DE SÃO PAULO
^
INSTITUTO DE GEOCIENCIAS
U N!
VERSIDADE
PROCESSOS DE CARSTIFICAçÃO E HIDROGEOLOGIA
DO GRUPO BAMBUI NA REGIAO DE
IRECÊ
ARI
BAH IA
MEDEIROS GUERRA
Orientodor: Prof. Dr. ALDO DA CUNHA REBOUçAS
TESE DE
DOUTORAMENTO
Areo de Concentroçõo: GEOLOGIA GERAL E
Sõo Poulo
1986
DE
APLICAçAO
äönoooouooo
¡\r
/'
q___u__ x__
LTSTA DE FTGUFÀS E
Á__e_J___g.
ÀNEXOS
LISTA DE QUADROS
RESUMO
ABSTRACT
l.:
ì,
!-r
I
\ f))?L/
.
V
Viii
ix
X
ÇÀPlrulq-l
INî
RODUCÃO
r-ru
¡-
2
4-
2
rocAt"IZAçÃ4._!À_ÁEEÀ
2
&9_!¡J¡A_Ia4oÐo!0GJÇo
4
AGBÀDEEJMENTqS
5
l
qaP,:la!t4:II"
EITEMENTOS F]SIOCL
1-
2
-
ELEMENTOS CLIMÃTICOS
I
I.l - P luviometri a
1,2 - outros Dados Cfimáticos
l. 3 - Os Tipos de Clima .
I
I
T2
EJTLI9çBA:q.Þ
L2
2.1 - A Rede de Drenagem
2,2 - Morf.ologia ,
L2
L4
I
l
CAPÍTULO II]
OUADRO GEOLÓGICO
1
-
2-
15
çqllElqER4!çqEq
cERArs
16
LT TO -ESTRAT IGRAF I A
16
2.1 - Grupo
16
Chapada Diamantina
.1 - Fornaçào Tombador
2.1 .2 - FormaÇão Caboclo
2.1.3 - Formação Morro do Chapéu ...
2,1
2.2-OGrupoBambuÍ
19
19
20
)1
.2.1 - Caracterização ceral
2.2.2 - Feições paleográfrcas e pa_
I eoamb.ientai s ...
2.2.3 - O Grupo BambuÍ na Chapada Dl
2
amant i na
2.2.4 - Conslderações sobre a
21
,q
l
I
26
l
j
:
dos Depós l tos Carbonatados do
crupo Bambuí na Chapada de I
recê (ee) e seus Amb j.antes De
3CAPÍTULO
.t
29
ESTRUTURAL
31
TV
FUNDA¡4ENTOS DOS PROCESSOq DE CARSTIFICAçÃO
1-
GÊNESE DOS CALCÁRTOS
...;
...
I
t
Gênese
posicionals
I
36
iii
2 - os
ao
PROCESSOS DE CARST]FTCAçÃO
2.1 - Considerações Gerais
2.2 - Os ELementos Integrantes do processo . . .
2.3 - O Fenômeno da Dissol-ução ...
2.4 - As Formas de Absorção
2.5 - A Evolução Cárstica
cAB4çTE8fSTrcAS HTDROGEOLóGrCAS
- '----------_.__..:::-_
38
38
39
4¿
DO SrSrE_
MA CA.RSTICO
3.1 - ,\spectos Gerais
3.2 - -nfluência dos Fatores Geológicos.,
3.3 -.\s Formas de Circulação Cárstica ..
3.4 * ,ls Zonas Hidrodinâmicas e as Formas
,le Surgência nos Aqlliferos Cársti)os ...
3.5 - (lomportamento HidroquÍmico ..,.....
3.6 - ;rspectos do Balanco Hídrico no Sís--ema Cárstico ...
CAPfTULO
44
45
47
49
50
V
QUADRO r{ÌD]{OGEOLÕGICO DO BAlvlB
IRECÊ
U
f
NA REG IÃO
DE
. BAìIIA
1 - OS PRO(IESSOS DE
CARSTIFTCAÇÃO
1.1 - r) Elemento Ã.gua .
1 .2 - t t El-e¡nento Rocha
()a .,.
Cornposição euímÍ
53
iv
.3 - Os Fatores Estruturais
1.4 - O Panorama Cárstico Resultante ....
1
2-
CONDICIONÀMENTO HTDROGEOLóGICO
62
7I
..
72
2.1 - Aspectos cerai s
2.2 - Potenc iometria
2.3 - As Variações dos Niveis Potenciométricos e as Recargas .,.
2.4 - As Potencialidades Hidrogeol6gicas.
2.5 - Formas de Captação . . .
2.6 - Aspectos da Vul-nerabi I idade e Preservação do Aquífero Cárstico .... ,
3-
CARACTERTZACÃO
HrMg4
3.1 - Comportamento ceral .
3.2 - A Influência dos Fatores Á.gua,Rocha
e ELementos EsÈruturai s
3.3 - A Qualidade das Ãguas e suas Possibilidades de usos
CAPITULO
72
75
79
86
95
99
I00
l0
rl
t08
11,
VI
æ\çryÕE€=:_E_ jECAs!!q4Ç!ES:
IIC'
CA.PITULO VIT
t
REFERÊNCTAS BTBLIOGRÃFICAS
L2!
LISTA DE
1
tr4apa
II.
1
Mapa de
.l
.
:l
i.L
r1.l
rl.r. l
trt .
IV,
IV,
IV.
3
Isoietas anuais
Distribuição Pluviométrica em Irecê - BA . '.
l'1àpa d.os ti,pos de climas do Estado da Bahia - CorLrparaçåo das colunas estratigráficas estabelecidas para a Chapada Diamantina
Ãrea de ocorrência do Grupo Bambui nos Estados da BahÍa, Minas Get:ais e Goiás
tiì
r_r.r.
ANEXOS
de Situação da área em Estudo
I.
ì.
FIGURAS
1
ito*estrat igrafia clo Grupo Banbui
Coluna Estratlgráfica do Grupo BambuÍ na Bor
da Leste da Chapacla de I recê - B.A .
Diaqramas das Direções de Fraturas ...
Gênese . .åt.rcão dos calcários ...
2
Evolução .das formas de absorção
4
5
3
L
13
17
22
23
¿o
34
3'7
6
1
1
46
llctLurctLtcts
46
Fendas nas cristas dos anticlinais, com fechamento em profundidade .
AnLiclinal com carst.if j.cação nos flancos ...
48
Mapa de
isolinhas dos teores
em CaO
l
.
InfIuência das faÌhas ou grandes físsuras nos
prÕcessos de carstificação, recarga e cirOcorrõncia d.e intensa carstificação em zonas
IV
v.
10
lj
---1-=^
cu'Lctçctu
't'J
9
48
nos caÌ-
^-a--:IU5
UC1!
60
Superfície de tendêncía de grau 4 dos teores
de cao nos calcárÍos . ..
Diagramas das Direções das Feições cársticas
superficiais associadas a fatores estrutu
rais .
Foeos a, b - Form.rs de absorÇão prinárias .
"
6l
64
65
\/I
- Fotos a, b - Fendas ampLiadas por processos
de dissolução ...
6
- Mapa de densidade de fraturas ...
7
- Mapa de frequência de fraturas ..
I - Foto a - Campo de Lapiás: Foto b - fendas
transversais e paralelas aos pJ-anos de estra
5
\/
v.9
v. l0
V. I1
T2
t1
t4
15
t-6
I7
18
v.
v.
19
20
tificação
Fotos a, b -
.........:
Exemplos de sumldouros
.
66
68
69
1''
74
Mapa Potenclométrl co
77
Superffcie de tendência de grau 4 da potenci
omê tr ia
78
Fonte da Prat,lnha, em Iråguara
a) - VlHtå da safda
b) - Vteta do rl.acho formådo
80
Correlação entre vêrlações potenctomé tri oês e
prêelpftåçõeg. A - poço de SaLobro. B - poço
de Àahådo
82
€orrelação entrc var*açõee pot€nctom6trl eas e
preelpdtações. À - Poço Få2. Boa gorte. B Poço de SuelmådåB
83
Correl"ação êntre vårlåções potenclomét rl cåc e
precfpitaçõcB no poço de Varfante
84
entre vårIêções potenclomé tri
prcclpitações. À - Poço São Rafåel, B CorreJ.ação
cae e
poqo
Àmérlca Dourada
8Ii
Correl-ação entre varlações potenclométricas
preclpltações e evaporação classe A ......,.
8'1
de isollnhas de densldade de área cober
ta por feições cársticas superficlals ... .. .
9i
Mapa
de zoneamento da capacidade especffica.
Forma de locação de poços com base em estruMapa
turas cársticas tipo
dol lnas
q)
9B
vii
V. 21 - Forma de captação subterrânea através de sumi
douros de condutos penetráveis
V. 22 - DÍagrama de piper das águas dos cársticos Bam
buÍ . .
V. 23 - Diagrama de piper das águas dos calcários (zo
nas de contato) e dos quartzitos .
V. 24 - Díagrama de piper - poço de Rj_acho
V. 25 - Mapa de isolinhas dos teores em STD
V. 26 - Diagrana de SAR - classificação das águas dos
calcários para irrigação ,.
V. 27 - Mapa de zoneamento da qualÍdade das águas para usÕ na irrigação ,,.,
ANEXO
A - Mapa geológico da Chapada de Irecê
ANEXO
B-
Mapa de
feições cársticas de superfÍcie - Fo-
fha de Irecê
ANEXO
C-
Mapa de feições
tha de Canarana
ANEXO
D-
Mapa
cárstÍcas de superfície - Fo-
de feições cársticas de superfície - Fotha de Ïraquara
9g
t-04
106
107
Il2
ll5
llg
-
viii
LISTA
TI. 1 -
DE
QUADROS
Dados Climatológicos -"Estação Ctinatotógica
de Trecê
11
Divisão Estrat.Ígráfica da Chapada Diamantina
1g
V. 1 -
Dados Químicos de Águas de Chuva
54
V. 2 -
Dados QuÍmicos de Ãguas dos
V. 3 -
Análises Químicas das Rochas
5g
V. 4 -
Variação dos Níveis Potenc iomêtrico s .
76
V. 5 '
Dados de Evaporação
de Irecê - BA .
gg
fII.1
-
.
euartzitos .....
56
- Estação Climatológica
V. 6 -
Faixas de Persistência de pesticidas no Solo
t_01
V. 7 -
Val-ores Extremos e Médios dos
Principais das Ãguas BambuÍ
).02
V. I
-
V. 9 V. 0 '1
Componentes
Relações Iônicas das Ãguas Subterrâneas
Bâm-
buÍ - chapada de Irecê
1,03
Limites de Potabíl-idade segundo ABNT e Org.
Mundial da Saúde - Quadro Resumo
ll4
Definição das Categorias de Sódio e Salinida
de do Gráfico do SAR
r.f6
-----
-
-'*r
MO
Neste trabtrlho é analisada a evolução dos processos de
carstificação na secluência carbonática do crupo BambuÍ na chapa
da de lrecê (BA) , c<¡m.vistas a sua aplicação na elucidação dc
guadro hidrogreo Iógi(io resurtante, Nos processos de carstificação
for:am analisados bar;icamente os parâmetros água, composição qrrí
mica das rochas e e._ementos estruturais, como fatoïes fundamen_
tais na evolução do processo. como resurtado da integração destes fatores evldenc:ou-se um quadro cársÈico pouco desenvorvrdc
em toda porção nort(., evol-uindo gradativamente para sul e zona,
de contato leste conr o Grupo Chapada Diamantina, ond.e o carste
se apresenta em fas( evoluida de de senvo l-v imento , Ajustado a ,
este quadro tem-se ( comportamento hidrogeorógico do sÍstema a
qtlïfero, gue se apr€senta em toda porção norte como um aq{lÍfe_
ro cárstico/fissura., , passando a francamente cárstico na poï_
ção sul, e nas faixas de contato leste com os quartzitos do Gru
po Chapada Diamantira. Utilizou-se como base na avaliação hi_
drogeológica, as fej ções mor fo-e s truturai s de superfície, cor_
relaclonadas com os dados de pluviometria, pj-ezometria, capa_
cidade específica dcs poços, variações sazonais de nÍveis hi_
drostáticos, e qual_jdade quÍmica das águas subterrâneas, Atra_
vés do m6todo estati stico de análise de tendência foram construÍdos mapas de isc linhas e superficies de tendência sendo
possÍve1 o zoneamentc das âreas potencial_mente mais promisso _
ras, Nas zonas mais carstificadas tem_se as maiores disponibi_
l-idades de águas suLEerrâneas, facilitada naturalmente pelas
melhores condições C3 armazenamento e recarga, A drenagem sub_
terrânea é francamenE.e subordinada aos fatores estruturais, co
mo as falhas e grand3s fÌssuras, gue desenpenham papel impor _
tante no processo. A taxa mêdia de recarga foi estlmada em 3,9E
das precÍpitações, 23,4 103m3 / ano/km2 , o gue
representa
223.10"m3/ano para una årea de 9.5.1 0 km? de superflcie cársti_
ca" Qua litat ivamente não existem grandes restrições ao
uso
das águas subterrânees para o consumo humano, pecuário e na ir
rigação,
This work analyses karstification process evolution
in the carbonate sequence of the Bambuí Group in chapada of Irece (BA) , vrith the basic objetíve of improving knowledge of
the hydrogeologic system. In the karstification processes, the
parameters water, rock chemical composition and structural efe
ments have been analysed as fundamental agents in the evolutionary process. The integrated analysis of these factors aflowed the ldentification of several stâges in the eilótution of
the karstic system: in the north of the study area it is Iittle
developed and develops gradually to the south and to the east,
in the contact zone with the Chapada D j.amantina Group, where
the karst in more developed. The karstification process affects
Èhe hydrogeologíc behavior of the aquifer system in all of the
northern sector as a karstic fissural aquifer. In the south
and in the east the cdntact zone with Chapada Diamantina quart
zite becomes entirely karstÍc. The hydrogeologic evolution has
been supported by morfostructural physiognomy of the surface ,
the specific yiel-d of \reIIs, seasonal- variations of hidraulic
head and groundwater chemicai quality. through Lhe use
of
statistical methods of tendency ana.lyses \^rere generated isol-ine maps and tendency surfaces vrhich allo\^¡ed the deternination
of the potentially bettex areas for groundwater expl-oration.In
Lhe more karstíc areas exist the highest groundr^/ater volumes
facilitated by better condítions for storing and recharge. The
underground drainage is completely subordinated to structural.
factors such as flaw and large fissures, which pLay a very important rol-e in the process, The average rate of recharge has
been estimated as 3,9? from precipitation, ot 23,4 x 103 m3/year/kn'?,
representin g 223 x 106 m'/year in an area of 9.510 km'?
of
karstic surface. Additionall-y, the authors conclude that quali
ùatively there aren't significant restritions to groundwater
use for human supply, cattle or irrigation in the study area.
I
CAPÍTULO
I
INÏRODUÇAO
1-
OBJETIVOS
Constitui objetivo central deste trabaLho o estudo
do
modeÌo de funcionamento hidrogeológÌco dos carstes da Chapada de
frecê à Luz do entendimento dos processos de carstificação rseus
efeitos e estágios evolut.ivos atuais.
Os carstes, em decorrência de suas formas particula_
res de recargâ, circulação e armazenamento, se distinguem dos de
mais sistemas aq'úíferos, sendo, orovavelmenÈe, de todos os mais
complexos. Além disto, os calcários de consistência compacta e/
ou com certo grau de metamorfismo, como é o caso do Bambui, pro
piciam o desenvolvimento de uma rede fissural, orj_ginando, mui_
tas vezes, um aqúÍfero de comportamento misto, fissural/cársti_
co¿ como no caso específico da Chapada de Irecê. O estudo hidro
geológico em tais circunstâncias, util-izando uma metodologj-a a_
propriada, é relativamente recente. Assim sendo, constitui obje
tivo subsidiário a contribuição para o aprimoramento desta meto
do l-ogia .
2-
LQCêLIZÀçÃO
!a
ÃÀEA
A seqìiência carbonátlca do crupo BambuÍ, na Chäpadè de
frecê, região Central da Bahia, cobre uma á.rea aproximada de
15.000 km,. A área objeto desta pesquisa é de aproximad.amente
9.510 km'2, sendo limitada peJ,as seguintes coordenadas geográfi_
cas:
Lat. Sul
Long.W.cR.
11ooo'oo'
4'1
12o20 t o}n
42o15'OOn
o2o'oo"
o acesso à ârea é feito basicamenÈe por 2 rcdovias pri:rcipais, â BA-052 que liga Feira de Santana a Xique-Xique,passan
do por Morro do Chapéu e Irecê e a BR-z 42, Salvador-Brasí Ìia, que
dá acesso à parte sul. (Ver fig. I _ ¡r.
PA
S.Luis
RA
Forlclezo
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FIG
T
1
î
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ESCALA
MAPA IIË SITUAÇÁO DT\ AREA DE ESTUDO
¿OO
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4OOKm
3-
ROTEIRO METODOI,ÓGICO
Considerando-se os objetivos propostos neste trabalho
de promover um estudo hidrogeológico de âmbito regional , desenvolveu-se uma metodologia seq{lenciäda em tres fases distintas,
ajustada à nossa realidade:
Primeira fase: - Levantamento e análise do materÍal bi
bliográfico, inclusj-ve o cartográfico existente e de ínteresse
para o desenvolvimento da pesquisa. Com base nos trabalhos rela
tivos à geologia da área e das demais ocorrências BambuÍ no Bra
sil , estabel-eceu-se o quadro geológico. Da bibliografia especia
lizada em carste, foi feita uma síntese como fundamentação teórica básica. A partir do acervo de dados hidrogeológicos direta
mente relacionados com a área, foi possívef o es tabel- ecimento do
primeiro model-o conceitual , ponto de partida para o planejamento das fases subseqllentes.
fase: - Esta fase constou da foto-interpretação e das atividades de campo, destinadas às observações e gera
ção dos d.ados necessários à complementação do acervo.
Segunda
base em fotos aéreas na escala 1 : 40, 000 e 1 : 60.000,
construiu-se os mapas das principais feições cársticgfde superfície, que serviram de base inÈerpretativa dos dados morfo-estruCom
turai s.
Os trabalhos de campo constaram basicamente das seguin
tes atividades:
. Cadastro de poços destinado à obtenção de informações seguras, sobre o níve- de utilj-zação das águas subterrâneas, a cg
pacidade especí.fl i a dos poÇos, profundidades, nedidas de niveis
e sel-eção de poços para compor a base do nÍvelamento baro¡nétrico destinado à confecção do mapa de equipotenciais,
. Monitoramento de l ma rede de poços para a mediçåo das varía*
ções do nivel hidr ostático do aq{lífero e cofeta de amostras
d'água para análir e química.
. CoIeta de anost-rar de rocha e análises químicas, destinadas a
avaliar as relações
com os processos de
carstificação,
. Coleta de amostras de água de chuva e anáIises químicas para
avalj-ar sua contribuição nos processos hidrogeológicos e d.e
carstificação.
. Controle dos elementos foto-interpretados .
Terceira fase: - Nesta fase, realizou-se a análise e
integração dos resultados. Através do método estatÍstico tridi_
mensional de aná1ise de tendência, foram preparados mapas dos da
dos mor fo-e struturai s , de composição quÍmica da rocha e da água,
da capacidade especÍfica e potenciometrìa do agififero. Mapas de
densidade e freqü'ência de fraturas, além dos gráficos de variações de niveisf precipitações e evapotransp iração potenciaf I e
os dÍagramas hidroquímicos, completaram a base interpletatlva ù)
sistema aqüí fero
4-
.
AGBADEEI¡{ENTOg
O presente
trabalho tornou-se real-idade graças ã vaIÌ
osa colaboração, nas diferentes etapas de seu desenvofvimento
prestada por pessoas e entidades, às quais manifestamos profunda gratÍdão.
especial, ao prof. Dr, Aldo da Cunha Rebouças, ¡
quem, pela orientação segura r constante estÍmuIo e desprendimer
to, devemos o êxito deste trabalho.
Em
A Cia, de Engenharia RLlraI da Bahia, nas pessoas do
seu então president': e partlcul-ar amigo, prof" OvídioValadão Ne,
to e do at.ual- Diret()r Técnìco, GeóIogo Amaury Mauro de O.Iiveireç
pelo incentivo e ap,lio recebidos.
Ao Instit lto de Geociências da Universidade l¡ederal d.
Bahia, Departamento de ceologia e Geofisica Apticada, por tel
tornâdo possível no;so afastamento "
Ao fnstit rto de Geoclências cìa Universidade de São pa
1o, peJ-a acol-hida e franquia de suas insùal,ações e laboratórios
6
de Capacitação de Docentes
PICD/CAPES, pela ajuda financeira oferecida.
Ao Programa Institucional
À Nilson cuiguer Júnior que através do laboratório de
computação do Centro de Pesquisas 'de .Ãguas Subterrâneas - CEPAS
USP, possibilitou o processamento dos dados,
Ao Prof. Dr. Olivar Lima de Lima, do Departamento de
Geologìa e Geofísica ApLicada do IGUFBA, pelas crÍtì-cas e suges
tões.
A Profe Rutildes Moreira da Fonseca, pela revisão do
tex
t-o .
Aos colegas da CERB, hidró1ogo Jairo Éverton lvloreira
Correia lìibeiro, Bernardino VÍeira Ma..
tos, l¡rancisco Inácio Negrão, Paulo Penalva, José de Cästro Me
Lo e Tec. Eduardo Magalhães, pela ajuda e incentivo oferecidos
em todas as fases de desenvofvimento deste. trabal-ho.
Cunhà., geólogos; Arnaldo
A todos agueles que, direta ou indiretamente, conLribuiram para a materialização desta pesquisa, a certeza do nossc,
reconhecimento,
C A P f T U L O II
ELEMENÏOS FISIOCLIMATICOS
1-@
1
.1 -
P
luvlometria
Para caracterização da p|uvionetria da área em quesÈão
foram utilÍzados dados do Banco de Daclos llídroc limát tco s do Nor
deste - SUDENE e do Instituto de Meteorologla - INMÐT - 49 DÍs-
tr ito
.
, fLg" TI - 1, foi construído utilizando-se dos dados das Estaçõt's Climatológicas de IrecÇ
Morro do Chapéu e de mais 12 postos Irluv:lométricos espalhados pe
1a área, período de observação de 1964 a 1977. Através deste ma
pa, vemos que as precipitações decrescem de sul para o centronorte da área, com a precipitação média na Chapada Calcária, si
tuando-se em torno dos 600nm anuais.
O mapa
de isoietas
anuaj-s
As chuvas na área são sempre mal- distribuídas, com o
período chuvoso Çoncentrando-se de novembro a abrí1, quando cho
ve cerca de 88t do total prectpitado. A fig. Ir - 2' mostra o
histograma de distribuição das precipitações na estaÇão de Irecê. A ocorrência de estiagens mais prolongadas são freq'úentes e
produzem sempre grandes calarnidades na região.
Especificamente para a estação climatológica de IrecÇ
a precipitação média anual no perÍodo de 1945 a 1970 foi de 585,
nm, conforme mostrado no Quadro II - 1 ' A média máxima mensal foi
de 121,9mm em novenbro, e a mínima 0,4mm em julho e agosto'
1
1.2 - Oqtros Dados Climatológicos
Temperaturas e Insolação - A temperatura média anual
medida na estação cl-imatológica de Irecê, período de 1971 a 198i'
foi de 23,4oC, con a média das minÍmas em 16,9oc e a média das
máximas 29,goc. A insolação média anual para esse mesmo período
foi de 3.0 37 ,3 horas.
