.t,lvo do ptsosgßBo 4e oax6 ttf f 'qagão. De sua maior ou menor agres.slvldad.e , de¡ronde ¡ e¡q paÄ te, a velocldq.de de evolução dos processos de oarstlfleeção. Es sa agresslvidader por sua vez, depende em Erande parte da prêsença do CO2, seg,qndo as relações de equflfbrio seguùnùefl.r co, (ø) ? co, (rq.) Ì co, CO2 (aS) + H2O co2l.!2 + corca I ? (s) Co3H2 (ácido oarbôn1co) (corH), ca todo o processo realiza-ge @m presçn€.e. dâ ågua, lógico serla pensar-se que além da sua gualidarle gufnlea (meüO.f ou menor agreeslvldade ) , estarla en jogo o ceu voLune, paesentg no processo. Como As águas que interagrem no slstema provê¡n baaloilnen+ç das chuvas que caem diretamente sobre a superffoie éãrpttea ou da contribulção dos met,assedimentos nas zonas de cont.ato. O 0u& dro V'l mostra dadog das águas de chuva coletadas em perfodos de 10 dias, dura.nte a estação chuvosa de I98L/82, em do.l,e ÞontoÊ disÈint,os da área. o primeiro, na cldade de Irecêro e$gurydo. no povoado de S€gredo, ao sul da área. For problemas tåênå'qoF.de Laborat6rlo, aF enåfioes foran reelizadas de maneira tncomplçt.å, sendo ee dados incuffplenùes parê êval1êr guê agr.essividadF. Cpm QJADM V r. mcÊ - ?. sffiRE$O sede 1 - r, DAMS QJifqIMS IE AGUAS IE GIWA Ihrenmrnn$es ßm sr fust* - Dnrn m rnSll ;T; :=':: arost ' zz", 11oP'ol 01 a 10,/10,/81 2L a 3o/tUa]20 a 3UI2/aL OI a LO'/ÙUEZ ;. Ir9 .t,t oI a 1O/o3/82 3,4 .1, 20 a 3o/ü/Az 515 4,5 4,6 o17 L,D T,25 515 1r0 ßr7 1,58 3,62 rrl lnB 016 0'6 1r3 0r7 Jn,o 2r3 sr0 o'4 34,0 0.6 0r1 0r3 138,0 !r4 o14 3r8 614 lo a zo/Lo/& 6'0 0r6 2ro2 a 3ULO,/8L €1 a 10,âVBl ?.8 a 3U12/81 ts a 2floV82 8l a LO,/O3/& 313 0'3 0,79 1,87 1ro 214 0r1 Ð,62 rr0 5 8"0 | I ; 2ß t* E$ L3,2 .1r5 64 314 0.3 511 .11 5 54 1r1 0rú 0r19 1r18 0,38 16,O .lr5 66 311 or3 113 019 or9 '-t l ã5 referência aos componentes na;*eres ggma o ç^*2, Heou- a QJ.- gh,,r servou-se a ooorrência de val.o¡res anômaLos deconren;tÊls, pfiFtt¡åq¡el mente, da contaminação das amqstras por poelras provenienùee dO próprio solo. De qualquer sorte, Tavasep (1983) ao anallçar Aguas de chuvas, coleþadas um pauce InêÀrF ao norte de l,recârOþee$ vou o mesmo comportamento I ou seJ a.; valores mãximo.s ¡rara Cê*2; HcO- e cf- de 4,85, 29 r0 e 14 ,64 mq'/I, reEpeotlvqmen:te. Às águas dos quartzitos mostradas no Quadro V - 2rFFo vê¡n de poços tubul-ares perfurados no planalto de Morro dg ghapéu ( i, 2 e 3) e na zona de f alha, na f aixa de contato leste Wrt os calcários, (4 e 5), a amostra 6 õ da fonte do Tarece na meF* na zona de contato, Essas águas possuem teores sallnos be¡n mate b¿íxos que as águas dos calcárlos, esnecialmente no gu$ ee refe r(,'a HCoc indicando um poder de dissotução bem mais elevado do J , que as águas dos cárst,icos. relação ao volurnç dao prçcipltações, e.on$og¡ng qgg lrado no mapa de IsoÍetas Anuels, Fig. Il - 2, oþserva-ge UInF. cert.a gradação, com tendência a dlninutr para norte e EFntFa da Com ár:ea. ti,arece-nos resrdir aÍ o prineipal fator de dffenenofeção na evorução cárstlca d¿ área. Na regÍão suÌ, lragUal]aftemo8 [¡fe c..,. p;r t.aç (je s mais regulares e superiores a 700 rut,/Ano. O me6me ê* c()ntecendo nas bordas Ieste e oeste que, aÌém das precipitações d,retas, recebem influência rla contribulção subterrânea dos quarg z..tos C)ìapada Di¿:¡nanLina. Sequndo LÌadó (1970),Þfecipitações da t>rdem de 600 a 400 mm,/ano são considerades deficfentes noÊ prgcessos de carstificação. Verr.fica-se que a maior parte da áfea e;rquadra-se nesta farxa de precipitação. Naturalmente gue assoc: ..ad.os âo f ator ágrra, estão ()utros conponentes cl-imáticoÊ. Cçg f orme j á abordamos , as e Ievadas Èemperat,uras dos climae Lm.pleafs f.lvorÊccm a so.lubrl.izaçäo da rocha. Sunõe-se as6im gue as atuqls condiçoes climátj-cas tenham permaneoldo no passado, tempo suftcient.e para produzir o quadro atual. AlgumaË for¡naç cáretfcas t6g seis têm sido observadas na área, porém en pcorFêngieF FÊduC*dast o que noÊ paregB confirnar estâ añFertlva. Qu4pao L OCA 1' 2 3- -v - 2 - DADOS auiì4lcos DE ñeuas Km ÐETFfiî¡I¡{ÀçõES 4¡olO 33" e 9.7 5,5 <5 v6í too o,2 2,4 l2!O {,o <5 438 24 o,2 o.9 74 96,O 4,O lo8 l<o,04 <5 246 176 7'5 39r O 2.6 26' 54' 6,9 r32,O tqo ro5 I o,4 <5 25 367 222 o.8 t6,o r6,o q2 45' 2d' 7,2 {4a,o 7,O '5s j I,o 5 25 348 r90 o,2 39, 0 15,0 8'o ii3,s tP24 2d 7,2 14ap tû,o r80 | o,5 €.o 29 40r ,5 256 o,2 4r, o tqo o I Oz 4- Söo Rofo 4 tozd 46'' I ã Lopo Csrcodo 4P2t' ot" 6- Fonte do Terec *mg/t AUARTZITOS L PO So IlI Foz Crtzeir DOS o 4 P2l 55" IP ¡ ro ìP 26' 54' 6,O I l,O 7,4 ¡ I,O ,O I 8'3 8,5 coGo: *f¡ <tt 57 L.2 - o Elemento Rocha - Composicão OuÍmlca a seqllôncia carbonática BambuÍ na chapada de lrecê tem uma composição química varlável, passando rlos calcárioa com êcentuado grau de pureza aos calcários dolomlticos. As l-ntercal-a ções com f r-nas camadas de material argiloso são comuns, revelan do nas análises um elevado teor em material insolúvel (R.I.).Mi si (L919), ao subdividir esta seqUência em seis unldadee,confor me mostrado no Cap. III, observa em todas e.Ias a nresença de fi nas intercalações argilosas com predomínio na unÌdade A2r ÇIue o corre dpenas na parte norte da área. De qualcJuer sorte, og resultados das anáIises químicas mosÈradas no Quadro V - 3, regul tado de uma amostragem de 55 pontos, distribuídos de manelra a proxrmad.amente equidistante, cobrindo toda área, confirna a pre sença do magnésio e materiaf insolúvel em grande nú¡nero de amos tras, em teores considerad.os elevados para os Processos de carñ rrficação. Entretanto, não se observa nenhuma tendência reglorral de variação acentuade neste comÐorLarnento. Esta con6Èatação nos leva a rnfeÍir que a variação regional-, observada no grau de evolução dos pnocessos dþ carstificação, não terla como faÈor do minante as varÍações na oompo6ição qufmica da rocha, que teriam assim infÌuências l-ocalizadaç, inclusive na resposta topográfica. Nas maiores elevações, a rocha é sempre mais magnealana ou com elevado teor em resÍduo insolúveÌ. Na falta de um mapeamento geo-Iógico em detalhe adequa do a este tipo de anáIlse, que nos fornecesse a dtstribulção exata das várias unidades estratigráf i cas , com suas caracterfetl cas mineralógicas, ut.ilizou-se para efeito de6Èa6 ÇonclusõGs dos mapas de isoteores e superffcie de tendência (Eig. v - I e V-2), construfdos a partir dos ÈeÕres em oca do Quadro V - 3rpor ser o Ca o mel-hor indlcador do grau relatavo de so.lubilldade do cal cário. Na construção destes mapa6, como nos demais maPae dê tendôncia e isoteores apreEentados nesse trabalhor utillzou-sê do prograna SYMAP (Synagraphic Mapping SyEt.em) , Shaffer (1976) , lmplantado no Iaboratório de computação do centro de BesqulFas de Águas Subterrâneao - CAPAS - US!?. ouaono -v-s-arunt_l !{UNIC o1 o2 03 04 t5 t5 ß7 o8 û9 10 11 12 13 14 15 16 t7 18 t9 20 2T 22 23 24 25 26 27 2A 29 31 32 33 tral Ca0 lloo5'22' ttoo3'4g" anque Novo sara cê rece rece rece rece rece tral . Dutra res. Dutra rece recê rece 11006 , 12 " Llo o 3' 22" z" Gurgueía z. ftapicuru 1to B. Ouinabeira tate ira c. Pirocas rani z. Queimad.as CPRM rral inho z. Montanha 11004'49" 11006'37" f l-oo5'oo" 11067'49" rrorz'22" 1looB'45" llofo'35" 11011 '24" 11015'55' 11013'45" 11o14'02" 11018'25" 1rotr3' 4 5 " rlo 23' i-2' i ca1 tevinho z. Alto Bonito lno uista rece rece lfo22'35" aulo Calado lro imada Nova re ce l_l)aa birírá rece rle ce tiozt's¿" lro33'33" 11028'17" I 1oo3'oB" flot8 Lr?27, 36" 11:28'09 " I1*37 ' 55" . Boa Terra de * Resfduo lasolúveL eimada do Mendes ra tisa ' 13" rro2i,, 12' ampo Largo Me 17 ' 42" 11021'32" 1to Bonito 1to da Cruz ave 1e ira iririca res de Cima lson M. Neves ïece rece rece rece ipeba r.a do TOCA¡ z. Larguinha us s ara ss ara iritã ÐETERMINAçõES lPIO rro46'04" 41056'21. 13034 ' 58 " 49 ,00 50,40 49,00 49,00 46,20 32 !20 40,60 43 ,40 41 ,64 25 ,20 25 ,20 51,80 44 ,53 49r00 51,80 30,80 44,80 49 ,00 44,90 25 ¡20 43 53 ,40 tz1 51,80 50, 40 29 ,40 53,20 46 ,20 47 ,60 44 ,80 53,20 53,20 53,20 ,Ug Pz os O 0,55 0, 00 0 to24 0 ,02 2,82 tq, 3,52 ,40 2,72 4,20 0,80 2 ,82 2 ,45 4 0,36 0 ,91 0 ,8s 0,88 L7,43 2,09 0,46 7,ro | | | | I 8,30 2,54 1,33 l 1,14 ] 0,51 L7 ,96 0,65 ì 1,94 5,22 5,56 o,8o I 0,50 I | I | I I I I 0,85 0,00 o,o2 0 ,054 0,015 0,015 0,015 0,018 0,0l-5 0,012 0,009 0,003 0 ,00 0,00 0 ,009 0,018 0,00 0,00 o,ar2 o ,02 o,o12 0r o0 0,003 oroo o¡04 0,072 0,036 0rûû 0,044 0,0115 R,I. * 6,08 I,16 5,14 3,98 7 ,7O 30 ,66 r5,86 11 .14 11,00 1,90 2,86 5,00 15 ,30 3,98 3,28 5,06 13,58 8,54 3,56 15,08 L5 ,42 r,L2 2,34 2 rL2 7 ,24 1,22 13,30 2,44 5r80 0 ,88 0,84 It o MUNTClP IO 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 ftitä ititã ana ana anarana rece rece farnaum afarnaum. afarnaum afarnaurn anarana rana narana rana rana b ipeb a farnaum anaran a to Soares raqu ara raquara ÐETERMINAçõES r,ocAf. Lag. Leite Ouricuri Eurípedes Fz. Alberique Boa Vista Fz. Lajeado Largo Miranda ¡.z. Oueimadas Fz, Boa Vista Entrada Cafarnaum RN-213-Km 12 Canivara Lag. Velha Mulunqu llonorato . Nova Lag. Branca Lag . do Arroz ï.ag ci fe Segredo Re Sede Caj azeiras t"lulungu do Pires Mgo lPzos l¿tost,ss" lrro¿o ' oo" lf 1o¡z'tg' ',4ro44'49" jrrl+ s , sl | 41o 45' 4" l¿toEs'rE' lrtozg'sr" 141o51.65' '1 41040 ' 49 " ilto:z'oe" l11o¡:'zs" 4LÐ32,52" irrosz'¿e" 4fo2g'30" lrto¿r'oq" ALo 32' 49- itloqe,oe" 4103 B' 33 " Itto¿¿,i r" 4ro 29 ' 23" 4to3B'36" 41038'33" 4ro50,49" 4Ìo43'58" 4fo5o'52" 47os7, 34" 41o30 41o39 ' 59 " ' 49 " 41o38' 26 " 4ro 74, 2..'- 41035'5g" i11o56 ' 26', lrtosz're' ItÌos3'zz" lr rosr'¿0" l1lo44'se" irro¿s'rr" Itroso'rz" lrzool or' Itzoos'os" llzotz'ol" lzol7'L7" 53,20 53,20 53,2O 44,80 37,80 50,40 46,20 44,80 44 t80 46,20 49 r00 53,20 53 t20 40,60 49,00 35,00 56,00 53,2O 5I,80 44,gO 42,00 )q ^^ r,14 I L,24 I 0,90 i 3,15 ] 15,85 | 0,93 | 2,82 | 5,89 I 4,15 i 6,06 i I,99 ) o,40 i o ,23 | 9,51 i 1,09 i 5,56 I L,26 ) 0,40 I 0,53 I 2,42 | 2,22 I 19,53 I 0,00 0,00 0,0f5 ,032 0,06 0,05 0,058 O 4 ,40 4,06 2,84 8, 88 0"05 3182 0,0t8 5,30 lr'14 5,34 0,02 o, oo 2 t7g 2rO O,O0 0,04 0,009 0,009 0,032 0 ,023 O ,04' 0,004 0,0r3 O,027 0r009 O,023 0,00 o,74 4 6 ,50 ,99 I7, .) I)^ 1, L8 f ,60 8,94 1,08 L,66 {¡r .,€ CEN O p€B p€q I.€GEüDA rs0LrNHAs ("/" ) -,.¿ ó CIDAOF ñãll Grupo Bornbui þëq-] Gru \ç'ì \ {tn0rvt30, po ChoÞodo DiomonÌino { quorrzll09 , ' \\"" DRENAGEiV ESTRAOA : 50 a-**;;;¡('l CONTAIO LITOLOGICO p oq t wO'*nouo"n )"- i o co o lo 2ì9 XM Fig,V. 1- MAPA DE lsoLtNHAS t ¡ coo Nos calcÁntos {Teores em 3c) peq û.[-6Ett0l[ _-- ts0LtNHAS -.