Vellos e gn+gggg Relativa -A velocidade dos ventos me
dida na estação de lrecê, Periodo de 1971 a 1981, foi de 3,7m/s,
para a média ênual. A ulBidade relativa do ar, médÍa anual, foi
I
L E
,600.ñr¡-, tsolgTA
G EN DA
?46
aNUAL.(mm)
coNfato oEouhrco
o
C
ÞcB
Þca
GruDo BAMBUí lñdivrso
o
VILÀS
@
POSTÒ PLUVÌOMÉÍRICO
FlG,
IOADES
Ekh o I
NÉË-*Ê:f::]
lo
r¡
?ol(h
Grupo cHAPADA DLAIVIAN.rlNA lòd¡rí8o
E NP DE
ORDENI
l1-l - MAPA DË ISOIETAS ANUAIS - PerÍodo
1964
-
1977
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Distríto.
92
9-1
17.1
157
12
de 65,48, para esse
mesmo
perÍodo.
Evaporação e Evapo-transpiração - A evaporação em tan
que classe A, medida na estação de frecê, perfodo de t9g0a 19g2,
fol de 1.179nun para a médla anuaJ-.' A evapo-transpiração poÈenci
al determlnada pelo método de Hargreaves, in Hargreaves (1gj4l ,
foi de 1.613mm anuals. As médias mensais encontram-se no euadro
II - 1. O mês de outubro apresenta o rnáximo mensal , 257 ,9mm, fi
cand.o em março o mÍnimo mensal, 107,grun.
1.3 - Os tipos de Clina
Conforme mostrado na figura Ir _ 3, os t-ipos cllmáti_
cos influenÈes na área, segundo a cLassÍflcação de Koppen, são
os seguintes:
, Avr-Tropical quente-úmfdo - ocorre na parte suÌ da área e é ca
racterizado por precipitações superiores a 750mm anuais com
chuvas de novembro a abri1.
. Bsh - EstéÌrico semi-árldo, guente, com precipitações inferio_
res a 730mm anuais, chuvâs de novembro a abril_
. Cfa e Cfb - Subtroplcais - ocorrem na porção centro oelêntal
da área, sendo o Cfb restrito à região circunvizlnha a Morro
do Chapéu. Se caracterizam por verões frescos e 6ern est6ção
seca. As maiores prectpitações se verificam nos meees de de_
zembro e j aneiro.
2-
EåSTOEB.âEIA
2.1 - A Rede de Drenaqem
A área situa-se nos domfnios das bacias hidrográflcas
dos rios São Francisoo, em sua rna ior extensão, q do rio paråEua
çu no extremo sul. A drenagem superficial se fau, beOlcament,e,q
través dos rios Verde e utacarê, af luent,e6 do rÍo $ñg Franoisco
pela
margem
dlrelta.
Nos domÍnios dos caLcários a rede de dtrçngggm é extr:g
mamçnt* tr&FÊfFitê, reFtringindo-Fß, bBsiaåmonÞßr ßp FÍo {aEarÄ.
FtG.tr-3-TrP0s
DE CLtùtA DA BAHlA
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rropicol quonlo-úmldo 06 procipitoç-o.r srj'o ¡upc¡toro¿ o 75Omñ onúoi!
c0.ocl.rlzôø por 2 .tloç6â¡: .8co dô moío o olrtoñô . chú66 d. ¡ov.ñbro
Cl¡úo do6 salvo6, quañtå o r¡ú¡dÒ itm r.toçõo ..co dg Þrecþitoç-oôs
oÔ ho¡ço o ooc'3io, o ¡lrvrô3t&& . su4ñôr ô looôñh óñ;.rs
Dororê!
Cliho os bo¡quå chuvoco, qJlnta s Jmrdo, coh s¡toçõo 6cco
conÞanso& o0106
E9lsþ{co
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lolôr¡ sl¡vodoß.
ds ¡ogotoçóo
Tromñ o¡Joi¡
¡.óliro r€r¡i.(ilrlo, qlant , côrn preciortoçoôs ,Þl€roro. o
i{tor.. J¡lårlo.s6 o SOOmF.cNvoG & Nr€FD¡o o obr
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CALA
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:5.OOO.0OO
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14
',:
Este rio nasce nas proximidades da cidade d.e Barra do Mend.es e
corre ínlciarmente de sw para NE, cortando os carcários d.a borda oeÊte para a leste de ond.e toma a direção norte, correndo na
faixa de contato entre os carcários e os quartzitos chàpada Dr.a.
mantina, desembocando no rio São Francisco. Trata-se de um rio
de regine caract.erfstico de enxurradas, com seu telto bem definido, permanecendo seco durante quase todo ano, cons ervando,quan
do muito, Èrechos com águas estagnadas. ÀIém do rio Jacaré ou Ve
reda do Romão cramacho, apenas o riacho Gabrler, afruente do rio
Verde, merece algum destague. Esse riacho nasce no Chapadão Cal
cárlo, próximo à localidade de Gabriel e percorre grande parte
da ri-nha de conlato oeste com os quartzitos chapada Diamantina
lndo desembocar no rio Verde.
2.2 - Molfolog!.a
O *plateau,' calcário de frecê é uma unidade geomorfo_
Iógica bem caracterlzada por seu rer.evo taburar suaveme.nte ond.u
lado oscilando em torno da cota média de 700m.
decorrência d.a dissolução cárstica, são comuns fei
ções tÍpicas como a ausência da rede de drenagem superficial , I ub s
tiÈ\¡lda peì.a drenagem subterrânea e o aparecimento de estrrrÈuras de desabamento e acomodação como os vales cegosrdolina6 etc
Essas feições são tão mais pronuncladas e exibem formas mals ma
duras à medida que se avança em direção sul da área, bem cemo,
nas faÍxas de contato com os quartzitoE. Ao norte, as doJ-lnas tor
nam-se mais esparBas e de nenor porte. paredões abruptos são viç
tos ao rongo do rio .facaré, única drenagem de porte exi'tente na
Em
área.
Contrastando com esta unidade, aparecem 06 ehapadões
guartzfticos do Grupo chapada Diamantina formando escalîtr)ês fngremes ao longo doe contatos ]este, sul e oe$te, em ootêÞ que
Ba
dem se elevar à casa dos 1.100m.
C A P I T U L O III
OUADRO
GHOLOGICO
16
1-
CONSIÐERACÕES GERATS
As rochas do Grupo Bambuí na Chapada de Irecê repougam, dl-scordantemente, sobre os metassedimentos do Grupo Chapa
da Dfamantina, conforme mostra o mãpa geológico, (Anexo A) . Sobre os calcários Bambuí ocorrem, em afloramentos esparsos e rg
cobrindo toda área norte, calcários da Formação Caatinga, de å
dade ouaternária. Abordaremos, neste capítulo, as formações do
crupo Bambuí, objeto central desse trabalho, e secundarlamente,
os metassedimentos do Grupo Chapada Diamantina, que aparecem nos
l"imites leste, oeste e sul- da área, pelas posslveis interações
hldrogeológicas entre estes e os calcários Bambuf sobrejacentes,
os Grupos Chapada Diamantina e Bambui representam a
parùe superior da coluna estratigráfica da região fisloErâflca
denomlnada Chapada Diamantina, cuja bibliografia geológica é b¡g
tanÈe ampIa. Será apresentada, também neste capítulo, uma s.fnte
se, com base nos princlpais trabalhos publicados, e estudos osa
real-lzados, abordando-se e,st,ritamente a part,e superlar da goh¡na.
22.1
-
crupq cqêpq4+,DiamRntlna
Este grupo f oi prlnelro descr iÈo tr)or Þenby (1,'90 6 ) , dg
nom¿nandq-o de l¡avras , Kegel (19'591 , 9 denomf nou dc L¡:evree Su*
pcrior, Brlt.o Neve.s (1967), de Grupo chapada ÐtamantÍna, e F.edreira et alii (19"151 , Grupo Superlor. o Rome Lavras der lva dae
IJavras Dlamantinas, garlmpos de diamantes, assocfâdos Be qÞng.Xg
mesadQ
basal, especlalmente,
Sua I ito-estrati graf fa tem sido obJeto de mùåtap sontros¡érs1as, conforme ilustram os elenentos apresentades na ffg.
III - 1, Adotaremas a divisão propostê por Br j"to Neve.$ 11967l ,
ppr nos parecer a mais conçistente em relegão aa BanAf,e¡0A gbse[
vaêq na área. Este gruFa ÇomprFende tF6F fsrmaçfieg, (e,l¡Adfç Tm.C)
aFFiim dßFqriþas de hâãe patra a çatr¡or
E _1_
COMPARAçAO
OÁS COLUNAS
ESTRATÍGRAFICAS
ESTABELECIDA5 PARA A CHAPADA DIAMANTINA
COLLINA ESTRATIGRAFICA
ESOUEMÁTICA
HmffiErdE
.iP
LENçd's
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r e.¡çrírs
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oesenvnções:
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For.nocõo llcnoobeirc
e¡b' -:0o
inclul
o
1e D^1'r
FonÌe: Pedreiro et ol¡ì (1975)
DencaniñoÇõe5 irsoda!
c¡ ra l.r iô 12" OO'
Deio¡¡r¡oções !50tcs
- o. o\ela iL?. at(\'
;
ûuA¡Ro
GRUPo
- III - 1 -
DrvrsÃo
ESTRATTGRÁFIcA DA CHRpRoR-DInMANTINA
F0Rr,l ACÃO
LIToLOGIA
Calcários claros fragirnentãrios,maciço,s, nivel conglomerático basal-.
Caat.irìga
Cal-cãríos microcristalinos cinza es-
cllros, cinza azulados, calcário dolc
mítico e ilolomitos , c inza claros a
Salitre
Ba¡nbuÍ
róseos ,
Ardósias, metarenj.tos, metassiltitos
e metaconglomerados na basé.
Bebedour.o
tilorro do
Chapéu
Metarenitos, metassiltitos e metaconglomerados
.
ûhapada
Caboclo
Ivletassiltitos, metargilitos
nitos avermelhaclos
?ombaclor
Metarenitos, metassiltitos e metacon-
metare
Diamantifla
glomeraclos
Fonte: Brito Neves (i 967)
.
lo
2.1.1 - Pormação Tombador
Esta sequêncÌa foi denominada por Branner (1910)' cona serra do mesmo nome, entre Jacobina e Ta
mo. arenlto Tonbador
'
jes do Batata. Seus afloramentos constituem as escarpas oríentais da Chapada Diamantina. Na região de Andaraí e Lençóis, for
ma cristas proeminentes na topografia, com muitos exemplos de re
fevo rulniforme. A" parte basal desta formação foi também denomi
nada de formação São eedro, por otávio Barbosa ' em 1965, (ín Bri
to Neves , 1967 | .
sua lftologia predominam os metareniÈos, bem classlficados, boa estraÈificação em bancos uniformes, colorações cl-a
ras entre o branco e o róseo. Presença de estratificação cruzada e marcas de onda. Sua espessura pode variar entre 80 a 400m.
Em
Na seção entre Jacobina e Lajes do Bata¿a, borda oriental- da Chapada, a base da seqlüência repousa discordantemente
sobre as rochas do Pré-Espinhaço. Já na seção exposta ao l"ongo
da BR-242, trecho compreendido entre Lençóis e Pai Inácio, a ba
se da seqtlêncla repousa sobre o Grupo Paraguaçu conocrdanteÍEnte.
En toda a seqü€ncia, são observadas estruÈuras prímárias como estratificação plano-paralela, estratificação cruzada
planar, marcas de ondas e correntes, o que, associados aos t1po6 de sedímentos, indicam um ambiente deposicional continental
de ãgua rasa, segundo Pedreira et alií (1975). Em estudos sobre
a cobertura do Cráton do São Francisco, Montes et alii (1981)ad
voEam para esta seqifência um ambiente de deposição fluviaI, com
urn slstema de rios anastomosados de largos canais e grande migração LateraL. os estudos das estratifÍcações cruzadas e de ta
manho de Feixos, índicando um sentido geral de
para SVl. Ainda do estudo comparativo dos tlpos
correntes de NE
tiÈológicos dos
seixos, concluem os autores que a Serra de Jacobina e suas vizi
nhanças gçriarn o paleorelevo que provisionava de material esta
fornação. Ä,t.revés de rios que fluindo no sentido NE/sW terla si
do depoçitada todê segir'êncía cIástica da chapada Diamantina.
2.1
.2 -
Fotrmação caboclo
A fermeção Ceboclo foi de$çrfta lniclalmente
por QtrRnnFr
20
(19'1.0), nÈ encosta ocÍdental da Serra do Tombador, na
Andaraf, eomo Formação Lavras Média.
região
de
êapessura médÌa é de 300m e tem como seções típi_
c€.g as o.bservadas na Serra do Tombador, nas imediações de Len_
çó1s e AndaraÍ. E constituída, essencialmente, de metarenitos fi
nos de cores predominantemente vermel-has ou roxas, bastante re_
Su.a
sfstenÈes, intêrcalados com metassittitos e folhelhos de colora
ção violácea. Os merguÌhos são fracos e as camadas argilosas apresentam microdobramentos. Em superfície apresenta uma morfolo
gia constituida de morros abaulados e uma rede d.e drenagem de pa
drão dendrÍtico, o que facilita a marcação d.e seus contatos. Es
ta formação apresenta-se mais argilosa ao norte na regÍão de Mor
ro do Chapéu. sendo cons ide rave lmente mais arenosa na região de
Andaral e Lençóis. As estruturas primárias mais comuns são estratificações plano-paralelas, laminações, marcas de onda e es
tratificação eruzada, Montes et alii (1981) consideram esses se
dimentos juntamente com os metarenitos da Formação Morro do Cha
pêu, eomo pertencentes a um mesmo ambiente deposicional tipo deI
Laico, onde a Formação Caboclo representaria a fração mais fina
Uma tra,n.sgressão marinha, ocorrida ao fÍnat da deposição dos se
dlmenÈos Tombador, com o mar ent.rand.o de Sü¡ para NE, propiciou
a instalação do sistema f lúvio-de lta ico-mar inho , dando origem à
deposiçáo desses sedimentos.
2,1.3 - Formação Morro do Chapéu
E,sta Formação foi inicÍalmente descrita por Brito Nevçs (1967), na oldade de Morro do Chapéu. Trata-se da mesma For
rnação d.es.erita por Mascarenhas (19691 , com o nome de Forimação
lençóis, e por Schobbenhaus et alii (19711 , como Formação Guari
ba, en losais dlferentes. E correl-acionada ao Lavras Superior de
I(egel (1959), ou Série Lavras d.e Branner (1910).
Essa formação encontra-se em contato normal e gradacf
onal- sobre a !'.(}rmação Caboclo e e¡n dlseordância com a Formação
Bebedouro qne a sobrepõe.
tfco
LlÈologieamente ó constituÍdâ de um nivel conglomerábapRl, d€ seixos þem rolados de até Sem, seguido de bancoa
21
de netarenitos róseos, médios a finos e curminand.o com metarenl
tos brancos com argumas intercaraçðes argirosas. sua espessura
é estimada em 390m. São comuns a presença de estruturas primá_
rias, tais
como
estratificações cruzadas e marcas
d.e ondas.
Os sedimenÈos Morro do Chapéu foram consid.erados por
Montes et alii (1981), juntamente com a Formação Caboclo, como
pertencentes a um mesmo sistema deposj_cional f l_úv io_de lta ico_ma
r inho .
2.2 - O Grupo BambuÍ
2.2.1 - Caracterização GeraI
O nome BanbuÍ provém da cidade homônima, sit.uada ao suL
de Mlnas Geraís, quando Rimann (1917) atribuiu este nome às se_
qùências carbonáticas ari ocorrentes. A partir daí, a denominação passou a fazer parte da. literatura geológica brasileira, ¡ie
signando uma das mais polêmicas e controvertidas unidades estra
tigráficas do Bras il-.
Assim, com o nome de crupo Bambuí (s.1.), ê hoje deslg
nada uma extensa seq'uência de sedimentos crásticos e carbonáticos que ocorrem na porção centro-leste do Brasir nos domÍnios da
bacia hidrográfica do Rio são Francisco, ocupando urna srperfí cie
estimada em cerca de 400.000 kmr, nos Estados de Minas Gerais,
Goiás e Bahia, (Fig. III - 2).
Apesar deesa seq'ùência sedimentar ser conhecida desde
o século passado, soment.e a partir da década de sessenta vem sen
do efetivamente esÈudad.a, em função do interesse econômico despertado peLo seu potencial netarogenétlco. o trabal"ho d.e Branco
e costa (1961) marca o início da regionarização dos estudos des
te grupo, surgindo daÍ, a primeira tentativa de divisão estrati
gráfica a niver- regiona.I . Em razão das grandes variações facroléglcas e da amplitude geográfica ocupada por esta seqTência, a
aplicação de uma estratigrafia grobar- foi rogo sent.idar 9€rêndo
uma int.ensa proliferação de nomes eonforme mostram os elementos
da Fig. III - 3.
A
partir da segunda
metêde da década de seçBenta
e
no
Fie.rrr-z-Ánee
DE ocoRRÊNctA DosRupo
DE
tût
BAIEUíños EsrADos
NAS cËRAts, Gotas
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Fonfe r Dordenne. 1979
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Fig TIT-f, - LIIOESTRATIGRAF|A Do GRUpO BAMBU¡
Exlroído e n]odificodo de Dordenne (t978)
¿4
tadamente a década de setenta caracÈerizou:se per.o interesse nag
áreas de rninera J-Íza ções de pb, zn e F. destacando-se desta fase
os trabal-hos de Cassedanne (1966, 1969), pf J.ug e Renger (19731 ,
Misi (1973, 1976, 1979), Mlsi e Souto (1g7il t Dardenne (1978).
como conseqüêncla, novos conceitos e esquemas estratigráficos fo
ram introduzidos. Um del-es foi, sem dúvida, a excl_usão do crupo
Paranoâ do Grupo BambuÍ, por oÕupar esta seqtiência, uma posição
eçtratlgráfica inferlor a do crupo Bambuí (s.s.), Dardenne (197g)
E gue este grupo inicia-se sempre com uma formação detrftica ba
sal tlda como de origem glaclal ou paraeonglomerado basal, (Dar
denne et ar-ii 1978a1 , recebend.o diferentes nomes regionais, cono! J.equitaÍ, Sanburá, CarandaÍ, Macaûbas, Bebedouro etc. Repou
s ar,rdo sempre , discord.antemente, sobre uni.dades nais
antigas.
O posiclona.mento
Grupo Bâmbuf, ent.re
estratígráfico das rochas que constl
tuem o
o embasanento pré-cambriano e formações ben mais recente.f têm sido apontado como um dos fatores a
difÍcultar a determinação de sua ldade, tendo çido, inclusJ.ve,
aþribuído-]he idades as mais variadas ao Jongo doE anos, por dl
versos pesquisadores,
A descoberÈa de corais do gênero Favosltes e Cheatet.eB
por Derby (1880), in Misi (19761 , em cal-cários de Bqn .]esus da
LaI)â, na Bahia, revou aquele autor a atribuir idade silurlanasu
perlor å Devoniana para o BambuÍ.
Beurfen e Cassedane ('l 963), Cassedane (19641 , com ba_
se na descoberta de cor-lenia em calcários do Bqmbuf, na região
de carapa, a NI/¡ de Morro do Chapéu - Bâ., admitlram idade bem
mais antiga, Pré-Cambriano s uper ior .
Datações radj-ornétrlcas pelo mét.odo de Rb/Sr levadas a
efeito por Amaral e Kawashita (19761 , em fol_hel_hos da região de
Vqzante - MG, indicaram idade de 600 1Som.a, Idade esta,q!¡e tem
sido cantestada por alguns auÈore$ em função de eventos tectônl
eas de grande envergadura, ocorridos após a çedfmentação Bambuí
PoÊterlorment.e, C1oud e Dardenne (1973), com hase em
estudp de estruturas estromato lft icac algais do tlpe ConoFh:¡ton
da reqd,ãe de VaãantÊ, corre leÇ ianendo-aF com eFtrut,ureF do mes¡no
25
tlpo, presentes na plataforma Russa, propuseram idades bem mals
antigas para o Bambui, 950 a 1.350 m.a.
'.
Mals reeentemente, Macedo e Bonhomrne (1984), real-j-zan
do daÈações radlomêtrlcas pelo méËodo Rb/Sr e K/Ar, em calcários
salitre, provenientes de l,ajes do Batata, na Chapada Dlamantina,
prepuseram idades d.e 767 I 18 *..,, Rlfeano Superj-or.
2,2.2 - Felções Paleográficas e Paleoambientais
A origem dos sedimentos Bambui com seus paleoambientes
deposfcionaís, tem sido objeto de investigações por vårios auto
res em åreas especfficas de suas principais zonas de ocorrência
nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia. A grande área de ocorrência, estimada em torno de 400.000 kn'¿, pode ser apont,ada
cono um dos fatores a dificulEar a reconstituição do quadro paleoambiental.
Entret.anto, existe entre os vários autoreE que estu.la
ra¡n o BambuÍ (s.s.), uma clara concordâncÍa de que sua deposlção se deu numa bacla do tÍpo pl-ataforma, sobre uma crost.a co!
tinental coberta por um mar epicontinental transgressivo,em con
dições de c1i¡na quente. Os sediment.os resultantes foram depositados em condições de águas rasas ou pouco profundas, com um am
plo desenvolvimento de rochas carbonáticas, especialnent,e nas fai
xas de intramarés e inframarés.
base em caracteríÊticas litofaciológÍcas e em estruturas sedimentares estudadas nos Estados de Mina$ Gerals e
Golás, Mêrchese (1974) conclui por um ambiente marÍnho de águas
rasas ou pouco profundas, com variações cÍclicas de energla,eorn
pondo um quadro deposicional- l-entamente regressivo com al-gumas
pulsações transgressivas. SchoIl- (1976) estudando a parte sudes
te da BacÍa do São Francisco no Estado de Minas Gerais, con base em dados sedimento fógicos e geoquímicos, eEpecialmente de e
Iementos menores como o Sr e a relação Sr/Ca, estabeleceu duas
seqUênclas cerbonáticqs dlstintas para o BambuÍ naguela årea.Des
tacou a influência do relevo pré-Banbuf e os altoç estruùur.ais
na $ed¡ência basal. A depoeição terla oeorrido em aandlçõeF de
a"mþ¿sürù.,r evaForf tlse e uma Frof undidade máximâ de 100 meùre6,Ne
Com
26
val"e do Rio paranã,em Goiás, Dardenne et alil (197gh) ressaltam
a lmportância dos aftos fundos nas variações de espessura das
forrnações e na ocorrência dos dofomitos, que estariam também
re
l-acionados aos altos estruturais e-à presença de falhamentos,gue
po ss 1bi ]-lt,aram uma sedtmentação litorânea.
A sediment.ação reglo
na1 tipicamente eÞicontinental, seria d.esenvolvida em uma bacla
alongada no sentído norte/sul-, Mô.dafosso e Veronese (197g) ao
a
valiarem a evolução paleoambiental na recrião de .A,rcos, paj.ns e
Lagoa do Prata, no ext.remo suf da Bacia, reconheceram aí
fases
transgressivas no contexto d.e uma ampla e lenla regressão. fden
tificam uma fase emêrsa onde teria havido processos de carstlfi
cação representad.os por pequenas brechas de colapso e por
cavi_
dades preenchidas por caLcita espática.
2.2.3 - O Grupo BambuÍ na Chapada Diamantinã
Suas principais áreas de ocorrência encontram_se nas
bacias dos rios Verde, Jacaré, Sal_ltre e Utinga, Nesta áreao
no
me calcário Una fot, primeiramente, utiLizado por Derby (1905,
1906). posterlormente Branner (1911) utillzou o nome de calcãrlo
Salitre para a seqüência carbonática do Val_e do Rio salitre.
o
es tabe lec Ì¡nento de co'unas rito-estratigráficas
detarhadas, somente surgiu a partir da década de setenta com os trabalhos
do
Prof. A,roldo Mísi e col_aboradores,despertados pelo potencJ,al
ne
t.alogenético da sequência carbonática. Aqui,como nos Estados
de
Minas GeraiÊ e coiás, o Grupo Bambuí (s.s.¡, inicia-se com
uma
formação detritica basal de origem glacial ou til-ito basa1,
Io_
cal.¡nente denominada Formação Bebedouro, segulda de
u¡na sequên_
cla carbonática:
a) I'ormação
Bebedouro
A Formação Bebedouro é caracterlzada pela presença de
netassedimentos síftico_argilosos, aos quais se associam
lentes
contfnuas de metagrauvacas congl_omeráticas, com seixos de for_
mas angulares, tananhos variáveis e de diversos t.iFosr
esparsâ_
mente distribuidos na matriz s i l_Èico-argi l-oE a . Sua eFpessura pç
de variar bastante, até um máximo de 70m. Sua prlnqipal earaeÈe
rÍstica é e presença d.e un nfvel cong lomerát ico , oonglomerado Le
jeç (Kegel 1959). "T:rata'se de um çonglomerad.o porrgênleo,de
mg
.,1
:
I
27
trlEì, coloração e granulometria variáveis,
com seixos
polfêdri-
dç até 1m de comprimento, de guartzitos verdes, arenitos,bJ.
otita gnaÌsse, granitos, pegmatitos, argílitos, siltitos e caIsárlog e.scuros", Brito Neves (1967,1 . É considerado de origem gIa
cial , Montes et alii (1981), e correlacionável às formações Jequitai, Macaúbas e carrancas, (Dardenne 1978\ .
Ços
b)
For¡nac4o SalÍ!,re
Caracterizada por uma seqtlência de calcários clnz.arml
crocristal-inos , bem esÈratificados, níveis dolomlticos, lnterca
lações de ardósias. Acha-se superposta concordantemente à Forma
ção Bebedouro e di scordantemente sotoposta à Formação Caatinga,
que ocortre, capeando toda parte norte da Chapada de Irecê. Sua
espessura ainda não foi bem definida, devendo ser bastante vari
áveL. Perfuração estratigráfica realizada pela CFRM em 1972, em
Central, atingiu a profundidade de '1 ,000m sem, contudo, atinglr
oç nÍveJ.S basais. A Fig. IIf - 4 mostra a coluna estrattgráfica
Bambuí na borda leste da Chapada de rrecê, segundo Mlsl (1976).
Em (1 979) , esse mesmo autor subdividtu essa formação ern seis nÍvels distlntos, descritos a segulr, do topo para a baÞe,conÞ A,,
A1 , A, 8., r B e c. No mapa geológico do Anexo-A, estão representados apenas os nÍveis A1 , A, 81 e B. Essa subdivisão tende aser
provlséria, em função dos est.udos em andamento através da CPRM
para a Seçreearia de Minas ê Energiâ do Estado da Bahla.
- Ocorre apenas na parte norte da Chapada
de frecê. São rnetargiJ.itos, metassiltitos e margas co¡n f nt,ereaIações de qafcilutitos cinza * eseuros na base. Não aparece no
Unidade Ar
æ¿
mapa geolágico do Anexo A.
Unidade An - É a unidade nais bem representada em toda região. Conposta de calcilutitos maciços, pretos, ealeáfios
oolíticos e pisolftieoÊ que se caracterlzam pelo odor de €O2 Suel
do percutldos. FreguenteF intçrcal,açõeç de metargflitos, esFçci
almenLe ne t.epo e nfl þase. Na þorda le$be, aparecem cal.cárlas cl$
ze-êãUlÊdçs. ffnos, frç vezes, laminadaF e qon eFtratlftaêç.ãg sru
ãadê. Fqå ç6Ile$6ura ppde atingir a nais de 150 Íìetroe.
Un*dadç
û.!!r'"?ææ-'r
A - Estê unidêde é meiç repreçÊntaÈfvana.þor
2,8
DESCRTçÃO
COLU¡CA
Colcdrio cinzo - esôJÌo o prsto.
odo roso
4
lntercoloçöss de.níveis dolomílicos c¡nzo-cloræ o roseo s
min0ro l¡zoções de Pb, Zn,F,Bo
o
Co
lcdn
cin
zo-cloro muilo frno
bem
l¿
dolo m ític o
m¡n o
e
do
2
Dolomides vermelhos orgilos.
com n íveis de orgilito.
I
Quorlzito feldsp dl ico
q
ó
Metõ-slltitos verdes e
vermelhos com lentes de
metcgrouvocc cong lom erd t ico.
ã
o
I
1<
äz
Èt
c!
MetoBsiltìÎos
e
me
torgilitos
intercolodcs com ccmodos de
silex e de colcório cinzo-clcro
650
Quartzito bronco, feldspdlico
É,
a
i
Fiq.
E -4.
COLUNA ESTRATIGRÁFICA DO GRUPO BAITIBUi
NA BORDA LESTE DA CHAPADA DE IRECÊ
FoDln i
ülSl ( 1976
)
)a
da oesÈe da Chapada. Sua ocorrência é esporádica na borda l-este
e ao sul. Caracteriza-se pel-a presenÇa de metargiJ.itos calcíferos de coforação cinza-escura. sua espessura é variável,pode at
cançar' 100m ou simplesmente não exístir.
Unidade B. - Esta unidade é caracterizada pela presen
ça de hortzontes descontinuos, porém persistentes de doloarenltos e dololutitos silicosos com níveis individua I f z ados de si1ex. Os dolomitos que caracterj-zam esta unidade são de coloraç ão
cinza-clara ou rosad.a. Estes dolomitos mostram-se na borda Ieste com espessuras da ordem de 1 a 2m, intercal-ados com calc6rios
cinza-azulados a pretos. Na borda oeste, estes dol-omltos e silex
alcênçam espessuras de até 30m. Estruturas algais são comuns nos
doÌomitos. Uma das príncipais caracterÍsticas desta unfdade é a
presença de mineralizações de fluorita, barita e gefena nos doIomitos.
Unldade B - Unidade bem representada em toda área,Fr.e
domÌnância de calcárfos cinzarclaros, finos e bem lamlnados, re
fletindo a existêncj"a de finÍssinas lntercalaç:oes argilosa6 que
se espessan em direção ao topo da unidade. os calcários são prç
dominantemente dolomÍticos, aumentando o grrau de dolomltização
para o topo, culminand.o com as fácies dolomÍticas da unldade se
gulnte.
U{¡idpde c - Constituída de dolomitos e calcários dolornltlcos vermel-hos I argilosos, com finas intercalações de netar
gilitos vermelhos ou verdes. Lentes de dolomiÈos rosadog na bg
se são somuns. Espessura variável de 0 a 60m. Não representado
no mape. geológico do Anexo A por não apresentar nenhuma expressão de af l-oramento compatÍve1 com a escala usada.
2.2.4 - Considerações sobre a gênese
dog depó.qltoç cp5
C4eqada.4e .Igpeê
bona.tados do Grupo Bembuf na
(Bê) e sgB.s åmbi"çnt.e.p DqpoFiciori,gls
Ao estudar as seqtr'ôncias Ba¡nbui no Estado da Bahla rcor
reLacipnando-âs corn as oeorr6ncias de Minas GeraiF e Gaiås,U.fsi
(1976, 1979) evidencia o caráter fundamenta lmente ¡egionaI, rnê¡
oadÊ X¡ÊIa persisÈênci-a de dçterminadae fáclec For e¡rtensõe$ qen
30
tinentais, sugeríndo r,rm modelo deposicional a partir de um mar
eplcontínental de águas extremamente rasas que cobrirfa no pas_
sado geoJ.ógico toda área de ocorrência Bambuí. Efeitos de ocor
rênclas localizadas como barreÍra de recifes, paLeoalt.os, etc.
serviriam para acentuar características particuLares rocarizadas. Alternância de movimentos transgressivos e regressivos do
mar terla provocado as migraçôes raterâis dos vários sub-ambien
tes e litofácies correspondente s .
Montes et alli ('l 981) consideram os sed.imentos do gru
po Chapada Diamantina que 1hes servem de embasamento na Chapada
de Irecê, como sedimentos d.e cobertura de platäforma. O grupo
chapada Diamantina teria sido depositado em bacias intraeratônl
cas geradas por grandes faLhamentos na crosta, de direção apro_
xinada NNW/SEE. Após a deposiçåo desteg sedÍment.os, teria havÅ
do uma tectônica de blocos, seguindo-se a depos.i-ção da seqtr.ênc ia
Bambuí. Assim, a dÍscordância verificad.a em campo, entre o gru_
po Bambul e o grupo Chapada Diamäntina, seria puramente eroslo
naJ.. A deposição da seql-lênc Ía carbonática teria ocorrid.o em con
dições de plataforma estável após o que, teria ocorrldo os am
plos dobramentos em sincl_inais e anticl-inais, existentes na te_
gião.
verdade, conforme frisado por Jardim de Sá (197g),
no comportamento da seqü'ência Ba¡nbuÍ, é marcante os efeitos do
regi¡ne tectônico que governou a sedimentação na chapada Dianantina, com sua subdivisão em um mosaico de bl-ocos, de movlmentos
predomlnantemente verti.cais e a lternante s , pos itivo_negat ivo, Des
sa forma, o rebalxamento do Bloco de lrecê propicLou o avanço do
mar BambuÍ, possibilÌtando a deposição de toda seql)ência earbo_
nática a ele adaptada e com sua intrincada varlação de fáclee e
ambientes, aJ.ternando condições contlnçntals - co6telrâs - tnarl
Em
nhas
-
Resumindo-se o quadro geral, após a depoeição da For_
mação Morro do Chapéu, uma ampla glaclação proporcionou a depg
sição da Formação Bebedouro. A elevação geral do nÍvel dos ma-
reF gue invade as regiões mais balxa$ do contlnÊnte, ineÈala um
çfctÊmß låFugfre ende foi depositedo a seqîr"ênola tnlçiet da Eor
3t
nação sal-itre, constituÍda de sed.imentos finos
bem laminados,com
postos de dolomitos, calcários dolomÍticos, carcários dofomitf. cos argilosos e argilitos. A ausência de algase a cororação dos
sedimentos em corês craras de tons r:óseos e vermerhos sugerem a
exposição destes à oxidação oor longos períodos. Na seqilência,a
pareceria sedimentos de ambiente transicional, reoresentados pe
la al-ternância de fácies, constituídas de carcários cloromíticos
cltrza, com nÍveis argilosos, laminados, indlcando osciJ_ações de
maré, num ambiente de baixa energia e de condições red.utoras. E
fÍnalmente, um ambiente nitidamente marj-nho, de águas pouco pro
fundas a rasas, representado pelos calcários cinza_escuros, odo
rosos, Ìaminados, contendo estromatóIitos, comporia o quad.ro ge
raI.
Àl_ualmente, movidos pelo interesse econômlco desperta
do pera recente descoberta de ocorrências de depósiLos fosfáticos, novas pesquisas estão sendo realizadas através da secreta
rla de Minas e Energia do Estado da Bahia e CPRM, com ênfase em
estudos l1to fac io lógicos e de seus respectivos ambientes deposi
cionais.
3-
ESTRUTURAL
A bacia da Chapada Diamantina representa coberl_uras dcr
Proterozoico do craton do são Francisco e é constitulda de uma
série de bLocos separad.os entre si através de grandes lineamentos longftudinals e de um conjunto de farhas transversais de i
dades pré e slnsedimentar, (Jardim de Sá, 197g).
À área objt:to d.esse estudo interessa o bloco de lrecê"
Este bLoco é Limitad<¡ a lesce com o bfoco de Morro do Chapeu a_
través de uma escaïpa de fa.l-hamento normal , de direção aproxima_
da norte-suf e mergu"'"ho para oeste, (faÌha de Sâo Rafael) .A oes
te, pelo fineamento Barra do ¡4endes,/Joåo CorreÍa, de direção a*
proximada N 300w, corn mergurho para nordeste. Estes dois rineamentos se cruzam no -imlte sul de btoco. Como limite norte é es
tabelecido o prolongarmento da falha de Upamirim.
32
Recentemente, equipes da CPRM, trabal_hando para o pro
jet.o Bacia de Irecê, mapearam nas proxlmidades de Jussara, loca
lldade de Morro da Fome, uma falha de alto ângulo, 80o para nor
te, Seria uma falha inversa com bloco baixo a sul., (pedreir:a et
alii, 1985). TerÍamos aí o timite norLe do bloco de frecê,
Regionalmente, temos nos domínios deste bl-oco ponro fei
ção estrutural- mais evidenciad.a, <lois estilos de dnbramentos l:as
tante distintos: ao sul, o grande sinclinal de palmeiras de ei
"
xo norte-suf. concordante com a estrutura regj.onaJ- da Clrapada Di
amantinai e ao norte, os dobramentos de eixo le ste-oesùe ¡ conì do
bras de forte mergulho e planos axÍals sub-verticais ou com forte nergulho para norte ou para sul em uma sequôncj.a de anticfinals e sincf inais. Estas estruturas são conpletâmente discrepan
tes do estilo r:egional da Chapada Diamantina. para rìu]. os dol:r-a
mentos vão se tornando suaves até se confundir com o est.-ilo apre
sentado no sul da área, concordante com o estilo regionaì, ria Cha
pada DLamantina.
Dentre as justÍficativas para ta1 comportamento ra maj.s
aç-g1ta, é defendida por Pedrelra et alii (1985), em que o es{-ilo de dobramentos dj-screpantes leste-oeste é justif icad.o como o
pÈoduto de uma Èectônica de desLizamento gravitacionaL, segundo
o modelo proposto por De Sitter (1956), combinado com ìfma compressáo lateral produzida pela falha de Morro da Fome. Como jus
tlficativa para a adoçåo de ta1 modelo, såo indicadas várjas e
vidênclas, como: a) A existência de unr substrato d.e caracterís*
ticag h,brificantes, sobre o qual a massa deslrzasse. Esse subs
trato seria a Formação Bebedouro, devrdo ao seu alto teor argi*
loso; b) Que o substrato apresent.a uma superficie inclìlada, guas
dando uma prolJorção inversa com a nìassa deslizante. A própria a
t ivldade de-. fa-[]ra de Morro da Fome com bl.oco balxo ao sul parece justifrcar cssa lnclinação. Em verdade através da aplicação
<le métodos geolislcos na árca tem-se confirmado esLa afirmação;
c ) À preservaçàr..r dos f lancosi invertldos das do}¡ras e a ex j.stência de estrul-ut as caóticas com dobras de eixos em várjas djreções,
alguns ¡-.,reservanLlo o sentido da primeira def ormação,comÐl,etaria
o quadro de ¡ustrf icatj-vas.
Çom
referência à aplicaçâo de métodos geofÍsicos,o
ge
33
ó1ogo Antôn.Ío Carlos Mobta, (comunÍcado verbal-) , utÍLizando dos
dados de gïavinetria e e letrores istÍv idade do Èrabalho de ¡4arinho (1977), combinados com levantamentos aeromagnetométricos,con
firmou o acentuado mergulho do sub-strato da formação Salitre pa
ra norte, realçando ainda outras feições como o seu formato em
degraus ou compart j-mentos, cujos mergulhos se acentuam em díreçãq geraì- paralela à falha de Morro da Fome que coincide também
com o traçado do rio ,Jacaré em sua passagem de Barra do Mendes
para América Dourada, sugerindo o controle deste rio por esse ti
po de anomalia. Outras anomalias também mapeadas, foram os allnhamentos norÈe-sul, responsáveìs por irregularidades de fundo
capaz de refletir na espessura do pacote carbonátj-co que apresentaria assim grandes oscilações de espessura. Ao norte de lre
cê, foram estimadas espessuras de até 3.500 metros.
Falhas e Fraturas - não foram mapeados grandes falhamentos dentro dos limites da área em estudo, exceto agueles li
mítrofes do chamado bloco de Irecê, já referidos. Pequenas faIhas e fraturas são comuns por toda área e sâo muitas vezes re
f l-etidos em superfÍcie pelo al-inhamenÈo de feições cársticas.Na
Fig, III - 5, é mostrado um diagrama de freqÌfêncÌa das pri¡cipais
direções de fraturas em três diferentes situações da área. Uma
nitida varj.ação de norte para sul- pode ser observada.
Ao norte e na região intermedÍária onde o pacote é.ro
brado no sentido geral E - W, sobressaem ao norte as direções
N 70 - 90 E e N 70 - 90 Íl , que são direções de controle nitidamente longitudinal, adaptadas ao estilo mais lntensamenÈe dobra
do dos calcários. Secundariamente aparecem bem representad.as as
direções adaptadas ao sentido diagonal de cisalhamento e tra'nsversal-. Este úttimo representado pelas direções N 0 - 20 E e N
0 - 20 lg. Na zona int-ermediária, por ser o pacote menos int.ensamente dobrado, obserrva-se uma certa uniformidade na distribui
ção das freqLrências <las fraturas adaptadas aos estilos longitu-
dinal, diagonal e transversal-.
Ao sul da ârea a distribuição das frequências apresen
tam-se bastante diferenciadas dae áreas norte e intermediáría,
destêcando-ee as direçõBç ¡l l0 - 20 W concordante com a dlreçåo
o)
-
Regiõo
Norle de
lrecé
N
f
b
)
-
Regiõo lnfermedidrio
_(
ì_
n',
c)
Fig -
Reqiõo
- Regiõo
Itr.5 -
-
Umbuzeiro do Morro
b Irecê
TJ
rroló
:l
^
,Jt
Sul
-
Souto Soores / lroqudrõ
DTAGRAMAS DAS DrREçöES DH FRATURAS
35
geral de
acamamento do pacote nesta área. As prjncipais direções
secundárl-as aparecem tambêm no mesmo quad.rante, N 20 _ 40 W e
N 60 - 80 l^I.
CAPITULO
Fu¡'tuAMeNros
Dos PRocESSos
CensrrplcaçÃo
IV
DE
I -
GENESE pOE cAr_,CÁRros
Os calcários são rochas fundament,almente organógenas,
se desénvoLveram paralel-amente ã evolução biológÍca sobre a Ter
ra.
classificadas em sua origem como sedimentar, de precipitação química, e bfoqufmica ou bioclástica. É re
sul-tado da combinação de Íons Ca2+ e COrH- disseminad.os na super
ffcie Èerrestre, em ambiente marinho, lacustre ou mesmo continen
tal, (Fiq. IV - I).
São rochas
CoCO¡
NA
DISSEMINADO
LITOSFERA
p¡ecrprr¡cÃo
I ouínrcl c
CALCÁRIO5 E DOLOMITOS
AUTOCTONES
CALC. METAMdRFICOS
CALC. ALOTTONES
CALC.
OU
cÂLcaiEt{ t108, CALCTLUTTTOS EÎC.
METASSOMÁTICOS
EPGENÉTICOS
oo Lo MrToS
FIG-tv-t
-
GENEsE
E EvoLUçÃo Dos cALcÁRtos
Fonte: CuslcÍdio
o Llomos
(
l976
)
Os grandes depósitos calcários, conhecidos hoje no rnun
do, são de ambientes marinhos litorâneos ou de águas rasas a sub
Iitorâneas ou transicionaj-s. Os depósitos de águas profundasrem
bora cobrj-ndo extensas áreas de fundos oceânicos, não chegam a
formar grandeÊ corpoE rochosos. Inexistindo mesmo a partir da pro
i
t
I
...]
38
fuÎltlldâde de 400m. EEte fato está relacionado com o aumento da
pressão hldrostátlca e a queda de temperatura. Fatores controfa
dores do CO2 presente na água, reaponsável pela solubll-ização d.os
carbonatos.
OS PROCESSOS DE
CARS
2.1 - Considerações
Ger,als
A paLavra "karst" que em lugoslavo slgnlfica câmpo d.e
pedras calcárias, provém da reglão do Karst situada ao nolte do
Adrlátlco, no Contlnente Europeu. O termo foi internacional lzado ê é ugado na llnguagem clentffica de quase todos os idl.o¡nas.
O lnteresse do homem pelo carste surgÍu da próprla curi
osidade humana pelo mundo desconhecldo e misterloeo das eavernas, gurglndo no sécul-o passado uma nova ciência a [email protected]+
gUe é o estudo das cavernas. Mais recentemente, em função ,q+. sjg
nlficatlvas áreas de ocorrência dos c.alcários na superfície dos
Contfnentes e da Íntlma correlação entre os fenômenos de carsti
flcação e a presença da água, surgiu a Hidrogeologta Cárstlca,
como ramo da Hldrogeologla gue est.uda, inclusj-ve, todos os proceEEos de carstlficação, voltados para a pesquisa de água 6ubterrânea. Assim, o assunto tem sldo tratado nos majs recentes con
pêndlos de Hidrogeologia como urn capltuto especiaf.
2.2 - Os EÌemen.Èos Integrantes do processo
O resultado da ação dos fenômenos
fÍsico-qufmicos da
água sobre as rochas carbonatadas resulta na própria fornação e
evolução do carste. Esses processos se inician exatamente em su
perffcie pelas águas de chuva. Isso não quer dizer gue as águas
de orj-gem f .l-uvra]., de fusão de neve ou gelo ou mesmo de contribulção subterrânea, não tenham sua ação nos processos de carstí
ficação. Ass.irn, temos que reconhecer, em primeÍro p1ano, dois g
lenentog fundamentais e gue se integram no procegso: a água e a
rocha,
A água atua através dos processos de dissolução, çp¡t
39
rosão, transporte e deposlção. Temos de considerar loglcamente
sua qualidade quÍmica e sobretudo seu volume. Com referência ao
volumersegundo Lladó (1970), podemos estabelecer as seguintesas
sertÍvâs
a) Nas regiões calcárias sujeltas a precipitações superiores a
1.000 nm/anor os fenômenos cárstlcos são de elevada atividade.
b) Precipitações de 600 a 400 mm/ano, a circulação hÍdrica torna-se deflclente ou tntermitente e os fenômenos cárstÍcos são
de ativfdade reduzida.
c)
as precipitações são lnferiores a 200 mm,/ano, a clrcu
Iação hldrica é praticamente nula. Os fenômenos cãrstíiosreual
do existentes, são mortos ou desenvolvidos em outras épocas.
Quando
relação ao elemento rocha, temos a consj-derar inicialmente sua composlção química que allada aos elementos de or
dem estrut,ural se constituem em fatores declsivos no processo de
carstlficação. Um calcárío dfficllmente ê puro, o percentual em
CorCa varla em média de 60 a 988 em relação ao (CO3), CaMg mais
resÍduos insolúveis, (argilas, sílica, fosfatos, feldspatos, óxidos etc. ) .
Em
Foi observado nos carstes da Europa que naqueles bem
desenvolvidos, a percentagern de COrCa era sempre superior a 908
e gue naqueles pouco desenvolvidos, este percentual não passava
de 603 (Castany, L97L) . Conclul-se dai, que quanto mais puro for
o calcário malor a sua solubilidade e vice-versa.
Os elementos estruturals, por sua ação¡nodiflcadorada
permo-porosidade das rochas, facilitam a penetração da ãgua no
corpo rochoso aumentando a superfÍcie de contato ãgua/rocha e
consequentemente sua solubillzação.
2.3
O Fenômeno da
oi$E"g
Já vimos que a carstificação resulta da ação de um e
le¡nento ativo, a água, sobre a rocha, dissolvendo-a e transportando os produtos solubilizados. O efeito imediato é a corrosão
40
ou erosão da roçha. A lntensidade deste processo depende funda*
mentalmente do vo lu¡ne e qualidade da água, (maior ou menor acidez) ¡ da conposíÇão quimica da rocha (maior ou menor solubil-ida
de) e de fatores Eeotógicos estruturaís.