-:- cONTATO ., oReraoEu zl :*= . E L ("/") ITOLdGICO STRADA CIDADE I Io€,dl' Grupo Bornbrrr (indiyiso ) lõdríl erupo chopodo (quortzilos Diomontina ^t-\\ Þeq ) rl) 00 lloLErRo ( co€F. oE connrr¡cÃo,o,¡oz ) Fig. V-2 _ o ffi.: ro SUPERFíCIE DE TENDENCIA DE GRAU NOS CALCÁRIOS 4 20 DE Coo 3f) 62 o mapa dç tendênqla de 4a, ordem, apesar dq Fçu f,raço ajuste, eoeflciente de correlação 0r567, mostra u$a Èendênçla de concentração de valores mais baixos de ca na porção cençro Ñorte e extremidade sul da área, ficando os mais altos valares na porção cenlral, o que coincÍde em parte com o mapa de isolinhas, (Fig. V - l). Este fraco ajust.e deve-se provavelme4te qo eonpotr tamento irregular da cornposlção quÍmica reveJ-ada na amostragem. Essçs resultados comparados com os mapas de feÍções cårsticasf (anexos B, C e D), verlfíca-se, não haver uma perfei.ta eoincidêncla doç mê1s altos valores em ca com as zonas de ¡ralor cars tificaçãor donde se concl-ul mais uma vez, não ser a cgmpoçição qufmlca da rocha o fator dominante a lnflulr rçglonalmente nos proçeEsos de carstlfiÇação da área. A baixa amplitqde de varlação nos tçores dç C6O, (35 a 558), ê tafvez a prj"nefpal gauge deç te comportamento. A composlção quÍmioa teria asFin efeiþos loca lizados, não lnfluindo de ¡nanelra signiflcativa no çompprtamento regional . r.3 * qE Fq\p.Hà*FåXruttr,rp¡q os calcárÍoç BambuÍ por Feren rochaÊ þaqtêntg çpmpactadas e metamorfisadas tiveram suas estruturas prfmárlaÊ baFtan te modfflcadas, tendo aÊsim, sua importâncla ofigtnal. FÊfa os proÇessos dê carstifÍcação bastante reduzida. Dençre çstBç eFtruturas a que mals se preservou é, sem dúvida, os planon de es tratificaçãa. Este tipo de estrutura, conum aoç calcärlos do Gru po Barnbuf , favorece aos processos de carstificEção, eÊpeclalmen te, guando ativâdoF por processos meoânicos. A$ estruturas secundár1as, cujos efeltos eobre êE rochae çarbonatadas f,ora¡n abordados no qap. IV 3 . 2 , dçsempenhê¡n na área o papel mais important,e, deFtacando-se entre eÊtaÊ og dobramentop ç as rupturgs em gera}. fi peqlJênçi,a çErbonátfca Bambuf na ch¿ç¡qd¿ de lreçê epre 6enta*çe reglonalmentç dobradar conforÐe tratado no Cap" fII.3, e¡[ dolg çsL,lloe d*FþÈnteË. Q efelto dessea dobrament,oe eF fåe eq$ tlr ma,le *nEenpemÊnfe HaþrF a çêrstificqção exata'nente ne porçãe nortç de ãree çÞds ecses dçþra¡¡entçe 6e lntensfflean¡flom dB 63 bras de forte mergulho, eixos orientados no sentldo est,e -oeste em uma seqùência de antfclinais e sinclinals. Os dobramentos em anticl-inais de mergulhos acentuados favorecem a penetração da á 9ua através dos planos de estratif.icação e de fraturamentos 1o! gltudinais. O diagrama da Fig. V.- 3 mostra a adaptação preferenci-al das feições cársticas de superfície a esse tlpo de estru tura Iongitudinal. Através de observações de campo, confirmadas por perfuração de poços, pode-se comprovar que as zonas mais favorâveis ao desenvolvimento da carstificação e conseguentemente para a a cumulação de água, estão lateralrnente deslocadas dos efxos dos anticlinais. Em verdade, estas zonas apresentam-se, multas ve'zes, bast.ante fendilhadas, corn fendas alongadas no sent,ido dos eixos dos anticlinais. Entretanto, estas fendas em formadeV te! dem a se fecharem rapidamente em profundidade. No caso de dobra men'bos de ntergulltos suaves ou no caso de pequenas dobras (escala de afloramento), essas observações não são válidas. As rupturas r eu€ representam as falhas e dláclases em geral, desempenham o paper ¡nais importante dos f at,ores geológicos no desenvolvimento do carste e no seu conportamento hidroge o]ôglco. Pode-se dizer euer quanto maior a densfdade de flssuras, maior será a ação da água sobre a rocha. As grandes flesu ras ou faLhas se ttransformam preferencialment,e, nos grandes canais de dissolução, por onde circuram as águas subterrâneas, rg Vando, inclusive, a carst,ificação a malores profundidades.Em su perffcie, a rede fissural- representa as próprias formas embrlonãrlas de absorção. Por efas se inlciam preferencialmente os pro ceÊsos de carstificação. Ver fotos das figs. V - 4 e V - 5.41ém do mais, nos carstes pouco desenvolvidos, a formação podesecou portar como um aqlfffero tipicarnente fissural ou mistorflssural,/ cárstico. Na Chapada de Irecê, esse comportamento encontra-Êe prg sente. AF fqrmas alongadas, e/out alinhadas das feições cãrsticap superflclais, denotam o controle estrutural imposto ãs meÊmas, conforme mostrado nos anexos B, C, D, (mapas de feições cãrsticag de euperffcie). Nas zonas onde o carste se apresenta pouco N trsozo !9 ¡9 E '!o .o {b ø '|t.. o) - Regiõo Norte de lrecé N \o ! ôO r solo ta iio a9 ñ" o) - Regiõo lntermedi<irio - Umbuzeiro do i: Morro lre cê È¡ 9rt5or'o rP l^ a 'l(-t 5 c) - Regiõo Sul Fis v 3 - - Souto Soores / lroquoro DTAGRAMA DE ORTENTAçÄO DAS SUPERFICIAIS ASSOCIADAS FEIçöES CÄRSTICAS A FATORES ESTRUTURAIS 65 0 b Fig. V. 4 o¡ b - Formos de obsorçõo pilmoilos. Fendos longos, profundos e bem obertos. Locolidode de Allo do Cruz de lbilitd Municipio 66 o b Fig. V.5 o, b - Fendos ompliodos Locolidode de Segredo por processo de dissoluçõo Município de Souto Soore s 57 deEenvolvldo, eerno osqrre em teda porEåo no.ft*: ''4S 'å'nÈS,¡ e #*-stg ma aqùf fero Ee apregenta eomo u¡n misto, f'i.s çu¡sd¿ *är.ç*$gp., ,tanto em superffcfe co¡no em subsuperfÍcie, con aF fa.r'mag de esndg çãe e arrna,ren€nenùe. En suh Eu..perf f c 1e, verlf l"Ea'+se gue o dçnßavÞi[.$$mi$t{#Þ, Sa earstifieeção pode atlngir a mafores prof undldade,É,, {t{å.fihi*Q, eFreq aj,edo åE Eonas de f alhas. SondaEens reallzadaE par'a .e çOiÞH{rAÊY, até a profundidade de 200 metroe, urna delas na losa$.*dedç $e Rå acho, no val,e do RlLo ,Iacaré, préxima ao contatg lestp, a çGFca de 6 I<¡n do l-eito do rio, nostrou que a zona eaturada &Cqr¡€.Ia ârea pode atlnglr 200 metros e até a profundidade ¡naigge:ç, ¡nß16 pr6xima dç feito do rio. Nesta Eonâ, o rfo ê contrsladp p$f,p grq de falh.amento quÊ Ii¡rita os BIoqos ile lrecê com o de Mçgre do Chapéu, confor'¡ne tratado no cap. III.3. Reglonalrnenüe, eetêþele ce-Ee cono lfnite inferlor da zona fraturada ou satur,Ada a Ftofundldade de 80m, lBrito Neveg , 19 72 , Plata et a].l! r 19'80 ) , a.pro xl¡nada¡ûente, o mgeno valor méd1e enoontrado por SÍIve (198'4)rnos cÁrçtlcos Bambuf do .Tafba, em Mlnas Gerals A j.nf ll¡ênela doe el"ementog f lsaurat,s avellade pela dletrfbulção 6upêrflciaf desÈes elemen*çc, $e4åSns ,$ire ta¡nente do carnpo de fraturas ou atravês das pr6-pr *Fo feþõe6i cÉ.rg tieas superficla.f E. Nas Figs, V - 6 e v - 7 são ¡noÊtradoB.q€ rng I¡as de densldade e de freqüÊncia ile fraturaF, FeFpee{itvalüBnte, oonEtruídoç pela CFRM para o projeLo Estudo r¡idrogeológiaa no PJå teeu de Ireeê, (Guerre et alif, 1983). Atravée degte,F mapae eão .gm.de H,Þff r¿Ímuatl6edas eo åreas potencfafmente mafs pro¡nlFçorêE da ponLo dÊ vfsÈa das reearga$ ou me6mo da mafor posç1þllidade de Earstl fleeção, Já gue eF6es elementos fgvqreoen ao proçeeÊo. oheervasÊ quç ap ngrte de lrecê conoentra¡n-Fe as malÊ balüêÊ densfdadep e freqùênelap de fraturaÉ, coinefdindo com a zona de nels frg @.garstIf icação. Nest,e caEo, oEr eJ.enentos f1ËsurafE 8R cangtltu e¡n naÊ pr6prlaE f,grnfls de absorção e armêzenamFnto. o aquffero tçfä um çplr¡partalßEf{te acentuadamente f,fssural. Na porçño qenkral de árne, snlng j.d,*r,¡de gg$ o vale dç Ri"o .r*caré, veglf iaa-Fe uma {na*pr denÊ*dade ç freq$Êncfa de fraturaG ¡noçtrendg çårstèmçrrbe o çpntralß e.FFFuturRl dm rlo, que correEpende a dtregãP elrrqxi'meCe de ¡V Þ0 H nßÊtFßda r¡ç dsagr+na da Fi.g, III - 5 qsnp cende dF I I I I FlG. I'_6 MAPA ¡600t,....._... DE FRATURAS l DENSIDADE km,/rookm? 462(}l([¡¡ç f, ' ...) rzc¡oL-..-.-........ 4tto rlolkE ''o¡lai G!6rro el ôlii (19a3 ) Ãt <9¡ '--.i Er lq4.ra ¿00 r' t4-2? 'l_'.'_a62oXhN -. i?l-à1 ¿7 O l. -tat3o 3 rC lE ¿OßB 2ooo i 1 .,, , ,-I l FtG. V- 7 MAPA DE l 8ôaol-, .. FRATURAS FR EO UENCIA ãl < rro Foni. 6uorro et orii l6toÉ! 1 -Rì '=t jj r-:- rlo-l7lrcluróB l7-281rôtúrdr (t983) -^ì U 28ftollr6t 9..? ..'.o-.-i. '?l I F¡oturoc / IOO km? I 70 bo¡n fndlqe de f ratutrå,s. Fig. V - 3, é nostrado o diagrama das prf nøf ¡r.ei. s dS reções. de fraturas aÉ,socladas às fetções cársticâ6 nas regÍõee norte de rrecê, intermedlârla e srll, respectivamente . Atravãe dê " Na análise destes Eletnentog, e mals os mapas de dençldade e frqlåêncla de fraturas, Figs, V - 6 e V - 7, pode-se avaliar eevolução dos processos de earetificação na área, em função da lnfluênc*a reLaÈlva dos elementoE estruturaiÊ. E sempre oportuno se frlsar que se trata de uma influência relativa, ou seja, estes elenentos não interferem lsoladarnente no pr:ocesso, e 6frt em oorrjugaç ão com 06 dÊmals fatores, água e composrção quimlca da rooha.Sendo exatanonte a água o elemento ativo, sem a qual não exletlrá carç tlfloação. Desta for¡na, cono concLusoes mäÍs evldentes, t,emo6: . À tnfluêncla dos elementos fissurals fof comum por toda área estudada, não apresentasdo entretanto acentuadae varl açõee de densldade, a nfvel rêglonêL A coincldência de um6 rncnor freqûËncla e deneldade de fraturas verificada nê áuea de nalor j"ntensldâde de dobra¡nentos d.a extre¡nidade norte da área pg de eer explioada ern função da alta plasticidade dos caloárloq e de não ter sido levado em çonta na construÇão dos mapas do freqhÊncla e densldade aF l1nea¡nentos produzidos pelos plqnos de Êå tratiflcaçõo, de alta densldade na área. " observando-sÊ os dlagramas da Fig. V - 3, vorXflease a forte adaþtacão da carstificacão ao estilo longittldlnal de dlreção aproxlmada E - tr{ nas regiões norte e Íntermediåria e NS na regtão sul . EËte fato é nals marcante nas reglões norte e inter¡nediårla, pelo efeito då naior rntensidad,e dos dobramentogf que coLoca e¡n proe$inência os planos de estratlficação, que Por sua vez se Èransforman nêB oFtruturas frênca¡nente preferenclale de lnstalação da carstifloação mais superficial, conforme :Elqou demonstrådo. As df reçõeg no est.i Lo dragona.I e meE¡rno tranBver6al aparecê$r qo¡n deotaqug em anbas as áreas. A mator diferensíaçãg çntre eIeF reslde ne denøldade das feições cárstfcas adeptadee åe eEtrsturaq qqç 6 b9$ Jûalor na reglão intermediária. " Ne regfãE su], ¡¡erçÍgte a forte edapcêção dê Êarsså j 7L f{'eeção ås estnuturag }çngltudÈnals, aparecendo ta¡nþêm q sompet{ção de gutrag direçõee, tendo como particuJ.arldade uma malor concentrqção dectag direções no quadrante NW, cgnforne mostrado no dlagrama da Fj.g. V' 3c. O efeito deste com¡>ortamento se faz sentj.r claramente na orlenÈação do fluxo subterrâneo¡ 9u€ nesta área ee faz prefereRclalrente de NW para SE, concordante com a orlentação da carst.ificação. . A malor prosença dos grandes fissuramentos ge f.a,z sent,lr ao longo dês zonas de contato com o crupo Chapada Dfaman t1na, especial-¡nente ao lado reste e na zona interrnedláría ao ron go do vale do Rio Jecaré. São zonas preferenciais de implanta_ ção da rede de dr.enåge$ subterrânea, alên da posslþllldade da ca¡Btlflcação at,lnglr a malorêË profundidades. sabe-se que a $er9r ou menor intensfdade nos processos de carstiflcação não ee deve, exclusivanente, ã presençã de u¡n intenso fissuranento, entretan to, a malor profundidade destes níveis, e mesmo a irnplantação da rede de drenagem subterrânea (formas de circulação), ectes sim, são dete¡¡nlnados preferencia l¡nente por f at,oreF es trutural s . À]ém do J¡ais, os ele$entos flssurais se constituem na6 próprÍas formas prinârias de recarga, arJnazenanento e circulação hldrica,on de os processos de carstificação ainda não se instaJaram lntegral¡nente. r.4 - o" Papo,l¡F?