?qa11{ade da Ãqua - Ouanto maior a acid.ez, maior será
o p.oder, dç ação da água. Normalmente a acidez é dada pelo conteúdo em CO" presente na água. Sabe-se que este está presente no
ar, Ra água e no bicarbonato dissolvido, guardando uma relação
de equltÍbrio, conforme mostrad.o a seguir:
co2
(s)
I
co, (aq.
co2(ag.) + nro
I
)Ì
co, {s)
Hrco,
HrCo, + Caco, ? ca (co3H)2
desequilíbrio na eadela do Corr
cqmq pa,r exornplo, a diminuição no co, (áøua) ou do Co, (ar) prç
vocania a decomposição do ca(Co3H)r, Iiberando CO2 + HZo e prectpit,ando CaCO3. Est.e desegullíbrlo, por consegufnte, é sempre
provocado pela oscilação no volume do cO2 na áqua ou no ar.O bi
ca¡?bonêto formado é o component.e solúveI que ê transportadp peIa água, a CaCo3 é pouco solúveI em âgua.
Desça forma, gualquer
o ácido carbônieo, outros å.ci.
dos tamþém podem estar presentes em menor escala 4¿ água. São
eles¡ o ácido nítrico (No3H) , formado durante as tormentas na at
Além do co2r que produz
mosfera e os ácidos orgânicos, formados pela aeão orgânioa.
a temperatura, pressão þaromé*
trÍca e a presença de reações orgânicas. o conteúdo do co, na i
gua varia con a temperatura da âgua, a pressão hidrostática e a
atlvidade orgânica. ou seja, a quantidade do co2 presente nas á
guas está na razão inversa da temperatura e na raaão díreÈa das
presñõe6 hldroståticas.
O CO2 do
ar varia
com
Ngs processos de carçtificação, o parâmet.ro ffsico ÍRiç
irnporta,nte qontrorador do cO2r pFFFÇnbe na áEua, é, sem dúvida,
a tempçraûura. A relêção Co, (ã.øue)/Ç0, (ar) decresse, quêndp ê
tçr[pçrågure aumenta. AFcfm, å pre*nâo de ume êtmaFfçFê. 1
lttre
4L
de ågrra pode dissotver
-
Ã,
25oc
¡
- 0,80 lltros de Ce2
-Ã15oc-1,0
- Ã
oc'c _ 2, 15
Ii tro
d"e
CO2
litros de ÇQ,
Estas conslderações nos levariam a pensar gue os fenô
menos de dissoJ_ução e evolução da carstificação, geriam
atenua_
dos em cLlmas guent.es. Entretanto/um outro fator é aFsociado
ao
preÇesso, a solubilidade do bicarbonato de cálcio, (CO3!I)2Ca,que
é aumentada cons iderave rmente com a elevação da tempeiatira, o
blcarbonato é exatamente o produto que é dissolvldo e transpor_
tada peJ.a ågua. Esta propriedade é suficiente parê compen$ar a
dimfnuiç{p do coz per-o aumento de temperatura. o gue se concrur.:
o desenvolvimento dos carsÈes. se processa mais r_ap1d?mente
-nos
'
As condiçôes de solubilidade de um caleãrfo dependern
de sua composlção qufmlca ou mÌneralógica. TeoriÇamente
um caIcári'o puro, constituÍdo totar-mente de co3ca.Fodçria
Fer in.egrar
mente dÍssol_vido pela água. Ocorref entretanto,gue ps
calcárlos
nunqa são totaÌmente puros, um maior ou mener teor
en magnésio,
pode est.ar presente, além do6 componentes considerados
insorú_
veis como argilas, silica, feldspatos, fosfatoËróxidq dç ferro¡
¡natéria opgânica etc. o dolomito é consrderado cersa de
20vezes
mençs sol.úvel que o CO3Ca, (Castany, 1g7 1l
"
o processo de dÍssoJ-ução e transporÈe dos çarbonatos
provoca na rocha o fenômeno chamado deseal-cificação,restando
co
mo resfduo os materiais insolúvels, Estes materials, quando
de_
poslÈados nos condut.os cársticos, dificultam clreulêçâo
a
e ação
da ågua e con se{rlentemente a intensidade de evolução do proces_
so de cêrstificação.
As condições de dissolução da rocha é afetada também
por fatores geológicos, em especiaL os estruturais, Esses fato_
res conferen una maior ou menor permeêbilidade à rocha, êIteran
do asgim sua condição de solubilidade. podem ser de origem pri*
mária como os planos de e6tratlficaçâo, juntaç e diáelasçç
de
t
42
contração que em geraf estão sujeitos aos processos diagenêticos,
modlficando as condlções iniciais de permeabil"idade e solubllidade da rocha. Podem ser também de orlgem secundária ou tectogê
nica. Nesse caso, agrupam-se aqui .todas as deformações sofrldas
pela massa rochosa, destacando-se as dobras e em especiaJ. as rup
turas que condiclonam a chamada perneabilidade adqulrida ou secund.ária. Al-lerando-se as condições iniciais de permeabiliclade
alteram-se também a solubÍlidade da rocha.
2.4 - hs Formas de Absor
ao
A superfÍcIe da formação calcárÍa ê a zona onde ge de
senvolven as formas de absorção da água. Ao se considerar
um
carste em fase embrionáriaf verifica-se que as primelras formaF
de absorção são formas não cársticas resultantes da própria for
mação da rocha e de suas alterações secundárias, pe.Ios processo F
tectônfcos e diagenéticos, Dessa forma, tratando-se de um calcá
rio muÍto compacto ou metamorfisado, suas formas de absorção pri
márlas seriam as mesmas d.e uma rocha cristalina qualquer, ou se
ja, absorção através das zonas de fraqueza como diáclases, juntas, falhas etc. Daf, pela ação agressiva da ågua, começaria$ a
ser esboçadas as primeiras formas cársticas propriamente dit.as,
evoJ.ulndo gradativamente, conforme mogtrado na Fig. IV - 2.
LAPIÀZ
\
Ftç -IV.E- EVOLUçÃO DAS FORMAS DE AFSORçÃO
Fonter L lodd ( l97O )
"oruÉ
43
As formas cársticas de absorção, a depender d.a maneira c9me a áEúa penetra na formação pod,em ser classificadas em for
mas abertas .pu feçhadas. Algumas deno¡ninações foram adaptadas do
Espanhþ1 po¡ ¡ão ex{st.ir termo correspandente no português.
Entre as formas fechadas destacam-se as lapiás que são
formas emb¡ionárias, as dolinas, úvalas, potjés e os vales cegoç. A dolina é a forma mais clássica de un carsÈe e resulta da
aconod'ação da massa rochosa provocada pela dissol_ução do cal"cário. Sua forma interna e externa varia em função de fatores clÍ
máticos e geológicos. Os vales cegos são va.les que interrompem
bruscanente na palsagem cárstica. Geralmente denotam a presença
da drenagem subterrânea.
As formas abertas são aguelas que pogsibilltam ê pene
tração l-ivre da água, passando da superfÍcie para a suhsuperfíçie, bruscamente. Entre estas os cimas e os su¡nidouros.
2.5
-
å Htagluq,êa-ç4tsglc,a
A lntensidade qom gue se desenvolve¡n os proqessog de
carctffiçêção eçtá sujelta a determinados fatoreF fundamentais
já feferidosr eelrro a composiçfro guirnica da recha, a agressivida
de da águe, aF sandlções climatalóEicas, a eË-trutura da fqrmêçãç eùc.
formação carcária totalmente Çaberta por roçhêF
nãe carbpnatadas não se desenvoLvem plenamenbe os procegsoF de
carstif iqêção. No caso de forrnações parcialmen.l_e cobertas r rìê
Em uma
pafte .aflçrante, há sempre a pos$ibili<lade de desenvolvjnento normaL da çaFstlflçação, ao passo que, na parte encoþertar q.pêFacê
rä
êpenßF aF fprmag de condução subterrânea.
o clcl-o evolutlvo de um oarste é normafmente subdivi*
dldo çn guatro perlodos ou fasçs dletintas a saber: ç,n¡f f qngg*lg,
j.grc*åå, Jnq$ura e sepll. (r,lêdõ, 1g7O',, Em qualquer uma das f,a.
ge$, A clç1o pode interfomper*se tenporariêmçnte aq mesmo feçsl
liffar-Fe, semprç eom a posFibilldade de uma rçaçivaçãp"
PßFÍ'FqÞfloÌgf¡q
-
neçta fêFÊ çe inisism pç prasepgae
¡
44
de carstificação. As formas cárstj-cas ainda não existem. As fo5
mas de absorção são primárias ou simplesmente embrionárias.A ro
cha ou formação, a depender do seu grau de compactação ou mesmo
metamoffismo r s€ comporta como uma rocha fissurada qualquer. A
drenagem superficial está sempre presente.
Fase Juvenif -- é caracterizada pelo aparecimento das
primeiras formas cársticas superficiais: dissolução superficj.al,
campos de lapiás e processos de dolinização. presença de for:mas
primárias de absorção e circr-rração, a formação ainda se compor-
ta parcj-almente como uma rocha fissurada.
Fase Madura
é caracterizada pelo desenvolvimento ple
no das formas cársticas. Aparecimento das formas matrs evoluíclas
como as úvalas, campos de lapiás profundos, ausência de drenagem superficial, o processo de dolinização torna-se in'benso,âpâ
recem os primeiros s j-nais de desabamentos.
{ase Senil - é a fase de degradação das formas superficiafs ctássicas. Dolinas e úvalas substituídas por poljés, dg
mÍnj-o das formas de desabamen'to, "canions" e trincheiras, aflorament,o do nivel de base, r€levo ruiniforme.
3.1 - Aspectos
Ge-rais
Por definição, um aqüifero é todo corÐo rochoso ou fo¡
mação capaz de armazenar e transmitir água. Esta capacidade é
próprla de cada tipo litológico, ou seja, a capacidade de arma*
zenar (porosj-dade), e transmitir água (permeabilidade), resulta
do da interação de fatores geológicos com o corpo rochosordesde
a sua formação. Dessa maneira, cad.a tipo litológico Lraz r ë!o se
formar, sua própria caracteristica hidrogeológicare por sua vez,
reagem de maneira própria aos fatores atuantes. Assim sendo, os
sedimentos c1ásticos formam os meios de porosidade j-ntergranular
ou meios contínuos, em contraposição, as rochas crj.stalinas for
mam os meios de porosidade fissural ou descontÍnuos. Nos primei
ros, a porosidade é dita primária, e nos dem.ris, secundária ou
45
adqudrlda. Alnda dentro dessa divisão formal em dois grandes grupes, destaeam-se, por força dos seus comportamentos particulares,
as roehas extrusivas e os calcários.
Nas rochas carbonatadas'a maior ou menolr pred'eif.ça da
porosldade t)rtmária depende dos processos d1ägenéticos. or-l dp mg
tamorflsrno a que a rocha fol- submetida. Sua principaì, caÈaÇterfstica, entretanto, é a presença dominante da porosidade gecun
dárla, orlgtnária dos processos de carstificação, Esses processos, aJ.J.adoE à porosldade ffssural, guando presente, fazem deg
te grupo o de comport.amento hidrogeológlco mals espeo.ial e mäls
complexo.
3.2
- I[qluêLc{e gos qs!!o{_eg*qeo+éq_19o.:s
AE caracterfstlcas hfdrogeotóglcas doe aqtlfferos eårs
tlcos Eão afeÈadaË por fatores geolögfcos, jå gue estes lnfluen
cIa¡[ noB processos de ears.|:lficação e, conaeqUentemente , nas for
InaE de absorção, armåãenåmento e clrculåção daË 6guas subterrâ*
neåE¡f oonformo tretado no ftem 2.3 deste eapftulo. São natural.menee os fåtores €struturalB aE de malar Importâncla.
A dapender do cornportameRt,o estruturêI, t,e¡n-6e diferen
t€E rgEpostes ao Çemportamenba hldrogeolôglço. DêF çhamådaÊ eFtruturee seçund6rles, es fieFurâñ desempenham o papel rnai.s inpor
tente tant,o noË proÇegso6 de eêrstlflcação proprlamente eomo RoÊ
proc@€Fo6 de recarga, clrculação e armazenamento da água. Ae fa
thag e qrandeB ffEËurås Ee t,ran6forman nog grandeË canals de clr
culação, ampllados naturalmonte atravós da dlssolução. Sua ação
pode êtfngfr a grandes profundtdades. Al"ém do male, a prõprla mo
virnentação estrutural quer atravês de falhamentoÊ quer at.ravés
de dobramentos, favorecem ao deslocamento das juntas e planos de
estratlflcação. NormahnenÈe, as falhas e fraturas, são refJ-et,l*
das na morfologla da euperffcle do terreno através de felções tf
picas do carsÈe, cono o allnhåmento de dolinas e vales cegos. O
ponto de cruzamento destes allnhamentos são sempre zona6 preferenciais de intenËa carstíficação. Figs. IV - 3 e IV - 4"
referêncla aog dobramentos, seus efeltos ainda eão
basÈante dlecutlveis e dçpendenteF dê presença dos de¡neiç fatg_
Com
i/%.,.ØllìIl\)
'7/'Lz"ù\/:
FIG - lV -
FIG -
3 - tnllu6ncio do6 tothos ou
Orondos fi8!u.08 nos proce ssos dè corstificoçõo
. rccorgõ e circuloçõo.
Fonle: Milq novic ( l98l )
lV- 4 * Ocorrôncio de ¡nlenso
corsliticoçôo om zonos fro.
lurqdö6 lntôrseçõo de -
froluro! com crile'rio
locoçó.o fovoróvel.
Fonte: Froszs
{ 1979
)
d€
.'
4"1
res fntervenÍentes Ro processo cárstico. Os dobramentoE em ant,l
clinais, por exempl-o, são relacionados pela naioria dos autores
como zonas de concentração de fraturas e carstificação ao longo
das cristas destes. Freeze e Cherry (1979\, Sidiqui e Parizek
119711. Esta Ëltuação pode ser verdadeira para dobras de merguthos maig suaves ou grandes anticlinais. No caso de se verj-flcar
anticlinals com mergulhos acentuados, embora haja uma concentra
ção de fraturas ao longo das cristas, estas tenden a se fechar
rapidanente em profundidade, e a depender do poslcionamento topográfico, eLas se constituem em uma área de recarga multo res
triÈa. (Ver Fig. fV * 5). Nesses casos, pode-se desenvolver zonas rnais favorãveis ao longo dos flancos, pela dissolução atra
vés doe planos de estratificação, (Fig. IV - 6). Essa tendêncía
tem sido observada em nossa experiêncÍa prática nos cárÊtlcos da
regÍão de Irecê - Ea. Com relação aos slncllnais, conparativamente com os anticlinais, as opiniões dos autores se divergem
quanto às reais possibilidades hidrogeológicas destes ou daqueIes, o que estari.a mai6 na dependência da interveniência dos de
mais fatore6 atuantes no processo
3.3 - As Lormas de Circufação Cárstica
A$ formas de circufação em um sistema cárstieo podem
ser consideradas também como primárias e secundárias. Seriam for
mas primárias todas aquelas que ainda não sofreram nenhum processo d.e earstificação. A maioria das formas de circulação nos
carstes pouco desenvolvidos são formas prirnárias.
A água, ao iniciar sua circulação através das formas
prfmárfas, vai esculpindo as feições caracterÍstlcas do carste.
São, na. maiorÍa, formas controladas pela estrutura da rocha e a
elas adapÈadäs. Representam os condutos de circulação cárstlca
ou gal-erias. Nas proximldades da superficie, esses condutos são
verticallzados ou lncl-Ínados, tendendo a horlzonÈa11zação, à me
dida qu6 se aprofundan ou atingem a zona de saturação. rsso é ex
plicado çm funçâo dos fluxos, na zona não saturada, ocerreren sem
pre na verùical, pela ação da gravidade em movlmeRtoo descenden
tes. Ap atingirem a zona de saturaçäo tendem à hprlçontallzagão
con fluxge }aterêls.
¡
l
ii
FIG
- lV - 5 - Fondos noE crist0s dos Anticlinois
fschomsnto em Profundidode,
(Ertro¡do s mod¡ficodo d6 Dovis ê
De-wio
FIG-lV-6 -
6t
1967
)
Ànticlinol com corstificoçõo
f lon cos.
nos
49
A rede de drenagem subterrânea em un cárstlco ê constitufda dos canais de dissolução e demais formas prinárlas não
carstlficadas. As galerias ou condutos cársticos, quando conduzem água, são chamados formas ativas, quando não mais conduzem
água, formas mortas. As formas mortas poderão estar ou não prêenehidas (formas fósseis), em qualque¡ hipótese hâ sempre a pos
sibllldade de um re j uvenesc imento . As cavernas, como forma morta, têm pouco interesse hidrogeológico, são estudadas pela Espe
leoJ-ogía e possuem terminologia própria.
3.4 - As Zonas Hidrodinâmicas e as
FornqP,_dF
qurgqncia,
nos
Aqblf,eros Cársticos
Muitas são as tentativas de estabelecimento de eequemas e coRcepções explicativas da circulação hfdrica nos aqltÍ fe
ros cårsticos. Todas elas estabelecendo divlsôes formais em zonae hidrodinâmicas. Uma delas, se deve a Sokolov (1967\, in LLa
dó (1970), que esÈabeleceu quatro zonas distintas. Esta concepção nos pareceu a mais adequada aos nos$os cárotieqs. São elas:
zona de aeração, movlmentos descendentes, águas de infiltração
subsaturadas em CO.i zona de flutuação sazonal, sua amplitude de
pende sempre de determinados fatores como: prec lp itações , co¡npor
tamento e desenvolvimento da drenagem subterrânea, estágio de de
senvolvlmento cárstico, perdas aloctones etc.t zgn*. de saFuraÇãe, eirculação constante e imposta pela rede de drenagem subterrãnea, fluxos sub-horizontais nas parÈes maig superficials,
t.endendo a sub-vertlcais nas proximidades das surEêncÍas, águas
agressfvas devido à sua constante renovação e sub-saturação em
CQr. Os limites desta zona são sempre compl-exoË. O llmite superlor ê uma superflcie piezomêtrica de caracÈerfEtica virtual,si
milar e das rochas fissuradas, pois liga os pontos mais altos de
fissuras ou zonas independentes; zona de,circuliçåq profunda,não
tem nenhwna relação direta com a drenagem sqperflcial, âguas de
circulação e renovação lenta e controle estrlÈaûìentg e$trutural,
grandes transformações químicas.
De qualquer sorte, as característfaas da dinâmíoa de
circulação em um carste guard.a estreita correl-açãp qom determinados fatores como: estrutura da formação, eatáQflo evelutivo do
50
sistema eárst!.ee¡ dee f.atores çLináticos, de condf,çõÇ.e.ou.tnas eg.
pecfflcas locals. O desenvoh¡*mento dos espaços vaãlgs em profundldade (p.ex.) est.á muito rlelacionado com o faÈer êsürt¡tura].
As expêriênclas dp campo nos demonstram que as flssuras, cavernas e canals de clreul-ação existem a grandes profundldades; eg
tretanto, como nas rochas cristal-inas, estas fissuraË tendem a
se fechar à medida que se avança em profundidade. Este fato, 1n
terfere no pJ-eno desenvol-vlmento da carstificação en pnofundj_da
de. Dessa forma, os canals de circulação e caverna$ exfstentes
a maiores profundidades estariam sempre associad,os ê egtruturas
maj-ores, como as grandes falhas.
Quanto às formae de surgência, verlflca-FF nas çársti
cos formas pecullares e se fazem sob a forma de exUdAgões, fontes sub-aéreas ou sub-aquátlcas. As fontes de grandeç descargas
pontuais são comuns. Um tipo especj-al são as sifonênteg gu6 fun
cionam de manelra intermitente.
3.5 -
ComÞortamento Hidroauímico
A qualldade das águas nos terrenos cárstlspc depende
baslcamente da composição quimica da rocha, dos fatereg cllmatp
lógÍcos e egtruturals, aIêm das atividades humanas, jf, que os
cárstlcos são conslderados de alta vulneraþÍ I idade .
As6im, os lons c^*2 , Mq*z, co2H- e son-2 ref Letern mals
a com¡rosÍção da rocha, enquanto os demais, as condfçõgg elfmátÍ
cas e de atividade humana.
eulmicamentê¡ êspêra-se de uma água de a{ùffero cárstico um teor elevado de dufeza t.otaf , aparecendg comg fgne domi
nantes os cations ca*z, Mg*2 e os anions CorH- e SO*-P ou Cl-;
obedeeendo às reJ-ações abaixo:
rCO3H > rSO4 ou
reL
>
rcl
rMg ou rNa
ÇertoÊ caFo6, o aqtÍfero pode receber BÊçasgê. prg
venienùo do mananeiafs supFrfieiais ou meÊmo ËuþterfânFpç quja
Em
5t
composlção qufmiea venha alterar as relaqões lndloadas¡ ou on
cl-imas ârldos onde se pode encontrar relações do tlr¿o rcl > r!@,
> rSO..
4
3.6 - AsÞectos do BalanÇo Eidrr"o no slstema Cârstico
O estabe l_ecfmento do balanço hfdrlco nos t€Erenos oãrg
ticos não é uma t.arefa simples. A apricacão das chamadas fórtnulas empfrlcas, normalmente usad.as para a deterrnlnação da taxa de
evapotranspiração, como é o caso da fórmula de TURC, Thornthrrêiq
B.Ianey etc., quando aplicadas isoLadamente, tornam-se lnef1clen
tes. É que as caracterfstlcas da inflltração, recarga e o escoa
mento superflclal noe cal-cários aDresent,am comÞorta¡nento Þartf-
curares. A lnfil-tração se faz
através das forma€ dê
absorção cLásslcas das rochas carbonatadas que são as doli¡as,
úvalas, sumldouros e cimas, além da rede fissuraL. Temos uma in
bas.icamenÈe
filtração rápida com o aqllffero respond.enrlo à recarqa, de manei
ra rmedlata às pnecípitaçõee. Ast.as oaraot.erÍ s ticas , ênt.retanto,
varj.am grandemente de uma reglão
cãrstlca Þara outra a deÞender
do estágio evorutivo da carstifioação. sesundo custód1o et aJ.l1
(1976) | pode-se t€n fnftttrações em carstes bem de s en\rÞXvldoe
de
até 10 ¡rr¡n./hora. A pr6pria dÍstribulção temporal- das chuvae cqncorre para varfar aE taxas de infiltração, além, êvidontenentç
do porte das bacias. O escoamento superficiaL é na mêiorfa dog
casos balxo.
Nas bacias de pequeno
porte, (at,é 1.000 km2), aB eËtl
mativas de varlação d.as reservas baseiam-se comumente nas medidas de oscltação dos nfveÍs hidrostáticos e nos volumes exÞLora
dos. São estimativas delicadas, especial_mente em se tratando de
bacias abertas. As bacias abertas seriam aguer.a6 que recebem ou
<¡ferecem oontribuições externas, superficiais ou subterrâneas,
atravðs de suas front.eiras. As grandes bacias eão na maroria do6
casos abertas, o que torna ainda mais complioada aÊ estlmatlvas.
observando-Eê 06 casos hist.óricos apresentadoÊ na blbrioqrafla
especÍfica, verifica-se não existir nenhum método gu féfnufqe pa
drqnlzada6, eão sempre adaptadaË a cada oaËo.
53
CAPiTULO
V
CIunpno Hrnnoqeolóorco Do Beunuf
NA REGIÃO DE IREÇE
.
BA¡{II
53
1-
OS PROCESSOS DE CARSTIFICACÃO
A evolução dos processos de carstifícaçãg Eamhuf nR rg,
gião de rrecê pode ser avaLiada com base nos três faüo.fg.Ê fUn{å
ment.aÍs que são: a água, a rocha (comoosição quÍmioe) .e oE eiément.os estrutqrais. A água é representada fundament,afmente FeIBS
precipitações ptuvioméÈrica.s direÈas sobre a superffcie cárstfca e pela contribuição atravõs dos quartzitos Chapada Dlamanbl
na, restrlta às zonas de contat.o. Dos fatores estrutural"g, og C
lementos fissurais, é, sen dúvida, os de maior lmpo¡tâ¡gl¿, oaìg
forme abordaremos a seguir.
1. J-
-
O El"e¡nento Água
A âEua ê o cha¡nado Blemenùo a.t,lvo do ptsosgßBo 4e oax6
ttf f 'qagão. De sua maior ou menor agres.slvldad.e , de¡ronde ¡ e¡q paÄ
te, a velocldq.de de evolução dos processos de oarstlfleeção. Es
sa agresslvidader por sua vez, depende em Erande parte da prêsença do CO2, seg,qndo as relações de equflfbrio seguùnùefl.r
co, (ø) ? co, (rq.) Ì co,
CO2 (aS)
+
H2O
co2l.!2 + corca
I
?
(s)
Co3H2 (ácido oarbôn1co)
(corH),
ca
todo o processo realiza-ge @m presçn€.e. dâ ågua,
lógico serla pensar-se que além da sua gualidarle gufnlea (meüO.f
ou menor agreeslvldade ) , estarla en jogo o ceu voLune, paesentg
no processo.
Como
As águas que interagrem no slstema provê¡n baaloilnen+ç
das chuvas que caem diretamente sobre a superffoie éãrpttea ou
da contribulção dos met,assedimentos nas zonas de cont.ato. O 0u&
dro V'l
mostra dadog das águas de chuva coletadas em perfodos
de 10 dias, dura.nte a estação chuvosa de I98L/82, em do.l,e ÞontoÊ disÈint,os da área. o primeiro, na cldade de Irecêro e$gurydo.
no povoado de S€gredo, ao sul da área. For problemas tåênå'qoF.de
Laborat6rlo, aF enåfioes foran reelizadas de maneira tncomplçt.å,
sendo ee dados incuffplenùes parê êval1êr guê agr.essividadF. Cpm
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referência aos componentes na;*eres ggma o ç^*2, Heou- a QJ.- gh,,r
servou-se a ooorrência de val.o¡res anômaLos deconren;tÊls, pfiFtt¡åq¡el
mente, da contaminação das amqstras por poelras provenienùee dO
próprio solo. De qualquer sorte, Tavasep (1983) ao anallçar Aguas de chuvas, coleþadas um pauce InêÀrF ao norte de l,recârOþee$
vou o mesmo comportamento I ou seJ a.; valores mãximo.s ¡rara Cê*2;
HcO- e cf- de 4,85, 29 r0 e 14 ,64 mq'/I, reEpeotlvqmen:te.
Às águas dos quartzitos mostradas no Quadro V - 2rFFo
vê¡n de poços tubul-ares perfurados no planalto de Morro dg ghapéu ( i, 2 e 3) e na zona de f alha, na f aixa de contato leste Wrt
os calcários, (4 e 5), a amostra 6 õ da fonte do Tarece na meF*
na zona de contato, Essas águas possuem teores sallnos be¡n mate
b¿íxos que as águas dos calcárlos, esnecialmente no gu$ ee refe
r(,'a HCoc
indicando um poder de dissotução bem mais elevado do
J ,
que as águas dos cárst,icos.
relação ao volurnç dao prçcipltações, e.on$og¡ng qgg
lrado no mapa de IsoÍetas Anuels, Fig. Il - 2, oþserva-ge UInF.
cert.a gradação, com tendência a dlninutr para norte e EFntFa da
Com
ár:ea. ti,arece-nos resrdir aÍ o prineipal fator de dffenenofeção
na evorução cárstlca d¿ área. Na regÍão suÌ, lragUal]aftemo8 [¡fe
c..,. p;r t.aç (je s mais regulares e superiores a 700 rut,/Ano. O me6me ê*
c()ntecendo nas bordas Ieste e oeste que, aÌém das precipitações
d,retas, recebem influência rla contribulção subterrânea dos quarg
z..tos C)ìapada Di¿:¡nanLina. Sequndo LÌadó (1970),Þfecipitações da
t>rdem de 600 a 400 mm,/ano são considerades deficfentes noÊ prgcessos de carstificação. Verr.fica-se que a maior parte da áfea
e;rquadra-se nesta farxa de precipitação. Naturalmente gue assoc: ..ad.os âo f ator ágrra, estão ()utros conponentes cl-imáticoÊ. Cçg
f orme j á abordamos , as e Ievadas Èemperat,uras dos climae Lm.pleafs
f.lvorÊccm a so.lubrl.izaçäo da rocha. Sunõe-se as6im gue as atuqls
condiçoes climátj-cas tenham permaneoldo no passado, tempo suftcient.e para produzir o quadro atual. AlgumaË for¡naç cáretfcas t6g
seis têm sido observadas na área, porém en pcorFêngieF FÊduC*dast o que noÊ paregB confirnar estâ añFertlva.
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57
L.2 - o Elemento Rocha - Composicão OuÍmlca
a seqllôncia carbonática BambuÍ na chapada de lrecê tem
uma composição química varlável, passando rlos calcárioa com êcentuado grau de pureza aos calcários dolomlticos. As l-ntercal-a
ções com f r-nas camadas de material argiloso são comuns, revelan
do nas análises um elevado teor em material insolúvel (R.I.).Mi
si (L919), ao subdividir esta seqUência em seis unldadee,confor
me mostrado no Cap. III, observa em todas e.Ias a nresença de fi
nas intercalações argilosas com predomínio na unÌdade A2r ÇIue o
corre dpenas na parte norte da área. De qualcJuer sorte, og resultados das anáIises químicas mosÈradas no Quadro V - 3, regul
tado de uma amostragem de 55 pontos, distribuídos de manelra a
proxrmad.amente equidistante, cobrindo toda área, confirna a pre
sença do magnésio e materiaf insolúvel em grande nú¡nero de amos
tras, em teores considerad.os elevados para os Processos de carñ
rrficação. Entretanto, não se observa nenhuma tendência reglorral de variação acentuade neste comÐorLarnento. Esta con6Èatação
nos leva a rnfeÍir que a variação regional-, observada no grau de
evolução dos pnocessos dþ carstificação, não terla como faÈor do
minante as varÍações na oompo6ição qufmica da rocha, que teriam
assim infÌuências l-ocalizadaç, inclusive na resposta topográfica. Nas maiores elevações, a rocha é sempre mais magnealana ou
com elevado teor em resÍduo insolúveÌ.
Na falta de um mapeamento geo-Iógico em detalhe adequa
do a este tipo de anáIlse, que nos fornecesse a dtstribulção exata das várias unidades estratigráf i cas , com suas caracterfetl
cas mineralógicas, ut.ilizou-se para efeito de6Èa6 ÇonclusõGs dos
mapas de isoteores e superffcie de tendência (Eig. v - I e V-2),
construfdos a partir dos ÈeÕres em oca do Quadro V - 3rpor ser
o Ca o mel-hor indlcador do grau relatavo de so.lubilldade do cal
cário.
Na construção destes mapa6, como nos demais maPae dê
tendôncia e isoteores apreEentados nesse trabalhor utillzou-sê
do prograna SYMAP (Synagraphic Mapping SyEt.em) , Shaffer (1976) ,
lmplantado no Iaboratório de computação do centro de BesqulFas
de Águas Subterrâneao - CAPAS - US!?.
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o mapa dç tendênqla de 4a, ordem, apesar dq Fçu f,raço
ajuste, eoeflciente de correlação 0r567, mostra u$a Èendênçla de
concentração de valores mais baixos de ca na porção cençro Ñorte e extremidade sul da área, ficando os mais altos valares na
porção cenlral, o que coincÍde em parte com o mapa de isolinhas,
(Fig. V - l). Este fraco ajust.e deve-se provavelme4te qo eonpotr
tamento irregular da cornposlção quÍmica reveJ-ada na amostragem.
Essçs resultados comparados com os mapas de feÍções cårsticasf
(anexos B, C e D), verlfíca-se, não haver uma perfei.ta eoincidêncla doç mê1s altos valores em ca com as zonas de ¡ralor cars
tificaçãor donde se concl-ul mais uma vez, não ser a cgmpoçição
qufmlca da rocha o fator dominante a lnflulr rçglonalmente nos
proçeEsos de carstlfiÇação da área. A baixa amplitqde de varlação nos tçores dç C6O, (35 a 558), ê tafvez a prj"nefpal gauge deç
te comportamento. A composlção quÍmioa teria asFin efeiþos loca
lizados, não lnfluindo de ¡nanelra signiflcativa no çompprtamento regional .
r.3 *
qE Fq\p.Hà*FåXruttr,rp¡q
os calcárÍoç BambuÍ por Feren rochaÊ þaqtêntg çpmpactadas e metamorfisadas tiveram suas estruturas prfmárlaÊ baFtan
te modfflcadas, tendo aÊsim, sua importâncla ofigtnal. FÊfa os
proÇessos dê carstifÍcação bastante reduzida. Dençre çstBç eFtruturas a que mals se preservou é, sem dúvida, os planon de es
tratificaçãa. Este tipo de estrutura, conum aoç calcärlos do Gru
po Barnbuf , favorece aos processos de carstificEção, eÊpeclalmen
te, guando ativâdoF por processos meoânicos.
A$ estruturas secundár1as, cujos efeltos eobre êE rochae çarbonatadas f,ora¡n abordados no qap. IV 3 . 2 , dçsempenhê¡n na
área o papel mais important,e, deFtacando-se entre eÊtaÊ og dobramentop ç as rupturgs em gera}.
fi peqlJênçi,a çErbonátfca Bambuf na ch¿ç¡qd¿
de lreçê epre
6enta*çe reglonalmentç dobradar conforÐe tratado no Cap" fII.3,
e¡[ dolg çsL,lloe d*FþÈnteË. Q efelto dessea dobrament,oe eF fåe eq$
tlr ma,le *nEenpemÊnfe HaþrF a çêrstificqção exata'nente ne porçãe nortç de ãree çÞds ecses dçþra¡¡entçe 6e lntensfflean¡flom dB
63
bras de forte mergulho, eixos orientados no sentldo est,e -oeste
em uma seqùência de antfclinais e sinclinals. Os dobramentos em
anticl-inais de mergulhos acentuados favorecem a penetração da á
9ua através dos planos de estratif.icação e de fraturamentos 1o!
gltudinais. O diagrama da Fig. V.- 3 mostra a adaptação preferenci-al das feições cársticas de superfície a esse tlpo de estru
tura Iongitudinal.
Através de observações de campo, confirmadas por perfuração de poços, pode-se comprovar que as zonas mais favorâveis
ao desenvolvimento da carstificação e conseguentemente para a a
cumulação de água, estão lateralrnente deslocadas dos efxos dos
anticlinais. Em verdade, estas zonas apresentam-se, multas ve'zes, bast.ante fendilhadas, corn fendas alongadas no sent,ido dos
eixos dos anticlinais. Entretanto, estas fendas em formadeV te!
dem a se fecharem rapidamente em profundidade. No caso de dobra
men'bos de ntergulltos suaves ou no caso de pequenas dobras (escala de afloramento), essas observações não são válidas.
As rupturas r eu€ representam as falhas e dláclases em
geral, desempenham o paper ¡nais importante dos f at,ores geológicos no desenvolvimento do carste e no seu conportamento hidroge
o]ôglco. Pode-se dizer euer quanto maior a densfdade de flssuras, maior será a ação da água sobre a rocha. As grandes flesu
ras ou faLhas se ttransformam preferencialment,e, nos grandes canais de dissolução, por onde circuram as águas subterrâneas, rg
Vando, inclusive, a carst,ificação a malores profundidades.Em su
perffcie, a rede fissural- representa as próprias formas embrlonãrlas de absorção. Por efas se inlciam preferencialmente os pro
ceÊsos de carstificação. Ver fotos das figs. V - 4 e V - 5.41ém
do mais, nos carstes pouco desenvolvidos, a formação podesecou
portar como um aqlfffero tipicarnente fissural ou mistorflssural,/
cárstico.
Na Chapada de Irecê, esse comportamento encontra-Êe prg
sente. AF fqrmas alongadas, e/out alinhadas das feições cãrsticap
superflclais, denotam o controle estrutural imposto ãs meÊmas,
conforme mostrado nos anexos B, C, D, (mapas de feições cãrsticag de euperffcie). Nas zonas onde o carste se apresenta pouco
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o) - Regiõo Norte
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Regiõo lntermedi<irio - Umbuzeiro do
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Souto Soores / lroquoro
DTAGRAMA DE ORTENTAçÄO DAS
SUPERFICIAIS ASSOCIADAS
FEIçöES
CÄRSTICAS
A FATORES ESTRUTURAIS
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Fig. V. 4
o¡ b - Formos de obsorçõo pilmoilos.
Fendos longos, profundos
e bem obertos.
Locolidode de Allo do Cruz
de lbilitd
Municipio
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Fig.
V.5
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- Fendos
ompliodos
Locolidode de Segredo
por processo de dissoluçõo
Município
de
Souto Soore
s
57
deEenvolvldo, eerno osqrre em teda porEåo no.ft*: ''4S 'å'nÈS,¡ e #*-stg
ma aqùf fero Ee apregenta eomo u¡n misto, f'i.s çu¡sd¿ *är.ç*$gp., ,tanto em superffcfe co¡no em subsuperfÍcie, con aF fa.r'mag de esndg
çãe e arrna,ren€nenùe.
En
suh Eu..perf f c 1e,
verlf
l"Ea'+se gue
o
dçnßavÞi[.$$mi$t{#Þ, Sa
earstifieeção pode atlngir a mafores prof undldade,É,, {t{å.fihi*Q, eFreq
aj,edo åE Eonas de f alhas. SondaEens reallzadaE par'a .e çOiÞH{rAÊY,
até a profundidade de 200 metroe, urna delas na losa$.*dedç $e Rå
acho, no val,e do RlLo ,Iacaré, préxima ao contatg lestp, a çGFca
de 6 I<¡n do l-eito do rio, nostrou que a zona eaturada &Cqr¡€.Ia ârea pode atlnglr 200 metros e até a profundidade ¡naigge:ç, ¡nß16
pr6xima dç feito do rio. Nesta Eonâ, o rfo ê contrsladp p$f,p grq
de falh.amento quÊ Ii¡rita os BIoqos ile lrecê com o de Mçgre do
Chapéu, confor'¡ne tratado no cap. III.3. Reglonalrnenüe, eetêþele
ce-Ee cono lfnite inferlor da zona fraturada ou satur,Ada a Ftofundldade de 80m, lBrito Neveg , 19 72 , Plata et a].l! r 19'80 ) , a.pro
xl¡nada¡ûente, o mgeno valor méd1e enoontrado por SÍIve (198'4)rnos
cÁrçtlcos Bambuf do .Tafba, em Mlnas Gerals
A j.nf ll¡ênela doe el"ementog f lsaurat,s
avellade pela dletrfbulção 6upêrflciaf desÈes elemen*çc, $e4åSns ,$ire
ta¡nente do carnpo de fraturas ou atravês das pr6-pr *Fo feþõe6i cÉ.rg
tieas superficla.f E. Nas Figs, V - 6 e v - 7 são ¡noÊtradoB.q€ rng
I¡as de densldade e de freqüÊncia ile fraturaF, FeFpee{itvalüBnte,
oonEtruídoç pela CFRM para o projeLo Estudo r¡idrogeológiaa no PJå
teeu de Ireeê, (Guerre et alif, 1983). Atravée degte,F mapae eão
.gm.de H,Þff
r¿Ímuatl6edas eo åreas potencfafmente mafs pro¡nlFçorêE da ponLo
dÊ vfsÈa das reearga$ ou me6mo da mafor posç1þllidade de Earstl
fleeção, Já gue eF6es elementos fgvqreoen ao proçeeÊo. oheervasÊ quç ap ngrte de lrecê conoentra¡n-Fe as malÊ balüêÊ densfdadep e freqùênelap de fraturaÉ, coinefdindo com a zona de nels frg
@.garstIf icação. Nest,e caEo, oEr eJ.enentos f1ËsurafE 8R cangtltu
e¡n naÊ pr6prlaE f,grnfls de absorção e armêzenamFnto. o aquffero
tçfä um çplr¡partalßEf{te acentuadamente f,fssural. Na porçño qenkral
de árne, snlng j.d,*r,¡de gg$ o vale dç Ri"o .r*caré, veglf iaa-Fe uma
{na*pr denÊ*dade ç freq$Êncfa de fraturaG ¡noçtrendg çårstèmçrrbe o
çpntralß e.FFFuturRl dm rlo, que correEpende a dtregãP elrrqxi'meCe de ¡V Þ0 H nßÊtFßda r¡ç dsagr+na da Fi.g, III - 5 qsnp cende dF
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bo¡n
fndlqe de f ratutrå,s.
Fig. V - 3, é nostrado o diagrama das prf nøf ¡r.ei. s dS
reções. de fraturas aÉ,socladas às fetções cársticâ6 nas regÍõee
norte de rrecê, intermedlârla e srll, respectivamente . Atravãe dê
"
Na
análise destes Eletnentog, e mals os mapas de dençldade e frqlåêncla de fraturas, Figs, V - 6 e V - 7, pode-se avaliar eevolução
dos processos de earetificação na área, em função da lnfluênc*a
reLaÈlva dos elementoE estruturaiÊ. E sempre oportuno se frlsar
que se trata de uma influência relativa, ou seja, estes elenentos não interferem lsoladarnente no pr:ocesso, e 6frt em oorrjugaç ão
com 06 dÊmals fatores, água e composrção quimlca da rooha.Sendo
exatanonte a água o elemento ativo, sem a qual não exletlrá carç
tlfloação. Desta for¡na, cono concLusoes mäÍs evldentes, t,emo6:
. À tnfluêncla dos elementos fissurals fof
comum por
toda área estudada, não apresentasdo entretanto acentuadae varl
açõee de densldade, a nfvel rêglonêL A coincldência de um6 rncnor freqûËncla e deneldade de fraturas verificada nê áuea de
nalor j"ntensldâde de dobra¡nentos d.a extre¡nidade norte da área pg
de eer explioada ern função da alta plasticidade dos caloárloq e
de não ter sido levado em çonta na construÇão dos mapas do freqhÊncla e densldade aF l1nea¡nentos produzidos pelos plqnos de Êå
tratiflcaçõo, de alta densldade na área.
" observando-sÊ os dlagramas da Fig. V - 3, vorXflease a forte adaþtacão da carstificacão ao estilo longittldlnal de
dlreção aproxlmada E - tr{ nas regiões norte e Íntermediåria e NS na regtão sul . EËte fato é nals marcante nas reglões norte e
inter¡nediårla, pelo efeito då naior rntensidad,e dos dobramentogf
que coLoca e¡n proe$inência os planos de estratlficação, que Por
sua vez se Èransforman nêB oFtruturas frênca¡nente preferenclale
de lnstalação da carstifloação mais superficial, conforme :Elqou
demonstrådo. As df reçõeg no est.i Lo dragona.I e meE¡rno tranBver6al
aparecê$r qo¡n deotaqug em anbas as áreas. A mator diferensíaçãg
çntre eIeF reslde ne denøldade das feições cárstfcas adeptadee
åe eEtrsturaq qqç 6 b9$ Jûalor na reglão intermediária.
"
Ne regfãE
su], ¡¡erçÍgte a forte
edapcêção dê Êarsså
j
7L
f{'eeção ås estnuturag }çngltudÈnals, aparecendo ta¡nþêm q sompet{ção de gutrag direçõee, tendo como particuJ.arldade uma malor
concentrqção dectag direções no quadrante NW, cgnforne mostrado
no dlagrama da Fj.g. V' 3c. O efeito deste com¡>ortamento se faz
sentj.r claramente na orlenÈação do fluxo subterrâneo¡ 9u€ nesta
área ee faz prefereRclalrente de NW para SE, concordante com a
orlentação da carst.ificação.
. A malor prosença dos grandes fissuramentos ge
f.a,z
sent,lr ao longo dês zonas de contato com o crupo Chapada Dfaman
t1na, especial-¡nente ao lado reste e na zona interrnedláría ao ron
go do vale do Rio Jecaré. São zonas preferenciais de implanta_
ção da rede de dr.enåge$ subterrânea, alên da posslþllldade da
ca¡Btlflcação at,lnglr a malorêË profundidades. sabe-se que a $er9r
ou menor intensfdade nos processos de carstiflcação não ee deve,
exclusivanente, ã presençã de u¡n intenso fissuranento, entretan
to, a malor profundidade destes níveis, e mesmo a irnplantação da
rede de drenagem subterrânea (formas de circulação), ectes sim,
são dete¡¡nlnados preferencia l¡nente por f at,oreF es trutural s . À]ém
do J¡ais, os ele$entos flssurais se constituem na6 próprÍas formas prinârias de recarga, arJnazenanento e circulação hldrica,on
de os processos de carstificação ainda não se instaJaram lntegral¡nente.
r.4 -
o" Papo,l¡F?*"9áFFj;iÇo
Rgsqtraqre
resultedo da integraçao dos fatoresl água, compo
eigão qufrnica da rpeha e elementos estruturais, tenos na Chapada de Iregê um quadra cárstico en diferentes estáglos evoluttvos, Espee.lalnente na porção norte onde exibe um estáglo pouco
ê\¡,oluf do gue poderf amos ctassif icar de j.yyg¡if , Já ao sul e ao
longo das faixas de qontäÈo con o crupo Chapada Dlamantlnarespe
olalmente ao lado loste, tçnos um carste em uma fase madura de
Cono
deBßnvo lvlmen to
.
Ap noftRf predornlna un quadro norfol6gfoo oonstltufdo
de dollnac espareeg, tragas e de pequeno porte, poucos eìJm1dÞusp e r
pre68nça marcanto de for¡nas embrionárias como o5 garnpoa de lapl
åe. As farmas de aboorção eåo predomrnantement,Ê prf¡nárlaËrou Ëe
72
Ja, a rocha çe co¡nporte dç manelra simiLar ãs roehas
f'f,çsuradap
comuns, em que as formas de absorção dominantes são Juntas de es
tratlflcação, falhas e dIãcfaeês em gera1, cemo as noFtradag r¡as,
f,otos das Flge. V - 4 e V - 8. O aql-rifero resultante ê de natu-
reãa mista, fi s sural,/cáfFti
Í¡a,ior parte da área.
qa
,
com
forte influênqla ffFFuFa]
na
nitlda grêdgção se observa à medida que sa êvanç;å
e¡B dlreçãa ao sul da área onde a prèsença de for¡nas mals evoluf
Uma
das tqrna-Ee mais eonstante. O processo de dofiniuação terna-sc
nai9 intenso con o êparecfmênto de dolinas de porte mafor e ¡nafs
profundas. As fendas são arnpliadas por efeito da dissoluçãp(ver
fotos da FJ'g. V - 5), su$Lídoures, como os most.rados na€ fetos de
Flg' v - 9r Êê $ultipliça¡û, ocupando a maiorla da vezes os fundoE das dqli;nap, Ua Borçãe sul da área, aparecen as formas cárç
Èlcas ¡nalp evolufdañ, caracterfzando um carste em fase madura de
desenvolvl$çnto. AE dollnas se tornam de grande porte, com o g
parecjJnenta qem¡$n de Svales, gr.alrdes srtlnldeuros, vafeñ cegpF rçå
truturas de deeebemç¡}tp gtç.