*"9áFFj;iÇo Rgsqtraqre resultedo da integraçao dos fatoresl água, compo eigão qufrnica da rpeha e elementos estruturais, tenos na Chapada de Iregê um quadra cárstico en diferentes estáglos evoluttvos, Espee.lalnente na porção norte onde exibe um estáglo pouco ê\¡,oluf do gue poderf amos ctassif icar de j.yyg¡if , Já ao sul e ao longo das faixas de qontäÈo con o crupo Chapada Dlamantlnarespe olalmente ao lado loste, tçnos um carste em uma fase madura de Cono deBßnvo lvlmen to . Ap noftRf predornlna un quadro norfol6gfoo oonstltufdo de dollnac espareeg, tragas e de pequeno porte, poucos eìJm1dÞusp e r pre68nça marcanto de for¡nas embrionárias como o5 garnpoa de lapl åe. As farmas de aboorção eåo predomrnantement,Ê prf¡nárlaËrou Ëe 72 Ja, a rocha çe co¡nporte dç manelra simiLar ãs roehas f'f,çsuradap comuns, em que as formas de absorção dominantes são Juntas de es tratlflcação, falhas e dIãcfaeês em gera1, cemo as noFtradag r¡as, f,otos das Flge. V - 4 e V - 8. O aql-rifero resultante ê de natu- reãa mista, fi s sural,/cáfFti Í¡a,ior parte da área. qa , com forte influênqla ffFFuFa] na nitlda grêdgção se observa à medida que sa êvanç;å e¡B dlreçãa ao sul da área onde a prèsença de for¡nas mals evoluf Uma das tqrna-Ee mais eonstante. O processo de dofiniuação terna-sc nai9 intenso con o êparecfmênto de dolinas de porte mafor e ¡nafs profundas. As fendas são arnpliadas por efeito da dissoluçãp(ver fotos da FJ'g. V - 5), su$Lídoures, como os most.rados na€ fetos de Flg' v - 9r Êê $ultipliça¡û, ocupando a maiorla da vezes os fundoE das dqli;nap, Ua Borçãe sul da área, aparecen as formas cárç Èlcas ¡nalp evolufdañ, caracterfzando um carste em fase madura de desenvolvl$çnto. AE dollnas se tornam de grande porte, com o g parecjJnenta qem¡$n de Svales, gr.alrdes srtlnldeuros, vafeñ cegpF rçå truturas de deeebemç¡}tp gtç. 2- CONDICIONAMENTO HIDROGEOLOGTCO 2.I - Aspect.os cerals Do comportamenLe e estágio evolutivo dq Flstena çárFtlee depende o geu cofiportamento hidrogeolõgico. Desde as qeqêr gas atê aF eçnd.içõç.s de atr$azenamento e circulação. Aseim sendo¡, for¡[as de absorção þçm desenvolvidas, a1ém de asoegurar boas cen dições de recarga, rßflegem o desenvol-vimento en subsuperffele das for¡nap d.e ctr.egl,aç.ãp ç almazenamento. 0s dadpç utll¡"eadog como base para a avallação do cn¡n porta$entp hÍdrçgççt6glco do aqblfero cárstico provêm do mapeanento e tf.R*grnÊnts das fei"ções morfÕ-estruturais, correlaclon6das com ê pluvl$nçtrla e quaLldade química clas rochas. Do cqdaå tra¡uentp dß ççfca de 700 poços tubulares, gerou-se os dado6 de sapecldadß ÊHFeFfflça, piezometria, de$ânda, guatidade quf$*çe dae águeer êlén 4p eçÈahçleÇi$enle de wrê rede de I poççFr gnd9 de t-opicís - Formo de corslificoçoo locolidode de Soores - lrecè. o) Compo b) Fendcls trcnsversois e porclelcs oos plonos de estrotifrcoçóo. embrionorio Fig V 9 Exemplos de Sumidouros - Formo de obsorçôo 1ípico ccírsticos Bombui no Chopodo de lrecê o) Locolidode de Guorony - Município de lrecê b) Locolrdode de Mundo Novo - Município de Jussoro dos 75 foram observados durante 26 meses, coÍ¡ medidas mensaisr êB varl ações sazonais de nÍveis, (euaclro V - 4). Os cársticos da Chapad.a de rrecêr €ff decorrência da in teração dos fatores: água, composi!ão química das rochas e erernentos estruturais, já abordados, apresentam-se ern fase de desenvolvimento de carstificação variável-. Pouco desenvolvfdo em toda porção norte da área, em uma fase evolutiva juyenjl, evolu indo gradativamente em direção sul e nas bordas de contato com o Grupo chapada Diamantina, Na borda oriental, especialmenter por efeito de uma maior disponibilid¿rde c1o fator água, superficia.ls (pluviometria) e subterrâneas (contr.ibuição dos quartzltos ChaparJa Diamantina), aliado ao fator estrutural (falhamentos de con tato), o carste apresenta-se bem desenvol-vido, atlngindo malores profundidades. O resultado imedj-ato seria uma maior disponibili dade de águas subterrâneas, facil-it.acla na'turalmente pelas meLho res condições de armazenamento e recarga. 2,2 Potenciometria As zonas de contato, tanto do lado oriental como do o. cldentalr s€ constituem na principal drenagem subterrânea por on de escoam as águas dos calcários. As tigs. V - l0 e V - Ilrmapa potenciométrico e respectiva superfí-cie de tendência, construfdos a partÍr de dados de nÍveis obtidos através de 226 poços tu bulares, mostram claramente a tendência- dominante da drenagem sÈ terrânea no sentido dos quartzitos Chapada Diamantina, evidenci ando a subordinação da mesma aos falhamentos de contat.o que delimitam o bloco de lrecê. Os gradi.entes de fluxo oscllam na fai xa de 01003 a 0t025, com val-or médio em 0,008. Na região Central, nerece clestaque a presença do vale do Rio Jacarê, por onde escoa toda água dessa região, de Barra do Mendes em dlreção a Amértca Dourada, com fluxo preferencialno sent,ido SW - NE. A leste de Irecê, situa-se o prj-ncipal alto potenciomêtrlco da Chapada Calcárea, donde os f luxos dlvergem r.l dlalrnente em todos oÊ eentidos. Na região de A¡nérica Douradapon tato reste, siÈua-ee o prlnclpal centro de convergência de fluNOg. .y^"""-"-.r, "^-'^t¡ PROFUNDIDADE N.E. m SALOBRO 1ta,2"a ur¡tsJP¡irltgÀ ¡ eoÀ 9,753 J9,93r lro. tz.l 4,35C 8,es3 54RÌE | 5,456 5,O03 ÀcÉÀ;c A'J E I* DAS EC DA G: Id tM-? !*t. :u" ,i,62? 2 t932 2 "904 r. t23 ¡t,76O e,oca I s,at5 I 9,5oc 5ìO32 7,5Ca 3 r02l ìr,€2o rf,t54 ì3.700 26, BO8 6,692 5 tr2 l 6,¿{.0 4,492 s;3 P¿..r:! J I 5,9t4 ?;52a 5,12o I 5,lao 5,2tA 4,e7O 5,2 05 t,o5E 5 I 7,'eo 7,6A0 e, o9o 6,870 7 5 t22O 5,?60 5,2rO o,too È2,14O 453 0,9 o. 7BO rt73 7,ì9O r452 5 ¡600 5, 860 | ll,r7o lì t,94o !2,550 5,5eO 5,O73 5,49r ìs.4e2 6,O20 6,54O 6,5r3 € ¡arz 6,760 7,360 ? 5, t4t 5r rf,a 5, t4O 7,24O 7 t27O 4 5rroo 5,462 !3.6?0 .379 7,146 r3CO t1,t04 '7ì 3OO 4,AOO r2 ,57O o,7o3 r I ot4 2,920 I OrO 5 r605 4.472 5,oools,oso ¿l rGll 4,943 5,oz? | s.oso 5,O30 7,5e0 6,€5O 5,t4O ?,4r7 l+7.4t4 r7,25O |7r ¡rt82 r 6,25O 8,524 to,392 or8t6 o,a90 o,972 r76O 6 ,440 .,áu, 3,4 ro ¡ ,9 3,{2t 35C 4,5OO 4,EtO t9?2 r7l4 ro lll,54O r,o5ol r,o34 o18ao t.t2o hltol6óo -J atl ([^,1 ( L"u ,"") (-\ ô\ ".-"J Þcq {-F6ËñioÀ IS0LTNHAS (m CONT/ìIO í '..--:,---'-* 1za ) L ITOLCJGICO DRENAGEM ESTRADA CIDADE ftõ61 Grupo I lãeï] ,( .-*"l*^,"^*^ qre¡ r Bom bu í rndtvtso ) Orupo ChoÞo D¡omant ( quortzitos rno ) FìsV-10 MAPA /\ POTENCIOMETRICO o"u7Ð ,y', 4Zo 20 -l ,L _._ lJ) ./ )y:r / ,.J 6 î}J -.-.2 1ð/ / cÂil¡^r I ( .¿ \ít''\ -¿<'1^t, Do I ¡ í aÀRiA _Q-!.Gt{oc -._-\ . p€q \ \.. ) p€8 lrGtrÍrA /-, ¿=/ ISoLtN HAS (m - DRENAGEM * ¿jl ) coNTATO LlrOLdGtCo loul0 O totlll ESIRADA O CIDADE [Eãl G¡upo Bombuí { tnotvt80, lìõõ'l orupo chopodo (quortzilo! rærol I Diomonlino ) ( coEF. DÉ coRñELAÇÃo: qeto 'o ) 4' F ig,V - 1l SUPERFíCIE DE TENDENCIA DA POTENCIOMETRIA DE GRAU 4 j--.. ..-f iræx¡, 79 Ao norte de Souto Soares, locallza-se o aLt.o potencfo métrlao gue funclona Çomo dlvlsor de águas entre as bacias dos rlos São Franclsco e paraguaçu. A Dartir de Sout.o Soares r â dre nagem subterrânea se faz pre ferenci almente no sentido Sllrconver glndo para a fonte da prat,inha. Esta fonte tem uma d.esc,rrga pon tual em torno de I.700 L/s e forma a nascente do Rio Sa tto Antô nio, principal afluente do Rio paraguaçu. (Ver fotos da Flg, Vt2) . 2.3 - Às va_fi_ações dos NÍveis pote¡ciomðtricos e as RÊÇarsas As variações sazonais dos níveis hidrostáticos foram medldas em poços previamente selec:ionados e dist.ribuÍdos pela á rea, utll1u ando-se aqueJ.es não insta-lados e fora do aÌcance do raio de infruôncta de outros em bombeamento. As medídas foram re al-izadas mensalmente, no perÍodo de feverelro/gO a maio,/g2. Ini cialmente, selecionou-se um número de l-4 poços, 12 no calcárlo e 2 nos quartzitos, chegando-se ao f ina] do perÍodo de observação oom apenas quatro. Os demais foram instalados por seu6 prg prietárlos, interrompendo- se as medições. O euadro V - 4 mogtra o resultado das medidas, onde se verifica que as oscilações de nfveis são bem maiores nos cársticos do que nos quartzi.Eos Chapada Diamantina. Nos cársticos, a maior variação anuaJ. fol oÞ servada no poço 801 - Rodagem, 8,01m, no ano rfe 19g0, ficando a segunda maior variação para este mesmo Þoço, 6,32m, no ano de I98I. .A mêdia geraL fol de 3,3rn, para o per:Íodo de l9g0/gl-. 4s varlações nos n:1veis hj-drostátlcos re6ultam da re* oarga natural do aquÍfero, gue, no caso, é função das preciplt.a ções e da perrno-poros idade da rocha, em superfície e em suyrsu* perffcle. Dessa forma, é possÍvel se estabelecer as l:ecargas ou Reservas Reguladoras, conforme conc,:ituação de Rebouças (1976), connecendo-se a porosidade da rocha à al tuLa da Zona de Flutua* ção Sazonal.r (Saka]ov*1967 , in Lla<1õ¡-1.970),ou mesmo conhecend.o* se a poroeidade média do a{uïfero. outro método seria através do estaþel"ecfmento de med{das diretas da infiltração, o que nos le varla indiretamente ao estabelecinento da porosidade média. A u tillaação de m6todos oonvencionais, eomo as fórmuÌas empfrloas, parå determtnação dê ev4potranspir aç ão real-, or¡ nesmo a apllca- Fonle do Protinho em lroquoro (80.) , descorgo pontuol de l, 7OO l/s o) Vislo do s o ído b) Vistc do riccho formodo. 81 ção dos ensaios d,e vasão para d.eterminação dos parâmetros T e s, deve ser considerado com bastante reservarÞoj.s os cársticos têm compgrtanento todo especial com reJ-ação aos processos de lnflltração e hidráulica subterxânea, d.ecorrente de sua extrema hete rogeneidade. Suas fQrmas de absorção e circulação fazem com que na matoria das áreas aË infiltrações se façam rapfdamente e a drenagen superflcfaL subgtituÍda por uma drenagem subterrânea. AE dtficuldades aunentam quanrlo se trata de bacias abertas e de grande área, como é o caso da Chapada cle lrecê' A çtrculação sub terrânea, at.ravés do meio fÌssuraf e dos canais de dlssolução e demals fornas cársticas, conduz ao aparecimento <1e fluxos turbu IentoÊ em un nelo caracter i z adamente descontínuo, afastando-ge em nulèo 4a hipétese de homogeneidade e isotropÍa preconizada nos métodos convencionals de determinação de T e S, através de engalos de vazão. As FigÞ, V- 1.3 a v - 16 mostram a relação exl$tßnte entre as varfações dos nÍveis potenc iométri cos e as prealpf t'açõee em dlferentes pontos da superfÍcie cárstica e num pgntç nos quart,u ltas Chêpada Diamantina, próximo ao contato J'este. DoF pg ços Fltuados no caloárlor com exceção do represenfado na Fig. V 16 - B¡ América Dourada, todos ar¡resentaram conportamento s1mllar. Algumas concfusões sÍgnificativas pode-se tlrar: a) A elevação dos nÍveis potenc iométri ces é lmedtaÈa ãs preofpitações, o que lndica inf:iltrações instantåneas e rápl das. o poçe representado na Fig. V - 16 - A, situado nQs quartãltos, aÊ reaçães s.ão retardadas e¡n aproximadamente 30 dias. b) Prectpit,ações inferiores à casa dos I0Omm mensafe, não provocan reações nos nÍveis, a infi-ttração torna-se nula ou desprezivel. f,sto demonstra a i¡nportãncia do volume e da lntenstdade dap precipitações. c) No poço represenE.ado na Fig. V - 16 - Br Anérlça Ðourada, as reações dos níveis são imecliatas, porém bastante pe quenas o que EfgnifÍca reservatório subterrâneo de grande potrte ou baixa têxa de inftltração. Em verdade este poço situa-se no vatç do Rio daearé em uma zona de intensa carsfifleação, o que Fis, V. Poslos 13 Sell - - COnneuAçAO ENTRE vARrAçöEs porENcroMÉtÉ''.oa E PREcrPrrAÇöEs B. Allo e Conorono @ -ll:!crer \-----/'\,, ^ --l'---\-- .