2-
CONDICIONAMENTO HIDROGEOLOGTCO
2.I -
Aspect.os cerals
Do comportamenLe e estágio evolutivo dq Flstena çárFtlee depende o geu cofiportamento hidrogeolõgico. Desde as qeqêr
gas atê aF eçnd.içõç.s de atr$azenamento e circulação. Aseim sendo¡,
for¡[as de absorção þçm desenvolvidas, a1ém de asoegurar boas cen
dições de recarga, rßflegem o desenvol-vimento en subsuperffele
das for¡nap d.e ctr.egl,aç.ãp ç almazenamento.
0s dadpç utll¡"eadog como base para a avallação do cn¡n
porta$entp hÍdrçgççt6glco do aqblfero cárstico provêm do mapeanento e tf.R*grnÊnts das fei"ções morfÕ-estruturais, correlaclon6das com ê pluvl$nçtrla e quaLldade química clas rochas. Do cqdaå
tra¡uentp dß ççfca de 700 poços tubulares, gerou-se os dado6 de
sapecldadß ÊHFeFfflça, piezometria, de$ânda, guatidade quf$*çe
dae águeer êlén 4p eçÈahçleÇi$enle de wrê rede de I poççFr gnd9
de t-opicís - Formo de corslificoçoo
locolidode de Soores - lrecè.
o)
Compo
b)
Fendcls trcnsversois e porclelcs oos plonos de estrotifrcoçóo.
embrionorio
Fig V
9
Exemplos de Sumidouros - Formo de obsorçôo 1ípico
ccírsticos Bombui no Chopodo de lrecê
o) Locolidode de Guorony - Município de lrecê
b) Locolrdode de Mundo Novo - Município de Jussoro
dos
75
foram observados durante 26 meses, coÍ¡ medidas mensaisr êB varl
ações sazonais de nÍveis, (euaclro V - 4).
Os cársticos da Chapad.a de rrecêr €ff decorrência da in
teração dos fatores: água, composi!ão química das rochas e erernentos estruturais, já abordados, apresentam-se ern fase de desenvolvimento de carstificação variável-. Pouco desenvolvfdo em
toda porção norte da área, em uma fase evolutiva juyenjl, evolu
indo gradativamente em direção sul e nas bordas de contato com o
Grupo chapada Diamantina, Na borda oriental, especialmenter por
efeito de uma maior disponibilid¿rde c1o fator água, superficia.ls
(pluviometria) e subterrâneas (contr.ibuição dos quartzltos ChaparJa Diamantina), aliado ao fator estrutural (falhamentos de con
tato), o carste apresenta-se bem desenvol-vido, atlngindo malores
profundidades. O resultado imedj-ato seria uma maior disponibili
dade de águas subterrâneas, facil-it.acla na'turalmente pelas meLho
res condições de armazenamento e recarga.
2,2
Potenciometria
As zonas de contato, tanto do lado oriental como do o.
cldentalr s€ constituem na principal drenagem subterrânea por on
de escoam as águas dos calcários. As tigs. V - l0 e V - Ilrmapa
potenciométrico e respectiva superfí-cie de tendência, construfdos a partÍr de dados de nÍveis obtidos através de 226 poços tu
bulares, mostram claramente a tendência- dominante da drenagem sÈ
terrânea no sentido dos quartzitos Chapada Diamantina, evidenci
ando a subordinação da mesma aos falhamentos de contat.o que delimitam o bloco de lrecê. Os gradi.entes de fluxo oscllam na fai
xa de 01003 a 0t025, com val-or médio em 0,008.
Na região Central, nerece clestaque a presença do vale
do Rio Jacarê, por onde escoa toda água dessa região, de Barra
do Mendes em dlreção a Amértca Dourada, com fluxo preferencialno sent,ido SW - NE. A leste de Irecê, situa-se o prj-ncipal alto
potenciomêtrlco da Chapada Calcárea, donde os f luxos dlvergem r.l
dlalrnente em todos oÊ eentidos. Na região de A¡nérica Douradapon
tato reste, siÈua-ee o prlnclpal centro de convergência de fluNOg.
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PROFUNDIDADE N.E. m
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SUPERFíCIE DE TENDENCIA
DA POTENCIOMETRIA
DE GRAU
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..-f
iræx¡,
79
Ao norte de Souto Soares, locallza-se o aLt.o potencfo
métrlao gue funclona Çomo dlvlsor de águas entre as bacias dos
rlos São Franclsco e paraguaçu. A Dartir de Sout.o Soares r â dre
nagem subterrânea se faz pre ferenci almente no sentido Sllrconver
glndo para a fonte da prat,inha. Esta fonte tem uma d.esc,rrga pon
tual em torno de I.700 L/s e forma a nascente do Rio Sa tto Antô
nio, principal afluente do Rio paraguaçu. (Ver fotos da Flg, Vt2) .
2.3 - Às
va_fi_ações dos
NÍveis pote¡ciomðtricos
e
as
RÊÇarsas
As variações sazonais dos níveis hidrostáticos foram
medldas em poços previamente selec:ionados e dist.ribuÍdos pela á
rea, utll1u ando-se aqueJ.es não insta-lados e fora do aÌcance do
raio de infruôncta de outros em bombeamento. As medídas foram re
al-izadas mensalmente, no perÍodo de feverelro/gO a maio,/g2. Ini
cialmente, selecionou-se um número de l-4 poços, 12 no calcárlo
e 2 nos quartzitos, chegando-se ao f ina] do perÍodo de observação oom apenas quatro. Os demais foram instalados por seu6 prg
prietárlos, interrompendo- se as medições. O euadro V - 4 mogtra
o resultado das medidas, onde se verifica que as oscilações de
nfveis são bem maiores nos cársticos do que nos quartzi.Eos Chapada Diamantina. Nos cársticos, a maior variação anuaJ. fol oÞ
servada no poço 801 - Rodagem, 8,01m, no ano rfe 19g0, ficando a
segunda maior variação para este mesmo Þoço, 6,32m, no ano de
I98I. .A mêdia geraL fol de 3,3rn, para o per:Íodo de l9g0/gl-.
4s varlações nos n:1veis hj-drostátlcos re6ultam da re*
oarga natural do aquÍfero, gue, no caso, é função das preciplt.a
ções e da perrno-poros idade da rocha, em superfície e em suyrsu*
perffcle. Dessa forma, é possÍvel se estabelecer as l:ecargas ou
Reservas Reguladoras, conforme conc,:ituação de Rebouças (1976),
connecendo-se a porosidade da rocha à al tuLa da Zona de Flutua*
ção Sazonal.r (Saka]ov*1967 , in Lla<1õ¡-1.970),ou mesmo conhecend.o*
se a poroeidade média do a{uïfero. outro método seria através do
estaþel"ecfmento de med{das diretas da infiltração, o que nos le
varla indiretamente ao estabelecinento da porosidade média. A u
tillaação de m6todos oonvencionais, eomo as fórmuÌas empfrloas,
parå determtnação dê ev4potranspir aç ão real-, or¡ nesmo a apllca-
Fonle do Protinho em lroquoro (80.) , descorgo pontuol
de l, 7OO l/s
o) Vislo do s o ído
b) Vistc do riccho formodo.
81
ção dos ensaios d,e vasão para d.eterminação dos parâmetros T e s,
deve ser considerado com bastante reservarÞoj.s os cársticos têm
compgrtanento todo especial com reJ-ação aos processos de lnflltração e hidráulica subterxânea, d.ecorrente de sua extrema hete
rogeneidade. Suas fQrmas de absorção e circulação fazem com que
na matoria das áreas aË infiltrações se façam rapfdamente e a
drenagen superflcfaL subgtituÍda por uma drenagem subterrânea.
AE dtficuldades aunentam quanrlo se trata de bacias abertas e de
grande área, como é o caso da Chapada cle lrecê' A çtrculação sub
terrânea, at.ravés do meio fÌssuraf e dos canais de dlssolução e
demals fornas cársticas, conduz ao aparecimento <1e fluxos turbu
IentoÊ em un nelo caracter i z adamente descontínuo, afastando-ge
em nulèo 4a hipétese de homogeneidade e isotropÍa preconizada
nos métodos convencionals de determinação de T e S, através de
engalos de vazão.
As FigÞ, V- 1.3 a v - 16 mostram a relação exl$tßnte
entre as varfações dos nÍveis potenc iométri cos e as prealpf t'açõee em dlferentes pontos da superfÍcie cárstica e num pgntç nos
quart,u ltas Chêpada Diamantina, próximo ao contato J'este. DoF pg
ços Fltuados no caloárlor com exceção do represenfado na Fig. V
16 - B¡ América Dourada, todos ar¡resentaram conportamento s1mllar. Algumas concfusões sÍgnificativas pode-se tlrar:
a) A elevação dos nÍveis potenc iométri ces é lmedtaÈa
ãs preofpitações, o que lndica inf:iltrações instantåneas e rápl
das. o poçe representado na Fig. V - 16 - A, situado nQs quartãltos, aÊ reaçães s.ão retardadas e¡n aproximadamente 30 dias.
b) Prectpit,ações inferiores à casa dos I0Omm mensafe,
não provocan reações nos nÍveis, a infi-ttração torna-se nula ou
desprezivel. f,sto demonstra a i¡nportãncia do volume e da lntenstdade dap precipitações.
c)
No poço represenE.ado na
Fig. V - 16 - Br
Anérlça
Ðourada, as reações dos níveis são imecliatas, porém bastante pe
quenas o que EfgnifÍca reservatório subterrâneo de grande potrte
ou baixa têxa de inftltração. Em verdade este poço situa-se no
vatç do Rio daearé em uma zona de intensa carsfifleação, o que
Fis, V.
Poslos
13
Sell -
- COnneuAçAO ENTRE vARrAçöEs porENcroMÉtÉ''.oa
E PREcrPrrAÇöEs
B. Allo
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Fis.-v. 14- coRRELAç¡o erurne vnnrnções porerucrolÉrnn¡s
E pREclptragöes
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Procipiloção
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-vo. porénc,ômór¡ico
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OLreìmodos '\.'/
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114
Fig V.15 - CONNEUAçÄO ENTRE VARIAçóES
E PREcrPrrAçöEs
POTEHCIONÉTRICAS
Å
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Poço d{.r .Rod!:scm
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Níe6r oorenÒornétiicÕ
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t,oço 822 - Amdrico
Dourodo
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85
86
sj,gnifioa que a prj.melra hipótese é certamente a verîdadefra.
A Fig. v - L? mostra a correlação entre o gr¿flco de
varlação dos nÍveis hidrostáticos, no poço de Achadar ê preclpå
tação e a evaporação classe A na ektação cl-ímaÈológlca de Irecê.
Os dados, constantes do Quadro V - 5, se referem à evaporação em
tanque classe A, estação climatológica de Irecê. VaIe salientar
que a evaporação nedida a parLlr de uma superfÍcie Livre, no ca
so, tanque classe A, pode ser tomada como correspondente aproxi
mada da evapotranspiraç ão potencial de uma superfÍcie de sôl,o odn
cobertura vegetal (Linsley et alii, t978). O poço de Achado sltua-se a cerca de 6 km de Irecê. Por esses gráficos,verlfica-se
que a evaporação apresenta uma ceLta i rregul- ¿ìrldade , crescendo
nos perÍodos de estiagem e dj.minuindo nos meses mals chuvosos;
independente do mês. Os excedentes de água somente oeorrem nos
picos de maÌor pluviosj-dade, quando reafmente, acontece inftltração efetj-va, conforme mostradô no g,ráf ico de variação rlo nf
v6l
potenc iomét,rico
2.
4-
A.s_ Po
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ten ç ijr,l_i d aÈe*s_.Hj4rggggl(ÛjEg
e
aqblfferos livres pouco profundos e de capacldad.e de
armazenamento fraca o conhecimento das reservas requl-adoras, (re
carga), é de extrèma imporeãncia, pois dela vai depender o rendimento do mesmo, sendo tão mais srgnj-ficativo quanto mais 6eqfu
ra for a recarga,
Em
Os cársticos BambuÍ na Chapada de lrecê são aqttfferos
que se enquadram neste tipo. Suas reservas permanentes são ffiodestas. O bombeamento intensivo de poços considerados de aJ"tas
vazões tem comprovado esta afirmati.va. /\ssim, poços como os da
localidade de Lapão que abastecem a cidade de lrecê, consirì.erados dòs melhores, reduzem drasticamente suas vazões e balxam gra
dêÈlvamente seus nÍveis durante o ¡reríodo de estiagem. Fato 1*
dêntlco aoontece con todos os poços oncle ocorrem bombeamentos ln
ten$lvo8. Ðessa forma, baseando-se nestes conhecimentos, fez-ee
avallação do desempenho do a{uÏ+ero cárstico a partir da 6Ë
tfnatÍva de suas resetrvas reguladoras, Será uma estimativa pfeI,l¡nlnar J á que não se dlspõe no motnento, de dados suf io:-enteg [¡å
q¡na
Fig. V, 17-CORRELAçÃO ENTRE VARIAçÓES POTENCIOMÉTRICAS
PRECIPITAçÄO E EVAPORAçAO CLASSE - A
Poslo L4 - lrece
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,SUADRo-V.5 DRPOS
DE
EsrAcÃo Ct-llqRrolóolcR
EVAPORAÇÃ,0
¡e
InecË -Bn
TRU0UT CLASSE A
Mrses
A
1980
0
N
ò
1981
1982
MÉorss
(mm)
122,4
138,2
151 ,9
137 ,5
Fevereiro
42 ,6
202 ,6
206,3
150,5
Ma rço
I
Abri
Ma i o
,Junho
Ju lho
B3,6
92 ,7
147 ,3
107,8
t 35,3
83,4
160 ,1
126,2
167 ,5
111 ,2
182,4
153,7
58,5
116 ,7
158,0
144 ,4
172,9
156,8
166,5
165,4
Ago s to
230,1
176,4
257 ,6
221 ,3
Setembro
207 ,B
248 ,6
226 ,0
0utubro
306,5
tto
1a1
0
257 ,9
Novembro
179
11
189,5
34r,3
236 ,6
Dezembro
132.1
286.8
3?8.3
249 ,0
1.938,4
2.005,5
2.593,2
2.179,0
Janeìro
TOTAIS
1
E
Fonte: Instituto Nacional de Metereologia 48 Distrito
89
ra uma avaLlação mais precisa. conforme já abordado, esses cál
culos em cársticos I por suas caracterÍsticas peculiares de hete
rogeneidade, necessitam de uma densidade de dados superior ao
dlsponfvel, a ser trat.ado de maneira apropriada. De qualquer sor
te, com vistas a um maior avanço no estágio atual dos conhecimentos hidrogeológicos da área, e ao aprimoramento d.e uma meto
dologia de estudos adaptada aos nossos cársticos, julga-se váIl
da esta iniclativa. Apresentando*se também. a títu10 de suqeE¡tões, algumas indicações de métodos e outras técnlcas a serem Le
vadas a efelto nas futuras investigracões.
Para efeito das estimativas atuais, utilizou-se come
base os dados e gráficos de variacão dos nÍveis potenclom6trico6, a porosldade média da rocha e os mapas de capacÍdade espe
cífica, de área coberta pelas formas de absorção (dolinas)re de
potenciometria.
Estinat.ivaF daq Sgg,e rvas R.egu lq{þr a s - Como dado de va
rfações de nfveis hidrostáticos, adotou-se a nédla encontrada no
biênio L98I/82, conforme euadro V - 4 (3,3 metros). Com() dado de
porosidade será considerado como Þonto de Þartida, o va.Lor médlo de 3,2E encontrado por plata et al_ii (1980), para a zona de
saÈuração, en 48 poços da Chapada de lrecê, utilizando como método de determinação a perfilagem com traçadores radioativos. Nos
so interesse está na zona de Flutuação Sazonal ond.e a porosldade é ¡náxima, diminuindo gradaì:ivamente até o limite inft:rior da
zona saturada, passando pelo valor médio de 3,22. Na base da zo
na saturada, os valores são próximos de zero. Considerando-se que
as variações de nÍvel-, por efeito das flutuações sazonais, são
mufto pequenas em relação ã esÞessura saturada, pode-se estlmar
co¡no val-or máxirno, o dobro do valor médio, que seria a porosida
de representativa da zona de Flutuação Sazonal, isto é, (6,4t).
A partir dos gráficos de variação dos nÍveis hidrostá
ticos nos poços de observação, Figs. V - 13, V - 14, V - 15 e V
16, veriflca-se que a queda dos nÍveis, por efeit.o do escoamento
subterrâneo, no perÍodo não chuvoso, é aproximadamente linear e
se faz a uma t,axa nédla aproximada de 0147 m,/mês. Deve-se cônBl
derar que megmo durante os meses chuvosos, quando há una subida
e0
rel-atÍva dos níveis por efeito da recarga, haveria uma queda re
lativa a uma taxa correspondenÈe à observada no período não chu
voso. Admitindo-se o período chuvoso com duração média de 6 meses, esta queda atingiria 6 x 0,47. = 2,8m, Ðessa forma, para con
segurrmos un val.or reaL das variaçóes anuais dos nÍveisrteremos
que acrescer à médåa de 3,3m medida em campo, o valor de 2,grn.
A ampLitude de vaer,laçào anual seria de 3,3 + 2,8 = 6,1m. Se a po
rosidade estimad.a, 6,48 fosse contfnua, meio a{u'Ífero homogêneq
terfamos 390,4mri de recarga anual-. Como nos calcários a recarga
se faz predominentemente através das formas cársticas de absorÇão, (dolinas, úvalas, etc,), e co¡tro estas cobrem em nédia 6E da
superfÍcie, confolrr€ mostrado no mapa de isolinhas de área coberta por estas feições, (Frq. V - fB), pode-se estimar uma re
carga efetlva rnédj,a de 23,42 mm/ano, ou 3,98 da precipitação mé
dia, 600mm/ano. Coñro a área coberta pelos cársticos é de 9.51r)
km2, a reserva regruladora médra será 223,LO6 *3/.no ou 23,4.101
1r
n'/ano/km¿. Vale gali.entar que este valor pode ser consideradc
como mÍnrmo, u¡n€l vez que pode haver alguma recarga através
de
fraturas e outras feições cárstÍcas menores não mapeáveis na es
caLa utilizada. O volume bombeado através d.os poços, ano de 199.[
quando se realizou este levantame¡rtÕ, foi de 3,22.106 m3lano
que representa l ra$6* da reserva reguladora estimada.
Assim, @ora essa reserva Þareça ()or d.emais modesta.
seu nível- atual do utL.lizaçåo aínda é extremanente reduzido. 4
lém do mars, sl¡å r+tilrzação poderá ser mel-hor otimizada, ¡á qur:
através da drenag€&r subterrânea há concentrações em zonas prefe
renciais de conveUgênc j- a de fluxos, situadas em áreas normalmen
te de maior carstf.ficação e consequbntemente de malor capacidade de armazena¡rento, Através do ñaÍ)a de capacidade específica,
rFig. V - 19), poüè-se facilmente visuallzar estas áreas. Este
mapa foi construídÐ a partir das n¡e.dj.das d.e capacidade específ .,
ca de cerca de 445 poços, previamênte sel,ecionados entre aqueIes locados com critérto técnrco ad€qr¡ado, orj.undos de entidades governamenÈais como SUDENE,/COI{ESP e CERB, com ensaios de va
zão confiávers e de duração mÍnj-ma de 24 horas, O mapa ass j-m prc
duzrdo considera-se de boa confiabilidade.
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Grupo Chopodo Dìomontino (quortz¡tos
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CAPACIDAOE ESPECíFICA
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DO ¡OLEIRO
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TVIAPA
DE Z0NEAMENT0 DA
CAPACIDADE ESPECIFICA
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93
Para efeito construtivo, a capacidade especÍfica, foi
dividida em quatro classes distintas, ou sela:,3,46; 3,46_i,15;
L,75 - 0,89 e ,0 ,8g m3 /h/m. Verif icou-se que as dì.Ìas ciasses de
maior capacrdade específica concentram-se pïef erencL àJ-men te , no
extremo su-l da área e ao Longo da farxa de contato ieste. Duas
outras concentrações secund.á.rias situam-se nas proxlmid.ades de
Irecê, alongando-se para sul, passando pela Ìocalidade de Lapão
e outra' na faixa superior do contato oeste. As d.emars manchas
de concentração são de porte pequeno e d.isseminadas pela área.
Correlacionando- se o maDa de capacrdad.e esoecífica com
o potencl ométrico , (Fig. V - 19 e V - i0), verifica-se que as
rnanchas de melhor capacidade especÍfica situam-se em zonas de
malor convergência de fluxos, sendo as manchas de baixa capaci_
dade especÍfica zonas predomÍnantemente de artos potenciométrr
ros ou mesno de baixo índice de carstifÍcaçào.
os mapas de capacldade especÍfica,
potencrométrico e de densidade de ár.ea de feições cársticas superficrars, (Fig€. V - 19, V - I0, V - l-g), constaÈa-se que nem
sempre as manchas de maior capacidade específica coincidem com
manchas de maior densidade de área.Esta coincidência pode-se fa
ze.r em áreas de baixa capacidade ecpßclfica que se situam, na
maioria dos casos, em zonas de potêrùçlometri a mais elevada. Nes
ses casos, essas áreas têm um sig.n{fûcado especial; são áreas
preferencj-ais de recarga. É o caso dê Erande mancha d.e baixa ca
pacidade especl.f J.ca, observada em Ba¡i.,ra do Mendes, que se cons_
tÌtui na maior á¡ea de recarga pobea._d;al da região.Já na porção
norte, onde o calcário apresent.a-õe nêis intensamente dobrado,
verifica-se aí a nenor concentração d:e área de absorção, a d.ensidade de fraturas é menor, o mesmo acontecendo com a carstifj-_
cação. Decorre daÍ uma taxa de recarçt€. bem rnais modesta, a mars
baixa cla região. ?em-se aÍ outra gra¡nde mancha de baixa capaci_
cade especÍfica. Situação extrema observa-se ao sul d.a área, re
grào de lraguara. É uma zona de co.nvergê nc i a de fluxos e a_lta
concenÈração de área de absorção, é logicamente umamancha d.e al
ta capac.idade específica, rece.re recarga diret.a e contribuicòes
d€ outras áreas.
Corre la,cionando- se
94
Di.scÌsFão qo Yç-lodo - Os resuttâdos das reservas regu
"
l-ad.oras e s timadlâs nos moldes apresentados neste item mostra a
possj-bilidade de uso da metodologia com resultados váÌidos dentro de uma médla ::egional. Seu qrau de anroximação denende dos
dados uti Li zad.o.s,.. especialmente aqueles referentes à rede de po
ços de observação de nivej.s poÈenciomêtri cos , da Þorosidade da
rocha, dos mapaE de áreas de absorção e secundarÍamente dos mapas de capacidade .especÍfica e potenciomé tr i co .
A rede de poços de observação: Foram utili¿ados dados
de 7 poços observados durante um perÍo<lo de 2 anos. Além do número d.e poços ter sido fiìuito pequeno em reiacão ã área trabalha
da. o --empo de obs.ervaçào também refletiu àÐenas a reaiidade dos
doj-s anos observados. As recargas, conforme já demonstrado, dependem do voLuae e da distribuição das precipitações no tempo.
Assim, quanto maíor a cobertura de poços sobre a área e quanto
mais iongo for o período de observação mais fidedignos serão os
resuLtados. eropõe-se para futuras investigações na Chapada de
rrecê, um número .de 20 poços, 2 para cada 1.000 km2, a serern ob
servados durante um período mÍnimo de 5 anos, com medidas mensais no perÍodo de estiãgem e quinzenais durante o período ehu
VOSO.
A porosidade: 'Jtilizou-se como dado, a porosidade média da zona saturada medlda em 48 poços pon Plata et alii(f980),
inferinoo-se a part.i-r destes dados a porosidade na zona de f l-utuação sazonal , utifizada nas estimativas das reservas reguladg
ras. os cados de porosrdade é de tod,os o mais sensÍvet e demais
irficil
deterrninação. Acrèdlta-se gue através de métodos geofÍsrcos, váiiclos para as futuras investigações na área, se possa
,rlrer: irna rede de mecições em número e precisão adequados ao pro
::êiiìâ. :l:ata-se da uti;-Lzação de medidas de resist.ividade elé::rca de superfÍcie/ visando-se buscar uma expressão da Lei de
À.:cirie, vál-ída para os cársticos BambuÍ, usancio-se um procedirìr,(jn;o empírrco de correì-açào. tr¡este caso, será necessário tar¡rbán
. ;xecução de perfilagens geofÍsjicas de poços para a determina:,ir quantiÈativa da oorcslCade ;omo :unção Ca prcfundidade. Uma
i¡rrr:amen ta adequada para .esse f :-.m seiia a so:rda c: perf ilagem de
.'ì :;cro:ls . À partir
desses perf is , são e:tabe.l-eclc )s ,/alores da
95
resistividade da ägua do aqttfero (RW) , e da rocha (Rt ) , ob ti-dos
com separação especÍflca de eletrodos. Será possÍveI se constmir
uma função do tipo:
a ø-m (t),
ond.e:
fator de formação
Rt
=È
ttw
porosiCade da roche
g e g - parâmetros empí:rcos
vez definidos os valores de a e ir, váIidos para
aqirlf ero estudador a expressão ria iei de Archie (l;, pode ser
sacia p.rra determÍnação da porosldade.
Uma
o
u
da avalração Ca porosidade foi usado
c mairâ -re área coberta peJ-as formos oe absorção. na utilização
des¿e napa, partiu-se do pressuposto que as recargas variam em
funçãc ;a d.ensrdade e desenvofvimento d.est.as feições' e que apo
rosriaie :nedida em poços represente valores médios pontuais,não
havenoo nenÌ1una abrangênc!a lateraì, O mapa utílizado em si,den
:rc d.a ¡¡ossibiirdade da escala adotada e pela maneira como foi
consLruido, é <ie boa confiabil-idade. Entretantof sua proporciona-r.,ace ã porosioade e às recargas ainda l¡erece algumas refle
xões e a;usÈes, sobretudo, porque as macro-feições não são reva
cias c¡:. :'onta. os resu-cados serão rão mais conf iáveis q\¡anto maior
fcr a escaia do maÞa adotado e mais pxecisos e abrangentes foLen, as cleterm-inações da porosidade e das medidas de variações dos
Como complemento
i:íve l
s :oocenciométricos.
-
:.9:T*å-gg--ç-aqr
gq
q9
I iorma de cap-'açào :radi-cl-ona-. nos aqUíferos cársti:os ia regrão de Irecê é o ooço iublìIa.r I enlretanto, cutras for
rras acri.U ;s iontes e os sumiciourc.s¡ de concutos penetráveis, até
er-ta^ Cc, usc r:esrrrtc, poderão v:L a ser usados de maneira raci
ona-.
96
) os poços tubr,rtrares
Existe$, atual-mente na áre¿ì, cerca de 1.300 pocos tu=
bulares, cujas caracterÍsticas de profundidades variam bastantq
ficando o tráxlno em torno dos 200rn e a média nos 80m. os nÍveis
estáticos médios são da ordem de 15rn, e 50m na região sul, Souto Soares e Iraquara. A grande maioria destes poços possì.rem diâ
a capacimetros de 150mm, compatÍveis ,co¡n as demandas e,/ou com
,)
dade do aqù5fero, ou seja, vazões inferiores a 40 m'/h, Somente
aqueles destinados aos sistemas de abastecÍmento de alqumas cia
dades ou para desenvofvimento de pesquisas, foram construÍdos em
200 a 250rnm e normalmente, Iocados em áreas de maior capaci<lade
especí fi ca.
A grande maioria destes poços encontram-se no meio ru
ra] e destinam-se ao abastecimento humano e pecuário. Nos últimos anos, peguenos projetos de irrigação, 2 a 6 ha, vêm sendo im
piantados com bast.ante sucesso. A partir dessa exÞeriência, atu
almente. estão sendo planejados projetos de maior porte, voltados para as áreas de maior capacidade hÍdrica' Nestes casos rdiâ
metros de 250 e até 300Íun serão neces.sários.
referêncra às profundidades, a média praticada é
de 80n. coincj-dente com o limite de profundidade mêdia da zona
oe sacuração. Somente em zonas de carstificação mais profunda,
relacionadas com elementos estruturaj.s èipo falhas ou grandes fis
suras, d.eve-se evenÈualmente projetar poços com profundidades su
Þerlores. Embora já se tenha d.etectado ' nestas zonas, entradas
c'água até a faixa dos 180 a 200m, refacionadas a fendas, suas
contribu:ções para as vazões finais.d.os poços são insignificantes, Dessa maneira, recomenda-se co¡no prática, profundidades má
ximas não superiores aos 150 metros nas zonas de maior carstifi
cação e 80 metros nas demais áreas.
Com
A tec.nología de Þerfuração em rochas carbonáticas é
bastante sr-mples e comum ãs demais rochas duras ' ocorre' entreranr-cr gue em áreas mais carstifÍcadas, a perfuração se torna bas
+-ante Ðrobiemáti.ca com a ut.ilização dos métodos usuais' É prati
camerìte :nviável a utilização de mêtodos em que utilize fluidos
como a _t
-ama ou ar, devido a uma incontrolávet Ðerdâ de circul-a-
ìì
'l
l,
97
ção. Em iaso de poços de mâio¡es diâmetros, superiores a 3OOmm,
o método de percugsão a cabo ainda 6 o rnais recomendável.
Critéri..es de Lgc-pçãg - Mesmo nas zonas mais promissoras como as indica.das no mapa de cãpacidade especÍfica (Fig. V_
f9), as vazões dos poços podem oscilar bastante, em função do
crir-ério de locação adotado. Isso decorre da caracterÍstica de
heterogeneidade do aqüTfero cárstico, em que faixas d.e menor po
rosidade estão senpre presentes ao _l_ado daquel"as de maj_o¡ porosidade. Às zonas de maj-or carstificação e,/ou mais fissuradas são
normal-mente de forÈe control,e estrutural_ e se refletem em suÞer
fÍcie, através de feições morfológicas tlpÍcasf como as dolinas
e d.emais superfÍcies de afundamento ou mesmo Þela evidência do
próprio fissuramento. Estas feições são adotadas como fatores
guias ou critérios de locação, Nas zonas menos promissoras, capacidade especÍfica média à b.alxa, estes critérios terão que set
observados de maneira ainda mais acurada, pois I nesses áreas, a
incidência de poços secos ou de baixa vazão é comum. A utiLização de fotografias aéreas, preferencialmente nas escalas l:20.000
a 1:40.000 é de grande valia na identificação das estruturas fa
voráveis. As locações são sempte difÌgidas para as bordas das es
truturas r quer sejam elas nitidamente cárstj-cas quer fÍssurais.
Alguns procedimentos complementares são fundamentais: Iocações
com base em estrutura;s
como, dolinas, úvalas, vales ce
-gFrsticas
gos¡ etc; deve-se evitar o fundo da superfÍcie rle afunda¡nento,
iocando-se sempre gue possivel, nas bordas das estruturas. Este
procedimento traz grandes vantagens operacionais e de custos,pois
evitam-se as zonas de maior decomposição da rocha, de perfura_
ção problemática, uso d.e maior quantidade de revestimento e, g
ventualmente, de material filtrante, além dos alarga¡nentos peri
ódicos, lFig. V - 20). O ?linhamentg {ç-dol+nas. ou superfÍgies
:rÉ ;fqndamento al"olgaqqs sugerem zonas
Þreferenciais de maior
carstificação e de controfe estruÈurâ1. as locações d.evem-se di
.rrgir para as bordas das estruturas e preferen cialmente no sentidÕ de iusante do fluxo sübterrâneo. No caso de cruzamento des
È-as estluturais alinh.aÈes, o ponto cie c¡uzamento é sempre uma op
ção segura de loc.ação, por se trad.uzi:: em um ponto de convergên
cia oe fluxo.
Fig V.zO- Formo de locoçôo.
de poços com bose em
estruturos cqrstificodos
Fig V,2l
-
tipo
dolino s
Formo de coptogöo su blerrôneo ot ro vds
de sumidouros de condulos penetrdveis
99
b) Outras
För!ßffi , de Captacão
util-izadas na área poderão vir
a ser viabiligqô#, Entre essaå, destacan-se a captação através
das formas d.e, -Èibemrç ão abert.as de .candutos penetráveis e as fon
tes de ocorrê¡¡e.dê#. .esparsas, e5istentes pa superfÍcie cá¡stica.
Fp¡:naç.,c!e captação pot¡co
:
prtBÊiro grupo, enquadfa¡û-se os sumidouros, cimas e
cavernas que dão agesso em subsuperfície até os níveis das águas
subterrâneas. .S.ão formas comuns em zonas de carstificacão bem de
senvolvida como na região de Iraquara. Através de conjuntos moto-bombas
elétr,icos torna-se viávef su4 utilização, (Fig. V-21-).
No
j
'relação ãs f ontes , ex.cet.o a f onte do Pratinha, á
referida nesse trabalho, as demais são de pegueno porte e de ocorrência esporádica e restrita ao VaIe do Rio Jacaré.
Com
2.6 - Aspectqs da Yu lne r ab i-l_i..dade
Cárst
j.-co
_e
.åqlfíf ero
-P-reservj:Eão do
A pouca profundidade e a s.istemátÍca de recarga através de formas de abèorção abertas, (sumidouros, dolinas,fendas,
etc.) e¡n que as águas passam dÍretamente da superfície para a
subsuperfície, sem sofrer os efeitos da filtracão natural co¡Il¡un
nos terrenos ' sedi¡nentares , tornan os cársticos BambuÍ, n,a Chapa
da de rrecê, extremamente vul-neráveis aos contaminantes químicos e biológicos. Em subsuperficie, verifica-se também que a pro
pagação dos poluentes se faz de manej-ra rápida e em sentido linear, acompanhando a forma de circulação das águas, preferencialnente através de canais de dissoLução e fendas.
Atualmente, as principais fontes de poluição reais e
potencials, detectadas na área, serianì as concentracões urba¡as,
os defensivos e fertiÌizantes agrícolas e os hidrocarbonetos.BÍo
venientes dos postos de gasolina, máquj-nas agrÍcolas e motores
diesel utilj-zados nos bombeamentos dos ooços tubulares.
As .concentrações urbanas, nresmo aquelas de maior porte, não possuem sistemas de tratamenrc de esgotos e lixo. Seus
despejos são lançados diretamente; a cóu aberto e em fossas negras I se tqansfor:rurr{o sn fontes onstantes cìË conttaIlLiJlação dos aqliÍferos,
100
A forte vocação agrícola da região faz com que o uso
de fertilizantes e defensivos se transformem na fonte de contaminação, potencialmente mais séria dos aqbfferos. Atualmente, o
uso desses produtos aínda é pegueno, entretanto, com a Þossibilj
dade de disseminação de projetos de irîigação de pegueno porte,
esse perigo torna-se iminente. No QuadÌo V - 6 é mostrado osprin
cipais defensivos agrícolas e seus respectívos tempos de persls.
tência no solor segundo Higgins e Burñs (1975). Esses produtos,
quando Iançados ao solo, sofrem naturalmente degradações e decaimentos em suas concentrações, através de processos como a fo
to- de compos ição , oxírreduç ão , hidr6lise, adsorção, decomposição
mícrobiológica, .etc, Nos terrenos cárstlcos, pelas condlções já
abordadas, o tempÕ de trânsito de uma sul:stâniia dissol,vida na
água, até atingir a zona saturada é bastante rápido, evidencían
do a possibilidade de contaninação.
os perj-gos de contaminação por óIeos e graxas originá
rios de postos de gascrllna, máquinas agffcolas e dos inúmsos æ¡
juntos moto-bombas acionad.os a dÍese1, é constante. A qrande maiGría dos poços tubulares são instalados com bombas acionadas a mo
tores diesel. Constatou-se em campo que, vla de regra, o óleo
Iubrificante queimado, proveniente dos motoresr'é Iançado nas
proximidades da boca dos poços. Estima-se que cerca de 60È clos
I.300 poços exlstentes na área são inst.al,ados com conjuntos moto-bombas aclonados a 6leo diesel.
3-
CARACTERI ZACÃO HID
3.1 -
ComÞortamento Geraf
'
À caracterização hidroquímica dos cársticos BambuÍ na
chapada de lrecê resultou dos dados oriund.os de cerca de 244 anáÌises guírnicas de água de poços tubulares. Destas, 10 foramde
poços Ìocalizados nos quartzitos chapada Diamantina e as demais
dos calcãrios BambuÍr sendo 25 provenientes de 2 únicos poços des
tinados ao estudo da variação hidroquÍmica com a profundidade,
As análises foram realizadas nos faboratórios da S\IDENE
t0l
QUADRO-V.6-FAIXAS DE PERSISTÊNCß DE PESTICIDAS NO SOLO
-----DDT
-----Dieldrin
---- Aldrin
-----:;;;t"o'o"n'o..
--------__
__
--------
-PcP
--
_-
_-
::
____
S
: ::_ _:::_-
_----
imozin
Fenuron
I ;: ïi;^
Monuron
e
Phorote
------------ - Copton
--*- MCPA
-----
lca
----- Dolopon
-------Amitrole
------ [4H
----- No bom
--- CDA A
------Endothol
--- - 2,4. ù
---
DNOC
'- - Phosdrin
--Molothion
t2
5
lo
20
50
Semonos
Fontê; HiOg¡ns € Burns ( 1975)
e do CEPED - centro de Planejamento ciência e Tecnologia da Secretaria do Ptanejamento do Estado da Bahia. os dados foram ini
cialmenl,e tratados através dos programas - SPSS - Statistical
Package for the Social Sciences (I975) t e SYMAP - svnagraphj-c
Mapping System, implantados no laboratório de Computação do Cen
tro de Pesquisas de Águas Subterrâneas da Universidade de São
Paulo. constam destas aná1ises deterninação de todos -os comÞo
nentes mgiores, qual seiam: Ça2+, Mgz+, N.*, x+ e co! , Hco3_1
cL-, soi, No3 e No2 , além da condutividade etétríca, ph, dureza totaf, STD. As análises realizadas no IaboraLório da SI]DENE
foram provenientes dos projetos - Estudos de Recoirhecimento e Hi
drogeológicos para Aproveitamento Integrado da Reitião Central da
Bahia - SUDENE/OESA (1975), e Inventário Hidrogeo,.6gico Básico
l
I
\02
i
t:
i
]
do Nordeste FI . 24 - Brito Neves (1972).
I
I
Uma das caracterÍstÌcas fundamentais das águas subter
râneas dos cársticos Bambuí na chapada de Irecê ê a qrande vari
ação na composição gufmica de um ponto para outro da área' Sabese que este comportamento está subordinado. aos fatores climatológicos e geológícos, entre estes: a composição químÍca da rochra,
Matthess (Ig82) t e as condições locais de recarga e circulação
subterrânea, conforme tratado no item 3.2 a seguir:
- 7, ê mostrado a composição química mé"d.ia e os respectivos valores extTemos dos pr'ÍncipaÍs ccmponen te s
das águas subterrâneas Bambuí, na chapada de Irecê, cuja característica fundamental- são os valores extremos asSumidos por ca
da componenter inclusive os nitratos'que aprêsentam em muitos Io
cais valore" unot*ul*ante elevados'
No Quadro Y
As relações iônicas dominantes são do tipo rcl>rHco3ì
t rson (42'83) 'è rca > rMg ? rNa (88%) ì
(45?);
til
rHCo.
rso,4
'
4J
rMg ? ¡g¿. rl¡a iloz)i rNa > rca ì rMg (28)' Nos quartzitos Cha
pada Díamantina das l0 (dez) amostras analisadas ' encontlamos sem
pre as relações: rHco3 > rCI > rSO4 e rca > rMg. > rNa'
componentes princi
QUADRO V - 7 - Valores extremos e médios d.os
pais das águas BambuÍ - Chaoada de lrecê'
VALORES EM mg,/
J-
MÁX IMO
^¿+
4. 500 ,0
tqq'
cl-_
768,0
t. 20 5,0
96,0
8.770,0
SO;
1.659,0
UA
Na
'
+
K'
)
HCO2NO^
J
DUREzA (CO-Ca)
J
STD
898,1
132,0
2. 878,0
28.054 ,O
M
1N I
'4,L
4,8
4rL
MO
MÉDIO
2r5 tO
67,6
80,4
I'l
4,0
9rO
305,2
L42 t8
359,5
0r0
245,0
882,0
289 ,0
1.445,5
L2 ,89
r
i
",
t,
i
l
,
r03
Considerando-se separadamente nos cársticos a pa'rte nor
te da parte sul da área, e stabe lecendo- se como l-ímite a cidade
de Irecê, tem-se significativas diferenças nas relações iônicas,
conforme mostrado a seguir' (ouadro V - 8).
QUADRO
V-
Relações Iônícas das Águas Subterrãneas Bambuí chapada de rrecê
8
NORTE DE
SUL DE
IRECÊ
IRECÊ
rcf>rHCO3ìrSOn
12 t9Z
rCl>rHCO,?rson
35 | 0?
rHco3>rcl>rSO4
18,92
rHCO3>rCl>rSOn
5L,42
rca , rMg ì
75,52
rCa>rMgìrNa
ol
18,93
rMg>rCa?rNa
rNa
rl4gtrca?rNa
lq
5,8B
Tsso mostra o caráter dominante dos cloretos sobre os
bicarbonatos ao norte de lrecê, aparecendo também o domínio do
magnésio sobre o cálcÍo em 18,9? dos casos. Já aô sul, os bicar
bonatos tornam-Se f rancament.e dominantes e o magnésÍo Predominando sobre o cáIcio em apenas 5f8g dos casos.
Nas zonas próximas aos contatos com os quartzitos Cha
pada Diamantina, as relações dominantes são do tipo rHCO3 > rCI
ì rson (68%), e rca > rMg ? rNa (90,9?), evidenciando a interfg
rência das águas dos quartzitos sobre as águas do Bambuí / sob a
forma de mistura.
Através do diagrama triangular de Píper, (Piper,l944)'
foram plotadas todas as águas provenienÈes dos cárstÍcos, inclu
sì-ve aquelas situadas nas zonas de contato com os guartzitos cha
pada Dìamantina (Fig. V - 22). Verificou-se gue estas águas clas
s.i f icaram-se, predominantemente, como c loro- sul fatadas cálcicas
ou magnesianas, (633), e bicarbonatadas cáfcicas ou magnesianas,
da
(37u ). Se anal-j-sarmos separadamente,a parte norte de lrecê
parte sul, chegaremos às seguintes ,ioncJ-usões:
ÛIAGRAMA
EORES EM
uE
7o DE
PIPE
MILIEQUIVAL€NTES POF
dos Córslicos Bombu í
a'A'gu6s dos Cdrsticos - zonos do conloto
o. Aguos
Fig
I
V.22-Ãgu0s dos Córslicos
R
Bom bu
Í
L
lrRO:*':':-æ
105
Na
fatadas
parte norte, as águas se classifÍcam
como cloro- sulcál-cicas ou magnesianas, ou mais precisamente são predo
minantemente cl-oretadas cálcicas , (792'). As bicarbonatadas cáÌcicas representam (21t). ,Iá na porção sul, est.a relação se modi
fica um pouco. o percentuaf das bicarbonatadas sobe para (35å),
há um cerÈo aumento das sulfatadas, permariecend.o a predominância
do grupo dãs c loro- sulfatadas cálcicas.
As ãguas provenientes dos guartzitos e dos cal_cários
situados nas faixas d.e contato, plotadas no mesmo diagrama de pl
per, são mostradas na Fig. V - 23.
Verifi-ca-se que as águas dos quartzitos classificamse predominan temente como bicarbonatadas cál"cicas ou magnesianas
(703). As c l-oro-sulfatadas sôdicas representam (20?), enquanto
que as c loro- sul fatadas cál-cicas ou magnesianas, (I0g). As águas
procedentes dos calcários estão na proporção de 4IB para as bicarbonatadas e, 598, para as cloro-sul-fatadas. Estes percentu ais
comparados com aqueJ-es da classificação geral das águas dos cárs
ticos mostra urna certa inf luêircia das águas dos quartzitos sobre
os calcários, restrita ãs zonas bem próximas. aos contatos.
Visand.o-se estudar o efeito da profundid.ade , for am plo
tadas no diagrama de Piper, (Flg. V - 24), se.tè amostras origi-
nárias de diferentes profundid.ades, de um único poÇo,situado na
localidade de Riacho, a leste de Irecê, próxino ao vaJ-e do Rio
Jacarê. As anostras foram coletadas durante a perfuração e ã me
dida que e r.an detectadas as entradas dtágua. De forma que, cada
uma representa a mistura das águas até aquela profundidade, já
que não foi utilj.zado nenhum disposltivo especial de coteta. A
última amostra foi coletada na 48a. hora do Èeste final de vazão, Analisando-se o diagrama, verifica-se que as águas se clas
sificam no geraI, como cloro- suf faÈadas cál"cicas ou nagnesianasf
formando, entretantor dois grupos dJ-stintos, determinados especíalmente pelo comporta¡nento dos cloretos e dos sul-fatos.
Para efeito de u¡na abrangência regionaliz ada, e s sas ob
servações em um único poço tornam-se insuficlences para que se
possa generalizá-las. Entretanto, algumas tendêncj-as parecembas
I06
DIAGRAMA
DE
PIFEß
. ..
.:.:.ær=a-TÉoRES
. - Aguos doE
ó - Aguos doc
ÉM 70 DE MILIEQUIVALENTES POR
Colcórios - zonos
dê
conlolo
Blcorboñçlodo
L
ITRO
=:'::--:=:=.=:
c¿1.
cico ûi moqñ. ¡lo¡o
Quortzllos
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sdd t co
Fig
V.25- Aguos dos
Colc
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ios
-
zonos
de
contoto
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dos
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._too
E,corbonorodo
quortzitos
I 07
DIAGRAMA
DE
PIPER
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Pro fu ndid o.de
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DE
MILIEQIJIVALENTES
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.,-?--Q.o-m.
-
Bicorbonotodo
c
cd
I'
ico o! m09ne siono
Te-llc - d e- .Ls4E-s
Brcorboñôlod.
sddi..
Fìg
V.24-
Poço de Riocho
de composiçõo
- VorioÇõo
com o profundidode
químico
I
i
I
I
t
I08
tante lógicas, devendo ocorrer de maneira freqh'ente. Assim, no
primeiro grupo, aglutinam-se as águas até a profundidadè de 7L
metros, (amostrâs It 2, 3 e 4). se caracterizam pelo domÍnio dos
teores em cloretos e baixos teores em sulfatos. No segundo grupo, profundidades a partlr dos 71 metros, (amosÈras 5, 6 e 7 ),
se caiacterÌzam pelo aìmento brusco nos teores de sulfatos com
baixos teores em cloretos. Os bicarbonatos dlminuem gradatÍvamente com a profundidade e co¡n o aumen¿o dos sulfatos, passando
do primeiro ao segundo grupo com a mesma tendência. Em verdade,
examinando-se as anáIÌses quÍmicas dos poços corn profundidades
de 90n ou superiores, verificou-se que a grande maioria delas pros
suia teores em cloretos, rel-ativamente mais baixos e que osmais
altos teoïes em sulfatos es tavam sempre relacionados a esses po
ços. Quanto ã tendência de decréscimo dos bícarbonatos' nem sem
pre foi constatada, . fato este observado somente nos poçÒs con te
ores mais elevados em sulfatos.