---..-.-.. - )----- "*_.1 - \ vorioç603 oe híve ! Potonclo'nérr;co¡ \._ .-/ ,.6.,q + - r,eqè I [ /\ t{ ,'no' /\ :i/11 ,å..,"] i /\ ËIt j'"-l l\l\ /\l\ | \l t i'l \_____--t \t ,: ']l --..: l -----..-_,--- - i Precp',çdo /\ i \- ""-l ,\ .oj o \'1____-/¡-l\,/\ ./--.. \'_--\ / ,.a'-l \:- var ocòss 0".,e, porenc,ome"'rcoa --_ -----\, c' ':'4- ìcr'nd. l I l 83 Fis.-v. 14- coRRELAç¡o erurne vnnrnções porerucrolÉrnn¡s E pREclptragöes /\ Procipiloção /\ /'\l /,.¡ \ Nív€ | polênciomór/ico /,,/..--=- /--..-.- / @ l\. /\. / -\_ Poç0 '-\ 163 - -\.-. -vo. porénc,ômór¡ico --,.- / OLreìmodos '\.'/ r9ao N \ -l L98t \'..- -- 114 Fig V.15 - CONNEUAçÄO ENTRE VARIAçóES E PREcrPrrAçöEs POTEHCIONÉTRICAS Å /\ \ \ \ \_/\ - Poço d{.r .Rod!:scm /'i/\ \_ I - \/ \ív€ po,€ñcoñs,,,co \.,,_ \. F¡q.V. rc- conneuoÃo ENÎRE \4AffßgöES '""l """ E l POTENCOMÉÏRICAS PRECTPTTÀ9õES il Poslo 15 - lponemo lt /\ .""1 l I ,""-l /\ lt i\P,"c',,oção @ /\- /\ '\ /\ ".] /\ /\ /'i /\ /\ I \ \ \ t\ \ ---"-. ,"J /-t\/ I .-N /-.\\ ívo r polrnc'ome'tr,co ---\.------ / i @ A /\ /\ t\ \ \ Níe6r oorenÒornétiicÕ \._._ _._._._.¡,.-_. t,oço 822 - Amdrico Dourodo /Ë___ 85 86 sj,gnifioa que a prj.melra hipótese é certamente a verîdadefra. A Fig. v - L? mostra a correlação entre o gr¿flco de varlação dos nÍveis hidrostáticos, no poço de Achadar ê preclpå tação e a evaporação classe A na ektação cl-ímaÈológlca de Irecê. Os dados, constantes do Quadro V - 5, se referem à evaporação em tanque classe A, estação climatológica de Irecê. VaIe salientar que a evaporação nedida a parLlr de uma superfÍcie Livre, no ca so, tanque classe A, pode ser tomada como correspondente aproxi mada da evapotranspiraç ão potencial de uma superfÍcie de sôl,o odn cobertura vegetal (Linsley et alii, t978). O poço de Achado sltua-se a cerca de 6 km de Irecê. Por esses gráficos,verlfica-se que a evaporação apresenta uma ceLta i rregul- ¿ìrldade , crescendo nos perÍodos de estiagem e dj.minuindo nos meses mals chuvosos; independente do mês. Os excedentes de água somente oeorrem nos picos de maÌor pluviosj-dade, quando reafmente, acontece inftltração efetj-va, conforme mostradô no g,ráf ico de variação rlo nf v6l potenc iomét,rico 2. 4- A.s_ Po . ten ç ijr,l_i d aÈe*s_.Hj4rggggl(ÛjEg e aqblfferos livres pouco profundos e de capacldad.e de armazenamento fraca o conhecimento das reservas requl-adoras, (re carga), é de extrèma imporeãncia, pois dela vai depender o rendimento do mesmo, sendo tão mais srgnj-ficativo quanto mais 6eqfu ra for a recarga, Em Os cársticos BambuÍ na Chapada de lrecê são aqttfferos que se enquadram neste tipo. Suas reservas permanentes são ffiodestas. O bombeamento intensivo de poços considerados de aJ"tas vazões tem comprovado esta afirmati.va. /\ssim, poços como os da localidade de Lapão que abastecem a cidade de lrecê, consirì.erados dòs melhores, reduzem drasticamente suas vazões e balxam gra dêÈlvamente seus nÍveis durante o ¡reríodo de estiagem. Fato 1* dêntlco aoontece con todos os poços oncle ocorrem bombeamentos ln ten$lvo8. Ðessa forma, baseando-se nestes conhecimentos, fez-ee avallação do desempenho do a{uÏ+ero cárstico a partir da 6Ë tfnatÍva de suas resetrvas reguladoras, Será uma estimativa pfeI,l¡nlnar J á que não se dlspõe no motnento, de dados suf io:-enteg [¡å q¡na Fig. V, 17-CORRELAçÃO ENTRE VARIAçÓES POTENCIOMÉTRICAS PRECIPITAçÄO E EVAPORAçAO CLASSE - A Poslo L4 - lrece ,4" /\-/\ /-' \ , / ,t\ /\*""""","."" .".", \/ \zt z-/\ \/ ,' ./ //\ I \ \/ \- t", \/ \4 \ __t\ - r"./\, / , 88 ,SUADRo-V.5 DRPOS DE EsrAcÃo Ct-llqRrolóolcR EVAPORAÇÃ,0 ¡e InecË -Bn TRU0UT CLASSE A Mrses A 1980 0 N ò 1981 1982 MÉorss (mm) 122,4 138,2 151 ,9 137 ,5 Fevereiro 42 ,6 202 ,6 206,3 150,5 Ma rço I Abri Ma i o ,Junho Ju lho B3,6 92 ,7 147 ,3 107,8 t 35,3 83,4 160 ,1 126,2 167 ,5 111 ,2 182,4 153,7 58,5 116 ,7 158,0 144 ,4 172,9 156,8 166,5 165,4 Ago s to 230,1 176,4 257 ,6 221 ,3 Setembro 207 ,B 248 ,6 226 ,0 0utubro 306,5 tto 1a1 0 257 ,9 Novembro 179 11 189,5 34r,3 236 ,6 Dezembro 132.1 286.8 3?8.3 249 ,0 1.938,4 2.005,5 2.593,2 2.179,0 Janeìro TOTAIS 1 E Fonte: Instituto Nacional de Metereologia 48 Distrito 89 ra uma avaLlação mais precisa. conforme já abordado, esses cál culos em cársticos I por suas caracterÍsticas peculiares de hete rogeneidade, necessitam de uma densidade de dados superior ao dlsponfvel, a ser trat.ado de maneira apropriada. De qualquer sor te, com vistas a um maior avanço no estágio atual dos conhecimentos hidrogeológicos da área, e ao aprimoramento d.e uma meto dologia de estudos adaptada aos nossos cársticos, julga-se váIl da esta iniclativa. Apresentando*se também. a títu10 de suqeE¡tões, algumas indicações de métodos e outras técnlcas a serem Le vadas a efelto nas futuras investigracões. Para efeito das estimativas atuais, utilizou-se come base os dados e gráficos de variacão dos nÍveis potenclom6trico6, a porosldade média da rocha e os mapas de capacÍdade espe cífica, de área coberta pelas formas de absorção (dolinas)re de potenciometria. Estinat.ivaF daq Sgg,e rvas R.egu lq{þr a s - Como dado de va rfações de nfveis hidrostáticos, adotou-se a nédla encontrada no biênio L98I/82, conforme euadro V - 4 (3,3 metros). Com() dado de porosidade será considerado como Þonto de Þartida, o va.Lor médlo de 3,2E encontrado por plata et al_ii (1980), para a zona de saÈuração, en 48 poços da Chapada de lrecê, utilizando como método de determinação a perfilagem com traçadores radioativos. Nos so interesse está na zona de Flutuação Sazonal ond.e a porosldade é ¡náxima, diminuindo gradaì:ivamente até o limite inft:rior da zona saturada, passando pelo valor médio de 3,22. Na base da zo na saturada, os valores são próximos de zero. Considerando-se que as variações de nÍvel-, por efeito das flutuações sazonais, são mufto pequenas em relação ã esÞessura saturada, pode-se estlmar co¡no val-or máxirno, o dobro do valor médio, que seria a porosida de representativa da zona de Flutuação Sazonal, isto é, (6,4t). A partir dos gráficos de variação dos nÍveis hidrostá ticos nos poços de observação, Figs. V - 13, V - 14, V - 15 e V 16, veriflca-se que a queda dos nÍveis, por efeit.o do escoamento subterrâneo, no perÍodo não chuvoso, é aproximadamente linear e se faz a uma t,axa nédla aproximada de 0147 m,/mês. Deve-se cônBl derar que megmo durante os meses chuvosos, quando há una subida e0 rel-atÍva dos níveis por efeito da recarga, haveria uma queda re lativa a uma taxa correspondenÈe à observada no período não chu voso. Admitindo-se o período chuvoso com duração média de 6 meses, esta queda atingiria 6 x 0,47. = 2,8m, Ðessa forma, para con segurrmos un val.or reaL das variaçóes anuais dos nÍveisrteremos que acrescer à médåa de 3,3m medida em campo, o valor de 2,grn. A ampLitude de vaer,laçào anual seria de 3,3 + 2,8 = 6,1m. Se a po rosidade estimad.a, 6,48 fosse contfnua, meio a{u'Ífero homogêneq terfamos 390,4mri de recarga anual-. Como nos calcários a recarga se faz predominentemente através das formas cársticas de absorÇão, (dolinas, úvalas, etc,), e co¡tro estas cobrem em nédia 6E da superfÍcie, confolrr€ mostrado no mapa de isolinhas de área coberta por estas feições, (Frq. V - fB), pode-se estimar uma re carga efetlva rnédj,a de 23,42 mm/ano, ou 3,98 da precipitação mé dia, 600mm/ano. Coñro a área coberta pelos cársticos é de 9.51r) km2, a reserva regruladora médra será 223,LO6 *3/.no ou 23,4.101 1r n'/ano/km¿. Vale gali.entar que este valor pode ser consideradc como mÍnrmo, u¡n€l vez que pode haver alguma recarga através de fraturas e outras feições cárstÍcas menores não mapeáveis na es caLa utilizada. O volume bombeado através d.os poços, ano de 199.[ quando se realizou este levantame¡rtÕ, foi de 3,22.106 m3lano que representa l ra$6* da reserva reguladora estimada. Assim, @ora essa reserva Þareça ()or d.emais modesta. seu nível- atual do utL.lizaçåo aínda é extremanente reduzido. 4 lém do mars, sl¡å r+tilrzação poderá ser mel-hor otimizada, ¡á qur: através da drenag€&r subterrânea há concentrações em zonas prefe renciais de conveUgênc j- a de fluxos, situadas em áreas normalmen te de maior carstf.ficação e consequbntemente de malor capacidade de armazena¡rento, Através do ñaÍ)a de capacidade específica, rFig. V - 19), poüè-se facilmente visuallzar estas áreas. Este mapa foi construídÐ a partir das n¡e.dj.das d.e capacidade específ ., ca de cerca de 445 poços, previamênte sel,ecionados entre aqueIes locados com critérto técnrco ad€qr¡ado, orj.undos de entidades governamenÈais como SUDENE,/COI{ESP e CERB, com ensaios de va zão confiávers e de duração mÍnj-ma de 24 horas, O mapa ass j-m prc duzrdo considera-se de boa confiabilidade. 42' 20' o,rutlÂRA Þe8 -'ottr..r,l¡¡ ",-----..- ) " -l Cv p€q LE€E¡!DA /é- rl *o tsoLtNHAS ("/" ) coNTATo LlloLdGlco DRENaGEu SÍRADA € CloaDE liõEl Grupo Bombr¡í I liEql rnotvrto, orupo chopodo Diomontino (quortzitos) oo loLE r Ro o¡o20!o Xn Fig-V 18 DE ISoLINHAS DA DENSIDADE DE ÀREA coBE RTA poR FErçÕES cÁnsrlcas oE supERríctE IVìAPA ( Dodos i em % ) J 42¡ ?A t> =t..6 p€i ø \'. IEE,'ETDA ¿ co N TA .' peq ro L rroLclc tco DREN,\GEM E SÏR ADÀ ; @ @ CIDADE Grupo Bombuí (indiviso ) Grupo Chopodo Dìomontino (quortz¡tos ) CAPACIDAOE ESPECíFICA r¿{i > (mvh/m) 3,46 72 t,ts - 3,46 llll o,eg - r,zs DO ¡OLEIRO f--l o - o,es Fiq- V 19 - o ro 2c kñ TVIAPA DE Z0NEAMENT0 DA CAPACIDADE ESPECIFICA y-r 93 Para efeito construtivo, a capacidade especÍfica, foi dividida em quatro classes distintas, ou sela:,3,46; 3,46_i,15; L,75 - 0,89 e ,0 ,8g m3 /h/m. Verif icou-se que as dì.Ìas ciasses de maior capacrdade específica concentram-se pïef erencL àJ-men te , no extremo su-l da área e ao Longo da farxa de contato ieste. Duas outras concentrações secund.á.rias situam-se nas proxlmid.ades de Irecê, alongando-se para sul, passando pela Ìocalidade de Lapão e outra' na faixa superior do contato oeste. As d.emars manchas de concentração são de porte pequeno e d.isseminadas pela área. Correlacionando- se o maDa de capacrdad.e esoecífica com o potencl ométrico , (Fig. V - 19 e V - i0), verifica-se que as rnanchas de melhor capacidade especÍfica situam-se em zonas de malor convergência de fluxos, sendo as manchas de baixa capaci_ dade especÍfica zonas predomÍnantemente de artos potenciométrr ros ou mesno de baixo índice de carstifÍcaçào. os mapas de capacldade especÍfica, potencrométrico e de densidade de ár.ea de feições cársticas superficrars, (Fig€. V - 19, V - I0, V - l-g), constaÈa-se que nem sempre as manchas de maior capacidade específica coincidem com manchas de maior densidade de área.Esta coincidência pode-se fa ze.r em áreas de baixa capacidade ecpßclfica que se situam, na maioria dos casos, em zonas de potêrùçlometri a mais elevada. Nes ses casos, essas áreas têm um sig.n{fûcado especial; são áreas preferencj-ais de recarga. É o caso dê Erande mancha d.e baixa ca pacidade especl.f J.ca, observada em Ba¡i.,ra do Mendes, que se cons_ tÌtui na maior á¡ea de recarga pobea._d;al da região.Já na porção norte, onde o calcário apresent.a-õe nêis intensamente dobrado, verifica-se aí a nenor concentração d:e área de absorção, a d.ensidade de fraturas é menor, o mesmo acontecendo com a carstifj-_ cação. Decorre daÍ uma taxa de recarçt€. bem rnais modesta, a mars baixa cla região. ?em-se aÍ outra gra¡nde mancha de baixa capaci_ cade especÍfica. Situação extrema observa-se ao sul d.a área, re grào de lraguara. É uma zona de co.nvergê nc i a de fluxos e a_lta concenÈração de área de absorção, é logicamente umamancha d.e al ta capac.idade específica, rece.re recarga diret.a e contribuicòes d€ outras áreas. Corre la,cionando- se 94 Di.scÌsFão qo Yç-lodo - Os resuttâdos das reservas regu " l-ad.oras e s timadlâs nos moldes apresentados neste item mostra a possj-bilidade de uso da metodologia com resultados váÌidos dentro de uma médla ::egional. Seu qrau de anroximação denende dos dados uti Li zad.o.s,.. especialmente aqueles referentes à rede de po ços de observação de nivej.s poÈenciomêtri cos , da Þorosidade da rocha, dos mapaE de áreas de absorção e secundarÍamente dos mapas de capacidade .especÍfica e potenciomé tr i co . A rede de poços de observação: Foram utili¿ados dados de 7 poços observados durante um perÍo<lo de 2 anos. Além do número d.e poços ter sido fiìuito pequeno em reiacão ã área trabalha da. o --empo de obs.ervaçào também refletiu àÐenas a reaiidade dos doj-s anos observados. As recargas, conforme já demonstrado, dependem do voLuae e da distribuição das precipitações no tempo. Assim, quanto maíor a cobertura de poços sobre a área e quanto mais iongo for o período de observação mais fidedignos serão os resuLtados. eropõe-se para futuras investigações na Chapada de rrecê, um número .de 20 poços, 2 para cada 1.000 km2, a serern ob servados durante um período mÍnimo de 5 anos, com medidas mensais no perÍodo de estiãgem e quinzenais durante o período ehu VOSO. A porosidade: 'Jtilizou-se como dado, a porosidade média da zona saturada medlda em 48 poços pon Plata et alii(f980), inferinoo-se a part.i-r destes dados a porosidade na zona de f l-utuação sazonal , utifizada nas estimativas das reservas reguladg ras. os cados de porosrdade é de tod,os o mais sensÍvet e demais irficil deterrninação. Acrèdlta-se gue através de métodos geofÍsrcos, váiiclos para as futuras investigações na área, se possa ,rlrer: irna rede de mecições em número e precisão adequados ao pro ::êiiìâ. :l:ata-se da uti;-Lzação de medidas de resist.ividade elé::rca de superfÍcie/ visando-se buscar uma expressão da Lei de À.:cirie, vál-ída para os cársticos BambuÍ, usancio-se um procedirìr,(jn;o empírrco de correì-açào. tr¡este caso, será necessário tar¡rbán . ;xecução de perfilagens geofÍsjicas de poços para a determina:,ir quantiÈativa da oorcslCade ;omo :unção Ca prcfundidade. Uma i¡rrr:amen ta adequada para .esse f :-.m seiia a so:rda c: perf ilagem de .'ì :;cro:ls . À partir desses perf is , são e:tabe.l-eclc )s ,/alores da 95 resistividade da ägua do aqttfero (RW) , e da rocha (Rt ) , ob ti-dos com separação especÍflca de eletrodos. Será possÍveI se constmir uma função do tipo: a ø-m (t), ond.e: fator de formação Rt =È ttw porosiCade da roche g e g - parâmetros empí:rcos vez definidos os valores de a e ir, váIidos para aqirlf ero estudador a expressão ria iei de Archie (l;, pode ser sacia p.rra determÍnação da porosldade. Uma o u da avalração Ca porosidade foi usado c mairâ -re área coberta peJ-as formos oe absorção. na utilização des¿e napa, partiu-se do pressuposto que as recargas variam em funçãc ;a d.ensrdade e desenvofvimento d.est.as feições' e que apo rosriaie :nedida em poços represente valores médios pontuais,não havenoo nenÌ1una abrangênc!a lateraì, O mapa utílizado em si,den :rc d.a ¡¡ossibiirdade da escala adotada e pela maneira como foi consLruido, é <ie boa confiabil-idade. Entretantof sua proporciona-r.,ace ã porosioade e às recargas ainda l¡erece algumas refle xões e a;usÈes, sobretudo, porque as macro-feições não são reva cias c¡:. :'onta. os resu-cados serão rão mais conf iáveis q\¡anto maior fcr a escaia do maÞa adotado e mais pxecisos e abrangentes foLen, as cleterm-inações da porosidade e das medidas de variações dos Como complemento i:íve l s :oocenciométricos. - :.9:T*å-gg--ç-aqr gq q9 I iorma de cap-'açào :radi-cl-ona-. nos aqUíferos cársti:os ia regrão de Irecê é o ooço iublìIa.r I enlretanto, cutras for rras acri.U ;s iontes e os sumiciourc.s¡ de concutos penetráveis, até er-ta^ Cc, usc r:esrrrtc, poderão v:L a ser usados de maneira raci ona-. 96 ) os poços tubr,rtrares Existe$, atual-mente na áre¿ì, cerca de 1.300 pocos tu= bulares, cujas caracterÍsticas de profundidades variam bastantq ficando o tráxlno em torno dos 200rn e a média nos 80m. os nÍveis estáticos médios são da ordem de 15rn, e 50m na região sul, Souto Soares e Iraquara. A grande maioria destes poços possì.rem diâ a capacimetros de 150mm, compatÍveis ,co¡n as demandas e,/ou com ,) dade do aqù5fero, ou seja, vazões inferiores a 40 m'/h, Somente aqueles destinados aos sistemas de abastecÍmento de alqumas cia dades ou para desenvofvimento de pesquisas, foram construÍdos em 200 a 250rnm e normalmente, Iocados em áreas de maior capaci<lade especí fi ca. A grande maioria destes poços encontram-se no meio ru ra] e destinam-se ao abastecimento humano e pecuário. Nos últimos anos, peguenos projetos de irrigação, 2 a 6 ha, vêm sendo im piantados com bast.ante sucesso. A partir dessa exÞeriência, atu almente. estão sendo planejados projetos de maior porte, voltados para as áreas de maior capacidade hÍdrica' Nestes casos rdiâ metros de 250 e até 300Íun serão neces.sários. referêncra às profundidades, a média praticada é de 80n. coincj-dente com o limite de profundidade mêdia da zona oe sacuração. Somente em zonas de carstificação mais profunda, relacionadas com elementos estruturaj.s èipo falhas ou grandes fis suras, d.eve-se evenÈualmente projetar poços com profundidades su Þerlores. Embora já se tenha d.etectado ' nestas zonas, entradas c'água até a faixa dos 180 a 200m, refacionadas a fendas, suas contribu:ções para as vazões finais.d.os poços são insignificantes, Dessa maneira, recomenda-se co¡no prática, profundidades má ximas não superiores aos 150 metros nas zonas de maior carstifi cação e 80 metros nas demais áreas. Com A tec.nología de Þerfuração em rochas carbonáticas é bastante sr-mples e comum ãs demais rochas duras ' ocorre' entreranr-cr gue em áreas mais carstifÍcadas, a perfuração se torna bas +-ante Ðrobiemáti.ca com a ut.ilização dos métodos usuais' É prati camerìte :nviável a utilização de mêtodos em que utilize fluidos como a _t -ama ou ar, devido a uma incontrolávet Ðerdâ de circul-a- ìì 'l l, 97 ção. Em iaso de poços de mâio¡es diâmetros, superiores a 3OOmm, o método de percugsão a cabo ainda 6 o rnais recomendável. Critéri..es de Lgc-pçãg - Mesmo nas zonas mais promissoras como as indica.das no mapa de cãpacidade especÍfica (Fig. V_ f9), as vazões dos poços podem oscilar bastante, em função do crir-ério de locação adotado. Isso decorre da caracterÍstica de heterogeneidade do aqüTfero cárstico, em que faixas d.e menor po rosidade estão senpre presentes ao _l_ado daquel"as de maj_o¡ porosidade. Às zonas de maj-or carstificação e,/ou mais fissuradas são normal-mente de forÈe control,e estrutural_ e se refletem em suÞer fÍcie, através de feições morfológicas tlpÍcasf como as dolinas e d.emais superfÍcies de afundamento ou mesmo Þela evidência do próprio fissuramento. Estas feições são adotadas como fatores guias ou critérios de locação, Nas zonas menos promissoras, capacidade especÍfica média à b.alxa, estes critérios terão que set observados de maneira ainda mais acurada, pois I nesses áreas, a incidência de poços secos ou de baixa vazão é comum. A utiLização de fotografias aéreas, preferencialmente nas escalas l:20.000 a 1:40.000 é de grande valia na identificação das estruturas fa voráveis. As locações são sempte difÌgidas para as bordas das es truturas r quer sejam elas nitidamente cárstj-cas quer fÍssurais. Alguns procedimentos complementares são fundamentais: Iocações com base em estrutura;s como, dolinas, úvalas, vales ce -gFrsticas gos¡ etc; deve-se evitar o fundo da superfÍcie rle afunda¡nento, iocando-se sempre gue possivel, nas bordas das estruturas. Este procedimento traz grandes vantagens operacionais e de custos,pois evitam-se as zonas de maior decomposição da rocha, de perfura_ ção problemática, uso d.e maior quantidade de revestimento e, g ventualmente, de material filtrante, além dos alarga¡nentos peri ódicos, lFig. V - 20). O ?linhamentg {ç-dol+nas. ou superfÍgies :rÉ ;fqndamento al"olgaqqs sugerem zonas Þreferenciais de maior carstificação e de controfe estruÈurâ1. as locações d.evem-se di .rrgir para as bordas das estruturas e preferen cialmente no sentidÕ de iusante do fluxo sübterrâneo. No caso de cruzamento des È-as estluturais alinh.aÈes, o ponto cie c¡uzamento é sempre uma op ção segura de loc.ação, por se trad.uzi:: em um ponto de convergên cia oe fluxo. Fig V.zO- Formo de locoçôo. de poços com bose em estruturos cqrstificodos Fig V,2l - tipo dolino s Formo de coptogöo su blerrôneo ot ro vds de sumidouros de condulos penetrdveis 99 b) Outras För!ßffi , de Captacão util-izadas na área poderão vir a ser viabiligqô#, Entre essaå, destacan-se a captação através das formas d.e, -Èibemrç ão abert.as de .candutos penetráveis e as fon tes de ocorrê¡¡e.dê#. .esparsas, e5istentes pa superfÍcie cá¡stica. Fp¡:naç.,c!e captação pot¡co : prtBÊiro grupo, enquadfa¡û-se os sumidouros, cimas e cavernas que dão agesso em subsuperfície até os níveis das águas subterrâneas. .S.ão formas comuns em zonas de carstificacão bem de senvolvida como na região de Iraquara. Através de conjuntos moto-bombas elétr,icos torna-se viávef su4 utilização, (Fig. V-21-). No j 'relação ãs f ontes , ex.cet.o a f onte do Pratinha, á referida nesse trabalho, as demais são de pegueno porte e de ocorrência esporádica e restrita ao VaIe do Rio Jacaré. Com 2.6 - Aspectqs da Yu lne r ab i-l_i..dade Cárst j.-co _e .