As justificetivas para estas .observações residem no fa
to de ser os cloretos de. concentração preferencl-al através de fa
tores cLimatológicos, cuja maior inf l-uência situa-se nas zonas
mais superficiais, de recarga direta do aqlrf fero.
Os sulfatos e bÍcarbonatos estariam relaclonados dire
tamente con a composição mineralógica da rocha. Teores mais ele
vados ern sulfatos estariam subordinados à presença de sulfetos,
de ocorrência comum na área (.lvlisi ' 1973 , 78 t 79; rnisi e Souto,
1975).
3.2 - L rnfluência, dos Fatores
truturai s
.Á,gua, Rocha
e Elementos Es-
A composição quimica das águas subterrâneas dos cársÈicos Bambui na Chapada de trecê apresenta grandes varíações de
um ponto para outro co¡no tambê¡n com a Profundídade. Este compor
tanenÈo está subordinado aos fatores climatológicos e aos fatores geológicos de arnpJ-itude regional e localizados I que interage.m produzindo seus efeitos sobre a composlção quÍmica.
os fatores climatológicos atuani sobre a área
sem gran
l
t
109
des variações, exceto naturalmente a água, aquÌ entendida como
as precipltações pJ-uvior.étrlcas que apresentam alguma variação
significativa para os processos de carstfficação, sendo igual_
mente importante para o corportamento hidrogeoJ-ógico, inc ruindose a salinização. LogÍcanente que nos processos de salinização
esses fatores nunca atuafn isoladamente.
Dentre os componentes quÍmicos mais Ímportantesro clo
reto é aquele cujo mecanismo de concentração está mais dÍreta_
mence dependente dos fatores climáticos, ,fá vimos que este cog
ponente obedece ã relação rCl>rHCOrìrSO4 en 72,98 das amostras
âo norte de Irecê e em 35å ao sul-, acompanhando a tendência in_
versa de variação das precipitações, conforne,mostrado no mapa
de isoietas anuais, (Tlg, II - l-). Ou seja, maiores côncentra_
ções de cloretos ao norte, O mecanisno de concentração dos clo
retos está díretamente reracionado ã taxa de evaporação ou inversamènte ã taxa de infiltração, no caso dos calcários I forte_
mente influenciada pela presença das f e.rma s de absorção cársti
cas. Estas variam de norte para sul , já que também dependem das
taxas de precipitações, conforne abordado nos Caps. IV e V. Lo_
calmente, concentrações anormais em cloretos estariam associadas
a problemas de circulação subterrânea deficientè ou por focos de
poluição, não muito coñuns na área.
Quanto aos ions Na+ e K+, que se apresentaïn entre os
ions rnaiores, em valores pe.rcentuais bem mâiS baixos I teriam o_
rigens e recanismos príncipais de côncentração similares aos dos
cloretos.e secundariamente da dissociação de feldspatos, que a
parecem nos cálcãïios sob a forma de impurezas. os teore"
KT
"*
sâo sempre Jnenores do que o Na+, provavelmente, en decorrência
dos .necanismos de rernoção seletiva d.este ion, cono as trocas de
bases, adsorção pelas argilas e absorção pelos vegetais (Szikszay,
t98r).
Os fatores relacionad.os à composição química da rocha
e aos ele.mentos estruturais são diretamente responsáveis peJ_o com
portamento dos ions caz+, Mgz+, HCor- e so42-, gue são provenil
entes da dÌssorução do próprio calcãrio e séus ÌniûeÌais associa
dos. Assim, as ¡naiores concentrações em magnésio estariam assoI
I
i
I
1r0
ciadas à presença de nfvefs mais doLomÍtfcos. Apesar dos do]omi
tos serêm bem ¡nenos soLúveis do que .os carbonatos nais cálciços,
o magnésio tende a ser lnais estáveL do que o cálcio, permanecen
do em solução por mals tempo, (Szikszay op. cit). Os sulfatoste
riarn cono principal fonte a oxidação dos suLfetos, comuns na se
qùêncÍa carbonática BarnbuÍ, conforme refêrfdo no item 3.f dest.e
capítu1o. VaLores anormalmente elevados foran registrados,l.65g
mg/l, ficando o valor médio em !42,9 mg/I, conforme mostrad.o no
Quadro V - 7.
A maior ou menor concentração na salfnidade total, es
taria ¡oals dlretamente associada ãs condlções de recarga e circulaç.ão subterrânea, inti-naÌûente subordlnados a fåtores estrutu
rais, Em especial , ã rede flssural e canais de dJ"ssolução cárstica que associados. às formas de abdorção são os responsáveis.r!
retos pela renovação e c3-rculação das águas. Ã variação de saLi
nização com a profundidade estaria ta¡nbêm relacj.ônado a estemecanismo, Conforme abordado no item 2.3.,"des!e capftulo, a maj.or
permo-poros tdade do. aqùlfero cárstico sltua-se nàs faÍxas superiores da zona saturada, dùninuindo gradativamente com a profun
didade. Dessa forma, as ãguas dos nfveís superi"ores circulam co¡n
maior velocldade, havendo å6bim uma tendência ðe ¡naior concentração de sais con a prÖfundidade. n preåomin'ância de determina
das relações Ìônlcas colnô rSO4>ïHCO3,ou rMg>rCa estaria subordi
nada äs variações na composição gulmica da rocha, locälmente.Ou
tros ions, não dependent,es dir€t,amente ila composlção da rocha,
tenderiam a se estabil-12âr ou nesmo d.ecrescex coln a profundidade, É o caso dos cloretos re nitratos., cujo mecanis¡no de conçen
tração se faz em superffcie. No caso d.os nÌtratos, verificou-sÈ..
nâ chapada de Trecê, concentrações de até I32 ¡ng/.I . Estes provêm
do carrearentô de îat,èriat orgânico pâra o interlôr do aqtrif ero,
facilitado pelas formas abertas de absorção, próprias do carste.
Finalrenter os processos de mistura de águas de diferentes Índices de sal-inização e origens podem alterar a composi
ção quÍmica em deteãDinadas áreas. E o c,aso da zona de contato
com os guartzitos Chapada Diamantina onde se verifica ì.rna maior
diluição das águas dos caLcárlos pel-as ãguas .dos quartzÍtos, de
teoÌes salinos mals baixos. Essa infl-uência te¡û lugar especÍaJ--
__t
rr
I
I
ll1
mente, nas faixas onde exigtem maiores concentrações de grandes
fissurañentos, se dlrigindo dos guartzitos Para os cal-cários. A
figura V - 25 mapa de isolinhas dos teores en sTDr evidencia este efeitoi bem como uma ligeÌra Èendência de crescimento reglo
nal da salinidadè 'total no sentfdo NNW e em manchas isoladas por
toda porção central da área. Isto deve-se a Ëltuações. localizadas de bolsões de menor permeabl lid.d'., .oa renovação mals I.g
ta das âguas subterrâneasr o que posslbilita uma maior concentração de sais.
3,3 - A Oual-idade das Águas e suas PossÍbilidades de usos
A adequação de urna água a um determinado uso depende
de seus constituintes quÍmicos e das condlções locals scb as guais
a mesma vaí ser uti+izada. DaÍ as dliergências verifícadas nos
tinites estâbelecldos nas normas de usos em diferentes organiza
ções no mundo. Asslm, por exemplo, a norma ABNT estabelece como
limite máximo de cLoretos para consumo*4xu¡nano 3 250 ng/Ir enquan
to que a norma da o¡g. Mundj.al de Saúde estabelece3 600 mg,/r.
região cárstlca da Chapada de rrecê, a população de
pende necessariamente das águas subterrâneas' IÞra o consumo hu
mano, animat e para Írrigação. Istof em função. da irregular plu
viosidade e da carência de outros mananclais. As drenagens nos
calcários t,ornam-se de natuïeza subterrânea e a construção de
barragens parir a formação de reservatórios súperficiais é tarefa tecnicame::te compltcada.
Na
sÍntese das possibilidades de ufos das águas subterrâneas para o consumo humano, ani
mal e agrÍ?,o1a, asslnalândo-se a constante possibíIldade de con
taminação ì."rr. *.t"tciaL em função da crescente atividade huma
na e da gri.nde vulnerabilidade do agtrÍfero cárstico.
Sl:.rá apresentado
a segulr,
uma
I
i
ico-NSUMo
HII¡IANO E
9os
R
das características fundament{ís das águas dos ter
renos cá: llÈicos é o seu elevado teor em det(lrminados componentes
como a d.r..' eza e os bÍcarbonatos, proven.ient,is da df ssolução da
, Uma
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FisV.25 -
NnPn DE ISOLINHAS DE
(
Dodos em
mg
/L
)
STD
lL3
rocha. No Ouadro V - 7 ê apúesentado os teoües máxlmos, mfnimos
e médios dos principais componentes nas águas subterrâneas da
chapada de lrecê.
Considerando-se os lj¡ltes de potabilidade, mostrados
no Quadro V - 9, (ABNT e O.rM.S.)" verifi.oou-se quer emmuitos lo
caisf as águas apresenta¡n um ou mais componentes aci¡na dos limi
tes estabelecidosr especl"àfmente no que se refere à dureza e STD.
Valoïes bem maÌs batxos fofam encontrados noÊ cársticos Bambuí
do JaÍba, Minas cerals (siLva, 1984). ProvavêImente em decorrên
cia da maior pluviosidade naquêIa área. Observou-se na Chapada
de Irecê que a.grande ¡iatoria destas águas são utilizadas para
o consumo humano, salvo, naturalmente, aque.las de teores excessiva¡nente elevados. Nó que Ée refere ao consumo ani¡naf , pratica
nente u¡na única amo,stïa apresentou llmites de sallnlzação inade
quados aos rebanhos, (poço tubutar da Localidade de AIto Bonito
da Quixabeira - Municfpio de trecê).
' USO NA
TtrR,IGAÇÃO
A possibilldade de uso de una águâ para lrrigaçãö p'-r':.
de ser avallada através do ¡ttétodo estabelecldo\pe 1o "u.S. Salini{
Laboratory" que se baseia no cQncelto da razãQ de absorção de só
dio, SARf que nada mals é do que a proporção de sódto em meq,/l"
divldida pela ralz quadrada da ¡netade da Eoma de cåIcio e magné
rNa*
SAR
O SAR estabelece os riscoE em sódio. A cfassificação
geral é feica através de um gráfico onde é levado em conta aIém
do SAR, a condutlvidade elétrica ou a safinfdade total,conforme
mostrado na Fig. v - 26' As águas são dividÍdas em categorias,
em função do risco de sódio e de safinização. O sfgnificado de
cada categoria é mostrado no Quadro V - f0.
As águas subterrâneas dos calcários da Chapada de lre
apresentam batxo rlsco em sódto, conforme mostra a Fig.V-26'
cl-assíficando predominantemente na categoria casf - ãguas de
114
QUADRO
.V-9 - LIMTTES DE POTABIT.¡IDADE
MIJNDIAL DE SAÛDE.
COMPONENTES
ABNT-PB-
O,M.S
ORG.
Perln:is-
Ll}i]DÀDE
Ð{cessivo
sivel-
clado
E
Quad.ro Resumo
19
Tlolerailo
ReænÊn-
-
SEGUNDO ABNT
ms/r
FfSTCOS
odor
Inobjetável
rnoUletáver
Sabor
10
15
côr
lurbidêz
30
5
.50
5
25
siO,
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Cl.oretos
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600
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Nitratos
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Fluor
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No.-
Limitado p/Dureza
CAIC IÔ
Maginés
CO3 C.a
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euADRo
v:10 -
E sAr-,rNrDA-
DEFTNTçÃo, DAS cA[EGoq{As']ÐÉ:górTo
DE Do GR"AF.ICo Do SAR.
Irogan, 1'96,5).
sï
CATEGOR]Å
G
{Extraf¿o e adaptado de
N I E ï C,A, D O
riailniilade. 'Pode ser utilizada
para Írrigar a rnaiorl-a dab èulturas e so1os.
Baixo risco de sallnização.
.Água com salinidade Mééía.. Pode ser utillzaÃgua de baixa
c2
da .,en soLos. modêradamente perdreâveÍs .
L^
J
c4
Água de, .alt¿ saliniólade. Não d.eve ser
zada erh sofos com drenagelil defÍclent.e.
Ãgua d,e
muito .aLta.. Não
s'allnidade
para trrlgdção
util-i-
adequada
comum..
c-5
Água de sallnidade excepcionalmente
prestáveJ- para irrigação.
s1
Água de baixo
teor
al-ta,
Im
em sód.1o. De uso normal
em
qualquer tfpo de solo.
s^
ile canteúdp m6.il1o ,em ,sédXo, Pode ser usa
da em solos de boa permeabiildade e textura.
Âgua qom alto .conteúdo em sódio. UtiLizáve] '
sóñe¡rte em- rg.o¡rrl*çõçs restrílasr.
Água
.
s.J
s4
Água com .conteúèo
r.aLmente.
mu.1'ùo .eLev-ado
em sódÍo
lnsatlsfatória para irrigação.
.
ce
i
ri1
117
alta salinldade, baíxo risèo em sódJ.o, utiflzáveis
sol-os de
boa drenagem. A segunda cat€goria mals représentada cns, - á9uas
de salinldade muito al.ta, b.àixo risco em s6dto, não adequadas pa
ra irrigação normal .
em
Ãguas classtficadas na caÈegori" 9¡Sf vêm sendo normalmente utl'lizadas em pequenas PToJetos de irrigação na área,
sem naiores problemas. No Íäpa da Fig. v - 27 é ¡nostrado o zone
amento da qualldade das ágùas para uso na frrlgação. observa-se
que as ãguas de categorias.mais elevadas (CO) concenÈram-se sob
a for:na d,e manchae, na porção norte da área. Estas águas devem
ser eviLadas para a lrr'lgação, peJ.o perlgo ile salinlzação dos so
los , que representam.
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Fig V.27
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16
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Mopo de Zoneomento de
poro u 3o no lrrigogõo.
Q uo
li<lo
de dos
Aguos
,
CAPITULO
Concrusões
e
VI
RrcouF_lg¡lgEg
120
A compreensão e avaliação do complexo contexto hidrogêo
lógico de um aqbSfero cárstico está na dependência do entendimento dos processos de carstiflcação e da avalÍação do est.ãgio
evolutlvo atual do chamado aÞarato cársllco., Nesta Linha de ra
ciocÍnio foi desenvolvldo esse trabalho, permitindo se estabe]
lecer irnporgantes conclusões:
a) - Na Chapada de Irecê, pode-se vlsualizar o comportamento de cada um dos três fatores fundamentais
do processo de carstlflcacão: água, compos j.ção quf
mica da rocha e elementos estluturals. Aáguaé re
presentada pelas prectpitações p,luvlornétricas, t.em
sua dlstribuição espaciäl varlando em volume de
norte para sul e borda lesle. Com maiores ÞreciÞi
tações ao sul e na borda leste, aparecendo toda
porção central e norte corn orecipitacões iguais ou
inferiores a 600 mm./ano. A rocha não apresenta grag
des varíações regionais na sua conposlção quÍmic4
seu efeito se faz sentir de maneira local-izada.No
quadro estrutural I destaca-se como principal feição a malor intensidade da rede fissural na porcão
central e sul da área, tornando-se bem mais rare
feita de lrecê para norte.
resultado da integração destes elementos, te
mos, na área, un carste pouco desenvolvido em toda porção norte, um uma f ase evoluti-va jgyg;!! r S
voluíndo gradativamente em direção sul . Na reqião
de Traquara, extremo su1 da área, ocorre um carste já en fase madura. O mesmo acontecendo na bol
da oriental, por éfeito, DrinciDalmentef de maíores preeipitações e da contribuição sr:bterrãnea dos
quartzitos Chapada Diamantina.
Como
b) - O comportanento hidrogeolõgico geral- ajusta-se r]er
feitamente ao quadro evoluÈ j-vo do sistema cárg
L2l
tico, quer do ponto de vista quantitativo,
quer
do ponto de vista qualitativo. Dessa forma,tem-se,
na porção norte, um aqllf fero misto, cárstico/fissura1, com a inf l-uência cársÈica evoluindo gradativamente no sentÌdo sul e borda oriental. Ajustando-se perfeÍtamente a este guad.ro, temos as
condições de recarga, ctrculação e arma2enamento.
c) - Da avaliaçãp das potencialidadeÈ do aqllifero,conc1ul.u-se por sr¡âs fracas condições de armazenamento
e sua condição de aqllífero de natureza livre
.e
pouco profundo. Nestas circunstâncias, reveste-se
dê importâncla especial o confiecimer¡to de suas reservás reguladoras. Dessa maneira, a partir
das
variações dos nÍveis potenciomêtricos, do conheci
mento da porosidade média da zona saÈurada e da
aná11se dos mapas de feições cársticas superficials, estFbeleceu-se uma têxa rnédia de recarga da
ordem de 3,98 das precipitações, ou 223,206m, /ano,
o gue corresponde a uma taxa especf f.ica
de
23,4.103m3/ano/km2, o que representa a reserva' re
guladora. O volume da demanda, avâIlada para
o
ano de 1981, foi da ordem de 3,22. 106m3/ano correspondente a 1t462 da reserva reguladora esÈimada.
A utilização d.as reservas subterrâneas pode ser
melhor otimizada, levando-se em êonta o conheci mento da existência de zonas de naiores potencia
lidades, concentrad.as em áreas preferenciais,normalÍr.ente de mai-or carstificação e de convergência
de fluxo subterrâneo. Estas zonas concentram-se I
no extremo sul da área, ao longo da faixa de contato l-este e em manchas isoladas, como a situada
nas proximidad.es de frecê se alongando para sul.
d) - Do ponto de vista qualitativo, uma das caracterís
tiaas das águas subterrâneas Bambuí na Chapada de
Irecê, 6 uma grande variação na composição qufmi
..
-...-.
.l
,--..-..,..-..
-.*¡t-ls
I
r22
ca de um ponto para outro da área. Analisando-sel
os possiveis fatores que governam este conporta mento, chega-se obviamente .ao nesmo quadro dos
processos de carstificação, com as águas tendendo
a variar em salinidade total'de norte para sul,
Maior concentração em cloretos ao norte' indicando forte influência dos fatoreslclimáticos e influências localizadas relacionadas com a composição quÍmica da rocha e/ou maior ou menor perrneabi
lidade re lac ionada, muitas vezes, a fatores estrutu
I
rais.
e) -
referência ã prática de prospecção e implanta
ção das obras de captação, vale ressaltar a carac
do
terística de heterogeneidade na distribuição
potencial subterrâneo' que ocorre , sobretudo , em zo
nas mais carstificadas e/ou fissuradas. Nessas
circunstâncias, certos aspectos e Práticas são im
portantes: as falhas e grandes fissuras se transformam em zonas preferencíais de carstifícacão e
circulação hÍdrica. Estas estruturas são refle€id.as em superficie através de feiçõ'es rnorfolÇgicas
tÍpÍcas, como o alínhamento de do.J-inas, vales cegos etc. Nas bordas destas estruturas, deve-se Io
car os poços, em especial para o Ponto de cruzamento destes a1ínhamentos' quando existentes. No
caso d.a não existência da carstificação, a estrutura se ref l-ete em superfície,através do fraturamento das rochas. Neste caso o comportamento deve
ser simiLar ao uÈílizado nos aqllÍferos fissurais.
Nas locações com base em estruturas cársticas como dol-inas, úvalas' vales cegos etc.' deve-se evitar Õ fundo da superflcie de afundamento. A Iocação deverá situar-se na borda da estrutura. Este procedimento representa grandes vantagens operacionais e de custo, pois perfurando-se nas bordas,eviÈam-se as zonas de maior decomposição da
rocha, de perfuraçâo probtemática; diminui-se a
quantidade de revestimento e o uso eventual de ma
com
I
I
l
1
123
1
vista operacional'e
vf t.am-se os inconvenÍentes d'o s alaganentos periódicbs, aLém do bombeanento de materials em suspen
terj,at filtrante.
Do Ponto de
são '
f) -
vistas às possibilidades de usos e Preserva ção do aqtlffero' em função das disponib i lidade s '
de reserva e qualidade de suas águas, ao nível do
nosso conhecimento atual, pode-se esÈâbelecer:
Com
pecuário - As águas vêm sendo larga
mente utllizadas sem grandes restrições ' PraÈica-i
mente, nenhu¡na restrição ao consumo animal' Contu
do, algumas restrições em áFeas localizadas ' pode
se verfficar quanto ao consumo humano, especial mente, 'em função dos altos teores em dureza total '
cLoretos ou eventualmente de nitratos ' Nos longos
perfodos de estiagen, as comunidades de maior por
te sofreni restrlções no abastecinento pela queda
de vazão ilos poços, decorre'nte de baixa capacldade de armazenamento do aqtlf fero'
uso humano
e.
Uso na Irrigação - As águas subtèrrâneas vêm sen
do lar.gamente utlllzadas en Pequenos projetos de
irrigação. É baixo o risco em' sódIo, entretanto '
muitas ágluas são inadequadas para este uso,em fun
ção dos altos teorês em SDT ou mesmo peJ-a presença anormal Cle. Sulfatos. As maiores restrlções estão na reglão ,norÈe e 'noroesùe dF área, onde apareeèm a aalor quanÈidade de águas c]-assificadas '
na categotrla 6n do dlaErama do SAR' Ém função das
balxas resefv.as, pode-se afirmar ser impossível a
sendo
ímpl-antaç.ão 'ile Proj.etos de grande porte '
prátiéa comutt .'na área os Pequenos Pro j etos com 4
a 6 ha.
'
PreserYaçFo - No que se refere à prática de preservação, pode-se aftrmar que os aqtlíferos cársti
cos em decorrêncla cle 'suas formas de recarga
à
i
_a
124
base de fendas, sumidouros, dollnas etc., que são
formas de absorção abertas, as águas não sofre¡n os
efeitos da f,fltfação natural,, comuns nos aqüÍferos
clásticos ou de porosidâ.de Íntersticlal. O mesmo
acontecenilô em subsuperffcie onde E circulação se
faz atravé.s de fendas e canais de díssolução. Os
agùfferos são assfm considerados' de aJ-ta vulnerabilidade. Autil-ização de defensivos agrfcolas e a
dubos guÍmJ.cos devem ser evitados. A instalaçãode
unidades industriais e postos de gasolina deve sem
pre ser precedida de medidas eËpêciais e seJnpre
que possivel evltada. Os dejetos domLciliares das
comunidades, êspecialnente aqueles de maior porte,
não devem ser lançados díreta¡nenté a cêu aberto ou
injetâdos no aql.rÍf ero I sem um prévio tratamenco.
g) - Faz-se necessário
um malo:i det,äIhaaento
nas inves
tigações hJdrogeol.ógicas na área, especialnenteno
que se refere às reServas ê comportamento das recargas . Recomènda- se como pontos vltais e¡n um novo programa de pesquisa as segulntes Ìniciativaqs
.
-
leclmento de umä rede de poços de observa
ção, em número !ûfnimo de 20, a serèn operados por
um perÍodo mfnimo de 5 anos, com mèdidas mensais
de nfveis dìrrante o perfodo de eetiagem e quinzenais no per.Íodo chuvoso, incluindo-se contïofe da
evolução na gualidadè d.as água6.
Es t,abe
Estabel-ecimento de um programa de determinação
da porosidade nâ zonã saturada e em eËpecial na zo
na de fl-utuação sazonal . O eomplexo problerna rela
-
cionado ao balanço n'í.drico nos ter.renos cársticos,
com o es t.abelecfmento de reservas e controles de
recarga.s, pcde ser dÞIarÞnte facllltâdo através de estudos
da por"osidade. ao¡edtt#.se que.atralés de nÉtodos geofÍsícos, possa-se eguacionar o pncbl-ema .óom.¡lafor facilidade,
;!
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i
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r25
I
I
1
CAP
I TULO
RerenÊnLlrs
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