åqlfíf ero -P-reservj:Eão do A pouca profundidade e a s.istemátÍca de recarga através de formas de abèorção abertas, (sumidouros, dolinas,fendas, etc.) e¡n que as águas passam dÍretamente da superfície para a subsuperfície, sem sofrer os efeitos da filtracão natural co¡Il¡un nos terrenos ' sedi¡nentares , tornan os cársticos BambuÍ, n,a Chapa da de rrecê, extremamente vul-neráveis aos contaminantes químicos e biológicos. Em subsuperficie, verifica-se também que a pro pagação dos poluentes se faz de manej-ra rápida e em sentido linear, acompanhando a forma de circulação das águas, preferencialnente através de canais de dissoLução e fendas. Atualmente, as principais fontes de poluição reais e potencials, detectadas na área, serianì as concentracões urba¡as, os defensivos e fertiÌizantes agrícolas e os hidrocarbonetos.BÍo venientes dos postos de gasolina, máquj-nas agrÍcolas e motores diesel utilj-zados nos bombeamentos dos ooços tubulares. As .concentrações urbanas, nresmo aquelas de maior porte, não possuem sistemas de tratamenrc de esgotos e lixo. Seus despejos são lançados diretamente; a cóu aberto e em fossas negras I se tqansfor:rurr{o sn fontes onstantes cìË conttaIlLiJlação dos aqliÍferos, 100 A forte vocação agrícola da região faz com que o uso de fertilizantes e defensivos se transformem na fonte de contaminação, potencialmente mais séria dos aqbfferos. Atualmente, o uso desses produtos aínda é pegueno, entretanto, com a Þossibilj dade de disseminação de projetos de irîigação de pegueno porte, esse perigo torna-se iminente. No QuadÌo V - 6 é mostrado osprin cipais defensivos agrícolas e seus respectívos tempos de persls. tência no solor segundo Higgins e Burñs (1975). Esses produtos, quando Iançados ao solo, sofrem naturalmente degradações e decaimentos em suas concentrações, através de processos como a fo to- de compos ição , oxírreduç ão , hidr6lise, adsorção, decomposição mícrobiológica, .etc, Nos terrenos cárstlcos, pelas condlções já abordadas, o tempÕ de trânsito de uma sul:stâniia dissol,vida na água, até atingir a zona saturada é bastante rápido, evidencían do a possibilidade de contaninação. os perj-gos de contaminação por óIeos e graxas originá rios de postos de gascrllna, máquinas agffcolas e dos inúmsos æ¡ juntos moto-bombas acionad.os a dÍese1, é constante. A qrande maiGría dos poços tubulares são instalados com bombas acionadas a mo tores diesel. Constatou-se em campo que, vla de regra, o óleo Iubrificante queimado, proveniente dos motoresr'é Iançado nas proximidades da boca dos poços. Estima-se que cerca de 60È clos I.300 poços exlstentes na área são inst.al,ados com conjuntos moto-bombas aclonados a 6leo diesel. 3- CARACTERI ZACÃO HID 3.1 - ComÞortamento Geraf ' À caracterização hidroquímica dos cársticos BambuÍ na chapada de lrecê resultou dos dados oriund.os de cerca de 244 anáÌises guírnicas de água de poços tubulares. Destas, 10 foramde poços Ìocalizados nos quartzitos chapada Diamantina e as demais dos calcãrios BambuÍr sendo 25 provenientes de 2 únicos poços des tinados ao estudo da variação hidroquÍmica com a profundidade, As análises foram realizadas nos faboratórios da S\IDENE t0l QUADRO-V.6-FAIXAS DE PERSISTÊNCß DE PESTICIDAS NO SOLO -----DDT -----Dieldrin ---- Aldrin -----:;;;t"o'o"n'o.. --------__ __ -------- -PcP -- _- _- :: ____ S : ::_ _:::_- _---- imozin Fenuron I ;: ïi;^ Monuron e Phorote ------------ - Copton --*- MCPA ----- lca ----- Dolopon -------Amitrole ------ [4H ----- No bom --- CDA A ------Endothol --- - 2,4. ù --- DNOC '- - Phosdrin --Molothion t2 5 lo 20 50 Semonos Fontê; HiOg¡ns € Burns ( 1975) e do CEPED - centro de Planejamento ciência e Tecnologia da Secretaria do Ptanejamento do Estado da Bahia. os dados foram ini cialmenl,e tratados através dos programas - SPSS - Statistical Package for the Social Sciences (I975) t e SYMAP - svnagraphj-c Mapping System, implantados no laboratório de Computação do Cen tro de Pesquisas de Águas Subterrâneas da Universidade de São Paulo. constam destas aná1ises deterninação de todos -os comÞo nentes mgiores, qual seiam: Ça2+, Mgz+, N.*, x+ e co! , Hco3_1 cL-, soi, No3 e No2 , além da condutividade etétríca, ph, dureza totaf, STD. As análises realizadas no IaboraLório da SI]DENE foram provenientes dos projetos - Estudos de Recoirhecimento e Hi drogeológicos para Aproveitamento Integrado da Reitião Central da Bahia - SUDENE/OESA (1975), e Inventário Hidrogeo,.6gico Básico l I \02 i t: i ] do Nordeste FI . 24 - Brito Neves (1972). I I Uma das caracterÍstÌcas fundamentais das águas subter râneas dos cársticos Bambuí na chapada de Irecê ê a qrande vari ação na composição gufmica de um ponto para outro da área' Sabese que este comportamento está subordinado. aos fatores climatológicos e geológícos, entre estes: a composição químÍca da rochra, Matthess (Ig82) t e as condições locais de recarga e circulação subterrânea, conforme tratado no item 3.2 a seguir: - 7, ê mostrado a composição química mé"d.ia e os respectivos valores extTemos dos pr'ÍncipaÍs ccmponen te s das águas subterrâneas Bambuí, na chapada de Irecê, cuja característica fundamental- são os valores extremos asSumidos por ca da componenter inclusive os nitratos'que aprêsentam em muitos Io cais valore" unot*ul*ante elevados' No Quadro Y As relações iônicas dominantes são do tipo rcl>rHco3ì t rson (42'83) 'è rca > rMg ? rNa (88%) ì (45?); til rHCo. rso,4 ' 4J rMg ? ¡g¿. rl¡a iloz)i rNa > rca ì rMg (28)' Nos quartzitos Cha pada Díamantina das l0 (dez) amostras analisadas ' encontlamos sem pre as relações: rHco3 > rCI > rSO4 e rca > rMg. > rNa' componentes princi QUADRO V - 7 - Valores extremos e médios d.os pais das águas BambuÍ - Chaoada de lrecê' VALORES EM mg,/ J- MÁX IMO ^¿+ 4. 500 ,0 tqq' cl-_ 768,0 t. 20 5,0 96,0 8.770,0 SO; 1.659,0 UA Na ' + K' ) HCO2NO^ J DUREzA (CO-Ca) J STD 898,1 132,0 2. 878,0 28.054 ,O M 1N I '4,L 4,8 4rL MO MÉDIO 2r5 tO 67,6 80,4 I'l 4,0 9rO 305,2 L42 t8 359,5 0r0 245,0 882,0 289 ,0 1.445,5 L2 ,89 r i ", t, i l , r03 Considerando-se separadamente nos cársticos a pa'rte nor te da parte sul da área, e stabe lecendo- se como l-ímite a cidade de Irecê, tem-se significativas diferenças nas relações iônicas, conforme mostrado a seguir' (ouadro V - 8). QUADRO V- Relações Iônícas das Águas Subterrãneas Bambuí chapada de rrecê 8 NORTE DE SUL DE IRECÊ IRECÊ rcf>rHCO3ìrSOn 12 t9Z rCl>rHCO,?rson 35 | 0? rHco3>rcl>rSO4 18,92 rHCO3>rCl>rSOn 5L,42 rca , rMg ì 75,52 rCa>rMgìrNa ol 18,93 rMg>rCa?rNa rNa rl4gtrca?rNa lq 5,8B Tsso mostra o caráter dominante dos cloretos sobre os bicarbonatos ao norte de lrecê, aparecendo também o domínio do magnésio sobre o cálcÍo em 18,9? dos casos. Já aô sul, os bicar bonatos tornam-Se f rancament.e dominantes e o magnésÍo Predominando sobre o cáIcio em apenas 5f8g dos casos. Nas zonas próximas aos contatos com os quartzitos Cha pada Diamantina, as relações dominantes são do tipo rHCO3 > rCI ì rson (68%), e rca > rMg ? rNa (90,9?), evidenciando a interfg rência das águas dos quartzitos sobre as águas do Bambuí / sob a forma de mistura. Através do diagrama triangular de Píper, (Piper,l944)' foram plotadas todas as águas provenienÈes dos cárstÍcos, inclu sì-ve aquelas situadas nas zonas de contato com os guartzitos cha pada Dìamantina (Fig. V - 22). Verificou-se gue estas águas clas s.i f icaram-se, predominantemente, como c loro- sul fatadas cálcicas ou magnesianas, (633), e bicarbonatadas cáfcicas ou magnesianas, da (37u ). Se anal-j-sarmos separadamente,a parte norte de lrecê parte sul, chegaremos às seguintes ,ioncJ-usões: ÛIAGRAMA EORES EM uE 7o DE PIPE MILIEQUIVAL€NTES POF dos Córslicos Bombu í a'A'gu6s dos Cdrsticos - zonos do conloto o. Aguos Fig I V.22-Ãgu0s dos Córslicos R Bom bu Í L lrRO:*':':-æ 105 Na fatadas parte norte, as águas se classifÍcam como cloro- sulcál-cicas ou magnesianas, ou mais precisamente são predo minantemente cl-oretadas cálcicas , (792'). As bicarbonatadas cáÌcicas representam (21t). ,Iá na porção sul, est.a relação se modi fica um pouco. o percentuaf das bicarbonatadas sobe para (35å), há um cerÈo aumento das sulfatadas, permariecend.o a predominância do grupo dãs c loro- sulfatadas cálcicas. As ãguas provenientes dos guartzitos e dos cal_cários situados nas faixas d.e contato, plotadas no mesmo diagrama de pl per, são mostradas na Fig. V - 23. Verifi-ca-se que as águas dos quartzitos classificamse predominan temente como bicarbonatadas cál"cicas ou magnesianas (703). As c l-oro-sulfatadas sôdicas representam (20?), enquanto que as c loro- sul fatadas cál-cicas ou magnesianas, (I0g). As águas procedentes dos calcários estão na proporção de 4IB para as bicarbonatadas e, 598, para as cloro-sul-fatadas. Estes percentu ais comparados com aqueJ-es da classificação geral das águas dos cárs ticos mostra urna certa inf luêircia das águas dos quartzitos sobre os calcários, restrita ãs zonas bem próximas. aos contatos. Visand.o-se estudar o efeito da profundid.ade , for am plo tadas no diagrama de Piper, (Flg. V - 24), se.tè amostras origi- nárias de diferentes profundid.ades, de um único poÇo,situado na localidade de Riacho, a leste de Irecê, próxino ao vaJ-e do Rio Jacarê. As anostras foram coletadas durante a perfuração e ã me dida que e r.an detectadas as entradas dtágua. De forma que, cada uma representa a mistura das águas até aquela profundidade, já que não foi utilj.zado nenhum disposltivo especial de coteta. A última amostra foi coletada na 48a. hora do Èeste final de vazão, Analisando-se o diagrama, verifica-se que as águas se clas sificam no geraI, como cloro- suf faÈadas cál"cicas ou nagnesianasf formando, entretantor dois grupos dJ-stintos, determinados especíalmente pelo comporta¡nento dos cloretos e dos sul-fatos. Para efeito de u¡na abrangência regionaliz ada, e s sas ob servações em um único poço tornam-se insuficlences para que se possa generalizá-las. Entretanto, algumas tendêncj-as parecembas I06 DIAGRAMA DE PIFEß . .. .:.:.ær=a-TÉoRES . - Aguos doE ó - Aguos doc ÉM 70 DE MILIEQUIVALENTES POR Colcórios - zonos dê conlolo Blcorboñçlodo L ITRO =:'::--:=:=.=: c¿1. cico ûi moqñ. ¡lo¡o Quortzllos cólè¡c sdd t co Fig V.25- Aguos dos Colc ór ios - zonos de contoto c dos I ._too E,corbonorodo quortzitos I 07 DIAGRAMA DE PIPER ,OO rOO .--- -.-Co - EORES EM Ì - .19 Pro fu ndid o.de . 2-: 3' 57- . DE MILIEQIJIVALENTES + NO r ---- - . ...* ' .-5 rOO POR Lq.n---_-.,-. -.2tm,...,....-..-.- ò ..32m-,.- -. -69. à 7lnì, - --....9A ò PQr¡ 14? ö 143m. .. ....31 4.:- ò ..19-....à... 70 Cl . .,-?--Q.o-m. - Bicorbonotodo c cd I' ico o! m09ne siono Te-llc - d e- .Ls4E-s Brcorboñôlod. sddi.. Fìg V.24- Poço de Riocho de composiçõo - VorioÇõo com o profundidode químico I i I I t I08 tante lógicas, devendo ocorrer de maneira freqh'ente. Assim, no primeiro grupo, aglutinam-se as águas até a profundidadè de 7L metros, (amostrâs It 2, 3 e 4). se caracterizam pelo domÍnio dos teores em cloretos e baixos teores em sulfatos. No segundo grupo, profundidades a partlr dos 71 metros, (amosÈras 5, 6 e 7 ), se caiacterÌzam pelo aìmento brusco nos teores de sulfatos com baixos teores em cloretos. Os bicarbonatos dlminuem gradatÍvamente com a profundidade e co¡n o aumen¿o dos sulfatos, passando do primeiro ao segundo grupo com a mesma tendência. Em verdade, examinando-se as anáIÌses quÍmicas dos poços corn profundidades de 90n ou superiores, verificou-se que a grande maioria delas pros suia teores em cloretos, rel-ativamente mais baixos e que osmais altos teoïes em sulfatos es tavam sempre relacionados a esses po ços. Quanto ã tendência de decréscimo dos bícarbonatos' nem sem pre foi constatada, . fato este observado somente nos poçÒs con te ores mais elevados em sulfatos. As justificetivas para estas .observações residem no fa to de ser os cloretos de. concentração preferencl-al através de fa tores cLimatológicos, cuja maior inf l-uência situa-se nas zonas mais superficiais, de recarga direta do aqlrf fero. Os sulfatos e bÍcarbonatos estariam relaclonados dire tamente con a composição mineralógica da rocha. Teores mais ele vados ern sulfatos estariam subordinados à presença de sulfetos, de ocorrência comum na área (.lvlisi ' 1973 , 78 t 79; rnisi e Souto, 1975). 3.2 - L rnfluência, dos Fatores truturai s .Á,gua, Rocha e Elementos Es- A composição quimica das águas subterrâneas dos cársÈicos Bambui na Chapada de trecê apresenta grandes varíações de um ponto para outro co¡no tambê¡n com a Profundídade. Este compor tanenÈo está subordinado aos fatores climatológicos e aos fatores geológicos de arnpJ-itude regional e localizados I que interage.m produzindo seus efeitos sobre a composlção quÍmica. os fatores climatológicos atuani sobre a área sem gran l t 109 des variações, exceto naturalmente a água, aquÌ entendida como as precipltações pJ-uvior.étrlcas que apresentam alguma variação significativa para os processos de carstfficação, sendo igual_ mente importante para o corportamento hidrogeoJ-ógico, inc ruindose a salinização. LogÍcanente que nos processos de salinização esses fatores nunca atuafn isoladamente. Dentre os componentes quÍmicos mais Ímportantesro clo reto é aquele cujo mecanismo de concentração está mais dÍreta_ mence dependente dos fatores climáticos, ,fá vimos que este cog ponente obedece ã relação rCl>rHCOrìrSO4 en 72,98 das amostras âo norte de Irecê e em 35å ao sul-, acompanhando a tendência in_ versa de variação das precipitações, conforne,mostrado no mapa de isoietas anuais, (Tlg, II - l-). Ou seja, maiores côncentra_ ções de cloretos ao norte, O mecanisno de concentração dos clo retos está díretamente reracionado ã taxa de evaporação ou inversamènte ã taxa de infiltração, no caso dos calcários I forte_ mente influenciada pela presença das f e.rma s de absorção cársti cas. Estas variam de norte para sul , já que também dependem das taxas de precipitações, conforne abordado nos Caps. IV e V. Lo_ calmente, concentrações anormais em cloretos estariam associadas a problemas de circulação subterrânea deficientè ou por focos de poluição, não muito coñuns na área. Quanto aos ions Na+ e K+, que se apresentaïn entre os ions rnaiores, em valores pe.rcentuais bem mâiS baixos I teriam o_ rigens e recanismos príncipais de côncentração similares aos dos cloretos.e secundariamente da dissociação de feldspatos, que a parecem nos cálcãïios sob a forma de impurezas. os teore" KT "* sâo sempre Jnenores do que o Na+, provavelmente, en decorrência dos .necanismos de rernoção seletiva d.este ion, cono as trocas de bases, adsorção pelas argilas e absorção pelos vegetais (Szikszay, t98r). Os fatores relacionad.os à composição química da rocha e aos ele.mentos estruturais são diretamente responsáveis peJ_o com portamento dos ions caz+, Mgz+, HCor- e so42-, gue são provenil entes da dÌssorução do próprio calcãrio e séus ÌniûeÌais associa dos. Assim, as ¡naiores concentrações em magnésio estariam assoI I i I 1r0 ciadas à presença de nfvefs mais doLomÍtfcos. Apesar dos do]omi tos serêm bem ¡nenos soLúveis do que .os carbonatos nais cálciços, o magnésio tende a ser lnais estáveL do que o cálcio, permanecen do em solução por mals tempo, (Szikszay op. cit). Os sulfatoste riarn cono principal fonte a oxidação dos suLfetos, comuns na se qùêncÍa carbonática BarnbuÍ, conforme refêrfdo no item 3.f dest.e capítu1o. VaLores anormalmente elevados foran registrados,l.65g mg/l, ficando o valor médio em !42,9 mg/I, conforme mostrad.o no Quadro V - 7. A maior ou menor concentração na salfnidade total, es taria ¡oals dlretamente associada ãs condlções de recarga e circulaç.ão subterrânea, inti-naÌûente subordlnados a fåtores estrutu rais, Em especial , ã rede flssural e canais de dJ"ssolução cárstica que associados. às formas de abdorção são os responsáveis.r! retos pela renovação e c3-rculação das águas. à variação de saLi nização com a profundidade estaria ta¡nbêm relacj.ônado a estemecanismo, Conforme abordado no item 2.3.,"des!e capftulo, a maj.or permo-poros tdade do. aqùlfero cárstico sltua-se nàs faÍxas superiores da zona saturada, dùninuindo gradativamente com a profun didade. Dessa forma, as ãguas dos nfveís superi"ores circulam co¡n maior velocldade, havendo å6bim uma tendência ðe ¡naior concentração de sais con a prÖfundidade. n preåomin'ância de determina das relações Ìônlcas colnô rSO4>ïHCO3,ou rMg>rCa estaria subordi nada äs variações na composição gulmica da rocha, locälmente.Ou tros ions, não dependent,es dir€t,amente ila composlção da rocha, tenderiam a se estabil-12âr ou nesmo d.ecrescex coln a profundidade, É o caso dos cloretos re nitratos., cujo mecanis¡no de conçen tração se faz em superffcie. No caso d.os nÌtratos, verificou-sÈ.. nâ chapada de Trecê, concentrações de até I32 ¡ng/.I . Estes provêm do carrearentô de îat,èriat orgânico pâra o interlôr do aqtrif ero, facilitado pelas formas abertas de absorção, próprias do carste. Finalrenter os processos de mistura de águas de diferentes Índices de sal-inização e origens podem alterar a composi ção quÍmica em deteãDinadas áreas. E o c,aso da zona de contato com os guartzitos Chapada Diamantina onde se verifica ì.rna maior diluição das águas dos caLcárlos pel-as ãguas .dos quartzÍtos, de teoÌes salinos mals baixos. Essa infl-uência te¡û lugar especÍaJ-- __t rr I I ll1 mente, nas faixas onde exigtem maiores concentrações de grandes fissurañentos, se dlrigindo dos guartzitos Para os cal-cários. A figura V - 25 mapa de isolinhas dos teores en sTDr evidencia este efeitoi bem como uma ligeÌra Èendência de crescimento reglo nal da salinidadè 'total no sentfdo NNW e em manchas isoladas por toda porção central da área. Isto deve-se a Ëltuações. localizadas de bolsões de menor permeabl lid.d'., .oa renovação mals I.g ta das âguas subterrâneasr o que posslbilita uma maior concentração de sais. 3,3 - A Oual-idade das Águas e suas PossÍbilidades de usos A adequação de urna água a um determinado uso depende de seus constituintes quÍmicos e das condlções locals scb as guais a mesma vaí ser uti+izada. DaÍ as dliergências verifícadas nos tinites estâbelecldos nas normas de usos em diferentes organiza ções no mundo. Asslm, por exemplo, a norma ABNT estabelece como limite máximo de cLoretos para consumo*4xu¡nano 3 250 ng/Ir enquan to que a norma da o¡g. Mundj.al de Saúde estabelece3 600 mg,/r. região cárstlca da Chapada de rrecê, a população de pende necessariamente das águas subterrâneas' IÞra o consumo hu mano, animat e para Írrigação. Istof em função. da irregular plu viosidade e da carência de outros mananclais. As drenagens nos calcários t,ornam-se de natuïeza subterrânea e a construção de barragens parir a formação de reservatórios súperficiais é tarefa tecnicame::te compltcada. Na sÍntese das possibilidades de ufos das águas subterrâneas para o consumo humano, ani mal e agrÍ?,o1a, asslnalândo-se a constante possibíIldade de con taminação ì."rr. *.t"tciaL em função da crescente atividade huma na e da gri.nde vulnerabilidade do agtrÍfero cárstico. Sl:.rá apresentado a segulr, uma I i ico-NSUMo HII¡IANO E 9os R das características fundament{ís das águas dos ter renos cá: llÈicos é o seu elevado teor em det(lrminados componentes como a d.r..' eza e os bÍcarbonatos, proven.ient,is da df ssolução da , Uma 't I ! peq ¡_E6EdD4 /, é. .Ií' * O r$oLTNHAS (ms/t co N ) ÎATO LITOLdGICO ORÉNAGEM E STR ADA CIDÀDE !.¡o l(c liõEl Grupo Bor¡buí I tnotvtto, lÞãql Gr,:po Chopodo (qr.¡orlzitos \çç P€B DiomonÌino lRÂou^R^ F. ) o cocÍ FisV.25 - NnPn DE ISOLINHAS DE ( Dodos em mg /L ) STD lL3 rocha. No Ouadro V - 7 ê apúesentado os teoües máxlmos, mfnimos e médios dos principais componentes nas águas subterrâneas da chapada de lrecê. Considerando-se os lj¡ltes de potabilidade, mostrados no Quadro V - 9, (ABNT e O.rM.S.)" verifi.oou-se quer emmuitos lo caisf as águas apresenta¡n um ou mais componentes aci¡na dos limi tes estabelecidosr especl"àfmente no que se refere à dureza e STD. Valoïes bem maÌs batxos fofam encontrados noÊ cársticos Bambuí do JaÍba, Minas cerals (siLva, 1984). ProvavêImente em decorrên cia da maior pluviosidade naquêIa área. Observou-se na Chapada de Irecê que a.grande ¡iatoria destas águas são utilizadas para o consumo humano, salvo, naturalmente, aque.las de teores excessiva¡nente elevados. Nó que Ée refere ao consumo ani¡naf , pratica nente u¡na única amo,stïa apresentou llmites de sallnlzação inade quados aos rebanhos, (poço tubutar da Localidade de AIto Bonito da Quixabeira - Municfpio de trecê). ' USO NA TtrR,IGAÇÃO A possibilldade de uso de una águâ para lrrigaçãö p'-r':. de ser avallada através do ¡ttétodo estabelecldo\pe 1o "u.S. Salini{ Laboratory" que se baseia no cQncelto da razãQ de absorção de só dio, SARf que nada mals é do que a proporção de sódto em meq,/l" divldida pela ralz quadrada da ¡netade da Eoma de cåIcio e magné rNa* SAR O SAR estabelece os riscoE em sódio. A cfassificação geral é feica através de um gráfico onde é levado em conta aIém do SAR, a condutlvidade elétrica ou a safinfdade total,conforme mostrado na Fig. v - 26' As águas são dividÍdas em categorias, em função do risco de sódio e de safinização. O sfgnificado de cada categoria é mostrado no Quadro V - f0. As águas subterrâneas dos calcários da Chapada de lre apresentam batxo rlsco em sódto, conforme mostra a Fig.V-26' cl-assíficando predominantemente na categoria casf - ãguas de 114 QUADRO .V-9 - LIMTTES DE POTABIT.¡IDADE MIJNDIAL DE SAÛDE. COMPONENTES ABNT-PB- O,M.S ORG. Perln:is- Ll}i]DÀDE Ð{cessivo sivel- clado E Quad.ro Resumo 19 Tlolerailo ReænÊn- - SEGUNDO ABNT ms/r FfSTCOS odor Inobjetável rnoUletáver Sabor 10 15 côr lurbidêz 30 5 .50 5 25 siO, QUfMTCOS ph,de saturação ph 7'L8's 615 - gr2 Dureza Tota.l 100 200 Sól-idos Tþtais Cl.oretos 500 1.000 500 250 200 600 c1- 250 200 .400 so¿ Sul,fatos 1 ; Nitratos .500 io ' Ferro. l,lagànês ' (-â 125 1ro Itg' ,2 Fe' ,2 0,3 0,3 0r1 0,1 0,5 Mn' ,2 0r7 1,5 115 1,5 F- CtrlJnbo 0,05 0,1 0r1 0,5 Pb 3'0 1r0 0r1 0,02 0 0,01 Cobre 0 ,05 ,2 200 Fluor Arsênio _2 No.- Limitado p/Dureza CAIC IÔ Maginés CO3 C.a L2 ,2 L'tI ,05 As' 0,05 15,0 0,05 0,002 (.r 0 Crc[rÞ Hexa, a- Iente ztt\co Selênio Fenois * 1 ,05 5,0 5r0 0 0,05 ,05 0,001 I t 0,001 ,2 Zn' Fenol I Teores iiiferiores a 45 mg/! de No3 i I I I I ti I i Ij {40 164 roraL FigV.26I Diogromo APRoxrMATlvo DE de SAR - la4¡ SAlS DlssoLvlDoS EM mÈ/ I Clossificoçõo dos Águos poro irrigoçõo dos Co lcó rios Ì ì I 116 euADRo v:10 - E sAr-,rNrDA- DEFTNTçÃo, DAS cA[EGoq{As']ÐÉ:górTo DE Do GR"AF.ICo Do SAR. Irogan, 1'96,5). sï CATEGOR]Å G {Extraf¿o e adaptado de N I E ï C,A, D O riailniilade. 'Pode ser utilizada para Írrigar a rnaiorl-a dab èulturas e so1os. Baixo risco de sallnização. .Água com salinidade Mééía.. Pode ser utillzaÃgua de baixa c2 da .,en soLos. modêradamente perdreâveÍs . L^ J c4 Água de, .alt¿ saliniólade. Não d.eve ser zada erh sofos com drenagelil defÍclent.e. Ãgua d,e muito .aLta.. Não s'allnidade para trrlgdção util-i- adequada comum.. c-5 Água de sallnidade excepcionalmente prestáveJ- para irrigação. s1 Água de baixo teor al-ta, Im em sód.1o. De uso normal em qualquer tfpo de solo. s^ ile canteúdp m6.il1o ,em ,sédXo, Pode ser usa da em solos de boa permeabiildade e textura. Âgua qom alto .conteúdo em sódio. UtiLizáve] ' sóñe¡rte em- rg.o¡rrl*çõçs restrílasr. Água . s.J s4 Água com .conteúèo r.aLmente. mu.1'ùo .eLev-ado em sódÍo lnsatlsfatória para irrigação. . ce i ri1 117 alta salinldade, baíxo risèo em sódJ.o, utiflzáveis sol-os de boa drenagem. A segunda cat€goria mals représentada cns, - á9uas de salinldade muito al.ta, b.àixo risco em s6dto, não adequadas pa ra irrigação normal . em Ãguas classtficadas na caÈegori" 9¡Sf vêm sendo normalmente utl'lizadas em pequenas PToJetos de irrigação na área, sem naiores problemas. No Íäpa da Fig. v - 27 é ¡nostrado o zone amento da qualldade das ágùas para uso na frrlgação. observa-se que as ãguas de categorias.mais elevadas (CO) concenÈram-se sob a for:na d,e manchae, na porção norte da área. Estas águas devem ser eviLadas para a lrr'lgação, peJ.o perlgo ile salinlzação dos so los , que representam. I lì t I lt8 peB Ø 17^ @ :, %bA V poq cSsr , @*" P€B -4 ØJ ("\ w-",", -'"^'^^^Ø\5i P€q c3st /A (/f,cest Y2 LE6E t-¿rdrl ZSO ¡{mho l-{,.]T1 zso - 750 I c¡sr I DA 75O /cm qmho - 2.250 peB / ¡rmho x cm / cm fl"-7"12 z.zso - 5 ooo rmho / cm X lrñîl l-;;;-l l-ãl orupo Chopodo Diomontino 'Quortzitos ñ Grupo Bombuí co n 'indiviso dife - reciodos to'ro Gsotógìoo ¿b o Fig V.27 - 2rå 5,o 16 rO lz'ôxñ Mopo de Zoneomento de poro u 3o no lrrigogõo. Q uo li<lo de dos Aguos , CAPITULO Concrusões e VI RrcouF_lg¡lgEg 120 A compreensão e avaliação do complexo contexto hidrogêo lógico de um aqbSfero cárstico está na dependência do entendimento dos processos de carstiflcação e da avalÍação do est.ãgio evolutlvo atual do chamado aÞarato cársllco., Nesta Linha de ra ciocÍnio foi desenvolvldo esse trabalho, permitindo se estabe] lecer irnporgantes conclusões: a) - Na Chapada de Irecê, pode-se vlsualizar o comportamento de cada um dos três fatores fundamentais do processo de carstlflcacão: água, compos j.ção quf mica da rocha e elementos estluturals. Aáguaé re presentada pelas prectpitações p,luvlornétricas, t.em sua dlstribuição espaciäl varlando em volume de norte para sul e borda lesle. Com maiores ÞreciÞi tações ao sul e na borda leste, aparecendo toda porção central e norte corn orecipitacões iguais ou inferiores a 600 mm./ano. A rocha não apresenta grag des varíações regionais na sua conposlção quÍmic4 seu efeito se faz sentir de maneira local-izada.No quadro estrutural I destaca-se como principal feição a malor intensidade da rede fissural na porcão central e sul da área, tornando-se bem mais rare feita de lrecê para norte. resultado da integração destes elementos, te mos, na área, un carste pouco desenvolvido em toda porção norte, um uma f ase evoluti-va jgyg;!! r S voluíndo gradativamente em direção sul . Na reqião de Traquara, extremo su1 da área, ocorre um carste já en fase madura. O mesmo acontecendo na bol da oriental, por éfeito, DrinciDalmentef de maíores preeipitações e da contribuição sr:bterrãnea dos quartzitos Chapada Diamantina. Como b) - O comportanento hidrogeolõgico geral- ajusta-se r]er feitamente ao quadro evoluÈ j-vo do sistema cárg L2l tico, quer do ponto de vista quantitativo, quer do ponto de vista qualitativo. Dessa forma,tem-se, na porção norte, um aqllf fero misto, cárstico/fissura1, com a inf l-uência cársÈica evoluindo gradativamente no sentÌdo sul e borda oriental. Ajustando-se perfeÍtamente a este guad.ro, temos as condições de recarga, ctrculação e arma2enamento. c) - Da avaliaçãp das potencialidadeÈ do aqllifero,conc1ul.u-se por sr¡âs fracas condições de armazenamento e sua condição de aqllífero de natureza livre .e pouco profundo. Nestas circunstâncias, reveste-se dê importâncla especial o confiecimer¡to de suas reservás reguladoras. Dessa maneira, a partir das variações dos nÍveis potenciomêtricos, do conheci mento da porosidade média da zona saÈurada e da aná11se dos mapas de feições cársticas superficials, estFbeleceu-se uma têxa rnédia de recarga da ordem de 3,98 das precipitações, ou 223,206m, /ano, o gue corresponde a uma taxa especf f.ica de 23,4.103m3/ano/km2, o que representa a reserva' re guladora. O volume da demanda, avâIlada para o ano de 1981, foi da ordem de 3,22. 106m3/ano correspondente a 1t462 da reserva reguladora esÈimada. A utilização d.as reservas subterrâneas pode ser melhor otimizada, levando-se em êonta o conheci mento da existência de zonas de naiores potencia lidades, concentrad.as em áreas preferenciais,normalÍr.ente de mai-or carstificação e de convergência de fluxo subterrâneo. Estas zonas concentram-se I no extremo sul da área, ao longo da faixa de contato l-este e em manchas isoladas, como a situada nas proximidad.es de frecê se alongando para sul. d) - Do ponto de vista qualitativo, uma das caracterís tiaas das águas subterrâneas Bambuí na Chapada de Irecê, 6 uma grande variação na composição qufmi .. -...-. .l ,--..-..,..-.. -.*¡t-ls I r22 ca de um ponto para outro da área. Analisando-sel os possiveis fatores que governam este conporta mento, chega-se obviamente .ao nesmo quadro dos processos de carstificação, com as águas tendendo a variar em salinidade total'de norte para sul, Maior concentração em cloretos ao norte' indicando forte influência dos fatoreslclimáticos e influências localizadas relacionadas com a composição quÍmica da rocha e/ou maior ou menor perrneabi lidade re lac ionada, muitas vezes, a fatores estrutu I rais. e) - referência ã prática de prospecção e implanta ção das obras de captação, vale ressaltar a carac do terística de heterogeneidade na distribuição potencial subterrâneo' que ocorre , sobretudo , em zo nas mais carstificadas e/ou fissuradas. Nessas circunstâncias, certos aspectos e Práticas são im portantes: as falhas e grandes fissuras se transformam em zonas preferencíais de carstifícacão e circulação hÍdrica. Estas estruturas são refle€id.as em superficie através de feiçõ'es rnorfolÇgicas tÍpÍcas, como o alínhamento de do.J-inas, vales cegos etc. Nas bordas destas estruturas, deve-se Io car os poços, em especial para o Ponto de cruzamento destes a1ínhamentos' quando existentes. No caso d.a não existência da carstificação, a estrutura se ref l-ete em superfície,através do fraturamento das rochas. Neste caso o comportamento deve ser simiLar ao uÈílizado nos aqllÍferos fissurais. Nas locações com base em estruturas cársticas como dol-inas, úvalas' vales cegos etc.' deve-se evitar Õ fundo da superflcie de afundamento. A Iocação deverá situar-se na borda da estrutura. Este procedimento representa grandes vantagens operacionais e de custo, pois perfurando-se nas bordas,eviÈam-se as zonas de maior decomposição da rocha, de perfuraçâo probtemática; diminui-se a quantidade de revestimento e o uso eventual de ma com I I l 1 123 1 vista operacional'e vf t.am-se os inconvenÍentes d'o s alaganentos periódicbs, aLém do bombeanento de materials em suspen terj,at filtrante. Do Ponto de são ' f) - vistas às possibilidades de usos e Preserva ção do aqtlffero' em função das disponib i lidade s ' de reserva e qualidade de suas águas, ao nível do nosso conhecimento atual, pode-se esÈâbelecer: Com pecuário - As águas vêm sendo larga mente utllizadas sem grandes restrições ' PraÈica-i mente, nenhu¡na restrição ao consumo animal' Contu do, algumas restrições em áFeas localizadas ' pode se verfficar quanto ao consumo humano, especial mente, 'em função dos altos teores em dureza total ' cLoretos ou eventualmente de nitratos ' Nos longos perfodos de estiagen, as comunidades de maior por te sofreni restrlções no abastecinento pela queda de vazão ilos poços, decorre'nte de baixa capacldade de armazenamento do aqtlf fero' uso humano e. Uso na Irrigação - As águas subtèrrâneas vêm sen do lar.gamente utlllzadas en Pequenos projetos de irrigação. É baixo o risco em' sódIo, entretanto ' muitas ágluas são inadequadas para este uso,em fun ção dos altos teorês em SDT ou mesmo peJ-a presença anormal Cle. Sulfatos. As maiores restrlções estão na reglão ,norÈe e 'noroesùe dF área, onde apareeèm a aalor quanÈidade de águas c]-assificadas ' na categotrla 6n do dlaErama do SAR' Ém função das balxas resefv.as, pode-se afirmar ser impossível a sendo ímpl-antaç.ão 'ile Proj.etos de grande porte ' prátiéa comutt .'na área os Pequenos Pro j etos com 4 a 6 ha. ' PreserYaçFo - No que se refere à prática de preservação, pode-se aftrmar que os aqtlíferos cársti cos em decorrêncla cle 'suas formas de recarga à i _a 124 base de fendas, sumidouros, dollnas etc., que são formas de absorção abertas, as águas não sofre¡n os efeitos da f,fltfação natural,, comuns nos aqüÍferos clásticos ou de porosidâ.de Íntersticlal. O mesmo acontecenilô em subsuperffcie onde E circulação se faz atravé.s de fendas e canais de díssolução. Os agùfferos são assfm considerados' de aJ-ta vulnerabilidade. Autil-ização de defensivos agrfcolas e a dubos guÍmJ.cos devem ser evitados. A instalaçãode unidades industriais e postos de gasolina deve sem pre ser precedida de medidas eËpêciais e seJnpre que possivel evltada. Os dejetos domLciliares das comunidades, êspecialnente aqueles de maior porte, não devem ser lançados díreta¡nenté a cêu aberto ou injetâdos no aql.rÍf ero I sem um prévio tratamenco. g) - Faz-se necessário um malo:i det,äIhaaento nas inves tigações hJdrogeol.ógicas na área, especialnenteno que se refere às reServas ê comportamento das recargas . Recomènda- se como pontos vltais e¡n um novo programa de pesquisa as segulntes Ìniciativaqs . - leclmento de umä rede de poços de observa ção, em número !ûfnimo de 20, a serèn operados por um perÍodo mfnimo de 5 anos, com mèdidas mensais de nfveis dìrrante o perfodo de eetiagem e quinzenais no per.Íodo chuvoso, incluindo-se contïofe da evolução na gualidadè d.as água6. Es t,abe Estabel-ecimento de um programa de determinação da porosidade nâ zonã saturada e em eËpecial na zo na de fl-utuação sazonal . O eomplexo problerna rela - cionado ao balanço n'í.drico nos ter.renos cársticos, com o es t.abelecfmento de reservas e controles de recarga.s, pcde ser dÞIarÞnte facllltâdo através de estudos da por"osidade. ao¡edtt#.se que.atralés de nÉtodos geofÍsícos, possa-se eguacionar o pncbl-ema .óom.¡lafor facilidade, ;! ,i i 'x r25 I I 1 CAP I TULO RerenÊnLlrs VÏI Blst-locRAÉicRs 126 G. E KAWASHITA I K. - ]-976 - Dètermlnação da Idg de do Grupo eanbuf pelo método Rb/Sr. rn: congresso de Geologia, 2I, Curitiba, 1976. Anais. São Paulo,SBg p. 2I4-2I7. A.[.4ARAL, ANÐREA, R. - 1962 - chuvas na Bahia - DNOCS. Salvador, J.J.R. E COSTA' M.T. DA - 196I - Roteiro da Excursão BeIo Horizonte - Brasflia. cÕngresso Brasilei ro de Geol-ogia, 14, Belo Horizonte" Roteiro das E*- BRANCO, J.C. - I9IO - The {ombador Escarpment in the State of Bah.ia, Bïasif. Am.Jour. 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